Projeto Stewardship Brasil ANVISA
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Diretor-Presidente
William Dib
Diretores
William Dib
Alessandra Bastos Soares
Renato Alencar Porto
Fernando Mendes Garcia Neto
Adjuntos de Diretor
Patrícia Tiana Pacheco Lamarão
Daniela Marreco Cerqueira
Bruno de Araújo Rios
Meiruze Sousa Freitas
Rogério Luiz Zeraik Abdalla
Coordenação do Projeto
Associação Brasileira de Profissionais em Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar
(ABIH)
Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde (GGTES)
Elaboração
Eliane Carlosso Krummenauer (Hospital Santa Cruz /Santa Cruz do Sul – RS)
Magda Machado de Miranda Costa (GVIMS/GGTES)
Mara Rubia Santos Gonçalves (GVIMS/GGTES)
Maria Dolores Santos da Purificação Nogueira (GVIMS/GGTES)
Marcelo Carneiro (ABIH)
Rochele Mosmann Menezes (Hospital Santa Cruz /Santa Cruz do Sul – RS)
Colaboradores:
Cézane Priscila Reuter (Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC)
Jane Dagmar Pollo Renner (Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC)
Lia Gonçalves Possuelo (Universidade de Santa Cruz do Sul -UNISC)
Sylvia Lemos Hinrichsen (Universidade Federal de Pernambuco – UFPE)
Revisão:
Coordenações estaduais/distrital de Controle de Infecção Hospitalar (CECIH/CDCIH)
Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à
Saúde (CNCIRAS)
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1. Introdução
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prescritos nos hospitais americanos são inapropriados ou desnecessários 7.
Estudos de prevalência demonstram uma porcentagem global de indicadores
inadequados, em torno de 16,8%, com uma proporção de esquemas inadequados
nas profilaxias cirúrgicas de aproximadamente 47,1% e nos tratamentos empíricos
de 15,1% 8,9.
Toda essa exposição desnecessária aumenta o risco de ocorrência de
eventos adversos, interações medicamentosas não desejadas, aquisição de
infecções concomitantes por outros patógenos multirresistentes, fungos e por
Clostridium difficile, além do aumento expressivo nos custos assistenciais (diretos
e indiretos)10. Ademais, ao contrário dos outros medicamentos, o uso não
gerenciado dos antimicrobianos produz um impacto negativo não apenas no
paciente que os recebe, mas também no ecossistema, ao se selecionar patógenos
multirresistentes. Estima-se que mais de 2 milhões de pessoas estão infectados
por microrganismos multiressistentes, resultando em 23.000 mortes anuais11.
Todo esse contexto justifica a necessidade de intervenções efetivas no
ambiente hospitalar para o gerenciamento do uso das diversas classes de
antimicrobianos (antibacterianos, antifúngicos, antivirais e outros), abrangendo
todos os aspectos do uso desses medicamentos, desde a decisão de tratar a
infecção até a sua correta utilização (o antimicrobiano certo, na dose certa, pela
duração certa e no momento certo).
O gerenciamento do uso de antimicrobianos tem o objetivo de garantir o
efeito farmacoterapêutico máximo; reduzir a ocorrência de eventos adversos (EA)
nos pacientes; prevenir a seleção e a disseminação de microrganismos resistentes
e diminuir os custos da assistência12.
Uma das intervenções na lógica da otimização do uso dos antimicrobianos
é o Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos, que pode ser
entendido como uma abordagem multifacetada que inclui políticas, diretrizes,
vigilância da prevalência e dos padrões de resistência e do consumo de
antimicrobianos, além de educação e avaliação/auditoria de seu uso 12.
Dessa forma, o desenvolvimento de Programas para o Gerenciamento do
Uso de Antimicrobianos no âmbito hospitalar tem sido identificado como uma
estratégia útil para melhorar os resultados assistenciais, vinculados ao uso desses
agentes, de uma maneira segura e custo-efetiva, reduzindo o desenvolvimento da
resistência antimicrobiana.
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2. Escopo
Hospitais brasileiros que possuam leitos de unidades de terapia intensiva
(UTI) adulto.
3. Objetivos
4. Duração
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6. Desenvolvimento
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a. Hospitais com programa de gerenciamento do uso de antimicrobianos
implementado ou em implementação: membros dos times operacionais do
programa;
b. Hospitais que ainda não possuam programas implementados:
preferencialmente, membros da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
(CCIH) e da farmácia hospitalar.
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As instruções completas para preenchimento do formulário eletrônico estão
descritas no Anexo I (Instruções para Autoavaliação dos Programas de
Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos).
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quais ações cada elemento do programa deverá conter, depende da realidade do
hospital, levando em consideração sua realidade de atendimento e disponibilidade
de recursos financeiros.
Dessa forma, cada ação dentro dos elementos essenciais avaliados nessa
parte do formulário terá uma nota atribuída, sendo que as ações estratégicas terão
uma pontuação maior e as ações complementares receberão uma nota
proporcional.
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ações estratégicas. O estabelecimento deve continuar a melhorar o escopo e a
qualidade da implementação e se concentrar no desenvolvimento de planos de
longo prazo para manter e promover ainda mais as atuais ações do programa.
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https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/noticias/153-
formulario-nacional-de-autoavaliacao-das-praticas-de-seguranca-do-paciente-
2019, até o dia 31/07/2019.
Indicadores de IRAS e de RM
Nessa etapa será realizada a mensuração dos indicadores de IRAS e de
RM. As informações para o cálculo desses indicadores serão coletadas do Sistema
Nacional de Vigilância Epidemiológica das IRAS.
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DI = n° de casos novos de um evento em uma população exposta X 1000
Total de pacientes-dia expostos
Medidas Preventivas
A avaliação das medidas de prevenção de IRAS adotadas se dará por meio
da coleta das informações da Autoavaliação das Práticas de Segurança do
Paciente realizada pelo hospital por meio do preenchimento do formulário
FormSUS/DataSUS.
• Higiene de mãos;
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6.6 Etapa VI – Conclusão do projeto
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7. Cronograma
2018 2019
ATIVIDADES
DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET
OUT
Elaboração do
X X X X X
Projeto/Protocolo
Validação da
ferramenta
(formulário) de X X
avaliação dos
programas
Videoaulas de
treinamento para
participação no
X
Projeto (objetivos,
metodologia e
formulário)
Autoavaliação
X
para os hospitais
Coleta de dados
nos hospitais X
participantes
Análise dos
X X
Dados
Entrega dos
resultados para as
instituições
participantes. X
X
(Divulgação
nacional e
internacional
(publicação
Reunião para
discussão dos
resultados e
proposição de
estratégias para
promover o
desenvolvimento
e implementação
X
do programa de
gerenciamento do
uso de
antimicrobianos
nos hospitais
brasileiros
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8. Referências bibliográficas
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2. Nordmann, P., Naas, T. & Poirel, L. (2011). Global spread of Carbapenemase-producing
Enterobacteriaceae. Emerg Infect Dis 17, 1791-1798.
3. Walsh, T. R. (2010). Emerging carbapenemases: a global perspective. Int J Antimicrob
Agents 36 Suppl 3, S8-14.
4. Vicent, J.L.; Rello, J.; Marshall, J. et al. International study of the prevalence and out-
comes of infection in Intensive Care Units. JAMA, v. 302, n.21, p. 2323-29, 2009.
5. Queenan, A. M. & Bush, K. (2007). Carbapenemases: the versatile beta-lactamases. Clin
Microbiol Rev 20, 440-458, table of contents.
6. Gupta, N., Limbago, B. M., Patel, J. B. & Kallen, A. J. (2011). Carbapenem-resistant Enter-
obacteriaceae: epidemiology and prevention. Clin Infect Dis 53, 60-67.
7. Luther, V.P., Shnekendorf, R., Abbo, L.M., Advani, S., Armstrong, W.S., Barsoumian,
A.E., Beeler, C.B., Bystritsky, R., Cherabuddi, K., Cohen, S., Hamilton, K.W., Ince, D.,
Justo, J.A., Logan, A., Lynch, J.B. 3rd, Nori, P., Ohl, C.A., Patel, P.K., Pottinger, P.S.,
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diseases fellows: program directors identify a curriculum need. Clin Infect Dis 67(8), 1285-
1287.
8. Pitiriga, V., Kanellopoulos, P., Kampos, E., Panagiotakopoulos, G., Tsakris, A., Saro-
glou, G. (2018). Antimicrobial stewardship program in a Greek hospital: implementing a man-
datory prescription form and prospective audits. Future Microbiol 13, 889-896.
9. Pulcini, C., Binda, F., Lamkang, A.S., Trett, A., Charani, E., Goff, D.A., Harbarth, S., Hin-
richsen, S.L., Levy-Hara, G., Mendelson, M., Nathwani, D., Gunturu, R., Singh, S., Srini-
vasan, A., Thamlikitkul, V., Thursky, K., Vlieghe, E., Wertheim, H., Zeng, M., Gandra, S.,
Laxminarayan, R. (2018). Developing core elements and checklist items for global hospital
antimicrobial stewardship programmes: a consensus approach. Clin Microbiol Infect 25(1),
20-25.
10. Conway, E., Sellick, J., Mergenhagen, K. (2018). Decreased mortality in patients prescribed
vancomycin after implementation of an antimicrobial stewardship program. Am J Infect Control
46(4), 477-478.
11. McCarthy, M.W., Walsh, T. J. (2018). The rise of hospitalists: an opportunity for infectious
diseases investigators. Expert Rev Anti Infect Ther 11, 1-5.
12. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diretriz Nacional para Elaboração de
Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos em Serviços de Saúde, 2017.
13. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Plano Nacional para a Prevenção e o
Controle da Resistência Microbiana nos Serviços de Saúde, 2017.
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Anexo I – Instruções para preenchimento do formulário de
Autoavaliação dos Programas de Gerenciamento do Uso de
Antimicrobianos
1. Preenchimento do Formulário
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2. Realização da autoavaliação da implementação do Programa de Gerenciamento
do Uso de Antimicrobianos
Dessa forma, cada ação dentro dos elementos essenciais avaliados terá uma nota
atribuída. Sendo que as ações estratégicas terão uma pontuação maior e as ações
complementares receberão uma nota proporcional.
Para calcular a nota de cada elemento, deverá ser realizado o somatório de todos os
pontos atribuídos às questões selecionadas. O valor atribuído à questão está indicado, entre
parênteses, no seu lado direito. Exemplo:
1.1 O hospital possui um documento formal, aprovado pelo conselho diretor da instituição, que constitui o Programa
de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos?
SIM (40)
NÃO (0)
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No exemplo abaixo, deve ser contado 20 pontos referentes à soma dos dois itens
selecionados:
Se SIM, o laboratório de microbiologia apoia a realização das atividades do Programa:
Possui sistemas automatizados de identificação: Vitek 2 ou Maldi-TOF (10)
Realiza teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA) por disco fusão (10)
Realiza antibiograma com concentração inibitória mínima – CIM (10)
Agilidade em fornecer resultados de culturas/antibiogramas em até 72h (10)
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2.2 Avaliação da implementação do programa de gerenciamento do uso de
antimicrobianos
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Representante do laboratório de microbiologia (5)
Representante da CCIH (5)
Representante do Comissão de Farmácia e Terapêutica (5)
Representante do setor de qualidade (5)
Representante do setor de tecnologia de informação (5)
Outros (5)
Nesse campo, deverão ser selecionados todos os profissionais que compõem o time
gestor. Como a recomendação da Diretriz é que esse time seja interdisciplinar e formado por
representantes das principais áreas envolvidas com o programa, quanto mais profissionais
fizerem parte do time operacional do hospital, maior a sua pontuação para esse item. Para o
cálculo da pontuação deverá ser somado 5 pontos para cada profissional selecionado.
Além do time gestor, deve ser definido também o time operacional que é responsável
pela elaboração, execução e monitoramento das ações do Programa. O time operacional deve
estar formalmente nomeado e seus componentes devem possuir tempo específico definido
para a execução das ações do programa.
Além disso, é necessário que exista um profissional, líder, responsável pelo time
operacional. A Diretriz Nacional recomenda que esse profissional seja um infectologista, um
médico com expertise em doenças infecciosas ou um farmacêutico clínico com conhecimento
em doenças infecciosas, por isso, a pontuação para esses profissionais é maior que para os
outros profissionais de saúde.
A pontuação máxima desse elemento essencial é 170 pontos: Avançado – 170-130;
Intermediário - 129–90; Básico – 89 - 50; Inadequado < 50.
Componente 3 – Educação
A educação é um componente essencial para o sucesso do Programa de Gerenciamento
do Uso de Antimicrobianos e deve abranger tanto os profissionais de saúde quanto os pacientes
e seus familiares e cuidadores. Um aspecto importante é o treinamento continuado para toda a
instituição sobre o Programa e sobre as ações estratégicas para setores específicos envolvidos.
Dessa forma, para uma maior conformidade na implementação de um programa de
gerenciamento do uso de antimicrobianos é necessário que o hospital conte com um programa
de educação continuada, com treinamentos e capacitações periódicas para todos os
profissionais de saúde, além dos pacientes e acompanhantes/cuidadores.
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A pontuação máxima desse elemento essencial é 145 pontos e a classificação:
Avançado – 145-90; Intermediário - 89–70; Básico – 69 - 25; Inadequado < 25.
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consistente. Por isso, tais ações receberam uma pontuação maior na avaliação. Já as ações
consideradas complementares, receberam uma pontuação menor.
São consideradas ações estratégicas para melhorar a prescrição de antimicrobianos:
• Auditoria retrospectiva
É recomendável que a auditoria retrospectiva seja realizada 48 horas após a
prescrição, quando já há melhor definição do quadro clínico e disponibilidade de
resultados de testes diagnósticos, podendo ser feita a adequação com base no resultado
de culturas ou a suspensão do tratamento, quando o diagnóstico de infecção bacteriana
tiver sido descartado, de acordo com a evolução clínica e os resultados de exames
laboratoriais.
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• Medidas Restritivas
A restrição antimicrobiana, realizada por meio da utilização de formulário de
restrição ou exigência de pré-autorização, é o método mais eficaz de controle do uso de
antimicrobianos.
É importante garantir que tal medida não atrase o tratamento de pacientes
independente do dia e do horário, por exemplo em caso de prescrições à noite, finais de
semana ou feriado.
Cada serviço de saúde deve definir a relação dos antimicrobianos com restrição
e com necessidade de pré-autorização, considerando, entre outros fatores, seu perfil de
sensibilidade microbiológico, segundo os protocolos clínicos institucionais.
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