Didatica de Geografia
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Tema do Trabalho
O Papel da Geografia Escolar na Formação da Cidadania
Docente: Estudante:
Eliseu Almeida Helder Luís Nhabanga
Código: 708195692
Curso: Geografia
Disciplina: Didáctica de Geografia
Ano de Frequência: 3º Ano
Normas APA 6ª
Referências Rigor e coerência das
edição em
Bibliográfica citações/referências 2.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1. Introdução........................................................................................................................4
1.1. Objectivos.....................................................................................................................5
1.1.1. Geral.........................................................................................................................5
1.1.2. Específicos................................................................................................................5
1.2. Metodologias................................................................................................................5
2.1. Geografia......................................................................................................................6
5. Desenvolvimento social.................................................................................................13
8. Conclusão.......................................................................................................................18
9. Referencias Bibliográficas.............................................................................................19
1. Introdução
Embora no discurso da grande maioria dos professores de geografia exista o consenso quanto
à importância da mesma e de seu ensino para a formação da cidadania discente, ainda é
possível detectar práticas eivadas de contradição, persistindo a propagação de posturas
tradicionais, desestimulando a aprendizagem por apoiarem-se em exigências mnemónicas.
A Geografia tem grande importância na formação do cidadão, visto que seu objecto de estudo
é o espaço. Este se constitui como político, cultural, social, como também físico. É, ao mesmo
tempo, concreto e abstracto. É, enfim, dialéctico. Portanto o espaço geográfico pode/deve não
apenas ser visto, como trabalhado como o lugar de vivência, aproximando-se portanto do
aluno e de sua realidade.
Nesta perspectiva, o Papel da Geografia Escolar na Formação da Cidadania é o tema que será
abordado neste trabalho. O presente trabalho está estruturado de forma a facilitar a fornecer
bases sólidas para uma boa percepção do tema em questão. Antes de tudo, na 1ª página da
parte do desenvolvimento do trabalho, desenvolveremos os seguintes conceitos: Geografia;
Geografia escolar; Espaço geográfico; Espaço escolar.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Analisar o Papel da Geografia Escolar na Formação da Cidadania
1.1.2. Específicos
Identificar o Papel do Governo na democratização do ensino em Moçambique;
Mencionar os Paradigmas a observar no PEA de geografia que possam possibilitar o
aluno a construir o seu conhecimento, a pensar, a ser criativo e activo;
Descrever a Importância da transversalidade no PEA de Geografia.
1.2. Metodologias
O presente trabalho realizou com base nas regras de publicação de trabalhos cinéticos da
UCM. Para o desenvolvimento do tema em questão, recorreu-se a leitura de varias obras
literárias, artigos e manuais que abordam assuntos relacionados com o tema, recorreu-se
também ao uso da internet.
2. O Papel da Geografia Escolar na Formação da Cidadania
2.1. Geografia
A palavra Geografia (geo, “Terra”; grafia, “descrição”, “escrita”) foi criada pelo filósofo
grego Eratóstenes no século III a.C. Esse filósofo foi um estudioso da geografia, algo muito
comum na época, quando praticamente todos os sábios ou estudiosos eram filósofos (filo,
“amigo”; Sofia, “saber”, “sabedoria”) e, com frequência, se ocupavam de quase todos os
temas ou assuntos que hoje dividimos entre várias disciplinas distintas. (Arroyo, Buffa, Ester
& Nosella, 2007).
A Geografia é a ciência que estuda, analisa e tenta explicar (conhecer) o espaço produzido
pelo homem e, enquanto matéria de ensino, ela permite que o aluno ‘se perceba como
participante do espaço que estuda’, onde os fenómenos que ali ocorrem são resultados da vida
e do trabalho dos homens e estão inseridos num processo de desenvolvimento (p. 13).
Da reflexão sobre essa relação e sobre o estatuto próprio da Geografia Escolar, decorre o
entendimento de que esta última é construída pelos sujeitos da escola, professores e alunos,
Cavalcanti (2002) afirma que:
A relação entre uma ciência e a matéria de ensino é complexa; ambas formam uma unidade,
mas não são idênticas. A ciência geográfica constitui-se de teorias, conceitos, e métodos
referentes à problemática de seu objecto de investigação. A matéria de ensino de Geografia
corresponde ao conjunto de saberes dessa ciência, e outras que não tem lugar no ensino
fundamental e médio como Astronomia, Economia, (...) convertidos em conteúdos escolares a
partir de uma selecção e de organização daqueles conhecimentos e procedimentos tidos como
necessário à educação geral (p. 2).
A Geografia Escolar tem como perspectiva a apropriação de conteúdos que são elaborados no
campo académico, escolhidos e ressignificados, tendo em vista a formação da cidadania. Isso
ocorre quando as escolas, por meio dos professores, trabalham os conteúdos do arcabouço
teórico dessa ciência que são pertinentes à prática da cidadania e que são transpostos a um
contexto específico, que confere à Geografia Escolar certa propriedade e peculiaridade em sua
abordagem. (Cavalcanti, 2002).
De acordo com Marandola, Holzer & Oliveira (2012), o espaço geográfico somente passa a
existir quando se verifica interacção entre o homem e o meio em que vive, do qual retira o que
lhe é necessário para a sobrevivência, promovendo alterações de suas características originais.
Os autores afirmam que, a forma como as sociedades se relacionam com o espaço vai se
modificando, enquanto sua capacidade de intervenção se acentua e o espaço geográfico torna-
se cada vez mais abrangente, chegando actualmente, a quase se sobrepor a todo o globo. O
espaço geográfico é resultado da relação entre a sociedade e a natureza mediada pelo trabalho
humano. Ou seja, o espaço geográfico é constituído historicamente pela acção humana.
Conforme Rendi (1998), vale destacar que o espaço escolar deve ser acolhedor e
prazeroso, deve trazer a sensação de abrigo que possibilite outras sensações, de autoconfiança,
como o bem-estar. Portanto, Toda relação humana é educativa. Todo contato com criança
deixa marcas que define posições (P. 49).
Para começar, vale conhecer conceitualmente o que é espaço escolar, que consiste no local
onde são realizadas as actividades, também referente ao mobiliário, objectos de decoração e
recursos didácticos. A organização do ambiente escolar reflecte a alma da instituição e o
compromisso com os estudantes. As paredes e demais elementos indicam: o aluno é um
sujeito activo e principal actor na produção e apropriação do conhecimento ou, pelo contrário,
é um receptor passivo das informações (Rendi, 1998).
Esta ideia conviveu com o período em que a FRELIMO, no seu III congresso, decretou a
educação como arma para o povo tomar o poder, concebendo que era através da educação que
se devia construir um Homem Novo, como foi afirmado por Machel (1982):
Segundo Beane & Apple (2000), vale a pena relembrar que a democracia, como princípio
fundamental das relações sociais e políticas, é a base através da qual governamo-nos a nós
próprios, ou seja, pressupõe que cada pessoa tenha competência para agir correctamente na
sociedade e assumir essa responsabilidade (p. 22-28).
Ainda na óptica destes autores, este conceito induz-nos à problemática dos direitos do
indivíduo em relação aos interesses da sociedade em geral, admitindo que este conceito
comporta, em si, vários sentidos, como o de suporte do movimento de defesa dos direitos
civis, de maiores privilégios eleitorais e de protecção do direito da liberdade de expressão,
entre outros.
A qualidade de ensino é tida como um forte valor no Sistema. A qualidade de ensino aparece
como um ideal a ser perseguido. Vê-se em inúmeros artigos a citação da exigência da
qualidade de ensino. Um dos princípios pelos quais o ensino deve ser ministrado é a garantia
de padrões de qualidade. Reforça-se que o dever do Estado com a educação escolar pública
será efectivado mediante a garantia de padrões mínimos de qualidade de ensino. Esses
padrões são definidos como a variedade e quantidades mínimas, por aluno, de insumos
indispensáveis ao desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.
Em relação à formação geral do educando, observa-se uma forte valorização pela Sociedade.
Dá-se destaque à educação inclusiva, à formação profissional, o combate ao analfabetismo e a
garantia de acesso a todos à educação. O Sindicato ressalta também a formação profissional.
Observa-se um incentivo a projectos que, de alguma forma, contemplem o aluno trabalhador.
A qualidade de ensino é proclamada em todos os sectores como sendo o principal alvo a ser
atingido, mas não há clareza no nível de qualidade que se pretende, ou se possa atingir.
Também não se discute o preço desta qualidade. Não se observa propensão por parte dos
agentes envolvidos, tais como Governo, Sindicato, Sociedade e Profissionais de Educação, em
abrir mão de interesses corporativos a fim de atingir essa qualidade. Em toda essa discussão,
pouco se fala do aluno, o qual de certa forma, parece figurar em segundo plano, tentando
colher o pouco que sobra dessa disputa.
A partir dessa concepção, pode-se deduzir que, embora a educação seja um processo
constante na história de todas as sociedades, o processo educativo não é o mesmo em todos os
tempos e em todos os lugares, e se acha vinculado ao projecto de cidadania e de sociedade
que se quer ver emergir por meio desse mesmo processo.
A educação é, portanto, um processo social que se enquadra numa certa concepção de mundo,
concepção esta que estabelece os fins a serem atingidos pelo processo educativo em
concordância com as ideias dominantes numa dada sociedade. A educação não pode ser
entendida de maneira fragmentada, ou como uma abstracção válida para qualquer tempo e
lugar, mas, sim, como uma prática social, situada historicamente, numa determinada
realidade.
Avaliação e Políticas Públicas em Educação apresentam aos seus leitores uma variada gama
de artigos que discutem temas e objectos, os quais envolvem o fenómeno educativo e o meio
social onde esse fenómeno ocorre. Partimos do pressuposto de que a educação exerce forte
influência nas transformações da sociedade. A nosso ver, a educação reforça a capacidade
crítica do indivíduo e atesta o grau de desenvolvimento de uma sociedade. Quanto mais
desenvolvida ela for, mais facilmente se compreenderá o papel da educação.
Também é lícito referir que, em virtude de uma maior capacidade de análise que os seus
cidadãos têm, maior será a transmissão do conhecimento, maior o nível do debate e da
consciência com os deveres e as responsabilidades na defesa e na promoção dos direitos
humanos e sociais (Pinto; Dias, 2018).
5. Desenvolvimento social
O conceito de Desenvolvimento Social surge como uma expansão do entendimento das
dimensões do desenvolvimento, alargando a visão de uma concepção estrita relacionada ao
crescimento económico, para incorporar outros pilares do bem-estar social, sobretudo aqueles
relacionados aos direitos sociais, surgidos na primeira metade do século XX, e posteriormente
positivados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Dentre esses destacam-se a
educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a previdência social, a
protecção à maternidade e à infância, e a assistência aos desamparados. (Callai & Zeni, 2011).
Para isso é importante considerar a forma que a sociedade se estrutura na produção e em suas
vantagens comparativas. Uma vez que a sociedade tenha acesso à moradia, educação,
alimentação e a um nível de lazer relativamente normal, podemos dizer que do ponto de vista
económico, uma sociedade se encontra desenvolvida. (Callai & Zeni, 2011).
No entanto, o aspecto económico não é tudo, ou ao menos não deve ser considerado
isoladamente como outro tipo de circunstância com grande importância na vida das pessoas.
Neste sentido, um critério que se refere ao desenvolvimento social é a qualidade institucional
de uma população. Esta situação garante que haja bens públicos que somente o estado pode
oferecer, como por exemplo, a justiça. Desta forma, este tipo de elemento é cada vez mais
valorizado na hora de considerar a qualidade de vida de um povo. (Callai & Zeni, 2011).
O desenvolvimento social deve ser um dos objectivos principais que a política de um país
deve ter. Para isso, não é apenas importante a tomada de decisões políticas-económicas, mas
também garantir a liberdade aos envolvidos e o desenvolvimento do mercado. De fato,
quando observamos os países com maiores índices de desenvolvimento social, notaremos esta
tendência ao longo do tempo. (Callai & Zeni, 2011).
Este processo tem referencia ao conhecimento científico realizado pela produção da ciência
geográfica e, na contrapartida com o conhecimento do quotidiano, pode ser elaborado o
conhecimento geográfico disciplinar, que e o trabalhado na escola. E neste âmbito se insere a
questão da cidadania que tem assumido relevância nas discussões sobre a escola e educação.
De acordo com Callai & Zeni (2011), a educação geográfica para a formação cidadã, aqui
abordada na proposição de educação e cidadania no estudo da geografia, objectiva fazer a
reflexão a respeito dos subsídios ao ensino da geografia escolar na educação básica brasileira
para a construção da cidadania (p. 70).
Como base para interpretação da educação geográfica e formação para a cidadania, considera-
se o trabalho escolar na construção de conceitos, como aspecto essencial no desenvolvimento
da aprendizagem. Os conceitos permitem fazer generalizações com o desenvolvimento do
pensamento abstracto, o que permite ver o mundo não apenas como um conjunto de coisas,
mas fazendo teorizações abstraindo dos fragmentos (que são os conteúdos) através de
operações intelectuais. (Callai & Zeni, 2011).
Esse processo requer que seja possibilitado ao aluno as condições para fazer a teorização, o
que pode ser realizado através do confronto dos conceitos quotidianos e dos conceitos
científicos, produzindo os processos de abstracção de modo que ao fazer as generalizações ele
tenha ferramentas intelectuais para aprender a geografia. (Callai & Zeni, 2011).
Os temas da geografia escolar tem sido apresentados na escola, através de recortes de espaços
fragmentados que levam a constituirmos a ideia de fenómenos isolados. E, por isso, as aulas
de geografia compõem um rol de assuntos que tem as explicações artificializadas e
naturalizadas como se o espaço geográfico não tivesse a dimensão do trabalho humano, que e
historicamente produzido e esta localizado nos lugares específicos. (Callai & Zeni, 2011).
Essa situação remete a um ensino pragmático em que os conteúdos devem ser memorizados, o
que dificulta a elaboração da reflexão de modo a dar significado ao aprendido, ou melhor,
aquilo que e transmitido nas aulas. O desafio e, então, como superar a fragmentação dos
conteúdos de modo a não abandona-los, mas para que sirvam de possibilidade para a
construção dos conceitos no contexto da aprendizagem. (Callai & Zeni, 2011).
Cada escola tem a autonomia de incluir dentro desta proposta do governo outros assuntos que
considerarem relevantes para o aprendizado dos estudantes. Porém, os temas transversais que
fazem parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) devem estar presentes no plano de
ensino durante toda a educação básica. (Yus, 1998).
Segundo o autor, sendo assim, a aplicação dos temas transversais na educação está
directamente relacionada com questões e aprendizados essenciais para a formação integral dos
alunos, visando oferecer a todos os estudantes do país uma base sólida. Os temas transversais
na educação não estão relacionados a nenhuma disciplina específica, como mencionamos no
início. Sendo assim, não há uma forma considerada correta de aplicar esse conceito no dia-a-
dia dos estudantes.
Porém, podemos dizer que esse trabalho acontece por meio de uma parceria entre a família e a
escola. Isso ocorre porque vários conceitos e valores propostos pelos temas transversais
devem ser repassados para as crianças em casa, antes mesmo do ingresso na Educação
Infantil. Claro que esse é um processo inicial, e somente com o desenvolvimento do aluno e o
reforço contínuo desses conceitos é que o jovem conseguirá internalizá-los, fazendo parte do
seu perfil como cidadão. Essa parceria, porém, deve se estender durante toda a formação do
aluno, sendo essencial para que o aprendizado seja significativo. (Yus, 1998).
O autor salienta ainda que, a escola é o espaço em que os temas transversais são representados
pelos valores repassados pelas famílias, que serão ampliados dentro de um contexto
educacional e social, e o papel dos professores e alunos também precisa passar por uma
transformação. (Yus, 1998).
Neste contexto, é pela educação que o povo moçambicano se apropria e se apropriará dos
instrumentos necessários para conhecer, analisar, apreender e compreender o mundo e o poder
de transformar a natureza em seu benefício. É a educação o instrumento principal para formar
o Homem Novo, o Homem liberto das ideias velhas, da mentalidade adulterada pela ideologia
colonial-capitalista e tribal-feudal. O Homem formado na prática socialista.
Logo, qualidade de Ensino representa o nível de ensino ministrado nas escolas. Incluindo
principalmente a adequação do conteúdo. Metodologias de ensino. Competência dos
professores, gestores e funcionários das escolas e recursos físicos adequados e favoráveis à
aprendizagem. O termo desenvolvimento social se refere à circunstância onde
uma sociedade adquire melhores condições de vida de maneira sustentável.
Bom Meihy, José Carlos S (1996). Manual de História Oral. São Paulo: Loyola.
Borges, Vilmar José (2001). Mapeando a Geografia Escolar: identidades, saberes e práticas.
Uberlândia-MG: Universidade Federal de Uberlândia. (Dissertação de Mestrado).
Callai, H.C. & Zeni, B. Sch (2011). A importância do lugar: construindo cidadania na fábula
perversa do globalitarismo de Milton Santos. Teoria & Sociedade. Vol. 19, N° 1,
p.62-75.
Marandola JR, E.; Holzer, W.; Oliveira, L (2012). Qual espaço do lugar? Geografia,
epistemologia, fenomenologia. São Paulo: Perspectiva. (orgs.).
Rendi, Euclides (1998). O espaço e o tempo da criança: se der tempo a gente brinca. Porto
Alegre: Mediação.
Yus, Rafael (1998). Temas Transversais: em busca de uma nova escola. Porto Alegre:
ArtMed.