Excursão Projecto
Excursão Projecto
Excursão Projecto
Desafios para o uso da excursão no ensino aprendizagem dos rios, na 5ª Classe- Estudo
de caso, Escola Primaria Completa de Muhalaze
Desafios para o uso da excursão no ensino aprendizagem dos rios, na 5ª Classe- Estudo de
caso, Escola Primaria Completa de Muhalaze
O ensino de Ciências Sociais sempre evidenciou desafios para os professores desta área por estes
ensinarem uma disciplina que historicamente é tratado como teórica por alunos. O professor tem
a missão de fazer uma conjugação da teoria e a prática no processo de ensino e aprendizagem
desta disciplina o que dificilmente é verificado. Geralmente as aulas desta disciplina são do
cunho teórico caracterizadas pela utilização da exposição, tornando o professor o centro das
atenções dentro da sala de aula e o aluno simplesmente fazendo esforço para memorizar a matéria
sem se importar com a sua significância e aplicação.
Uma das metodologias que poderia contribuir para contornar esses fenómenos é o uso da
excursão, que na óptica Horta et all (1985), é uma forma de organização do processo docente
educativo, no qual oferece múltiplas vantagens para vincular a escola com a vida, de por em
contacto o aluno com o meio natural e com o processo de produção material.
A excursão geográfica possibilita tanto ao professor como aos alunos uma aproximação com os
fenómenos que se pretende estudar. Se olharmos para a Geografia como uma ciência que estuda
os fenómenos naturais e que o seu campo de acção é a natureza, nada melhor que a própria
natureza como o meio de ensino mais eficaz e eficiente para ser usado, e isto é proporcionado
através de visitas de estudo ou simplesmente por excursões geográficas.
Por seu turno, os professores e a direcção da Escola Primaria de Muhalaze (instituição do estudo),
salienta que a não aplicação deste método é fomentado pelo diversos factores como a falta de
recursos financeiros, a falta de transporte, a superlotação das turmas, entre outros.
É desta forma que surgiu a presente pesquisa, que pretende incentivar o uso da excursão
geográfica como recurso de ensino e aprendizagem dos rios na 5ª classe, a partir do método
bibliográfico e entrevistas serão elaborados as estratégias e alternativas que irão contribuírem
para contornação das dificuldades acima supracitada.
Quanto à estrutura, o trabalho está organizado em três (3) capítulos, sendo o primeiro referente a
parte introdutória onde é apresentado o tema de pesquisa, o contexto da sua incidência, os
objectivos, as hipóteses, justificativa, o problema da pesquisa, o segundo capítulo aborda a
revisão da literatura e o terceiro capítulo contempla a metodologia usada no trabalho.
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1.2. Problematização
No PEA dos rios, os professores utilizavam exclusivamente a exposição, fenómeno que centrava
as aulas neles, tornando o aluno um agente passivo dentro da sala, não se abria espaço de ligação
da teoria com a prática. Esta prática, induzia os alunos a aprender os conteúdos de Ciências
Sociais de forma mecânica e memorista, não percebendo o real significado dos rios.
A ausência da excursão contribuía não só para a fraca actividade dos alunos, mas também para a
fragilidade do ensino de Ciências Sociais, que se torna rotineiro e de certo modo abstracto, pois
os alunos, no lugar de desenvolverem e elevarem as capacidades de compreensão da essência dos
fenómenos, esforçam-se pela simples memorização.
Num estudo exploratório, realizado com cinco (7) professores da 5ª classe e com Director
Adjunto Pedagógico (DAP) da Escola Primaria Completa de Muhalaze, de forma unânime,
apontaram alguns fenómenos que dificulta a realização desta actividade (excursão) como
políticos, recursos, superlotação das turmas e também a falta de conhecimento do valor ou
importância da excursão por parte dos professores e pais encarregados de educação.
É com base nestas constatações que a presente pesquisa levanta a seguinte pergunta de partida:
Quais são as condições a serem colocadas para a efectivação da excursão no PEA dos rios na 5ª
classe, na Escola Primaria Completa de Muhalaze?
O presente trabalho tem como tema de estudo: Desafios para o uso da excursão no ensino
aprendizagem dos rios, na 5ª Classe.
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Ele pretende incentivar o uso da excursão geográfica como recurso de ensino e aprendizagem dos
rios na 5ª classe. O estudo, será efectivado na Primaria Completa de Muhalaze, localizado na
Província de Maputo, na cidade da Matola, no presente ano de 2023.
1.4. Objectivos
a) Objectivo geral
Incentivar o uso da excursão geográfica como recurso de ensino e aprendizagem dos rios na
5ª classe;
b) Objectivos específicos
Identificar os fenómenos que dificultam a realização da excursão no ensino e aprendizagem
dos rios na 5ª Classe;
Descrever a importância da excursão geográfica no PEA dos rios na 5ª Classe;
Propor subsídios e estratégias de planificação e realização da excursão geográfica no ensino
aprendizagem dos rios na 5ª classe.
1.5. Hipóteses
a) Hipótese primária
O uso da excursão geográfica pode aumentar a participação activa dos alunos no ensino e
aprendizagem dos rios;
b) Hipóteses secundaria
O uso da excursão geográfica melhora a assimulação do conteúdo dos rios nos alunos;
O uso da excursão geográfica permite relacionar a teoria e a prática;
Durante a minha estadia como estudante de Geografia e professor de Ciências Sociais, verifiquei
que as aulas de Geografia são leccionadas de forma tradicional, ou seja, através dos métodos que
centra as aulas no professor, tornando o aluno como um mero depósito de conteúdo.
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Não se potência o debate sobre os conceitos desta disciplina e aplicação prática no dia-a-dia dos
alunos.
No âmbito académico este trabalho pode servir de fonte de consulta para futuras pesquisas
relacionadas com o tema.
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2.0. Capítulo II: Revisão da Literatura
Este capítulo apresenta a Revisão da literatura, abordando conceitos e teorias pertinentes para
esta pesquisa, dado que constituem suporte para a percepção do contributo da excursão
geográfica no PEA dos rios na 5ª Classe.
A questão em alusão do nosso estudo já foi similarmente abordada por pesquisadores tais como
Maria (2006), António (2015), Joel (2020), Uamusse (2021), Macheque (2021), entre outros,
fazendo como referência os estudos seguintes:
Maria Verónica Francisco Mapatse, buscava contribuir com subsídios que permitissem retornar
as excursões geográficas ao quotidiano escolar, uma vez ter reconhecido a sua ausência e, ao
mesmo tempo a sua importância, na sua dissertação de 2006, intitulada “A excursão no processo
de ensino e aprendizagem da geografia: subsidio para a sua realização no contexto da 10ª classe
na provincia de Sofala, Moçambique”, em conclusão, a autora afirma que a excursão contribui
para a assimulação dos conhecimentos por meio de observação directa de objectos e fenómenos
geográficos no seu próprio meio.
António Manuel Chisseve, que objectivou em fortalecer o papel da excursão geográfica no ensino
das ciências sociais, estudo de caso: Escola de professores do futuro-Gaza, ano 2014, em sua
monografia de 2015, intitulada “O papel da excursão geográfica no ensino das ciências sociais”,
em sua conclusão o autor afirma que a excursão geográfica como recurso didáctico no ensino das
ciências sociais é um método de extrema importância pois, oferece potencialidades formativas
que devem ser levadas em consideração no processo de ensino e aprendizagem e como prática
pedagógica acessível e eficaz.
2.2.1. Aula
Libânio (1994), sobre a aula considera que:
[...] devemos entender a aula como o conjunto dos meios e condições pelos
quais o professor dirige e estimula o processo de ensino em função da actividade
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própria do aluno no processo da aprendizagem escolar, ou seja, a assimilação
consciente e activa dos conteúdos. Em outras palavras, o processo de ensino,
através das aulas, possibilita o encontro entre os alunos e a matéria de ensino,
preparada didacticamente no plano de ensino e nos planos de aula. (p. 45).
Na visão de Santos & Inforsato (2011:81), “a aula, a nosso ver, é o centro do processo
pedagógico, momento organizado para a ocorrência da aprendizagem do aluno por meio das
actividades de ensino.”
Podemos notar que mesmo abordando de forma diferente, os autores consideram a aula como o
momento de encontro entre professor e aluno para ocorrer o processo de ensino e aprendizagem
(PEA). Mas o primeiro foi mais além ao incluir os meios e condições para o professor estimular o
aluno de forma a aprender.
Nesta óptica, para o presente estudo o primeiro autor enquadra-se melhor, porque mais do que ser
local de ocorrência de aprendizagem é importante que haja recurso que irão estimular o aluno
com vista a aprender melhor.
2.2.2. Ensino
De acordo com o Piletti (1991), na sua etimologia a palavra ensinar vem do latim signare, que
significa colocar dentro, gravar no espírito, ensinar é gravar ideias na cabeça do aluno, ensinar é
transmitir conhecimentos. (p. 28-29)
Por sua vez, Libâneo (1994) o "ensino é um processo que se caracteriza pelo desenvolvimento e
transformação progressiva das capacidades intelectuais dos alunos em direcção ao domínio dos
conhecimentos e habilidades e sua aplicação". (p. 79)
Antes de uma análise sumária em alusão do nosso estudo, importa referenciar os pontos de
convergência entre os autores supracitados, dado que ambos se referem ao ensino como um
conceito que consiste em gravar ideias na mente do aluno de modo a permitir que este desenvolva
as suas capacidades intelectuais.
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2.2.3. Aprendizagem
A aprendizagem é uma modificação na disposição ou na capacidade do homem, modificação essa
que pode ser anulada e que não pode ser simplesmente atribuída ao processo de crescimento.
Gagné
A aprendizagem é o processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos,
comportamentos ou valores são adquiridos ou modificados, como resultado de estudo,
experiência, formação, raciocínio e observação, sendo uma das funções mentais mais importantes
em humanos. Piletti (1991, p. 31)
Por sua vez, Nérice (1989) define aprendizagem como sendo um processo de aquisição e
assimilação, mais ou menos consciente, de novos padrões e novas formas de perceber, ser, pensar
e agir, podendo ser progressiva quando se observa uma mudança no comportamento de quem
aprende e é um processo pelo qual se adquire novas formas de comportamento ou se modificam
formas anteriores. (p. 142)
Diante do exposto, percebe-se que os autores convergem no tange ao conceito quando afirmam
que o PEA é uma sequência ou sistema; actividades entre professor e alunos, mas o segundo
autor acrescenta ao apresentar o fim último de PEA, que é desenvolver capacidades cognitivas.
Nesta senda, as duas abordagens se enquadram no objecto desta pesquisa, o PEA é um conjunto
das actividades desenvolvidas pelo professor e aluno de modo que haja simulação de
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conhecimentos e habilidades que os mesmos culminam com a mudança de comportamento ou
atitudes.
De acordo com Nerici (1989) o recurso de ensino é tudo o que o professor trás dentro da sala de
aula com vista facilitar a aprendizagem dos alunos, visando aproximar o aluno da realidade do
que se quer ensinar, dando-lhe noção mais exacta dos factos e fenómenos estudados; motivar e
despertar o interesse dos alunos na aula; facilitar a percepção e compreensão dos factos e
conceitos; concretizar e ilustrar o que está sendo exposto verbalmente (isto é, visualizar ou
concretizar os conteúdos da aprendizagem); aproximar o aluno da realidade; desenvolver a
capacidade de observação; desenvolver a experimentação concreta; economizar esforços para
levar os alunos à compreensão de factos e conceitos; auxiliar a fixação da aprendizagem pela
impressão mais viva e sugestiva que o material pode provocar e dar oportunidade de
manifestação de aptidões e desenvolvimento de habilidades com o manuseio ou construção de
aparelhos por parte dos alunos.
2.2.6. Rio
Segundo Ribeiro (2019), “rio é uma corrente de água natural que se dirige para o mar, para lago
ou para outro rio.”
Por seu turno, na visão Pedro (2014), rio é um curso natural de água que nasce numa área
montanhosa e desagua no mar, em um lago ou em outro rio (afluente).
De acordo com o exposto, nota-se uma concordância dos autores quando afirmam que o rio é um
curso ou corrente de água em constante movimento que desagua as sus águas no oceano, lago ou
no próprio rio.
2.2.7. Excursão
Existe uma variedade de conceitos referentes ao termo “excursão” pelo que na óptica de
Goldsmith (2011) a excursão refere a um conjunto de actividades práticas orientadas para a busca
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de um determinado conhecimento, realizada de maneira sistemática através da realidade empírica
e pela utilização de métodos próprios e técnicas específicas de pesquisa e que os resultados
obtidos venham a ser apresentados de forma peculiar através de relatórios. (p. 1-21).
Por sua vez, Carvalho (1945, p.13) define a excursão como sendo uma “prática didáctica que
permite despertar não somente o interesse pela espacialidade, mas também a aventura da
descoberta de como os elementos estão distribuídos e localizados espacialmente no cenário rural
e urbano.”
Importa referenciar também a visão de Cavalcanti (2006) segundo a qual a excursão é uma
prática que visa a obtenção de dados a respeito de fenómenos que ocorrem no presente, onde as
observações deverão servir para o exame atento dos acontecimentos, fatos e costumes
directamente no local de ocorrência, acompanhando os detalhes dos objectos de estudo, sendo
complementadas pelas entrevistas, obtendo-se maiores subsídios no aprofundamento da análise.
Em alusão do nosso estudo, nos referenciamos á excursão como um meio de obtenção de dados
sobre um fenómeno ou realidade em que os pesquisadores deslocam-se até á localização do
fenómeno a ser observado para se aferir as verdades e conclusões sobre o mesmo, sendo
imperioso que se faça um registo das constatações e relatórios sobre o facto ou fenómeno
observado.
A excursão geográfica não se resume a qualquer viagem realizada por uma turma, classe e/ou
escola. A excursão visa a obtenção e alcance de objectivos previamente traçados pelos
professores.
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De acordo com Mia (2016), as excursões geográficas podem ser classificadas de várias formas,
sendo de acordo com a função didáctica, complexidade e quanto ao papel didáctico ou objectivo.
Quanto a função didáctica, podemos destacar:
Ilustrativa- serve para mostrar ou reforçar os conceitos já vistos em sala de aula. Pode-se,
também, com menor ênfase aplicar habilidades adquiridas;
Indutivas- visam guiar sequencialmente os processos de observação e interpretação, para
que os alunos resolvam um dado problema. O professor é um condutor directo dos
trabalhadores ou se apoia em um guia de actividades.
Motivadoras- visam despertar o interesse dos alunos para um dado problema ou aspecto a
ser estudado;
Treinadoras- visam essencialmente ao aprendizado sequencial de habilidades, em graus
crescentes de complexidade;
Investigativas- propicia aos alunos resolver um determinado problema, ou formular um,
os vários problemas teórico-práticos diferentes.
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As excursões unidiscilpinar são aquelas programadas por professores de uma determinada
disciplina, ou seja, apenas de uma única disciplina;
Por outro lado, as excursões multidisciplinares, realizam-se numa classe, englobando varias
disciplinas, criando a interdisciplinaridade.
Olhando para todos os tipos de excursões geográficas, pode-se afirmar que o objectivo central é a
ligação entre a teoria e a prática. Porque todas elas servem-se das visitas de campo para conciliar
o que foi visto, o que vai ser visto, criar ou resolver problemas de matéria que já foi ou vai ser
aprendido na sala de aula com a prática.
Como já foi referenciado, a excursão geográfica é uma forma de organização de ensino que
permite a visualização de objectos, fenómenos, processos geográficos no seu meio. Ela concretiza
a observação directa, ligando os aspectos abstractos com a realidade.
Salienta Mapatse (2006), salienta que esta forma de organização do ensino permite a organização
directa, complementa os métodos de ensino em geografia e minimiza a carência dos meios do
ensino para uma efectiva realização do processo de ensino e aprendizagem desta disciplina.
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isoladas. É a partir deste processo que o professor pode demonstrar aos seus alunos o
funcionamento de determinados fenómenos/processos que ocorrem na natureza, como o caso de
erosão, formação de precipitação, entre outros.
A disciplina de Geografia deixa de ser uma disciplina “cansativa” quando se faz e/ou tira-se o
proveito das excursões, fazendo com que o aluno não fique preso a sala de aula, fomentando
deste modo a prática do olhar geográfico.
A excursão geográfica, segundo HORTA et all (1985), é uma forma de organização do processo
docente educativo, no qual oferece múltiplas vantagens para vincular a escola com a vida, de por
em contacto o aluno com o meio natural e com o processo de produção material.
Esta actividade também poderá ser entendida como uma forma de organização do processo
docente, possuindo muitas vantagens, servindo de ponte e/ou trampolim entre os conteúdos
aprendidos na sala de aulas e o meio natural. De salientar que este processo deve ser previamente
planificado, envolvendo etapas. Importa referenciar que durante o tempo em que se vai
desenvolvendo a aula de campo, o professor torna-se importante e indispensável, este deverá
situar e explicar as actividades a desenvolver ou desenvolvidas e direccionar o estudante/aluno
para observação de aspectos que estejam dentro dos objectivos preconizados.
Ainda Salienta Mapatse (2006), “destaca que as excursões ajudam a aumentar a expectactiva da
Geografia no seu desenvolvimento como Ciência, pois sendo ela social, não se presta a
experiências
laboratoriais para testar fenómenos e, por isso as excursões servirão para a efectivação das
referidas experiências ao permitir a observação "in loco " de fenómenos no seu ambiente natural”
A observação directa ocorre no meio, "... o meio não é, nem pode ser, apenas objecto de estudo
distante da escola (..). É a sua própria realidade, o seu mundo, 'onde se vive ' e onde a escola
existe, é a sociedade que se deseja transformar…" ( Feltran e Filho, 2003:126)
Isto impulsiona a vontade de manter o contacto directo com ele, a ponto de estimular atitudes de
afecto, valorização e preservação dos recursos à sua volta
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2.5. A organização perfeita das aulas excursivas no estudo dos rios
2.5.1. Planificação
Esta etapa é muito importante visto que o sucesso da excursão depende de uma boa planificação.
Compreendem a esta etapa, todas actividades realizadas antes da execução, ou seja, é nesta etapa
onde o professor organiza o trabalho docente-aluno e cria condições para a excursão.
É nesta etapa também que são definidos os objectivos da excursão, tomando em conta ao
conteúdo. Estes objectivos devem estar em conformidade com alguns factores, como, tipo de
excursão, idade, nível, entre outros. Ainda é nesta fase que o professor realiza uma visita previa
ao local escolhido como forma de criar condições para a realização da excursão. O deslocamento
prévio do professor é de extrema importância visto que este irá verificar as potencialidades que a
região pode oferecer para a realização da visita de estudo.
A partir das constatações feitas pelo professor na prévia visita realizada, este deverá indicar o
material necessário (botas, máquinas fotográficas, esferográficas, blocos de notas, entre outros).
Ainda deve-se elaborar a rota, o guia, os questionários, entrevistas, questionários e inquéritos.
É ainda durante o processo de planificação que o professor deverá explicar aos alunos sobre as
características físico-geográficas e sócio-económicas do local a visitar. Esta é uma forma de fazer
com que os alunos se interessem mais com o local escolhido, procurando deste modo criar um
preparo psicológico neles.
2.5.2. Execução
Esta fase é de realização de toda actividade planificada, ou seja, esta é a parte prática de todo o
processo. É nesta fase onde são desenvolvidas as observações, anotações e recolha de dados e
amostras, realização de entrevistas e questionários. Nesta etapa, a maior parte das actividades são
desenvolvidas pelos alunos, cabendo apenas ao professor e/ou guia a mediação do processo. Cabe
também ao professor esclarecer algumas dúvidas que vão surgindo ao longo deste processo.
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2.5.3. Conclusão e avaliação
Conforme foi dito anteriormente, a excursão geográfica não é apenas a deslocação de um ponto
para o outro, esta envolve todo um processo. Após o regresso, toda a informação recolhida deverá
ser tratada e compilada num relatório. Para além da elaboração do relatório, deverá ser feito uma
avaliação de toda a excursão, os pontos fortes e vantagens e as desvantagens e fracassos. A
ausência de relatório e avaliação, torna a excursão num mero passeio ou viagem.
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3.0. Capítulo III- Metodologia
De acordo com GIL (1999), uma pesquiza quando a natureza ou finalidade pode ser básica e
aplicada.
Desta feita, o presente estudo é básica. que, na óptica de Kerlinger (1980) pode ser definida
como sendo aquela pesquisa em que a meta é a busca do saber, a satisfação de uma necessidade
intelectual pelo conhecimento e busca de actualização de conhecimentos para uma nova tomada
de posição.
Entretanto, em conformidade com a definição supracitada, o nosso estudo não tem nenhum fim
prático, apenas albergar conhecimentos e opiniões que poderão ser úteis na incentivação do uso
do método excursivo nas aulas de geografia.
Segundo GIL (2008), uma pesquisa quanto ao método de abordagem do problema pode ser
dedutiva, indutivo, hipotético-dedutivo, dialéctico e fenomenológico.
De acordo com Nascimento (2016), quanto á abordagem, as pesquisas podem ser qualitativas e
quantitativas. Entretanto, a nossa pesquisa quanto a forma de abordagem do problema é
qualitativa.
A pesquisa qualitativa consiste na interpretação dos fenómenos sem o recurso aos métodos
estatísticos sendo o ambiente natural a fonte directa para a colecta de dados através do
pesquisador para uma posterior análise de forma indutiva (Silva & Meneses, 2001:20).
Com base neste método far-se-á, portanto, uma colecta de dados descritivo, buscando retratar o
maior número possível de elementos existentes na realidade estudada.
Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa é bibliográfica e estudo de caso. Pois, na óptica
do GIL (2002: 44), a técnica bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos.
Com base neste tipo de pesquisa, far-se-á um levantamento bibliográfico sobre o tema
pesquisado, em diversas fontes, consultando-se obras respeitáveis e actualizadas.
Por outro lado, o estudo de caso, segundo Lüdke e André (1999) cit. em Nascimento (2016) trata-
se, como os termos indicam, do estudo de certo caso singular visando descoberta de fenómenos em
determinado contexto. Enfatiza a interpretação de fenómeno específico e busca retratar a realidade de
maneira complexa e profunda.
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De acordo com Gil (2008), este tipo de pesquisa caracterizar-se por centrar-se num caso
específico e visar o aprofundamento de um certo conhecimento sobre um determinado caso
especificamente, permitindo ao pesquisar se fazer presente no local de ocorrência dos factos a
serem estudados. (p. 84)
Embora a não uso da excursão nas aulas de ciências sociais seja um problema geral das escolas
moçambicanas, a atenção do nosso estudo encontra-se devotada ao caso específico da Escola
Primária e Completa de Muhalaze, pelo que o nosso estudo será materializado por conteúdos
inerentes exclusivamente este local.
Por via desta, será possível efectivar uma cuidadosa busca de informações em fontes
bibliográficas patente no referencial teórico deste trabalho com vista descrever a importância da
excursão geográfica no PEA dos rios na 5ª Classe.
Nesta senda, a entrevista será aplicada aos professores e a direcção para a identificação dos
fenómenos que dificultam o uso da excursão no ensino e aprendizagem dos rios na 5ª Classe e
para propor subsídios e estratégias de planificação e realização da excursão geográfica no ensino
aprendizagem dos rios na 5ª classe, embora este último haverá também a contribuição do
pesquisador.
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O processo da análise e discursão dos dados recolhidos através dos instrumentos e técnicas
supracitadas será mediante a aplicação do método de análise de conteúdo, definido por Dias et al
(2015) como sendo um método que permite fazer uma análise de grande número de informações
sumarias e teriam como informação de base a frequência de aparecimento de certas
características de conteúdo ou de correlação entre elas.
Por seu turno nos dados colectados através da entrevista, far-se-á uma leitura de todas as
respostas dadas pelos entrevistados para se fazer uma apreensão das ideias principais, seguido da
identificação das unidades de significado e criação de categorias, convergência das unidades de
significado, interpretação das convergências e das divergências e a interpretação do próprio
discurso numa última fase.
Importa destacar que ainda na análise de dados basear-se-á na técnica estatística que consiste na
sistematização de dados em tabelas e gráficos onde, para facilmente, observar-se os fenómenos
que dificultam o uso da excursão no ensino e aprendizagem dos rios na 5ª Classe bem como as
respostas das propostas dos subsídios e estratégias de planificação e realização da excursão
geográfica no ensino aprendizagem dos rios na 5ª classe.
Localização da escola
3.8.2. Amostra
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Amostra é um subconjunto próprio e finito da população. A selecção da amostra é baseada em
características da população. (RIBEIRO et al., 2007:12)
Desta forma, por entender-se que a população deste estudo seja menor, fará parte da amostra,
todos os 8 (oito) elementos da população.
2023
No Etapas / mês 2022
01 02 0 04 05 06
3
01 Pré-Pesquisa
02 Definição do tema X
04 Pesquisa bibliográfica X
06 Entrega do projecto X
10 Elaboração da conclusão X
11 Ajustes finais X
12 Entrega do TCC X
23
5.0. Orçamento
No Designação Quantidade Custo unitário Total
01 Papel 1Resma 300,00mt 300,00mt
02 Esferográficas 15 10,00mt 150,00mt
03 Corrector 1 30,00mt 30,00mt
04 Fotocópia 30 30,00mt 90,00mt
06 Impressão 100 10,00mt 1000,00mt
07 Encadernação 2 40,00mt 80,00mt
08 Continências 500,00mt 500,00mt
Total 2150,00mt
24
6.0. Referências bibliográficas
Cervo, A. L. & Bervian, P. A. (1983) Metodologia Científica : para uso dos estudantes
universitários. (3ª.ed.). São Paulo.
Feltran, R. C. S & Filho, A. F. (2003). Estudo do meio. 15ª edição. São Paulo: Papirus
Gil, A. C. (1991). Métodos e técnicas de pesquisa social. Atlas Editora, São Paulo.
Gil, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. (5ª ed). Editora Atlas. São Paulo;
Gil, A. C. (2008). Como Elaborar Projectos de Pesquisa. (4. ed.). Atlas Editora. São Paulo;.
Marconi, M. A. Lakatos, E. M. (2010). Metodologia Cientifica. (5ª edição). Editora Atlas. São
Paulo;
Santos, A. R & Inforsato, C. E. (2011). Aula: o acto pedagógico em si. Universidade Estadual
Paulista. São Paulo: Cultura Academia
Vieira, S. (2009). Como elaborar Questionários. 1.ed. editora atlas S.A. São Paulo.
26
7.0. Apêndice
NOTA: O presente inquérito enquadra-se num estudo sobre desafios para o uso da excursão no ensino aprendizagem dos rios
na 5ª Classe, realizado no âmbito de culminação do curso de Licenciatura em Ensino de Geografia, ministrada pela
Universidade Católica de Moçambique.
Com este inquérito pretende-se conhecer os métodos que os professores usam no processo de ensino e aprendizagem dos rios na
5ª classe.
Os dados recolhidos serão anónimos, confidenciais e exclusivamente utilizados para o estudo em questão.
Sexo F M
2. A aplicação desses métodos tem trazido bons resultados? Sim Não muito Não
4. Caso sim, alguma vez já implementou no estudo dos rios? Sim Não
5. De forma geral, o que acha da utilização do método de excursão no processo de ensino e aprendizagem dos rios
na 5ª classe?
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NOTA: A presente entrevista enquadra-se num estudo sobre os desafios para o uso da excursão no ensino
aprendizagem dos rios na 5ª Classe, realizado no âmbito do curso de Licenciatura em Ensino de Geografia,
ministrado pela Universidade Católica
Com esta entrevista pretende-se ficar a conhecer os moldes em que se processam as aulas das ciências
sociais com recurso á excursão e bem como a compreensão do professor sobre a forma como se pode
incentivar o uso permanente, eficiente e eficaz desta técnica no PEA dos rios .
Os dados recolhidos serão anónimos, confidenciais e exclusivamente utilizados para o estudo em questão.
Dados da entrevista
DATA:__________________
DURAÇÃO: _________________
1. Quais são os métodos e técnicas de que se tem servido no seu PEA em Ciências Sociais?
a) Esses métodos e técnicas são eficientes ou tem servido-se de outros métodos alternativos?
2. Tem usado a excursão para ensinar conteúdos de Ciências Sociais?
3. Quais são os fenómenos que dificultam o uso da excursão no processo de ensino e
aprendizagem dos rios na 5ª Classe?
4. Acha que o uso da excursão é importante/vantajoso no PEA dos rios?
a) Porquê?
5. Que acções estratégicas devem ser levadas a cabo para que se use frequentemente e
eficientemente a excursão no meio escolar?
a) Que ganhos se pode esperar após a efectivação dessas acções?
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Apêndice 3: Guião de entrevista ao Director Adjunto Pedagógico da Escola Primária e
Completa de Muhalazi.
NOTA: A presente entrevista enquadra-se num estudo sobre os desafios para o uso da excursão no ensino
aprendizagem dos rios na 5ª Classe, realizado no âmbito do curso de Licenciatura em Ensino de Geografia,
ministrado pela Universidade Católica
Com esta entrevista pretende-se ficar a conhecer os moldes em que se processam as aulas das ciências
sociais com recurso á excursão e bem como a compreensão do professor sobre a forma como se pode
incentivar o uso permanente, eficiente e eficaz desta técnica no PEA dos rios .
Os dados recolhidos serão anónimos, confidenciais e exclusivamente utilizados para o estudo em questão.
Dados da entrevista
DATA:__________________
DURAÇÃO: _________________
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