Sintese - A Dialética Como Lógica e Teoria Do Donhecimento - Kopnin
Sintese - A Dialética Como Lógica e Teoria Do Donhecimento - Kopnin
Sintese - A Dialética Como Lógica e Teoria Do Donhecimento - Kopnin
Prefacio:
Koplin debruçou-se sobre os problemas da dialética como lógica e teoria do
conhecimento.
Koplin defende a tese da eficiência e produtividade da metodologia marxista-
leninista, da lógica dialética que seria o mais importante componente de uma concepção
filosófica do mundo.
P. 10 – “Entendida como lógica dialética, a dialética é dotada de imensas
potencialidades metodológicas e heurísticas. A lógica dialética não surge para substituir
a lógica formal; ambas estudam o processo de pensamento e conhecimento em aspectos
diversos de posições diferentes”.
P. 91 – O conceito de método
“Todo método compreende o conhecimento das leis objetivas” [...] “tona-se métodos os
procedimentos que nelas (nas leis) se baseiam e servem para a sucessiva interpretação e
transformação da realidade, para a obtenção de novos resultados”.
“O método é heurístico, reflete as leis do mundo objetivo sob a ótica do procedimento que o
homem deve adotar para obter novos resultados no conhecimento e na prática. As vezes se
absolutiza esse lado subjetivo do método e então ele é interpretado como um conjunto de
procedimentos desvinculados do mundo objetivo.”
Precisão = apreciação das ações do homem (não se comparam ao objeto, mas sim às regras
estabelecidas)
A unidade entre o sistema e o método tem caráter dialético. Por um lado, nenhum sistema de
conhecimento se realiza plenamente no método, aquele é por conteúdo mais rico que este. Por
outro lado, o método que surge com base no sistema ultrapassa-lhe forçosamente os limites ao
desenvolver-se, leva à mudança do velho sistema de conhecimento e à criação de um novo.
Na medida em que o método se baseia num sistema teórico objetivo-verdadeiro, ele não pode,
em essência, ser incorreto. Incorreta pode ser a aplicação prática desse método pelo sujeito,
sobretudo a extensão do seu campo de ação além dos limites do objeto cujas leis se refletem no
sistema teórico que serve de base a dado método.
“Entendemos por método um meio de atividade do homem em que se unem num todo as
leis objetivas interpretadas com o fim voltado para a apreensão do objeto e a sua
transformação.”
p. 97 – “Para os nossos fins, importa a divisão dos métodos de conhecimento em dois grandes
grupos: métodos filosóficos e métodos especiais. Tomamos por base dessa divisão os sistemas
teóricos (conceitos, leis) de onde surgem os métodos. O conhecimento filosófico tem o seu
objeto, as categorias que o refletem e, consequentemente, o seu método.
Método metafísico: “Houve época em que o nível em que se encontrava a ciência lhe permitia
ser aplicado em toda parte.”
“Ao caracterizar o método metafísico e as condições da ciência que o geraram e o tornaram
universal, F. Engels escreveu : "A desintegração da natureza em partes isoladas, a divisão de
diversos processos e objetos da natureza em classes determinadas, o estudo da estrutura interior
dos corpos orgânicos segundo suas variadas formas, tudo isso constituiu a condição
fundamental dos êxitos gigantescos que nos últimos quatrocentos anos foram alcançados no
campo do conhecimento da natureza. Mas aquele mesmo método de estudo nos legou, ao
mesmo tempo, o hábito de examinar as coisas e processos em seu isolamento, fora da grande
relação geral que há entre eles, a examiná-los não em movimento mas em estado de
imobilidade, não como essencialmente mutáveis mas como eternamente imutáveis, não vivos
mas inertes. Transferido das ciências naturais para a filosofia por Bacon e Locke, esse método
de interpretação criou uma restrição característica dos últimos séculos: o método metafísico de
pensamento".
“A dialética marxista não serve a si mesma nem é necessária à sua autojustificação; ela é
um método de aquisição da verdade objetiva e está subordinada à tarefa de representar as
leis da natureza e da vida social tais quais elas existem na realidade.”
“Na filosofia burguesa, reduz-se amiúde o método filosófico de conhecimento científico a três
momentos: indução, dedução e verificação da teoria no experimento.”
100- “As leis da dialética materialista explicam o conhecimento como sendo um processo em
desenvolvimento”
O método filosófico surge como generalização de todos os outros métodos,· não se iguala a
nenhum destes mas incorpora dos mesmos a bagagem da mesma forma que o universal
absorve o particular e o singular. Em termos genéticos, o processo de desenvolvimento vai
dos métodos especiais ao filosófico. Aqui, como em toda parte, o processo evolui do singular
ao universal através do particular. No entanto isto ocorre não por meio da transformação de
um método especial (ou de métodos especiais) no filosófico. Este surge independentemente,
mas levando em conta os resultados dos métodos especiais.
p. 100/101 – “A correta relação entre os métodos filosófico e especiais pressupõe que o método
filosófico é irredutível aos métodos especiais, assim como não se pode considerar o método
especial como sendo refratário, como forma de manifestação do filosófico. A dialética
materialista não é uma soma de métodos especiais seja qual for a forma em que estes se
manifestem; ela elabora suas categorias em cujos limites dá-se o movimento do pensamento. O
centro para o qual se volta o método de conhecimento é a teoria científica e o modo de seu
funcionamento, a construção e o desenvolvimento.”
p. 101 – “Se atentarmos para a história da evolução do método filosófico, veremos que ele foi
elaborado, por um lado, mediante a obliteração das pretensões ao absoluto que se verificavam
nos métodos baseados no conhecimento das leis dos aspectos isolados dos fenômenos da
realidade objetiva, e, por outro, da formação dos princípios gerais do movimento do
conhecimento no sentido da criação de uma teoria concreta. As principais intenções dos
filósofos dos séculos XVII-XVIII eram a procura de um novo método cuja aplicação permitisse
atingir o domínio sobre a natureza; fazer descobertas científicas.”
P. 103 - A dialética é o conteúdo interior do objeto e não algo exterior a este. O método
hegeliano é o método filosófico, construído com base no sistema de conhecimento filosófico e
não por meio da transformação de um método especialmente científico em método universal ;
ao perderem sua desmedida pretensão, os métodos especiais passam a ocupar o seu devido
lugar. O marxismo deu continuidade e desenvolveu essa concepção da diferença entre o método
filosófico e os métodos das ciências especiais, reconhecendo ao mesmo tempo a estreita relação
de reciprocidade entre o primeiro e o segundo. Abordaremos detalhadamente a concepção
marxista do método filosófico.
2. interação prática entre sujeito e objeto. O sujeito que conhece vai refletir no seu pensamento
o desenvolvimento e as possibilidades do objeto. Vai passar do simples para o complexo. Do
abstrato para o concreto.
O que é dialética – como um método de produção científica, método de pensar as coisas. Uma
lógica para pensar as coisas. Que dependem das leis básicas e leis não básicas.
Método no sentido ser uma forma de pensar as coisas, instrumento para pensar as coisas e
metodologia como questões mais procedimentais (o que eu faço para apreender essas múltiplas
determinações de um objeto para chegar a sua essência). Ao mesmo tempo que são processos
diferentes, são processos interdependentes. Relação forma e conteúdo é fundamental.
Lei para a ciência: algo que já faz parte do universal. Algo que está consolidado. Uma categoria,
um conceito é uma lei. As
Universal, particular e singular: exemplo da fruta. (banana, maçã são frutas. Fruta é um conceito
universal que vai abarcar um monte de elementos que se classifica como fruta). Singular seria
uma fruta específica (o que caracteriza uma fruta específica). A particularidade faz a relação
entre os diferentes objetos.
Toda pesquisa está no campo da particularidade. Precisa estabelecer a relação entre o universal
e o particular. E o que nos permite a busca pelo conjunto de relações de determinações é a
particularidade.
Relação sujeito x objeto: o método da dialética exige uma organicidade entre sujeito e objeto.
Toda relação objetiva concreta, provoca uma objetividade. Provoca uma forma de pensar, de
reproduzir isso na consciência.
movimento do pensamento como uma transição do fenômeno para a essência. (não como um
processo linear, mas como processo de aproximação do sujeito e do objeto. Entendendo que o
conhecimento como processo inclui erros, ambivalências, desvio da essência, etc.)
Dualidade entre materialismo histórico e materialismo dialético: Lenin teria absorvido essa divisão
de outro teórico Russo, contudo essa dualidade não tem respaldo nas análises marxianas. Marx
desenvolve seu pensamento dialético-materialista na análise da história humana.
“Uma das contribuições de Marx para o pensamento social está no exercício dialético materialista,
desenvolvido por meio do estudo dos fenômenos sociais com os quais conviveu. Essa dialética
significa que a sociedade é formada por sistemas inter-relacionados e contraditórios de redes sociais
complexas e que, em última instância, as relações econômicas desempenham um papel fundamental
dentro delas. Isso nos permite concluir que a separação entre o materialismo histórico e o dialético
não faz sentido, uma vez que o materialismo dialético de Marx deriva de sua compreensão dos
processos históricos.
A lógica formal - ciência que estuda as leis da relação entre premissas e conclusões (principal
representante: Aristóteles). Kopnin (1983) aponta que a lógica formal estuda as maneiras pelas quais
um juízo é deduzido de outro, ou seja, o arcabouço e a estrutura do conhecimento já formado com
base em certas leis.
A lógica dialética foi desenvolvida por Hegel. Ele faz da contradição a chave de seu sistema lógico.
Para Kopnin: “A missão da lógica dialética é mostrar o funcionamento das leis da dialética no
processo de apreensão da verdade objetiva” (1983, p. 80). Disto se segue que o pensamento é um
processo cujo movimento em direção à verdade obedece a desenvolvimentos lógicos de interação
com o mundo material.
a diferença entre o objeto e suas cópias mentais (conhecimento, projetos, avaliações do sujeito) se
manifesta no fato de que as cópias mentais não contêm as propriedades do objeto, eles apenas os
reproduzem por meio de processos de abstração.
A forma como o objeto existe no pensamento depende do sujeito, da situação que o homem ocupa na
sociedade.
toda relação sujeito-objeto é sempre mediada pela práxis social e que toda representação mental do
objeto necessariamente incorpora sua subjetividade e experiência vital;
Compreender a educação como atividade dos sujeitos envolvidos...cada sujeito é um ser com
capacidades práticas e que interage com os outros, simultaneamente, como sujeito individual e como
sujeito coletivo. ]