Aula Completa de LP

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Aspectos fundamentais Dr.

Osvaldo Lourenço
de Língua Portuguesa
O que é a Língua Portuguesa
• O português é o quinto idioma mais falado mundo - mais de 260
milhões de pessoas utilizam como língua principal para se
comunicarem. Os países de língua oficial portuguesa são: o Brasil,
Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau (não é país),
Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor Leste. A Guiné Equatorial (faz
parte da comunidade dos países de língua portuguesa, CPLP, apesar de
não ter esta língua como oficial)
• Em 1990 foi criado o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,
que tem por objetivo padronizar a escrita de algumas palavras em
todos os países que o utilizam oficialmente. Angola ainda não aderiu
ao acordo ortográfico
https://www.infoescola.com/portugues/
Gramática
• Morfologia – Compreende o estudo das palavras. é o estudo
da palavra isoladamente, não dentro de uma frase. Nela se
faz análise da estrutura, a formação e os mecanismos de
flexão referentes às palavras
• Sintaxe – A sintaxe, por sua vez, tem como foco principal a
análise estrutural dos termos que compõem as orações e os
períodos, tendo em vista as relações que se estabelecem
entre estes.
• Fonologia – Tem por objetivo estudar acerca dos fonemas ou
sons da língua e as sílabas
https://www.portugues.com.br/gramatica/as-divisoes-gramatica.html
Morfologia
O estudo das formas da linguagem, isto é, das
formas que as palavras podem tomar.
Classes de palavras ou classes gramaticais
• Muitas palavras mudam de forma, enquanto outras não se modificam.
• As que mudam de forma são variáveis ou flexivas. As que não mudam
de forma são invariáveis ou inflexivas.
• Assim, são dez as classes de palavras, também chamadas partes do
discurso:
a) Palavras variáveis ou flexivas:
substantivos, adjectivos, numerais, pronomes (pessoais, possessivos,
demonstrativos, relativos, interrogativos, indefinidos), artigos e verbos;
b) Palavras invariáveis ou inflexivas
advérbios, preposições, conjunções e interjeições.
1.1. Substantivos
• Substantivos são palavras que nomeiam seres, lugares, qualidades, sentimentos,
noções, entre outros; Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino),
número (singular e plural) e grau (diminutivo, normal, aumentativo).
• Exercem sempre a função de núcleo das funções sintáticas onde estão inseridos
(sujeito, objeto direto, objeto indireto e agente da passiva).
• Substantivo simples: São substantivos formados por apenas um radical.
‒ Exemplos: amor; casa; felicidade; livro; roupa.
• Substantivo composto: São substantivos formados por dois ou mais radicais,
podendo ocorrer composição por justaposição ou composição por aglutinação.
‒ Exemplos de composição por justaposição: arco-íris; beija-flor; malmequer; passatempo;
segunda-feira
‒ Exemplos de composição por aglutinação: aguardente; fidalgo; planalto; vinagre.
Outros substantivos
• Substantivo primitivo: São substantivos cuja origem reside em palavras de outras
línguas:
‒ Exemplo: chuva (do latim pluvial); folha (do latim folia); pedra (do grego pétra);
• Substantivo derivado: São substantivos que derivam de substantivos primitivos
existentes na língua portuguesa
‒ Exemplo: açucareiro; chuvada; território;
• Substantivo comum: São substantivos que nomeiam genericamente, sem
especificar, seres da mesma espécie, que partilham características comuns.
‒ Exemplo: mãe; uva; computador; papagaio;
• Substantivo próprio: São substantivos escritos com letra maiúscula que nomeiam
seres individuais e específicos.
‒ Exemplos: Brasil; Carnaval; Flávia; Serra da Leba
Outros substantivos
• Substantivo coletivo: São substantivos que, escritos no singular, indicam um conjunto de
coisas ou de seres da mesma espécie:
‒ Exemplo: arquipélago (conjunto de ilhas); cardume (conjunto de peixes); constelação (conjunto de
estrelas); pomar (conjunto de árvores de fruto);
• Substantivo concreto: São substantivos que nomeiam seres com existência própria, como
objetos, pessoas, animais, vegetais, minerais, lugares,...
‒ Exemplo: açucareiro; chuvada; território;
• Substantivo comum: São substantivos que nomeiam genericamente, sem especificar, seres
da mesma espécie, que partilham características comuns.
‒ Exemplo: mesa, chuva, Felipe, cachorro;
• Substantivo abstrato: São substantivos que nomeiam conceitos, conceptualizações
abstratas e realidades imateriais, como qualidades, noções, estados, ações, sentimentos e
sensações de outros seres.
‒ Exemplos: amor, calor, pobreza, crescimento
1.2. Artigo
• Artigos são palavras que antecedem os substantivos, determinando a definição ou
a indefinição dos mesmos. Sendo flexionados em gênero (masculino e feminino) e
número (singular e plural), indicam também o gênero e o número dos substantivos
que determinam.
• Artigos definidos: o; a; os; as
• Artigos indefinidos: um; uma; uns; umas.
1.3. Adjectivos
• Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma
qualidade, característica, aspecto ou estado. Podem ser flexionados em gênero
(masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (normal, comparativo,
superlativo).
• Exemplos:
‒ Adjectivos simples: vermelha; lindo; zangada; branco.
‒ Adjectivos compostos: verde-escuro; franco-brasileiro; mal-educado.
‒ bonito, diligente, estreita, verde, diversa, branca, azul, acinzentado, pequeno, novo, nova,
manso, pintado, choca, velho.
• Existem outros tipos de adjectivos: primitivos, derivados,
1.4. PRONOMES
• Pronomes são palavras que substituem o substantivo numa frase (pronomes
substantivos) ou que acompanham, determinam e modificam os substantivos,
atribuindo particularidades e características aos mesmos (pronomes adjetivos).
Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e
plural) e pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso).
• PRONOMES PESSOAIS: substituem nomes de pessoas: eu, tu, ele, nós, vós,
eles e elas
• PRONOMES POSSESSIVOS: As palavras que indicam que uma pessoa, uma coisa ou
um animal pertencem à primeira, à segunda ou à terceira pessoa gramatical
‒ O teu fato está sujo.
‒ O nosso carro avariou
‒ Maria escreveu ao seu pai.
‒ Não encontrou o seu anel.
UM POSSUIDOR VÁRIOS POSSUIDORES
Vários objectos Vários objectos
Um objecto possuído Um objecto possuído
possuídos possuídos
meu meus nosso nossos
1.ª pessoa
minha minhas nossa nossas
teu teus vosso vossos
2.ª pessoa
tua tuas vossa vossas
seu seus seu seus
3.ª pessoa
sua suas sua suas
1.4. PRONOMES
• PRONOMES DEMONSTRATIVOS: As palavras que servem para mostrar ou designar
as pessoas, as coisas ou os animais
‒ O campo que se vê daqui é de meu pai, mas é meu tio quem o cultiva.
‒ O nosso terreno, cujo húmus é muito abundante, produz muito.

SINGULAR PLURAL
Masculino Feminino Masculino Feminino Invariável
este esta estes estas
esse essa esses essas isto
aquele aquela aqueles aquelas
mesmo mesma mesmos mesmas
outro outra outros outras isso
o a os as aquilo
tanto tanta tantos tantas
tal tal tais tais
1.4. PRONOMES
• PRONOMES RELATIVOS: As palavras que se referem, ou são relativas, a um nome
ou pronome mencionado antecedentemente
‒ O rapaz que te apresentei, e do qual te tenho falado, é um artista.
‒ Tudo quanto tenho nesta gaveta foi comprado por mim.
‒ O campo que se vê daqui é de meu pai, mas é meu tio quem o cultiva.
‒ O nosso terreno, cujo húmus é muito abundante, produz muito.

VARIÁVEIS
VARIÁVEIS VARIÁVEIS
(em género e
(em número) (em número) INVARIÁVEIS
número)

cujo quanto qual que


cuja quanta
cujos quantos quais quem
cujas quantas
1.4. PRONOMES
• PRONOMES INTERROGATIVOS
• Os pronomes que servem para interrogar ou perguntar chamam-se
‒ Que bicho é esse?
‒ Quem o agarrou?
‒ Quantos pessegueiros há no teu quintal?

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
quanto
quanta que
quantos
quantas quem
qual
quais
1.4. PRONOMES
• PRONOMES INDEFINIDOS
• As palavras que indicam as pessoas, as coisas ou os animais de modo vago e
indefinido
‒ algum;
‒ nenhuma;
‒ todos;
‒ muitas;
‒ nada;
‒ algo.
Exemplos
‒ Alguém bateu à porta, mas ninguém da casa ouviu, porque todos tinham saído.
‒ Só um dos vizinhos ouviu, e perguntou se queria entregar alguma coisa.
‒ A pessoa que batera respondeu que ia visitar os donos da casa, mas que não tinha nada para entregar.
‒ O carpinteiro não pode vir fazer o trabalho; falem a outrem, para que venha executá-lo em outro dia.
Pronominalização
• É a substituição do complemento direto ou indireto numa oração pelo pronome
pessoal correspondente.
‒ Comprei um livro na livraria. Comprei-o. Na segunda oração ocorreu uma pronominalização.
• a) «Eu li o texto.» (o texto = complemento direto)
• b) «O João pediu à mãe e ao pai.» (à mãe e ao pai = complemento indireto)
• c) «A Inês realizou os trabalhos.» (os trabalhos = complemento direto)
• d) «A professora mostrou a caneta e deu a caneta à Joana.» (a caneta = compl. direto; à Joana =
compl. indireto)
• e) O meu pai comprou milho e deu o milho aos pássaros.» (o milho = compl. direto; aos pássaros =
compl. indireto)
Com a Pronominalização
• a) «Eu li-o.» (o = pronome pessoal compl. direto)
• b) «O João pediu-lhes.» (lhes = pronome pessoal = compl. indireto)
• c) «A Inês realizou-os» (os = pronome pessoal compl. direto)
• d) «A professora mostrou a caneta e deu-lha.» (lha = lhe + a; lhe = c. ind. + a = c. d.)
• e) «O meu pai comprou milho para os pássaros e deu-lho.» (lhes + o)
1.5. NUMERAL (ou nome de número)
• Numerais são palavras que indicam quantidades de pessoas ou coisas, bem como a
ordem de elementos numa série. Alguns numerais podem ser flexionados em
gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural), outros são invariáveis.
• Numerais cardinais: um; sete; vinte e oito; cento e noventa; mil.
• Numerais ordinais: primeiro; vigésimo segundo; nonagésimo; milésimo.
• Numerais multiplicativo: duplo; triplo; quádruplo; quíntuplo.
• Numerais fracionários: um meio; um terço; três décimos.
• Numerais coletivos: dúzia; cento; dezena; quinzena.
1.6. VERBO
• Verbos são palavras que indicam, principalmente, uma ação. Podem indicar
também uma ocorrência, um estado ou um fenômeno
• Podem ser flexionados em número (singular e plural), pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª
pessoa do discurso), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (passado,
presente e futuro), aspecto (incoativo, cursivo e conclusivo) e voz (ativa, passiva e
reflexiva).
1.6. VERBO
• Alguns verbos (ser, estar, parecer, continuar, permanecer, ficar, aparecer, vir,
ir e viver) precisam dum substantivo, adjectivo ou expressão equivalente, que lhes
complete a significação. Esse substantivo, adjectivo ou expressão equivalente
chama-se predicativo do sujeito, e o verbo que não tem sentido definido e preciso
para constituir por si só o predicado chama-se verbo de ligação
‒ João é carpinteiro.
‒ Minha mãe está contente.
‒ Fernando parece receoso.
‒ Maria continua doente.
‒ António permanece deitado.
‒ O trabalho fica perfeito.
‒ A roda do carro apareceu partida.
1.6. VERBO - tipos
‒ Verbos regulares: ao serem conjugados, não sofrem alterações em seu radical.
• cantar; amar; vender; prender; partir; abrir.
‒ Verbos irregulares: ao serem conjugados sofrem alterações em seu radical ou nas suas terminações
• medir; fazer; ouvir; haver; poder; crer.
‒ Verbos principais: é aquele que possui significado pleno, sendo o núcleo de uma oração
• comer; dançar; saltar; escorregar; sorrir; rir.
‒ Verbos auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções
verbais.
• ser; estar; ter; haver; ir.
‒ Verbos de ligação: ser; estar; parecer; ficar; tornar-se; continuar; andar; permanecer.
‒ Verbos impessoais: não apresentando sujeito, são conjugados apenas na 3.ª pessoa do singular.
• haver; fazer; chover; nevar; ventar; anoitecer; escurecer.
‒ Verbos unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas do
singular e do plural.
• latir; miar; cacarejar; mugir; convir; custar; acontecer.
1.6. VERBO - Flexão e concordância verbal
• Flexão em pessoa:
‒ 1.ª pessoa (quem fala: eu e nós);
‒ 2.ª pessoa (com quem se fala: tu e vós);
‒ 3.ª pessoa (de quem se fala: ele e eles).
• Flexão em modo:
‒ Indicativo (indica realidade);
‒ Subjuntivo (indica possibilidade);
‒ Imperativo (indica ordem).
• Flexão em tempo:
‒ tempos no passado;
‒ tempos no presente;
‒ tempos no futuro.
• Flexão em voz:
‒ voz ativa;
‒ voz passiva;
‒ voz reflexiva.
1.6. VERBO - Conjugação verbal
• Os verbos são formados por um radical mais uma terminação. As terminações são
diferentes, conforme as flexões que ocorrem nos verbos.
• Nos verbos regulares, existem três estruturas de conjugação:
‒ 1.ª conjugação: verbos terminados em -ar;
‒ 2.ª conjugação: verbos terminados em -er;
‒ 3.ª conjugação: verbos terminados em -ir.
Nota: O verbo pôr, acabado em -or, pertence à 2.ª conjugação.
1.6. VERBO - Conjugação verbal
• Exemplo de flexão de um verbo da 1.ª conjugação:
‒ 1.ª pessoa do singular: Eu ando (and + -o)
2.ª pessoa do singular: Tu andas (and + -as)
3.ª pessoa do singular: Ele anda (and + -a)
1.ª pessoa do plural: Nós andamos (and + -amos)
2.ª pessoa do plural: Vós andais (and + -ais)
3.ª pessoa do plural: Eles andam (and + -am)
• Exemplo de flexão de um verbo da 2.ª conjugação:
‒ 1.ª pessoa do singular: Eu escrevo (escrev + -o)
2.ª pessoa do singular: Tu escreves (escrev + -es)
3.ª pessoa do singular: Ele escreve (escrev + -e)
1.ª pessoa do plural: Nós escrevemos (escrev + -emos)
2.ª pessoa do plural: Vós escreveis (escrev + -eis)
3.ª pessoa do plural: Eles escrevem (escrev + -em)
1.6. VERBO - Conjugação verbal
• Exemplo de flexão de um verbo da 3.ª conjugação:
‒ 1.ª pessoa do singular: Eu divido (divid + -o)
2.ª pessoa do singular: Tu divides (divid + -es)
3.ª pessoa do singular: Ele divide (divid + -e)
1.ª pessoa do plural: Nós dividimos (divid + -imos)
2.ª pessoa do plural: Vós dividis (divid + -is)
3.ª pessoa do plural: Eles dividem (divid + -em)
1.6. VERBO – Modos verbais
• Os modos verbais indicam a forma como o falante se posiciona face à ação verbal.
Existem três modos verbais:
‒ Modo indicativo (indica realidade);
• Eu aprendi a patinar na praça.
• Eu vou ao supermercado agora.

‒ Modo subjuntivo (indica possibilidade);


• E se eu aprendesse a patinar na praça?
• Você quer que eu vá ao supermercado agora?

‒ Modo imperativo (indica ordem).


• Aprende a patinar na praça.
• Vai ao supermercado agora.
1.6. VERBO – Tempos verbais
• Os tempos verbais indicam o momento em que ocorre a ação transmitida pelo
verbo. Podem ser simples ou compostos.
‒ Quando no passado, também chamado de pretérito, se referem a algo que aconteceu antes do
momento em que se fala.
‒ Quando no presente, se referem a algo que acontece no momento em que se fala.
‒ Quando no futuro, se referem a algo que acontecerá depois do momento em que se fala.
1.6. VERBO – Tempos verbais
• Tempos verbais do modo indicativo
‒ Presente do indicativo;
• (eu) estudo; (tu) estudas; (ele) estuda; (nós) estudamos; (vós) estudais; (eles) estudam.
‒ Pretérito imperfeito do indicativo;
• (eu) estudava; (tu) estudavas; (ele) estudava; (nós) estudávamos; (vós) estudáveis; (eles) estudavam.
‒ Pretérito perfeito do indicativo;
• (eu) estudei; (tu) estudaste; (ele) estudou; (nós) estudamos; (vós) estudastes; (eles) estudaram.
‒ Pretérito mais-que-perfeito do indicativo;
• (eu) estudara; (tu) estudaras; (ele) estudara; (nós) estudáramos; (vós) estudáreis; (eles) estudaram.
‒ Futuro do presente do indicativo;
• (eu) estudarei; (tu) estudarás; (ele) estudará; (nós) estudaremos; (vós) estudareis; (eles) estudarão.
‒ Futuro do pretérito do indicativo
• (eu) estudaria; (tu) estudarias; (ele) estudaria; (nós) estudaríamos; (vós) estudaríeis; (eles)
estudariam.
1.6. VERBO – Locuções verbais
• Uma locução verbal é uma sequência de dois verbos que, juntos, indicam apenas
uma ação verbal. São formadas por um verbo auxiliar flexionado e um verbo
principal no particípio, gerúndio ou infinitivo
‒ tenho vivido;
‒ tiver terminado;
‒ estão esperando;
‒ vou andando;
‒ quero parar;
‒ pode quebrar;
1.6. VERBO – Regência verbal
• A regência indica o tipo de relação que o verbo estabelece com os seus
complementos.
• Verbos transitivos diretos estabelecem regência com o objeto direto, sem a
presença obrigatória de uma preposição:
‒ comprei o livro;
‒ li o livro;
‒ perdi o livro.
• Verbos transitivos indiretos estabelecem regência com o objeto indireto, com a
presença obrigatória de uma preposição:
‒ acreditei em você;
‒ duvidei de você;
‒ respondi a você.
Vozes verbais
• A voz verbal indica se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação expressa
pelo verbo. Existem três vozes do verbo ou vozes verbais no português: a voz ativa,
a voz passiva e a voz reflexiva.
• Voz ativa: O verbo está na voz ativa quando o sujeito gramatical é o agente da
ação, ou seja, quando o sujeito gramatical pratica a ação verbal.
‒ Mariana leu o livro.
‒ A avó fez o almoço.
‒ O professor corrigiu as provas dos alunos.

• Voz passiva: O verbo está na voz passiva quando o sujeito gramatical é o paciente
da ação, ou seja, quando o sujeito gramatical sofre a ação verbal, praticada pelo
agente da passiva.
‒ As provas dos alunos foram corrigidas pelo professor.
‒ Corrigiram-se as provas.
‒ O livro foi lido por Mariana.
Vozes verbais
• Passagem da voz activa para a voz passiva analítica
‒ Voz activa: O arquiteto desenhou o esboço do edifício.
‒ Voz passiva analítica: O esboço do edifício foi desenhado pelo arquiteto.
‒ Voz passiva sintética: Desenhou-se o esboço do edifício.
Vozes verbais
• Voz reflexiva: O verbo está na voz reflexiva quando o sujeito gramatical é ao
mesmo tempo agente e paciente da ação, ou seja, quando o sujeito gramatical
pratica e sofre a ação verbal. A voz reflexiva pode ser recíproca, ou seja, quando há
dois sujeitos que praticam a ação um no outro.
‒ A menina penteia-se todos os dias.
‒ O cozinheiro feriu-se com a faca.
‒ Nós olhamo-nos no espelho.
‒ Eles olharam-se longamente antes de se abraçarem.
‒ Pedro e Bianca amam-se muito.
1.7. Advérbio
• Advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um advérbio,
indicando uma circunstância (tempo, lugar, modo, intensidade,…). São invariáveis,
não sendo flexionadas em gênero e número. Contudo, alguns advérbios podem
ser flexionados em grau.
‒ Advérbio de lugar: aqui; ali; atrás; longe; perto; embaixo.
‒ Advérbio de tempo: hoje; amanhã; nunca; cedo; tarde; antes.
‒ Advérbio de modo: bem; mal; rapidamente; devagar; calmamente; pior.
‒ Advérbio de afirmação: sim; certamente; certo; decididamente.
‒ Advérbio de negação: não; nunca; jamais; nem; tampouco.
‒ Advérbio de dúvida: talvez; quiçá; possivelmente; provavelmente; porventura.
‒ Advérbio de intensidade: muito; pouco; tão; bastante; menos; quanto.
‒ Advérbio de exclusão: salvo; senão; somente; só; unicamente; apenas.
‒ Advérbio de inclusão: inclusivamente; também; mesmo; ainda.
‒ Advérbio de ordem: primeiramente; ultimamente; depois.
1.8. Preposição
• Preposições são palavras que estabelecem conexões com vários sentidos entre
dois termos da oração. Através de preposições, o segundo termo (termo
consequente) explica o sentido do primeiro termo (termo antecedente).
• Preposições simples essenciais
‒ a; após; até; com; de; em; entre; para; sobre.
• Preposições simples acidentais
‒ como; conforme; consoante; durante; exceto; fora; mediante; salvo; segundo; senão.
• Preposições compostas ou locuções prepositivas
‒ acima de; a fim de; apesar de; através de; de acordo com; depois de; em vez de; graças a;
perto de; por causa de.
1.9. Conjunção
• Conjunções são palavras utilizadas como elementos de ligação entre duas orações
ou entre termos de uma mesma oração, estabelecendo relações de coordenação
ou de subordinação. São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.
• Conjunções coordenativa
‒ Conjunções coordenativas aditivas: e; nem; também; bem como; não só...mas também.
‒ Conjunções coordenativas adversativas: mas; porém; contudo; todavia; entretanto; no
entanto; não obstante.
‒ Conjunções coordenativas alternativas: ou; ou...ou; já…já; ora...ora; quer...quer; seja...seja.
‒ Conjunções coordenativas conclusivas: logo; pois; portanto; assim; por isso; por
consequência; por conseguinte.
‒ Conjunções coordenativas explicativas: que; porque; porquanto; pois; isto é.
Conjunções subordinativas
• Conjunções subordinativas integrantes: que; se.
• Conjunções subordinativas adverbiais causais: porque; que; porquanto; visto que;
uma vez que; já que; pois que; como.
• Conjunções subordinativas adverbiais concessivas: embora; conquanto; ainda
que; mesmo que; se bem que; posto que.
• Conjunções subordinativas adverbiais condicionais: se; caso; desde; salvo se;
desde que; exceto se; contando que.
1.10. Interjeição
• Interjeições são palavras que exprimem emoções, sensações, estados de espírito. São
invariáveis e seu significado fica dependente da forma como as mesmas são pronunciadas
pelos interlocutores.
• Oh!; Ah!; Oba!; Viva!; Opa!.
• Apoiado!; Boa!; Bravo!.
• Oh!; Tomara!; Oxalá!.
• Ai!; Ui!; Ah!; Oh!.
• Nossa!; Caramba!; Opa!; Virgem!; Vixe!.
• Diabo!; Puxa!; Pô!; Raios!; Ora!.
• Psiu!; Silêncio!.
• Uf!; Ufa!; Ah!.
• Cuidado!; Atenção!; Olha!; Alerta!; Sentido!.
• Claro!; Tá!; Hã-hã!.
• Chega!; Basta!; Ora!.
• Hum!; Epa!; Ora!; Qual!.
• Socorro!; Aqui!; Piedade!; Ajuda!.
• Olá!; Alô!; Ei!; Tchau!; Adeus!.
• Rua!; Xô!; Fora!; Passa!.
Conjunções subordinativas
• Conjunções subordinativas adverbiais conformativas: conforme; como; consoante;
segundo.
• Conjunções subordinativas adverbiais finais: a fim de que; para que; que.
• Conjunções subordinativas adverbiais proporcionais: à proporção que; à medida
que; ao passo que; quanto mais… mais,…
• Conjunções subordinativas adverbiais temporais: quando; enquanto; agora que;
logo que; desde que; assim que; tanto que; apenas.
• Conjunções subordinativas adverbiais comparativas: como; assim como; tal; qual;
tanto como.
• Conjunções subordinativas adverbiais consecutivas: que; tanto que; tão que; tal
que; tamanho que; de forma que; de modo que; de sorte que; de tal forma que.
2. Semântica
• O significado das palavras é estudado pela semântica, a parte da gramática que
estuda não só o sentido das palavras como as relações de sentido que as palavras
estabelecem entre si:
• Sinonímia e antonímia
• A sinonímia indica a capacidade das palavras apresentarem significados
semelhantes.
‒ importante: significativo, considerável, prestigiado, indispensável, fundamental,...
‒ necessário: essencial, fundamental, forçoso, obrigatório, imprescindível,...
• A antonímia indica a capacidade das palavras apresentarem significados opostos.
Assim, através da sinonímia e da antonímia as palavras estabelecem relações de
proximidade e contrariedade.
‒ dedicado: desinteressado, desapegado, faltoso, desaplicado, relapso,...
‒ pontual: atrasado, retardado, durável, genérico, irresponsável,...
2. Semântica
• Homonímia e paronímia
• A homonímia se refere à capacidade das palavras serem homônimas (som igual,
escrita igual, significado diferente), homófonas (som igual, escrita diferente,
significado diferente) ou homógrafas (som diferente, escrita igual, significado
diferente).
‒ Exemplos de palavras homônimas:
• rio (curso de água) e rio (verbo rir);
• caminho (itinerário) e caminho (verbo caminhar).
‒ Exemplos de palavras homófonas:
• cem (100) e sem (indica falta)
• senso (sentido) e censo (levantamento estatístico)
‒ Exemplos de palavras homógrafas:
• colher (talher) e colher (apanhar);
• acerto (correção) e acerto (verbo acertar);
2. Semântica
• A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de forma
parecida, mas que apresentam significados diferentes.
‒ Exemplos de palavras parônimas:
• Comprimento (tamanho) e cumprimento (saudação);
• Imigrar (entrar num novo país) e emigrar (sair do seu país).
2. Semântica
• Denotação e conotação
• A denotação indica a capacidade das palavras apresentarem um sentido literal e
objetivo. A conotação indica a capacidade das palavras apresentarem um sentido
figurado e simbólico.
‒ Exemplos de palavras com sentido denotativo:
• O navio atracou no porto.
• A anta é um mamífero.
‒ Exemplos de palavras com sentido conotativo:
• Você é o meu porto.
• Pense pela sua própria cabeça, sua anta!
2. Semântica
• Formas variantes
• As formas variantes se referem a palavras que possuem mais do que uma grafia
correta, sem que haja alteração do seu significado.

‒ Exemplos de formas variantes:


• abdome e abdômen;
• bêbado e bêbedo;
• embaralhar e baralhar;
• enfarte e infarto;
• louro e loiro.
Formação de palavras
• A formação de palavras é feita por dois processos principais: a derivação e a
composição.
• Derivação
• Na derivação, a formação de uma nova palavra ocorre a partir de uma única
palavra simples ou radical, ao qual se juntam afixos, formando uma nova palavra
com significação própria.
• Existem cinco tipos de derivação: derivação prefixal, derivação sufixal, derivação
parassintética, derivação regressiva e derivação imprópria.
Derivação
• Derivação prefixal: Na derivação prefixal acrescenta-se um prefixo a uma palavra já
existente.
• desnecessário (des- + necessário)
• contramão (contra- + mão)
• antebraço (ante- + braço)
• infeliz (in- + feliz)
• Derivação sufixal: Na derivação sufixal acrescenta-se um sufixo a uma palavra já existente
• ciumento (ciúme + -ento)
• velozmente (veloz + -mente)
• orgulhoso (orgulho + -oso)
• namorico (namoro + ico)
• Derivação parassintética: Na derivação parassintética acrescenta-se simultaneamente um
sufixo e um prefixo a uma palavra já existente
• espairecer (es- + pairar + -ecer)
• esquentar (es- + quente + -ar)
• entediar (en- + tédio + -ar)
• desgelar (des- + gelo + -ar)
• Derivação regressiva: Na derivação regressiva, também chamada de formação deverbal,
ocorre redução da palavra primitiva e não acréscimo.
• boteco (de botequim)
• dispensa (do verbo dispensar)
• bandeja (do verbo bandejar)
• remoinho (do verbo remoinhar)
• Derivação imprópria: Na derivação imprópria, atualmente chamada de conversão por
algumas gramáticas, não há alteração da palavra primitiva, que permanece igual. Há,
contudo, mudança de classe gramatical com consequente mudança de significado: verbos
passam a substantivos, adjetivos passam a advérbios, substantivos passam a adjetivos,...
‒ jantar (verbo para substantivo)
‒ andar (verbo para substantivo)
‒ prodígio (substantivo para adjetivo)
‒ baixo (adjetivo para advérbio)
Concordância
• Concordância nominal ocorre quando há concordância em gênero (masculino ou
feminino) e número (plural ou singular) entre o substantivo e o adjetivo que o caracteriza.
• Exemplos de concordância nominal
• A menina estudiosa passou no vestibular.
• O menino estudioso passou no vestibular.
• As meninas estudiosas passaram no vestibular.
• Os meninos estudiosos passaram no vestibular.
• Concordância verbal ocorre quando o verbo se flexiona em número (singular ou plural) e
em pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa), concordando com o sujeito gramatical.
• Exemplos de concordância verbal
• Eu sou feliz.
• Nós somos felizes.
• Mariana já tomou banho.
• Mariana e Alice já tomaram banho.
Composição
• Composição é o processo linguístico através do qual ocorre a formação de novas palavras
a partir de duas ou mais palavras simples ou radicais. As novas palavras formadas são
compostas e possuem significado próprio.
• Existem dois tipos de composição:
• Aglutinação: Na composição por aglutinação ocorre a fusão de duas ou mais palavras ou
radicais, havendo alteração de um desses elementos formadores.
‒ aguardente (água + ardente);
‒ destarte (desta + arte);
‒ dessarte (dessa + arte);
‒ embora (em + boa + hora);
‒ fidalgo (filho + de + algo);
‒ pernalta (perna + alta);
‒ planalto (plano + alto);
‒ vinagre (vinho + acre).
Composição
• Justaposição
• Na composição por justaposição ocorre a junção de duas ou mais palavras ou
radicais, sem que haja alteração desses elementos formadores, ou seja, mantêm a
mesma ortografia e acentuação que tinham antes da composição, havendo apenas
alteração do significado.
‒ amor-perfeito;
‒ arco-íris;
‒ beija-flor;
‒ bem-me-quer;
‒ cachorro-quente;
‒ cavalo-marinho;
‒ couve-flor;
Regência verbal e nominal
• Chama-se regência à relação estabelecida, na oração, entre um termo regente e um
termo regido.
• A regência pode ser classificada em regência verbal ou regência nominal, conforme a
natureza do termo regente:
‒ Na regência verbal o termo regente é um verbo;
‒ Na regência nominal o termo regente é um nome.
• O termo regente depende do termo regido. O sentido do termo regente permanece
incompleto sem a presença do termo regido.
• Regência verbal:
Termo regente: verbo
Termos regidos: complemento direto e complemento indireto
• Regência nominal:
Termo regente: nome
Termo regido: complemento nominal
Regência verbal
• Na regência verbal, se o verbo regente for transitivo direto, terá como termo regido um
objeto direto (não preposicionado). Se o verbo regente for transitivo indireto, terá como
termo regido um objeto indireto (preposicionado).
‒ Exemplos de regência verbal não preposicionada
• Leu o livro.
• Comeu a sobremesa.
• Bebeu o refrigerante.
• Ouviu a notícia.
• Estudou a lição.
• Fez o recheio.
‒ Exemplos de regência verbal preposicionada
• Procedeu à construção de um novo prédio.
• Pagou ao funcionário.
• Desobedeceu aos pais.
• Apoiou-se na parede.
• Apaixonou-se por seu primo.
• Meditou sobre o assunto.
Regência nominal
• Na regência nominal, o nome que atua como termo regente pode ser
um substantivo, um adjetivo ou um advérbio. Já o complemento nominal, que
atua como termo regido, pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
• Exemplos de regência nominal
‒ acessível a todos;
‒ diferente de mim;
‒ amoroso com ambos;
‒ perito em criminologia;
‒ mau para a saúde;
‒ ansioso por férias.
Uso da crase
• A crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais, sendo
representada com acento grave.
• Quando usar crase?
Figuras de linguagem
• Figuras de linguagem, também chamadas de figuras de estilo, são recursos
estilísticos utilizados na linguagem oral e escrita que aumentam a expressividade
da mensagem.
• Paradoxo
‒ No paradoxo (ou oxímoro) ocorre a associação de conceitos contraditórios na representação
de uma só ideia, passível de ser real, mesmo que antagônica.
• “É ferida que dói e não se sente./É um contentamento descontente.” (Luís de Camões)
• “Sendo a sua liberdade/Era a sua escravidão.” (Vinicius de Moraes)
• Pleonasmo. No pleonasmo (ou redundância) ocorre repetição de ideias, havendo
um uso excessivo de palavras na transmissão de uma mensagem. Sendo um
pleonasmo literário, a repetição de ideias é intencional, visando intensificar o valor
expressivo das palavras.
• “Ó mar salgado, quanto do teu sal/ São lágrimas de Portugal!” (Fernando Pessoa)
• “E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinicius de Morais)
Figuras de linguagem
• Metáfora
• Na metáfora ocorre uma comparação entre dois elementos com características em
comum. Essa característica não se encontra, contudo, salientada, estando a
comparação implícita.
‒ “As mãos que dizem adeus são pássaros que vão morrendo lentamente.” (Mário Quintana)
‒ “Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas.” (Clarice Lispector)
• Ironia
‒ Através da ironia transmite-se, de forma intencional, o oposto do que se pretende realmente
transmitir, visando satirizar uma determinada situação.
• “Moça linda bem tratada,/três séculos de família,/burra como uma porta: um amor!” (Mário de
Andrade)
• “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças.” (Monteiro Lobato)
Figuras de linguagem
• Hipérbole: Na hipérbole ocorre a intensificação de uma sentimento ou ação, que se traduz
num grande exagero da realidade.
• “Rios te correrão dos olhos, se chorares!.” (Olavo Bilac)
• Já te disse um milhão de vezes para irmos embora.
• Estou morrendo de fome.
• Antítese: Na antítese ocorre a aproximação de conceitos contrários, sendo enfatizada essa
relação de antagonismo.
• “Tristeza não tem fim,/Felicidade, sim.” (Vinicius de Moraes)
• “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
• Comparação: Na comparação (ou símile) ocorre, como o nome indica, a comparação entre
elementos que apresentam uma característica em comum. São utilizados conectivo
comparativo (como, feito, tal qual, que nem, igual a,…).
• “Meu coração tombou na vida/tal qual uma estrela ferida/pela flecha de um caçador.” (Cecília Meireles)
• “A Via Láctea se desenrolava/Como um jorro de lágrimas ardentes.” (Olavo Bilac)
Figuras de linguagem
• Eufemismo: utilização de palavras agradáveis em substituição de outras mais
chocantes, de forma a suavizar o discurso e evitar assuntos desagradáveis.
‒ “Quando a Indesejada das gentes chegar (…)” (Manuel Bandeira)
‒ “Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela que um dia enfim... Descolorirá”.
• Onomatopeia: Onomatopeias são palavras que reproduzem sons, indicando de
forma escrita os ruídos produzidos pelo ser humano, pelos animais, por objetos e
na natureza.
‒ O bum da explosão foi ouvido em toda a cidade.
‒ O ovo caiu da mesa e fez ploft no chão.
• Personificação ou prosopopeia: Na personificação ocorre a atribuição de
características, sentimentos e ações humanas a seres inanimados e/ou irracionais.
‒ “O cipreste inclina-se em fina reverência/e as margaridas estremecem, sobressaltadas.”
(Cecília Meireles)
‒ “A água não pára de chorar.” (Manuel Bandeira)
Figuras de linguagem
• Anáfora: Na anáfora ocorre a repetição de palavras no início de versos, orações ou
períodos.
‒ “É um caco de vidro, é a vida, é o sol/É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol.” (Tom Jobim)
‒ “Era uma estrela tão alta!/Era uma estrela tão fria!/Era uma estrela sozinha/Luzindo no fim do
dia.” (Manuel Bandeira)
Número
• Os números, em gramática, são dois: singular e plural.
• As formas que designam uma só pessoa, uma só coisa ou um só animal estão no
número singular:
‒ Ex.: menina, rapaz, relógio, flor, abelha, carneiro.
• As formas que designam mais de uma pessoa, mais de uma coisa, mais de um
animal estão no número plural:
‒ Ex.: meninas, relógios, flores, abelhas, carneiros.
Sintaxe
Frase, oração e período
• FRASE: é todo enunciado capaz de transmitir, de traduzir sentidos completos em
um contexto de comunicação
• ORAÇÃO: é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciado linguístico cuja
estrutura caracteriza-se, obrigatoriamente, pela presença de um verbo (predicado).
Geralmente, a oração apresenta um sujeito, além de termos integrantes e
acessórios.
• PERÍODO: O período é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciado
construído por uma ou mais orações e possui sentido completo.
Frases – tipos quanto ao propósito ou sentido
Pode ser definida por seu propósito comunicativo ou sentido que transmitem.
a) Frases Interrogativas: ocorrem quando uma pergunta é feita pelo emissor da
mensagem.
‒ A interrogação pode ser direta ou indireta.
‒ Você aceita um copo de suco? (Interrogação direta)
Desejo saber se você aceita um copo de suco. (Interrogação indireta)
b) Frases Imperativas: ocorrem quando o emissor da mensagem dá uma ordem, um
conselho ou faz um pedido, utilizando o verbo no modo imperativo. Podem ser
afirmativas ou negativas.
‒ Faça-o entrar no carro! (Afirmativa)
Não faça isso. (Negativa)
Dê-me uma ajudinha com isso! (Afirmativa)
Frases – tipos quanto ao propósito ou sentido
c) Frases Exclamativas: nesse tipo de frase o emissor exterioriza um estado afetivo.
Apresentam entoação ligeiramente prolongada.
‒ Por Exemplo: Que prova difícil!
É uma delícia esse bolo!
d) Frases Declarativas: ocorrem quando o emissor constata um fato. Esse tipo de
frase informa ou declara alguma coisa. Podem ser afirmativas ou negativas.
‒ Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa)
Ela não está em casa. (Negativa)
e) Frases Optativas: são usadas para exprimir um desejo.
‒ Por Exemplo: Deus te acompanhe!
Bons ventos o levem!
De acordo com a construção, as frases classificam-se em:

• Frase Nominal: é a frase construída sem verbos


Exemplos Como se pode verificar, frases nominais são muito usadas em exclamações e
‒ Que confusão! ordens, bem como em descrições literárias e provérbios
Ex: Amigos, amigos, negócios à parte.
‒ Bom dia a todos! Uma vista encantadora, com altas palmeiras, flores exuberantes e um verde
‒ Rápido, por favor! vibrante.
‒ Sinistro...
• Frase verbal: uma frase verbal é uma frase que apresenta verbos na sua
composição.
Exemplos:
‒ Meu filho comeu o bolo todo!
‒ Sua irmã já acordou?
‒ Hoje é segunda-feira.
PERÍODO: Classificação
• Os períodos podem ser simples ou compostos.
• PERÍODOS SIMPLES são aqueles constituídos por uma oração, ou seja,
um enunciado com apenas um verbo e sentido completo.
Exemplos
‒ Os dias de verão são muito longos!
‒ Meu filho comeu o bolo todo!
‒ Sua irmã já acordou?
• PERÍODOS COMPOSTOS são aqueles constituídos por mais de uma oração, ou
seja, dois ou mais verbos.
Exemplos
‒ Mariana me ligou para dizer que não virá mais tarde
‒ Amanhã levarei Murilo ao parquinho, ele brincará com a Carol, porém serei
cuidadosa.
Termos da oração
• Cada palavra da oração é chamada de termo da oração
• 1) Essenciais
‒ Também conhecidos como termos "fundamentais", são representados
pelo sujeito e predicado nas orações.
• 2) Integrantes: Completam o sentido dos verbos e dos nomes, são representados
por:
‒ complemento verbal - direto e indireto;
complemento nominal;
Agente da passiva.
• 3) Acessórios
‒ Desempenham função secundária (especificam o substantivo ou expressam circunstância). São
representados por
Termos da oração: Sujeito
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É
normalmente o "ser de quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar".
‒ O sujeito das orações da língua portuguesa pode ser determinado ou indeterminado. Existem
ainda as orações sem sujeito.
• O sujeito deve ser um substantivo, um pronome, ou outra qualquer palavra ou
frase que tenha o valor de um substantivo:
‒ O carpinteiro aplaina a madeira.
‒ Nós fomos passear.
‒ O brincar sem ficar cansado faz bem às crianças.
‒ O saber não ocupa lugar.
‒ Mas é uma conjunção adversativa.
Termos da oração: Sujeito
Sujeito determinado: É aquele que se pode identificar com precisão a partir da
concordância verbal. Pode ser:
a) Simples: apresenta apenas um núcleo ligado diretamente ao verbo.
Por exemplo:
‒ A rua estava deserta.
‒ O diretor entrou na sala de reuniões.
‒ Ela não me disse a verdade.
‒ A criança caiu.
‒ Os professores estão fazendo greve.
‒ Todos cantaram durante o passeio.
Termos da oração: Sujeito
• b) Composto: Apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao verbo.
Exemplos
‒ Tênis e natação são ótimos exercícios físicos.
‒ Verde e preto são as minhas cores preferidas.
‒ O pai e o filho estão jogando futebol.
• c) Implícito ou subentendido: Ocorre quando o sujeito não está explicitamente
representado na oração, mas pode ser identificado.
Por Exemplo:
‒ Dispensamos todos os funcionários. (sujeito: nós)
‒ Fiz os deveres de casa contrariada. (sujeito: eu)
‒ Os avaliadores já chegaram. Pediram para esperar um pouco. (sujeito: eles)
‒ Perguntaste mesmo isso à professora? (sujeito: tu)
Termos da oração: Sujeito
Sujeito indeterminado: Sujeito indeterminado é a expressão que não identifica o
agente. Aparecerá a ação, mas não há como dizer quem a pratica ou praticou
‒ Reclamam de corrupção, mas votam nos mesmos políticos.
‒ Gasta-se dinheiro desnecessário nesta cidade.
‒ Falaram por aí.
‒ Disseram que ele morreu.
Frases sem sujeito
‒ Ainda nem sequer amanheceu!
‒ Já faz dez anos.
‒ Trovejou muito.
‒ Neva no sul do país.
Termos da oração: Predicado
• É tudo aquilo que se diz ou o que se declara sobre o sujeito. É tudo aquilo que se
informa sobre o sujeito e é estruturado em torno de um verbo. Ele sempre
concorda em número e pessoa com o sujeito.
• Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo significativo está
num nome ou num verbo.
• O predicado pode ser classificado em predicado nominal, predicado verbal e
predicado verbo-nominal.
• Predicado verbal: Predicado verbal é aquele que tem como núcleo um verbo de
ação (significativo) seja ele Intransitivo, Transitivo direto, Transitivo Indireto ou
Transitivo direto e indireto
• Predicado nominal: Predicado nominal é aquele que tem como núcleo um nome
(Predicativo do sujeito) que se liga ao sujeito por meio de um verbo de ligação.
Termos da oração: Predicado
• Predicado verbal
‒ Eu comi um brigadeiro.
(Eu: sujeito; comi um brigadeiro: predicado verbal; comi: verbo transitivo direto; um
brigadeiro: objeto direto
‒ Meu pai correu uma maratona.
‒ Eu amo você!
‒ Os professores ensinaram tudo o que sabiam.
‒ Tiago e seus amigos ganharam o jogo de futebol.
• Predicado nominal
‒ Pedro é feliz.
(Pedro: sujeito; é feliz: predicado nominal; é: verbo de ligação; feliz: predicativo do sujeito
‒ Aquele aluno é muito estudioso.
‒ Minha filha anda tão triste.
‒ Rodrigo continua curioso.
‒ O pai está orgulhoso.
Termos da oração: Predicado
• O predicado verbo-nominal possui dois núcleos: um verbo significativo que indica
uma ação do sujeito e um nome com função de predicativo do sujeito, indicando
uma qualidade do sujeito ou com função de predicativo do objeto, indicando uma
qualidade do objeto direto.
‒ A menina chegou cansada.
(A menina: sujeito; chegou cansada: predicado verbo-nominal; chegou: verbo significativo; cansada:
predicativo do sujeito)
‒ A mulher chorava desesperada.
‒ O policial fez o seu trabalho assustado.
Normalmente, o predicado verbo-nominal é formado por:
1) Verbo intransitivo mais predicativo do sujeito.
Exemplo: O bebê chorava infeliz.
2) Verbo transitivo mais objeto mais predicativo do sujeito.
Exemplo: Os corredores terminaram a maratona exaustos.
3) Verbo transitivo mais objeto mais predicativo do objeto
Exemplo: Ontem vi minha vizinha muito preocupada.
Exercícios
• Indique o tipo de predicado presente na seguinte oração: “Minha mãe anda
ansiosa.”
a) Predicado verbal.
b) Predicado nominal.
c) Predicado verbo-nominal.
• Qual das seguintes orações apresenta um predicado verbal?
a) Meu pai chegou muito cansado.
b) Minha equipa perdeu o campeonato.
c) A vizinha do segundo andar caiu nas escadas.
d) Os funcionários são muito empenhados.
• Indique o núcleo do predicado das frases abaixo apresentadas.
a) Você parece infeliz.
b) Vi um filme sensacional no cinema.
c) O diretor terminou a reunião satisfeito.
d) Helena casou ontem.
Termos da oração: Integrantes
• Certos verbos ou nomes presentes numa oração não possuem sentido completo
em si mesmos. Sua significação só se completa com a presença de outros termos,
chamados integrantes. São eles:
‒ complementos verbais (objeto direto e objeto indireto);
‒ complemento nominal
‒ agente da passiva
‒ Outros: predicativo do sujeito e predicativo do objeto
Termos da oração: Integrantes
• Completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos.
• São eles: complemento directo e complemento indirecto

• Complemento ou objecto directo: É o termo que completa o sentido do verbo


transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio necessário da preposição
‒ Minha filha está lendo o livro no jardim.
‒ Eu amo-o do fundo do meu coração.
‒ Nunca experimentei essa receita.
‒ Abri os braços ao vê-lo.
Termos da oração: Integrantes
• Objeto Indireto: É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto.
Vem sempre regido de preposição clara ou subentendida. Atuam como objeto
indireto os pronomes: lhe, lhes, me te, se, nos, vos
‒ O filho não obedeceu ao pai.
‒ Neste momento, eu preciso de sua ajuda.
‒ Você vai fugir de mim?
‒ Eu duvidei da opinião do garoto.
‒ O aluno respondeu à pergunta da professora.
‒ A todas vocês, eu já lhes forneci o pagamento mensal
‒ Por favor, já te disse para parares
‒ Ele nos deu um presente de casamento
Termos da oração: Integrantes
• Complemento nominal: É o termo que completa o sentido de uma palavra que não
seja verbo, sempre precedido por uma preposição
• Assim, pode referir-se a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre por meio de
preposição
‒ Minha vizinha está cheia de dores.
‒ Ainda não estou pronta para o teste.
‒ Minha avó tem muita devoção por Deus.
‒ Cecília tem orgulho da filha.
‒ Já terminou a construção do prédio.
‒ É grandiosa a imaginação de ambos
‒ Deve haver respeito por todos
Termos da oração: Integrantes
• Agente da passiva: é o termo que indica quem pratica a ação de uma oração na voz
passiva, correspondendo ao sujeito da voz ativa. É um termo que existe apenas em
orações na voz passiva analítica.
‒ A apresentação foi realizada pela professora de Filosofia.
‒ Todo o trabalho foi feito por mim.
‒ O paciente foi acompanhado pela enfermeira.
‒ Este bolo foi feito pela minha mãe.
‒ Os erros foram corrigidos pelo revisor.
‒ As provas foram estruturadas por mim.
• Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa, o agente da passiva recebe o nome de
sujeito. Veja:
‒ A professora de Filosofia realizou a apresentação
‒ Eu fiz todo o trabalho
‒ A enfermeira acompanhou o paciente
Termos da oração: Integrantes
• Predicativo do sujeito: O predicativo do sujeito é um termo que existe apenas nos
predicados nominais. Atribui uma qualidade ao sujeito, caracterizando-o.
‒ Meu melhor amigo está tão triste.
‒ Você anda agitada desde ontem.
‒ Ela sempre foi a razão de tudo.
• O predicativo do objeto: é um termo que existe apenas nos predicados verbo-
nominais. Atribui uma qualidade ao objeto direto ou ao objeto indireto,
caracterizando-os.
‒ Eu considero este assunto importantíssimo!
‒ O professor elegeu-me representante da turma.
‒ Na aula de inglês, eu chamei-lhe burra.
Termos da oração: Acessórios
• Adjunto adnominal: atribuem características ao substantivo que acompanham. Podem ser
representados por um artigo, por um adjetivo, por uma locução adjetiva, por um
pronome adjetivo e por um numeral adjetivo
‒ Aquele livro velho é meu.
‒ Meu filho tem uma camisa preta.
‒ Sete pessoas diferentes ligaram para você hoje.
‒ Quem é o primeiro concorrente?
• Adjunto adverbial: O adjunto adverbial é usado para indicar uma circunstância,
transmitindo uma ideia de tempo, modo, intensidade, lugar, afirmação, dúvida...
‒ Amanhã, a funcionária virá ao escritório assinar o contrato.
‒ A mãe abriu, lentamente, a porta do quarto da filha.
• Aposto: O aposto fornece novas informações sobre um dos termos da oração, estando
sintaticamente relacionado com ele. O aposto desenvolve, explica, enumera, esclarece,
detalha, especifica,… esse outro termo da oração.
‒ Sempre fui apaixonada por Pedro, o mais simpático de todos os meninos.
‒ As minhas duas primas, Cátia e Beth, moram no Rio de Janeiro.
Classificação das orações
• Oração absoluta: é aquela que forma um período simples
• Nos períodos compostos, as orações podem ou não depender uma da outra para
terem sentido.
• Assim temos:
• Orações coordenadas: não existe relação de dependência, uma não está
dependente da outra para ter sentido próprio. Cada frase está ligada a outra por
palavras designadas conjunções.
• Orações subordinadas: é a oração que subordina ou depende da outra
Orações coordenadas: Frases independentes
Classifique as seguintes orações
coordenadas (EXEMPLOS)
• Lúcia não fez a prova nem explicou o porquê
• O Senado está em situação difícil e não tem mais
como se esconder.
• Lúcia terminou a prova, mas não assinou a lista de
presença
• Aluna matriculada pede dispensa de
disciplina, mas a universidade não aceitou o pedido.
• A mulher tentou deter o assaltante, contudo não
conseguiu.
• Decide-se agora, ou perderás a chance de ir à
universidade.
• Ora ele agrada, ora ele grita.
• Acabou o dinheiro, portanto cada um deve procurar
um trabalho.
• João não respondeu, pois não lhe deixaram falar.
Algumas orações coordenas não possuem uma conjunção de ligação • Não vá, porque isso nunca deu certo.
(Orações coordenadas assidénticas): • O Tiago e o Frederico trabalham e estudam com
Chegamos na praia, nadamos, jogamos, comemos. cuidado.
Não tem vontade de comer, estudar, sair.
Orações Subordinadas
• São aquelas que exercem função sintática sobre
outras, ou seja, a oração que subordina ou depende
da outra.
• Dependendo da função que desempenham, os
tipos de oração subordinada
são substantivas, adjetivas ou adverbiais.
O substantivo é o nome ou a designação do
ser, animal ou coisa (ex. casa, pessoa, carro,
• As orações subordinadas substantivas são aquelas rios, ciências, arte)

que exercem função de substantivo. Os advérbios são palavras que modificam


um verbo, um adjetivo ou outro advérbio.
• As orações subordinadas adjetivas são aquelas que (ex. muito, pouco, mal, bem, devagar,
exercem função de adjetivo. jamais)

• As orações subordinadas adverbiais são aquelas que Adjetivo é toda palavra que se refere a
um substantivo indicando-lhe um atributo
exercem função de advérbio. ou qualidade. (ex. magro, quente, alto,
forte, inteligente, amarelo, feio, mau)
Exercícios
• Classifique as seguintes orações
‒ É provável que ela venha jantar
‒ A África, que é um continente no hemisfério sul, tem um alto índice de pobreza.
‒ Temos necessidade de que nos apoiem
‒ As pessoas que são alegres vivem melhor
‒ Nós desejamos que sua vida seja boa
‒ .
Discursos
• Ao conjunto de combinações das palavras com que se exprimem as ideias
• DISCURSO DIRECTO É caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das
personagens, sem participação do narrador
‒ Empresta-me a revista.
‒ Preciso estudar muito para o teste.
‒ O réu afirmou: "Sou inocente!"
• DISCURSO É INDIRECTO: é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no
discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das
personagens.
‒ Eu disse-lhe que me emprestasse a revista. O discurso é narrado em
‒ A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste terceira pessoa.
‒ O réu afirmou que era inocente.
Transposição ou mudança de discurso
Exercícios
Assinale a alternativa em que ocorra discurso indireto.
a) Perguntou o que fazer com tanto livro velho.
b) Já era tarde. O ruído dos grilos não era suficiente para abafar os passos de Delfino. Estaria ele armado?
Certamente estaria. Era necessário ter cautela.
c) Quem seria capaz de cometer uma imprudência daquelas?
d) A tinta da roupa tinha já desbotado quando o produtor decidiu colocá-la na secadora.
e) Era então dia primeiro? Não podia crer nisso.
"Ela insistiu: - Me dá esse papel aí." Na transposição da fala do personagem para o discurso indireto, a alternativa
correta é:
a) Ela insistiu que desse aquele papel aí.
b) Ela insistiu em que me desse aquele papel ali.
c) Ela insistiu em que me desse aquele papel aí.
d) Ela insistiu por que lhe desse este papel aí.
e) Ela insistiu em que lhe desse aquele papel ali.
Acentuação gráfica:
regras e sinais de
acentuação
• A acentuação gráfica é feita através de sinais diacríticos que, sobrepostos às vogais,
indicam a pronúncia correta das palavras no que respeita à sílaba tônica e no que
respeita à modulação aberta ou fechada das vogais.
• As palavras são oxítonas quando a última sílaba da palavra é a sílaba tônica, como:
jacaré, cipó, cantar, anzol,…
• São naturalmente oxítonas as palavras terminadas em -r, -l, -z, -x, -i, -u, -im, -um e -
om, não necessitando de acentuação gráfica.
• Oxítonas terminadas em vogais tônicas:
‒ sofá;
‒ dominó;
‒ purê;
‒ crochê;
‒ …
• Oxítonas terminadas no ditongo nasal -em ou -ens:
‒ mantém;
‒ porém;
‒ também;
‒ harém;
‒ …
• Oxítonas terminadas nos ditongos abertos -ói, -éu, -éi:
‒ chapéu;
‒ papéis;
‒ heróis;
‒ corrói;
•…
• Regras de acentuação das palavras paroxítonas
• As palavras são paroxítonas quando a penúltima sílaba da palavra é a sílaba tônica,
como: adorável, órgão, perfume, mesa,…
• As palavras paroxítonas não são geralmente acentuadas e representam a maioria
das palavras da língua portuguesa.
• Paroxítonas terminadas em -r:
• ímpar;
• cadáver;
• caráter;
• …
• Paroxítonas terminadas em -l:
• fóssil;
• réptil;
• têxtil;
• …
• Paroxítonas terminadas em -n:
• hífen;
• éden;
• dólmen;
• …
• Paroxítonas terminadas em -ã, -ãs, -ão, -ãos:
• órfã;
• órgão;
• sótão;
• …
• Paroxítonas terminadas em -um, -uns, -om, -ons:
• álbum;
• fórum;
• prótons;
• …
• Paroxítonas terminadas em -us:
• vírus;
• húmus;
• bônus;
• …
• Paroxítonas terminadas em -i, -is:
• júri;
• íris;
• tênis;
• …
• Paroxítonas terminadas em -ei, -eis:
• jóquei;
• hóquei;
• fizésseis;
• Regra de acentuação das palavras proparoxítonas
• As palavras são proparoxítonas quando a antepenúltima sílaba da palavra é a sílaba
tônica, como: pássaro, cantássemos, gráfico, pêssego,…
• Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas graficamente.
Singular e Plural das palavras
• Singular e plural são flexões gramaticais para indicativo de número de substantivos
e adjetivos.
• O singular e o plural indicam a flexão em número das palavras.
O singular indica apenas um ser.
O plural indica dois ou mais seres.
• As regras de formação do plural da língua portuguesa incidem na formação do
plural dos substantivos.
• A flexão da maioria das palavras para o plural ocorre por meio do acréscimo da
letra (s).
Regras de formação do plural dos substantivos
• A principal regra de formação do plural indica que se deve acrescentar -s à palavra
no singular:
‒ amiga - amigas;
‒ bolo - bolos;
‒ troféu - troféus;
‒ degrau - degraus.
Regras de formação do plural dos substantivos
• Substantivos terminados em -r, -z e -s: A formação do plural dos substantivos
terminados em -r, -z e -s é feita acrescentando -es à palavra no singular.
‒ mulher - mulheres;
‒ hambúrguer - hambúrgueres;
‒ açúcar - açúcares;
‒ país - países;
‒ revés - reveses;
‒ avestruz - avestruzes;
‒ rapaz - rapazes.
Regras de formação do plural dos substantivos
• Substantivos terminados em -r, -z e -s: A formação do plural dos substantivos
terminados em -r, -z e -s é feita acrescentando -es à palavra no singular.
‒ mulher - mulheres;
‒ hambúrguer - hambúrgueres;
‒ açúcar - açúcares;
‒ país - países;
‒ revés - reveses;
‒ avestruz - avestruzes;
‒ rapaz - rapazes.
• Exceção à regra: Quando os substantivos terminados em -s são paroxítonos, a
formação do plural fica invariável:
‒ lápis - lápis; atlas - atlas; pires - pires; ônibus - ônibus; vírus - vírus.
Substantivos terminados em -ão
• A formação do plural dos substantivos terminados -ão pode ser feita de três
formas distintas: -ões, -ãos, -ães.
• A maioria dos substantivos terminados em -ão forma o plural com -ões:
‒ opinião - opiniões; coração - corações; eleição - eleições.
• Todos os substantivos paroxítonos terminados em -ão formam o plural com -ãos.
Alguns substantivos oxítonos também têm o seu plural formado segundo essa
regra:
‒ órfão - órfãos; sótão - sótãos; órgão - órgãos; cidadão - cidadãos; irmão - irmãos;
• Alguns substantivos terminados em -ão formam o plural com -ães.
‒ pão - pães; capitão - capitães; alemão - alemães; charlatão - charlatães.
Substantivos terminados em -l
• Nos substantivos terminados em -al, -el, -ol e -ul há a substituição do -l por -is.
‒ varal - varais;
‒ aluguel - aluguéis;
‒ lençol - lençóis;
‒ paul - pauis.
• Nos substantivos terminados em -il
‒ Há a substituição do -l por -s se forem oxítonos
• canil - canis;
• fuzil - fuzis;
• refil - refis.
‒ Há substituição de -il por -eis se forem paroxítonos.
• fóssil - fósseis;
• míssil - mísseis;
• réptil - répteis.
Substantivos terminados em –m, -n e -x
• Substantivos terminados em –m: A formação do plural dos substantivos terminados em -m
é feita pela substituição no -m por -ns.
‒ garagem - garagens;
‒ jardim - jardins;
‒ bombom - bombons.
• Substantivos terminados em –n: A formação do plural dos substantivos terminados em -n
pode ser feita pelo acréscimo da consoante -s ou pelo acréscimo de -es.
‒ pólen - polens ou pólenes;
‒ hífen - hifens ou hífenes;
‒ abdômen - abdomens ou abdômenes.
• Substantivos terminados em –x: A formação do plural dos substantivos terminados em -x é
invariável, mantendo a mesma forma da palavra no singular.
‒ o tórax - os tórax;
‒ o látex - os látex;
‒ o ônix - os ônix.
Plural dos substantivos compostos
• Na formação do plural dos substantivos compostos pode ocorrer:
• a flexão dos dois elementos que formam a palavra;
• apenas a flexão do primeiro elemento que forma a palavra;
• apenas a flexão do segundo elemento que forma a palavra;
• a não flexão dos elementos, que se mantêm invariáveis
Flexão dos dois elementos
• Nos substantivos compostos formados por palavras variáveis,
especialmente substantivos e adjetivos:
‒ segunda-feira - segundas-feiras;
‒ matéria-prima - matérias-primas;
‒ couve-flor - couves-flores;
‒ guarda-noturno - guardas-noturnos;
‒ primeira-dama - primeiras-damas.
• Nos substantivos compostos formados por temas verbais repetidos:
‒ corre-corre - corres-corres;
‒ pisca-pisca - piscas-piscas;
‒ pula-pula - pulas-pulas.
Flexão apenas do primeiro elemento
• Nos substantivos compostos formados por substantivo + substantivo em que o
segundo termo limita o sentido do primeiro termo:
‒ decreto-lei - decretos-lei;
‒ cidade-satélite - cidades-satélite;
‒ público-alvo - públicos-alvo;
‒ elemento-chave - elementos-chave.
• Nota: Nestes substantivos também é possível a flexão dos dois elementos:
decretos-leis, cidades-satélites, públicos-alvos, elementos-chaves.
Flexão apenas do primeiro elemento
• Nos substantivos compostos preposicionados:
‒ cana-de-açúcar - canas-de-açúcar;
‒ pôr do sol - pores do sol;
‒ fim de semana - fins de semana;
‒ pé de moleque - pés de moleque.
Flexão apenas do segundo elemento
• Nos substantivos compostos formados por tema verbal ou palavra invariável +
substantivo ou adjetivo:
‒ bate-papo - bate-papos;
‒ quebra-cabeça - quebra-cabeças;
‒ arranha-céu - arranha-céus;
‒ ex-namorado - ex-namorados;
‒ vice-presidente - vice-presidentes.
• Nos substantivos compostos em que há repetição do primeiro elemento:
‒ zum-zum - zum-zuns;
‒ tico-tico - tico-ticos;
‒ lufa-lufa - lufa-lufas;
‒ reco-reco - reco-recos.
Plural de Compostos sem flexão dos elementos
• Ocorre em frases substantivadas e em substantivos compostos por um tema verbal
e uma palavra invariável ou outro tema verbal oposto:
‒ o disse me disse - os disse me disse;
‒ o leva e traz - os leva e traz;
‒ o cola-tudo - os cola-tudo.
Exercícios
• Indique o plural dos seguintes substantivos compostos:
a) bate-papo;
b) fim de semana;
c) couve-flor;
d) disse me disse.
Exercícios
• Indique o plural dos seguintes substantivos compostos:
a) bate-papo; bate-papos
b) fim-de-semana; fins-de-semana
c) couve-flor; couves-flores (ou couves-flor)
d) disse me disse. Disse me disse
Exercícios
• Em quais opções a forma plural do substantivo composto palavra-chave está
correta?
a) palavras-chave;
b) palavra-chave;
c) palavras-chaves;
d) palavra-chaves.
Exercícios
• Em quais opções a forma plural do substantivo composto palavra-chave está
correta?
a) palavras-chave;
b) palavra-chave;
c) palavras-chaves;
d) palavra-chaves.
Exercícios
• Quais os substantivos compostos plurais que estão certos?
• a) quebra-cabeças;
b) vices-presidentes;
c) pés de moleques;
d) decretos-leis.
Exercícios
• Quais os substantivos compostos plurais que estão certos?
• a) quebra-cabeças;
b) vices-presidentes;
c) pés de moleques;
d) decretos-leis.
Acento gráfico
• Acentos gráficos e sinais gráficos auxiliares
• Acento agudo (´)
• É um acento gráfico que indica que a sílaba é tônica e que a vogal deve ser
pronunciada de forma aberta, como em:
‒ pé;
‒ máquina;
‒ música;
‒ revólver;
•…
Acento gráfico
• Acento circunflexo (^)
• É um acento gráfico que indica que a sílaba é tônica e que a vogal deve ser
pronunciada de forma fechada ou nasalada:
‒ antônimo;
‒ estômago;
‒ lâmpada;
‒ pêssego;
•…
Acento gráfico
• Acento grave (`)
• É um acento gráfico colocado apenas sobre a vogal a, indicando que há crase, ou
seja, a contração da preposição a com outra palavra. É usado em poucas palavras:
‒ à;
‒ àquele;
‒ àquela;
‒ àquilo;
‒ …
Uso da crase
• A crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais, sendo
representada com acento grave. A contração mais comum é a da preposição a com
o artigo definido feminino a (a + a = à).
Exemplos
‒ Dei a indicação à senhora mas ela não a entendeu. (a + a = à)
‒ Os alunos pediram um favor à professora. (a + a = à)
• Existem outras contrações, embora menos utilizadas, como a contração da
preposição a com os pronomes demonstrativos a, aquele, aquela e aquilo:
‒ a + aquele = àquele;
‒ a + aquela = àquela;
‒ a + aquilo = àquilo.
Uso da Crase
• Importante: não ocorre crase se houver apenas a preposição a, ou apenas o artigo
definido a ou apenas o pronome demonstrativo a. Para que haja crase, é preciso
que haja uma sequência de duas vogais iguais, que sofrem contração, formando
crase.
Acento gráfico
• Til (~)
• É um sinal gráfico auxiliar de escrita, usado na vogal a e na vogal o para indicar
nasalização. Nem sempre indica a tonicidade da sílaba:
‒ manhã;
‒ coração;
‒ põe;
‒ órgão;
‒ órfão;
‒ bênção;
‒ …
• Apóstrofo (')
• É um sinal gráfico auxiliar de escrita que indica a supressão de fonemas em palavras:
‒ copo-d'água;
‒ pau-d'óleo;
‒ …
Estilística
Estudo da Linguagem
Linguagem
• Conjunto de signos ou símbolos usados na comunicação, ou seja, na transmissão
de uma mensagem. É a capacidade de expressar pensamentos, opiniões, ideias,
experiências, sentimentos, desejos, informações,…
• O fim da linguagem é a comunicação

Tipos de linguagem
• Verbal: usa verbos
‒ Cartas, jornais, revistas, diálogos, telefonemas, etc.
• Não verbal: não usa verbos
‒ Sinais luminosos, sirenes, apitos, buzinas, cores das bandeiras doa árbitros de futebol, etc
Elementos da comunicação
• O processo de comunicação é formado por seis elementos essenciais:

‒ Emissor: quem transmite a mensagem


‒ Receptor: para que se dirige a mensagem. Recebe a mensagem
‒ Mensagem: o que se transmite. representa o conteúdo, o conjunto de
informações transmitidas pelo locutor
‒ Canal: o meio usado para transmitir a mensagem
‒ Código: representa o conjunto de sinais que serão utilizados na mensagem.
‒ Contexto: também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa
em que estão inseridos o emissor e receptor
Funções da Linguagem

• São os diferentes recursos comunicativos


utilizados na comunicação, conforme o
objetivo do emissor naquele
determinado momento.
• Com aquela mensagem pretenderá
apenas informar algo ou pretenderá
também expor seus sentimentos ou
persuadir o receptor?
Funções da linguagem
Existem seis funções da linguagem diferentes:
• Função referencial ou denotativa: relacionada com o contexto comunicativo, tem
como objetivo informar sobre um determinado assunto.
‒ notícias de jornal; textos técnicos; artigos científicos; livros didáticos; documentos oficiais;
correspondências comerciais.
EXEMPLOS: Os exames de admissão na UAN terão lugar no dia 24 de janeiro de 2020
O ano 2019 foi muito difícil para a maioria das famílias angolanas
• Função emotiva ou expressiva: relacionada com o emissor da mensagem, tem
como objetivo transmitir as ideias e os sentimentos do emissor.
‒ poemas; cartas pessoais; memórias; autobiografias; depoimentos; entrevistas; músicas.
EXEMPLOS: Como ela estava linda no seu casamento! Foi o máximo
Estou tão ansioso a prova. Ainda bem que teremos o simulado no dia 22 de janeiro!
Funções da linguagem
• Função apelativa ou conativa: relacionada com o receptor da mensagem, tem
como objetivo influenciar e persuadir o destinatário da comunicação.
‒ publicidades; propagandas; discursos políticos; sermões religiosos; livros de autoajuda;
horóscopo
EXEMPLOS: Procure à Deus enquanto ele pode ser achado
Estude agora. Não espere pelo dia da prova.
Recomende o Preparatório AVEO para seus amigos e colegas. É o melhor!
• Função poética: relacionada com a própria mensagem, tem como objetivo
transmitir uma mensagem cuidada, estruturada, esteticamente bela.
‒ poemas; obras literárias; letras de músicas; publicidade; propaganda.
EXEMPLOS: Tocaram uma rumba – dancei com ela
e num passo maluco voámos na sala
qual uma estrela riscando o céu! - Viriato da Cruz
Funções da linguagem
• Função fática: relacionada com o canal comunicativo, tem como objetivo manter
funcional o canal de comunicação entre o emissor e o receptor, para haver
continuidade da comunicação.
‒ cumprimentos; saudações; conversas telefônicas.
EXEMPLOS: Alô! Alô?
Bom dia!
Não é mesmo?
• Função metalinguística: relacionada com o código comunicativo, tem como
objetivo explicar esse próprio código.
‒ dicionários; gramáticas.
EXEMPLOS: Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é escrita, bem como
exemplifica a função metalinguística.

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