Caderno Penal 2
Caderno Penal 2
Caderno Penal 2
Conceito analítico:
*Fato punível
*Fato típico e ilícito
*Fato típico, ilícito e culpável
*Fato típico, ilícito, culpável e punível
*Conduta humana de ação ou omissão típica, ilícita e culpável.
Fato típico:
Fato típico é todo aquele modelo de conduta descrito como criminoso em um tipo penal, ou
seja, fatos descritos pela lei penal que são considerados crimes. Se alguém pratica uma
conduta que não está descrita em nenhum tipo penal, o fato é atípico, portanto, não
configura crime (Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina.)
*Conduta humana
*Resultado normativo
*Nexo Causal
*Previsão legal
Ilícito (antijurídico):
*Estado de necessidade
*Legítima defesa
*Estrito cumprimento do dever legal
*Exercício regular de direito
Culpável:
*Imputabilidade
*Potencial consciência sobre a ilicitude do fato
*Exigibilidade de conduta diversa
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico,
de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
-Só há ameaça se a pessoa ameaçada sentir temor
Mera Conduta: É aquele em que a lei descreve apenas uma conduta, e não um resultado.
Sendo assim, o delito consuma-se no exato momento em que a conduta é praticada. A
pessoa sente seu espaço pessoal atingido.
-Dirigir sob efeito de álcool botando a vida de terceiros em risco é um crime de mera
conduta.
Tipos de prisão:
Prisão em flagrante e delito
Prisão Temporaria
Prisão Preventiva
Prisão decorrente de um julgamento
-se o policial pede a senha do seu telefone em uma abordagem você não precisa fornecer a
senha pois é criar provas contra si mesmo.
Nexo Causal: O nexo de causalidade é o vínculo fático que liga o efeito à causa, ou seja, é
a comprovação de que houve dano efetivo, motivado por ação voluntária, negligência ou
imprudência daquele que causou o dano.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a
um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave.
-auxiliar alguém em um crime eh um nexo causal pela conduta humana e pelo resultado
-previsão legal?
Princípio da anterioridade: Uma ação só é considerada crime uma vez que aquilo tenha sido
definido como crime antes da ação (tenha entrado em vigência antes do ocorrido).
Previsibilidade: Casos de previsibilidade pode resolver coisas até à favor do réu (questão da
pessoa ter ou não ter a capacidade de imaginar a probabilidade que algo pode ocorrer).
Ex.: Homem dirigindo em alta velocidade em uma estrada vazia de madrugada é absolvido
após atropelar um ciclista pois foi constatado a imprevisibilidade do caso
Previsibilidade = Probabilidade
*não é sinônimo de previsível
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.
Caso: se um policial matar a vítima enquanto tenta matar o bandido, configura um erro de
execução e ele responde pelo resultado da intenção dele.
*Um filho está esperando seu pai para matá-lo mas mata a pessoa errada na hora que a
porta de casa abre achando que era ele. Ele responde o homicídio doloso com agravante
pois sua intenção era matar.
Estado de necessidade:
*Existência de Perigo atual
*Ameaça a direito próprio ou alheio
*Situação não provocada pelo agente
*Inevitabilidade do comportamento
*Razoabilidade do sacrifício
*Conhecimento da situação justificante
*Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo (CP 24, par 1)
*Teoria Unitária: não existe comparação de valores entre os bens jurídicos postos em
perigo.
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.
Furto Famélico: Ocorre quando alguém furta para saciar uma necessidade urgente e
relevante. É a pessoa que furta para comer pois, se não furtasse, morreria de fome.
*A jurisprudência aceita o furto famélico, mas não o roubo famélico (se houver grave
ameaça a lei não permite)
Excludente de ilicitude: É uma típica estratégia de defesa no direito, pela qual configura-se
uma exceção à proibição legal. No direito penal, um crime se define, de modo geral, pelo
fato típico e pela antijuridicidade, isto é, o dano a um bem protegido pelo Direito; a
excludente de ilicitude justamente excepciona a antijuridicidade. (nesse caso é permitido
cometer o crime).
Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Ortotanásia: É o nome dado à conduta que os médicos tomam quando — ao ver que o
estado clínico do paciente é irreversível e que sua morte é certa — permitem que o paciente
faleça, a fim de poupar-lhe mais sofrimento (NÃO É CRIME)
Eutanásia: É o ato intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o
sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa. Geralmente a eutanásia é
realizada por um profissional de saúde mediante pedido expresso da pessoa doente
(É CRIME)
-> A jurisprudência define que a cerca elétrica pode ter uma voltagem limite que sirva
apenas para repelir injusta agressão ao imóvel (causando lesão corporal e não a morte).
Culpável:
-Crime tem que ser: tipico, ilícito e culpável
-Culpabilidade (3 conceitos):
*Imputabilidade: condições pessoais de responsabilizar alguém pelo fato típico ou ilicito
*Maioridade penal: São inimputáveis aqueles que não têm a maioridade completa.
-Juízo de reprovação reside na relação psíquica do autor com o fato (Teoria Psicológica).
->Lei 11343/06 Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o
efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da
omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
-> É uma contravenção penal servir bebida alcoólica para pessoas embriagadas.
Crime de receptação:
Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar em proveito próprio ou alheio,
coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira,
receba ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Ex: quando você compra um produto sabendo que é pirata ou que o preço seja claro que o
produto é crime.
->Contrabando é um crime federal
Supressão da capacidade cognitiva: O juiz vai julgar com todas as informações que ele tem.
Supressão da capacidade comportamental / volitiva: Pessoa sabe que é errado mas não
consegue parar (é viciada)
Questão da imputabilidade:
-A lei retira a imputabilidade em certos casos (os casos de inimputabilidade)
Erro de proibição inevitável: Erros que não dariam para evitar
Praticar ato sexual com menores de 14 anos é crime (NÃO CAI NA PROVA. PENAL III)
*Só responde por crimes maiores de 18 anos, então se for uma pessoa de 15 anos
transando com uma de 14, este de 15 coage uma conduta prevista no CP, cometendo um
ato infracional.
*Se forem duas pessoas de 14 ou menos não tem como saber.
Estupro de vulnerável: Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com
menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
-Se alguém força um beijo na outra, é estupro.
-Estupro é qualquer ato libidinoso
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6
(seis) a 10 (dez) anos.
Concurso de agentes: Para que haja concurso de pessoas, é preciso que concorram para o
crime duas ou mais pessoas e que pratiquem as respectivas condutas efetivamente. É
irrelevante se são ou não imputáveis. Tem que haver um vínculo psicológico entre os
agentes. Normalmente este vínculo surge nas ações preparatórias para o crime. Mas há
casos de momentaneidade em que um sujeito vê o outro cometendo o crime e resolve
ajudá-lo a consumar.
Não há concurso de agentes: João e José (que não se conhecem) querem matar Pedro por
motivos distintos. Ambos descobrem que pedro vai estar vulnerável para levar um tiro a tal
hora em tal lugar (mas não sabem que o outro vai estar la). Ambos atiram no Pedro na
mesma hora.
Há concurso de agente: A partir do primeiro ato de execução os agentes se encontram em
união de vontade. Não necessariamente eles planejaram juntos, mas se a partir do início da
execução do ato eles se encontravam juntos aí sim há concursos de agentes.
Ex.: pivete rouba alguém e se junta um mutirão para bater nele.
-> Mesmo que a pessoa não pratique um crime mas auxilie este, ela responde penalmente.
Teorias:
Teoria Monista (Unitária ou Igualitária): “crime resultado da conduta de cada
um e de todos indistintamente, não havendo distinção entre autor, partícipe,
instigador, etc. Todos autores ou coautores”
Teoria Pluralista: pluralidade de delitos, cada agente contribui com uma conduta própria –
cada um responderá por um crime próprio. Esta não reconhece concurso de agentes. Pois
em um asslato ao banco o que ficasse apenas na porta vigiando não responderia por crime
nenhum.
Nosso CP: Monista temperada ou mitigada (próxima a Dualista): não há conceito na lei de
“partícipe”, mas há figura de menor participação
Coautores: Ingressam no tipo (não só núcleo)
Partícipe: auxiliam sempre fora do tipo Ex. CP155 (furto)
-Para o nosso CP, para ser um autor do crime basta ingressar no tipo penal.
Tipo penal: é uma norma que descreve condutas criminosas em abstrato. Quando alguém,
na vida real, comete uma conduta descrita em um tipo penal, ocorre a chamada tipicidade
(basicamente os artigos do CP)
*Alguém que só aponta uma arma mas não faz nada já comete um crime pois empregou a
grave ameaça.
Autoria:
Conceito Extensivo de Autor: todos autores sem distinção
Teoria do Domínio do Fato: autor tem domínio do fato, mesmo sem praticar o
núcleo/ingressar no tipo (pode interromper)
-A pessoa que tem o domínio do fato é aquela que sabe que o crime está ocorrendo, pode
interromper a prática criminosa. Mas dolosamente ela omite e permite que a prática
criminosa ocorra.
-Pela regra geral, o mandante responde igual ao executor (ambos são autores)
-Os autores estão no mesmo patamar de crime, mas nem sempre vão receber a mesma
pena. Os partícipes têm uma pena menor pois eles não ingressam no tipo, e só auxiliam.
Ex.: uma pessoa chega para a outra e pede a arma emprestada para matar o namorado, o
que emprestou é partícipe (se mentir o motivo aí não é participe)
*O mandante é uma exceção. Ele não ingressa no tipo mas responde de forma mais grave.
-Se em algum momento durante o crime (iter criminis) uma pessoa ingressa no tipo (na
tipicidade) ela vira participe
Participação
-> Partícipe material: conduta do partícipe fornece ou facilita os meios para prática do crime
(feito de forma dolosa). Ajudou no modos operantis/ modo de operar do crime.
Ex: emprestar arma para alguém que vai matar outra com a sua consciência / ficar de vigia
em um assalto.
-Quando a pessoa tem o domínio do fato ela eh elevada de participe para autor.
-se você for em rede social ou rádio por ex e convencer um número indeterminado de
pessoas a prática um crime, sem ter relação direta, não configura um participe de forma
moral, mas sim um crime tipificado contra a paz pública.
Autor indireto / mediato: utiliza um terceiro inocente (coação moral irresistível, obediência
hierárquica, erro, menor, doente mental). Impossível em crime de mão própria (ex.:
prevaricação, deserção).
Cumplicidade necessária: É aquela em que o bem ou auxílio material são entendidos como
escassos, ou seja, não poderiam ser fornecidos normalmente por qualquer pessoa.
ex.: O autor mata a vítima com veneno que não deixa rastros na autópsia. A pessoa que
entregou o veneno sabendo que o autor ia matar alguém responde como partícipe. Participe
com responsabilidade criminal quase igual a do autor.
Teorias da participação:
Acessoriedade mínima: para partícipe ser responsabilizado, basta que o autor pratique
conduta típica (ex.: A estimula B a subtrair um saco de feijão em estado de necessidade)
Ex.: Se uma pessoa que passa fome pede ajuda para uma pessoa distrair o dono de uma
padaria enquanto ele rouba um pão, está acessoriedade é mínima. Como o autor do crime
não responde pela conduta pois este ato é enquadrado no furto famélico (permitido), o
partícipe também não (desde que ele esteja ciente de que o autor está prestes a desmaiar).
Acessoriedade Limitada: para partícipe ser responsabilizado, basta autor pratique conduta
típica e ilícita
x.: Uma pessoa distrai o dono da padaria enquanto o outro rouba o salgado mas sem estar
E
em um estado de necessidade (apenas pois não quer pagar). Se o autor for menor de idade
ele responde por ato infracional, e o partícipe maior de idade responde por furto. A
responsabilidade criminal do participe sempre depende da existência do fato, que depende
da conduta humana do autor. se o partícipe distrai o vendedor e o autor decide não roubar,
ambos não são responsabilizados (pois não houve crime).
Participação
-Instigação a autores e fatos determinados (ver CP 286)
-Desistência voluntária e arrependimento eficaz do autor: ”A” instiga “B” a matar “C‟
(bernardo convence laura de matar a julinha). Após 2 disparos B desiste.
*Pelo art. 15 o autor responderá por lesão corporal e não tentativa de homicídio.
Partícipe: Sim (dependendo do fato principal) / Não, instigou fato típico e ilícito de homicídio
(acessoriedade mínima)
*Se o autor vai responder por lesão corporal porque houve a desistência voluntária, faria
sentido o participante responder por tentativa de homicídio que é mais grave? não, porque
depende do fato principal. a responsabilidade criminal do partícipe depende da conduta do
autor. se for reconhecimento arrependimento eficaz para o autor, o partícipe responderá da
mesma forma, essa é a corrente majoritaria. ele nao pode responder por uma conduta mais
grave que o autor realizou.
Dolo específico: é a vontade de praticar a conduta típica, porém com uma finalidade
especial.
Dolo eventual: é a modalidade em que o agente não quer o resultado, por ele previsto, mas
assume o risco de produzi-lo. É possível a sua existência em decorrência do acolhimento
pelo CP da teoria do assentimento, na expressão “assumiu o risco de produzi-lo” (art. 18, I).
*No dolo eventual você não quer o resultado mas consegue prevê-lo
*Na culpa consciente você não consegue prever.
-“Não é possível atribuir o liame psicológico entre os agentes, pois tal liame deverá ser
demonstrado no caso concreto, a fim de que todos possam responder pelo resultado
advindo da soma das condutas” (Greco).
-Tem casos de concurso de agentes que têm como julgar os autores de um em um, e julga
cada caso separadamente. Porém, normalmente se julga tudo como um todo.
*Em crimes que tem como individualizar, atribui-se a cada um suas condutas e cada um é
julgado de acordo com elas e com os resultados causados por elas.
*Quando não tem como individualizar fica muito difícil, pois não se pode fazer as pessoas
responderem por algo sem provas (e nem todos podem ter participado - como em casos de
100 pessoas por ex).
Concurso de Crimes:
Concurso Material: se a pessoa praticou mais de uma ação e essas ações resultaram em
mais de um crime, estamos diante do concurso material (art. 69, CP).
Concurso Formal: ele praticou uma só ação e dessa única ação resultou em mais de um
crime, o concurso será formal (art. 70, CP).
Concurso Material:
-Agente→ mais de uma conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não
-Pluralidade de condutas→ mais de uma ação ou omissão
-Pluralidade de crimes→ dois ou mais crimes
-Ter relação de contexto entre os delitos→ mesma situação, circunstâncias (ex. 157 e 213)
Ex.: Os crimes de roubo e estupro estao em concurso material (porque uma única conduta
não geraria estes dois crimes)
Ex2.: Crimes no mesmo contexto também são ligados no concurso de crimes. Uma pessoa
que comete corrupção passiva, e aí lava esse dinheiro, comete evasão de divisas (só aí já
tem 3 crimes mas que todos estão ligados. Ele cometeu a corrupção passiva em um
momento, em outro a lavagem de dinheiro, e em outro a evasão de divisas, mas todos de
ligam).
Concurso Material: se a pessoa praticou mais de uma ação e essas ações resultaram em
mais de um crime, estamos diante do concurso material (art. 69, CP).
Concurso Formal:
Concurso Formal: ele praticou uma só ação e dessa única ação resultou em mais de um
crime, o concurso será formal (art. 70, CP).
*Foi criado para a hipótese do sujeito querer o primeiro resultado dolosamente, e o segundo
resultado seguir culposamente. Ou também para que surgisse mais de um resultado na
forma dolosa.
-Caso crime:
doloso→ vontade/intenção de um crime (um resultado),
Mas no caso pode ser que atinja mais do que só o que o dolo do agente prevê, assim surge
também a forma culposa em suma.
culposo→ (exs. arremessa garrafa para acertar “A” e tb atinge terceiro(s) / dispara arma de
fogo contra “A” atinge terceiros(s) )
-Caso crime:
culposo→ todos os resultados atribuídos a esse título (exs. atropela 2 pessoas receptação
culposa (comprar 2 ou mais artigos falsificados sabendo que é falso)
• Pena – art. 70, caput, PRIMEIRA PARTE→ uma das penas se idênticas (Homogêneo) ou
a maior (Heterogêneo), aumentada de 1/6 a metade (quantidade de crimes a critério do
julgador)
Exemplos:
*fuzilamento em fila
*injúria a vários
*granada em um lugar com várias pessoas
*estupro e transmissão de doença venérea (pessoa que sabe estar contaminado)
*assalto a ônibus
-> "o art. 70 divide-se em duas partes. Na primeira, prevê-se o concurso formal perfeito,
vale dizer, o agente pratica duas ou mais infrações penais através de uma única conduta.
Exemplos: preso subtrai, para si, comprimidos psicotrópicos quando realiza faxina
(concurso formal dos arts. 155, do CP, e 16 da Lei de tóxicos - RT 709/318); agente leva
menor para praticar roubo, tendo em mente só o produto desse delito e não a corrupção de
menor (concurso formal dos art. s 157, do CP, e 1º, da lei 2.252/54 - STJ, 6ª T., RT
737/578). Nesses casos, o agente tem em mente uma só conduta, pouco importando
quantos delitos vai praticar; por isso, recebe a pena do mais grave com o aumento
determinado pelo legislador"
-Menor pena aplicada (se tiver que colocar acréscimo de 1/6 até a metade da pena,
aumenta apenas 1/6.
-O concurso material benéfico é uma solução para as situações em que a aplicação da
pena no concurso formal próprio se revela prejudicial ao agente.
*Se a pena do concurso formal próprio for prejudicial ao agente, aplica-se o concurso
material benéfico - NÃO PREJUDICA AGENTE
ex.: JOÃO, com intenção de matar, atira em ANTONIO. Entretanto, JOSÉ, que passava pelo
local, também é atingido. ANTONIO morre e JOSÉ fica levemente ferido. Estamos diante de
um típico caso de concurso formal heterogêneo perfeito. Se aplicada a regra da
exasperação, a pena do crime mais grave (homicídio, reclusão de 6 a 20 anos) será
aumentada de 1/6 até a metade. Imagine-se que, diante do caso concreto, o magistrado
sentenciante conclua pela fixação da pena mínima (6 anos) aumentada também do mínimo
(1/6), totalizando 7 anos de prisão. Nessa situação deve ser reconhecido o concurso
material benéfico, pois é evidente que a soma das penas mínimas das duas infrações
(homicídio e lesão corporal culposa) resulta em pena menor (6 anos e 2 meses de prisão).
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código.
Crime Continuado:
-Agente→ mediante duas ou mais condutas→ produz dois ou mais resultados da mesma
espécie→ pelas semelhantes condições de tempo / lugar / modo de execução→ podem ser
tidos uns como continuação dos outros
-Diversas ações, cada uma em si mesma criminosa→ por política criminal→ lei considera
crime único
->O crime continuado dá-se quando o agente pratica dois ou mais crimes da mesma
espécie, mediante duas ou mais condutas, os quais, pelas condições de tempo, lugar, modo
de execução e outras, podem ser tidos uns como continuação dos outros.
*Pode ser ou um estupro seguido de morte
*Ou uma corrupção, que leva à uma lavagem de dinheiro (que mesmo que não no mesmo
momento, resultou da mesma ocasião).
Requisitos (continuação):
Condições de tempo: determinado tempo, aspecto cronológico, periodicidade,
ritmo, continuidade. Falta de critério objetivo. Subjetividade: divergência – Tempo
que indique a persistência de liame psicológico que sugira uma sequencia entre os
dois ou mais fatos. (ex. caixa subtrai mil reais por dia) - STF máx.30 dias – mto
Criticada.
Condições de lugar: relação de contexto (não necessariamente o mesmo lugar).
Distância: bairro, cidade, Estado. Juris divergentes. Critério Doutrina: relação de
contexto entre as ações praticadas em lugares diversos (persistência de liame
psicológico entre as ações)
Maneira de execução: semelhança modo/forma/estilo – modus operandi. Relação
de contexto entre as ações
Outras condições semelhantes: aproveitamento das mesmas oportunidades e
relações (ex. doméstica que subtrai bens)
Crimes subsequentes devem ser havidos como continuação do primeiro (art. 71
CP): diferencia da reiteração criminosa – Teoria híbrida objetiva-subjetiva: não só
as mesmas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes,
como também a unidade de desígnio – relação de contexto – entre as ações
criminosas (exs. Agente assalta 3 agências bancárias em sequência cidade do
interior )
Crime continuado qualificado
art 71 CP
*crime dolosos
*vítimas diferentes (várias): O crime continuado pode ser contra mesma vítima ou a
continuidade eletiva, podem ter vítimas diferentes. incluem-se em vítimas diferentes bens
jurídicos diferentes. o crime pode proteger um bem jurídico individual da pessoa humana,
um bem jurídico coletivo como paz social por exemplo, ou o crime pode ser contra o estado.
violência contra identidade física da vítima, não precisa deixar marca mesmo que
normalmente deixe.
*violência ou grave ameaça à pessoa: Pegar uma arma de brinquedo e ameaçar uma vítima
configura uma grave ameaça. Pois mesmo que não tenha sido uma arma que de fato
colocou a vida do indivíduo em risco, ele temeu que sua vida fosse tirada. Você lidou com a
possibilidade de o criminoso estar com uma arma verdadeira.
->Culpabilidade / antecedentes / conduta social / personalidade/motivos /circunstâncias
Dosimetria da pena:
->Se idênticas as penas, o réu responde apenas uma vez
->Se diversas, a mais grave→ até o triplo (de 1/6)
-Crime continuado e novatio legis in pejus: Súmula 711 STF (aplica-se a lei mais grave se
sua vigência é anterior à cessação da continuidade) X Doutrina e parte jurisprudência (na
sucessão de leis no tempo aplica-se a mais benéfica art. 5º, XL CF)