Decreto N.º 58 07, de 13 de Julho Consessão de Terrenos
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Decreto N.º 58 07, de 13 de Julho Consessão de Terrenos
º 58/07, de 13 de Julho
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Tendo em conta que a Lei n.º 9/04, de 9 de Novembro Lei de Terras, decidiu as bases gerais do
regime jurídico das terras integradas na propriedade originária do Estado, os direitos fundiários que
sobre estas podem recair e o regime geral de transmissão, constituição, exercício e extinção desses
direitos;
Nos termos das disposições combinadas da alínea d) do artigo 112.º e do artigo 113.º, ambos da
Lei Constitucional, o Governo decreta o seguinte:
ARTIGO 1.º
(Aprovação)
É aprovado o Regulamento Geral de Concessão de Terrenos, anexo ao presente decreto e que dele
faz parte integrante.
ARTIGO 2.º
(Direito subsidiário)
São subsidiariamente aplicáveis, na medida em que sejam conformes com o disposto na Lei de
Terras e no presente regulamento:
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ARTIGO 3.º
(Remissões)
ARTIGO 4.º
(Diplomas complementares)
ARTIGO 5.º
ARTIGO 6.º
(Dúvidas e omissões)
ARTIGO 7.º
(Entrada em vigor)
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Visto e aprovado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos 23 de Agosto de 2006.
Publique-se.
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REGULAMENTO GERAL DE CONCESSÃO DE TERRENOS
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
ARTIGO 1.º
(Objecto e fim)
2. O regulamento define a disciplina jurídica das concessões de terrenos livres, mas os terrenos que
constituem propriedade particular estão sob disciplina da lei civil.
3. O regulamento visa, nomeadamente, concretizar as bases gerais do regime jurídico das terras
integradas na propriedade originária do Estado, definir o processo de concessão, reconhecimento,
transmissão, exercício e extinção se direitos fundiários sobre essas terras, assegurar a necessária
publicidade aos factos jurídicos que determinem a constituição, o reconhecimento, a aquisição ou
a modificação desses direitos e à situação jurídica dos respectivos titulares e garantir a segurança
do comércio jurídico.
ARTIGO 2.º
2. São admitidas as práticas decorrentes dos usos e costumes vigentes em zonas geográficas
circunscritas, contanto que tais práticas não sejam contrárias à legislação em vigor,
designadamente à Lei n.º 9/04, de 9 de Novembro e ao regulamento.
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ARTIGO 3.º
1. O regime jurídico definido pelo regulamento é aplicável a toda a pessoa singular ou pessoa
colectiva de direito público ou de direito privado em benefício de quem o Estado constitua, nos
termos da Lei n.º 9/04, de 9 de Novembro, algum ou alguns dos direitos fundiários nela previstos.
2. Além das condições ou restrições estabelecidas na Lei n.º 9/04, de 9 de Novembro e em legislação
especial, as entidades que não possuam a nacionalidade angolana devem declarar expressamente
que se submetem às leis, autoridades e tribunais angolanos e que renunciam em eventuais litígios
relacionados com a concessão, a qualquer foro ou processo judiciário estrangeiro.
ARTIGO 4.º
(Terrenos excluídos)
Ficam excluídos do âmbito de aplicação do regulamento os terrenos que não possam ser objecto
de direitos privados, nomeadamente os terrenos integrados no domínio público do Estado e os que,
pela sua natureza, não sejam susceptíveis de apropriação individual.
ARTIGO 5.º
1. Os particulares têm o direito a ser informados pelos serviços competentes, sempre que o
requeiram, sobre o andamento dos processos em que sejam directamente interessados e as
decisões definitivas que sobre eles forem tomadas.
3. Os serviços competentes devem notificar os interessados, por escrito, das decisões que profiram
sobre os requerimentos apresentados, devendo ainda fundamentar a decisão pela, qual indefiram
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os referidos requerimentos e qualquer outra decisão susceptível de causar consequências adversas
aos requerentes.
4. Sem prejuízo do disposto no número anterior, os requerentes podem, nos termos gerais de
direito, deduzir reclamação e interpor recurso administrativo das referidas decisões.
ARTIGO 6.º
2. Os prazos para a impugnação dos actos administrativos por meio de reclamação, de recurso
hierárquico ou de recurso contencioso são os previstos na Lei n.º 2/94, de 14 de Janeiro e no
Decreto-Lei n.º 16-A/95, de 15 de Dezembro.
3: O prazo para qualquer resposta conta-se sempre da notificação do acto a que se responde.
5. Quando o prazo para a prática de determinado acto terminar em dia em que os serviços
competentes estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil seguinte.
ARTIGO 7.º
2. Salvo disposição em contrário, o prazo é prorrogável por uma vez e por igual período.
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CAPÍTULO II
Terrenos em Geral
SECÇÃO I
Disposições Gerais
ARTIGO 8.º
Os terrenos podem distinguir-se em terrenos do domínio público do Estado e das autarquias locais,
terrenos do que domínio privado, terrenos comunitários e terrenos de propriedade privada.
ARTIGO 9.º
1. Não podem adquirir-se, por usucapião ou acessão imobiliária, quaisquer direitos sobre terrenos
do domínio público e do domínio privado do Estado.
2. Não podem adquirir-se por usucapião quaisquer direitos sobre os terrenos integrados no
domínio das comunidades rurais.
ARTIGO 10.º
1. Salvo se outra for a solução especialmente consignada na lei, a ninguém é permitido ocupar e
explorar terrenos do Estado, sem que previamente obtenha deste a necessária autorização ou
concessão.
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b) Utilizá-los na construção de edifícios para a instalação de serviços públicos e habitação do
respectivo pessoal;
SECÇÃO II
Domínio Público
ARTIGO 11.º
1. Pertencem ao domínio público do Estado os terrenos como tais considerados por lei e sujeitos
ao respectivo regime jurídico.
2. Os terrenos integrados no domínio público são propriedade do Estado e como tal, são
inalienáveis imprescritíveis e impenhoráveis.
5. Os terrenos integrados no domínio público do Estado, cuja natureza o consinta, podem ser
concedidos por este às autarquias locais para gestão autónoma.
6. Os terrenos de domínio público podem, por diploma do Conselho de Ministros, vir a ser
integrados no domínio privado do Estado, embora sujeitos ao regime especial que esse diploma
fixar.
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ARTIGO 12.º
O regime dos terrenos integrados no domínio público do Estado é aplicável, com as necessárias
adaptações, aos terrenos do domínio público autárquico, sem prejuízo, porém, das normas que o
regulamento mande especialmente aplicar a este domínio.
SECÇÃO III
Domínio Privado
ARTIGO 13.º
2. O Conselho de Ministros pode autorizar a transmissão, para as autarquias locais, de direitos sobre
terrenos integrados no domínio privado do Estado.
3. O Estado não pode transmitir a pessoas singulares ou a pessoas colectivas de direito privado o
direito de propriedade sobre terrenos rurais integrados no seu domínio privado.
ARTIGO 14.º
Os terrenos sujeitos ao regime de propriedade privada podem ser adquiridos para determinados
fins pelo Estado, passando a integrar-se no seu domínio público ou privado, conforme o fim a que
forem afectados.
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SECÇÃO IV
Terrenos Comunitários
ARTIGO 15.º
(Âmbito)
1. Os terrenos rurais comunitários são os terrenos ocupados por famílias das comunidades rurais
locais e utilizados por estas, segundo o costume relativo ao uso da terra, para sua habitação,
exercício da sua actividade ou para outros fins reconhecidos pelo costume ou pela lei.
ARTIGO 16.º
A delimitação das áreas dos terrenos rurais comunitários deve ser precedida da audição das
autoridades administrativas das famílias que integram as comunidades rurais e das instituições do
poder tradicional existentes no lugar da situação daqueles terrenos.
ARTIGO 17.º
O aproveitamento dos terrenos rurais comunitários deve ser feito segundo o regime do domínio
útil consuetudinário.
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ARTIGO 18.º
(Título de reconhecimento)
1. O reconhecimento da ocupação, posse e dos direitos de uso e fruição dos terrenos rurais
comunitários é feito em título emitido pela autoridade competente e mediante prévia audição das
instituições do poder tradicional existentes no lugar da situação desses terrenos.
3.As instituições do poder tradicional que representam cada comunidade rural local são designadas
em conformidade com os costumes vigentes nessa comunidade.
ARTIGO 19.º
(Indisponibilidade)
Sem prejuízo das normas relativas à sua desafectação e concessão, os terrenos rurais comunitários,
enquanto sujeitos ao regime do domínio útil consuetudinário, não podem ser objecto de concessão.
SECÇÃO V
Propriedade Privada
ARTIGO 20.º
(Propriedade privada)
1. Consideram-se sujeitos ao regime de propriedade privada os terrenos sobre os quais tenha sido
constituído definitivamente um direito de propriedade por outrem que não as pessoas colectivas
de direito público.
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ARTIGO 21.º
(Expropriações e requisições)
1. Os terrenos sobre os quais tenha sido constituído um direito de propriedade privada podem, nos
casos previstos na lei, ser objecto de expropriação por utilidade pública ou de requisição
temporária.
2. Havendo expropriação por utilidade pública ou requisição dos terrenos a que se refere a presente
secção, é sempre devida indemnização justa e adequada ao proprietário e aos titulares de outros
direitos fundiários afectados.
CAPÍTULO III
Reservas
ARTIGO 22.º
(Definição)
ARTIGO 23.º
(Objecto)
2. A inclusão de terrenos do domínio público do Estado nas reservas far-se-á sem prejuízo dó regime
especial a que devem estar sujeitos.
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ARTIGO 24.º
ARTIGO 25.º
(Delimitação de reservas)
ARTIGO 26.º
2. As reservas totais têm por objectivo principal a protecção da natureza, a defesa e segurança
nacionais, a preservação de monumentos ou de locais históricos e a promoção do povoamento ou
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do repovoamento, nelas não sendo permitido qualquer uso ou ocupação, salvo o que se refira à
sua conservação ou exploração para efeitos científicos ou outros fins de interesse público previstos
no respectivo diploma constitutivo.
3. Dizem-se parciais as reservas em que só são permitidas as formas de uso ou ocupação que não
colidam com os fins de utilidade pública que determinaram à sua constituição.
ARTIGO 27.º
j) a defesa florestal;
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ARTIGO 28.º
1. A inclusão, total ou parcial, nas reservas, de terrenos sujeitos ao regime de propriedade privada
ou de terrenos sobre os quais o Estado haja constituído direitos fundiários a favor de particulares
só pode ser efectuada através de expropriação por utilidade pública ou pela constituição de
servidões administrativas.
2. O diploma que decretar a constituição de uma reserva deve fixar as expropriações a efectuar e
as restrições a estabelecer.
ARTIGO 29.º
(Coexistência de reservas)
Quando os seus fins forem compatíveis, as reservas podem, coexistir segundo as formas de
conjugação indicadas nos diplomas que as constituírem.
ARTIGO 30.º
3. A participação nas sociedades de economia mista não será inferior a 30% do valor da
indemnização, cabendo ao expropriado ou ao titular do direito fundiário afectado o direito de
receber o remanescente em numerário.
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4. A justa indemnização referida no n.º 2 visa ressarcir o prejuízo que para o titular do direito
fundiário advém da constituição da reserva, correspondente ao valor real e corrente do terreno de
acordo com o seu destino efectivo ou possível numa utilização económica normal uma situação
normal de mercado, à data da publicação do correspondente decreto-lei, tendo em consideração
as circunstâncias e condições de facto existentes naquela data.
b) de obras ou empreendimentos públicos concluídos há menos de cinco anos, no caso de não ter
sido liquidado encargo de mais-valia e na medida deste;
ARTIGO 31.º
b) haja decorrido o prazo fixado nos respectivos diplomas que as criaram, sem que tenham sido
definitivamente constituídas.
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CAPÍTULO IV
SECÇÃO I
Disposições Gerais
SUBSECÇÃO I
Condições Gerais
ARTIGO 32.º
1. As condições de ocupação de terrenos urbanos serão as fixadas nos planos urbanísticos ou, na
falta destes, em instrumentos de ordenamento do território a estabelecer para cada caso, pelos
serviços competentes.
2. Nas áreas suburbanas sem condições especificadas nos planos ou instrumentos referidos no
número anterior poderão ser permitidas instalações comerciais e industriais que, pela sua natureza,
não convenha integrar nos núcleos urbanos.
3. Para os efeitos do disposto no n.º 2, só serão permitidas as instalações indicadas pelo Instituto
Nacional de Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano.
ARTIGO 33.º
Os terrenos rurais devem ser destinados a utilização adequada às suas capacidades de uso e
aptidão.
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ARTIGO 34.º
2. Os terrenos das reservas parciais só são concedíveis para os fins especiais para que tenha sido
constituídas.
SUBSECÇÃO II
Formas de Disposição
ARTIGO 35.º
b) aquisição forçada do domínio directo por parte do enfiteuta, operando-se essa transmissão
coactiva através do acordo das panes ou de venda judicial mediante o exercício do direito
potestativo do foreiro integrado por decisão judicial;
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2. Os terrenos que se destinem a ser utilizados em anexação com outros que lá tenham sido objecto
de disposição serão atribuídos por título da mesma natureza e sujeitos às mesmas condições.
ARTIGO 36.º
b) as pequenas parcelas de terreno insuficientes para construção regular confinantes com terreno
pertencente ao requerente em regime de propriedade perfeita e que não possam aproveitar a
qualquer outro proprietário ou concessionário confinante;
2. Não pode ser transmitido a pessoas singulares ou a pessoas colectivas de direito privado o direito
de propriedade sobre terrenos rurais integrados, quer no domínio público do Estado, quer no seu
domínio privado.
ARTIGO 37.º
São concedíveis, por aforamento, os terrenos rurais e urbanos do Estado ou das autarquias locais.
ARTIGO 38.º
O contrato de concessão pelo qual se constitua um direito de superfície pode ter por objecto
terrenos rurais ou urbanos integrados no domínio privado do Estado ou das autarquias locais.
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ARTIGO 39.º
1. São concedíveis, por arrendamento, os terrenos rurais e urbanos integrados no domínio privado
do Estado ou das autarquias locais e os terrenos do domínio público cuja natureza o permita.
2. Podem ser usados ou ocupados a título precário, mediante contrato, de arrendamento celebrado
com a entidade legalmente competente, nomeadamente:
c) Quaisquer outros terrenos necessários para a consecução de fins específicos, sempre que a
duração da ocupação prevista não justifique outro tipo de disposição.
ARTIGO 40.º
1. Os terrenos ocupados ou a ocupar para fins de interesse público serão reservados para o Estado
e podem, por determinação do Governo, ser entregues aos serviços públicos interessados,
incluindo os dotados de personalidade jurídica, para que estes os possam utilizar de acordo com a
sua destinação especial.
2. A ocupação por terceiros, a título gratuito ou oneroso, dos terrenos referidos no número anterior
é sempre precária e depende de autorização especial do Governo.
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SUBSECÇÃO III
ARTIGO 41.º
1. O limite máximo das áreas de terrenos urbanos que qualquer pessoa singular ou colectiva pode
ter por contrato de concessão é de dois hectares nas áreas urbanas e cinco hectares nas áreas
suburbanas.
ARTIGO 42.º
1. A área dos terrenos rurais que qualquer pessoa singular ou colectiva pode ter por contrato de
concessão não pode ser inferior a dois hectares nem superior a 10 000 hectares.
ARTIGO 43.º
1. Para os efeitos dos artigos 41.º e 42.º adicionam-se as áreas dos terrenos concedidos aos
cônjuges, seja qual for o regime de bens, e aos filhos incapazes.
2. O disposto no número anterior é aplicável, com as devidas adaptações, aos companheiros que
vivam em união de facto e aos seus filhos incapazes.
3. Não se consideram pessoas diferentes das sociedades em nome colectivo ou das sociedades por
quotas de responsabilidade limitada, os sócios cuja comparticipação no capital seja superior a 50%.
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ARTIGO 44.º
1. A área susceptível de ocupação a título preçário, mediante arrendamento, não pode exceder
para cada contrato celebrado com a mesma pessoa singular ou colectiva um hectare para a
exploração de pedreira ou meio hectare para outros fins.
2. Os limites fixados no número anterior podem ser ultrapassados quando o interesse do Estado o
justifique.
ARTIGO 45.º
Nos casos mencionados no n.º 2 do artigo 41.º e no n.º 2 do artigo 42.º, só em casos considerados
de interesse para o Estado pode ser excepcionalmente autorizada a constituição ou transmissão de
direitos fundiários sobre terrenos de áreas superiores às legalmente fixadas, mediante contrato
especial e nas condições julgadas convenientes para cada caso.
ARTIGO 46.º
(Concessões sucessivas)
1. A concessão sucessiva, até aos limites previstos nos artigos anteriores, de novas parcelas de
terrenos a favor de pessoa singular ou colectiva, a quem o Estado ou as autarquias locais hajam
anteriormente atribuído algum dos direitos fundiários legalmente previstos, é sempre
condicionada pela prova do aproveitamento útil e efectivo dos terrenos concedidos.
2. Esta restrição não é aplicável aos casos previstos no artigo 45.º, nem às concessões a favor das
pessoas colectivas de direito público, empresas públicas e institutos públicos personalizados.
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ARTIGO 47.º
(Concessões gratuitas)
a) as autarquias locais;
b) as famílias que integram as comunidades rurais, no que toca ao domínio útil consuetudinário dos
terrenos rurais comunitários por elas ocupados e aproveitados de forma útil e efectiva segundo o
costume;
SECÇÃO II
SUBSECÇÃO I
Venda
ARTIGO 48.º
(Modalidade)
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2. A realização da venda de terrenos pode ainda ser adjudicada a empresas com experiência neste
tipo de actividade, sendo os respectivos serviços contratados após a abertura de concurso público.
ARTIGO 49.º
(Publicidade da venda)
1. A autoridade concedente deve redigir edital e afixá-lo, com a antecipação de 10 dias, na porta
da sua sede e das sedes das respectivas administrações municipais e comunais.
2. O edital é publicado, com igual antecipação, em dois números seguidos de um dos jornais mais
lidos no País.
ARTIGO 50.º
A venda de terrenos deve ser realizada na sede dos serviços competentes da autoridade
concedente do lugar da situação dos terrenos objecto de venda.
ARTIGO 51.º
Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 48.º, a venda de terrenos deve ser realizada pela
autoridade concedente.
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ARTIGO 52.º
3. A pessoa que preside à arrematação deve designar pessoa id6nea para exercer as funções de
pregoeiro.
ARTIGO 53.º
1. Na falta de disposição especial, os terrenos vão à praça pelo valor determinado pelos índices de
preços fixados pelas regras de mercado.
2. Quando os terrenos submetidos a hasta pública não tiverem obtido em primeira praça lanço que
cubra o valor estipulado no número anterior, devem ser postos em segunda praça noutro leilão,
pelo valor correspondente a 2/3 desse valor.
3. Se os terrenos não tiverem obtido em segunda praça lanço que cubra o valor referido no n.º 2,
podem ser postos à venda por propostas em carta fechada.
ARTIGO 54.º
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ARTIGO 55.º
(Apresentação a leilão)
No dia e hora fixados para a venda, o funcionário que preside à arrematação deve declarar aberta
a licitação.
ARTIGO 56.º
1. A medida que os terrenos forem sendo submetidos a leilão, o respectivo resultado deve ser
mencionado pelo presidente e pelo secretário em livro próprio.
2. No caso de arrematação, deve indicar-se além das outras ocorrências, a data da mesma, o nome
e a morada do arrematante, o terreno a que respeita e o seu preço.
3. O terreno é identificado pelo esboço topográfico efectuado e, sempre que possível, pelo número
de inscrição no registo próprio.
ARTIGO 57.º
1. Depois de anotado o resultado a que se refere o artigo anterior, o secretário deve lavrar auto de
arrematação ou de não arrematação.
2. O auto de arrematação deve ser assinado pelo presidente, pelo secretário e pelo arrematante.
ARTIGO 58.º
(Irregularidades da venda)
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ARTIGO 59.º
1. Quando o terreno tenha sido arrematado, o secretário, depois de ter lavrado o respectivo auto,
deve passar as competentes guias para o pagamento ou depósito do preço.
ARTIGO 60.º
b) em qualquer multicaixa, desde o primeiro dia posterior ao da emissão das guias até as 24 horas
do último dia do respectivo prazo;
c) em qualquer balcão dos bancos em que a autoridade concedente tenha conta de depósito à
ordem de que seja titular.
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ARTIGO 61.º
(Sanções)
1. Se o arrematante não pagar ou depositar o preço, nos termos previstos nos artigos anteriores, a
autoridade concedente deve:
a) requerer arresto de bens do arrematante remisso suficientes para garantir o valor do pagamento
ou depósito e das despesas acrescidas; ou
b) determinar que a venda fique sem efeito é que o terreno volte a ser colocado em praça idêntica
àquela em que se verificou a arrematação não liquidada.
3. No caso a que se refere a alínea b) do n.º 1, o arrematante remisso não é admitido, a adquirir o
terreno, novamente, ficando responsável pela diferença do preço e pelas despesas a que der causa.
ARTIGO 62.º
(Entrega do terreno)
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ARTIGO 63.º
1. A receita líquida arrecadada com a venda de terrenos é depositada na Conta Única do Tesouro
titulada pelo Ministério das Finanças;
SUBSECÇÃO II
Aforamento
DIVISÃO I
Disposições Gerais
ARTIGO 64.º
(Regime jurídico)
O aforamento rege-se pelas disposições da Lei n.º 9/04, de 9 de Novembro, deste regulamento e
diplomas complementares, bem como pelas cláusulas dos respectivos contratos, observando-se
nos casos omissos os preceitos contidos no Código Civil relativos à enfiteuse.
ARTIGO 65.º
Não são admitidos desmembramentos do domínio útil civil nem do domínio útil consuetudinário,
sendo nulos os negócios tendentes à sua constituição.
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DIVISÃO II
ARTIGO 66.º
ARTIGO 67.º
1. Pela concessão por aforamento é o titular do domínio útil civil obrigado a pagar:
b) o foro.
2. O preço do domínio útil civil e o foro são calculados segundo as tabelas aprovadas por decreto
executivo conjunto dos Ministérios das Finanças e do Urbanismo e Ambiente, tendo em atenção a
classificação e localização do terreno, a finalidade da concessão e o grau de desenvolvimento de
cada zona ou província.
3. O preço do domínio útil civil é pago de uma só vez, antes da outorga do título de concessão e,
em caso de hasta pública, deverá o adjudicatário prestar caução em dinheiro ou garantia bancária
irrevogável do pagamento da totalidade do preço do domínio útil civil.
4. O foro é devido a partir do momento da concessão e pago em dinheiro nas tesourarias das
finanças públicas no um de cada ano, contado desde a data da constituição do domínio útil civil.
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ARTIGO 68.º
(Hasta pública)
1. Sempre que possível, a concessão do domínio útil, civil é feita por meio de arrematação em hasta
pública.
2. São aplicáveis à hasta pública a que se refere o n.º 1, com as necessárias adaptações, o disposto
na subsecção I da presente secção.
3. A autoridade concedente pode não fazer a adjudicação, se assim o achar conveniente aos
interesses do Estado ou da autarquia local.
4. A entidade que tenha suportado as despesas de demarcação provisória tem direito ao respectivo
reembolso, se lhe não for atribuída a concessão do domínio útil civil sobre o terreno demarcado.
ARTIGO 69.º
2. Os terrenos que se encontrem nas condições da alínea c) do número anterior apenas podem ser
concedidos aforamento.
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ARTIGO 70.º
(Cláusulas especiais)
1. Nos contratos de concessão por aforamento podem introduzir-se cláusulas especiais com o fim
de acautelar os interesses do Estado ou os direitos de terceiros, designadamente fixando-se um
prémio.
DIVISÃO III
ARTIGO 71.º
(Reconhecimento)
2. O reconhecimento a que se refere o número anterior é feito em título de modelo que consta do
Anexo II a este diploma.
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ARTIGO 72.º
Os titulares do domínio útil consuetudinário gozam dos direitos de ocupação, posse, uso e fruição
dos terrenos rurais comunitários por si ocupados e aproveitados de forma útil e efectiva segundo
o costume, dentro dos limites da lei e com observância 9asrestrições por ela impostas.
ARTIGO 73.º
(Gratuidade)
ARTIGO 74.º
(Perpetuidade)
O domínio útil consuetudinário é reconhecido perpetuamente, sem prejuízo da sua extinção pelo
não uso e pela livre desocupação nos termos das normas consuetudinárias.
ARTIGO 75.º
(Intransmissibilidade)
Sem prejuízo do direito consuetudinário é sem prejuízo do regime de desafectação a que se refere
o artigo 37.º da Lei n.º 9/04, de 9 de Novembro, os titulares do domínio útil consuetudinário não
podem transmitir o seu direito em vida nem por morte.
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ARTIGO 76.º
(Impenhorabilidade)
O domínio útil consuetudinário é impenhorável, salvo nos casos em que tenha sido hipotecado para
garantir o pagamento de empréstimos bancários contraídos pelos seus titulares com vista ao
aproveitamento útil e efectivo do terreno concedido.
SUBSECÇÃO III
ARTIGO 77.º
ARTIGO 78.º
A concessão do direito de superfície é inicialmente dada a título provisório, por prazo afixar em
função das características da concessão, em regra não superior a cinco anos, e só se converterá em
definitiva se, no decurso do prazo fixado, forem cumpridos os índices de aproveitamento útil e
efectivo previamente estabelecidos e o terreno estiver demarcado definitivamente.
ARTIGO 79.º
1. Pela concessão o superficiário paga certa prestação anual em dinheiro, fixada a título de preço
no respectivo contrato.
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2. O montante da prestação referida no n.º 1 é calculado segundo a tabela aprovada por decreto
executivo conjunto dos Ministérios das Finanças e do Urbanismo é Ambiente, tendo em atenção a
classificação e localização do terreno, a finalidade da concessão e o grau de desenvolvimento de
cada zona ou província.
3. O superficiário pode optar por pagar uma única prestação correspondente ao produto da
multiplicação do número de anos de duração da concessão pelo valor constante da tabela referida
no n.º 2.
4. Em caso de hasta pública, deverá o adjudicatário prestar caução em dinheiro ou garantia bancária
irrevogável do pagamento da totalidade da prestação devida.
b) no fim de cada ano, contado desde a data da constituição do direito de superfície, tratando-se
de prestação anual.
ARTIGO 80.º
(Hasta pública)
É aplicável ao direito de superfície, com as necessárias adaptações, o disposto nos artigos 68.º, 69.º
e 70.º.
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SUBSECÇÃO IV
Contrato de Arrendamento
ARTIGO 81.º
(Finalidade)
A constituição do direito de ocupação precária é feita por contrato de arrendamento celebrado por
tempo determinado e destina-se a terrenos a utilizar temporariamente e àqueles em relação aos
quais se revele inconveniente a criação de direitos fundiários duradouros.
ARTIGO 82.º
(Regime jurídico)
O arrendamento rege-se pelas disposições constantes da Lei n.º 9/04, de 9 de Novembro, deste
regulamento e de diplomas complementares, pelas cláusulas dos respectivos contratos e,
subsidiariamente, pela lei civil aplicável.
ARTIGO 83.º
(Prazo)
1. O prazo de concessão por arrendamento deve ser fixado no respectivo contrato em função das
características da concessão, mas não pode exceder um ano.
2. O prazo das renovações sucessivas não deve exceder, para cada uma, um ano.
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ARTIGO 84.º
(Denúncia)
O contrato de arrendamento pode ser denunciado a todo o tempo por qualquer das partes,
mediante aviso prévio efectuado com a antecedência mínima de 60 dias em relação ao fim do prazo
ou da sua renovação.
ARTIGO 85.º
(Área e localização)
ARTIGO 86.º
(Subarrendamento)
O subarrendamento só é permitido:
b) a favor de instituições de crédito que, para promover e acelerar o aproveitamento dos terrenos
concedidos, hajam feito empréstimos a longo ou médio prazos aos concessionários quando estes
faltem às obrigações assumidas para com mutuante.
ARTIGO 87.º
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ARTIGO 88.º
(Renda)
1. O ocupante paga uma prestação, única ou periódica, em dinheiro, fixada a título de renda no
respectivo contrato.
2. O valor da renda é calculado segundo a tabela aprovada por decreto executivo conjunto dos
Ministérios das Finanças e do Urbanismo e Ambiente, tendo em atenção, designadamente, a área
e a classificação do terreno, o prazo pelo qual haja sido constituído o direito de ocupação precária,
as circunstâncias económicas das zonas em que o terreno se localize e bem assim, o tipo projectado
de utilização.
4. A renda é anual, podendo o seu pagamento ser efectuado em duodécimos ou por antecipação.
ARTIGO 89.º
(Actualização da renda)
c) quando se modifique o anterior índice de ocupação do terreno ou se altere a área total dos pisos
edificados.
ARTIGO 90.º
1. O concessionário que não se conforme com a actualização da renda pode reclamar para a
entidade que a fixou, no prazo de 30 dias contados da notificação.
2. A divergência deve ser resolvida, em primeira e única instância, por um tribunal arbitral
composto de três árbitros, sendo um designado pela entidade concedente, outro pelo
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concessionário e o terceiro, que desempenhará as funções de árbitro presidente, de comum acordo
pelos árbitros que as partes tiverem designado.
3. A renda será a que corresponder ao laudo unânime dos árbitros ou, na falta de unanimidade, à
média aritmética dos dois laudos mais próximos.
4. A renda, cuja actualização haja sido feita nos termos deste artigo, é devida a partir do momento
em que o seria sem reclamação.
ARTIGO 91.º
(Hasta pública)
1. Sempre que possível; a concessão do direito de ocupação precária é feita por meio de
arrematação em hasta pública.
2. São aplicáveis à hasta pública a que se refere o n.º 1, com as necessárias adaptações, o disposto
na subsecção I da presente secção.
3. A autoridade concedente pode não fazer a adjudicação, se assim o achar conveniente aos
interesses do Estado ou da autarquia local.
ARTIGO 92.º
a) nas renovações;
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e) quando a concessão se destine à edificação de instalações não definitivas destinadas a apoiar a
constituição de habitação própria promovida para respectivos associados por associações que
prossigam fins de interesse social ou por cooperativas de habitação.
2. Os terrenos que se encontrem nas condições da alínea c) do número anterior apenas podem ser
concedidos por arrendamento.
ARTIGO 93.º
(Cláusulas especiais)
1. Nos contratos de concessão por arrendamento podem introduzir-se cláusulas especiais com o
fim de acautelar os interesses do Estado ou os direitos de terceiros, designadamente fixando-se um
prémio.
SECÇÃO III
ARTIGO 94.º
(Noção)
ARTIGO 95.º
(Taxatividade)
As concessões gratuitas só são admitidas nos casos e nos termos previstos na lei.
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ARTIGO 96.º
(Regime jurídico)
1. As concessões gratuitas regem-se pelos preceitos especiais que lhes respeitem e pelas cláusulas
dos respectivos contratos.
2. Sem prejuízo de disposição legal em contrário, os direitos dos concessionários não podem ser
operados ou alienados sem autorização da autoridade concedente.
ARTIGO 97.º
(Conversão)
ARTIGO 98.º
(Limite de área)
ARTIGO 99.º
(Caducidade)
a) quando a utilização dos terrenos se afaste dos fins para que foram concedidos ou estes não
estejam, em qualquer momento, a ser prosseguidos;
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b) quando o aproveitamento não se concretize no prazo fixado, salvo se tal facto resultar de motivo
não imputável a negligência do concessionário e que a autoridade concedente considere
justificativo.
CAPÍTULO V
Demarcação
SECÇÃO I
Disposições gerais
ARTIGO 100.º
ARTIGO 101.º
(Fases da demarcação)
ARTIGO 102.º
(Órgão de execução)
1. O órgão central para a gestão técnica de terras a que se refere o artigo 67.º da Lei n.º 9/04, de 9
de Novembro, é o Instituto Geográfico e Cadastral de Angola.
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3. Para a execução das operações de demarcação provisória e definitiva, devem ser constituídas
por aquele instituto brigadas de demarcação e vistoria.
4. Das brigadas de demarcação e vistoria podem fazer parte, entre outros, quando seja necessário
e consoante os casos:
5. Sempre que seja necessário, para garantir o cumprimento do disposto na legislação fundiária, o
Ministro do Urbanismo e Ambiente pode autorizar que o Instituto Geográfico e Cadastral de Angola
contrate os serviços de empresas especializadas credenciadas por este instituto ou de peritos
externos, nomeadamente de agrimensores ajuramentados, para a prestação de serviços que o
instituto não possa prestar ou que requeiram a aplicação de conhecimentos ou o uso de tecnologias
de que o instituto não disponha.
ARTIGO 103.º
ARTIGO 104.º
(Despesas de demarcação)
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2. As despesas referidas no número anterior são calculadas em função da área e da localização do
terreno a conceder, segundo tabela aprovada por decreto executivo conjunto dos Ministérios das
Finanças e do Urbanismo e Ambiente.
ARTIGO 105.º
(Concessões gratuitas)
SECÇÃO II
Demarcação Provisória
ARTIGO 106.º
ARTIGO 107.º
(Elementos a atender)
A demarcação provisória baseia-se nas indicações do requerente e deve subordinar-se aos planos
de ordenamento do território, aos planos urbanísticos e aos loteamentos aprovados para a
respectiva zona.
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ARTIGO 108.º
(Configuração do terreno)
2. Pode ser dada outra forma ou extensão ao terreno demarcado, quando assim o imponham os
direitos de terceiros; as condições físicas e geográficas existentes ou as circunstâncias económicas
do aproveitamento proposto.
ARTIGO 109.º
ARTIGO 110.º
2. Os interessados são convocados para assistir à demarcação provisória por aviso publicado num
dos principais jornais nacionais e por edital afixado na sede da autoridade concedente e nas sedes
das respectivas administrações municipais e comunais, com a antecedência mínima de cinco dias.
ARTIGO 111.º
(Declaração do requerente)
1. Efectuada a demarcação provisória, será o requerente notificado para declarar no prazo de cinco
dias e por escrito, se aceita a demarcação realizada.
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2. Realizada a notificação, o silêncio do requerente por tempo superior àquele em que teria de se
pronunciar, vale como aceitação da demarcação provisória.
ARTIGO 112.º
ARTIGO 113.º
(Incidente da reclamação)
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3. A importância depositada será restituída, se a reclamação proceder, e perdida a favor do Estado,
se ela decair.
ARTIGO 114.º
(Processamento do incidente)
1 Decorrido o prazo fixado no n.º 2 do artigo 112.º, será o requerente da concessão notificado para,
em 10 dias a contar da notificação, responder à reclamação.
ARTIGO 115.º
1. Os serviços a que se refere o n.º 1 do artigo 113.º devem prestar a sua informação sobre todas
as reclamações deduzidas, submetendo de seguida o processo à apreciação da autoridade
concedente, que, em despacho fundamentado, decidirá o incidente.
ARTIGO 116.º
A demarcação provisória caduca logo que o processo termine por qualquer causa ou quando se
realize a demarcação definitiva.
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SECÇÃO III
Demarcação Definitiva
ARTIGO 117.º
ARTIGO 118.º
(Elementos a atender)
ARTIGO 119.º
c) da capacidade financeira e técnica para a realização do plano de exploração; e, se for caso disso;
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SECÇÃO IV
ARTIGO 120.º
A demarcação provisória não concede ao demarcante qualquer direito sobre o terreno, mas impede
nova demarcação que abranja total ou parcialmente a mesma área.
ARTIGO 121.º
O concessionário é obrigado a cumprir sob pena de resolução da concessão, as condições que lhe
forem impostas para a racional utilização dos recursos naturais do terreno concedido e a submeter-
se às normas constantes de qualquer plano ou programa que vigore ou que venha a ser
estabelecido na zona onde o terreno concedido se encontre situado.
ARTIGO 122.º
1. O concessionário deve manter de forma bem visível o contorno do terreno que lhe haja sido
concedido e é obrigado a conservar em bom estado os marcos perimetrais do seu terreno e
respectiva numeração e ainda os marcos de triangulação ou nivelamento que porventura nele se
encontrem.
2. O concessionário não pode cortar derrubar ou destruir quaisquer árvores que sirvam de pontos
de demarcação do seu terreno sem intervenção dos serviços de agrimensura.
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ARTIGO 123.º
(Terrenos contíguos)
O concessionário deve permitir a abertura das picadas perimetrais necessárias para a demarcação
dos terrenos contíguos e consentir, dentro dos limites da área da concessão, a execução dos actos
que visem o apoio indispensável ao levantamento topográfico de terrenos vizinhos ou a trabalhos
de cartografia que abranjam a sua concessão.
ARTIGO 124.º
(Servidões)
2. O concessionário é ainda obrigado a dar passagem aos proprietários de prédios contíguos que
não tenha comunicação com a via pública, nem condições que permitam estabelecê-la sem
excessivo incómodo ou dispêndio e aos vizinhos para qualquer centro populacional ou vias de
comunicação próximas, quando não disponham de acesso mais fácil ou cómodo.
ARTIGO 125.º
ARTIGO 126.º
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2. Para os efeitos do disposto no presente diploma, só é considerado relevante o aproveitamento
que tiver sido realizado pelo concessionário.
ARTIGO 127.º
2. Se o contrato de concessão for omisso, devem ser observados os seguintes prazos máximos:
c) para o início das obras, 30 dias após a notificação ao concessionário da aprovação do projecto
definitivo;
4. A sanção pecuniária compulsória prevista no número anterior será fixada segundo critérios de
razoabilidade.
6. O disposto nos n.ºs 3 e 5 deste artigo não se aplicará se a justificação apresentada pelo
concessionário merecer a aceitação da autoridade concedente.
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ARTIGO 128.º
6. Os terrenos viários só se consideram aproveitados quando neles tenham sido implantadas as vias
terrestres de comunicação, as redes de captação, transformação e de abastecimento de água e de
electricidade, as redes de drenagem pluvial e as redes de esgotos que, consoante os casos, hajam
sido projectadas.
ARTIGO 129.º
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c) os encargos já satisfeitos pelo concessionário requerente;
e) se o novo aproveitamento proposto não colide com os regulamentos em vigor ou com qualquer
plano de ordenamento do território, plano urbanístico ou plano equivalente existente para a zona.
ARTIGO 130.º
(Renúncia)
ARTIGO 131.º
2. O requerimento deve ser instruído com um esboço topográfico representativo do terreno a que
ficará reduzida, a concessão.
4. Não será autorizada qualquer redução que envolva alteração da finalidade da concessão.
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ARTIGO 132.º
2. O concessionário deve ser notificado da expropriação dos terrenos concedidos com uma
antecedência mínima de seis meses.
3. A entidade expropriante é obrigada a pagar o valor das benfeitorias que o concessionário haja
feito nos terrenos concedidos.
4. Sem prejuízo da indemnização a que se refere o número anterior, a entidade expropriante pode
ainda conceder ao expropriado, sem qualquer encargo para este e com o seu consentimento, uma
parcela de terreno na mesma situação jurídica, susceptível de aproveitamento similar.
6. A investidura administrativa na posse prevista no número anterior não pode efectivar-se sem
que, previamente, tenha sido:
7. Após a investidura administrativa na posse, seguem-se os demais termos de direito para a fixação
da indemnização.
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ARTIGO 133.º
(Reserva de direitos)
2. O concessionário pode, porém, usufruir as águas correntes que passem pelo terreno concedido,
sem prejuízo dos direitos da autoridade concedente.
3. É vedado ao concessionário obstruir ou desviar o curso normal das correntes de água que passem
pelo terreno concedido.
CAPÍTULO VI
Processo de Concessão
SECÇÃO I
Disposições Gerais
ARTIGO 134.º
ARTIGO 135.º
(Formas de processo)
2. O processo comum é aplicável a todos os casos a que não corresponda processo especial.
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3. O processo especial aplica-se às concessões gratuitas, à concessão do direito de ocupação
precária e aos demais casos expressamente previstos neste regulamento.
SECÇÃO II
Processo Comum
ARTIGO 136.º
(Fases)
b) informações e pareceres dos serviços e demais entidades que devam ser consultados sobre o
pedido;
e) demarcação definitiva;
ARTIGO 137.º
(Requerimento inicial)
2. O requerimento deve ser afixado na sede da autoridade concedente e nas sedes das respectivas
administrações municipais e comunais.
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a) menção da localização, área, confrontações, número de descrição ou declaração de omissão no
registo predial, bem como de quaisquer circunstâncias que interessem à identificação do terreno;
d) menção das concessões de que seja titular, em nome próprio ou no do cônjuge, de filhos
incapazes, de sociedades em nome colectivo ou de sociedades por quotas em que possua mais de
metade do capilar social.
ARTIGO 138.º
(Instrução)
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f) certidão de teor da descrição do terreno e das inscrições em vigor ou comprovativa da sua
omissão no registo, passadas com antecedência não superior a três meses.
2. Se o cidadão nacional não possuir ou não exibir bilhete de identidade ou assento de nascimento,
a identificação faz-se por meio de:
a) qualquer outro documento com fotografia actualizada e impressão digital ou assinatura que
forneça os dados relativos ao nome completo, sexo, filiação, data e local de nascimento, morada
completa com indicação do lugar e, quando existam, do bairro, rua, número e andar do prédio;
ARTIGO 139.º
1. Para se obter uma concessão de terreno do Estado é necessário ter capacidade para contratar.
4. O requerente que não resida no País ou que se ausente, deve constituir procurador aqui
residente que receba os avisos e demais notificações relativos ao processo de concessão.
5. Não será admitida nenhuma justificação com base na falta de representante ou na negligência
deste.
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ARTIGO 140.º
(Informações e pareceres)
ARTIGO 141.º
(Despacho liminar)
b) a realização de hasta pública, quando entenda que ela não deve ser dispensada.
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ARTIGO 142.º
(Decisão da concessão)
1. Após a demarcação provisória do terreno, mas antes da realização da hasta pública, quando esta
não tenha sido dispensada, o processo será submetido à apreciação da autoridade concedente que
decidirá a concessão e as cláusulas a que esta fica sujeita, fixando ainda, se for esse o caso, o prazo
durante o qual a concessão se considera dada a título provisório.
2. A autoridade concedente pode negar a concessão sempre que a julgue inconveniente aos
interesses do Estado ou prejudicial a terceiros.
ARTIGO 143.º
(Aceitação da concessão)
2. Tendo sido dispensada a realização de hasta pública, a decisão referida no n.º 1 do artigo anterior
é notificada ao requerente para, no prazo de 10 dias contados da data da notificação, declarar se
aceita; a concessão.
3. Uma vez adjudicada ou aceite a concessão, consoante os casos, o despacho é publicado no Diário
da República, com expressa referência à adjudicação ou à aceitação, aos eventuais actos de
disposição que a acompanhem e aos elementos previstos para o registo, sem prejuízo do seu
suprimento por declaração complementar.
ARTIGO 144.º
1. Em caso de realização de hasta pública, o adjudicatário deve observar o disposto nos artigos 59.º
e 60.º.
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2. Tendo sido dispensada a realização de hasta pública, o requerente deve, no prazo de cinco dias
a contar da data da publicação do despacho, levantar junto dos serviços competentes da autoridade
concedente as correspondentes guias para pagamento da prestação devida.
3. O requerente deve efectuar o pagamento do preço no prazo de cinco dias a contar da data de
entrega das guias, em numerário, transferência bancária, cheque ou através de outros meios de
pagamento aceitáveis nos termos das disposições legais em vigor.
4. Nas concessões por arrendamento, o interessado presta uma caução equivalente às rendas
correspondentes a metade do período de duração do contrato, no prazo previsto e pelas formas
definidas no número anterior.
ARTIGO 145.º
(Título)
ARTIGO 146.º
(Força probatória)
O despacho a que se refere o artigo anterior faz prova, em juízo ou fora dele, da identificação do
terreno e das situações que nele estiverem descritas.
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ARTIGO 147.º
(Registo predial)
2. O titular do direito fundiário concedido tem igualmente legitimidade para requerer o registo.
ARTIGO 148.º
(Comunicação oficiosa)
As Conservatórias do Registo Predial devem enviar até ao último dia do mês seguinte, aos serviços
competentes da autoridade concedente, relação de todos os registos efectuados no mês anterior
com base nos despachos a que se refere o artigo 143.º.
ARTIGO 149.º
(Registo da renovação)
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SECÇÃO III
Processos Especiais
ARTIGO 150.º
(Disposições reguladoras)
Os processos especiais regulam-se pelas disposições que lhes são próprias e subsidiariamente, pelas
do processo comum.
ARTIGO 151.º
ARTIGO 152.º
(Informação)
O requerimento a que se refere o artigo anterior será objecto de informação que recairá, em
especial, sobre:
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ARTIGO 153.º
O processo será submetido a despacho de autoridade concedente que deve decidir a ocupação
precária e as cláusulas a que esta fica sujeita.
ARTIGO 154.º
(Título de ocupação)
ARTIGO 155.º
(Concessões gratuitas)
2. Quando o requerente seja uma autarquia local ou uma instituição de utilidade pública
reconhecida, o requerimento mencionado no número anterior deve ser acompanhado de cópia
autenticada da acta da sessão em que o pedido tenha sido deliberado e de um exemplar dos
estatutos quando se trate de instituição que os deva possuir.
3. Nos processos de concessão gratuita, os terrenos serão concedidos sem precedência de hasta
pública.
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SECÇÃO IV
SUBSECÇÃO I
Disposições Gerais
ARTIGO 156.º
(Despesas)
ARTIGO 157.º
(Imposto do selo)
ARTIGO 158.º
Em tudo o que não esteja especialmente previsto no presente regulamento, é aplicável ao imposto
do selo o disposto no Diploma Legislativo n.º 3841, de 6 de Agosto de 1968, com as alterações que
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lhe foram introduzidas pelo Decreto n.º 7/89, de 15 de Abril, e pelo Decreto executivo n.º 71/04,
de 9 de Julho, e na respectiva Tabela Geral do Imposto do Selo.
ARTIGO 159.º
A contagem dos selos do processo de concessão e dos seus incidentes far-se-á pela taxa legal do
papel selado, cada meia folha.
SUBSECÇÃO II
Isenções
ARTIGO 160.º
1. São isentas de despesas, imposto do selo e quaisquer encargos as entidades isentas por lei.
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SUBSECÇÃO III
ARTIGO 161.º
1. Se o pagamento das despesas e selos não for efectuado no prazo legal, será extraída a
competente certidão.
2. A certidão extraída do processo de concessão nos termos do número anterior vale como título
executivo.
3. O Ministério Público deve instaurar execução se ao devedor forem conhecidos bens penhoráveis.
4. Não é instaurada nem prosseguirá qualquer execução se a dívida for de montante tão reduzido
que não justifique a actividade ou as despesas a que o processo daria lugar.
ARTIGO 162.º
(Termos da execução)
Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, nas execuções previstas na presente subsecção
observar-se-ão os termos do processo sumário.
ARTIGO 163.º
(Cumulação de execuções)
1. Deve instaurar-se uma só execução contra o mesmo responsável, ainda que sejam várias as
contas com despesas e imposto do selo em dívida.
2. Sendo vários os responsáveis não solidários, é instaurada uma execução contra cada um deles.
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ARTIGO 164.º
(Depósito)
ARTIGO 165.º
1. Quando se verifique que o executado não dispõe de outros bens penhoráveis e que os
penhorados são insuficientes para o pagamento das despesas e do imposto do selo, se sobre os
bens não houver direitos reais de garantia registados, o juiz, a requerimento do Ministério Público,
dispensará o concurso de credores é mandará proceder à imediata liquidação dos bens, a fim de,
pelo seu produto serem pagas as quantias em dívida.
2. Verificando-se que o executado não possui bens, é a execução arquivada, sem prejuízo de poder
continuar logo que lhe sejam conhecidos bens.
ARTIGO 166.º
2. Arquivada a execução nos termos do n.º 2 anterior, o prazo conta-se da data; do despacho de
arquivamento.
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CAPÍTULO VII
SECÇÃO I
Disposições Gerais
ARTIGO 167.º
(Factos determinantes)
a) associação;
c) execução judicial;
ARTIGO 168.º
(Necessidade de autorização)
2. A substituição e a transmissão a que se refere o número anterior são nulas e de nenhum efeito
se não forem autorizadas pela autoridade concedente.
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ARTIGO 169.º
2. O ocupante pode renunciar ao direito de ocupação precária a favor de terceiros, mas a aceitação
destes é discricionariamente apreciada e a situação do novo titular considerar-se-á originária para
todos os efeitos.
ARTIGO 170.º
Nas concessões gratuitas não é permitida a substituição no processo, mas pode ser autorizada a
transmissão dos direitos fundiários concedidos, contanto que se verifique o requisito fixado pelo
n.º 2 do artigo 63.º da Lei n.º 9/04, de 9 de Novembro.
ARTIGO 171.º
Na concessão de terrenos rurais; a substituição da parte no processo, por acto entre vivos, é
proibida.
ARTIGO 172.º
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ARTIGO 173.º
SECÇÃO II
Substituição
ARTIGO 174.º
1. A substituição da parte no processo de concessão por acto entre vivos deve ser requerida por
todos os interessados.
2. Os serviços a que se refere o artigo 134.º devem elaborar informação sobre o pedido, sendo este,
em seguida, discricionariamente apreciado pela entidade competente para o deferimento da
concessão.
ARTIGO 175.º
1. A substituição da parte pelos seus herdeiros deve ser requerida por qualquer destes, no prazo
de 90 dias contados da data do falecimento, sob pena de ser arquivado o respectivo processo.
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3. Em casos devidamente justificados, os documentos referidos no número anterior poderão ser
juntos ao processo ulteriormente.
ARTIGO 176.º
(Momento da substituição)
SECÇÃO III
Transmissão
ARTIGO 177.º
1. A transmissão por acto entre vivos, quer a título gratuito, quer a título oneroso, dos direitos
fundiários concedidos deve ser requerida pelo transmitente e pelo transmissário.
b) quando a execução das obras senão processe de acordo com o plano de trabalhos aprovado;
c) quando o aproveitamento do terreno se não desenvolva ou não se concretize nos termos e pela
forma estabelecidos no respectivo contrato.
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ARTIGO 178.º
1. A transmissão por morte de direitos fundiários objecto de concessão provisória deve ser
requerida por qualquer dos herdeiros, no prazo e pela forma estabelecidos no artigo 175.º.
2. A autoridade concedente pode denegar a autorização com fundamento de que os herdeiros não
oferecem garantias para o cumprimento das condições da concessão.
3. Não sendo autorizada a transmissão, os herdeiros do concessionário têm direito a levantar todas
as benfeitorias introduzidas no terreno se o puderem fazer sem detrimento económico do mesmo,
ou a serem por elas indemnizados.
ARTIGO 179.º
(Despacho de autorização)
ARTIGO 180.º
(Caducidade da autorização)
A autorização para a transmissão de direitos fundiários concedidos caduca 90 dias após à data da
notificação do despacho respectivo.
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ARTIGO 181.º
1. A transmissão por morte de direitos fundiários objecto de concessão definitiva não carece de
autorização da autoridade concedente.
2. A transmissão deve ser comunicada por qualquer dos herdeiros aos serviços a que se refere o
artigo 134.º e aos serviços das finanças públicas, no prazo de 90 dias contados da data do
falecimento do concessionário, sob pena de multa equivalente a UCF 500.
ARTIGO 182.º
(Registo de transmissão)
SECÇÃO IV
ARTIGO 183.º
(Regra geral)
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SECÇAO V
Notários
ARTIGO 184.º
2. Até ao último dia de cada mês, devem os notários remeter aos serviços aludidos no artigo 134.º
uma relação dos reconhecimentos presenciais das assinaturas a que se referem os n.ºs 2 e 4 do
artigo 61.º da Lei n.º 9/04, de 9 de Novembro que hajam sido realizados no mês anterior, referindo
a identidade dos outorgantes, a natureza dos actos praticados e os contratos de concessão
respectivos.
SEÇÇÃO VI
ARTIGO 185.º
Quando o terreno concedido tenha que ser dividido pelos herdeiros do concessionário ou quando
qualquer dos contitulares pretenda a divisão, deve observar-se o seguinte:
b) a divisão não será autorizada se as parcelas dela resultantes não forem adequadas à finalidade
da concessão;
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c) na falta de acordo, os termos do processo, quer seja ou não possível a divisão em substância,
serão os do Código de Processo Civil.
SECÇÃO VII
Associação
ARTIGO 186.º
(Noção e regime)
3. A associação está sujeita aos requisitos formais da substituição ou transmissão entre vivos.
CAPÍTULO VIII
ARTIGO 187.º
(Indeferimento do pedido)
a) quando o requerente ou o seu representante não tenha dado cumprimento às disposições da Lei
n.º 9/04, de 9 de Novembro, deste regulamento e demais legislação complementar cuja violação
deva ter tal efeito ou não tenha satisfeito, dentro dos prazos estabelecidos, as obrigações para cujo
cumprimento haja sido notificado;
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2. Sempre que as matérias das reclamações apresentadas devam ser decididas no foro civil, a
autoridade concedente, consoante os casos, deve intentar as competentes acções ou determinar
que as partes; recorram àquele foro, ficando suspenso o processo de concessão até à decisão final.
3. No caso previsto na alínea a) do n.º 1 deste artigo, os saldos dos depósitos existentes revertem
para o Estado; no caso previsto na alínea b) do mesmo número, os referidos saldos são restituídos
ao requerente, deduzidos das despesas do processo, desde que não se prove ter havido da sua
parte dolo na demarcação julgada insubsistente, caso em que serão declarados perdidos para o
Estado.
ARTIGO 188.º
(Arquivamento do processo)
a) a não participação do requerente na hasta pública realizada com vista à adjudicação do terreno;
ARTIGO 189.º
b) quando ao terreno concedido seja dada finalidade diferente da autorizada, sem o consentimento
da autoridade concedente;
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c) quando o direito fundiário concedido não seja exercido ou o terreno concedido não seja
aproveitado nos prazos e termos contratuais ou sendo o contrato omisso, durante três anos
consecutivos ou seis anos interpolados, qualquer que seja o motivo;
d) quando o direito fundiário concedido seja exercido em violação do disposto no artigo 18.º da Lei
n.º 9/04, de 9 de Novembro;
2. A concessão de terrenos rurais caduca nos casos mencionados no n.º 1 e ainda quando:
a) não tenha sido iniciado o aproveitamento dentro de seis meses após a concessão ou no prazo
contratual fixado;
b) tenha sido interrompido o aproveitamento durante três anos consecutivos ou seis anos
interpolados, qualquer que seja o motivo;
c) haja sido alterada a finalidade da concessão ou não tenham sido cumpridas as cláusulas
contratuais respeitantes ao plano de exploração;
ARTIGO 190.º
(Declaração de caducidade)
2. O despacho referido no número anterior deve ser publicado num dos principais jornais nacionais
e deve ser afixado na sede da autoridade concedente.
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ARTIGO 191.º
(Efeitos de caducidade)
a) o terreno concedido;
c) tantos vigésimos do respectivo preço ou prestação quantos os anos em que o terreno esteve na
posse do concessionário sem aproveitamento, sendo restituído a este o excesso do preço.
ARTIGO 192.º
1. As concessões por arrendamento podem ser resolvidas pela autoridade concedente, quando se
verifique qualquer dos seguintes casos:
c) violação das demais obrigações para as quais haja sido estabelecida tal sanção no contrato.
2. Resolvido o contrato, o concessionário não terá direito a qualquer indemnização nem poderá
levantar as benfeitorias por qualquer forma incorporadas no terreno.
3. Efectuada a resolução com fundamento no disposto na alínea a) do n.º 1, devem ser cobradas as
rendas em dívida à custa da caução depositada, e, revelando-se esta insuficiente, deve o montante
remanescente ser cobrado em execuções fiscais.
4. O Estado pode exigir a devolução imediata dos terrenos concedidos quando se altere sem
autorização a finalidade ou o aproveitamento respectivos; mediante pagamento da indemnização
a fixar pelos serviços competentes tendo em conta as benfeitorias incorporadas no terreno.
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ARTIGO 193.º
2. O despacho referido no número anterior deve ser publicado num dos principais jornais nacionais
e deve ser afixado na sede da autoridade concedente.
ARTIGO 194.º
O contrato de arrendamento pelo qual haja sido constituído um direito de ocupação precária pode
ser denunciado para o termo do prazo inicial ou para o de qualquer das suas renovações, pela
autoridade concedente ou pelo concessionário, mediante notificação ou aviso escrito efectuado
com a antecedência mínima de três meses.
ARTIGO 195.º
(Benfeitorias)
ARTIGO 196.º
(Despejo)
1. O despejo do concessionário deve ser ordenado quando se verifique qualquer dos seguintes
factos:
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c) não desocupação do terreno no momento em que devem operar-se os efeitos da denúncia ou
da não renovação do contrato.
2. Para os efeitos do disposto no n.º 1, a autoridade concedente pode recorrer à interpelação, por
escrito dirigida ao concessionário ou propor, quando necessário, acção de despejo.
3. A acção de despejo destina-se a fazer cessar a situação jurídica da concessão, sempre que a lei
imponha o recurso à via judicial para promover tal cessação, sendo, ainda, o meio processual
idóneo para efectivar o termo da concessão quando o concessionário não aceite ou não execute a
cessação da concessão.
CAPÍTULO IX
SECÇÃO I
Cadastro
ARTIGO 197.º
A delimitação dos terrenos realiza-se através do cadastro, que se rege por legislação especial.
ARTIGO 198.º
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ARTIGO 199.º
(Litígios)
SECÇÃO II
Registo Predial
ARTIGO 200.º
c) a revisão das concessões, determinada por autorização de alteração do seu objecto, finalidade
ou modificação do seu aproveitamento.
ARTIGO 201.º
1. No extracto das inscrições de concessão deve constar, além dos prazos de concessão e de
aproveitamento, a respectiva finalidade, a indicação sumária do aproveitamento e o preço,
prestação, foro ou a renda anual.
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2. A revisão e a renovação das concessões definitivas são registadas por averbamento às respectivas
inscrições.
4. No caso do número anterior, é feita referência ao número da inscrição originária, na qual se lança
cota de remissão para a nova inscrição.
ARTIGO 202.º
(Tratamento informático)
ARTIGO 203.º
(Oponibilidade a terceiros)
Nenhum facto sujeito a registo produz efeitos em relação a terceiros senão depois de efectuado o
respectivo registo.
SECÇAO III
Órgãos de Execução
ARTIGO 204.º
1. Nos serviços a que se refere o artigo 134.º; funcionarão brigadas de demarcação e vistoria, às
quais caberá:
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b) vistoriar os terrenos de que tenha sido pedida a concessão, com o fim de averiguar e informar
acerca das questões que lhes forem formuladas;
2. Para efeitos da alínea d) do n.º 1 deste artigo não poderá ser vedada a entrada do pessoal das
brigadas em qualquer terreno, seja qual for o seu regime jurídico.
ARTIGO 205.º
ARTIGO 206.º
(Autos de notícia)
1. O pessoal das brigadas a que se refere o artigo 204.º tem, no exercício dias suas funções,
competência para levantar autos de notícia contra os que desobedecerem as suas ordens legítimas
ou cometerem qualquer das infracções previstas neste regulamento.
2. Os autos de notícia conterão os elementos e terão o destino e valor referidos no Código de
Processo Penal.
ARTIGO 207.º
(Notificação da penhora)
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ARTIGO 208.º
Quando os direitos de uma concessão forem postos em hasta pública, em processo de execução
fiscal por prestações, foros, rendas, taxas e impostos devidos ao Estado, o magistrado do Ministério
Público deve oferecer, pelo menos, a importância fixada para a abertura da primeira licitação, cujo,
preço-base não pode ser inferior ao da dívida, ou outro limite que a autoridade concedente tenha
estabelecido.
SECÇÃO IV
ARTIGO 209.º
(Escolha do mediador)
1. Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 77.º da Lei n.º 9/04, de 9 de Novembro, antes da
propositura da acção no tribunal competente, devem os interessados submeter a tentativa de
mediação e conciliação os litígios relativos aos direitos fundiários.
2. O órgão de mediação e conciliação é integrado por dois mediadores designados pelo Provedor
de Justiça, devendo a escolha recair em personalidades de reconhecida idoneidade e competência.
ARTIGO 210.º
(Princípios)
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ARTIGO 211.º
(Confidencialidade)
ARTIGO 212.º
1. O Provedor de Justiça deve designar os mediadores no prazo de cinco dias a contar da data em
que um dos interessados tenhas solicitado por escrito a intervenção do órgão de mediação e
conciliação.
2. Os mediadores devem proceder à audição dos litigantes no prazo de cinco dias a contar da data
da sua designação.
3. Cabe aos mediadores definir as condições de tempo e de lugar em que decorre a audição a que
se refere o número anterior.
4. No prazo de 10 dias a contar da data da audição, devemos mediadores remeter aos litigantes a
sua proposta por carta registada.
8. Até ao termo do prazo referido no número anterior, os mediadores podem realizar todos os
contactos com cada um dos litigantes em separado que considerem convenientes e viáveis no
sentido da obtenção de Um acordo.
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CAPÍTULO X
ARTIGO 213.º
ARTIGO 214.º
(Processos pendentes)
1. Nos processos de concessão que se encontrem pendentes, o disposto neste regulamento aplicar-
se-á a todos os actos a praticar depois da sua entrada em vigor.
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ARTIGO 215.º
1. As pessoas singulares ou colectivas que ocupam, sem qualquer título, terrenos do Estado ou das
autarquias locais, devem, no prazo de três anos a contar da data da publicação do presente
regulamento, requerer a concessão dos terrenos que ocupem ilegalmente.
2. Os processos de concessão a que se refere o presente artigo estão sujeitos ao disposto neste
regulamento, nomeadamente, quanto à dedução do requerimento de concessão, à respectiva
instrução e tramitação e aos requisitos de que depende a outorga do título de concessão.
ARTIGO 216.º
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