Luiz Augusto Me

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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTESTIRADENTES

HERMENEUTICA JURÍDICA JURÍDICA


DIREITO

LUIZ AUGUSTO MONTEIRO DE BARROS PEREIRA

MEDIDA DE EFICIÊNCIA II UNIDADE – RESENHA CRÍTICA

MACEIÓ
2022
ANTUNES, Rosana. Direito constitucional I [recurso eletrônico] / Miriany Cristini
Stadler Ilanes; et al.; [revisão técnica: Gustavo da Silva Santanna]. – Porto Alegre:
SAGAH, 2018.
É sabido que a Constituição Federal se trata de um instrumento normativo
cuja norma é suprema do Estado, a qual é considerada como sendo um sistema
jurídico interligado e responsável por dispor acerca dos princípios e instruções
normativas fundamentais a todos e que devem ser devidamente seguidas no âmbito
social. Esta se fundamenta na disposição de unidade e equilíbrio, com base no
convívio harmônico entre todas as suas normas decorrentes, ou seja, sem haver
ambiguidade ou distinções no sentido lógico de seus preceitos.
Todavia, é comum perceber que no decorrer deste texto normativo do
ordenamento jurídico, encontra-se, em alguns momentos, conflitos em meio a essas
normas dispostas. Tendo em vista que o sistema jurídico é aberto, acaba sendo
então inevitável e até mesmo comum que haja o conflito entre princípios ou entre
princípios e regras. Conflitos que se tratam de divergências ou incompatibilidade
entre as disposições presentes na Constituição. Dos quais, estes podem ocorrer de
maneira como: colisão entre princípios; colisão entre princípios e regras; colisão
entre regras.
A princípio, no texto em questão, Antunes (2018) versa acerca da diferença
entre tais conceitos, isto é, normas, princípios e regras. Segundo o referente, norma
é o gênero do qual princípio e regra são espécies, de modo que, as normas
exprimem-se por meio de regras e princípios.
De fato, frente a decorrência de conflitos dos preceitos dispostos na
Constituição Federal, não ocorre a desconsideração ou desrespeito de alguma
destas, mas sim, há a necessidade de análise acerca de como resolver o conflito
entre as normas constitucionais. Frente à esta, persiste então na solução e decisão
do postulado com base na ponderação entre os valores envolvidos.
No capítulo "Resolução de conflitos entre normas constitucionais", Antunes
(2018) versa acerca da colisão entre dois tipos diferentes de regras, as quais se
tratam de uma regra que não se baseia em um princípio constitucional ou uma que
se baseia em um princípio constitucional. Segundo o autor, nestes casos de haver
uma colisão de princípio com uma regra que não se baseia num princípio
constitucional, prevalece o princípio — a regra será considerada inconstitucional.
Tendo em vista que a doutrina do Direito Constitucional, considera muito mais
grave haver a violação de um princípio do que transgredir uma norma qualquer,
havendo então um conflito entre princípio constitucional e uma regra que não se
destine a proteção de outro princípio constitucional, predomina então o princípio.
Em resumo, em caso de colisão de regra e princípio constitucional, a regra
deve ser interpretada conforme a Constituição; na impossibilidade, deve prevalecer
o princípio (ANTUNES, 2018, p. 9).
Há que se falar ainda nos casos de conflito de princípios, ou seja, divergência
no entendimento e na prevalência de mais de um destes. Nestes casos, tem-se
então algumas soluções possíveis, como nos casos de colisão de dois princípios
entram em colisão, um deles precisa ceder ao outro, não se tratando do desprezo a
um destes, mas que um deve preceder ao outro, com base em sua ponderação
Assim, em suma, o autor explicita então que “duas são as soluções para os
conflitos de normas: enquanto a colisão de princípios é resolvida pela ponderação, o
conflito de regras é resolvido pela subsunção".
Como exemplo de situação de conflito envolvendo normas constitucionais,
tem-se o caso de necessidade de transfusão de sangue aos indivíduos que adotam
a religião testemunhas de Jeová. Nesta religião, não há a utilização do sangue de
nenhuma maneira, acreditando que a Bíblia proíbe ingeri-lo, aceitar transfusões ou
realizar doações.
Tal decorrência acaba havendo um conflito entre as normas constitucionais,
onde por um lado tem-se uma escolha advinda da possibilidade frente ao direito de
liberdade, mas que ao mesmo tempo se trata de uma decisão que fere o direito à
vida.
Neste caso de conflitos, tendo em vista que há o direito à liberdade e o direito
à vida, é necessário então que prevaleça apenas um. Analisando tal decorrência e
realizando a ponderação necessária, é possível perceber que se deve optar pelo
direito a liberdade, pois todo indivíduo tem seu livre arbítrio e direito de escolha, o
qual deve ser respeitado. Bem como, encontra-se disposto no Código de Ética
Médica acerca da necessidade de obter consentimento do paciente e respeito a sua
decisão. Vale ressaltar ainda que atualmente já existem novas alternativas e meios
terapêuticos que visam substituir à transfusão sanguínea às testemunhas de Jeová.
Assim, tal opção atende à escolha do paciente e vai de acordo com a necessidade
de imposição do comportamento médico da maneira devida, respeitando-o.

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