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Resumo O presente artigo tem o objetivo de contribuir para a divulgao de uma norma nacional, aceita internacionalmente como sendo uma ferramenta importante para o Brasil, na implementao de programas de comrcio de emisses e desenvolvimento de estratgias nacionais em Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, em um momento que as mudanas climticas tornaram-se um desafio mundial para a Humanidade. O enfoque da pesquisa de divulgar uma nova ferramenta normativa nacional voluntria, desenvolvida pelo ISO TC 207, com participao do ABNT/ CB 38, Comit Brasileiro de Gesto Ambiental, no objetivo de limitar as concentraes de gases de efeito estufa (GEE).
Abstract This article has the objective of making a contribution to making a national norm public, accepted internationally as an important tool for Brazil in the implementation of emissions commerce programs and the development of national strategies in Clean Development Mechanisms, at a time where climate change has become a global challenge to Humanity. The focus of this research is on making public a new voluntary national normative too developed by the ISO TC 207 with the participation of the ABNT/ CB-38, the Brazilian Environmental Management Committee with the objective of limiting concentrations of greenhouse gases (GHG).
Palavras-chaves: Efeito Estufa - Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, ABNT NBR ISO 14064
1. INTRODUO
Mudanas climticas so reconhecidas como uma das mais srias respostas naturais a um planeta de dinmica congestionada e fervilhante, sendo um desafio para naes, governos, negcios e cidados para as prximas dcadas. Como conseqncia de padres no-sustentveis de produo e consumo, mudanas do clima esto fazendo com que rios, lagos, vida selvagem, glaciais, zonas costeiras e agentes transmissores de doenas, como a malria, dentre outros sistemas naturais, sofram impactos negativos pelo agravamento dos gases de efeito estufa encontrados naturalmente na atmosfera como o vapor dgua, oznio (O3), metano (CH4), xido nitroso (N2O) e o dixido de carbono (CO2). Como Charles Darwin (1859) preconizou, Na histria da humanidade (e dos animais tambm) aqueles que aprendem a colaborar e improvisar foram os que prevaleceram. Tal hiptese fez-se comprovada quando so exemplos de adaptaes das sociedades s mudanas climticas do planeta as aes de campanhas de reflorestamento, o incremento do uso de mquinas de neve artificial pela indstria de esqui na ustria, na Unio Europia e nos Estados Unidos e o planejamento de instalaes de infra-estrutura costeira no Canad, nos Estados Unidos e na Holanda que levam em conta avaliaes sobre o aumento do nvel dos mares. Constitudo em 1998, pela Organizao Meteorolgica Mundial - WMO e o Programa nas Naes Unidas para o Meio Ambiente PNUMA, o Painel Intergovernamental sobre Mudanas Climticas IPCC (sigla em ingls do Intergovernamental Panel on Cliamate Changes), tem como objetivo fornecer informaes cientficas, tcnicas e scio-econmicas relevantes para o entendimento das mudanas climticas, seus impactos potenciais e opes de adaptao e mitigao. O IPCC possui trs grupos de trabalho e uma equipe especial sobre inventrios nacionais de gases de efeito estufa (GEE) que so: GT I avalia os aspectos cientficos do sistema climtico e de mudanas do clima; GT II avalia a vulnerabilidade dos sistemas scio-econmicos e naturais diante da mudana climtica assim como as possibilidades de adaptao a elas;
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GT III avalia as opes que permitiriam limitar as emisses de gases de efeito estufa (GEE). Segundo o mais novo relatrio (www.ipcc.ch - 2007) do IPCC do Grupo de Trabalho II , h necessidade de se manter o aumento mdio da temperatura global abaixo de 2 C sendo que isso implicar em um corte de 50% nas emisses de gases de efeito estufa (GEE) at 20050, em relao aos nveis de 1990. Como exemplo, pode-se citar os nveis de dixido de carbono (CO2) na atmosfera que aumentaram de 280 partes por milho em volume, desde o perodo que antecede a Revoluo Industrial, para cerca de 360 partes por milho em volume atualmente. A intensidade e velocidade observadas no aumento da temperatura so incompatveis com o tempo necessrio adaptao natural da biodiversidade e ecossistemas, apesar do clima ter sempre variado de modo natural. A Tabela 1, a seguir ilustra tal aumento da temperatura do perodo pr-industrial e no ano 2000.
Tabela 1 Concentrao de CO2, CH4 e N2O na atmosfera entre os perodos dos anos 1.000 / 1.750 / 2.000
Mudana observada Indicador 1000-1750 Concentrao de CO2 na atmosfera Concentrao de CH4 na atmosfera Concentrao de N2O na atmosfera 2000 ppm 700 ppb 270 ppb 2000 368 ppm 1750 ppb 316 ppb Aumento 31 4% 151 25% 17 5%
Fonte: Adaptado de Climate Change 2001: Syntesis Report - Summary for Policymakers (IPCC, 2001, p.5)
Ainda segundo o relatrio do IPCC, aes imediatas preventivas podem minimizar danos futuros e gerar benefcios prticos a sociedade e ao meio ambiente como o aperfeioamento dos sistemas de monitoramento e o investimento em pesquisas.
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2. METODOLOGIA
O objetivo geral da pesquisa de promover o conhecimento uma nova ferramenta normativa nacional voluntria, desenvolvida pelo ISO TC 207, com participao do ABNT/ CB 38, Comit Brasileiro de Gesto Ambiental, para limitar concentraes de gases de efeito estufa (GEE). Esse estudo uma pesquisa exploratria e descritiva que se presta a esclarecer as vantagens do uso da nova ferramenta normativa nacional em funo de um problema ambiental mundial, mudanas climticas, que auxiliar pesquisadores a aumentar o seu grau de conhecimento sobre o tema pesquisado.
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Lanada, oficialmente, em 21 de novembro de 2007 durante o Frum Brasileiro de Mudanas Climticas, evento em que o Presidente da Repblica, Luiz Incio Lula da Silva, assinou o decreto instituindo o Comit Interministerial sobre Mudana do Clima (CIM), a norma ABNT NBR ISO 14064: 2007 Gases de efeito estufa (GEE) dividida em trs partes, a saber: ABNT NBR ISO 14064 Parte 1 Especificao e orientao a organizaes para a quantificao e elaborao de relatrios de emisses e remoes de gases de efeito estufa; ABNT NBR ISO 14064 Parte 2 Especificao e orientao a projetos para quantificao, monitoramento e elaborao de relatrios das redues de emisses ou da melhoria das remoes de gases de efeito estufa; ABNT NBR ISO 14064 Parte 3 Especificao e orientao para validao e verificao de declaraes relativas a gases de efeito estufa.
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Requisitos gerais para proponentes (o que, no OBJETIVO como). Neutralidade quanto a regime, tamanho e tipo. Requisitos para tratar emisses e remoes de GEE ESTRUTURA em organizaes. Anexos e informativos complementam os requisitos. Definidos pela organizao em relao as suas LIMITES ORGANIZACIONAIS unidades. Mtodos: 1) Controle operacional; 2) Participao acionria, 3) Controle financeiro ou administrativo
Originadas dentro dos limites organizacionais definidos Foco no melhoramento contnuo em aes de controle
direto do proponente Ganhos no tempo correlacionveis a aes ou propagandas especficos Deve-se estabelecer um ano-base histrico
Ano, mdia geomtrica ou mdias mveis de anos Pode-se trocar o ano-base, justificando e documentando Aplicar procedimentos de gerenciamento da
informao em GEE Registros e documentos 1 Mandatrio (ex. Sumrio da organizao, perodo, limites organizacionais, emisses diretas / indiretas e
RELATO DE GEE
relacionadas, ano-base, metodologia de quantificao, declarao de verificao) 2 Sugestivo (ex. Misso, polticas e estratgias em GEE, gerenciamento das informaes em GEE e prticas de monitoramento)
Quadro 1 - ABNT NBR ISO 14064 Parte 1 : Principais aspectos Fonte: Adaptao apresentao CREA/ES Vitor Feitosa Coordenador SC 7 Mudanas climticas ABNT / CB38
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Como potenciais benefcios da ABNT NBR ISO 14064 - Parte 1, pode-se destacar os benefcios internos, tais como, prover a orientao tcnica e assegurar a consistncia para um programa de gerenciamento de GEE; benefcios externos tais como, aumentar a credibilidade de determinada abordagem no gerenciamento de GEE e a compatibilidade com requisitos externos.
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LIMITES
Controlados pelo projeto Relacionados ao projeto (fluxo de energia e materiais) Afetados pelo projeto No especifica fronteiras para os GEE, mas requer a que as fontes e sumidouros do projeto sejam comparveis ao da linha de base Especifica requisitos para se selecionar ou definir um cenrio de referncia e mtodos de quantificao; No especifica procedimentos para definio de baseline ou como quantificar. Originadas dentro dos limites organizacionais definidos. Obriga a definio e aplicao de critrios que demonstrem que o projeto resulta em reduo de emisses ou aumento de remoes que so adicionais ao que ocorreria na ausncia do projeto. Devem ser validados e/ou verificados; Deve haver um relatrio do projeto que fique disponvel ao pblico, contendo requisitos mnimos.
ADICIONALIDADE
RELATRIOS
Quadro 2 - ABNT NBR ISO 14064 Parte 2: Principais aspectos chave Fonte: Adaptao de CREA/ES Vitor Feitosa Coord. SC 7 - Mudanas climticas ABNT / CB-38
Como benefcio de uso da norma ABNT NBR 14064 Parte 2, pode-se destacar: Aumento da credibilidade, consistncia e transparncia de relatrios de projetos de gerenciamento em GEE; Assegura a integridade ambiental da quantificao de GEE; Promove o desenvolvimento e a implementao de projetos em GEE ; Facilita a gerao e comercializao de crditos de carbono derivados da reduo de emisses ou aumento de remoes.
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Aumentam a credibilidade, consistncia e transparncia das declaraes em GEE; Facilita o desenvolvimento e implementao de sistemas de gerenciamento de informaes para organizaes ou projetos, habilitando ao rastreamento de performance; Identifica riscos e responsabilidades no contexto de GEE; Aumenta a transparncia de relatrios financeiros e identificao de passivos ambientais; Aumenta a confiana do investidor e facilita a obteno e comercializao de crditos de carbono; Aumenta a integridade ambiental. A Figura 1 mostra a relao entre as trs partes da ABNT NBR ISO 14064:
ABNT NBR ISO 14064-1 Plano e desenvolvimento de inventrio de GEE organizacionais ABNT NBR ISO 14064-2 Plano e implementao de projetos de GEE
Declarao de GEE
Verificao
Declarao de GEE
Process
Figura 1 Relao entre as partes da ABNT NBR ISO 14064 Fonte: Norma ABNT NBR ISO 14064 1: 2007
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4. CONCLUSO
O presente artigo tem a inteno de contribuir para a divulgao de programas de comrcio de emisses e desenvolvimento de estratgias nacionais em Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, sendo mister que se tenha polticas que requeiro quantificao e relato de emisso de GEE, a fim de sejam reduzidas ou removidas da atmosfera terrestre, salvaguardando a vida no planeta Terra. Conforme citado o texto normativo ABNT NBR ISO 14064, inclui exigencias para a emisso de GGE, entretanto h de se agilizar o inventrio e as auditrias . Tambm, os potenciais beneficios devem considerar desde as boas prticas at a socializao das atividades de reconhecimento de padres , dentre estes regras, metodologias e critrios aceitos. Finalmente, o beneficio do uso desta norma condicionar ao aumento de credibilidade, identificando riscos e permitindo o rastreamento de investidores no ato de obterem e aceitarem os crditos de carbono.
6. REFERNCIAS
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. ABNT NBR ISO 14064 Gases de efeito estufa. Parte 1: Especificao e orientao a organizaes para quantificao e elaborao de relatrios de emisses e remoes de gases de efeito estufa. Rio de Janeiro, 2007. _____. BOLETIM , v.5 - ISSN 01036688 Rio de Janeiro, novembro 2007 _____. ABNT NBR IS0 14064 Gases de efeito estufa. Parte 2: Especificao e orientao a projetos para quantificao, monitoramento e elaborao de relatrios das redues de emisses ou da melhoria das remoes de gases e efeito estufa. Rio de Janeiro, 2007. _____,ABNT NBR ISO 14064 Gases de efeito estufa. Parte 3: Especificao e orientao para a validao e verificao de declaraes relativas a gases de efeito estufa. Rio de Janeiro, 2007. DARWIN, Charles. Origem das espcies. Livraria Chardron , Ed. Porto - 1930
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FEITOSA, Vitor. Apresentao power point Mudanas Climticas. Disponvel em : http://www.creades.org.br/dowload/ciclo/pasta05/seminariocreaes1005.pdf Acesso em 15 mai 2008. INSTITUTO BRASIL PNUMA. Informativo do Comit Brasileiro do Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente. n 94 ABR/MAI, 2007 INTERNATIONAL PANEL ON CLIMATE CHANGE IPCC. Climate Changes 2001: Syntesis report Summary for policymakesrs. Genebra: Secretariat of the WMO, 2001. _____. Mudana do clima 1995: Sumrio tcnicodo relatrio do grupo de trabalho I. Traduo de Alexandre vila Ribeiro. Braslia: Ministrio da Cincia e Tecnologia, 2000. MINISTRIO DA CINCIA E TECNOLOGIA (Brasil). Conveno-quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima O que significa?. Disponvel em: http://www.mct.gov.br/clima/convencao/oque.htm Acesso em 05 mai 2008. UNITED NATIONS. United Nations Framework Convention on Climate Change. Rio de Janeiro: Cpula da Terra, 1992. WORD METEROLOGICAL ORGANIZATION. Climate Changes: lecture notes for meteorologists Lecture prepared by David D. Houghton. WMO n926. Genebra: Secretariat of the WMO, 2002. MINISTRIO DA CINCIA E TECNOLOGIA (Brasil). Conveno-quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima O que significa. Disponvel em: http://www.mct.gov.br/clima/convencao/oque.htm Acesso em 05 mai 2008.
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