CLASSICISMO e QUINHENTISMO
CLASSICISMO e QUINHENTISMO
CLASSICISMO e QUINHENTISMO
O artista do Classicismo, para revelar o que está no universo, adota uma visão
a) subjetiva.
b) idealista.
c) racionalista.
d) platônica.
e) negativa.
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e) a política das grandes navegações coíbe a busca pela conquista espiritual levada a efeito
pela Igreja Católica.
Texto 1
Primeiro Ato
Cantam:
Texto 2
PROSOPOPEIA
I
Cantem Poetas o Poder Romano,
Sobmetendo Nações ao jugo duro;
O Mantuano pinte o Rei Troiano,
Descendo à confusão do Reino escuro;
Que eu canto um Albuquerque soberano,
Da Fé, da cara Pátria firme muro,
Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira,
Pode estancar a Lácia e Grega lira.
II
As Délficas irmãs chamar não quero,
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III
E vós, sublime Jorge, em quem se esmalta
A Estirpe d'Albuquerques excelente,
E cujo eco da fama corre e salta
Do Cauro Glacial à Zona ardente,
Suspendei por agora a mente alta
Dos casos vários da Olindesa gente,
E vereis vosso irmão e vós supremo
No valor abater Querino e Remo.
IV
Vereis um sinil ânimo arriscado
A trances e conflictos temerosos,
E seu raro valor executado
Em corpos Luteranos vigurosos.
Vereis seu Estandarte derribado
Aos Católicos pés victoriosos,
Vereis em fim o garbo e alto brio
Do famoso Albuquerque vosso Tio.
V
Mas em quanto Talia no se atreve,
No Mar do valor vosso, abrir entrada,
Aspirai com favor a Barca leve
De minha Musa inculta e mal limada.
Invocar vossa graça mais se deve
Que toda a dos antigos celebrada,
Porque ela me fará que participe
Doutro licor milhor que o de Aganipe.
(Bento Teixeira)
I. Em geral, a produção de José de Anchieta tem como finalidade prestar serviço à Companhia
de Jesus; assim, é intencional o caráter estético-doutrinário e pedagógico de suas obras.
II. O Auto de São Lourenço é dotado de técnica tomada de empréstimo de Gil Vicente e possui
forte influência barroca, como imaginação exaltada, ideia abstrata e valorização dos
sentidos.
III. Prosopopeia é um poemeto épico com a finalidade de louvar o Governador de Pernambuco,
Jorge de Albuquerque Coelho.
IV. Pode-se dizer que o Texto 2 distancia-se tanto na forma como no estilo de Os Lusíadas, de
Camões.
V. Bento Teixeira compromete o valor estético de sua Prosopopeia, quando emprega um tom
bajulatório no poemeto, apresentando pobre motivo histórico e inconsistência nos recursos
nele utilizados.
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d) IV e V.
e) I, II, III e V.
Texto 1
(Casimiro de Abreu)
Texto 2
(Oswald de Andrade)
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Texto 3
Texto 4
CARAMURU
Canto VI
XXXVII
XXXVIII
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Texto 5
Texto 6
( ) É considerado um intertexto todo aquele texto que cruza com outro texto e estabelece
com este uma inter-relação nova e singular. Dessa forma, pode-se afirmar que os Textos
1 e 2 são considerados um intertexto.
( ) O Texto 3 se trata de um cartaz sobre uma campanha publicitária promovida pelo
Ministério da Educação, em 2003. Nele se observa a predominância de uma função da
linguagem, que é a função emotiva ou expressiva.
( ) O Texto 4 é um trecho do poema lírico do Barroco brasileiro, o qual narra os feitos
heroicos de Diogo Álvares Correia, que ensina aos índios tupinambás as leis e a cultura
dos europeus. Esse poema foi parodiado no filme Caramuru – A Invenção do Brasil,
conforme está indicado no Texto 5.
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CAMÕES, Luis Vaz de. 200 sonetos. Porto Alegre: L&PM, 1998.
7. No poema de Camões a visão de mundo expressa pelo eu lírico está baseada na ideia de:
a) alegria de viver.
b) valorização da natureza.
c) sentimento órfico.
d) manifestação divina.
e) desconcerto do mundo.
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Sonetos, 2001.
9. No soneto, o eu lírico
a) suplica a Deus que suas memórias afetivas lhe sejam subtraídas.
b) expressa o desejo de que sua amada seja em breve restituída à vida.
c) expressa o desejo de que sua própria vida também seja abreviada.
d) suplica a Deus que sua amada também se liberte dos sofrimentos terrenos.
e) lamenta que sua própria conduta tenha antecipado a morte da amada.
10. De modo indireto, o soneto camoniano acaba também por explorar o tema da
a) falsidade humana.
b) indiferença divina.
c) desumanidade do mundo.
d) efemeridade da vida.
e) falibilidade da memória.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[C]
Resposta da questão 2:
[D]
A segunda estrofe remete à expressão latina “carpe diem” mencionada na alternativa [D].
Trata-se de um tema desenvolvido no poema de Horácio (65 a.C.-8 a.C.), em que o eu lírico
aconselha a sua amiga Leucone (“...carpe diem, quam minimum credula postero" que traduzido
corresponde a “...colha o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã”) a aproveitar o
tempo presente, sem pensar no futuro.
Resposta da questão 3:
[B]
Resposta da questão 4:
[E]
Resposta da questão 5:
[D]
Resposta da questão 6:
[E]
[V] O poema de Oswald de Andrade dialoga com o de Casimiro de Abreu. Outros poetas
modernistas também utilizaram esse recurso, geralmente para satirizar poetas de outros
movimentos literários, como o Romantismo e o Parnasianismo.
[F] No texto 3 se observa a predominância da função apelativa ou conativa, já que é evidente o
intuito de influenciar o destinatário, de modo a convencê-lo da importância do livro na
infância.
[F] O poema de Santa Rita Durão (texto 4) pertence ao Arcadismo: os versos são camonianos;
a epopeia, clássica; há referências frequentes à mitologia grega, entre outros aspectos.
[V] A “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci é parodiada no texto 6.
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Resposta da questão 7:
[E]
No soneto “O dia em que nasci moura e pereça”, o eu poético lamenta o acontecimento fortuito
e totalmente alheio à sua vontade de ter nascido no dia aziago que só lhe trouxe amarguras.
Deste modo, atribui a origem do seu mal-estar ao destino adverso que o pôs no mundo no dia
errado, ou seja, justifica o fato pelas contingências da própria existência humana, obrigada a
conviver com a instabilidade e o desconcerto do mundo, como se afirma em [E].
Resposta da questão 8:
[B]
No poema “O dia em que nasci moura e pereça”, o eu lírico expressa o seu desespero e
impotência perante o destino adverso que lhe foi traçado no dia em que nasceu. Assim, é
correta a opção [B], pois a visão fatalista da existência estabelece, como premissa, a ideia de
que todos os acontecimentos ocorrem de acordo com um destino fixo e inexorável, não
controlado ou influenciado pela vontade humana.
Resposta da questão 9:
[C]
No soneto “Alma minha gentil, que te partiste”, Camões revela influência da filosofia platônica,
na voz do eu poético que sublima a perda da amada ao visualizá-la em um plano superior e
eterno onde espera reencontrá-la depois da própria morte. No último terceto, pede a Deus que
lhe abrevie a vida, da mesma forma que o fez com ela: “roga a Deus, que teus anos encurtou, /
que tão cedo de cá me leve a ver-te”. Assim, é correta a opção [C].
No soneto “Alma minha gentil, que te partiste”, o eu lírico lamenta o fato de o destino ter levado
a vida da sua amada demasiado depressa, o que é reforçado no segundo verso com o
advérbio de intensidade “tão” associado ao adjetivo “cedo”. Ao afirmar que ela morreu ainda
muito nova, o soneto camoniano acaba também por explorar, indiretamente, o tema da
efemeridade da vida, como se afirma em [D].
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