Socorro, o Ceo Sumiu - (Irmãos Dupont) - Brenda Ripardo
Socorro, o Ceo Sumiu - (Irmãos Dupont) - Brenda Ripardo
Socorro, o Ceo Sumiu - (Irmãos Dupont) - Brenda Ripardo
possível.
“Se você conseguir dizer com toda a
honestidade que não sente nenhum interesse por
mim, eu vou te deixar em paz, Marisol, mas precisa
ser muito honesta, porque eu vejo como você
estremece quando eu te toco.”
Shakira – Rabiosa
Anitta – Veneno
estou tão viciado, quero te levar para cama comigo. Esse seu corpo
mexe comigo. Chega mais perto, eu quero te ver, me dê um pouco
do seu amor.”
¡Dios mío![4]
Não pode ser.
Engulo em seco e tento sair da cama sem ser notada, mas
tomo um susto grande quando ouço a buzina do navio e caio de
bunda no chão, fazendo um estrondo e acordando o meu
companheiro de cama. E então, eu percebo que estou usando uma
blusa branca masculina.
Merda.
Isso não pode ter acontecido de verdade.
Depois de ser acordado com o barulho de fruta madura
caindo no chão, Henrique se arrasta até a beirada da cama e me
olha com cara de sono, mas um sorriso estúpido e arrogante
estampado na cara bonita.
— A gente transou? — pergunto de uma vez, me sentindo
ridícula. Não é possível que eu tenha transado com ele. Tudo bem
que o cara é gostoso, mas é tão metido, que seria a última pessoa
no universo com quem eu faria sexo.
— Você não lembra?
Claro que não, por isso estou perguntando.
Não respondo, apenas me levanto e tento encontrar meu
vestido, mas não o acho em lugar nenhum e como não vou
perguntar nada a ele sobre isso, passo as mãos nos cabelos e me
preparo para ir embora.
— Vai fugir? — ele insiste.
— Olha, cara, ontem à noite foi um erro. Talvez o pior erro da
minha vida — é o que eu digo, dramatizando toda a situação.
— Se você está dizendo. Não foi grande coisa de qualquer
forma.
Respiro fundo.
Se arrependimento matasse, com certeza, eu estaria morta e
enterrada agora. Mas que merda, por que fui beber tanto ontem?
Além de uma puta ressaca, eu transei com o babaca do senhor
engomadinho de terno.
Minha primeira noite no cruzeiro e eu já meti os pés pelas
mãos. Faço uma nota mental de não beber durante os próximos
dias. Não posso arriscar ficar bêbada e ir parar na cama de outro
idiota.
Ou pior.
Ir para a cama do mesmo idiota.
— Você pode me fazer um favor? — pergunto, mas não
espero por respostas. — Vamos fingir que não nos conhecemos.
Giro nos calcanhares e encontro meus sapatos de salto
jogados no chão, perto da cama, mas nada do meu vestido e nem
da bolsa e não me parece que Henrique vai ser um cara legal e me
dizer o que aconteceu com os meus pertences, então, endireito os
ombros e saio da suíte sem olhar para trás.
No corredor, dou de cara com algumas crianças e seus pais,
vestindo roupa de banho e carregando protetor solar. Eles
direcionam olhares julgadores na minha direção e eu noto que a
blusa não cobre quase nada. Mais da metade das minhas coxas
estão expostas.
— O quê? — resmungo para os pais que não param de me
olhar e enrugo o nariz, fazendo careta. Tentando esticar a blusa
para cobrir mais coisas, caminho até a minha cabine, que por uma
coincidência ridícula, fica próxima da suíte de Henrique.
Como vou evitar esse homem se ele é praticamente o meu
vizinho?
Em frente à minha cabine, me dou conta de que não estou
com o cartão de bordo. Na verdade, eu não tenho nada além dos
meus saltos altos. Bato na porta com força e espero. As meninas
demoram mais do que eu gostaria para abrir e quando Ananda faz
isso, eu corro para dentro da suíte, soltando fumaça pelo nariz.
— Ah, oi — ela fala, sonolenta.
Ela não veste as mesmas roupas de ontem, mas o cabelo
está todo bagunçado. Ainda não me olhei no espelho, mas aposto
que estou um caos total.
— Por que me abandonaram ontem?
Ananda cruza os braços na altura dos seios e olha na direção
da cama, onde tem uma Beatrice toda descabelada, de batom
borrado, parecendo uma palhacinha, ainda usando salto alto e
babando enquanto dorme um sono profundo.
— Ela ficou louca, como você. Nós não te abandonamos, eu
pedi ajuda ao Henrique pra trazer você, porque eu só consigo lidar
com uma de cada vez, ainda mais porque eu também não estava
muito sóbria.
Contrariada, deixo os sapatos caírem da minha mão e sento
no sofá, fazendo careta e choramingando. Vejo minha bolsa
amontoada com as das minhas amigas no braço do sofá e solto um
suspiro longo, cheio de arrependimento.
— Eu transei com ele — digo e evito olhar nos olhos da minha
amiga. — Que burrada!
Ananda se joga ao meu lado no sofá, ligeiramente curiosa.
— Tem certeza?
— Certeza se eu transei com ele ou se foi uma burrada? —
rebato.
— Os dois — Ananda diz e ao olhá-la, vejo-a balançando a
cabeça de um lado para o outro. — Você estava praticamente
atacando o Henrique ontem, Marisol. Acho que tem muito tesão
reprimido aí.
Pego a almofada rechonchuda ao meu lado e acerto a cabeça
dela com força, que resmunga um “ai” e depois começa a rir de
mim. E de repente, flashs de ontem vão invadindo meus
pensamentos...
Eu dançando de maneira vergonhosa para o Henrique no
sofá...
Eu falando sobre odiar os homens por causa de Caleb...
Eu pedindo para Henrique foder comigo em alto e bom som...
— Que cara é essa? — Ananda quer saber.
— É pior do que eu pensava — choramingo e levanto,
correndo para o banheiro. Na pia, ligo a torneira e jogo um monte de
água fria no rosto, a fim de acordar desse pesadelo ou perceber que
tudo não passa de um mal-entendido, mas nada acontece.
Olho meu reflexo no espelho e deixo a atenção cair para a
blusa branca que veste meu corpo. Por um momento de demência,
eu cheiro o tecido e odeio o fato de estar tão cheiroso.
Droga.
Ergo os ombros. Tudo bem, eu transei com ele e foi um erro.
Essas coisas acontecem e não adianta chorar pelo leite derramado.
Só preciso me manter longe dele durante a viagem e fingir que a
noite de ontem não aconteceu de verdade.
Eu consigo, certo?
Dia seguinte...
Depois de ter passado o dia de ontem enfurnada na suíte,
sobrevivendo à base de água de coco e analgésicos, as meninas
me convenceram a curtir o dia de hoje aproveitando um pouco de
vitamina D. Antes de nos acomodarmos nas espreguiçadeiras perto
da piscina, tiramos a nossa saída de praia. O local está cheio, rola
música alta e não é nem dez horas da manhã direito, mas já tem um
monte de tiozinho grisalho com cerveja na mão.
Estou passando protetor solar quando o vejo do outro lado da
piscina. Henrique está em pé, debaixo de uma mesa com guarda-
sol, usando blusa cinza e uma bermuda masculina de malha. As
roupas estão secas, mas os cabelos molhados, como se tivesse
acabado de tomar banho.
E ele não está sozinho, do seu lado há uma mulher alta,
exibindo o corpo lindo de modelo de passarela em um maiô sexy.
Os dois estão entrosados em uma conversa animada e ela faz
questão de tocar os bíceps dele sempre que pode.
— Ele é rápido — Beatrice fala, olhando na mesma direção
que eu.
Sei que não temos nada, mas não suporto a ideia de ter sido
apenas mais uma na lista de Henrique, que pelo visto, deve ser
interminável. O que é louco, não é? Não devia me incomodar tanto,
mas infelizmente, mexe com o meu ego.
Passei pouco mais de um ano sem contato com o sexo
masculino e fui para a cama com um babaca rabugento, que quase
me atropelou quando eu estava fazendo uma boa ação e nem se
importou de estar sendo tão idiota comigo.
Talvez eu esteja devastada, louca e com sede de vingança.
Como ele me leva para a cama em um dia e no outro já está
procurando a nova conquista? Quase como se nós mulheres não
fôssemos nada além de um objeto para satisfazer as suas
necessidades.
— Eu conheço essa cara — Ananda diz, chamando minha
atenção. — O que você está pensando em fazer?
— Em infernizar a vida dele — murmuro.
Endireito o chapéu de palha em cima da cabeça, levanto e
visto minha saída de praia. Sem que eu tenha pedido, as meninas
fazem o mesmo e seguem meus passos até o outro lado da piscina,
onde Henrique está com a próxima mulher que ele acha que vai
levar para a cama.
Quem nos nota primeiro é ela e só então ele, que está de
costas, se vira e os olhos azuis encontram os meus por uma fração
de segundo. Ele fica meio confuso de início, mas logo se recompõe.
— O que foi, Marisol? Não consegue mesmo ficar longe de
mim, né? — ele fala, zombeteiro.
Reviro os olhos ao cruzar os braços na altura dos seios e girar
um pouco o corpo para ignorá-lo e fixar minha atenção na mulher ao
seu lado, que é muito bonita, preciso confessar, e parece alguém
com índole boa. Não merece ser apenas mais uma na cama de
Henrique.
— Vou te dar um conselho. Esse aqui... — Aponto para
Henrique, que tem o maxilar contraído. — Não presta. Ele é meu ex-
marido. Nós nos casamos e no dia seguinte eu o peguei na nossa
cama com outra mulher. Você acredita nisso? Nosso casamento não
durou vinte e quatro horas.
— O quê? Você ficou louca? — Henrique questiona, injuriado.
A mulher escancara a boca, horrorizada com o que acabou de
ouvir. Sem dizer nada, ela balança a cabeça com desdém e se
afasta de nós, e só quando está longe o suficiente, eu começo a rir.
Ananda e Beatrice fazem o mesmo, enquanto Henrique me
encara cético.
— Qual é o seu problema? — Ele quer saber.
— Não pode me levar pra cama e no dia seguinte levar outra
— retruco, e só depois de fechar a boca, eu percebo o quanto isso é
ridículo.
O que eu estou fazendo?
— Precisamos esclarecer algumas coisas — Henrique
murmura, dando um passo para frente e me fazendo recuar. — Eu
não te levei pra cama. Não lembra de nada daquela noite?
— Vai querer negar agora?
Ele continua se aproximando de mim até que eu paraliso os
pés e coloco a mão no seu peito ridículo e duro. Se continuarmos
assim, vou cair na piscina. Henrique desce com os olhos na direção
da minha mão e eu a tiro quase que de imediato, engolindo o caroço
na garganta e tentando me recompor.
Não vou ser hipócrita a ponto de mentir, mas desde que
acordei na cama dele, eu venho pensando mais do que gostaria
nesse babaca. Eu tentei me lembrar daquela noite, mas não tive
sucesso.
Infelizmente, a única coisa que eu consegui foi fantasiar a
maldita boca de Henrique no meu pescoço. E eu não sei se são
lembranças ou apenas minha cabeça traiçoeira.
— Não estou negando, na verdade.... — Ele é interrompido
por um homem que passa por nós e esbarra nele sem querer.
Henrique vem com tudo para cima de mim e eu pioro toda a
situação quando tento me agarrar na sua blusa.
Splash!
Acontece tudo tão rápido, que em um segundo estamos na
borda da piscina conversando e no outro, eu estou dentro dela,
engolindo água com Henrique, e minhas amigas rindo do que
acabou de acontecer.
— Sorry, my bad [5] — o gringo fala para nós e Henrique dá
uma resposta amigável, o que me surpreende. Ele é sempre tão
mal-humorado e rabugento.
— Por que parece surpresa?
Suspiro.
— Nada — resmungo, e caminho até a escadinha para sair
da piscina, ignorando minhas sandálias e chapéu de palha que
estão flutuando na água. Paraliso quando ele me chama. — O que
foi?
— Seu chapéu.
Ele gesticula com meu chapéu de palha ensopado e faz uma
careta estranha, e eu começo a rir. Desde que Henrique entrou na
minha vida, eu vivo me metendo em cada situação, como se a
minha vida fosse uma comédia romântica, mas sem romance, só
com as situações de origens duvidosas mesmo.
— Então, você sabe rir?
Fecho a cara em uma expressão séria.
— Não fale como se você fosse a miss simpatia — devolvo,
fazendo Henrique bufar.
— Sol? É você?
Quando ouço a voz masculina, eu congelo e tenho vontade
de afundar na piscina até estar livre dessa situação. Não é possível
que eu esteja presa em uma viagem de cruzeiro com o meu ex-
namorado. Não posso ser tão azarada assim. Ou será que posso? É
claro que eu posso. Às vezes, a minha vida parece uma interminável
maré de má sorte.
Respiro fundo e direciono minha atenção para a voz que eu
amei no passado, e mesmo que meu coração partido tenha se
curado, é duro vê-lo com outra pessoa. Na verdade, é uma barra vê-
lo com a pessoa com quem ele me traiu. Será que ele a trai
também?
Catarina e eu nunca nos demos bem e no fundo, eu tinha
razão de ter um pé atrás com ela, já que estava fodendo com o meu
namorado enquanto eu fazia planos para casar e quem sabe,
construir uma família com o embuste.
— A vida só pode estar de brincadeira comigo — Catarina
fala, levantando os óculos de sol para me observar.
— Olha o jeito que você fala, piranha — Beatrice diz ao se
aproximar com Ananda, e eu quase consigo sorrir. Ela sempre foi
meio esquentada e começou a odiar Caleb depois do meu par de
chifres.
— Ele é o Caleb? — Henrique pergunta e eu lembro da sua
presença. Sem esforço, ele se aproxima de mim, encarando com
desdém meu ex-namorado traidor. — Sério?
— Não quero falar sobre isso — é só o que eu digo.
— Quem é esse cara? — Caleb rebate, o nariz empinado e
tão cheio de marra, que me dá nojo. — O que você está fazendo
aqui, Sol?
— Não é da sua conta — Ananda rebate e minhas amigas
começam a discutir com Caleb e Catarina.
E eu me sinto ridícula por não conseguir me defender. Caleb
sempre fez eu me sentir assim, impotente e odeio tanto isso, que
me deixa quase sem ar. É como se a mulher que eu sou de verdade
se escondesse sempre que esse traidor está por perto.
Foi assim quando ele terminou comigo, não é? Fiquei em
choque, não consegui dizer nenhuma palavra. Não foi muito
diferente quando o peguei com Catarina e descobri que os dois
estavam juntos há dois anos. A merda de dois anos.
— Ei — Henrique me chama e devagar, levanto os olhos para
encará-lo e noto que está muito próximo de mim. Muito próximo
mesmo. — Esquece esse cara. Traidores são os piores.
Sinto as bochechas queimarem de vergonha.
— Eu te contei isso, né? — murmuro.
— Sim.
Eu tinha uma vaga lembrança sobre ter mencionado Caleb
para Henrique na noite do litro de rum, mas não sabia o quanto tinha
contado. E pelo visto, eu contei muito. Que humilhante, na hora eu
devo ter parecido desesperada.
— Isso não combina com você — ele diz, me fazendo unir as
sobrancelhas em confusão.
— O quê?
— Parece que alguém chutou seu cachorro. Essa cara... não
combina com você — provoca e eu giro os olhos, incrédula. — Foi
mal, é que eu só conheço o seu lado agressivo e bêbado — emenda
com um tom zombeteiro.
Eu rio e acabo tendo vontade de me desculpar pelo que
aconteceu antes de cairmos da piscina. Ele é um idiota, mas está
fazendo uma viagem sozinho por algum motivo que não sei e não é
justo acabar com a diversão dele só porque transamos.
Se ele é um cafajeste, o problema não é meu.
— Me desculpe por ter dito que você era meu ex-marido —
digo e mesmo que eu esteja tentando soar séria, começo a rir de
novo. — Desculpe, estou arrependida de verdade. Não serei mais
uma empata na sua vida.
Henrique respira fundo.
— Além de empata trânsito, você é minha empata foda
também — rebate e os lábios esticam em um sorriso maroto.
Estou prestes a abrir a boca para falar alguma coisa, quando
um instrutor pede para sairmos da piscina, porque é proibido entrar
de tênis. Caminho até a escadinha e saio, enquanto Henrique caça
minhas sandálias e chapéu que estavam flutuando na água.
— Obrigada — murmuro e só então noto que minhas amigas
e meu ex-traidor sumiram. — Aproveite a sua viagem, sei lá.
Ele assente e em seguida gesticula com o queixo para a frase
tatuada abaixo da minha barriga. Fiz ela quando completei dezoito
anos. Enchi a cara com Ananda e Beatrice e depois fomos em um
estúdio de tatuagem do pai de um amigo nosso. Foi um dia e tanto.
Encher a cara sempre me fez agir como se o céu fosse o limite.
Pelo menos, disso eu não me arrependi. Já a noite com
Henrique... sim, não é? Eu me arrependi de ter transado com ele?
Sim, claro. Com certeza. Definitivamente, sim. Ou será que não?
— Carpe diem... é sexy — diz, olhando de maneira atrevida
minha barriga exposta. — Tem um piercing aí também... gostei.
Onde mais tem? Além do umbigo e da boca? — acrescenta de um
jeito presunçoso.
Suspiro e seguro a vontade de revirar os olhos.
— Já deve saber que não tenho nenhum piercing íntimo. E
nós podemos fingir que aquela noite nunca aconteceu?
— Por quê? Foi memorável. Pelo menos para mim — retruca,
sorrindo com deboche. — Agora é sério, precisamos conversar
sobre o que aconteceu...
— Foi um erro — digo entre os dentes, interrompendo
Henrique.
— Tem certeza? — ele me provoca, me fazendo respirar
fundo e sem paciência. Jogo as sandálias sem salto no chão e as
calço, em seguida, enfio o chapéu enxarcado em cima da minha
cabeça.
— O navio é grande, vamos fazer o possível pra não nos
esbarrarmos, certo?
Os lábios dele se curvam em um pequeno sorriso.
— Se você não continuar sendo uma empata foda, pra mim já
tá ótimo — contesta, me deixando irritada, mas decido ser superior
e ir embora sem falar nada. O que não dá certo, dou dois passos
para frente e recuo de novo, ficando cara a cara com Henrique, que
tem um sorriso presunçoso estampado no rosto. — Esqueceu algo?
— Sim, isso.
Depois de falar, eu o empurro com tudo para dentro da
piscina de novo e em vez de ele ficar bravo comigo, o babaca
começa a rir e eu acabo rindo também antes de girar nos
calcanhares e ir embora.
Depois do incidente na piscina e o ex-traidor, passei o resto
do dia sem ver Marisol. O que eu deveria achar excelente, certo?
Certo. Mas não é exatamente assim que me sinto. Eu devo estar
louco, mas sinto falta de toda a confusão que ela causa na minha
vida.
Seu nome deveria ser Marisol Confusão em vez de Marisol
García.
Meu celular vibra dentro do bolso, varrendo meus
pensamentos para longe. Quando vejo o nome da minha mãe
saltitando na tela, recuso a ligação. Não quero ter que falar que
estou fugindo da Nissa.
É uma merda, mas não sou exatamente um livro aberto e
quando meu casamento deu errado, não contei a ninguém sobre o
que aconteceu de verdade. Meus pais e irmãos acham que acabou
porque nós dois queríamos coisas diferentes.
Bom, Joaquim sabe a verdade, mas é outra história.
Ainda hoje não sei como fazer isso, ser sincero sobre o ano
do meu divórcio. Mas como eu faria isso? Minha família adora a
Nissa e eu teria que dizer que aquele maldito acidente de carro
acabou com a minha vida, já que além de perder o filho que
ninguém sabia que Nissa carregava no ventre, em vez de superar a
dor da perda juntos, eu caí de cabeça no trabalho e a minha ex foi
procurar consolo nos braços do meu melhor amigo.
Ainda lembro como se fosse ontem, eu cheguei de uma
viagem de negócios mais cedo e peguei Nissa fazendo um boquete
no meu melhor amigo no sofá da sala. Foi tão estranho e eu me
senti um ridículo por não ter notado que ela me traía.
Traidores... são os piores.
Claro que meu humor mudou muito depois da Nissa. Eu já era
um tremendo de um rabugento, mas ficou tudo pior. Não conseguia
mais confiar em ninguém e mesmo depois de tanto tempo, eu fujo
de relacionamentos como o diabo foge da cruz. Não pretendo deixar
outra mulher dominar meu coração e passar por aquela merda de
novo.
E não quero magoar ninguém como ela fez comigo e nem ser
magoado outra vez. Coração partido é ridículo, parece coisa de
adolescente, mas dói igual em todo mundo. Dói pra caralho.
Meu celular vibra de novo, dessa vez é uma mensagem do
Gabriel. Depois de mim, ele é o mais velho.
Gabriel: Socorro, o CEO sumiu.
Gabriel: Sério, aonde você tá? A mamãe tá pirando.
Gabriel: Joaquim comentou sobre a Nissa. Não seja
dramático, Henrique, porque esse sou eu, não você. Dê notícias.
Suspiro e desligo o celular antes de colocar em cima do
balcão do bar. Faz um pouco mais de meia hora que estou aqui,
decidindo para onde ir. Existe tanta coisa para se fazer em uma
viagem de cruzeiro, mas estou sem ânimo para nada.
Talvez amanhã quando pararmos em Búzios, eu procure
Eliza, uma amiga que mora longe, mas sempre que nos vemos
acabamos transando. Preciso descarregar toda a minha frustração
em uma foda.
Eu preciso de sexo. E o fato de me imaginar passando as
mãos pela pele bronzeada e macia de Marisol não tem ajudado.
Muito menos fantasiar aquele metal do piercing da língua dela
tocando a cabeça do meu pau.
— Sozinho?
Ao ouvir a voz feminina que para ao meu lado, levanto as
vistas para observar. É uma mulher bonita. Tem cabelo loiro
comprido e pele clara, olhos verdes e os lábios finos estão pintados
de vermelho. Está usando uma calça jeans justíssima e uma blusa
bem decotada. Ela tem seios grandes, bem grandes, que
dependendo do ângulo que se olha parece uma bunda redonda.
— Sim.
Os lábios se esticam em um sorriso de canto.
— Posso te fazer companhia?
— Claro — dou uma resposta curta.
Ela desliza para a banqueta e apoia o cotovelo no balcão,
sem tirar os olhos curiosos de mim.
— Solteiro?
— E entediado — digo, roubando uma risadinha estridente
dela.
— Qual é o seu nome?
— Henrique, e o seu?
— Vitória.
Finjo um sorriso e assinto. Não estou interessado nela, mas a
mulher é bonita e os seios são tão grandes, que dá até vontade de
meter o pau entre eles e fazer movimentos de dentro e fora. E sei
que se eu quiser, posso fazer isso. Ela está me dando mole, mas
por que não estou me preparando para atacar e levá-la para minha
suíte?
Transar... não é exatamente disso que eu preciso no
momento?
Para minha surpresa, na ponta do bar, vejo Marisol e as
amigas. Elas estão rindo de alguma coisa, mas no momento em que
a minha empata oficial cruza os olhos com os meus, o rosto dela
fica amuado. Os olhos que têm cor de chocolate derretido focalizam
a mulher ao meu lado, depois voltam para mim de novo. Ela não
parece feliz. Por que será? Hoje cedo Marisol disse que não seria
mais uma empata foda.
Droga. Tudo que eu quero no momento é que ela venha até
aqui e empate minha possível foda com a loira de seios grandes.
Que aja daquele jeito irritante e me tire do sério.
O que está acontecendo comigo? Quando exatamente eu
passei de: Marisol é uma insuportável para: quero essa mulher na
minha cama?
Passo os próximos minutos trocando encaradas intensas com
Marisol e respondendo perguntas da Vitória. Ela já começou a tocar
meus braços quando ri, apesar de eu ter certeza que as palavras
que estão saindo da minha boca não sejam engraçadas.
Quando levo o copo de cristal até a boca, noto que está vazio.
Peço outra dose de conhaque ao barman e concordo com algo que
Vitória diz. Ela ri de novo e se continuar assim, daqui para o final da
noite, vou achar que tenho vocação para ser comediante.
Sinto um gosto amargo na garganta ao ver três homens se
aproximarem das garotas. Cada um trata de focar a atenção em
uma delas e Ananda é a primeira a negar com a cabeça e mostrar o
dedo com anel de noivado. Ele parece decepcionado, mas não se
afasta.
Olhando para mim, Marisol conversa com seu pretendente e
isso me deixa furioso. Por quê? Ele é ousado o suficiente para tocar
o ombro nu dela e aproximar seu rosto para lhe dizer algo no pé do
ouvido, em seguida, apoia o corpo no balcão, me impedindo de ver
Marisol.
Bebo o conhaque que o barman serviu de uma vez e jogo
algumas notas de dólares[6] em cima do balcão. Corto Vitória sobre
um assunto que não faço a mínima ideia do que seja e desejo boa
noite antes de deixá-la sozinha.
Confiante, me aproximo das garotas e odeio o fato do homem
que está tentando comer Marisol continuar tocando nela agora.
Dou uma batida forte no ombro dele e quando se vira para
mim, eu digo:
— Vaza daqui.
Ele une as sobrancelhas, confuso.
— O quê?
— Ela não está interessada em você — falo ao apontar para
Marisol, que fica me encarando impassível. — Ela é noiva —
acrescento ao gesticular com a mão na direção de Ananda. — E
ela... — Não sei o que dizer, então fico encarando Beatrice, que
sorri e movimenta os lábios para articular “Não faz o meu tipo.” —
Você não faz o tipo dela.
— Desculpe, garotos. — Ananda zomba e dá de ombros.
Para meu alívio, os três predadores vão embora. Sorrio satisfeito e
me acomodo na banqueta, chamando o barman para me servir mais
uma dose de conhaque.
Agora vou beber com as meninas.
— Passou o dia sumido. O que você fez? — Beatrice quer
saber.
— Trabalho.
Ao ouvir minha resposta, ela torce a boca e o nariz, fazendo
uma careta engraçada.
— Quem faz uma viagem de cruzeiro e passa o dia enfurnado
no quarto trabalhando? — Beatrice questiona.
— Aparentemente, eu.
Ananda suspira e balança a cabeça, como se estivesse com
pena de mim. Eu decido ignorá-las e focar a atenção em Marisol,
que está me encarando com uma ruga fina na testa. Hoje ela está
usando um macacão curto e uma espécie de blusa com mangas
bufantes, mas que deixam os ombros expostos.
Linda.
Gostosa.
Quente.
— Por que desistiu da loira? — ela pergunta ao gesticular
com o queixo na direção de algo atrás de mim. Dou uma olhadela
por cima do ombro e noto que Vitória está no mesmo lugar, olhando
para nós com uma cara de quem comeu e não gostou.
— Por que estava olhando pra mim? — devolvo.
Ela se endireita na banqueta e pisca devagar. Abre a boca
para falar, mas não diz nada e me dá uma visão da bolinha prateada
na língua. Nossa. Qual a sensação de chupar essa língua com
piercing?
— Não sei.
— Sabe sim.
— Henrique! — ela me repreende e eu sinto os cantos da
minha boca se curvarem em um sorriso. — Pode voltar pra sua loira.
Não precisava ter espantado o meu pretendente, não está nos meus
planos ir pra cama com outro babaca.
— É... hum... nós vamos ao banheiro — Beatrice fala e
Ananda fica em pé no mesmo segundo. Marisol faz uma cara de
quem está implorando para não ser deixada para trás, mas as
amigas vão embora sem ela.
O barman serve minha bebida e eu agradeço. Marisol pega a
Margarita que pediu ao se aprumar no balcão e toma um gole
pequeno. Fico contemplando os lábios carnudos por uma fração de
segundo e quando sinto ondas eletrizantes indo na direção do meu
pau, eu desvio os olhos.
— Nós não transamos — falo de uma vez, fazendo suas
sobrancelhas se unirem ao me fitar.
— O quê?
— Parece decepcionada. Por quê? Queria ter transado
comigo?
— Então, a gente não transou? — ela pergunta, decidindo
ignorar o que acabei de dizer.
— Não, embora você tenha insistido. E insistiu muito, Marisol.
As suas bochechas coram e eu sorrio. É bom saber que
posso desestabilizar esse pedaço de mau caminho rabugento e
cheio de curvas deliciosas. Na verdade, quero fazer bem mais do
que apenas desestabilizá-la. Ela e eu não nos damos tão bem, mas
não posso negar a atração e bem, quero muito essa mulher na
minha cama. Fico pensando qual deve ser a sensação de estar
dentro dela ou dessa língua com piercing tocando meu pau e me
dando prazer.
— Mas eu estava usando uma blusa sua naquela manhã.
— Você sujou seu vestido com vômito. Aliás, vomitou no meu
sapato também. Não foi muito bonito de se ver.
Ela enruga o nariz, fazendo careta.
— Desculpa.
— E eu escovei seus dentes, porque segundo você, não
consegue dormir sem escovar os dentes.
Os olhos dela só faltam saltar do rosto com a nova
informação. Marisol passa as mãos nos cabelos longos, fazendo
com que o cheiro de shampoo me atinja como um soco no nariz, e
em seguida, deixa os ombros caírem.
— Tá bom, já entendi, me desculpa. Agora volta pra loira e
me deixa em paz — resmunga.
Bebo um gole de conhaque, sem tirar os olhos dela.
— É isso que você quer? Que eu volte pra Vitória e a leve pro
meu quarto? Ela está doida para que eu faça isso.
Marisol pisca devagar, mas tem a respiração acelerada.
— Não me interessa o que vai fazer com ela.
Ela fica em pé num solavanco, mas a impeço de ir para longe
quando seguro seu pulso. Marisol tem a respiração ofegante e os
olhos estão vidrados em mim, mas não está fazendo esforço para
se soltar e fugir.
Desço com as vistas para as nossas mãos e devagar, faço
círculos com o polegar. Noto os pelos dos seus braços se
arrepiarem com o meu toque. Lentamente, a trago para mais perto e
a encaixo entre as minhas pernas.
Marisol engole em seco.
— O que está fazendo?
— Agora? Nada.
— Eu odeio você, não vai rolar — murmura, os olhos fixados
na minha boca. — Só estando muito bêbada pra transar com você
— emenda, o peito arfando e sinto o seu corpo tremer.
Meu coração fica inquieto dentro do peito. Saber que sou eu
quem a está deixando assim é bom e é tão excitante, que deixa meu
pau pulsando de desejo.
— Também não sou o seu fã... mas você é tão gostosa. Não
podemos fazer um esforço e nos dar bem?
— Não — responde.
— Por quê?
— Porque você é um babaca e quase me atropelou na
semana passada — ela murmura e subo com a mão pelo seu braço
até o ombro nu, depois envolvo no pescoço, os dedos roçando na
nuca.
Ela não recua.
Levo a mão livre até a sua cintura e a trago para mais perto
de um jeito insano. O cheiro floral dela me deixando louco e os seus
lábios carnudos implorando para serem chupados com força.
Aproximo meu rosto e sem dizer nada, cubro a sua boca com
a minha. Ela me quer também, porque não tem resistência da sua
parte, Marisol abre os lábios e a minha língua ávida a invade
procurando pela sua.
Ela solta um gemido gostoso quando aprofundo o beijo e isso
me faz apertá-la contra mim, fazendo-a sentir minha ereção
dolorida. O metal frio do piercing contra o calor da minha língua é
algo surpreendente e muito melhor do que eu imaginava. Meu corpo
inteiro se arrepia ao sentir as mãos de Marisol no meu ombro, me
apertando com força, como se não quisesse desabar.
Chupo o lábio inferior com vontade e ela solta outro gemido
sexy, que me deixa louco de tesão. Se não estivesse em público, eu
não demoraria nada para despi-la e me enfiar entre as suas pernas
para sentir o seu gosto.
— Henrique... — ela murmura ofegante ao se afastar.
Abro meio sorriso ao notar o lábio inferior inchado e vermelho.
Preciso me segurar para não envolver Marisol em outro beijo só
para tê-lo entre os meus dentes e ouvi-la soltar gemidos de rendição
enquanto a minha língua se enrosca na sua.
— Vem cá, linda, eu quero mais.
Ela coloca as mãos espalmadas em cima do meu peito e de
leve, impulsiona para trás, se afastando de mim.
— Eu preciso ir — é o que me diz antes de girar nos
calcanhares e me deixar sozinho e de pau duro.
Cacete.
Eu preciso possuir essa mulher.
Fugir de Henrique se tornou minha missão desde ontem à
noite.
O que foi aquilo? Eu não o suporto, ele é tão babaca,
rabugento, irritante, mas quando me beijou, eu me senti derreter na
sua boca e para o meu bem, eu tive que ir embora. Henrique me
deixou toda molhada só por ter enfiado aquela língua sorrateira
dentro da minha boca.
Por que não consegui resistir? E merda, por que não paro de
pensar nele?
— Pronta? — Ananda fala ao entrar na suíte acompanhada
de Beatrice.
O navio parou no nosso primeiro destino, Búzios, e nós
vamos fazer um mergulho na Ilha da Âncora. Eu tinha acordado
cedo e me arrumado, mas não tive coragem de sair para tomar café
da manhã com as meninas. Não queria estragar minha missão de
continuar fugindo de Henrique. Não sei o que pode acontecer se eu
ficar cara a cara com ele.
— Até quando vai continuar fugindo dele? — Beatrice quer
saber. — O cara te deu um beijo daqueles, por que não aproveita?
Ele é meio idiota, eu sei, mas é gato e gostoso.
É claro que minhas amigas viram o beijo desentupidor de pia
que Henrique me deu. E mesmo que eu quisesse negar, não teria
como. Meu lábio inferior ficou inchado com a intensidade com que
ele chupou.
Nossa. Só de lembrar disso, sinto espasmos percorrerem meu
corpo e se alojando entre as minhas pernas. Respiro fundo. Dios
mío, eu preciso de sexo. De repente, meus paus de silicones não
parecem suficientes ou interessantes.
— Vamos logo. Sair do navio vai me impedir de vê-lo.
Levanto do sofá, o lugar onde fiquei por quase quarenta
minutos esperando as meninas voltarem do café da manhã, e pego
a bolsa, passando a alça pelo braço e colocando um sorriso no rosto
enquanto tento fingir que o coração não bate acelerado igual uma
batedeira planetária.
Minha vida não colabora comigo...
É a primeira coisa que penso ao sair da suíte e dar de cara
com Henrique no corredor estreito. Engulo o coração no meio da
garganta e ergo o queixo, tentando mostrar que a presença dele não
me abala em nada.
— Ei, Henrique, o que vai fazer agora? — Beatrice pergunta,
me olhando de rabo de olho por um milésimo de segundo.
— Tomar café da manhã — ele responde e olha para mim. —
Vão sair do navio?
Mierda![8]
Eu quero que ele me beije de novo.
A mão dele vai direto para o meu rosto, o polegar roçando no
maxilar e os restos dos dedos na nuca, me arrepiando e já me
deixando molhada, tensa, com tesão, irritada e querendo mais
dessa intensidade dele.
O polegar roça no meu lábio inferior e um gemido involuntário
escapa da minha boca. Parece que gemer como se fosse uma gata
manhosa é a única coisa que sei fazer quando estou perto de
Henrique.
Ele desce os dedos longos por uma das minhas tranças
boxeadoras sem tirar os olhos da minha boca. Mas para meu
desgosto, nada acontece. O homem me dá uma última encarada
antes de ficar de costas para mim e caminhar na direção do
elevador.
O que foi isso? Ele vai me fazer implorar por um beijo agora?
Que otário. Tá bem, então, senhor engomadinho de terno, vamos
ver até que ponto você consegue resistir sem grudar essa boca
arrogante na minha.
Espera aí, o quê? Marisol, pelo amor de Deus, se
recomponha e mantenha distância de Henrique. Mas mantenha
distância depois, porque agora você vai entrar no elevador
minúsculo e ficar pertinho dele.
Droga.
Oito horas e cinquenta minutos, o barco ancora no ponto de
mergulho na Ilha da Âncora. E mesmo que tenha feito um esforço
danado para não ficar olhando Henrique com roupa de mergulho, foi
difícil, já que ele sentou de frente para mim e de vez em quando
sentia o calor dos olhos azuis queimando minha pele.
O que foi ruim, porque o instrutor de mergulho estava dando a
aula teórica e eu fiquei fazendo perguntas como uma aluna
indisciplinada que não presta atenção direito nas palavras que saem
da boca do professor.
Contando com os dois instrutores e nós, estamos em doze
pessoas. E para o mergulho, nós vamos em duplas. É claro que as
meninas armaram para eu fazer dupla com Henrique e mesmo que
no começo eu tenha tentado ficar chateada, não tive sucesso.
Depois de ajeitar todo o equipamento de mergulho das
minhas amigas, o instrutor pula no mar e as meninas fazem o
mesmo, visivelmente animadas. Henrique que ainda está sentado
de frente para mim, observa as sutis ondas do oceano.
Eu sei que vou me arrepender disso, mas caminho até o
balcão do barco que está com algumas comidas. Pego sanduiche,
banana e uma garrafinha de suco e vou sentar ao lado de Henrique.
Sem dizer nada, entrego o sanduiche e o suco para ele, que fica me
olhando como se fosse impossível uma boa ação sair de mim.
Qual é, quando ele me conheceu eu estava tentando resgatar
um cachorro.
— Obrigado — ele diz, pegando a comida das minhas mãos e
roçando os dedos propositalmente nos meus.
Como minha banana em silêncio e evito olhar para ele. Não
estou confiando muito em mim no momento, ainda mais porque ele
está gato demais e tão cheiroso, que é quase impossível não ficar
secando.
O celular dele começa a tocar e de rabo de olho, noto o nome
“mãe” saltitando na telinha colorida, mas ele recusa a ligação e para
minha surpresa, desliga o aparelho. Não devia me intrometer nos
assuntos dele, mas, às vezes, sou mais curiosa do que inteligente.
— Por que está evitando sua mãe?
Ele me olha.
— Não quero dizer onde estou ou o que estou fazendo.
Simples assim.
Bufo.
— Que amargo.
— É mais do que isso.
— É o que, então? — Arrisco, erguendo as sobrancelhas e
algo passa pela minha cabeça. Vou provocá-lo. Claro que o melhor
é não fazer isso, mas eu disse que às vezes minha curiosidade
ultrapassa a inteligência. — Eu te dou um beijo se responder.
Ele solta uma risada, que me faz rir também.
— Um beijo pra cada resposta?
Assinto, sem ter certeza.
— Mas não aqui — falo rápido e ele parece decepcionado,
mas concorda com um aceno de cabeça também. — Então, temos
um trato?
Onde eu estou me metendo? Não faço ideia, mas não quero
voltar atrás.
— Temos um trato.
Sorrio e estendo a mão livre para o cumprimento, o que rouba
outra risada dele e faz meu coração acelerar. Tento ignorar esse
sentimento e me concentro nas perguntas que farei para Henrique.
Tenho quarenta minutos até as meninas voltarem, depois disso, é a
nossa vez de mergulhar.
— Por que está viajando sozinho?
Ele abre um sorriso maroto.
— Já te respondi isso, mas você estava bêbada demais para
lembrar.
— Ah — murmuro.
— Estou fugindo da minha ex.
— Por quê?
— Se eu responder essa serão dois beijos. — Lembra e eu
reviro os olhos, mas o incentivo a continuar. — Eu fui casado,
aconteceu um monte de merda no meu relacionamento, ela me traiu
e terminamos.
Engulo em seco, sem saber o que dizer. Não esperava por
esse tipo de resposta. Ele já foi casado? Uau. Isso é algo que não
imaginava. Henrique tem uma cara de que não pode ver um rabo de
saia.
— Sinto muito — digo, por fim.
— Já passou.
— Por que não atende sua mãe?
Ele respira fundo e desenrosca a tampa da garrafinha para
beber um gole de suco de laranja. Em seguida, torna a me encarar e
algo no olhar dele me faz sorrir. Droga. Eu me sinto uma idiota.
— Ela não sabe o que minha ex fez e não quero ter que falar
o porquê eu simplesmente sumi.
Assinto.
— O que você faz?
— Está contando?
Reviro os olhos.
— Sim — retruco, mal-humorada.
— Sou CEO da Renova Dupont, uma empresa que faz
produtos de beleza. Talvez você já tenha usado algum dos meus
produtos. A marca é bem famosa no sul.
Semicerro os olhos por alguns segundos, fingindo refletir.
— Talvez sim.
— Mais alguma pergunta?
— Há quanto tempo está divorciado? — pergunto antes que
meu cérebro filtre as palavras. Não era exatamente isso que eu
estava planejando falar, mas agora, estou curiosa demais para
saber a resposta.
— Três anos.
— Hum, já faz um tempinho.
— Me deve cinco beijos — é o que ele diz, me fazendo
desviar os olhos por alguns instantes. — Vou cobrar.
A fim surpreendê-lo, me inclino para frente e aproximo meu
rosto do seu, sem aviso prévio, dou cinco selinhos rápidos e depois
me afasto para voltar a comer minha banana.
Henrique enruga a testa e torce a boca.
— Pronto.
— Nem pense que isso pagou alguma coisa — retruca,
carrancudo. — Sou um homem de negócios e conheço os meus
direitos.
Ao ouvi-lo, começo a rir.
— Conversamos depois sobre os seus direitos — cantarolo e
saio de perto de Henrique, indo sentar no meu lugar de antes, de
frente para ele.
Sem conseguir me conter, levanto o rosto e o encaro. Ele tem
os olhos predadores em cima de mim e parece estar meio bravo,
daquele tipo que pode me agarrar aqui mesmo e me dar um beijo
selvagem que vai me fazer derreter em seus braços.
Henrique segura a minha câmera aquática para que eu me
concentre no mergulho. Eu não sabia que ele podia ser tão fofo e
gentil, mas gostei dessa versão. Depois de arrumarmos o
equipamento, pulamos no mar de água cristalina azul antes do
instrutor.
Os quarenta minutos parecem pouco para aproveitar o
momento debaixo da água, que gira em torno de quase quinze
metros de profundidade. Apesar de ser a primeira vez aqui, eu sinto
que a Ilha da Âncora é um lugar que nunca deixa de surpreender.
Nós nadamos acima dos recifes de corais e fomos deslizando
através dos cardumes tropicais e coloridos. Mesmo sem conseguir
falar, Henrique me encoraja a explorar uma pequena caverna e vem
junto comigo. O instrutor não parece satisfeito com a ousadia dele,
mas na verdade, eu estou gostando. Depois nós vamos admirar as
grandes tartarugas verdes e os corais moles.
Quando o nosso mergulho acaba e voltamos à superfície, o
instrutor dá um sermão sobre não seguir os seus comandos e se
aventurar pela caverna pequena. As palavras dele entram em um
ouvido de Henrique e saem pelo outro. Com certeza, esse CEO não
faz o tipo que recebe ordens. Muito pelo contrário.
Tiramos as nadadeiras enquanto o instrutor se prepara para
levar a próxima dupla para o mergulho. Henrique me entrega a
câmera aquática e eu agradeço por ter filmado o nosso passeio
debaixo d’água.
Minhas amigas se aproximam de nós.
— O que os pombinhos aprontaram? — Beatrice quer saber.
Ela tem um sorrisinho travesso desenhado no rosto.
— Nada, só Henrique arriscando minha vida no fundo do mar
— zombo.
— Não é pra tanto. O instrutor que é chato demais — ele
retruca, a cara toda amarrada, mas que é tão linda também.
— É o trabalho dele.
Ao me ouvir, Henrique suspira e ergue uma sobrancelha
grossa para mim, como quem pergunta se vou continuar querendo
discutir com ele sobre isso ou quem diz “não aja como se não
tivesse se divertido lá embaixo”.
— Mas foi incrível também, graças a você. Obrigada —
admito, fazendo um sorriso debochado esticar a sua boca atrevida.
— Vamos almoçar depois daqui? Tem um restaurante na praia
que parece incrível. O que me dizem? — Ananda pergunta,
sugestiva.
De rabo de olho, observo Henrique, esperando que ele se
manifeste sobre a proposta de Ananda. Eu sei, ele é irritante, mas
estou descobrindo que é bom também passar o tempo ao lado dele
quando não está sendo um babaca de terno e gravata.
— Vai te irritar muito se eu for com vocês? — ele questiona,
no pé do meu ouvido. A voz quente e grossa leva uma onda
fenomenal para o meio entre as minhas pernas e sinto o coração
dar um salto duplo dentro do peito.
— Sim — é o que eu respondo, só porque sei que ele adora
me contrariar.
— Então, eu vou.
Mordo o lábio inferior para esconder o sorriso.
Pai: Onde você está? Henrique, não pode simplesmente
sumir desse jeito. Você é um homem de negócios, tem
responsabilidades.
Pai: E sua mãe está pirando.
Pai: Volte para casa, ela ameaçou ir à polícia dizer que você
desapareceu ou foi sequestrado. Ainda não sei qual dos dois.
Mãe: Espero que seu pai tenha conversado com você. Não
estou brincando, Henrique. Quero meu filho de volta. Onde você
está?
Penso em digitar alguma mensagem para acalmar os ânimos
da minha mãe, mas eu a conheço bem e sei que não vai acreditar
se eu disser que simplesmente decidi tirar uns dias de férias. E
então, vou ter que entrar no assunto que estou fugindo.
Minha mãe sempre gostou da Nissa, a viu crescer e a tratou
como se fosse uma filha. Não quero ter que partir o seu coração
com os problemas fodidos do meu casamento fracassado. Não
quero ver minha mãe sofrer por causa disso também.
De nada adianta ficar ruminando o passado. Isso só nos deixa
mais quebrados e eu estou cansado de me sentir assim. Mesmo
que eu não sinta nada pela minha ex-mulher, às vezes parece que
meu coração ainda está despedaçado.
Talvez seja pelo filho que eu perdi e não pude fazer nada para
salvá-lo. Quando soube que Nissa tinha perdido o bebê que eu nem
sabia que esperava foi como um soco na boca do estômago. Eu
chorei tanto pela morte de alguém que eu nem sabia que existia,
mas foi assim que eu descobri que eu já o amava, mesmo sem
saber da sua existência.
Deprimido, estressado, começo a responder meus e-mails e
mando uma mensagem para Heloísa. Ela está fazendo um ótimo
trabalho em não dizer nada para minha família e isso é bom.
Vou voltar para casa e quando isso acontecer, invento uma
desculpa que convença todo mundo. E claro, preciso arrumar um
jeito de me livrar de Nissa. Não quero conversar ou olhar na cara
dela, mas preciso resolver essa situação.
— Ui, tão sério.
Ao ouvir as palavras, levanto as vistas e me deparo com
Beatrice. Ela está segurando um prato com frutas e um sanduíche
natural. Sem pedir permissão, coloca em cima da mesa onde estou
e abre um sorriso para mim.
Ainda não são oito horas da manhã, mas já estou aqui no
restaurante desde as cinco. Precisava trabalhar e ocupar a cabeça.
Desde o mergulho na Ilha da Âncora e o almoço com as garotas, eu
passei o resto do dia de ontem sem vê-las.
E eu me peguei tantas vezes pensando em Marisol que fiquei
meio que de mau humor. Eu a conheço há pouco tempo, mas
parece que ela resolveu tomar conta dos meus pensamentos e só
consigo pensar nela. Nela todinha e naquela boca insolente, nos
olhos de chocolate que parecem sempre me julgar.
— Vou buscar um suco. Quer um café? — Beatrice pergunta,
apontando para minha xícara vazia em cima da mesa.
— Sim, obrigado.
— Com açúcar ou sem?
— Café com leite e com bastante açúcar — respondo e ela
me olha de um jeito esquisito. — O que foi?
— É que você tem cara de quem gosta de café preto e sem
açúcar, mas surpreendentemente, gosta de café com leite e
bastante açúcar.
Sem esperar que eu diga alguma coisa, ela gira nos
calcanhares e vai buscar o seu suco e o meu café. Um minuto
depois, Beatrice está de volta e eu agradeço a gentileza. Tomo um
gole generoso da minha bebida quente e pondero se devo perguntar
sobre Marisol.
— Ela está dormindo. Ananda também — responde, como se
tivesse lido meus pensamentos. — Acordei cedo porque precisava ir
à academia.
— Ah.
— E você? Por que já está acordado?
— Trabalho.
Para minha surpresa, ela passa os próximos minutos em
silêncio, aproveitando o seu café da manhã e eu foco no meu
trabalho. Na verdade, no que posso fazer estando longe do
escritório.
Foi uma loucura ter cancelado minha agenda sem mais e nem
menos e ter entrado em um navio para uma viagem de cruzeiro,
mas até que estou gostando, mesmo que minha caixa de e-mail
esteja sempre lotada.
— Posso falar com você? — Beatrice indaga depois de ter
comido o último morango do seu prato.
Paro de digitar o e-mail para um dos meus fornecedores e
levanto os olhos para prestar atenção em Beatrice. É a primeira vez
que a vejo séria. Ela é sempre muito sorridente e zombeteira, mas
não parece que vai me contar uma piada e me fazer rir.
— Sim.
Ela apoia os cotovelos em cima da mesa e olha dentro dos
meus olhos, me fazendo sentir estranho.
— A Sol é difícil às vezes, meio casca grossa, mas ela é uma
boa pessoa. Eu não devia estar te contando isso, mas ela já foi
muito machucada. Sem entrar em muitos detalhes, a mãe morreu
quando ela era novinha, sofreu na escola por ter pais gays e teve o
cretino do Caleb. Por isso que ela não merece ter o coração partido
de novo.
Fecho o notebook e solto uma lufada de ar.
— O que está tentando dizer?
— Pra você ter cuidado e não brincar com a minha amiga. —
Abre meio sorriso. — Eu sou a maior incentivadora do sexo sem
compromisso e nossa, eu queria que ela se soltasse e fizesse uma
loucura dessas, no entanto, eu vejo como ela fica perto de você e
não quero ver a Sol sofrendo de novo.
Assinto.
— Então, você é aquele amigo que vai quebrar minha cara se
eu fizer sua amiga sofrer?
— Eu sou a amiga que vai cortar suas bolas se isso acontecer
— retruca e me dá uma piscadela. — Não estou querendo te
espantar, mas se você quer apenas uma noite de sexo selvagem,
seja sincero com ela.
Assinto mais uma vez, ciente de que vai ser impossível
chegar na Marisol e falar que quero sexo sem compromisso. Ela me
daria um tapa na cara e me mandaria ficar longe dela. Uma noite de
sexo com ela? Claro que eu quero, mas porque parece tão errado
pensar assim? Como se não fosse certo ser apenas isso entre nós.
E eu sinto que não é.
Tudo isso é uma loucura. Eu não sei muita coisa sobre ela,
mas se fosse apenas uma trepada, eu já teria uma mulher diferente
na minha cama toda noite até chegar a vez de ser Marisol. Mas
acontece que desde que ela esbarrou em mim no corredor desse
navio, as coisas mudaram sem eu me dar conta.
E agora não consigo tirar Marisol da cabeça.
Não sei exatamente o que eu quero com ela, mas parte de
mim sabe que é mais do apenas uma foda.
— Eu gosto das minhas bolas, então tomarei cuidado — é o
que digo, arrebatando uma risada de Beatrice, que fica em pé e
segura a bandeja vazia de café da manhã.
— Ótimo. Nos vemos por aí, Henrique.
Gemo.
É tão bom.
Por que eu estava resistindo mesmo? Não sei...
Os dedos deslizam para minha fenda úmida e ele solta um
grunhido ao me sentir toda molhada. A massagem no meu clitóris
começa de mansinho, fazendo todo meu corpo arrepiar e ficar
estremecido com esse tesão intenso.
Suspirando pesado, ele começa a mordiscar meu pescoço e o
lóbulo da orelha, e os movimentos precisos e deliciosos continuam
ao mesmo tempo em que ele impõe a ereção contra a minha coxa.
Deixo escapar um gemido quando o sinto penetrar um dedo dentro
de mim, depois outro e começarem a fazer um movimento de
vaivém.
— Henrique...
A sua boca procura a minha para um beijo necessitado. É tão
bom senti-lo chupar meu lábio inferior, que o aperto e o trago para
mais perto de mim, choramingando por mais. Passo as unhas nas
costas largas de Henrique, o fazendo gemer no pé do meu ouvido.
E nossa.
Ele gemendo assim é quente e gostoso pra caramba.
Aumenta meu tesão de um jeito absurdo.
— Henrique? — chamo.
— Não me pede pra parar... — ele murmura, me fazendo
morder o lábio inferior. — Tô ficando louco, Marisol.
— Eu sei.
Ele focaliza meus olhos, mas não para de me tocar.
— Quer que eu pare?
— Não. Me chupa, Henrique.
Um brilho devasso toma conta dos seus olhos azuis e meu
coração acelera em antecipação.
Ele retira a mão de mim e os dedos vão de encontro com a
lateral do meu do short do baby doll e então, ele desce o tecido até
os meus pés e depois, devagar e sem tirar os olhos dos meus, tira a
calcinha ao mesmo tempo em que fica de joelhos na minha frente.
Sem dizer nada, Henrique eleva minha perna esquerda e
coloca em cima do seu ombro enquanto eu engulo em seco. Uma
onda de prazer começa a se espalhar pelo meu corpo quando o
sinto lamber e mordicar a parte interna da minha coxa.
Devagar e com intensidade, ele vai fazendo uma trilha de
beijos quentes até a minha barriga, onde ele lambe a tatuagem e
brinca de leve com o meu piercing no umbigo, me roubando
gemidos.
Observo Henrique voltar com a boca para a minha coxa e
nossa, é fascinante ver um homem desse tamanho e todo cheio de
si empenhado em me satisfazer. Deixo escapar um suspiro arfante
quando ele mordisca a minha virilha.
— Henrique — choramingo.
Sem pressa e olhando nos meus olhos, ele vai caminhando
com a língua até a minha abertura molhada. Fecho os olhos e jogo a
cabeça para trás, sentindo um tremor ardente quando Henrique
encontra o meu clitóris.
Caramba.
Ele me chupa com vontade e eu gemo alto. Levo uma das
mãos até os meus seios e aperto com força, mordendo meu lábio
inferior e arqueando os quadris, implorando por mais, inebriada com
a sensação da sua língua me tocando.
Henrique suga meu clitóris e eu choramingo. É tão intenso,
que me deixa sem forças e eu não sei como consegui resistir a ele a
viagem inteira.
— Seu gosto é tão bom — sussurra contra meu clitóris.
Dois dedos me penetram de forma certeira e a única coisa
que consigo fazer é puxar seu cabelo sedoso, bagunçando tudo.
Estou muito perto de ter um orgasmo, mas o quero dentro de mim.
— Henrique — murmuro ao envolver o rosto entre as mãos e
puxá-lo para cima. Noto confusão nos seus olhos, mas antes que
possa questionar, eu digo: — Quero sentir você dentro de mim.
— Porra, Marisol.
De modo feroz, ele toma a minha boca e me prende em um
beijo sedento. As mãos descem até a minha cintura e não demoram
para encontrar a minha bunda, que ele aperta com força.
E é assim que eu percebo que ele estava se segurando.
— Não sabe como eu estava com vontade de fazer isso —
murmura, mordendo o meu ombro e me fazendo gemer.
Henrique me conduz até a cama e tira a minha blusa para
abocanhar um mamilo enrijecido. Ele suga de leve e em seguida, vai
fazendo movimentos circulares com a língua, me fazendo inclinar os
quadris contra ele. A boca sobe para o meu colo e vai até o pescoço
enquanto uma das mãos desce e encontra meu clitóris inchado.
— Quero muito sentir meu pau dentro de você, mas antes
quero te ver gozar — é o que fala, descendo com os beijos quentes
até entre os seios e mais um pouco até encontrar minha barriga.
Henrique abre bem as minhas pernas e se encaixa de modo
perfeito entre elas. Olhando para mim, ele usa a língua para me dar
prazer. O corpo contrai quando ele mexe toda a língua lentamente
de cima para baixo, por toda a minha vagina. Levo as mãos até a
sua cabeça e puxo os cabelos, enquanto gemo seu nome. Henrique
enfia um dedo, depois outro e começa a movê-lo de dentro para
fora, olhando para mim.
— Goza pra mim, linda — ele murmura, a voz vibrando contra
o meu clitóris e me deixando louca.
Ai, caramba.
Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos, sentindo a onda de
prazer causada pela língua certeira de Henrique. Meu coração
acelera, as pernas tremem e sinto o couro cabeludo se arrepiar. E
então, deixo que o orgasmo me atinja e me entrego com força a ele.
Ele sai de entre as minhas pernas e mesmo estremecida com
o orgasmo, o observo sob o meu véu de luxúria. Henrique tira a
calça moletom junto da cueca e eu engulo em seco. Uau. Muto
melhor do que eu imaginava. É grande, grosso e só de imaginá-lo
dentro de mim, minhas entranhas se contorcem.
Arrasto-me até a beirada da cama quando o vejo abrir a
primeira gaveta da cômoda e pegar um pacote de preservativo.
Enquanto ele rasga a embalagem, eu agarro seu pau com as duas
mãos e aliso devagar, paralisando o homem.
Sorrio.
De mansinho, coloco a língua para fora e no momento em
que Henrique vê o meu piercing, seus olhos brilham. Inclino-me para
frente e ele deixa escapar um gemido do fundo da garganta quando
lambo a glande.
— Caralho — grunhe, fazendo meu íntimo latejar.
Sorrio e lambo toda a lubrificação, molhando bem o seu pau
antes de colocá-lo todo dentro da boca e começar a sugá-lo, de leve
primeiro e depois dando mais intensidade. Ele leva a mão livre até o
meu cabelo, mas me deixa ditar o ritmo, e eu gosto de vê-lo
estremecer por minha causa. Passo a língua por toda extensão do
seu pau e volto a chupar com vontade, roubando gemidos roucos
dele.
Antes que possa fazê-lo gozar, Henrique me interrompe ao
segurar meu rosto.
— Preciso muito entrar em você.
Dito isso, as mãos ágeis deslizam a proteção sobre o pau e
num movimento hábil, ele senta na cama e com força segura minha
cintura, me colocando em cima dele. Quando nossos corpos se
encaixam e ele afunda dentro de mim, Henrique fecha os olhos e
entreabre a boca.
A sensação de ser penetrada por ele é muito melhor do que
eu esperava. Ele me preenche por completo, com força e causa
sensações incríveis na minha pele.
Jogo as mãos em volta do seu pescoço e encosto meus seios
enrijecidos contra o seu peito duro e trincado. Para liderar o nosso
compasso, Henrique coloca as mãos nos meus quadris e aperta
com tanta vontade, que eu gemo, e só então, começa a me guiar
nos movimentos de baixo para cima, que são intensos e rápidos.
Henrique aperta minha bunda e morde meu ombro enquanto
cavalgo nele com todo o tesão que andei reprimindo desde que o
conheci. Ele crava os olhos nos meus de um jeito quase hipnótico
por um longo segundo antes de inclinar a cabeça para frente e
chupar meu lábio inferior.
Gemo o seu nome e isso é o suficiente para ele aumentar o
ritmo e me penetrar cada vez mais fundo, o que arrepia todo o meu
corpo. Uma das mãos passeia pelas minhas costas e vai subindo
até encontrar minha nuca, onde ele entrelaça os dedos nos meus
cabelos e puxa.
— Porra, Marisol... você é uma delícia — murmura, a
respiração irregular. — Tão gostosa. — Cola a boca na minha e
morde meu lábio inferior.
Com a mão na minha cintura e outra no cabelo, ele faz algo
que achei que fosse impossível, aumenta ainda mais o nosso
compasso. E uau, eu gosto da força impiedosa que ele coloca na
hora de afundar o pau dentro de mim. Gosto do jeito que ele me
aperta e me morde. É intenso e me faz querer derreter em seus
braços.
— Henrique, eu acho que eu vou... — Nem consigo terminar
a frase. Sinto o orgasmo se aproximando com muita força, os
espasmos tomam conta de mim e os meus músculos começam a se
contrair em torno dele.
Quando Henrique sente o meu orgasmo chegando, também
se entrega ao seu. Olhando nos meus olhos, ele me segura firme e
continua flexionando o quadril contra mim, penetrando mais fundo e
com uma intensidade absurda, depois deixa escapar um gemido
rouco ao explodir e alcançar o clímax.
Henrique enfia o rosto no meu pescoço e beija a curvatura
algumas vezes, me fazendo sorrir. Ainda permanece dentro de mim
e faz alguns movimentos suaves, enquanto tento me recuperar do
meu orgasmo.
Com delicadeza, ele me deita na cama e beija minha testa
antes de sair de dentro de mim, e eu percebo que sinto falta de ser
preenchida por ele. Henrique dá um jeito na camisinha e vem se
acomodar ao meu lado, me puxando contra o seu peito largo e
musculoso.
Respiro fundo.
— Tá satisfeito agora? — pergunto, e seu peito treme no
momento em que ri.
— Marisol... — ele fala ao levar a mão grande até o meio das
minhas pernas e solto um gemido involuntário. Engulo o nó na
garganta. Eu acabei de ter dois orgasmos incríveis, por que ainda
quero mais dele? Nossa e eu quero muito. — Preciso de muito
ainda pra ficar satisfeito.
— É?
— Uhum.
— E como você vai resolver isso?
— Me afundando em você até eu cansar — murmura,
mordiscando o meu pescoço e começando com os toques sutis no
meu clitóris, mas quando penso que vai continuar, ele para.
— O que foi?
— Quero que passe um tempo comigo fora desse navio
também. — De maneira doce, a mão vai até o meu rosto e prende
uma mecha atrás da orelha. — Quer tentar?
— Ficar com você fora daqui?
— Sim.
Meu coração acelera e eu me sinto uma adolescente.
Sempre fui o tipo de mulher que tem a resposta na ponta da língua e
nunca levou desaforo para casa, mas por que não consigo
responder a uma pergunta simples de Henrique? Ele me deixa sem
palavras, não de um jeito ruim, mas ainda não sei como me sentir
em relação a isso.
É possível a gente se apaixonar tão rápido assim?
Cansado de esperar por uma resposta em voz alta, Henrique
cobre a minha boca com a sua e mergulha a língua em mim, me
envolvendo em um beijo calmo e apaixonado, que vibra direto no
meu coração.
— Vou te ver fora daqui de qualquer jeito.
Enrugo o nariz.
— Ah, é? Por quê?
Henrique abre um sorriso convencido.
— Eu te devo uma bicicleta.
Ter Marisol na minha cama pela manhã é algo incrível e com
certeza fácil de me acostumar. Melhor ainda é acordar com ela me
tocando, querendo sexo matinal. Ela tem um fogo capaz de
incendiar o quarto inteiro, e eu adoro isso.
Foi difícil sair de dentro dela para organizar minhas coisas
para desembarcar do navio. Ela tinha passado a noite comigo e eu
me afundei nelas tantas vezes, que nem lembro o momento exato
em que dormimos, porque estávamos exaustos, mas mesmo assim,
já estou sentindo falta dela.
Minha vontade é de levá-la direto para o meu apartamento e
ficar com ela o resto do dia, o que não aconteceu. Marisol precisa
ver os pais e eu preciso voltar para o trabalho. Meu celular não para
de notificar mensagens de Joaquim, perguntando se já cheguei.
— Como foi a viagem? — Heloísa pergunta. Ela veio me
buscar no terminal portuário e está com uma aparência ótima. Acho
que tirar férias de mim fez bem para ela também.
— Muito boa.
— O senhor parece diferente — comenta ao parar em um
sinal vermelho e olhar para mim. — Por acaso, o senhor conheceu
alguém?
Meu celular vibra, me salvando de Heloísa. Mesmo que não
queira responder meu irmão, é melhor do que falar sobre a minha
vida amorosa como ela.
Henrique: Cheguei. Vou passar no meu apartamento e depois
vou pro escritório.
Joaquim: Vou avisar todo mundo.
Henrique: Não. Depois do trabalho vou lá em casa, acalmar a
fera.
Joaquim: Corajoso. Tem minha admiração.
Reviro os olhos ao ler a última mensagem do meu irmão, mas
sorrio. Bloqueio a tela do celular e enfio o aparelho no bolso de
novo.
— Uau. O senhor está sorrindo... essa viagem foi muito boa
mesmo — Heloísa comenta, me encarando de rabo de olho.
Desfaço o sorriso no exato momento em que ela fecha a boca, me
inclino para frente e ligo o som do carro, depois viro o rosto para a
janela e fico em silêncio o resto do caminho.
Quase duas horas mais tarde, estou enfiando a chave na
fechadura da porta do meu apartamento, mas ela não abre. Começo
a soltar um monte de resmungos e me dou conta do que Joaquim
disse uns dias atrás sobre a nossa mãe ter trazido um chaveiro aqui.
Respiro fundo e tateio o bolso atrás do celular, mas antes que
possa discar o número do meu irmão, a porta do apartamento se
abre e do lado de dentro, meus olhos encontram uma cabeça loira
de olhos meigos.
— Mãe...
Ela sorri e recua um passo para que eu possa entrar. Deixo a
mala e a mochila no hall de entrada antes de encarar a mamãe.
Para minha surpresa, ela envolve os braços em volta do meu
pescoço e me prende em um abraço apertado, me fazendo respirar
fundo. Ela tem um cheiro tão bom e familiar, por um momento, é
como se nada de ruim pudesse alcançar minha vida.
— O que deu em você pra sumir desse jeito? Quase me
deixou louca.
— Eu precisava de férias.
Ela estreita os olhos para mim.
— Não me venha com essa, eu te conheço. Senta essa
bunda no sofá e me fale o que realmente aconteceu — ordena e por
um milésimo de segundo, viajo para o passado e vejo aquele
garotinho de dez anos, encabulado por ter feito algo de errado e a
mãe pronta para lhe dar um sermão, ensinando o que é certo e
errado. — Henrique, você sempre foi responsável e nunca sumiu
desse jeito. Eu sei que aconteceu alguma coisa.
— Joaquim falou que eu estava voltando? — é o que eu
pergunto, fazendo minha mãe enrugar o nariz pequeno.
— Isso não vem ao caso.
É claro que foi ele.
— Mãe, é uma longa história e eu preciso passar lá no
escritório, podemos ter essa conversa depois?
— Nissa veio me procurar — ela comenta e eu sinto meu
corpo inteiro enrijecer. — O que aconteceu? Ela disse que precisava
falar com você, é sobre...
— Não quero falar dela — interrompo, parecendo uma criança
mimada e eu odeio me sentir assim.
Minha mãe passa as mãos nos cabelos loiros e respira fundo,
contrariada.
— O que aconteceu entre vocês?
— Mãe...
— Sei que tem coisa aí, eu sou sua mãe e sinto isso. Achei
que fosse melhor esperar até você se abrir, mas nunca aconteceu.
Três anos, Henrique. O que aconteceu de verdade no seu
casamento? E não me diga que se separaram porque Nissa queria
morar fora do país, porque é mentira.
— Mãe, eu cheguei de viagem agora, não podemos ter essa
conversa depois?
— Não.
Depois de falar, ela caminha de maneira majestosa até o sofá
macio e se senta, cruzando as pernas e me fazendo olhar seus pés
calçando sapatilhas confortáveis. Será que é a hora certa para eu
lhe dar os presentes que comprei em Fortaleza? Quando ela ergue
uma sobrancelha loira para mim, eu sei que não. Melhor esperar o
seu aniversário, ele já está chegando de qualquer forma.
Sento-me ao seu lado.
— É tão complicado, mãe. Não sei nem por onde começar.
— Comece me dizendo o motivo de ter fugido desse jeito.
Respiro fundo e penso em mentir.
A mamãe sempre foi muito amorosa, mas firme com a mesma
intensidade. Ela não nasceu em berço de ouro e por isso meus
irmãos e eu tivemos uma educação forte. Com ela, eu aprendi a dar
valor ao que tínhamos, à nossa família, e claro, a não mentir. No
entanto, não consegui ser sincero com a minha mãe nenhuma vez
depois do término do meu casamento.
Ela ficará muito decepcionada comigo? Com certeza, e
mesmo que vá partir seu coração, acho que ela não quer ouvir
mentiras.
Mentiras... para começo de conversa foi isso que destruiu
minha relação com a Nissa.
— Não queria ver a Nissa. Fiquei doido, mal-humorado e
decidi embarcar em uma viagem de cruzeiro.
Ela assente, digerindo a informação.
— Quando você se separou, disse que foi um divórcio
amigável, por que não consigo acreditar nisso?
— Porque eu menti.
— Certo. O que aconteceu?
Meus olhos focalizam os dela e eu sinto como se um peso no
peito me impedisse de respirar. Mamãe sempre deu muito valor a
família e essas coisas, como ela vai se sentir depois de ouvir o que
tenho a dizer?
— Henrique. — Ela coloca sua mão enrugada contra a minha
e aperta. — Sou sua mãe, é meu dever cuidar de você e dos seus
irmãos. Mas além disso, é o que eu gosto de fazer... cuidar dos
meus meninos. Então, fala comigo.
Suspiro e deixo os ombros caírem.
— Nissa estava grávida e perdeu o bebê naquele acidente de
carro, e estou ciente da minha parcela de culpa. Ela era uma garota
brilhante, merecia mais, morar em outro país e viver de arte, como
sempre quis, não sei. Mas eu nunca quis sair daqui e ela achou que
pudesse me fazer mudar de ideia. Então, a gente brigou feio
naquela noite, eu disse coisas que me arrependo e talvez ela
também. Depois da nossa discussão, ela pegou o carro e saiu. E
mãe, eu estava tão irritado que não fui atrás. Quando recebi a
ligação, corri pro hospital e lá, fiquei sabendo que ela estava grávida
de sete semanas e que o bebê não resistiu.
— Querido... — ela murmura, os olhos brilhando por conta
das lágrimas contidas. — Sinto muito.
Balanço a cabeça de um lado para o outro, meio atordoado.
— Foi cruel o que aconteceu e eu achei que pudéssemos
superar, mas com o passar dos dias, meu casamento foi por água
abaixo. — Olho para minha mãe e sinto o meu peito subir e descer
com a respiração pesada. E doer também. Ele dói como se alguém
tivesse me apunhalado. — Eu me joguei no trabalho e Nissa foi
procurar consolo nos braços do Leandro. Foi por isso que nos
separamos, mãe, porque eu falhei de tantas maneiras com ela. Eu
sei que joguei Nissa nos braços de outro homem e pensar nisso me
irrita. Eu tenho raiva dela, porque na verdade, eu tenho raiva de mim
também — falo, sentindo meus olhos arderem.
No fundo, eu sei que nunca contei nada para minha mãe,
porque tenho vergonha de mim. Eu não lutei pelo meu casamento,
eu não fiquei ao lado da Nissa quando perdemos o bebê, eu só me
joguei de cabeça no trabalho e deixei as coisas acontecerem. E elas
aconteceram, do jeito mais errado e dramático possível. Ela me traiu
com meu melhor amigo e eu passei a odiá-los.
E talvez a verdade seja bem simples, eu me odeio muito
também.
— Eu sinto muito, mãe.
Sem dizer nada, ela envolve os braços em mim e me puxa
para um abraço. Mamãe chora um pouco e eu me sinto a pior
pessoa do mundo por estar roubando lágrimas de alguém tão
incrível como ela.
— Henrique, eu sou sua mãe — começa a falar ao se afastar
de mim. — Você devia ter me contado... ou devia ter superado a
morte do bebê junto da sua esposa e não se afogando no trabalho.
Sinto o coração doer.
— Eu sei.
— No entanto, você não tem culpa de ser traído. E a culpa do
casamento ter acabado não é só sua, é da Nissa também. Vocês
deviam ter conversado, não se trancando em mundos diferentes. O
casamento serve pra isso, compartilhar as alegrias e tristezas, é
uma aliança entre duas pessoas que se amam.
— Talvez a gente não se amasse de verdade.
Ela suspira e com as costas das mãos, limpa as lágrimas que
continuam escorrendo de seus olhos claros.
— Vocês se amavam sim, mas não o suficiente para viverem
juntos em um casamento.
— Muito decepcionada comigo?
Em meio a sua tristeza, ela abre um sorriso meigo.
— Não. Todos nós erramos, Henrique. Eu mesma já cometi
muito erros sendo mãe e esposa.
— Impossível, a senhora é perfeita — sussurro, e ela me puxa
para mais um abraço e eu me permito ser consolado pela minha
mãe.
— Não sou, querido. — Passa as mãos entre meus cabelos e
ficamos assim por um minuto muito longo. — E como foi a sua
viagem? — pergunta, tentando mudar de assunto e eu agradeço em
silêncio por isso.
— Foi boa.
— Só isso?
Afasto-me dela e hesito por alguns instantes, pensando se
devo ou não falar de Marisol. Talvez eu deva, já que ela foi a única
mulher que me fez querer mais do que apenas sexo sem
compromisso depois do meu casamento fracassado. Quero tantas
coisas com Marisol, que me assusta um pouco. Como ela conseguiu
se tornar importante pra mim em tão pouco tempo? Pareço um
daqueles adolescentes que se apaixonam fácil.
— Conheci alguém.
Ela arregala os olhos, surpresa.
— E se está me dizendo isso, significa que ela é importante,
não é? — questiona, mas não sei o que responder, então, minha
mãe continua: — Você sempre foi muito discreto, Henrique. Tem
trinta anos e só me apresentou uma garota como namorada, a
Nissa. E eu acho que nem conta, porque eu a conheço desde que
era uma criança. Você só a levou em casa e disse... mãe, nós
estamos namorando. — Brinca, e eu sorrio. E eu me dou conta de
que não lembro a última vez que sorri em uma conversa envolvendo
o nome da minha ex.
— É, acho que não sou exatamente um livro aberto.
— Como ela é?
— Parece um furacão... raivoso.
Uma verdadeira rabiosa. O pensamento me faz sorrir.
— Como é?
Rio.
— Você vai gostar dela, mãe. Ela é meio rabugenta, mas não
diga isso a ela, porque ela acha que não é.
Minha mãe começa a rir também.
— Deve combinar com você, então — comenta e leva a mão
até o meu rosto para fazer carinho. — Espero que não demore em
me apresentar essa garota.
Suspiro.
— Ainda é cedo. — Eu me ouço dizendo. É cedo, mas tenho
a sensação de que vivemos uma vida juntos. E já estou com tanta
saudade dela, que me sinto ridículo. Marisol deve ter jogado algum
feitiço em mim...
— É cedo, mas você já está apaixonado.
Quando entro na casa dos meus pais, sou recebida por uma
bola de pelo caramelo. Não demoro nem três segundos para
reconhecer o cachorrinho que resgatei há quase três semanas. Ele
está diferente, limpo, saltitante e gordinho. Incrível como o amor faz
bem aos animais... às pessoas também.
Tá bom, Marisol, para de viajar na maionese.
— Alguém me explica o que aconteceu?
Meu pai chorão passa as mãos na careca brilhante e abre um
sorriso largo, enrugando todo o rosto que eu tanto amo.
— Ele precisava de um lar. — Ele se explica e dá de ombros.
Agacho-me para pegar o cachorro no colo e lanço uma
olhada para meu outro pai, que suspira e me encara de volta com
uma cara de quem diz “nem tente entender”. Tiro as sandálias, me
jogo no sofá e apoio os pés na mesinha de centro com tampa de
vidro.
— Qual o nome?
— Cenoura — os dois falam ao mesmo tempo, me fazendo rir.
— É que ele adora o legume. — Meu pai chorão explica.
— Cenoura — murmuro e começo a fazer carinho na pança
fofa dele. — Combina, eu acho.
Meus pais se acomodam no sofá, um de cada lado e me
abraçam apertado, fazendo um sanduíche de mim. Meu careca
preferido me enche de beijos e fica falando para nunca mais eu
viajar e passar tantos dias longe.
— Passou rápido, pai.
— Pra você, não pra mim — resmunga.
— Você sofre daquele problema.... como é o nome mesmo?
Ah, sim. Transtorno de ansiedade de separação. — Brinco.
— Ah, com certeza ele sofre disso. Falou de você todos os
dias e por isso foi lá na ONG adotar o cachorro.
Olho para o meu pai chorão e levo a mão até a sua careca e
aliso, rindo ao lembrar de quando entrei na vida deles e comecei a
chamá-los de pai, eu falava “o pai careca” e o “pai com cabelo”.
Como eu, eles adoravam isso.
— Já voltei, não precisa mais sofrer, tá bem?
Ele ri, mas assente.
— Vamos almoçar? Eu mesmo cozinhei hoje e fiz aquele
pudim de leite que você adora — meu pai fala ao levantar do sofá e
caminhar na direção da cozinha, me deixando sozinha com o
Cenoura e o careca.
— Quem é aquele rapaz?
Além de careca e chorão, ele é curioso também.
— Que rapaz?
— Você mandou foto dele no grupo da família. Mas quando
perguntei quem era, você se fez de desentendida.
Engulo em seco.
— Ah, aquele rapaz.
Claro que tinha me arrependido de ter mandado a foto de
Henrique para os meus pais. Na verdade, quando perguntaram
quem era, eu respondi “ah, sei lá, achei no bar” e achei que tivesse
sido suficiente, mas pelo visto não foi.
— Querida... — meu pai fala depois que fico muda pelo
minuto mais longo da história.
— É o idiota da BMW.
— O que quase te atropelou? Seu pai falou por alto.
— É, acho que a gente tá... saindo — digo, me sentindo
estranha. Falar que estamos saindo parece raso, mas em
contrapartida, não sei como rotular Henrique sem parecer que estou
desesperada por ele.
— Parece bem mais que isso.
Levanto os olhos e encaro meu pai. Ele é o que podemos
dizer “as aparências enganam”. O homem é todo musculoso, cheio
de tatuagem e quando está sério, a cara carrancuda assusta
qualquer um, mas é um ursinho de pelúcia por dentro, chorão e
também muito romântico. Na verdade, foi ele quem pediu meu outro
pai em casamento, com direito a declaração melosa e tudo, que me
faz chorar sempre que vejo o vídeo do jantar. Sim, ele tem tudo
filmado. Não só isso, mas desde que nos tornamos uma família de
três, ele vive filmando almoços de domingo, passeios, aniversários,
natais e essas coisas. É um romântico incorrigível.
— Ainda não sei, tenho medo.
— Por causa do Caleb?
Assinto.
Caleb foi uma barra. Ele fez muito esforço para entrar no meu
coração, investiu muito tempo em me fazer confiar nele. E vou
sincera, quando o conheci, eu estava quebrada.
Eu amo os meus pais de forma incondicional, eles foram a
melhor coisa que aconteceu na minha vida, mesmo assim, eu não
conseguia deixar de pensar na minha mãe e em como a vida foi
injusta comigo ao tirá-la de mim. Fiquei remoendo isso por muito
tempo, até que percebi que não valia a pena tentar entender a vida.
Quando estava me erguendo, descobri que crianças podem ser
cruéis também. Sofri muito na escola por ter dois pais. Bati em muito
menino escroto por desrespeitar os dois homens maravilhosos que
entraram na minha vida. Foi assim que aprendi que tinha que ser
firme, não abaixar a cabeça e desestabilizar qualquer homem
babaca que ofendesse minha família.
E Caleb apareceu, com muito esforço, conseguiu entrar no
meu coração e não vou mentir e dizer que não fomos felizes, porque
nós fomos. Mas enquanto eu sonhava em construir uma família, ele
comia a melhor amiga e esmagava meu coração.
É tão difícil me entregar para outra pessoa de novo. Eu
estava vivendo bem sozinha. Meu coração estava seguro, eu estava
feliz, mesmo que me sentisse incompleta algumas vezes.
Mas agora, eu não consigo olhar para frente, porque tenho
medo. Não sei se Henrique vai estar lá e seja qual for a resposta,
vai me deixar apavorada. Se ele não estiver é porque não deu certo.
Se ele estiver é porque deu certo e se tornou tão importante para
mim, que ainda permanece na minha vida, mas isso ainda não
garante que meu coração esteja seguro.
— Antes de conhecer seu pai, eu me decepcionei muito, filha.
— Isso é pra me animar ou desanimar de vez?
Ele ri com a minha pergunta.
— É pra te fazer entender que você vai escolher a pessoa
errada até encontrar a certa. Seu coração vai doer, vai parecer que
a dor é insuportável, mas você vai se recuperar e começar a amar
de novo. Não pode trancar as portas do seu coração e esperar a
pessoa certa sentada, querida. Seu coração vai errar até encontrá-lo
e tá tudo bem, não tem problema.
— Parece fácil, pai.
— Não se preocupe, filha. Vou sempre catar os pedacinhos
do seu coração e ajudá-lo a se curar.
Sinto os olhos arderem e a garganta amargar. Não posso
chorar, porque se isso acontecer, ele vai chorar também e às vezes,
é impossível fazê-lo parar.
— Seu pai tem razão, meu amor — meu outro pai diz ao me
abraçar por trás e noto que o Cenoura está nos observando curioso.
— E eu também vou cuidar do seu coração. Vou curá-lo com muitos
beijos e pudim de leite.
Ah, droga.
Começo a chorar.
— Obrigada por tudo. Obrigada por serem meus pais — falo
com a voz embargada e tento limpar as lágrimas.
Meu pai careca começa a chorar e em meio ao choro, eu rio.
Lanço um braço em cada um deles e os puxo contra o corpo,
envolvendo os dois em um abraço apertado e desajeitado. Cenoura
lambe o meu rosto e nós três rimos.
Talvez eu não esteja livre de ter o coração partido e pode ser
que isso ainda aconteça muitas vezes, mas ficarei bem enquanto
tiver meus pais comigo.
Quando a minha conferência internacional acaba, afrouxo o
nó da gravata, aliviado. Cheguei no escritório às seis horas da
manhã e já são quase cinco da tarde. Passei o dia enfurnado no
escritório e resolvi todos os problemas que surgiram enquanto eu
estava viajando.
Ficar o dia ocupado não foi o suficiente para não pensar em
Marisol. Na verdade, eu divaguei muito na minha conferência e do
nada comecei a rir ao lembrar do momento em que rolamos escada
abaixo no navio.
Louco.
Eu estou ficando louco.
E meio ansioso também. Daqui a duas semanas vou viajar
para Madrid por causa do lançamento da minha linha de produtos
sustentáveis e só de pensar em ficar longe de Marisol, me sinto
angustiado.
Será que minha mãe tem razão sobre eu estar apaixonado?
Entro na minha sala, arrancando a gravata e me jogando no
sofá. Antes que possa conferir minhas notificações no celular,
Heloísa bate na porta e entra. As sobrancelhas se unem em
confusão ao me ver tão relaxado.
— Quem é você e o que fez com o meu chefe?
Reviro os olhos.
— Se eu passo o dia estressado você reclama, se fico
relaxado também? Precisa se decidir, Heloísa.
— Minha saúde mental agradece se o senhor permanecer
assim — fala, endireitando os óculos de grau ao sentar na cadeira
de frente para à minha mesa, e eu continuo deitado. — Preciso sair
mais cedo hoje...
— Tudo bem — interrompo Heloísa.
— Sério?
— Eu também estou quase saindo.
Todo o rosto de Heloísa se enruga e ela confere as horas no
relógio de pulso.
— Mas ainda são dezesseis horas e cinquenta e três minutos.
O senhor nunca saiu do escritório antes das dezenove. Tá tudo
bem?
— Tudo ótimo.
Minha secretária me encara com desconfiança palpável.
— Tem certeza?
— Melhor você ir antes que eu me arrependa e te faça ficar
aqui até as dezoito — resmungo e num solavanco, Heloísa fica em
pé. Abre um sorriso largo para mim e antes de sair diz que sou o
melhor chefe do mundo.
Sozinho de novo, confiro o celular e não tem nenhuma
mensagem da Marisol. Conversamos um pouco hoje de manhã. Um
pouco? Aquilo foi quase nada. Ela estava na casa dos pais, mandou
foto do cachorro caramelo, que agora se chama Cenoura e me
desejou um bom-dia e fim.
Digito uma mensagem para ela.
Henrique: Ainda está trabalhando?
Ela demora uns cinco minutos para mandar algo de volta.
Marisol: Sim, e você?
Henrique: No momento não. Vamos jantar hoje?
Marisol: Já quer me ver?
Henrique: Não é óbvio?
Marisol: É sim :P
Henrique: O que você gosta de comer?
Marisol: Muita coisa. E você?
Henrique: Meu novo prato preferido é você.
Marisol: Muito romântico, Henrique.
Henrique: Vou cozinhar pra você. Diga o que quer comer.
Marisol: Vai cozinhar? Isso quer dizer que tá me chamando
pra ir na sua casa?
Henrique: Sim. Meu quarto é mais perto da cozinha do que se
a gente for em algum restaurante.
Marisol: Hum, então, eu sou a sobremesa.
Henrique: Exatamente.
Marisol: Que horas?
Henrique: Às sete e meia?
Marisol: Combinado. Pode cozinhar qualquer coisa, não sou
tão exigente.
Rio ao ler a última mensagem. Não é tão exigente? A mulher
tem cara de ser a exigência em pessoa.
Henrique: Não vou te deixar voltar pra casa.
Marisol: Amanhã eu trabalho.
Henrique: Eu te levo no trabalho.
Marisol: Não sei, vou pensar.
Henrique: Rabiosa...
Marisol: Você gosta.
Henrique: Tem razão, eu gosto mesmo.
Levanto do sofá e vou para minha mesa, ligo o monitor e
começo a pesquisar o que fazer para o jantar. Sempre gostei de
cozinhar e me dou muito bem entre as panelas, mas isso não
significa que eu esteja apto a participar do masterchef. Isso é pedir
demais para as minhas capacidades culinárias.
Depois das minhas andanças nos sites de receitas, escolho
algumas e faço uma lista bem grande com os ingredientes. Visto o
terno e arrumo minhas coisas, pronto para sair do escritório, quando
dou de cara com Joaquim.
— Opa, opa, qual nome desse furacão?
Marisol.
— Preciso ir, tenho compromisso.
Ele estreita os olhos, me analisando por alguns instantes,
depois passa a mão em cima da minha cabeça, na tentativa de
ajeitar meu cabelo revolto.
— Eu vim aqui perguntar como você está, mas já tenho uma
resposta. Estranhamente feliz e meio irritadiço, um pouco
apreensivo e levemente eufórico.
Fecho os olhos por uma fração de segundo.
— Você devia ter se formado em psicologia. Tem talento,
Joaquim — retruco com sarcasmo. — Eu tô bem.
Meu irmão abre um sorriso largo.
— É, irmão, eu tô vendo. Marisol, né?
— A mãe já te contou? Meu Deus, vocês dois não conseguem
ficar de boca fechada — resmungo e ele ri.
— Vai lá, depois a gente conversa — fala e bate no meu
ombro, me incentivando a ir embora e eu não hesito em sair.
Apressado, vou até o elevador e o chamo, ansioso para fazer
minhas compras no supermercado.
Paro por um segundo. Ansioso para fazer compras no
supermercado? Marisol, olha o que você está fazendo comigo.
Já no estacionamento, deslizo para o banco do motorista e
dirijo até o supermercado mais próximo do escritório Dupont, que
fica na principal avenida da cidade, a Beira Mar Norte. E talvez eu
esteja mesmo de bom humor, porque pela primeira vez em muito
tempo reparo na vista e percebo que é linda e o cheiro do mar é
bom.
Com a minha lista, entro no supermercado. Não tinha
exatamente decidido qual das receitas fazer, então compro tudo.
Ingredientes para risoto e escondidinho de camarão, espaguete à
carbonara e alcatra ao vinho, e como não manjo de sobremesa,
pego um pote de sorvete.
Passo as compras no caixa e volto para o carro num pulo. O
caminho até o meu apartamento é meio lento por causa do trânsito,
mas nem isso consegue estragar o meu dia. No caso, não vai
conseguir estragar minha noite.
Já no prédio onde moro, antes de subir para o apartamento,
aviso ao porteiro que vou receber visita e que Marisol pode subir
sem ser anunciada. Coloco as compras em cima da ilha da cozinha
e digito uma mensagem para ela com o meu endereço.
Tomo uma ducha fria, só assim para apagar o fogo que essa
mulher causa em mim. Visto roupas confortáveis e de pés
descalços, caminho para a sala, pegando o controle remoto ao ir na
direção da cozinha. Meu apartamento tem todo um conceito aberto,
então de onde estou, consigo ver a televisão. Ligo-a a e conecto no
Youtube. Como não decidi o que cozinhar, vejo vídeos de receita até
escolher o que será o nosso jantar.
Em algum momento da minha vida, o relógio decidiu que as
coisas para mim não serão fáceis e as horas passam voando.
Dezenove horas e eu ainda não sei o que cozinhar. Opto pela
alcatra ao vinho e começo os meus preparos. Não lembro a última
vez que cozinhei para alguém. Espero que esteja à altura da Sra.
Não Sou Tão Exigente.
A campainha toca quando estou prestes a fritar o alho e a
cebola. Desligo o fogão e limpo as mãos antes de abrir a porta. Meu
coração bate mais forte no momento em que meus olhos pousam
em cima dela e eu vejo como está linda. Perfeita.
O cabelo solto está diferente, cheio de cachos suaves e
gostei muito de vê-los assim. Ela está usando um vestido curto,
branco e florido, marca bem a cintura fina e é solto na parte das
coxas. É bem diferente da Marisol que eu via no navio todo dia, que
estava sempre vestida de jeito provocante e sedutor. Agora, é como
se ela tivesse ficado mil vezes mais bonita com esse visual meigo e
ainda assim, muito sexy.
Controlando o meu lado primitivo, respiro fundo e recuo um
passo, convidando Marisol para entrar. Quando passa por mim e me
entrega a garrafa de vinho que trouxe, o cheiro de perfume doce me
atinge como um soco no nariz.
Caralho.
Vai ser difícil me controlar até depois do jantar.
— Seu cabelo... — comento, tentando manter minha cabeça
ocupada. — Gostei deles assim.
Ela sorri.
— Obrigada. É ele natural.
— É perfeito.
Com a garrafa na mão, vou até a cozinha com Marisol na
minha cola. Pego duas taças de dentro do armário e sirvo o vinho.
Passo o copo de cristal para ela e quando os seus dedos roçam no
meu, eu sei que vai ser quase impossível me controlar.
— Mora aqui há muito tempo? — ela pergunta depois de
beber um gole pequeno de vinho. — E por favor, não diga que essa
era a casa onde você e sua ex viviam. Não quero sentar no sofá e
descobrir que vocês transaram lá — zomba, me fazendo rir.
— Moro aqui há pouco mais de dois anos e meio e pode ficar
tranquila. Sem recordações desse tipo.
Ela ergue o queixo e endireita os ombros.
— Ótimo.
Bebo todo o vinho da minha taça de uma vez e volto para
detrás do fogão. Melhor começar com esse jantar logo de uma vez.
Não vejo a hora de saborear a minha sobremesa de pele morena
bronzeada.
Concentro toda a minha atenção no jantar que nem percebo o
que Marisol está fazendo. Nem tenho oportunidade de colocar o bife
na frigideira quente, porque ela me chama com uma voz sedutora.
Ao olhá-la, sinto o meu mundo parar.
Marisol tirou o vestido. Os cabelos com cachos suaves
cobrem os seios redondos e empinados e ela está usando apenas
uma calcinha de tecido macio. Ondas incríveis vão direto para o
meu pau e ele pulsa quando o desejo toma conta de mim.
— Marisol...
A manteiga na frigideira começa a queimar e é isso que me
fez acordar do êxtase. Desligo o fogo e despejo tudo na pia, meio
atordoado com a visão desse furacão nua ao meu lado.
— Podemos começar pela sobremesa? — murmura,
mordendo o lábio inferior. — Senti falta de você.
Faz apenas setenta e duas horas desde a última vez que eu a
vi, mesmo assim, senti falta dela também. Tanta, que mal consegui
dormir de noite ou me concentrar no meu trabalho.
Avanço na direção da Marisol e as minhas mãos voam direto
na sua cintura, apertando contra o corpo e a ereção completamente
ereta, que está latejando e ameaçando explodir contra a calça
jeans. Minha boca encontra a sua e a língua passa entre os lábios
sem cerimônia. Quando sinto o metal do piercing na minha boca,
fico louco de tesão.
Afasto-me um pouco, apenas o suficiente para conseguir
descer com o rosto e abocanhar um seio. Ela geme assim que
minha boca toca o mamilo enrijecido. Marisol enterra os dedos nos
meus cabelos e puxa com força à medida que o prazer vai
aumentando.
— Henrique — geme.
— Me diz o que você quer — falo, a voz soando baixa e
autoritária.
Estou louco para ouvir Marisol me pedindo para chupá-la de
novo. Escutar isso na outra noite foi como uma injeção de tesão. Foi
tão sexy e só de lembrar, me sinto agitado e mil vezes mais
excitado.
Sem dizer nada, ela passeia com as mãos pelo meu abdômen
e aos poucos vai descendo até o zíper da minha calça jeans, que
ela puxa para baixo, olhando dentro dos meus olhos. De repente,
Marisol se abaixa e libera meu pau, fazendo meu coração bater forte
e rápido.
Caralho.
Ela pisca devagar e de forma sexy, ainda sem falar nenhuma
palavra, Marisol desliza a língua com o piercing em torno da pele
molhada do meu pau. Sinto o corpo inteiro arrepiar e espasmos
tomando conta de mim. Ela faz um círculo demorado com a língua
na glande, para então, engoli-lo inteiro até quase engasgar. Jogo a
cabeça para trás, rendido ao prazer.
Puta que pariu.
À medida que ela engole o meu pau inteiro e os lábios voltam
para a cabeça, num movimento ritmado e firme, sinto o corpo
querendo explodir em um orgasmo incrível. Nossa, quero muito
gozar nessa boca carnuda e sexy.
Levo as mãos até os seus cabelos, mas deixo-a ditar o
compasso. Ela sabe o que faz e cacete, é bom pra caralho. Preciso
de muita força de vontade para não gozar igual um adolescente com
problema de ejaculação precoce.
— Marisol — murmuro, a voz soa rouca. — Vai com calma ou
eu vou gozar — acrescento, admirando-a.
Os olhos de chocolate encontram os meus e ouvir minhas
palavras serve como combustível para ela, pois Marisol aumenta o
ritmo e me faz gemer. Meu corpo está a um triz de desabar.
— Marisol... se continuar assim, eu vou gozar — murmuro,
mas ela me ignora. E caralho, ainda bem, porque está tão bom que
não vejo um fim diferente para o momento. Eu vou gozar gostoso
nessa boca e vê-la engolir até a última gota da minha porra.
O corpo todo começa a estremecer com a aproximação do
orgasmo, então, solto os cabelos de Marisol, fecho os olhos e inclino
a cabeça para trás, deixado as sensações tomarem conta de mim e
eu explodo com força na sua boca quente.
E cacete, é bom. Muito bom.
Mesmo depois de gozar, ela continua me chupando e passa a
língua com piercing uma última vez no meu pau antes de ficar em
pé de novo.
— É isso que eu queria — murmura e gruda a boca na minha,
e eu a beijo com vontade e sinto uma necessidade absurda de me
afundar dentro dela.
Agarro a sua cintura com força e a coloco em cima da ilha da
cozinha. Abro as suas pernas e com os dedos massageio a abertura
úmida por cima da calcinha, fazendo-a gemer e arquear o quadril na
direção da minha mão.
Inclino-me sobre ela e com os dentes, vou descendo o tecido
até a metade das coxas e depois passo pelos seus pés enquanto
Marisol me observa extasiada. Meu rosto se enterra de maneira
perfeita na sua boceta e ela puxa meus cabelos quando sente
minha língua.
Lambo de uma ponta a outra e em seguida, minha língua se
enfia na sua abertura úmida. Seu gosto é tão doce e ela está tão
molhada. O mais incrível é que está pigando em excitação por
minha causa.
Afasto os seus joelhos para abrir mais as pernas. Continuo
chupando, me deliciando com o sabor de Marisol. Ela começa a
impulsionar o quadril contra mim e as pernas tremem, as mãos vão
para minha cabeça e puxam meus cabelos com força ao mesmo
tempo em que geme alto.
— Henrique — ela choraminga.
Levanto uma mão e toco a sua barriga, empurrando para que
se deite na ilha. Sem resistência, ela faz o que eu quero. Mantenho
minha mão no seu corpo, impedindo que se levante de novo.
Continuo chupando, lambendo e enfiando a língua nela ao
mesmo tempo em que a faço delirar de prazer, eu sinto o meu pau
pulsar que nem louco para estar dentro dela. Quando o orgasmo se
aproxima, Marisol puxa meu cabelo, enquanto as pernas tremem em
torno de mim.
Sugo o seu clitóris, fazendo-a gemer e gritar meu nome. Enfio
dois dedos na abertura úmida e quente e faço movimento para
frente e para trás. E então, ela flexiona o quadril contra mim e
começa a gozar de maneira intensa na minha boca.
Puxo-a para sentar de novo e vejo que ela está ofegante, toda
estremecida do orgasmo. Em um movimento rápido, passo a blusa
pela cabeça e me aproximo de Marisol. Seguro meu pau e brinco
um pouco com ele na abertura úmida e só depois, me lanço para
dentro dela com vontade.
Ela geme, se agarrando toda em mim.
Devoro a boca de Marisol conforme aumento a intensidade
das minhas investidas. Saio e entro nela, sentindo as ondas
entorpecentes percorrerem meu corpo. Ela mexe os quadris para
encontrar minhas estocadas precisas e ritmadas, recebendo todo o
meu pau e me fazendo grunhir.
— Você me deixa louco — murmuro, enfiando as mãos nos
seus cabelos e puxando para trás. — Tá acabando comigo. —
Mordisco a sua mandíbula e depois pescoço.
— Você tá acabando comigo também, mas eu gosto — fala
baixinho, com os braços em volta do meu pescoço. — Ah... vem
mais forte, Henrique — pede, me fazendo perder as estribeiras.
Ela fecha os olhos e abre a boca, deixando escapar gemidos
arfantes do fundo do seu íntimo. Sem conseguir me conter, vou com
tudo e fodo mais forte. É verdade que venho tentando me conter,
mas Marisol gosta do meu lado bruto e eu amo apertá-la com força,
então enfio meu pau bem fundo e sinto que estou perto de gozar de
novo.
— Ah, Henrique — ela chama por mim, suplicando.
Seguro os seus quadris com as duas mãos e continuo com as
investidas fortes e rápidas enquanto ela geme alto. Sinto-a apertar
os músculos em volta de mim e eu percebo que Marisol está perto
de outro orgasmo. Não paro com o vaivém e não demora muito para
ela gozar tremendo todo o corpo e gritando meu nome com prazer.
Afundo-me mais nela até encontrar o meu próprio clímax,
gozando dentro de Marisol, com o pensamento de que ela é minha
internalizando em mim. Só diminuo a velocidade quando sinto meu
pau descarregar a última gota de gozo.
Com a respiração pesada, enterro o rosto no seu pescoço
suado e beijo de leve, roubando um sorriso de Marisol.
— Isso foi intenso — ela fala ao segurar meu rosto entre as
duas mãos. — E eu nunca transei sem camisinha antes.
Ao ouvi-la, me dou conta de que nem pensei nisso na hora,
só fui entrando atrás do lugar quente e prazeroso que esconde entre
as pernas.
— Caralho.
— Bom, eu voltei com o anticoncepcional faz dois dias.
Assinto. Eu devia estar preocupado com a possibilidade de ter
jogado um pequeno Dupont para dentro de Marisol, certo? Certo,
mas não me sinto assim. Estou tranquilo demais para alguém que
pode ter engravidado uma bela morena cheia de curvas deliciosas.
— Eu tô limpo e não costumo fazer sexo sem proteção —
falo, encostando minha testa na dela. — Mas gostei demais de
entrar em você sem nada.
Ela revira os olhos, mas sorri.
— Ainda vai cozinhar pra mim ou vamos ter que pedir
comida?
— Vamos pedir comida e eu posso aproveitar o resto do
tempo pra saborear minha sobremesa preferida.
Agarro a bunda dela e trago contra o meu corpo, Marisol
entrelaça as pernas na minha cintura e envolve os braços em torno
do meu pescoço, sorrindo, toda linda e suada depois dos orgasmos.
E eu pretendo proporcionar muito mais a ela hoje à noite.
É, com certeza amanhã vou trabalhar muito exausto, mas
feliz. E agora, vou permanecer dentro de Marisol pelo tempo que eu
aguentar.
Ananda está uma pilha por causa do casamento. Desde que
chegamos, a realidade veio à tona e ela está surtando com os
detalhes que ainda não foram resolvidos. Minha amiga sempre foi
muito tranquila e dona de uma leveza que sempre admirei, mas
agora parece o Demônio da Tasmânia.
Por causa do seu humor duvidoso, eu recebo os nossos
possíveis novos clientes, sozinha. É um casal dono de um
restaurante vegetariano que tem planos de expandir o negócio pelo
estado. Eles precisam de uma repaginada na logo e estratégias
para criar conexão com o público-alvo. Depois de uma hora
conversando sobre os que eles querem e o que é preciso fazer, nós
assinamos contrato.
Acompanho o casal até a saída e sorrio quando eles falam
que é uma pena não terem conhecido Ananda por causa do
problema de saúde.
Estresse pode ser considerado problema de saúde? Porque
se sim, eu falei a verdade ao contar o motivo de ela não aparecer na
reunião.
Volto para o escritório e assim que coloco os pés na minha
sala, o celular vibra em cima da mesa. Com o coração ansioso, me
aproximo para pegar o aparelho. Desde que Henrique entrou na
minha vida, parece que meu peito virou uma batedeira.
Henrique: O que você vai fazer amanhã?
Marisol: Amanhã é sexta, vou trabalhar e não sei, sair pra
dançar à noite com as meninas. Ananda está uma pilha por causa
do casamento.
Henrique: Interessante, você pode dançar no meu colo.
Marisol: Tentador.
Henrique: É aniversário da minha mãe e ela vai fazer um
jantar. Quer vir comigo?
Leio a mensagem várias vezes, mas não consigo digitar
nenhuma resposta. Dios mío! Henrique está me convidando para
conhecer a família dele? O que eu faço? Paralisada com o celular
nas mãos, me sobressalto quando vejo o nome dele saltitando na
tela.
O homem está me ligando.
Engulo o caroço salgado na boca e atendo.
— Oi.
— Tá com medo?
— O quê? Não. Ananda entrou na sala agora e eu precisei
resolver um problema do trabalho — minto na maior cara de pau. —
Eu disse, ela está nervosa por causa do casamento.
— Uhum.
— Você disse que é aniversário da sua mãe, né? Tem certeza
que é uma boa ideia me levar? Não vai parecer muito precipitado?
Sei lá, a gente mal se conhece — digo e me arrependo um segundo
depois.
Henrique suspira do outro lado da linha.
— Você não quer ir, eu entendi.
Fico calada.
— Tudo bem, Marisol. Tenho uma reunião agora, a gente se
fala depois — e desliga.
Jogo-me no sofá de forma dramática e fecho os olhos,
bufando. Eu sou uma idiota. E sim, ele tem razão, estou com medo.
Conhecer a família dele é um passo e tanto no nosso
relacionamento... espera, podemos falar que isso é um
relacionamento?
Ai, droga.
Samuel entra na minha sala correndo e pula em cima de mim,
me fazendo rir e me tirando do meu estado quase depressivo. Faço
carinho no seu cabelo preto e aperto as bochechas gorduchinhas.
Larissa entra logo em seguida. Parece meio abalada, tem
olheiras vermelhas em volta dos olhos e o cabelo está preso em um
coque malfeito e com certeza emagreceu alguns quilos.
— Tudo bem?
Ela respira fundo e senta no sofá ao meu lado, colocando a
mochila de Samuel na mesinha de centro. A creche dele fica perto
da agência e sempre que dá, os dois dão uma passadinha aqui
antes do almoço.
— O pai do Samuel piorou. Eu acho que ele não dura até o
próximo aniversário dele — murmura com a voz embargada e leva a
mão até aos cabelos do filho que está no meu colo.
— Sinto muito.
Larissa e o pai do Samuel não estão mais juntos, na verdade,
eu acho que o relacionamento durou apenas durante a gravidez,
mas pelo que ela contou, eles sempre se deram bem e criam o filho
juntos. É bem triste que uma criança tão pequena vá crescer sem o
pai.
— Mas e você? Por que tá com essa cara?
Respiro fundo e olho nos olhos de Samuel. São tão lindos e
meigos. Não existe maldade alguma neles e consegue aquecer o
meu coração.
— Eu conheci um cara no cruzeiro — falo e olho minha
amiga. — Ele é um homem muito intenso e toda vez que estamos
juntos, sinto que me perco nele, mas eu gosto, só que tenho medo.
— E o que mais?
Ergue uma sobrancelha para mim e eu deixo os ombros
caírem.
— Ele me convidou pra ir jantar com a família dele...
— E como uma covarde, você recuou. — Ela me interrompe e
depois abre meio sorriso. — Eu te acho tão forte e independente,
mas por que agora você parece um filhote de gato indefeso?
— Porque sou a merda de uma medrosa — resmungo.
— Merda de uma medrosa — Samuel repete minhas palavras
com aquela voz fofa e eu começo a rir, mas quando Larissa
pigarreia, eu olho para ela e digo:
— Me desculpa.
— Não pode falar essa palavra, Samuel. Tá bem? É uma
palavra feia — ela diz, chamando a atenção do filho. — Combinado?
Ele assente e eu sorrio.
— Obedeça a mamãe, tá certo?
O garotinho concorda de novo.
— Sobre o seu problema... — ela começa a falar de novo, me
encarando. — É melhor você se arrepender de ter caído de cabeça
do que o contrário. O cara quer te levar pra jantar com a família, não
me parece ser o tipo de homem que vai brincar com você.
— Não parece mesmo — Ananda diz, entrando na sala.
Samuel sai de cima de mim e corre para ela, que sorri. Só esse
gorduchinho fofo para aliviar o seu mau humor. — Ele tá caidinho
por ela.
— Foi tudo muito rápido. — Eu me ouço dizendo e me sinto
uma idiota por tentar encontrar motivos para afastar Henrique.
Ontem quando fui jantar na casa dele, não aguentei vê-lo tão lindo e
vestido casualmente, fui logo tirando a roupa e me oferecendo como
sobremesa.
— Com Fernando também foi, você não lembra? Começamos
a namorar rápido e sou muito feliz com ele — Ananda comenta sem
olhar para mim.
— Levanta essa bunda do sofá e vai resolver as coisas com
esse cara — Larissa fala em um tom repreensivo.
— Bunda! — Samuel repete, nos fazendo rir, mas a mãe logo
fica séria e conversa sobre palavras feias que não podem ser ditas
de novo.
Sorrio. Ela é uma ótima mãe.
Oscilo os olhos de Larissa para Ananda e tomo minha
decisão. Levanto a bunda do sofá e decido ir atrás de Henrique.
Viver com medo é uma droga e não vou deixar que isso me impeça
de viver um novo amor.
Novo amor...
Ai, droga, acho que estou muito ferrada.
Boa leitura!
Socorro, o CEO é virgem – Graci Rocha
Já reparou como sempre tem algum babaca que acha que está
arrasando só por dar uma secada na sua bunda e depois fazer um
comentário super machista? Fico me perguntando o que passa na
caminho.
minha biz e tive de voltar na loja da cliente pra buscar e agora isso,
um babaca lambedor de beiços falando da minha bunda para todo
mundo ouvir.
Levo o bolo reserva para a cliente que está com uma cara
irada quando me vê, na verdade, não era um bolo reserva, mas sim
uma encomenda de outra cliente que cancelou de última hora,
reserva era mais caro do que a encomenda original dela. Ah, que se
Merda. Merda.
dia todo mundo se veste como quer. Grande coisa eu estar com um
top amarelo florescente por baixo do jaleco, e que o jaleco tem
papo quando se está de frente para uma vista como a que tem aqui.
que está grávida e até aí tudo bem, ela sempre cuidou bem de mim
e com certeza vai fazer um ótimo trabalho com o bebê, o problema
está no fato de que esta manhã ela voltou para casa com todas as
suas coisas, chorando, porque o cretino do namorado sumiu no
circulam por aqui e por ali, mas ninguém se importa com a minha
presença. E olha que eu destoo bem nesse lugar fino. É como se eu
fosse um quadro impressionista pintado com purpurina e todo
restante fosse só imagem de paisagens nubladas.
deve valer mais do que a minha casa toda. Com certeza. O som de
algo se quebrando me faz virar na direção da sala que fica logo à
frente.
gritando.
O ar foge dos meus pulmões quando o vejo se virar de
imagino que é sua expressão nesse momento, vou quebrar tudo que
doida?
doida o bastante para lidar com esse babaca. Num minuto ele está
confronto.
qualquer reação.
de fazer.
Suas mãos fortes vão para os olhos e rosto, tentando se livrar
boca com a mão, assustada. Foi tudo tão rápido que acho que
peguei todo mundo desprevenido.
Viro para ele e o encaro com fúria. Por dentro, tenho que
confessar, estou com um pouco de vontade de rir. Ele é lindo e está
muito bagunçado por causa do meu ataque, mas isso não muda o
que ele fez. Mordo a língua pra me impedir de amolecer e com uma
pessoa e uma secretária incrível, seu idiota — dito isso, vou até
quanto posso ser boa com as pernas, já corri muito nessa vida e já
rebelde. Não curto, mas algo dentro das minhas calças acorda
quando a loira pula e os seios se mexem de maneira sexy.
a oportunidade.
bebida e sorri como se hoje fosse o dia mais feliz da sua vida.
Mesmo com pouca luz noto que as bochechas dela estão coradas e
os cabelos estão começando a grudar na testa por causa do suor.
mim.
memória.
os olhos da loira.
mesa e pede outra. Parece que está na missão de beber até não
Sorrio.
se afasta de mim.
— Me desculpe.
— Você me seguiu?
— Ela não vai a lugar nenhum com você. — Uma versão mais
nova da Krysten Ritter intervém e fica entre os dois. — Brian, vá
mas sei lá, depois de quase ter levado um soco, não estou
interessado em ninguém, mesmo que queira sexo no momento,
calça jeans para avisar que estou caindo fora e vejo que ele me
vou.”
Oi!
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Beijossssss!!!
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NAS GARRAS DA MÁFIA: https://amz.run/4w6I
envolver com um CEO intenso e sacana não faz parte dos seus
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SINOPSE:
BABACA).
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[1]
Referência ao filme norte-americano de 1998, dos gêneros comédia e fantasia.
Dr. Dolittle é um homem que fala com animais domésticos e selvagens .
[2]
Gíria em espanhol que quer dizer: filho da mãe, corno, safado, fdp etc., usado
como xingamento.
[3]
Ponto de reunião no deck, atribuído à tripulação e passageiros, onde eles
devem se reunir de acordo com a lista de reunião quando o alarme
correspondente for disparado ou anúncio feito para treinamento de emergência.
[4]
Meu Deus, em espanhol.
[5]
Desculpe, foi mal, em inglês.
[6]
A moeda oficial de cruzeiros é o dólar.
[7]
Batismo de mergulho é o termo utilizado aqui no Brasil para o mergulho
realizado com quem não tem um curso de mergulho, mas gostaria de
experimentar a experiência de respirar embaixo d’água.
[8]
Merda, em espanhol.
[9]
O dealer é um profissional responsável pelo desenrolar das diferentes partidas
e dos pagamentos das apostas em um cassino. Ele precisa saber administrar
corretamente a mesa de jogo e as apostas que são feitas.
[10]
Raivosa, em espanhol.
[11]
O Farol da Barra, ou Farol de Santo Antônio, localiza-se na antiga ponta do
Padrão, atual Ponta de Santo Antônio, em Salvador, no litoral do estado da Bahia,
no Brasil. O farol primitivo foi o segundo existente em todo o continente
americano, antecedido somente pelo farol do antigo Palácio de Friburgo no
Recife.
[12]
A praia de Pajuçara fica situada no bairro nobre de Pajuçara, em Maceió. É
uma das praias mais famosas do estado de Alagoas. As águas calmas, as
piscinas naturais e os passeios de jangada costumam atrair muitos turistas ávidos
pelo litoral nordestino.
[13]
É um site de viagens que fornece informações e opiniões de conteúdos
relacionados ao turismo.
[14]
Protagonista de Socorro, o CEO é virgem, primeiro livro da série Irmãos
Dupont.
[15]
Localizado na parte continental de Florianópolis, junto ao estreito que separa a
Ilha do Continente, o bairro Coqueiros é um dos bairros mais charmosos e com a
mais bela vista da Baía Sul da Ilha de Santa Catarina. Distante apenas 4 km do
Centro, Coqueiros é dono de uma das melhores infraestruturas urbanas da
cidade.
[16]
O Itacorubi é um bairro da cidade brasileira de Florianópolis, capital do Estado
de Santa Catarina. Está situado aproximadamente na região central da porção
insular do município.
[17]
Moto Honda Biz.