Variação Linguística em Sala de Aula - Da Intenção Lúdica Ao Uso Real Da Língua - Cícera Galdino
Variação Linguística em Sala de Aula - Da Intenção Lúdica Ao Uso Real Da Língua - Cícera Galdino
Variação Linguística em Sala de Aula - Da Intenção Lúdica Ao Uso Real Da Língua - Cícera Galdino
BONITO DE SANTA FÉ
2021
CÍCERA GALDINO DOURADO
BONITO DE SANTA FÉ
2021
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca Nilo Peçanha do IFPB, campus João Pessoa
CDU 81’42(043)
1. Tecnológica
2. Pós-Graduação em Educação Profissional e
3. Tecnológica
4. Pós-Graduação em Educação Profissional e
5. Tecnológica
6. Pós-Graduação em Educação Profissional e
7. Tecnológica
FOLHA DE APROVAÇÃO
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Profa. Ma. Rosa Lúcia Vieira Souza
Presidente
_____________________________________________________________
Profa. Dra. Gerthrudes Hellena Cavalcante de Araújo – IFPB – Campus Itabaiana
Examinadora
_____________________________________________________________
Profa. Ma. Valquíria da Silva Souza – IFPB- Campus Campina Grande
Examinadora
Dedico este trabalho a Deus, que é meu suporte diário e a meus pais que são minha maior
riqueza.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que é meu tudo nesta vida, agradeço a minha querida
Santa Rita de Cássia, São José, Santo Expedito e Nossa Senhora das Graças, que sempre foram
meu auxílio nas aflições.
Agradeço aos meus pais Deta e Antônio, que sempre estiveram ao meu lado me
incentivando e mostrando os caminhos corretos a serem seguidos.
Agradeço também ao meu esposo Ivan, que é meu companheiro das lutas diárias e que
por inúmeras vezes arcou sozinho com as responsabilidades da nossa casa a fim de ajudar-me
nas tarefas diárias.
Quero citar meus oito irmãos (Aparecida, João, Márcio, Juliana, Joelson, Juliete, Ana
Maria e Wellington) como pessoas que sempre rezaram por mim, pelos meus sonhos e sempre
pediram a Deus para me iluminar.
Agradeço ao meu cunhado e irmão do coração Marcelo, que inúmeras vezes me
acompanhou nas viagens até o Polo de Sousa e que durante esses percursos enfrentamos sol,
chuva e perigos nas estradas.
Não posso deixar de fora amigos importantes que a vida me proporcionou desde o início
do curso de Letras, como Ana Maria Maracajá a quem carinhosamente tenho como “Aninha”,
as minhas amigas do coração que sempre me incentivaram muito a investir no curso, Berlânia
e Joana, e também os amigos que o IFPB colocou ao longo da minha caminhada: Natália,
Gisele, Robson, e entre outros. Não posso deixar de falar do nosso querido IFPB, que fez com
que meu sonho de estudar Letras – Língua portuguesa - se tornasse realidade e que possibilitou
encontrar ao longo desses oito semestres professores e servidores de uma competência e
coração enorme e que ajudaram a abrir meus caminhos na vida acadêmica.
Em especial agradeço aos professores Neilson, Moacir, Gerthrudes, Mônica, Analice,
Otoniel e Rosa Lúcia.
À minha orientadora Rosa Lúcia, agradeço pela paciência, dedicação, compromisso e
cuidado que sempre teve com a orientação a qual direcionou a mim.
“Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o Senhor é quem determina os seus
passos.
(Bíblia Sagrada: Provérbios 16:9)
RESUMO
The present article, entitled Linguistic Variation in the Classroom: From the Playful Intention
to the Real Use of Language, aims to propose a critical-reflective study on regional linguistic
variety through a proposal for a Didactic Sequence that addresses language in real use. And, as
specific objectives, we sought to demystify the folklore conception of regional variety, as well
as discuss the various forms of manifestation of regional variety linked to the historical, social
and cultural context in which the speaker is inserted and propose a Didactic Sequence as an
instrument of critical-reflective study of regional linguistic variety in the classroom. The study
proposal is of an interdisciplinary nature, as it deals, in addition to real situations in the use of
language, of geographic and historical aspects that can be explored. As for the theoretical-
methodological aspects, we chose to work with bibliographical research, using as theoretical
support the authors: Bagno (2007), Bakhtin (1996), Cesario and Votre (2009), Dionísio (2007),
Dolz, Noverraz and Schneuwly (2004), Gil (2010), Labov (2008), Leite and Callou (2002) and
Marcuschi (2007). The BNCC and the PCNs were also the basis for research. As a result of the
proposed Didactic Sequence, it is expected that students understand that what leads to variations
in the actual use of language are the historical, social and cultural aspects in which the speakers
are inserted, demystifying the understanding that the language and /or the regional variety
presents itself in a homogeneous way.
Introdução
ou inferior a outro e que, na verdade, o que existe são variações que explicitam, por meio da
fala, características próprias, como faixa etária, grupo sociocultural e a região a qual o indivíduo
ou grupo pertence. Assim, é percebível que, no que diz respeito à variedade regional, foco deste
estudo, o que há são particularidades nas mais distintas regiões do nosso país.
Este trabalho tem, pois, como objetivo geral propor um estudo crítico-reflexivo sobre
variedade linguística regional por meio de uma proposta de Sequência Didática (SD) que aborde
a língua em uso real. E, como objetivos específicos, desmistificar a concepção folclorizada de
variedade regional, discutir as diversas formas de manifestação da variedade linguística
regional vinculada ao contexto histórico, social e cultural em que o falante está inserido e propor
a SD como instrumento de estudo crítico-reflexivo sobre variedade linguística regional.
O estudo proposto é de caráter interdisciplinar, uma vez que, além do estudo de
manifestações reais do uso da língua também é possível abordar questões geográficas e
históricas. Optou-se, ainda, por realizar pesquisa de cunho bibliográfico para que sejam
abordadas concepções teórico-metodológicas propostas e discutidas em textos de divulgação
científica. Segundo o pensamento de Gil (2010, p29-31) “a pesquisa bibliográfica é elaborada
com base em material já publicado”, desse modo é necessário destacar que o trabalho se
desenvolveu a partir do estudo de materiais já elaborados, como livros impressos, dissertações
e artigos já publicados e de fontes confiáveis.
A sequência didática proposta foi planejada para ser aplicada em seis aulas em uma
turma do 9º ano da EJA (Educação de Jovens e Adultos), na Escola Estadual de Ensino
Fundamental Joaquim Nabuco, localizada em Bonito de Santa Fé, Paraíba. Na turma do 9° ano
da EJA estão matriculados aproximadamente 32 alunos, dos quais grande maioria mora na zona
urbana e uma minoria reside na zona rural. Essa junção de alunos residentes na zona urbana e
na zona rural favorecerá a reflexão acerca da variação linguística, especificamente a variedade
regional, no que trata também ao respeito e à valorização desse uso linguístico.
Faz-se necessário explicitar que na proposta inicial deste estudo a SD seria aplicada com
os alunos e, posteriormente, seria realizada análise dos resultados obtidos para que se
comprovasse, ou não, o êxito da proposta. A aplicação da SD, entretanto, não foi realizada
porque verificou-se que não havia frequência regular dos alunos, os quais estão assistindo aulas
online, caracterizadas como ensino remoto, por conta da pandemia provocada pelo novo
coronavírus. A frequência irregular dos alunos às aulas comprometeria o estudo no sentido de
não haver a continuidade necessária à aplicação da SD. Optou-se, então, por apresentar a
proposta neste estudo e executá-la em um momento de retorno às aulas presenciais, sendo os
resultados obtidos discutidos e publicados posteriormente.
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Como aporte teórico, pautamos nossos estudos nas contribuições de Bagno (2007),
Bakhtin (1997), Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), Labov (2008), Leite e Callou (2002),
Marcuschi (2000), Oliveira (2014) e também em documentos oficiais que orientam o ensino,
como os PCNs e a BNCC.
Optamos por dividir este estudo em cinco seções. Na primeira, apresentamos a variação
linguística como objeto de estudo na esfera científica, abordando também sobre os tipos de
variação linguística, destacando a variedade linguística regional, já que esta é o foco do
trabalho. Na segunda seção optou-se por abordar a variação linguística como objeto de ensino
de língua portuguesa embasado em documentos normativos, a exemplo dos PCNs e da BNCC.
Na terceira seção será apresentado de forma breve o gênero textual História em Quadrinhos, e
discutido como ele é utilizado como suporte para o estudo das variações linguísticas regionais.
Serão apresentadas informações sobre a produção das HQs do personagem Chico Bento,
destacando o objetivo de sua criação e demonstrando a razão pela qual passaram a ser fonte
para exemplos de variações linguísticas. Na quarta seção será apresentada a teorização sobre
Sequência Didática, segundo os pensamentos de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), e também
será apresentada uma proposta de Sequência Didática que vise estudar de forma crítico-
reflexiva a variedade linguística regional, na quinta seção.
A Sociolinguística, é tida como uma área da linguística, foca seus estudos na língua
falada, observando-a e analisando-a em seu uso real, levando em consideração seus aspectos
históricos, sociais e culturais. Em seu ramo Variacionista, também conhecida como
Sociolinguística Variacionista, Sociolinguística Laboviana, Sociolinguística Quantitativa ou
Teoria da Variação, prioriza em seus estudos “os fatores sociais, culturais e psíquicos que
interagem com a linguagem” (CEZARIO & VOTRE, 2009, p. 146-147).
Os estudos de base sociolinguística investigam a relação existente entre a língua e a
sociedade, tendo como foco a diversidade e a variabilidade da língua, sempre levando em
consideração a existência dos diversos aspectos para a ocorrência da variação e da mudança
linguística. As investigações nessa área de estudos acontecem em situações reais de uso da fala,
buscando entender quais são os fatores que favorecem e/ou que inibem a variação e a mudança
linguística. A Sociolinguística tem como fundador e representante o linguista Willian Labov,
que além de considerar que se deve sempre levar em consideração a relação entre língua e
12
sociedade, ele enfatiza a importância de dar atenção às semelhanças que ocorrem entre
indivíduos de uma mesma sociedade.
A organização e funcionamento da língua é de grande complexidade, visto que ela é um
sistema heterogêneo e que, por isso, reflete a vasta diversidade da língua na sociedade e,
consequentemente, as suas variações.
De acordo com o pensamento de Labov (2008), é interessante destacar que a fala é um
processo natural existente na comunidade linguística e que ela antecede qualquer processo de
educação formal, pois a fala passa por etapas e de acordo com a evolução de cada uma delas, as
mudanças e adequações vão surgindo. Essas etapas vão desde a infância quando o contato que
existe é do falante com a família, seguindo de um contato com amigos e posteriormente com a
escola. Assim, o processo comunicativo ocorre de acordo com o contexto no qual o falante está
inserido e com as situações comunicativas, como também de acordo com a região em que o
falante vive.
Quando falamos em região na qual o falante reside, há, muitas vezes, a ocorrência do que
Bagno (1999) chama de Preconceito Linguístico, e este, por sua vez, é a realização de um
julgamento em relação às variações linguísticas existentes, em especial àquelas nas quais os
falantes de menor poder aquisitivo ou prestigio social estão inseridos. Bagno (2011) afirma que
o preconceito linguístico é resultado da existência de alguns mitos que cercam a língua, como a
questão da homogeneidade da língua e o que alguns estados do Brasil falam de forma mais
correta. Ele enfatiza, ainda, que o preconceito linguístico ocorre de maneira ignorante e até
silenciosa, em algumas vezes, na qual dada pessoa não gosta ou não entende a forma que o outro
falante fala e acaba por disseminar a ideia de que aquela forma está “errada”. Porém, essas
crenças devem ser desmistificadas, uma vez que a heterogeneidade da língua deve ser entendida
e a fala de cada indivíduo ocorre de acordo com as características próprias do falante e/ou região
em que vive e que assim não pode se atribuir a nenhuma manifestação da fala como um “erro”.
A língua não deve ser vista como uniforme. Ela é heterogênea e está em constante
transformação, conforme os avanços e mudanças pelas quais a sociedade passa. Logo, entende-
se que não há língua sem mudanças e variações e que, dependendo da situação comunicativa, a
língua ocorre de modos variados. Ela é instável e sempre está em processo de construção e
reconstrução, sendo considerada pelos sociolinguistas uma atividade social da qual todos os
indivíduos participam. Desse modo, corroboramos com o pensamento de Luiz Antônio
13
Marcuschi e Angela Paiva Dionisio (2007, p. 14) os quais acreditam que “a língua é um dos bens
sociais mais preciosos e mais valorizados por todos os seres humanos em qualquer época, povo
e cultura”. Assim, os autores acreditam que toda forma de existência e manifestação da língua
deve ser levada em consideração.
A variação linguística ocorre em virtude de diversos fatores, sejam eles de gênero
(homens e mulheres fazem uso dos recursos linguísticos de formas diferentes), grupos etários (na
qual há uma diferença na comparação da fala dos jovens em relação a dos seus pais e avós), grau
de escolaridade (o acesso à educação formal em maior ou menor tempo contribui para o uso
linguísticos dos educandos), status socioeconômico (pessoas com maior poder aquisitivo não
utilizam os mesmos recursos linguísticos que as pessoas de classes mais baixas
socioeconomicamente) e mercado de trabalho (há diferenças entre os ofícios e profissões, pois
um falante de uma profissão mais elevada na sociedade como um médico não fala do mesmo
modo que um trabalhador de oficio menos remunerado como um encanador), a esses fatores, os
sociolinguistas dão o nome de “fatores extralinguísticos”.
Quando se fala em variação linguística faz-se necessário mencionar os tipos existentes.
Existem as variações sociais ou diastráticas, que são as variantes que ocorrem de um grupo para
outro em função da classe social dos falantes da língua; a variação estilística ou diafásica que se
refere às adaptações ao modo como a língua está sendo falada, em que os falantes se adequam
ao contexto comunicativo em que estão inseridos, ou seja, pode ocorrer de um mesmo falante ter
formas distintas de utilizar as palavras conforme as situações comunicativas e os contextos.
Existem ainda as variações históricas que também são chamadas de diacrônicas, que se refere às
variações que ocorrem ao longo do tempo e que muitas vezes estão associadas às expressões que
caem em desuso ou que podem adequar-se ou até mesmo desaparecerem, essa variação está
intimamente ligada aos avanços tecnológicos e, por fim, a variação regional ou diatópica, que é
a que se verifica na comparação às maneiras de falar em regiões diferentes, como a urbana e a
rural por exemplo.
A variação linguística não é um fator que veio para ‘contaminar’ a língua tida como
“certa”, mas sim um fator de grande importância para se entender a diversidade existente nas
diversas formas de manifestação da língua. Bagno (2007, p. 48) afirma que “toda variedade
linguística é também o resultado de um processo histórico próprio, com suas vicissitudes e
peripécias particulares”. O autor defende, ainda, que toda e qualquer variação linguística deve
ser respeitada.
Para entender a importância da variedade linguística existente no nosso país, Bagno
menciona que a nossa língua “apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade”
14
(BAGNO, 2007, p. 16). Com isso, entendemos que o autor reconhece a variação linguística
brasileira, e consequentemente a variedade regional, como um fator importante no uso da
linguagem.
A variedade linguística regional, objeto de estudo deste trabalho, será discutido no
subtópico a seguir.
Dessa forma, o que se busca é que, enquanto prática social, não exista pré-julgamentos,
acerca de escritas e falas melhores e nem piores que outras. O que deve existir são adequações
às situações de contextos com as quais nos deparamos no nosso dia a dia e que precisamos
ajustá-las e que qualquer falante pode utilizar-se de sua variedade linguística para expressa-se
sem que seja discriminado.
É notória a orientação nesse documento oficial para que a variação linguística seja
estudada na sala de aula, principalmente nas aulas de Língua Portuguesa, embora percebamos
que há um certo distanciamento entre o que se orienta e o que realmente se estuda sobre o
assunto em questão, principalmente quando esse assunto é abordado sem que seja levado em
consideração os aspectos sociais e culturais dos indivíduos/falantes.
Ainda sobre os documentos normativos que veem a variação linguística, como objeto de
ensino da Língua Portuguesa, podemos mencionar e transcrever um destaque, adaptado, da
BNCC (2017) que trata especificamente do Ensino Fundamental II, do 6º ao 9º ano.
PRÁTICAS DE OBJETOS DE
HABILIDADES
LINGUAGEM CONHECIMENTO
TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO
(EF69LP55) Reconhecer as variedades da
Análise Variação Linguística língua falada, o conceito de norma padrão e o de
linguística/ preconceito linguístico.
semiótica (EF69LP56) Fazer uso consciente e reflexivo de
regras e normas da norma-padrão em situações
de fala e escrita nas quais ela deve ser usada.
Fonte: Adaptado de Brasil, 2017, p. 160- 161. (SANTOS e MELO, p. 129).
Nesse destaque da BNCC, é percebível que o documento enfatiza que os alunos devem
ser orientados muito além dos conceitos de norma padrão, sendo necessário, também, o estudo
sobre as adequações dos usos linguísticos, dando importância à língua falada, fazendo assim
com que os alunos reflitam sobre os usos da língua e também sobre a questão do preconceito
linguístico.
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Os gêneros textuais fazem parte das nossas vidas, tanto no cotidiano e no meio social,
quanto nas vivências em sala de aula. Eles nos são apresentados por meio da linguagem e são
utilizados para determinar os diversos tipos de textos existentes, sejam eles orais ou escritos,
levando em consideração suas características próprias. É através da realização da observação e
análise de um dado texto que é possível determinar a qual tipo de gênero textual ele pertence.
De acordo com o pensamento de Bakhtin (1997), quando interagimos com outras pessoas,
através da linguagem, acabamos por produzir certos textos que se transformam em gêneros
textuais, servindo para atender às necessidades dos seres humanos na interação verbal, Os
gêneros textuais são muitos e circulam nas mais diversas esferas, possuindo função linguística
específica e elementos linguísticos definidos, assumindo, assim, um papel e uma função
comunicativa.
Entende-se, pois, que os gêneros textuais são muitos e fazem parte das vivências dos seres
humanos. Um exemplo de gênero textual presente na vida dos seres humanos é o gênero textual
História em Quadrinhos, popularmente conhecido como HQs. É um gênero narrativo, composto
por elementos como: espaço, tempo, narrador e personagens. Ele tem como público-alvo tanto
infantil como adulto, possuindo finalidade de informar, ensinar, promover entretenimento,
levando o leitor a uma perspectiva crítica de acordo com a mensagem que deseja transmitir.
Em sua estrutura estão presentes alguns recursos que são considerados como expressivos,
a exemplo dos balões (que servem para expressar a fala e/ou o pensamento do personagem),
dos quadros e das molduras ao redor da HQ, dos sinais de pontuação como as reticências, as
exclamações e interrogações (as quais muitas vezes demonstram o estado de espírito em que a
personagem se encontra), o uso das onomatopeias (uso de palavras para expressar sons), temos
os recordatórios (painéis utilizados pelo narrador dentro dos quadrinhos), também estão
presentes as linhas cinéticas que servem para indicar movimentação dos personagens e, por fim,
há a presença do diálogo. As HQs geralmente são publicadas em jornais, revistas, sites, em
blogs, nas redes sociais e em diversos outros meios. Esse gênero textual faz uso de dois tipos
de linguagem: a verbal, por meio de imagens e textos, e a linguagem não verbal, fazendo uso
apenas da imagem para transmitir a mensagem ao leitor, assim esses recursos auxiliam no
processo de aprendizagem, como afirma Dionísio (2006, p.141):
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(...) imagens ajudam a aprendizagem, quer seja como recurso para prender a atenção
dos alunos, quer seja como portador de informação complementar ao texto verbal. Da
ilustração de histórias infantis ao diagrama científico, os textos visuais, na era de
avanços tecnológicos como a que vivemos, nos cercam em todos os contextos sociais.
Portanto, é percebível que a autora considera o gênero textual HQ como uma ferramenta
que auxilia na aquisição de saber, bem como destaca também a importância do uso dos
elementos composicionais das HQs. Com isso, entende-se que esse gênero textual é produtivo
na sala de aula e que sua relevância vai de acordo com a temática que se pretende abordar.
Por saber que esse gênero textual possui diversas finalidades e abordam temas variados,
fazendo uso de elementos da linguagem verbal e não verbal que chamam a atenção do leitor, é
percebível que as HQs permitem que seus leitores entendam conceitos e temáticas de forma
mais interativa e dinâmica, provocando curiosidade no entendimento da mensagem que
desejam passar, mas é de suma importância que, ao se trabalhar com esse gênero textual em
sala de aula, o professor leve em consideração diversos aspectos sobre o tema que pretende
abordar, a exemplo da temática sobre variação regional.
Quando falamos na representação do tema variação linguística regional, por meio do
gênero textual HQ, por exemplo, é notório que professores e materiais didáticos tratam as HQs
de Chico Bento como exemplo da variante regional de um modo geral. Essa abordagem,
entretanto, não é coerente, pois a fala do personagem não resulta em uma padronização da
língua falada em todas as regiões. Não sendo considerado, assim, que cada localidade possui
suas variantes, com características próprias do meio em que vivem, sejam elas culturais ou
sociais. Porém, é indispensável que dentro da sala de aula seja sempre enfatizada a importância
de considerar todas as variantes existentes, bem como as características da localidade a qual o
indivíduo/aluno pertence.
Outro ponto que merece destaque é que quando os docentes e/ou materiais didáticos se
referem à temática da variação regional utilizando a fala de Chico Bento como exemplo do falar
regional de uma comunidade caipira, da zona rural, não consideram que grande parte de traços
linguísticos presentes na fala do personagem, que é considerado como caipira, são na verdade
traços linguísticos da língua portuguesa falados pelos mais diversos brasileiros espalhados pelo
Brasil e assim se fazem presentes na vida cotidiana da população brasileira.
Portanto, diversos docentes e materiais didáticos pecam por generalizar a fala do
personagem fictício, como exemplo direto de um falante “caipira” e atribuem seu modo de falar
à realidade de uma comunidade rural, o que é uma inverdade, pois a maneira como a fala de
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Chico Bento é apresentada não resulta em uma representação fiel do uso da fala de comunidades
rurais de modo geral. E isso faz com que haja preconceito na abordagem sobre a variação
linguística regional, pois a maioria das pessoas atribuem à fala de Chico Bento um exemplo de
fala de pessoas que não são escolarizadas e que “falam errado”.
O personagem é uma criação fictícia e sua fala não é uma representação fiel do falar
caipira e nem de pessoas do interior, meio rural ou de menor poder aquisitivo. O que se pode
entender é que a fala do personagem é uma fala artística, utilizá-la como material pedagógico
para trabalhá-la como uma representatividade da variação regional de forma uniforme, incorre
em uma inadequação, como diz Bagno (2003):
O problema, repito, não está nas opções feitas por Maurício de Sousa e sua equipe no
momento de representar a fala dos simpáticos personagens do meio rural paulista (...)
O problema é querer transformar essas revistinhas em material pedagógico para a
abordagem da variação linguística. O desenhista não tem nenhuma obrigação de
representar fielmente a fala de seus personagens, até porque uma representação cem
por cento fiel só poderia ser feita por meio de transcrições fonéticas detalhadas, o que
simplesmente tornaria as revistas ilegíveis! (BAGNO, 2013, p. 85).
Desse modo, é possível verificar que Bagno (2013), destaca a importância de não utilizar
a fala de Chico Bento como uma representação uniforme e fiel da variação regional, destacando
que deve ser entendido que a representação feita por Mauricio de Sousa é uma criação fictícia
de personagens do meio rural, de caráter lúdico e que não deve ser utilizado como exemplo
representativo do uso real da fala.
As HQs de Chico Bento foram criadas pelo autor Maurício de Sousa no ano de 1961. O
autor tinha em mente criar um personagem que lembrasse seu tio avô. Esse personagem é
marcado por diversas características tanto exteriores como interiores, em que ao mesmo tempo
que é um moço preguiçoso é também uma pessoa sem maldade, atrapalhado e que se preocupa
com a natureza, avoado e inocente, uma pessoa divertida e bem humorada. Ele também
apresenta traços de características físicas que o caracterizam como uma pessoa que vive em
uma localidade rural, como por exemplo, seu gosto pelo chapéu de palha, de roupas xadrez, de
tocar viola, pescar, nadar no rio, gostar da roça, dormir em rede e brincar com os amigos ao ar
livre. Essas são características exteriores do personagem e que foram criadas por Mauricio de
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Sousa com a finalidade de serem utilizadas para entreter o público por meio da ludicidade. Elas
representam a essência do personagem fictício.
Outro aspecto que merece destaque em Chico Bento é a linguagem utilizada por ele, na
qual o autor buscou fazer uma representação de uma história e personagem que ele mesmo
idealizou e que por isso não tem a obrigação de ser fiel às características da realidade.
O que se constata, no entanto, é que ao longo dos anos as histórias em quadrinhos de
Chico Bento foram ganhando novas formas e ocupando um grande espaço da sociedade. Um
desses espaços é a sala de aula onde as HQs de Chico Bento são utilizadas como ferramenta
pedagógica, principalmente por se tratar de um gênero que mescla a linguagem verbal e não
verbal, apresenta imagens coloridas e também histórias bem humoradas que tratam de temáticas
que representam realidades do cotidiano, como por exemplo sobre questões de preservação da
natureza. Essas HQs também possuem um caráter humorístico e lúdico.
Quando mencionamos as diversas temáticas de que as HQs de Chico Bento tratam,
podemos mencionar pontos que merecem destaque quanto à questão da representação da
variedade linguística regional por meio da linguagem utilizada pelo personagem em questão.
Essa linguagem é tratada, em sala de aula, como uma representação da fala de determinada
comunidade de falantes, que são os falantes do campo – zona rural ou do interior - de um modo
generalizado e como se fosse uma representação fiel da linguagem utilizada pelos indivíduos
dessas localidades. Há, também, uma comparação entre a fala dos falantes da zona rural,
representado por Chico Bento, e como os falantes da cidade grande falam, representada pelo
primo Zeca, por exemplo.
Alguns materiais didáticos e/ou atividades realizadas em sala de aula solicitam, ainda,
que os alunos “passem” a voz de Chico Bento para a norma culta, ficando subtendido que a fala
do personagem representa um uso real da língua e que é “errada” a forma como fala. É, pois,
necessário salientar que é um equívoco utilizar o modo de falar de Chico Bento atribuído ao
uso real da língua pelas comunidades rurais e/ou do interior, pois a forma real como esses
indivíduos falam acontece de acordo com características vinculadas ao contexto histórico,
social e cultural em que o falante está inserido.
Assim, a fala do personagem em questão não é adequada para o trabalho sobre variedade
linguística regional, se for considerada representação geral dessa variedade e se for representada
de forma folclorizada e anedótica, sem que o uso real da língua seja levado em consideração.
A sequência didática, também chamada de SD, é um guia que o professor utiliza para
organizar as atividades que serão propostas em sala de aula, em outras palavras, pode ser
considerada como suporte no direcionamento de cada aula e de cada atividade realizada ao
longo delas. Segundo o pensamento de Dolz, Noverraz e Schnewly (2004), a SD “procura
favorecer a mudança e a promoção dos alunos ao domínio dos gêneros e das situações de
comunicação” (2004, p. 97). Em suma, os autores afirmam que a SD é agrupamento de
atividades escolares organizadas e de forma sistemática, que estão ligadas entre si e que
planejam em sua composição, etapa por etapa, fazendo uso de gêneros orais e/ou escritos.
Para exemplificar melhor, os autores propõem um modelo de SD, na qual buscam
possibilitar um maior entendimento das etapas a serem propostas nas aulas. A esquematização
segue o seguinte modelo:
A esquematização acima mostra etapas que os autores consideram adequadas para serem
seguidas, com o intuito de planejar as aulas de forma mais organizada. Ela está dividida, em
apresentação da situação, que se pauta em apresentar m projeto que motive os alunos para
entrarem em comunicação com os demais alunos, produção inicial, o professora avalia as
capacidades iniciais dos alunos e poderá seguir para os módulos. Estes por sua vez, os módulos,
são tidos como uma espécie de obstáculos que seguem uma ordem que facilita a aprendizagem
do aluno e o ensinamento do professor na condução das aulas. Por fim, é apresentada a última
parte da SD, a produção final, etapa em que o texto é revisado e o professor verifica o progresso
dos alunos e se eles melhoraram suas perspectivas inicias.
Utilizaremos como base o modelo de Sequência Didática elaborado por Dolz, Noverraz
e Schneuwly (2004), a fim de apresentar uma proposta de sequência didática para se trabalhar
em uma turma do 9º ano da EJA a temática da variação linguística regional utilizando como
ponto de reflexão uma história em quadrinhos do personagem Chico Bento como uma não
representação do uso real da fala do personagem à fala dos falantes de regiões do meio rural.
É imprescindível reiterar que a sequência didática não foi aplicada em virtude de
dificuldades encontradas neste período no modelo de ensino (remoto) que foi adotado pelas
22
instituições de ensino devido à pandemia causada pelo novo coronavírus. Uma dessas
dificuldades foi a participação irregular dos alunos nas aulas, o que comprometeria a aplicação
da SD e a análise da eficácia, ou não, da SD proposta.
A proposta de Sequência Didática, como dito anteriormente, foi pensada para uma turma
de 9º ano da EJA (Educação de Jovens e Adultos). A proposta foi planejada com o objetivo de
promover um estudo crítico-reflexivo sobre a variedade linguística regional. Como texto base
para base para estudo da variedade, optamos por trabalhar com a HQ de Chico Bento, não como
exemplo de variedade linguística regional, mas para reflexão sobre o uso da língua em situação
de uso real e em situação que objetiva entreter o leitor. É necessário desmistificar a concepção
de que a fala de Chico Bento representa o modelo do falar regional no país e construir com o
aluno o conhecimento de que a variedade linguística regional é produzida/usada em contextos
sociais e culturais em que o falante está incluído e que essa variedade representa a identidade
desse falante.
A proposta de Sequência Didática se baseia no modelo desenvolvido por Dolz, Noverraz
e Schneuwly (2004). Segue a proposta.
Apresentação da situação
Objetivos Atividades Resultados esperados
- Refletir sobre Nessa etapa, o professor solicitará que os É esperado que os alunos
a variedade alunos fiquem num formato de círculo, dentro consigam entender que a
regional como da sala de aula, e irá fazer a apresentação do língua é um fenômeno
representação mapa do Brasil, por meio de um data show. A variável e que se
da cultura do apresentação do mapa será realizada fazendo manifesta de forma
falante e uso de duas imagens, na primeira será distinta nas mais diversas
suscitar apresentado o mapa somente com a divisão das regiões do país e que
discussão cinco regiões, para ficar mais fácil de eles todas as formas de
sobre o entenderem em qual região se encontram ou, manifestação da língua
preconceito se possivelmente, já estiveram em alguma devem ser respeitadas,
linguístico. delas, ou ainda, se conhecem alguém que vive uma vez que representa a
em alguma das cinco regiões brasileiras e se identidade do falante e o
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Produção Inicial
Objetivos Atividades Resultados esperados
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Fonte:
https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRj2EwcR0wz8G0q_VfC1n9hepLe3LhLc0oWNQ&usqp=CAU
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Modulo I
Objetivos Atividades Resultados esperados
- Promover a Inicialmente haverá uma breve leitura coletiva Espera-se que os alunos
interação entre da HQ de Chico Bento (Figura 1), apresentada consigam entender as
os alunos e na etapa anterior, por meio de uma especificidades da língua
pessoas que apresentação no data show, focando na questão dos falantes de ambas as
vivem na zona da variação regional. E posteriormente, os regiões (rural e urbana),
rural e urbana alunos irão realizar uma leitura individual, na sendo possível que eles
por meio de qual os alunos conseguirão entender melhor analisem as
uma gravação sobre a variação linguística regional e também características que se
de relatos; poderá servir de guia para a realização da etapa manifestam em ambas as
- Incentivar a que será apresentada posteriormente, na qual a regiões, através dos
pesquisa e a professora irá entregar copias xerografadas da relatos das pessoas
análise sobre HQ proposta, em que a mesma retrata um pesquisadas. E assim, é
os usos da passeio no shopping realizado por Chico Bento esperado que eles
língua em e seu primo Zeca. percebam que o modo de
situações reais Será proposto que os alunos façam uma falar das pessoas das duas
de uso. pesquisa sobre variação linguística regional regiões tanto podem
em situações reais de uso. A pesquisa se inicia mudar a pronúncia, como
com a gravação de um relato de moradores da também uma mesma
cidade e da zona rural sobre hábitos e palavra ou expressão
costumes: O que costumam festejar? Que pode ser encontrada em
comidas costumam consumir? Que músicas ambas as localidades e
costumam ouvir? Se tocam instrumentos, e que também se
quais são? Quais as atividades gostam de fazer apresentam no cotidiano
no tempo livre? Quais lugares gostam de de fala dos mais diversos
frequentar? falantes.
Essa pesquisa pode ser feita com pessoas da
família e/ou amigos que morem na zona urbana
ou rural.
Essa atividade fará com que os alunos
percebam o uso da língua de acordo com a
realidade de cada falante participante da
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Modulo II
Objetivos Atividades Resultados esperados
Promover a Levando em consideração o fato de que na Essa atividade possibilitará
reflexão dos etapa anterior os alunos realizaram uma aos alunos uma
alunos sobre o pesquisa, o professor irá solicitar que os aproximação maior entre
uso real da alunos relatem: os relatos que eles
língua, • Como foi a realização de suas pesquisas; gravaram e a temática da
levando-os a • Que aspectos lhes chamaram mais variação linguística. Como
identificar a atenção, em relação à pesquisa realizada; também facilitará que eles
variedade • As diferenças de pronúncia e/ou compreendam os fatores
regional vocabulário percebidas na fala dos que ocasionam o
inserida no entrevistados que poderiam ser surgimento e o uso das
contexto social caracterizadas como variedade regional. variedades regionais.
e cultural do Nessa etapa o professor pode utilizar o
falante. quadro ou um painel para registrar os relatos
e sugestões dos alunos.
Concluída a participação dos alunos, o
professor explicará quais sugestões são
características da variedade regional,
enfatizando o que a caracteriza.
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Produção Final
Objetivos Atividades Resultados esperados
- Possibilitar Esta etapa será centrada na construção de um Na etapa final da sequência
aos alunos que glossário, de forma coletiva. Os alunos irão didática é esperado que os
relembrem selecionar as palavras e/ou expressões que alunos já tenham adquirido
tudo o que identificaram como representativas da conhecimento suficiente
viram sobre a variedade regional, durante a pesquisa para entender que a
temática da realizada anteriormente, e depois de variedade regional está
variedade selecionadas, o professor irá mediar a presente em todas as
regional, bem produção do glossário. localidades do nosso país e
como Para essa construção será necessário que os que ocorrem mudanças de
possibilitar que alunos coloquem em um painel as palavras acordo com o contexto
eles selecionadas. Devem registar a palavra e/ou social e cultural no qual o
compartilhem expressão, o sentido e uma frase que falante está inserido.
os exemplifique o seu uso.
conhecimentos Realizada essa construção, o professor irá
adquiridos ao fazer uma revisão do glossário construído e,
longo das juntamente com os alunos, irá expor o painel
aulas. na biblioteca da escola, tanto para que os
alunos como os membros da escola, de um
modo geral, tenham acesso à produção do
glossário. Esse material poderá servir
também como de fonte de consulta sobre
palavras ou expressões regionais.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. 1.
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BAGNO, Marcos. Não é errado falar assim! Em defesa do português brasileiro. São Paulo:
Parábola Editorial, 2009.
BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se faz. 2a ed., São Paulo, Loyola, 1999.
BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico. O que é, como se faz. 49. ed. São Paulo: Edições
Loyola, 2007.
BAGNO, Marcos. Sete erros aos quatro ventos: a variação linguística no ensino de português.
1. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. v. 1. 192p.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Os gêneros do discurso. 2º ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1997.
CEZARIO, Maria Maura & VOTRE, Sebastião. Sociolinguística. In: Manual de Linguística.
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C3%8DSTICA/AULA01.pdf?forcedownload=1. Acesso em 08 Agosto 2021.
30
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LABOV, W. Padrões Sociolinguísticos. Trad: Marcos Bagno, Maria Marta Pereira Scherre,
Caroline Rodrigues Cardoso. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
LEITE, Yonne; CALLOU, Dinah. Como falam os brasileiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.
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Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
OLIVEIRA, G.B. de. Variação linguística na sala de aula: encontros e desencontros. Niterói,
2014, p. 37. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10357. Acesso em: 05 Agosto
2021.
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Disponível em:
http://www.entrepalavras.ufc.br/revista/index.php/Revista/article/view/1654/648. Acesso em:
03 Agosto 2021.