1 Ano Livro 02
1 Ano Livro 02
Capítulo 2 ................108
Módulo 7 .............. 115
AT
Capítulo 3 ................120
222 Módulo 8 .............133
M
Módulo 9 .............137
a
Módulo 10 ...........141
S
C
SO
FÍ
S
RE
Suponha que o Superman consiga produzir com seus músculos uma força sobre-humana
suficiente para diminuir sua velocidade em um curto intervalo de tempo, ou seja, produzir uma
grande aceleração. Ela só seria efetiva se pudesse ser aplicada em outro corpo ou, como diria
Newton, Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem – a toda ação há sempre uma
reação oposta e de igual intensidade.
Vamos começar com um experimento: coloque um peda- módulo, a mesma direção, mas sentidos contrários,
ço de ferro em cima de uma mesa e aproxime dele um ímã. elas não se anulam, pois agem em corpos distintos;
221
Você vai notar uma atração entre o pedaço de ferro e o ímã. • As forças de ação e reação são de mesma natureza. Se
Afinal, é o ímã que atrai o ferro ou é o ferro que atrai o ímã? a ação é de origem mecânica, a reação também será
Para responder a essa questão, segure o ímã e aproxime-o de origem mecânica. Se a ação é de origem elétrica, a
do pedaço de ferro. Você vai notar que o ferro vai de encontro ao reação também será de origem elétrica.
ímã. Faça, agora, o processo contrário. Segure o pedaço de ferro
e aproxime-o do ímã. Você vai notar que o ímã vai de encontro
ao pedaço de ferro. APRENDER SEMPRE 19
Física
F –F s
B
n
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Ímã Ferro
FB
s n n s C
Esse exemplo ilustra a terceira lei de Newton, conhecida FA FC
A FD
como lei da ação e reação. Se a ação for a força que o ímã exerce
no ferro, então a reação será a força que o ferro exerce no imã. n
D
Por outro lado, se a ação for a força que o ferro exerce no ímã, a s
reação será a força que o ímã exerce no ferro. É indiferente saber
qual delas é a ação e qual é a reação. É importante observarmos a. Em relação às quatro forças que agem na bolinha,
que, independentemente das massas dos corpos que interagem: identifique os pares ação-reação.
b. Onde se localiza a reação de cada uma das forças
As forças de ação e reação sempre possuem a mesma mostradas na bolinha?
intensidade.
Resolução
A figura seguinte ilustra dois corpos, A e B, de massas mA a. Das quatro forças que agem na bolinha devido à pre-
e mB, respectivamente, interagindo, ou seja, trocando forças. sença dos ímãs, não existe nenhum par ação-rea-
ção, pois as quatro forças agem no mesmo corpo.
FBA FAB
110
Linha de ação b. A reação a cada uma das forças que agem na boli-
nha
encontra-se nos ímãs. Assim, a reação à força
A B F A encontra-se no ímã A, a reação à força F B encon-
Observe, na figura, que a linha de ação é a mesma para as tra-se no ímã B e assim por diante.
duas forças; elas possuem a mesma direção, mas sentidos
contrários.
E,como elas possuem a mesma intensidade, os 02.
vetores F AB eF BA são opostos. Assim, podemos escrever: Dois patinadores, A e B, de massas 40 kg e 60 kg, res-
pectivamente, estão parados no meio de uma pista de pa-
FAB = - FBA e FAB = FBA tinação no gelo, onde o atrito é praticamente desprezível.
Num determinado instante, o patinador B empurra o pati-
LIVRO DO PROFESSOR
De acordo com essas conclusões, podemos enunciar a nador A, que recebe uma aceleração de 1,5 m/s². Calcule a
terceira lei de Newton (lei da ação e reação): intensidade da aceleração do patinador B.
interagem, os efeitos produzidos pela ação e pela rea- 1,0 m/s2 em sentido oposto ao patinador A.
ção podem ser diferentes;
2
Vamos considerar alguns fenômenos físicos que podem os gases provenientes da queima do combustível na turbina
ser explicados por meio da terceira lei de Newton, a lei da são ejetados para trás. Como reação, o avião recebe um im-
221
ação e reação. pulso para a frente. Esse princípio de funcionamento permite
aos foguetes movimentarem-se no vácuo.
• Movimento de aviões
Física
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
A lei da ação e reação explica o movimento do foguete: à medida que os
gases são expelidos para trás, o foguete movimenta-se para a frente.
111
ria se desprender da nave e permanecer no espaço, com a
mesma velocidade, sem conseguir retornar à nave.
LIVRO DO PROFESSOR
O ato de andar, ou correr, é tão trivial para nós que normal- Suponha que você e seu amigo encontrem-se parados no
mente não nos preocupamos em entender como ele ocorre. meio de uma pista de patinação no gelo, sem estarem devida-
221
nhar, pois o atrito entre seus pés e a pista de gelo não é sufi-
ciente para evitar que eles escorreguem. Existe alguma possi-
MIMAGEPHOTOGRAPHY/SHUTTERSTOCK
"MAXIM PETRICHUK/SHUTTERSTOCK"
impulsionando-nos para frente. Observe que nossos pés não
escorregam devido à existência de atrito entre eles e o solo.
112
221
O problema do movimento
Um dos problemas que foram objeto de grandes estudos de muitos filósofos relacionava-se ao movimento dos corpos e
dos planetas.
Tales de Mileto (625 ou 624 - 547 ou 546 a.C.) foi o primeiro filósofo ocidental a estudar a Physis (natureza). Fundador da escola
jônica, esboçou as primeiras ideias sobre o movimento. Entre suas ideias, considerava a água como “substância primordial” que
constituía a essência do Universo.
Influenciado por Tales, Aristóteles (384 - 322 a.C.) desenvolveu um sistema filosófico para explicar o movimento dos
Física
corpos. Esse sistema postulava que todas as coisas eram formadas a partir de quatro elementos básicos – ar, fogo, água e
terra – que se organizavam conforme suas naturezas intrínsecas. No ponto mais alto, ficava o ar, logo abaixo, o fogo, e suces-
sivamente, a água e a terra. Acima de todos ficava o éter. Os corpos, então, movimentavam-se para se localizarem conforme
suas naturezas. Muitas ideias de Aristóteles foram aceitas até a Idade Média.
SAILOM E TOMTSYA/SHUTTERSTOCK
ILLUSTRERAD VERLDSHISTORIA UTGIFVEN AV E. WALLIS. VOLUME I
Seco Frio
Nesse período da história, o filósofo e religioso francês Jean Buridan (1300-1358) desenvolveu a chamada teoria do
ímpeto, segundo a qual, para que um movimento se mantenha, uma força deve atuar sobre o corpo. O movimento persiste
porque essa força se incorpora a ele, e vai se reduzindo progressivamente até se anular completamente. Dessa forma, quando
um móvel já não recebe a ação de uma força a impulsioná-lo, sua tendência é buscar o repouso.
No século XVII, Galileu Galilei, que acreditava em parte na teoria do ímpeto, defendeu que o movimento de um corpo não
é um fenômeno transitório que necessariamente leva ao repouso por desgaste da força. Para ele, se não houver resistência,
113
essa força não se gasta e o corpo deveria manter-se em movimento. Galileu foi um dos primeiros a utilizar a matemática na
descrição dos movimentos.
Com base em Galileu, Isaac Newton apresentou as leis dos movimentos dos corpos e postula que força motriz é um ente
físico capaz de provocar mudança na velocidade dos corpos. As leis de Newton serão objetos de estudo nos capítulos que se
seguem.
Ainda hoje, a descrição dos movimentos estabelecida por Newton, Euler, Lagrange, entre outros, prevalece e é utilizada nos
estudos acadêmicos e práticos com aplicações nos ramos: militar, de engenharia, de pesquisa aeroespacial, tecnologia de ponta etc.
Como exemplos atuais de aplicações desses estudos, podemos citar o surgimento da Internet, do GPS, dos computadores, das TVs...
LIVRO DO PROFESSOR
JAKOB EMANUEL HANDMANN
REPRODUÇÃO
Curiosidade: alguns autores apresentam como data de nascimento de Sir Isaac Newton o Natal de 1642, enquanto
outros apresentam o dia 4 de janeiro de 1643. A aparente contradição ocorre por um motivo simples. Em 1582, o papa
Gregório XIII promulgou um novo calendário passando do calendário juliano para o calendário gregoriano. Nessa passagem,
foram suprimidos 10 dias do referido ano (de 5 a 14 de outubro de 1582). Oficialmente, a Inglaterra adotou esse novo calen-
dário apenas em 1752, assim, a data de nascimento de Newton é o Natal de 1642, no calendário juliano, ou 4 de janeiro de
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A. As leis de Newton
221
Física
Leis de Newton
1a 2a 3a
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Definição
Inércia de força
Ação e
reação
114
Repouso
ou MRU
Movimento FAB = –FBA
acelerado
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Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
2
Terceira lei de Newton
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Exercícios de Aplicação
01. 02.
Uma pessoa sentada aplica no assento da cadeira uma Um caminhão carregado choca-se frontalmente com um
Física
força de ação de intensidade igual a F, vertical e para baixo. automóvel.
Nesse caso, como você caracteriza a força de reação? a. Em qual deles atua uma força mais intensa?
b. Para um mesmo intervalo de tempo, qual deles sofrerá
Resolução
a maior variação de velocidade?
A força de reação é a força que o assento da cadeira exer-
ce na pessoa, de intensidade igual à força aplicada pela pes- Resolução
soa, vertical e para cima. a. De acordo com a terceira lei de Newton, a intensidade
da força é a mesma tanto no caminhão como no
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LIVRO DO PROFESSOR
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Em tirinhas, é muito comum encontrarmos situações que envolvem conceitos de Física e que, inclusive, têm sua parte cô-
mica relacionada, de alguma forma, com a Física.
221
Supondo que o sistema se encontra em equilíbrio, é correto afirmar que, de acordo com a lei da ação e reação (3a lei
de Newton):
a. a força que a Mônica exerce sobre a corda e a força que os meninos exercem sobre a corda formam um par ação-reação.
b. a força que a Mônica exerce sobre o chão e a força que a corda faz sobre a Mônica formam um par ação-reação.
c. a força que a Mônica exerce sobre a corda e a força que a corda faz sobre a Mônica formam um par ação-reação.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
d. a força que a Mônica exerce sobre a corda e a força que os meninos exercem sobre o chão formam um par ação-reação.
Resolução
Das alternativas apresentadas, o par ação-reação correto é apresentado na alternativa c: a força que a Mônica exerce sobre
a corda e a força que a corda exerce sobre a Mônica formam um par ação-reação. Esse par caracteriza a interação entre a Mônica
e a corda.
Alternativa correta: C
Habilidade
Identificar ação e reação como pares de forças de interação, na interpretação de situações reais.
116
Exercícios Extras
04. UFAL 05.
Sabe-se que no espaço, livre da ação de forças externas, Um livro de Física encontra-se em repouso em cima de
LIVRO DO PROFESSOR
um corpo, ao adquirir certa velocidade, permanece deslo- uma carteira. Um segundo livro, de Matemática, é colocado
cando-se em linha reta com velocidade constante, conforme sobre o livro de Física. Considere as seguintes forças agindo
a primeira lei de Newton. Dois astronautas de uma estação no livrode Física:
espacial resolvem se divertir usando tal conceito. Para tanto, • F1 − força exercida pela carteira;
eles se postam em repouso do lado de fora da estação es- • F 2 − força exercida pelo livro de Matemática.
pacial, amarrados por grandes cabos muito finos e flexíveis, a. Essas duas forças formam um par ação-reação? Jus-
de modo a não influenciar no experimento. Após um certo tifique.
momento, eles passam a se afastar um do outro, depois de b. Em caso negativo, explique onde se localizam as rea-
se empurrarem mutuamente. Considerando que o primeiro ções dessas duas forças.
astronauta, juntamente com seu equipamento, apresenta
uma massa de 90 kg e adquire velocidade de 2,0 m/s, qual
o módulo da velocidade adquirida pelo segundo astronauta,
sabendo-se que ele, juntamente com seu equipamento, apre-
senta uma massa de 75 kg?
a. 2,4 m/s d. 3,0 m/s
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2
Sobre o módulo Essa prática funciona do mesmo modo que a primeira,
221
Neste módulo que trata da terceira lei de Newton − ação e porém mais simples: usar uma bexiga como propulsor é mais
reação −, julgamos importante discutir com os alunos o maior indicado em demonstrações dentro da sala de aula.
número possível de exemplos. Além dos apresentados no
capítulo, temos certeza de que você dispõe de outros. Outro Cinemateca
ponto que merece um comentário mais detalhado é o exercí- Existem dois vídeos interessantes sobre o tema proposto:
cio resolvido sobre os patinadores: a aceleração refere-se ao • Filme: Gravidade – 3D de aventura no espaço side-
intervalo de tempo no qual os patinadores estão em contato.
Física
ral. Americano. Data de lançamento: 3 de outubro
Uma vez separados, a força deixa de existir e eles apresen- de 2013 (Arménia). Direção: Alfonso Cuarón. Dura-
tam movimento retilíneo e uniforme. ção: 93 minutos;
Finalizando, sugerimos solicitar aos alunos que façam • Vídeo: Poeira das Estrelas – Série que estreou em
um mapa conceitual sobre as leis de Newton, usando como agosto de 2006 e teve 12 episódios sobre cosmologia
modelo o apresentado no final do capítulo. apresentada pelo físico e astrônomo Marcelo Gleiser.
Na web
Acesse: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/
bitstream/handle/mec/23319/Foguete%20de%20
balao%20-%20pontociencia.pdf?sequence=1>.
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LIVRO DO PROFESSOR
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Exercícios de tarefa reforço aprofundamento a. a força aplicada atua contrária ao movimento, a sua
direção é sempre igual à do movimento, e o sentido é
contrário ao movimento.
06. UFSM-RS modificado b. qualquer corpo permanece em repouso ou em movi-
O uso de hélices para propulsão de aviões ainda é muito mento retilíneo uniforme, independentemente da for-
frequente. Quando em movimento, essas hélices empurram ça aplicada sobre ele.
o ar para trás; por isso, o avião se move para a frente. Cite e c. quando um corpo A exerce uma força sobre um cor-
Física
enuncie a lei que explica esse fenômeno. po B, este exerce uma força de reação igual e contrá-
ria sobre o corpo A.
07. UFMG d. qualquer corpo isolado é capaz de entrar em movi-
Um ímã e um bloco de ferro são mantidos fixos numa mento (se estiver em repouso) ou mudar a sua velo-
superfície horizontal, como mostrado nesta figura: cidade (se estiver em movimento).
ímã ferro
dadeiras ou falsas.
I. A massa dos corpos é um fator que influencia direta-
Em determinado instante, ambos são soltos e movimen- mente na tendência de um corpo manter seu estado
tam-se um em direção ao outro, devido à força de atração atual de movimento;
magnética. Despreze qualquer tipo de atrito e considere que a II. A aceleração adquirida por um corpo depende inver-
massa m do ímã é igual à metade da massa do bloco de ferro. samente da intensidade da força resultante que atua
Sejam ai o módulo da aceleração e Fi o módulo da resultante sobre o corpo;
das forças sobre o ímã. Para o bloco de ferro, essas grandezas III. Nas circunstâncias em que uma força exercida
são, respectivamente, af e Ff. sobre um corpo não provoca movimento, cada
Com base nessas informações, é correto afirmar que: componente do par ação-reação se aplica sobre o
a. Fi = Ff e ai = af c. Fi = 2 Ff e ai = 2af mesmo corpo.
b. Fi = Ff e ai = 2af d. Fi = 2 Ff e ai = af
11. UFJF-MG
08. UFC-CE Um operário empurra duas caixas A e B, de madeira, so-
Um pequeno automóvel colide frontalmente com um ca- bre uma superfície horizontal dentro da loja na qual trabalha,
minhão cuja massa é cinco vezes maior que a massa do auto- exercendo uma força F conforme figura a seguir. Ele começa a
118
móvel. Em relação a essa situação, marque a alternativa que refletir sobre o módulo da força que existe entre as duas cai-
contém a afirmativa correta. xas e conclui corretamente que:
a. Ambos experimentam desaceleração de mesma in-
tensidade.
F
b. Ambos experimentam força de impacto de mesma in- A B
tensidade.
c. O caminhão experimenta desaceleração cinco vezes
mais intensa que a do automóvel. a. se as duas caixas têm movimento acelerado, a for-
d. O automóvel experimenta força de impacto cinco ve- ça que A faz em B é maior que a força que B faz
zes mais intensa que a do caminhão. em A.
LIVRO DO PROFESSOR
e. O caminhão experimenta força de impacto cinco ve- b. se as duas caixas têm movimento retardado, a for-
zes mais intensa que a do automóvel. ça que A faz em B é menor que a força que B faz
em A.
09. Instituto Embraer-SP c. somente se as duas caixas têm movimento unifor-
Observe a ilustração a seguir, que representa uma situação me, a força que A faz em B é igual à força que B faz
do cotidiano, tendo-se em vista as leis de Newton. em A.
d. a força que A faz em B é igual à força que B faz em A,
seja o movimento acelerado, retardado ou uniforme.
e. não existe força alguma entre as caixas A e B, porque
elas estão juntas.
12. Ufla-MG
Um lustre encontra-se preso ao teto de uma sala por uma
haste de massa desprezível, conforme indica a figura a se-
guir. Podem-se identificar as forças que atuam no sistema e
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2
Figura 2 Analisando as leis de Newton, pode-se concluir correta-
mente que:
221
a. o movimento retilíneo e uniforme é consequência da
F1
aplicação de uma força constante sobre o corpo que
se move.
Teto b. a lei da inércia prevê a existência de referenciais iner-
Figura 3 ciais absolutos, em repouso, como é o caso do centro
Figura 4 de nossa galáxia.
F2 c. para toda ação existe uma reação correspondente,
Física
F4
sendo exemplo dessa circunstância a força normal,
Lustre que é reação à força peso sobre objetos apoiados em
Haste
superfícies planas.
d. se um corpo é dotado de aceleração, esta certamente
F3 F5 é consequência da ação de uma força, ou de um con-
junto de forças de resultante diferente de zero, agindo
Dasforças
assinaladas,
constitui(em) par(es)
ação e reação: sobre o corpo.
a. F1 e F2 ; F3 e F4 c. F2 e F3 ; F4 e F5
119
purramos um objeto, sentimos a resistência que ele oferece 16. UFPB
ao movimento e precisamos aplicar uma força para vencer Em uma performance de patinação no gelo, um casal
essa resistência e fazer com que o objeto se desloque. de bailarinos apresenta um número em que, em determi-
A figura e a explicação podem ser comparadas, correta- nado momento, os bailarinos se empurram mutuamente,
mente, pela seguinte situação: a fim de se afastarem um do outro em linha reta. Durante
a. Um cavalo, ao parar bruscamente durante um passeio, o empurrão, a bailarina, que tem uma massa de 64 kg,
joga a sua montaria no chão, pois a força que estava adquire uma aceleração de módulo 0,25 m/s2 em relação
atuando sobre a pessoa continua a agir e a tendência à pista de patinação, e, consequentemente, o bailarino,
é continuar o movimento. com 80 kg de massa, adquire também uma aceleração,
b. Ao aplicar uma força com a mão em uma caixa, observa- no sentido oposto ao da bailarina. No caso descrito, con-
-se uma aceleração; ao usar a força de duas mãos sobre a sidere que o atrito entre os patins e a pista é desprezível. LIVRO DO PROFESSOR
mesma caixa, a aceleração será proporcionalmente maior. Nessas circunstâncias, a aceleração, em módulo, que
c. Colocando sobre um copo um pedaço de cartolina e o bailarino adquiriu, em relação à pista de patinação, é
sobre esta uma moeda, ao puxar a cartolina brusca- igual a:
mente, a moeda permanece com o mesmo movimen- a. 0,10 m/s2
to e cai no fundo do copo. b. 0,14 m/s2
d. O gás, resultante de combustão, expande-se em câ- c. 0,16 m/s2
maras existentes na turbina e é expelido pelo avião d. 0,20 m/s2
para trás, exercendo sobre esse avião uma força que o e. 0,24 m/s2
impele para a frente.
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VITALII NESTERCHUK/SHUTTERSTOCK
Bungee jumping
Seu funcionamento é possível graças à força elástica gerada pelo cabo preso aos tornozelos
ou na cintura. O cabo é composto por mais de seis mil fiozinhos elásticos e por dentro passa uma
fita de náilon capaz de deixar o saltador em segurança mesmo se o elástico arrebentar. Esta fita
mais os fios elásticos fazem o cabo aguentar 12 mil quilogramas-força e sua elasticidade o faz
deformar 200%: um cabo de 10 metros pode ficar com 30 metros de comprimento.
Terra. Em relação aos corpos pesados, quanto maior o peso de Atração gravitacional (força peso) entre um corpo
de massa m e a Terra de massa M.
um corpo, maior a velocidade que ele adquire na queda. Ao lon-
go do capítulo, faremos algumas correções a essa afirmação. Como o raio da Terra (6 400 km) é muito maior que as di-
mensões dos corpos em estudo, a figura seguinte ilustra um
modo prático de representar a força peso de um corpo coloca-
do próximo à superfície da Terra.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Solo
A força peso (P ) é vertical e orientada para baixo.
Desprezando-se o atrito com o ar, a força peso é a única
força atuante no corpo; portanto, ela é a resultante das forças
aplicadas sobre ele. Nessas condições, o corpo entra em mo-
vimento vertical acelerado para baixo.
A aceleração do corpo em movimento vertical é chamada
de aceleração da gravidade (g):
MIDOSEMSEM/SHUTTERSTOCK
FR = P
m · a = P (como a = g)
P=m·g
No Sistema Internacional de Unidades (SI), o peso é dado
em newton (N) quando utilizamos a massa em quilogramas
122
Aristóteles nasceu em 384 a.C., em Estagira, na Macedônia, e faleceu (kg) e a aceleração da gravidade metro por segundo por se-
em 322 a.C., em Cálcis, Eubeia. Filósofo grego, um dos mais influentes gundo (m/s²).
pensadores do mundo ocidental. Discípulo de Platão e preceptor de
Alexandre, o Grande, fundou sua própria escola, o Liceu de Atenas (335
Os vetores querepresentam a força peso (P ) e a acelera-
a.C.), onde dava aulas passeando, e por isso, seus discípulos foram ção da gravidade (g ) apontam sempre para o centro da Terra
chamados de peripatéticos. (Dicionário Enciclopédico Ilustrado Larousse) (ou de um astro qualquer). No caso da representação da
su-
perfície da Terra por uma reta horizontal, os vetores P e g são
Em 1687, Isaac Newton, para explicar os movimentos dos verticais para baixo.
planetas em torno do Sol, propôs a lei da gravitação universal: A aceleração da gravidade terrestre varia com a altitude,
mas considerando-se pontos nas proximidades da superfície
Matéria atrai matéria na razão direta do produto entre da Terra, a aceleração da gravidade é considerada constante
LIVRO DO PROFESSOR
suas massas e na razão inversa do quadrado da distância e igual a 9,8 m/s². Na maioria dos exercícios, esse valor é arre-
entre elas. dondado para 10 m/s².
Embora no dia a dia usemos o termo “peso” para nos refe-
Com base nessa lei, podemos entender a queda dos cor- rir à massa corporal, é importante entender que peso e massa
pos. Um corpo solto de uma altura h acima da superfície da são grandezas distintas. A massa − medida da inércia de um
Terra cai em direção ao solo devido à força de atração, deno- corpo − representa a quantidade de matéria existente no cor-
minada força gravitacional, entre o corpo e a Terra. po. Trata-se de uma grandeza escalar e seu valor é constante
Para objetos (massa m) próximos à superfície da Terra para qualquer lugar em que o corpo estiver. Se uma pessoa
(massa M), ou em contato com ela, a força gravitacional, de- possui massa de 80 kg na Terra, ela possuirá 80 kg de massa
vido à atração entre massas (matéria), é denominada força na Lua, em Marte, ou em qualquer outro astro.
peso (P) do objeto. Trata-se de uma força de ação a distância, Por outro lado, o peso é uma grandeza vetorial e representa
ou seja, não há necessidade de ligação material entre o objeto a força de interação com a Terra ou outro astro qualquer. Ele de-
e a Terra. Dizemos que o objeto de massa m encontra-se imer- pende da massa e da aceleração da gravidade. Assim, se o peso
so no campo gravitacional da Terra. de uma pessoa é 900 N na superfície da Terra, na superfície da
De acordo com a lei da ação e reação, a força peso age Lua seu peso será 150 N, pois a aceleração da gravidade na Lua
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nos dois corpos que se atraem, conforme mostra a figura (fora é, aproximadamente, 1 da aceleração da gravidade na Terra.
de escala). 6
3
01. ENEM modificado Mito: Não há gravidade no espaço
221
Para medir o tempo de reação de uma pessoa, pode-se
realizar a seguinte experiência:
I. Mantenha uma régua, com cerca de 30 cm, sus-
pensa verticalmente, segurando-a pela extremi-
dade superior, de modo que o zero da régua esteja
situado na extremidade inferior.
II. A pessoa deve colocar os dedos da mão, em
Física
forma de pinça, próximo do zero da régua, sem
tocá-la.
III. Sem aviso prévio, solte a régua. A outra pessoa
deverá procurar segurá-la o mais rapidamente
NASA
possível e observar a posição onde conseguiu se-
gurá-la, isto é, a distância que a régua percorreu Estação Espacial Internacional
durante a queda.
Tire da cabeça essa ideia absurda de gravidade zero, pois
123
a. a aceleração da régua aumenta, o que faz com que influências é que a estação passa a girar em torno da Terra,
ela caia mais rápido. descrevendo uma longa curva.
b. a resistência do ar aumenta, o que faz com que ela Ambientes de microgravidade têm se mostrado importan-
caia com menor velocidade. tes nas pesquisas que envolvem produção de cristais de alta
c. a aceleração de queda varia, o que provoca um qualidade – nesse contexto, eles crescem com pouquíssimas
movimento acelerado. imperfeições, já que não estão submetidos aos efeitos gra-
d. a força peso da régua tem valor constante, o que vitacionais sentidos aqui na Terra. Vários campos da ciência
gera um movimento acelerado. (como a biologia, a biotecnologia, a farmacologia e a eletrônica
e. a velocidade da régua é constante, o que provoca avançada) não se cansam de tirar vantagem disso.
uma passagem linear do tempo.
LIVRO DO PROFESSOR
Disponível em: <http://super.abril.com.br/universo/
nao-ha-gravidade-espaco-620258.shtml>.
Resolução
Como a distância percorrida pela régua aumenta mais
rapidamente que o tempo, a velocidade de queda da régua
aumenta durante a queda, o que provoca um movimento 2. Força de contato (normal e atrito)
acelerado. Assim, temos: Considere um corpo, um livro, por exemplo, apoiado
a. Incorreta. A aceleração da régua é a aceleração da numa superfície plana e horizontal, como uma mesa. Como
gravidade, que é constante. ele se encontra nas proximidades da superfície da Terra, fica
b. Incorreta. A velocidade da régua aumenta com sob a ação da força gravitacional, que chamamos de força
a queda. peso, conforme mostra a figura.
c. Incorreta. A aceleração é constante.
d. Correta. Como o movimento é bem próximo da A força peso age no centro de
superfície da Terra, o peso do corpo é constante, o gravidade do corpo, puxando-o
que provoca um movimento acelerado. P verticalmente para baixo.
e. Incorreta. A velocidade aumenta.
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no corpo; portanto, não formam Como o bloco está em repouso, as forças peso e de con-
P um par ação-reação. tato possuem a mesma intensidade, a mesma direção, mas
sentidos contrários: elas se equilibram. Podemos, também,
De acordo com a terceira lei de Newton, a cada ação cor- optar por trabalhar com a força normal e a força de atrito, que
responde uma reação igual, mas de sentido contrário. Assim, são as forças componentes da força de contato nos eixos y
a reação da força normal que age no bloco encontra-se na su- (perpendicular à rampa) e x (paralelo à rampa).
perfície de apoio, conforme mostra a figura.
APRENDER SEMPRE 21
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
N
01.
Um automóvel de massa 1 200 kg encontra-se parado
em uma rampa inclinada de 37º com a horizontal. Sendo
–N g = 10 m/s2, sen 37º = 0,60 e cos 37º = 0,80:
a. faça o diagrama de forças que agem no automóvel;
Observações b. calcule as intensidades das forças peso, contato,
• A força normal não é reação da força peso: primeiro, normal e atrito.
elas agem no mesmo corpo; segundo, a força peso é
de origem gravitacional (interação entre massas) e a Resolução
força normal é de origem eletromagnética (interação a. A figura ilustra as forças peso e de contato (normal
entre cargas elétricas). e atrito) que agem no bloco.
• A força normal, devido à interação bloco-superfície, y
age no bloco e na superfície de apoio. Neste caso, elas C
formam um par ação-reação. N
• A reação à força peso do bloco encontra-se no centro da Terra. Fa
124
das forças que agem no bloco, considerando-o em repouso Fa = Px = P · sen 37º ⇒ Fa = 12 000 · 0,60 ⇒ Fa = 7 200 N
na rampa.
3
tante de diversas forças que atuam entre os átomos das su-
e dinâmico perfícies dos corpos em contato. Prova disso é que duas su-
221
Geralmente, temos uma ideia errada a respeito do atrito. perfícies metálicas altamente polidas e limpas, colocadas em
É comum pensarmos no atrito como uma força que é contrária contato em alto vácuo (ausência de ar), não deslizam uma
ao movimento de um corpo. Isso é verdade em parte. De fato, sobre a outra, pois suas superfícies soldam-se a frio devido à
em algumas situações, a força de atrito é no sentido contrário força elétrica entre seus átomos.
ao movimento, mas, em outras situações, a força de atrito tem Voltemos à experiência do armário em sua casa. Se você
o mesmo sentido do movimento e, até mais, ela pode ser res- for aumentando gradativamente a força aplicada no armário e
ponsável pelo movimento de um corpo. este não deslizar, é porque a força de atrito estático aumentou
Física
Vejamos um exemplo. Nas figuras seguintes, imagina- gradativamente e equilibrou a ação de sua força. O armário es-
mos uma pessoa andando graças à força de atrito entre seu tava parado, continua parado.
pé e o solo e um automóvel em movimento graças à força de Com base nessas informações, concluímos que a for-
atrito entre os pneus e o piso. ça de atrito estático é variável. Neste ponto, você poderia
perguntar: então, quando eu vou conseguir fazer o armá-
rio escorregar?
A questão é: a força de atrito estático aumenta até atin-
gir um valor máximo, chamada de força de atrito de desta-
fa 0 ≤ Fae ≤ Faemáx
Tanto no homem caminhando como no automóvel em movimento, O valor máximo da força de atrito estático é diretamente
a força de atrito tem o mesmo sentido do movimento. proporcional à força normal, de contato entre o bloco e a su-
perfície de apoio. Assim, escrevemos:
Observe que no pé do homem, a força de atrito possui o
mesmo sentido do movimento dele, pois ela é contrária à ten- Faemáx = µe · N
dência de escorregamento do pé. O mesmo acontece com as
rodas do automóvel. As forças de atrito agem no sentido de Nessa expressão, µe é o coeficiente de proporcionalidade
não permitir que as rodas patinhem; portanto, elas apresen- e é chamado de coeficiente de atrito estático, um número
tam o mesmo sentido do movimento do carro. adimensional, ou seja, sem unidades.
125
Esses dois exemplos nos permitem concluir que a força Em resumo, dizemos que, quando tentamos colocar um
de atrito é contrária à tendência de movimento, ou de escorre- corpo em movimento, temos as seguintes situações:
gamento, de um corpo e não contrária ao movimento.
Vamos dividir o estudo das forças de atrito em duas par- • Enquanto o corpo não entrar em movimento, a força
tes: atrito estático e atrito dinâmico (cinético). de atrito estático é igual, em módulo, à força aplicada
paralelamente à superfície de apoio horizontal;
A. Força de atrito estático
Faça a seguinte experiência. Em sua casa, tente em- • No instante em que a força aplicada igualar-se, em
purrar um móvel (armário) pesado para mudá-lo de lugar. módulo, à força de atrito estático máxima, o corpo en-
Se você empurrar o móvel e não conseguir movimentá-lo é contra-se na iminência de movimento;
porque a força aplicada por você não é suficiente para ven- LIVRO DO PROFESSOR
cer a força de atrito estático entre o móvel e o piso. O móvel • Se, em módulo, a força aplicada for maior que a força
continua parado. de atrito estático máxima, o corpo entra em movimen-
to. A partir desse instante, o atrito passa a ser dinâmico
(cinético), o que veremos no próximo item.
F
Fae B. Força de atrito dinâmico
Quando um bloco está em movimento apoiado em uma
Para colocar o móvel em movimento, a força aplicada superfície na qual existe atrito entre ele e a superfície, dize-
deve superar a força de atrito estático. mos que nele age uma força de atrito dinâmico (cinético), que
se opõe ao movimento dele. A força de atrito dinâmico (F d)
A força de atrito estático, que aparece quando o corpo é constante, não depende da velocidade e da área de contato
apresenta tendência de movimento, provém das rugosida- e seu módulo é diretamente proporcional à força normal de
des do corpo e da superfície de apoio. Essas rugosidades se contato entre o bloco e a superfície de apoio:
encaixam e daí vem a dificuldade de fazer o corpo entrar em
EMI-15-20
Fad = Famáx.
0 F F
Gráfico da força de atrito em função da força aplicada em um
Física
Ponto de início
da frenagem
Sem
ABS
0 F F
Gráfico da força de atrito em função
da força aplicada em um bloco.
Assista ao vídeo sobre o
Em algumas questões particulares, considera-se que os funcionamento do freio ABS:
Acesse: <https://www.youtube.
EMI-15-20
3
01. b. fa fa
221
Um bloco com massa de 20 kg encontra-se em repou-
so sobre uma superfície horizontal na qual o coeficiente de
atrito estático é 0,30. Considere g = 10 m/s2. Na tentativa de
fazer o bloco deslizar, uma pessoa aplica nele uma força F
paralela à superfície de apoio. Pergunta-se o que acontece p p
com o bloco (desliza ou fica parado?) e qual é o valor da for-
ça de atrito entre o bloco e a superfície de apoio, nos seguin- c. fa fa
Física
tes casos:
a. F = 50 N; b. F = 60 N; c. F = 70 N.
Resolução
Temos na figura a seguir a representação esquemática 0 p p
das forças que agem no bloco.
d. fa fa
Fa F
p p
e. fa fa
P
127
permanece parado e o módulo da força de atrito é 50 N. tante. Como o coeficiente de atrito dinâmico é menor do que o
b. F = 60 N. Neste caso, a força aplicada, em módulo, estático, a força de atrito dinâmico é menor do que a força de
é igual à força de atrito estático máxima. Portanto, o atrito estático máxima. Neste caso, temos o seguinte gráfico:
bloco está na iminência de movimento e o módulo da
força de atrito é 60 N. Fa
c. F = 70 N. Neste caso, a força aplicada, em módulo, é
maior que a força de atrito estático máxima. Por- Fatdest.
tanto, o bloco desliza e a força de atrito passa a ser Fatdinâmica
dinâmica (cinética).
0 p
p p
EMI-15-20
Alternativa correta: A
T2
T1
Observe, na figura, que o homem puxa a extremidade li- No caso específico de uma corda ideal, temos:
vre da corda com uma força F e esta é transmitida para o blo- T1 = T2 = T
co através da corda. Nessas condições, dizemos que a corda Em relação à terceira lei de Newton,
T1 e T 2 não formam um
está tracionada, ou seja, sob a ação de uma força de tração T. par ação-reação. A força de tração T1 é resultado da interação en-
Se considerarmos uma corda ideal − massa desprezível, tre a corda e o bloco; a reaçãoà força T1 encontra-se na corda. Por
flexível e inextensível (o comprimento permanece constante) −, outro lado, a força de tração T 2 é resultado
da interação entre o
as forças de tração nas extremidades da corda são iguais em homem e a corda; a reação à força T 2 encontra-se na corda.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Física na indústria
Sempre que estudamos tração, devemos levar em conta o tipo de cabo que é usado. Para simplificação dos exercícios, os cabos são
inextensíveis e de massa desprezível, porém nas indústrias que trabalham com sustentação de cargas os cabos são muito mais complexos
do que um simples fio, eles são compostos por quatro partes:
Arame
Perna
Alma
Cabo
O arame é o fio de aço propriamente dito. Um conjunto de arames torcidos formam a perna. A parte central do cabo é a
128
alma. Esta alma pode ser de fibra (natural ou sintética) – chamada de AF quando de fibra natural e de AFA quando de fibra
sintética – ou de aço (formada também por arames), chamada de AA (alma de aço constituída por uma perna) ou AACI (alma
constituída por um outro cabo independente).
A alma de fibra dá maior flexibilidade ao cabo de aço, porém menor resistência à tração, enquanto a alma de aço dá maior
resistência à tração, porém menor flexibilidade.
A especificação de um determinado tipo de cabo de aço – incluindo o número de arames por perna, o número de pernas,
e a torção – possui um padrão normatizado. Este padrão foi criado para que seja possível a identificação de um cabo de aço.
Atualmente, existem oito tipos de construção das pernas de um cabo de aço: 6 x 7, 6 x 19, 6 x 25, 6 x 36, 6 x 37, 6 x 41, 8 x 19 e 19 x 7.
O primeiro número indica a quantidade de pernas, e o segundo a quantidade de arames que formam as pernas. Cada tipo é indicado
para um trabalho em específico, pois cada um deles possui vantagens e desvantagens comparando-os uns contra os outros.
LIVRO DO PROFESSOR
3
01. Resolução
Um corpo de massa 5,0 kg está apoiado em uma balança e No bloco agem as forças peso (interação com a Terra),
221
é tracionado por um fio vertical, como mostra a figura. normal (interação com a balança) e tração (interação com o
fio), conforme mostra o diagrama seguinte.
N T
Física
P
129
x
Fel
LIVRO DO PROFESSOR
A força elástica da mola sobre o bloco age no sentido
de se opor à deformação (compressão).
F el = –k · x
terial de que é feita a mola, do formato da mola (espiral, heli- A figura seguinte mostra um corpo de massa
coidal), do comprimento e da espessura do material. Portan- 10 kg pendurado numa mola de constante elástica
221
to, cada mola possui uma constante elástica específica. No 2 000 N/m.
SI, a constante elástica k é dada em N/m (newton por metro).
Física
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Resolução
No bloco agem duas forças: a força peso (interação
com a Terra) e a força elástica (interação com a mola), con-
forme mostra a figura
P
130
A. Dinamômetro
O dinamômetro, aparelho para medir forças, utiliza a deformação de uma mola, conforme mostra a figura.
LIVRO DO PROFESSOR
newton (N)
0 1 2 3 4 5 6
A deformação de uma mola e uma escala graduada são os requisitos básicos para
o funcionamento de um dinamômetro.
Quanto maior o peso do bloco pendurado em um dinamô- Leia o texto sobre dinamometria no ser humano:
metro, maior a deformação da mola e, consequentemente, Acesse: <http://www.portaleducacao.com.br/educacao-
fisica/artigos/34295/dinamometria-metodo-de-
EMI-15-20
221
Também conhecido como dinamômetro de chassi, usa um ou dois rolos que giram impulsionados pelas rodas motrizes
do carro. Também existem alguns que variam a carga própria (ou resistência ao movimento), como se fosse uma esteira de
caminhada. Podem ser programados para simular a resistência do ar ou maior pressão aerodinâmica.
“O dinamômetro de chassi é uma boa maneira de avaliar o comportamento de um carro completo em regime máximo e
constante, simulando condições de rodagem reais”, afirma o professor Celso Argachoy, da FEI. Montadoras e empresas de
autopeças usam esse tipo de dino para fazer testes de emissões de poluentes e afinar os ajustes que assegurem um funcio-
namento correto em todas as condições atmosféricas.
Física
Dinamômetro de bancada
Aqui só o motor interessa. Os sistemas de refrigeração e escape são do próprio equipamento. A transmissão é acoplada ao
eixo do aparelho. Durante o funcionamento, diversos parâmetros do motor podem ser mensurados e ajustados em tempo real.
Para medições de potência, o motor é estabilizado numa determinada rotação e o ensaio é repetido com intervalos para os
lubrificantes voltarem à condição inicial. Renato Romio, engenheiro do Instituto Mauá, lembra que num laboratório o ambiente
controlado facilita as medições precisas. “No dinamômetro de chassi, se um pneu (superfície de contato com o rolo) estiver
mal calibrado, o resultado já estará comprometido”, diz.
180 45
160 40
140 35
Torque (m · kgf)
120 30
Potência (cv)
100 25
80 20
131
60 15
40 10
20 5
0 0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
4 000
4 500
5 000
5 500
6 000
6 500
7 000
7 500
8 000
8 500
LIVRO DO PROFESSOR
Potência Torque
Os gráficos gerados pelo dinamômetro, seja ele de chassi ou de bancada, informam valores de torque e potência, entre
outros parâmetros. No caso do torque, que, numa maneira simplificada, é a força absoluta, quanto mais plana a linha na tela
do dino, melhor. Isso mostra que a força está presente de maneira uniforme em vários regimes de rotação do motor. O torque
é importante para acelerar e retomar velocidade.
Sua unidade é o metro x quilograma-força (m · kgf) ou newton metro (N · m).
A combinação de torque com rotação do motor resulta na potência. Ela, por exemplo, será fundamental para se conhecer
a velocidade máxima do veículo.
Nos sonhos de qualquer tuneiro, um dinamômetro mostraria uma linha de potência subindo rapidamente para a estratos-
fera à medida que aumenta a rotação do motor.
Como não existe milagre mecânico, a partir de uma determinada rotação, cai a capacidade do motor de transformar com-
bustível em energia e a potência diminui. A unidade adotada comumente no Brasil é o cavalo (ou cavalo-vapor, cv).
Disponível em: <http://quatrorodas.abril.com.br/nitro/
EMI-15-20
reportagens/conteudo_157919.shtml>.
A. Interações mecânicas
221
Física
Interações
mecânicas
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Ação a
distância: peso
Força
elástica: molas
Força resultante
LIVRO DO PROFESSOR
FR = 0 FR ≠ 0
- Repouso Movimento
SERGEY NIVENS / SHUTTERSTOCK
- MRU. acelerado
EMI-15-20
Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
3
Forças peso e de contato (normal e atrito)
221
Exercícios de Aplicação
01. 03. IFSP
O peso de um astronauta na superfície da Terra é 750 N. Para transportar os operários numa obra, a empresa cons-
Física
Esse astronauta é transportado para a Lua, onde a aceleração trutora montou um elevador que consiste numa plataforma liga-
da gravidade é 1,6 m/s². Considerando que a aceleração da da por fios ideais a um motor instalado no telhado do edifício em
gravidade na Terra é 10 m/s2, determine: construção. A figura mostra, fora de escala, um trabalhador sen-
a. a massa do astronauta; do levado verticalmente para cima com velocidade constante,
b. o peso do astronauta na superfície da Lua. pelo equipamento. Quando necessário, adote g = 10 m/s2.
Resolução
Motor
a. Sendo o peso do astronauta na Terra igual a 750 N, sua
02. Unicid-SP
133
Segundo a Física clássica, em relação aos corpos, massa
é uma característica:
a. invariável, enquanto o peso é igual ao produto da mas-
sa do corpo pela aceleração da gravidade local.
b. invariável, enquanto o peso é igual à razão entre a
massa do corpo e a aceleração da gravidade local. Considerando-se as unidades de medida estabelecidas
c. invariável, enquanto o peso é igual à massa do corpo pelo Sistema Internacional, quem escreveu os dizeres da placa
somada à aceleração da gravidade local. cometeu um erro e, para corrigi-lo, bastaria trocar “600 kg” por:
d. variável, enquanto o peso é igual ao produto da massa a. 600 000 g. d. 600 N.
do corpo pela aceleração da gravidade local. b. 0,6 kgf. e. 6 000 N.
e. variável, enquanto o peso é igual à razão entre a massa c. 60 N. LIVRO DO PROFESSOR
do corpo e a aceleração da gravidade local.
Resolução
Resolução P = m · g ⇒ P = 600 · 10 ⇒ P = 6 000 N
De acordo com a Física clássica, a massa de um corpo é Alternativa correta: E
invariável e peso é o produto da massa pela aceleração da
gravidade. Habilidade
Alternativa correta: A Distinguir peso e massa e suas respectivas unidades.
EMI-15-20
Um armário de 20 kg encontra-se apoiado no piso de uma Três livros idênticos, de peso 8 N cada, encontram-se em
sala. Uma pessoa, pretendendo mudar o armário de lugar, em- repouso sobre uma superfície horizontal (ver figura). Qual é o
purra-o com uma força horizontal de 50 N. Observa-se que a módulo da força que o livro 2 exerce no livro 1?
força não é suficiente para deslocar o armário. Considere
Livro 3
g = 10 m/s2. Nessas condições, pode-se afirmar que:
a. a pessoa só conseguira mover o armário se aplicar g Livro 2
uma força maior que o peso do armário. Livro 1
Física
Seu espaço
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
EMI-15-20
3
Da teoria, leia os tópicos 1 e 2. b. está correta, pois o peso depende da aceleração da
221
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento gravidade do planeta.
c. está correta, pois a massa varia com a gravidade.
d. está incorreta, pois a massa não varia com a gravidade.
06. Sistema COC e. está correta, pois quanto menor a gravidade, maior o peso.
Um satélite artificial de massa 600 kg encontra-se em órbi-
ta a uma altura h acima da superfície da Terra. Considerando que 10.
nessa altura a aceleração da gravidade da Terra vale 5,0 m/s², Um satélite artificial gira em torno da Terra com velocidade
Física
determine a intensidade da força com que o satélite atrai a Terra. constante. A figura ilustra a Terra vista do espaço e quatro po-
sições, A, B, C e D, ocupadas pelo satélite em seu movimento.
07. PUC-RS
A
Um livro encontra-se apoiado sobre uma mesa plana e hori-
zontal. Considerando apenas a força de reação normal e a força
peso que atuam sobre o livro, são feitas as seguintes afirmativas:
I. As intensidades da força normal e da força peso são D B
iguais e uma é a reação da outra.
135
b. 9,8 m/s² e. 105 m/s² A respeito das grandezas massa e força peso, pode-se
c. 15 m/s² afirmar corretamente:
a. Massa é o mesmo que força peso, mas medida em
09. unidades diferentes.
Leia a tirinha do Garfield. b. Massa é uma característica intrínseca do corpo, en-
quanto a força peso representa a interação gravitacio-
nal entre o corpo e o planeta no qual este se encontra.
GARFIELD, JIM DAVIS © 1994 PAWS, INC. ALL RIGHTS RESERVED / DIST. UNIVERSAL UCLICK
13. UEA-AM
A figura representa uma brincadeira de criança em que
um carrinho de fricção sobe uma tábua inclinada de um
ângulo α com a horizontal. No meio da tábua, há uma caixa de
fósforos que o carrinho de fricção consegue empurrar.
4
3 7
8
5 2
Em relação à resposta do Garfield, podemos afirmar que: 6
9 1
EMI-15-20
II. força de reação da tábua sobre o carrinho; sem conseguir movimentá-lo. Explique o que acontece com
III. força de atrito sobre a caixa de fósforos. o módulo da força de contato: passa a ser maior, menor ou
Essas forças estão representadas, respectivamente, pe- continua igual ao peso do bloco?
las setas com os números:
a. 6, 3 e 8. 16. UPE
b. 9, 3 e 8. Suponha um bloco de massa m = 2 kg inicialmente
c. 9, 5 e 7. em repouso sobre um plano horizontal sem atrito. Uma for-
Física
15.
Um bloco encontra-se apoiado em uma superfície hori- a. 6,4 N e 4 m/s2
zontal, conforme mostra a figura. b. 13, 6 N e 4 m/s2
c. 20,0 N e 8 m/s2
d. 16,0 N e 8 m/s2
e. 8,00 N e 8 m/s2
136
LIVRO DO PROFESSOR
EMI-15-20
3
Atrito estático e dinâmico
221
Exercícios de Aplicação
01. 03. UEA-AM
Sobre as forças de atrito, responda às questões, justifi- Dois amigos, Caio e André, estão tentando arrastar juntos
Física
cando suas respostas. uma caixa de 400 kg, inicialmente em repouso sobre uma
a. A força de atrito é sempre contrária ao movimento de superfície plana e horizontal. O coeficiente de atrito estático
um corpo? entre a caixa e o solo vale 0,4. Caio puxa a caixa para a esquer-
b. Um bloco está em repouso sobre uma superfície ho- da, com uma força horizontal constante de 500 N. Ao mesmo
rizontal rugosa. Existe atrito entre o bloco e a superfí- tempo, André empurra a caixa também para a esquerda, com
cie? Existe força de atrito agindo no bloco? uma força também horizontal.
c. O que é mais fácil: colocar um bloco em movimento ou
manter um bloco em movimento? André
137
tático e cinético, entre o bloco e a superfície, valem, respecti-
vamente, 0,50 e 0,40. Considere g = 10 m/s2.
a. Aplica-se no bloco uma força de módulo 90 N paralela Resolução
à superfície de apoio. O bloco entra em movimento? Para iniciar o escorregamento, a força aplicada deve ser
Qual o valor da força de atrito no bloco? ligeiramente maior que a força de atrito estático máxima. As-
b. Responda ao item anterior considerando que o módulo sim, temos:
da força seja 120 N. Faplicada > Faemáx ⇒ FCaio + FAndré > µe · N
Resolução FCaio + FAndré > µe · m · g
a. A força de atrito estático máxima no bloco é: 500 + FAndré > 0,4 · 400 · 10
Faemáx = µe · N = µe · m · g ⇒ Faemáx = 0,50 · 20 · 10 ⇒ FAndré > 1 100 N LIVRO DO PROFESSOR
Faemáx= 100 N Alternativa correta: D
Como a força aplicada é 90 N, o bloco não entra em mo-
vimento. Portanto, a força de atrito no bloco vale 90 N. Habilidade
b. Para uma força aplicada igual a 120 N, temos: Diferenciar atrito estático e dinâmico.
F aplic. > Faemáx. Portanto, o bloco entra em movimento
acelerado. Neste caso, temos força de atrito dinâmico
e seu módulo vale:
Fad = µd · N = µd · m · g ⇒ Fad = 0,40 · 20 · 10
Fad = 80 N
EMI-15-20
Em uma partida de curling, uma jogadora arremessa uma Um homem aplica uma força F em um caixote de massa
pedra circular de 18 kg (ver figura a seguir), que desliza sobre M, que se encontra sobre uma superfície horizontal, por meio
o gelo e para a 30 m da arremessadora. de uma corda que faz um ângulo θ com a horizontal, conforme
mostra a figura.
F
θ
Física
Seu espaço
Sobre o módulo Acesse: <http://www.if.ufrj.br/~pef/producao_
Neste módulo 9, tratamos especificamente das forças de academica/dissertacoes/2010_Leonardo_Abeid/
atrito estático e dinâmico (cinético). Basicamente, procuramos roteiro_didatico_atrito_freios_ABS.pdf >.
esclarecer como tratar a força de atrito estático, que é contrária à
Com essa simulação pode-se trabalhar os conceitos de
tendência de escorregamento de um corpo, em duas situações:
atrito estático e dinâmico no plano horizontal.
1) o corpo continua em repouso. Neste caso, a força de
atrito, em módulo, é igual à força aplicada;
Acesse: <http://phet.colorado.edu/en/simulation/
138
3
Da teoria, leia o tópico 3. c. Realiza, juntamente com a plataforma, um movimen-
221
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento to retilíneo uniformemente acelerado, ambos com a
mesma aceleração.
d. Desliza sobre a plataforma para a esquerda, realizan-
06. do um movimento retilíneo uniformemente acelerado.
Um bloco com massa M = 10 kg, sob a ação de uma força F
de módulo 30 N, movimenta-se com velocidade constante so- 10. Unisa-SP
bre uma superfície horizontal rugosa, conforme mostra a figura. Um bloco A, de massa m, está colocado sobre um bloco B,
Física
de massa M, estando ambos inicialmente em repouso.
F O coeficiente de atrito estático entre os blocos A e B é µ · O
bloco B está sobre uma superfície plana horizontal sem atrito.
θ
M Uma força constante F é aplicada horizontalmente em B, con-
forme mostra a figura.
139
bloco desliza
sobre essa superfície e para após percorrer e. F = µ · g · (m + M).
5 m. Sendo g = 10 m/s2, o coeficiente de atrito cinético entre o
bloco e a superfície é: 11. Fatec-SP
a. 0,75 d. 0,37 Ítalo brinca com o carrinho que ganhou de presente arre-
b. 0,60 e. 0,25 messando-o sobre uma superfície horizontal, com uma veloci-
c. 0,45 dade de aproximadamente 5 m/s, levando o carrinho a parar so-
mente a 2,5 metros de distância do ponto de onde ele o lançou.
09. UERN Seu pai, um professor de Física, decide determinar o coe-
Na figura a seguir há uma superfície plana horizontal, so- ficiente de atrito (µ) entre a superfície e as rodas do carrinho,
bre a qual pode deslizar sem atrito a plataforma P de 2,0 kg de admitindo que a única força dissipativa seja a de atrito e que
massa. Sobre a plataforma é colocado um bloco B de 0,5 kg a aceleração da gravidade seja 10 m/s2. LIVRO DO PROFESSOR
de massa. Os coeficientes de atrito estático e cinético entre o O valor de μ encontrado corretamente pelo pai de Ítalo foi de:
bloco e a plataforma são, respectivamente, 0,4 e 0,2. a. 0,50. d. 1,25.
Observe: b. 0,80. e. 1,50.
c. 1,00.
B 12. UEA-AM
P Um bloco de 300 kg é empurrado por vários homens ao
F
longo de uma superfície horizontal que possui um coeficiente
de atrito igual a 0,8 em relação ao bloco. Cada homem é capaz
de empurrar o bloco com uma força horizontal, no sentido do
Sendo 7,5 N o módulo da força F horizontal aplicada à movimento, de até 500 N. Para mover o bloco, com velocidade
plataforma, o que ocorre com o bloco B, em relação a um refe- constante, são necessários X homens. Considerando g = 10 m/s2,
rencial fixo na terra? o menor valor possível para X é:
a. Desliza para a esquerda sobre a plataforma. a. 1. d. 7.
EMI-15-20
Um menino puxa através de uma corda ideal o seu cami- 02. O coeficiente de atrito estático entre a superfície e o
nhão de brinquedo, de massa 200 g, com uma força horizontal bloco é igual a X/(mg), em que g é a aceleração da
221
de módulo constante, F (ver figura). Um bloco de massa 100 g gravidade, dada em metros por segundo ao quadrado.
encontra-se inicialmente em repouso sobre a carroceria do ca- 04. O coeficiente de atrito cinético entre a superfície e o
minhão. O coeficiente de atrito estático entre o bloco e a carro- bloco é maior que X/(mg), em que g é a aceleração da
ceria vale 0,8. A resistência do ar e o atrito entre o caminhão e gravidade, dada em metros por segundo ao quadrado.
o solo são desprezíveis. Considere a aceleração da gravidade 08. No SI, os coeficientes de atrito cinético e estático são
igual a 10 m/s2. Qual é o valor máximo de F tal que o bloco não dados em newtons.
deslize sobre a carroceria do caminhão? (Para efeito de cálculo, 16. A força de atrito estático é sempre maior que a força
Física
16. UFAL
g F Uma criança tenta puxar a sua caixa de brinquedos, de
peso P, exercendo uma força de tensão numa corda ideal, de
módulo F e direção perfazendo um ângulo θ com a horizontal
a. 0,8 N d. 3,2 N (ver figura).
b. 1,6 N e. 4,6 N
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
c. 2,4 N
14. Fei-SP
Em uma transportadora, existe uma esteira para carregar
caixas que é inclinada de um ângulo α em relação à horizon-
tal. O coeficiente de atrito estático entre a caixa e a esteira é Caixa de
F
µe, e o coeficiente de atrito dinâmico entre a caixa e a esteira brinquedos
é µd. Qual é a máxima aceleração da rampa para que as caixas g θ
não escorreguem sobre a esteira quando estão subindo?
a. a = µd · g · sen α – g · cos α
b. a = µe · g · cos α – g · sen α
c. a = µe · g · sen α – g · cos α O coeficiente de atrito estático entre a caixa e o solo ho-
d. a = µd · g · cos α – g · sen α rizontal é denotado por µ. Assinale a expressão para o má-
e. Não é possível determinar a aceleração máxima sem ximo valor de F de modo que a caixa ainda permaneça em
conhecer a massa das caixas. repouso. (Para efeito de cálculo, considere a caixa como uma
partícula material.)
140
EMI-15-20
3
Tração e força elástica
221
Exercícios de Aplicação
01. 02.
Um homem amarra uma corda ideal em uma caixa e ar- A figura ilustra uma mola de constante elástica k = 400 N/m
Física
rasta-a com velocidade constante sobre um piso horizontal, em seu comprimento natural e deformada de 5,0 cm para
conforme ilustrado na figura seguinte. equilibrar um bloco com massa m. Adote g = 10 m/s2.
141
–T T
P
Fel
Um móbile pendurado no teto tem três elefantezinhos presos um ao outro por fios, como mostra a figura. As massas dos
elefantes de cima, do meio e de baixo são, respectivamente, 20 g, 30 g e 70 g.
221
Os valores de tensão, em newtons, nos fios superior, médio e inferior são, respectivamente, iguais a:
Física
NOTE E ADOTE
Desconsidere as massas
dos fios.
Aceleração da gravidade
g = 10 m/s2.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Exercícios Extras
04. UFG-GO 05.
Para proteção e conforto, os tênis modernos são equi- A figura ilustra um bloco de massa M suspenso por um fio
pados com amortecedores constituídos de molas. Um deter- e em equilíbrio. D é um dinamômetro que indica 50 N. Consi-
minado modelo, que possui três molas idênticas, sofre uma dere g = 10 m/s2.
deformação de 4 mm ao ser calçado por uma pessoa de
84 kg. Considerando-se que essa pessoa permaneça parada,
a constante elástica de uma das molas será, em kN/m, de:
Dado D
g = 10 m/s2. M
a. 35,0 d. 157,5
EMI-15-20
b. 70,0 e. 210,0
c. 105,0 Calcule a massa M do bloco.
3
221
Sobre o módulo Na web
Com este módulo 10, encerramos o capítulo sobre as Links sugeridos
interações mecânicas. Poderá ser solicitado aos alunos um Nessa aula, existe um tópico sobre o dinamômetro, que pode
mapa conceitual sobre como eles interligam os conceitos de- servir como “gancho” para uma atividade prática. Como no exemplo:
senvolvidos, tendo por base o modelo apresentado no final
do capítulo. Acesse: <http://fisicaparanormais.
blogspot.com.br/2013/03/roteiro-para-
Física
Ao desenvolver a ideia de tração em fios e cordas, é im-
construcao-de-dinamometro.html>.
portante salientar que fios e cordas só podem ser traciona-
dos; não podemos empurrar um bloco com um fio ou uma cor- Existem vários vídeos interessantes que mostram o fun-
da. Outro ponto é o conceito de fio ideal: flexível, inextensível cionamento de um dinamômetro usado em carros. Eles po-
e com massa desprezível. dem ser usados para motivar os alunos.
Em relação às molas, sugerimos o comentário, se houver
tempo disponível, sobre os corpos elásticos: retirada a força, Acesse: <https://www.youtube.com/
desaparece a deformação. Mas é preciso que a força aplicada
Acesse: <http://phet.colorado.edu/sims/
mass-spring-lab/mass-spring-lab_en.html>.
143
LIVRO DO PROFESSOR
EMI-15-20
T1A T2A
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento
06.
A figura mostra um dinamômetro e dois corpos de mas- T1B T2B
sas iguais pendurados em suas extremidades.
Física
10.
07. FEI-SP Uma caixa de madeira com massa de 500 kg repousa so-
Um bloco de massa 2,0 kg está na iminência de movimen- bre um piso horizontal. Um trator deve puxar a caixa com velo-
to preso a uma mola de constante elástica k, conforme figura. cidade constante por meio de um cabo de aço que é mantido
na horizontal. Sabendo-se que os coeficientes de atrito estáti-
k co e dinâmico entre a caixa e o piso valem, respectivamente,
m 0,4 e 0,3, determine a tração máxima que o trator exercerá no
cabo. Considere g = 10 m/s2.
3
rizontal F no fio A e mediu
o valor 2,0 cm para a deformação da d. Todas as afirmativas são corretas.
mola, quando a força F atingiu seu máximo valor possível, ime- e. Todas as afirmativas são incorretas.
221
diatamente antes que o bloco B se movesse. Para determinar
a massa do bloco B, este foi suspenso verticalmente, com o fio 15. Unioeste-PR
A fixo no teto, conforme indicado na figura 2, e o aluno mediu a Na figura, um bloco de massa M está preso a uma mola
deformação da mola igual a 10,0 cm, quando o sistema estava que se encontra esticada. O bloco está em repouso sobre
em equilíbrio. Nas condições descritas, desprezando a resis- uma superfície áspera. O coeficiente de atrito estático entre
tência do ar, o coeficiente de atrito entre o bloco e a tábua vale: o bloco e a superfície é µ. Considerando o bloco como par-
a. 0,1 d. 0,4 tícula, todas as forças mostradas na figura atuam no centro
Física
b. 0,2 e. 0,5 de gravidade. P é a força peso “exercida pela Terra”, N é a
c. 0,3 força normal “exercida pela superfície”, F é a força exercida
pela mola e f é a força de atrito, também exercida pela super-
13. Vunesp fície. Considerando o exposto, assinale a alternativa correta.
Em uma operação de resgate, um helicóptero sobrevoa
horizontalmente uma região levando pendurado um recipien- N
te de 200 kg com mantimentos e materiais de primeiros so-
corros. O recipiente é transportado em movimento retilíneo e
16. UEG-GO
Uma mola presa a uma parede, com um ângulo de 30º em
145
relação ao plano horizontal, é conectada a uma caixa de 300
Sabendo que o ângulo entre o cabo e a vertical vale θ, que gramas de massa, apoiada sobre uma mesa cujo coeficien-
sen θ = 0,6, cos θ = 0,8 e g = 10 m/s2, a intensidade da força te de atrito é de 0,2. Tendo em vista a descrição, determine a
de resistência do ar que atua sobre o recipiente vale, em N: deformação máxima que deve sofrer a mola para que a caixa
a. 500 d. 1 750 fique na iminência do movimento.
b. 1 250 e. 2 000
c. 1 500
Dado: Constante elástica da mola k = 3 ; aceleração da
14. gravidade g = 10 m/s2; sen 30º = 0,5; cos 30º = 0,86
Numa pista de gelo, onde o atrito é desprezível, um
menino com massa de 40 kg dá um puxão rápido em uma das LIVRO DO PROFESSOR
extremidades de uma corda de 5,0 m de comprimento. A outra
extremidade da corda está presa a uma caixa de 30 kg. Julgue
as afirmativas e assinale a alternativa correta.
I. A caixa e o menino entram em movimento em senti- Parede
dos contrários.
II. O encontro entre o menino e a caixa se verifica a 2,5 m
da posição inicial do menino. Caixa 30o
III. Como a massa do menino é maior que a da caixa, ele Mesa
adquire velocidade maior que a caixa.
IV. A tração exercida pelo menino na caixa é igual, em mó-
dulo, à tração que a caixa exerce no menino.
a. Somente as afirmativas I e II são corretas. Solo
b. Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
EMI-15-20
CYCLONEPROJECT/SHUTTERTSTOCK
Acessibilidade
Para garantir a acessibilidade para pessoas com deficiência, é necessário seguir normas rígidas na construção
de rampas de acesso, entre outras.
A rampa de acesso consiste em um plano inclinado cuja declividade não pode ultrapassar 8,33%. Esse valor
corresponde a aproximadamente 5°. Para simplificar, existe uma fórmula:
h·100
C=
8,33
Um sistema de blocos é um conjunto de dois ou mais mostrados anteriormente, envolve o cálculo da aceleração,
blocos que, de algum modo, estão interligados e que serão da força de contato entre os blocos e da tração no fio que in-
221
objeto de estudo. A interligação entre os blocos pode ser por terliga os blocos. Para isso, são fundamentais o diagrama de
meio de um contato ou através de um fio. As figuras (a), (b) e forças em cada bloco e as leis de Newton.
(c) seguintes ilustram três possíveis situações de interliga- Devemos lembrar que as forças a ser consideradas são:
ção entre blocos.
A • Peso (P ) − interação
de cada bloco com a Terra;
• Contato (normal N e atrito Fa ) − interação de cada blo-
Fio co com a superfície de apoio;
F F B
Física
APRENDER SEMPRE 25
01. 02.
Em uma superfície plana, horizontal e perfeitamente Na figura seguinte, temos dois corpos, A e B, de massas
lisa (sem atrito), estão apoiados dois blocos, A e B, de mas- iguais a 4,0 kg e 6,0 kg, respectivamente. O sistema é aban-
sas 5,0 kg e 7,0 kg, respectivamente. Uma pessoa aplica donado do repouso e o coeficiente de atrito entre o bloco A e
uma força horizontal de 36 N no bloco A, conforme mostra a superfície de apoio é 0,25. Considere a roldana e o fio ideais.
a figura.
A
F = 36 N
A B
g = 10 m/s2
B
Determine:
a. a aceleração de cada bloco; Determine:
b. a intensidade da força com que o bloco A empurra o a. a aceleração do sistema de blocos;
148
PA
PB
a. Bloco A
• Vertical : NA = PA (normal e peso se equilibram);
Observe que, nos dois blocos, na vertical, as forças peso • Horizontal : FR(A) = TA − Fa(A) ⇒ mA · a = TA − µ · NA
e normal se equilibram. 4 · a = TA − 0,25 · 4 · 10 ⇒ 4 · a = TA − 10 1
a. Na horizontal, os blocos apresentam a mesma acele- Bloco B
ração. Assim, temos: • Vertical : FR(B) = PB − TB ⇒ mB · a = mB · g − TB
• Bloco A : FR(A) = F − f ⇒ 5 · a = 36 − f 1 6 · a = 6 · 10 − TB ⇒ 6 · a = 60 − TB 2
• Bloco B : FR(B) = f ⇒ 7 · a = f 2 Somando-se as expressões 1 , 2 membro a membro, e
Substituindo 2 em 1 , obtemos: lembrando que TA = TB (fio ideal), obtemos:
5 · a = 36 − 7 · a ⇒ 12 · a = 36 4 · a + 6 · a = −10 + 60 ⇒ a = 5,0 m/s²
a = 3,0 m/s2 b. A intensidade da tração (TA = TB = T) que liga os dois
b. A força f de contato com que o bloco A empurra o blo- blocos é dada por:
co B vale: 1 4 · 5 = T − 10 ⇒ T = 30 N
Em 2 : f = 7·a ⇒ f = 7 · 3 O mesmo resultado seria obtido caso usássemos a ex-
EMI-15-20
f = 21 N pressão 2 .
4
Um bloco em movimento vertical pode ser utilizado para explicar o movimento de um elevador subindo ou descendo. Devido
à possibilidade de se controlar o valor da tração no cabo do elevador, este pode movimentar-se para cima ou para baixo com
221
velocidade constante (MRU), ou em movimento com aceleração – acelerado ou retardado.
Física
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
"SSGUY/SHUTTERTSTOCK"
O movimento de um elevador pode ser uniforme (velocidade constante) ou variado (velocidade aumentando ou diminuindo).
149
Assim, os elevadores podem ser tratados como um bloco Elevador descendo
de massa M sob a ação de duas forças: o peso e a tração no • Se T < P: o elevador está descendo em movimento
cabo, conforme figura. acelerado. Nesse caso, a força resultante é dada por:
FR = P − T;
T • Se T > P: o elevador está descendo em movimento
retardado. Nesse caso, a força resultante é dada por:
FR = T − P;
M • Se T = P: o elevador está descendo em movimento uni-
forme. Nesse caso, a força resultante é nula e T = P.
No caso de o elevador estar parado em qualquer andar,
P temos: FR = 0 e T = P. LIVRO DO PROFESSOR
Um elevador pode ser representado por um bloco de O mesmo estudo pode ser feito para uma pessoa, ou um blo-
massa M sob a ação das forças peso e tração. co, colocado dentro de um elevador. Nesse caso, basta trocar a for-
ça de tração pela força normal entre o bloco e o piso do elevador.
Independentemente de o elevador estar subindo ou des-
cendo, o módulo da força de tração pode ser maior, menor ou
igual ao módulo da força peso. Assim, temos as seguintes
possibilidades:
Elevador subindo
N
• Se T > P: o elevador está subindo em movimento
acelerado. Nesse caso, a força resultante é dada por:
FR = T − P;
• Se T < P: o elevador está subindo em movimento
retardado. Nesse caso, a força resultante é dada por: P
FR = P − T;
EMI-15-20
• Se T = P: o elevador está subindo em movimento uni- Em um bloco (ou uma pessoa) dentro de um
forme. Nesse caso, a força resultante é nula e T = P. elevador agem duas forças: peso e normal.
Chamando Capacidade
o elevador Respeite o limite de peso e de
Aperte o botão de chamada apenas passageiros indicados na cabine.
uma vez. Insistência e força não vão Garanta a segurança e o conforto dos
fazer o elevador chegar mais rápido e passageiros respeitando esta norma
podem danificar o sistema que além de tudo, é lei.
provocando atrasos maiores.
Soleiras Emergência
Entre e saia da cabine sempre Se faltar energia elétrica não se afobe.
olhando para as soleiras das portas. Não tente sair do elevador sozinho e
cuidado com a ajuda de outras pessoas.
APRENDER SEMPRE 26
01. Fuvest-SP
Um bloco de massa 20 kg está apoiado numa balança, calibrada em newton, existente dentro de um elevador. Considere
g = 10 m/s². Com o elevador em movimento, a indicação da balança é 150 N.
a. Explique se o elevador está subindo ou descendo;
b. Supondo que o elevador esteja descendo, determine sua aceleração.
Resolução
LIVRO DO PROFESSOR
P
O peso do bloco vale:
P = m · g ⇒ P = 20 · 10 ⇒ P = 200 N
O módulo da força normal corresponde à indicação da balança. Assim: N = 150 N.
Sendo N < P, existem duas possibilidades: o elevador pode estar subindo em movimento retardado ou descendo em
movimento acelerado.
b. No caso de o elevador estar descendo, temos:
EMI-15-20
4
As roldanas, ou polias, são dispositivos mecânicos que pela pessoa e a roldana fixa somente inverte o sentido da for-
nos auxiliam na realização de determinadas tarefas. Uma ça: a pessoa puxa a corda para baixo.
221
roldana pode ser utilizada com o objetivo de se alterar a dire- Um dos primeiros físicos a perceber a utilidade de uma rol-
ção e/ou o sentido de uma força de tração aplicada em uma dana móvel para multiplicar a ação de uma força foi Arquimedes.
corda, ou de multiplicar o módulo da força aplicada. Assim,
A. Roldana fixa
Física
A figura seguinte ilustra o funcionamento de uma roldana fixa.
T1
T2
B. Roldana móvel
É possível uma pessoa equilibrar um bloco de 200 N (20 kg)
aplicando uma força de 100 N, metade do peso do bloco?
A resposta é sim. Isso é possível por meio de uma roldana móvel,
conforme mostra a figura. Arquimedes, sábio grego, viveu em Siracusa, ilha próxima da Itália,
de 287 a.C. a 212 a.C. Sua obra científica é considerável, tanto em
matemática quanto em física. Deu início aos estudos de geometria
100 N F = 100 N infinitesimal, aperfeiçoou o sistema numérico grego e criou um
151
método para o cálculo aproximado de π. Em física, foi o iniciador
dos estudos da estática dos sólidos, assim como da hidrostática.
Atribui-se a Arquimedes a invenção de mecânicas sutis: alavancas,
cadernais, máquinas de guerras. Foi morto pelos romanos durante a
tomada de Siracusa. (Dicionário Enciclopédico Ilustrado Larousse)
200 N
Na roldana móvel, a intensidade da força de tração Cardenal: Aparelho usado para levantar e puxar cargas
aplicada no centro da roldana é igual ao dobro da pesadas, consiste em um conjunto de cordas e duas ou
intensidade da força de tração no fio que a envolve.
mais roldanas.
De acordo com a figura, a pessoa aplica uma força F = 100 LIVRO DO PROFESSOR
N na extremidade livre da corda e equilibra o peso de 200 N.
Isso é possível porque o teto, onde está presa a outra extremi-
NORMAN / SHUTTERSTOCK
Uma pessoa utiliza um arranjo com três polias, uma de Atwood, que permite calcular a aceleração de queda de cor-
fixa e duas móveis, para levantar um bloco de 100 N, con- pos ou a aceleração da gravidade, usando-se as leis de Newton.
forme mostra a figura. Esse dispositivo consta de uma polia fixa em um suporte, ou
no teto, e dois corpos de massas diferentes presos às extremi-
dades de um fio ideal que passa pela polia (roldana), conforme
1 mostra a figura.
Física
100 N
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
A B
Determine a intensidade da força que a pessoa deve Dispositivo mecânico conhecido como máquina de Atwood.
exercer na corda para equilibrar o bloco.
Considerando que a massa do corpo A seja maior do que a
Resolução massa do corpo B, observaremos que o bloco A desce em mo-
Devemos observar que: vimento acelerado e B sobe em movimento acelerado, ambos
• a polia 3 “divide” ao meio o peso do bloco; a partir do repouso e com a mesma aceleração em módulo.
• a polia 2 “divide” ao meio a metade do peso do bloco; Nessas condições, temos os seguintes diagramas de forças:
• a polia 1 apenas inverte o sentido da força.
TA TB
Assim, temos o seguinte diagrama de forças:
A B
PB
1
PA
25 N 25 N 25 N Diagrama de forças nos blocos constituintes da máquina de Atwood.
2
152
50 N
Como o fio é ideal, temos, em módulo: TA = TB = T. A partir
50 N 50 N
das expressões para a força resultante de cada bloco, pode-
3
mos determinar a aceleração do conjunto, conhecendo-se a
aceleração da gravidade no local. Acompanhe o exercício re-
100 N solvido a seguir.
g = 10 m/s2
A B
4
Resolução Py possuem o mesmo módulo; elas se equilibram:
Como o bloco B possui massa maior que o bloco A, o N = Py = P · cos α
221
bloco B desce em movimento acelerado e o bloco A sobe No eixo x, temos as seguintes possibilidades:
em movimento acelerado, ambos com a mesma acelera- • Se Px = P · sen α = Fae ⇒ o bloco está em repouso;
ção, em módulo, e a partir do repouso. Utilizando o diagra- • Se Px = P · sen α = Faemáx ⇒ o bloco está na iminência
ma de forças mostrado na máquina de Atwood anterior, e de escorregar;
lembrando que TA = TB = T, escrevemos: • Se Px = P · sen α > Faemáx ⇒ o bloco escorrega rampa
abaixo com atrito cinético. Neste caso, a aceleração do
• Bloco A : FR(A) = TA − PA ⇒ mA · a = T − mA · g 1 bloco é dada por:
Física
FR = Px − Fd ⇒ m · a = m · g · sen α − µd · N
• Bloco B : FR(B) = PB − TB ⇒ mB · a = mB · g − T 2 m · a = m · g · sen α − µd · m · g · cos α
APRENDER SEMPRE 29
5. Plano inclinado
Vamos considerar inicialmente um bloco colocado em um 01. Fuvest-SP
plano inclinado (rampa). Nessas condições, o bloco fica sob a Um estudante monta um experimento para deter-
ação das forças peso e de contato (normal e atrito), podendo minar o coeficiente de atrito estático entre um bloco e
permanecer em repouso devido ao atrito estático ou escorre- uma tábua de madeira. Ele coloca o bloco sobre a tábua
gar rampa abaixo com atrito cinético. e vai levantando uma das extremidades da tábua,
formando um plano inclinado, e observa que, num dado
y instante, o bloco fica na iminência de escorregar.
153
C Com um transferidor, ele mede o ângulo de inclinação
N da rampa e obtém 15º. Sendo sen 15º = 0,26 e
cos 15º = 0,96, qual é o coeficiente de atrito estático
Fa entre o bloco e a tábua?
Resolução
α A figura seguinte ilustra as forças que agem no bloco
x
P no plano inclinado.
α
N
LIVRO DO PROFESSOR
Fa
Py α sen 15º
x
µe =
cos 15º
P
α
0,26
µe = ⇒ µe = 0,27
0,96
EMI-15-20
Exercícios de Aplicação
01. UFRJ 03. UFSJ-MG
Três blocos, A, B e C, com massas iguais, deslizam sobre Um elevador funciona de acordo com o esquema simplifi-
Física
uma superfície horizontal sem atrito, puxados por uma força, cado mostrado na figura abaixo. Um motor é responsável por
conforme mostra a figura. exercer uma força sobre o elevador por meio de um cabo de
aço. Passando por uma roldana, outro cabo de aço liga o ele-
F vador a um contrapeso.
A B C
Motor
tante.
F A c. à soma dos módulos do peso do elevador e o peso
B do contrapeso.
d. à diferença entre os módulos do peso do elevador e o
peso do contrapeso.
a. Faça o diagrama de forças nos blocos A e B.
Resolução
b. Existe força resultante em cada um dos blocos?
Justifique. Velocidade constante: FR = 0 ⇒ Tm + Tcp = P
Tm = P − Tcp
Resolução Alternativa correta: D
LIVRO DO PROFESSOR
PB
PA
4
04. UEA-AM 05. UEA-AM
221
Um guindaste deve erguer verticalmente uma carga de Uma pessoa entra num elevador carregando uma sacola
uma tonelada (1 000 kg). Se a carga for puxada pelo guindas- contendo produtos, adquiridos num supermercado, com uma
te com uma aceleração constante de 1 m/s 2 , sendo massa total de 10 kg. Ao acionar o andar desejado, o elevador
g = 10 m/s2, a tração que o cabo deve suportar, em kgf, vale: inicia a subida em movimento acelerado; em seguida, man-
a. 1 000. tém a velocidade constante e, finalmente, desacelera até pa-
b. 1 100. rar. Compare a força exercida pela pessoa nas alças da sacola
c. 2 000. com a força peso da sacola nas três etapas do movimento do
Física
d. 10 000. elevador: acelerado, uniforme e retardado. Se necessário, utilize
e. 11 000. g = 10 m/s2.
Seu espaço
Sobre o módulo
Neste módulo, que trata da análise de sistemas de blocos em movimento na horizontal e na vertical, sugerimos escolher
155
LIVRO DO PROFESSOR
EMI-15-20
Da teoria, leia os tópicos 1 e 2. massa de 1 000 kg, a intensidade da força resistente ao mo-
221
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento vimento, provocada pela lama, tem intensidade, em newtons,
igual a:
a. 4 000
06. UFV-MG b. 6 000
Um elevador ora se encontra em repouso, ora sobe com c. 14 000
velocidade de módulo constante v, ora desce com velocidade d. 20 000
de módulo constante 2 · v. Indicando-se por T0, T1 e T2, respec- e. 24 000
Física
08.
Em uma superfície plana e horizontal, apoiam-se dois
blocos A e B, ligados por um fio. Aplica-se no bloco A uma força A
F = 200 N, paralela à superfície, como mostra a figura.
156
4
O arranjo experimental ilustrado na figura a seguir mostra A
um bloco A de massa mA sobre uma superfície horizontal ligado,
221
por um fio inextensível e de massa desprezível, a um bloco B de B
massa mB. Considerando os blocos em movimento e a acelera- Edifício
ção da gravidade igual a 10 m/s2, analise as afirmativas que se
seguem e assinale V, para as verdadeiras, ou F, para as falsas.
A Nível do solo
Física
O coeficiente de atrito entre o bloco A e a superfície de
B apoio é 0,25. Nessas condições, determine a aceleração do
sistema e a tração no fio que une os blocos.
157
a. Determine a intensidade da força de tração aplicada
pelo cabo à cápsula, para levá-la à superfície, nas con-
dições do problema.
θ MA g b. Admita que, numa situação de emergência no res-
MB
F
gate de um mineiro de 60 kg, tenha sido necessário
aumentar a velocidade de subida da cápsula de
0,7 m/s para 2,1 m/s, em 4 s. Determine, nesse inter-
15. UFPR modificado valo de tempo, qual teria sido a intensidade da força
Uma caixa A de 20 kg apoiada no alto de um edifício está média aplicada pelo piso da cápsula sobre os pés do
presa por um fio ideal a outra caixa B de 30 kg suspensa na late- mineiro transportado. Adote g = 10 m/s2.
ral do edifício, conforme mostra a figura. Considere g= 10 m/s2. LIVRO DO PROFESSOR
EMI-15-20
Exercícios de Aplicação
01. PUC-RS A partir desses resultados e desprezando os atritos e a massa
Numa obra de construção civil, os operários transportam da roldana, o valor da massa X encontrado, em kg, foi igual a:
Física
F Resolução
Denominando mA = 2,0 kg; mB = 5,0 kg e considerando
g = 10 m/s2, a aceleração do sistema é dada por:
m + mX - mA 5 + mX - 2
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
a= B ·g ⇒ 5 = ·10
mA + mB + mX 2 + 5 + mX
Resolução
A roldana móvel “divide” o peso P do bloco ao meio. As-
sim, a tração no fio que envolve a roldana é P/2. Portanto, F
deve ser ligeiramente maior que P .
158
2
Alternativa correta: B Palco
02. Cefet-MG
Dispondo-se de uma régua milimetrada, uma roldana fixa
e de um cronômetro, um estudante realizou o seguinte expe-
rimento para determinar o valor de uma massa desconhecida, 30°
conforme mostrado a seguir.
Se os fios e as polias utilizados forem ideais, se despre-
LIVRO DO PROFESSOR
distância percorrida pela massa de 5,00 kg e o correspondente Calcular a resultante das forças e aplicar as leis de Newton
intervalo de tempo, calculou a aceleração e encontrou 5,00 m/s2. em sistemas de blocos, polias e plano inclinado.
4
04. UCPel-RS
221
Um bloco de peso P está em repouso sobre um plano in-
clinado rugoso. O módulo da força N que o plano exerce sobre
o bloco é: g
a. sempre menor que a força de atrito entre o bloco e o
plano. m
b. igual ao peso do bloco. P
c. maior que o peso do bloco.
Física
d. maior ou menor que o peso do bloco, dependendo da F
inclinação do plano. Para que o alteta consigaerguer o corpo com velocidade
e. menor que o peso do bloco. constante, o módulo da força F a ser aplicada na ponta da cor-
da, em newtons, deverá ser igual a
05. Unisa-SP a. 300
Em uma academia de ginástica foi montado um sistema b. 450
de roldanas para um atleta, cuja finalidade era erguer um c. 500
corpo de massa homogênea m = 150 kg, em um local onde d. 600
Seu espaço
Sobre o módulo sas inclinações. É interessante fazer uma prática explorando
Neste módulo, temos as aplicações das roldanas, ou po- esse tema. Comece com a pergunta: qual a maior inclinação
lias, da máquina de Atwood e do plano inclinado. Alguns pon- de rua que vocês conhecem? Segundo o artigo, a grande
tos que devem ser destacados: maioria responderá que é maior que 30°.
• A diferença básica entre uma polia fixa e uma polia Após coletar as hipóteses, peça que eles fotografem as
móvel. Deixar claro que, se pretendemos um ganho na ruas e meçam suas inclinações. Por fim, peça para que eles
intensidade da força, devemos optar pela polia móvel confrontem os dados com suas hipóteses.
− cada polia móvel duplica a força aplicada −, pois a
polia fixa é utilizada para alterar a direção e/ou o senti- Acesse: <http://www.sbfisica.org.br/
do da força; fne/Vol8/Num2/v08n02a04.pdf>.
159
• No plano inclinado, uma vantagem é decompor as for-
ças peso e de contato em duas direções, uma paralela Com essa simulação, pode-se trabalhar os conceitos de
ao plano e outra perpendicular ao plano. Esse procedi- atrito no plano inclinado.
mento facilita o entendimento do problema.
• Com relação à utilização da força de atrito, a diferença Acesse: <http://phet.colorado.edu/en/simulation/
entre repouso e iminência de movimento. Vários exer- ramp-forces-and-motion#translated-versions>.
cícios exploram esse conhecimento.
Experimentos
Na web
LIVRO DO PROFESSOR
VIRTUAL LAB FÍSICA
Links sugeridos
Atividade
O artigo indicado a seguir fala sobre a inclinação das ruas,
sendo que a maioria dos alunos superestima os valores des- 5- Rolando no plano inclinado
EMI-15-20
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento Um caixote de peso 200 N é transportado com velocidade
constante por uma esteira rolante inclinada de um ângulo θ =
37º com a horizontal (ver figura). Devido ao atrito, o caixote
06. UCCB-SP não desliza sobre a esteira .
Com apoios sobre uma viga horizontal, montou-se o sis- Considera-se que sen(37º) = 0,6 e cos(37º) = 0,8. Os
tema esquematizado a seguir. coeficientes de atrito estático e cinético entre o caixote e a
esteira são respectivamente iguais a 0, 8 e 0, 4. Qual é o mó-
Física
F
g
θ
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
a. 100 N
b. 120 N
A intensidade da força horizontal que deve ser aplicada c. 140 N
sobre o cabo, para que o corpo de peso 2 400 N seja mantido d. 180 N
em equilíbrio estático, sem tocar no chão, tem valor, em N, de: e. 200 N
a. 400 d. 1 200
b. 600 e. 1 600 10. UFSCar-SP modificado
c. 800 Com motores mais potentes, caminhões com duas car-
retas têm-se tornado muito comuns nas estradas brasileiras.
07. FEI-SP
Nos portos, para carregar navios, os guindastes possuem Cavalo Carreta 1 Carreta 2
um sistema de polias móveis para multiplicar a força, visto
que as cargas a serem elevadas são muito pesadas. Um guin-
daste simples possui o esquema a seguir. Qual é a força que
o motor deverá fazer para elevar uma carga de 1 tonelada?
160
Engate 1 Engate 2
4
co B para que o bloco A fique na iminência de subir? Dois blocos idênticos, de peso 10 N cada, encontram-se
em repouso, como mostrado na figura a seguir. O plano in-
221
clinado faz um ângulo θ = 37° com a horizontal, tal que são
considerados sen 37° = 0,6 e cos 37° = 0,8. Sabe-se que os
respectivos coeficientes de atrito estático e cinético entre o
bloco e o plano inclinado valem µe = 0,75 e µc = 0,25. O fio
ideal passa sem atrito pela polia. Qual é o módulo da força de
atrito entre o bloco e o plano inclinado?
Física
B
A Piso
g
12. FGV-SP θ
Quanto às leis de Newton, suas aplicações e consequên-
cias, considere as afirmações seguintes: a. 1N
161
13. FGV-SP
A figura representa dois alpinistas, A e B, em que B, ten-
do atingido o cume da montanha, puxa A por uma corda, aju-
dando-o a terminar a escalada. O alpinista A pesa 1 000 N e
está em equilíbrio na encosta da montanha, com tendência
de deslizar num ponto de inclinação de 60° com a horizontal
(sen 60° = 0,87 e cos 60° = 0,50); há atrito de coeficiente 0,1
entre os pés de A e a rocha. No ponto P, o alpinista fixa uma rol-
dana que tem a função exclusiva de desviar a direção da corda.
LIVRO DO PROFESSOR
P
B
II.
F
A
60o
b. 430 e. 920
c. 500
b. II, apenas.
c. III, apenas.
221
d. I e II, apenas.
e. I, II e III.
F
16. UECE
Uma esfera, inicialmente parada, desce um plano inclina-
do, rolando sem deslizar, na presença da gravidade terrestre.
Desprezando-se a resistência do ar, pode-se afirmar correta-
Física
mente que
a. há força de atrito apenas estático atuando na esfera.
b. há força de atrito apenas dinâmico atuando na esfera.
Melhor se obterá o efeito desejado na(s) montagem(ns) c. não há força de atrito estático atuando na esfera.
representada(s) por: d. há forças de atrito estático e dinâmico atuando na esfera.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
162
LIVRO DO PROFESSOR
EMI-15-20
AT 222
M Capítulo 2 ................164
a
Módulo 4 .............178
Módulo 5 .............182
sic
Fí Módulo 6 .............189
UÍ
Q
O
BI
O
LP
IS
GE H
O L
FI
C
S
SO
FÍ
B
GA
PIXINOO/SHUTTERSTOCK
No País de Gales existe uma competição curiosa, a corrida de caracóis. Esses moluscos gastrópodes
terrestres de concha espiralada e calcária podem deslocar-se em movimento uniforme com uma velocidade de até
0,0450 km/h ou 0,0125 m/s. Dessa forma, o tempo mínimo gasto por um caracol, em uma corrida de 100 metros
rasos, seria de:
v = ∆s ⇒ ∆t = ∆s
∆t v
∆t = 100 = 8 000 s
0,0125
Haja paciência para assistir a uma corrida de 2 horas, 13 minutos e 20 segundos!
Estudaremos neste capítulo os conceitos relativos ao chamado movimento uniforme (MU). Podemos considerá-lo como o
movimento mais simples que os corpos podem executar.
222
Um movimento será chamado de uniforme quando o módulo da velocidade for constante, durante todo o movimento do
móvel, em relação a certo referencial.
Encontramos na natureza exemplos interessantes desse tipo de movimento. Uma pessoa caminhando com passadas
iguais e sempre no mesmo ritmo descreve um movimento uniforme. Um automóvel cuja indicação no velocímetro é diferente de
zero e constante (não aumenta nem diminui) também descreve um movimento uniforme.
Física
Ciências da natureza e suas tecnologias
CLÁUDIA SILVEIRA DA SILVA
a = am = 0
x = 2,0 m
4. Um móvel animado de um movimento uniforme pode
descrever trajetórias retilíneas ou curvilíneas. t=0
A. Trajetória retilínea
Considere uma bexiga contendo gás leve, livre da B. Trajetória curvilínea
ação de ventos, que sobe em movimento retilíneo e com Como exemplo de trajetória curvilínea, podemos
velocidade escalar constante de 2,0 m/s (para pequenas considerar uma criança sentada numa cadeira de uma
altitudes). Observe que a bexiga percorre distâncias iguais roda-gigante em movimento. Se a velocidade de rotação da
em intervalos de tempo iguais. Por todos os quesitos roda-gigante é constante, então a criança vai descrever um
apresentados, podemos concluir que o movimento é movimento circular e uniforme (MCU).
retilíneo e uniforme (MRU).
EMI-15-10
2
Por convenção, quando a velocidade de um móvel for
positiva (v > 0), o móvel estará se deslocando no mesmo
222
sentido da orientação da trajetória. Chamamos esse tipo de
v>0
Física
Roda-gigante
Em contrapartida, quando a velocidade de um móvel for
2. Função horária dos espaços para negativa (v < 0), o móvel estará se deslocando em sentido
oposto ao da orientação da trajetória. Chamamos esse tipo de
um movimento uniforme (MU) movimento de movimento retrógrado.
Consideremos um ponto material que se encontra em um
movimento uniforme com velocidade escalar v, descreven- v<0
t0 = 0
v
t
s0 v
O adjetivo progressivo significa que avança; e retrógra-
s do (também chamdo de regressivo), que anda para trás.
167
Como t0 = 0 e vm = v, então: e suas posições obedecem à função horária: s = 4 + 5 · t,
s - s0 com unidades no SI. Determine:
v= a. o espaço inicial (ou posição inicial);
t
b. a velocidade escalar.
Isolando o espaço (s):
v · t = s – s0 Resolução
Comparando a função dada com a função horária dos
s = s0 + v ⋅ t espaços
Função horária dos espaços para o MU s = s0 + v0 · t
s=4 + 5·t
Podemos observar que esta é uma função do 1o grau, em a. s0 = 4 m LIVRO DO PROFESSOR
que s0 é a posição inicial do móvel; s é a posição do móvel no b. v = 5 m/s
instante t, para uma dada velocidade escalar v.
A função horária dos espaços determina o espaço ou
posição do móvel num instante qualquer de movimento. 4. Diagramas horários
Assim, se as posições do móvel obedecerem à função O estudo dos diagramas horários ou gráficos dos movi-
s = 6,0 + 4,0 · t , com unidades no SI, significará que o móvel mentos tem-se mostrado uma ferramenta poderosa de traba-
partiu da posição s0 = 6,0 m, com velocidade de v = 4,0 m/s. lho na cinemática. Nesta parte, estudaremos os diagramas do
Dessa forma, para cada instante de movimento, teremos uma movimento uniforme.
respectiva posição.
A. Diagrama do espaço x tempo
s = 6,0 + 4,0 · t Consideremos a tabela abaixo, que foi obtida medindo-se
a posição de um ponto material em função do tempo.
t = 0 s ⇒ s = 6,0 m
t = 1,0 s ⇒ s = 10 m t(s) 0 1 2 3 4 5
EMI-15-10
t = 2,0 s ⇒ s = 14 m s(m) 6 9 12 15 18 21
t = 3,0 s ⇒ s = 18 m
da, como a grandeza posição se modifica com o passar do vimento uniforme, por meio de um diagrama horário dos es-
tempo. Por exemplo, se desejarmos fazer uma previsão da paços (diagrama espaço-tempo), obtemos sempre uma reta
222
posição do ponto em um instante posterior a 5 s, lançando inclinada. O coeficiente angular dessa reta é dado pela veloci-
mão apenas da tabela, poderemos ter alguma dificuldade de dade escalar v e o linear, pelo s0.
encontrar esse valor.
Se lançarmos esses dados num sistema cartesiano (x, Esquematicamente, temos:
y), atribuindo ao eixo vertical (ordenada) as posições medi- a. para movimentos progressivos (v > 0)
das em metros e ao eixo horizontal (abscissa), os instantes
em segundos, teremos melhor visualização de como a posi- s
Física
s (m) s0
24
0 t
21
18
b. para movimentos retrógrados (v < 0)
Ciências da natureza e suas tecnologias
15
12 s
9
6 s0
3 t (s)
0 1 2 3 4 5
0 t
Como a variação de posição no espaço é uniforme, de 3 m
a cada segundo, então a curva descrita no gráfico é retilínea. Muitas vezes, para resolver um exercício de cinemática,
Como o corpo percorre espaços iguais em tempos iguais, po- será necessário construir um diagrama horário dos espaços.
demos afirmar que o movimento é uniforme. Veja o exemplo:
Vamos tomar outra tabela e lançar os dados num diagra-
ma s x t. Um móvel obedece à função horária s = 4 + 2 · t, com
unidades no SI. A partir dessa função horária, construa o grá-
t(s) 0 1 2 3 4 5 fico s x t.
168
2
t(s) 0 1 2 3
s(m) 4 6 8 10
0 1 2 3 4 5 t (s)
–2 Colocando os dados da tabela no gráfico, temos:
s (m)
Como a variação de espaço é uniforme, ou seja, o espaço 12
diminui 2 m a cada segundo, então a curva descrita no gráfico
10
é retilínea. Como o corpo percorre espaços iguais em tempos
iguais, podemos afirmar que o movimento também é uniforme. 8
Estudamos anteriormente que todo movimento uniforme
tem como função horária do espaço uma função do 1o grau. 6
4
s = s0 + v · t 2 t (s)
EMI-15-10
0 1 2 3
2
dos espaços e deverá determinar o espaço inicial e a velocida- da velocidade escalar média.
de escalar. Veja o exemplo: s2 − s1 0 − 8 −8
222
v = vm = = = = −4 m / s
s (m) t 2 − t1 2 − 0 2
Podemos, ainda, calcular a velocidade usando artifícios
8 da trigonometria.
4 s (m)
t (s)
Física
0 8 s0
1 2 3
∆s
θ t (s)
A partir do gráfico, temos s0 = 8 m (ponto em que o gráfico 0 2
intercepta o eixo s). ∆t
v = v m = ∆s = tg θ
N N
8 s0 ∆t
Cateto oposto
v = v m = − tg θ = − = −8 = − 4 m / s
Cateto adjacente 2
t (s) Observação: Se o gráfico for decrescente, a velocidade do
móvel será negativa (movimento retrógrado).
0 2
Muitas vezes, os movimentos não são contínuos, podendo o corpo iniciar o movimento com uma determinada velocidade,
parar por um instante de tempo e, depois, continuar movendo-se no mesmo sentido, ou até mesmo, no sentido oposto.
Imagine um corpo em movimento uniforme no sentido positivo de sua trajetória, em determinado momento, ele para e, após
algum tempo, ele inverte o sentido do movimento e volta a ter um movimento uniforme.
169
Para facilitar o entendimento, podemos colocar essas informações em um gráfico de espaço em função do tempo
Entre um instante inicial igual a zero e o tempo t1, o móvel Entre os instantes t2 e t3 , o móvel encontra-se em movi-
encontra-se em um movimento progressivo, podendo ser re- mento retrógrado, podendo ser representado por uma reta
presentado por uma reta crescente. decrescente.
S S
t3
LIVRO DO PROFESSOR
0 t1 0 t2 t
Entre os instantes t1 e t2, o móvel encontra-se em repou- Por fim, o gráfico do movimento poderia ser representado
so, podendo ser representado por uma reta horizontal. da seguinte forma:
S
S
t3
0 t1 t2 t
0 t1 t2 t
EMI-15-10
v (m/s)
0 3
t (s)
A
0 t1 t2 t
–4
Como no movimento uniforme:
Ciências da natureza e suas tecnologias
A=b·h
∆s ∆s
v = vm = = A = 4 · 3 = 12 (unidades de área)
∆t t2 - t1
Podemos afirmar, então, que: ∆s = −A = –12 m
Assim: Essa regra não vale apenas para o movimento uniforme,
∆s = v · (t2 – t1) ela pode ser aplicada para qualquer tipo de movimento. Veja
o exemplo:
Se calcularmos a área do gráfico v × t delimitada pela Uma partícula parte do repouso, aumenta sua velocidade
curva (reta horizontal), o eixo t e os pontilhados que marcam linearmente durante 10 segundos até atingir 20 m/s, depois
t1 e t2, obteremos o mesmo valor de ∆s. ela mantém sua velocidade por mais 30 segundos. Qual é o
deslocamento escalar dessa partícula durante os primeiros
v 40 segundos?
Pela descrição do movimento, podemos esboçar o
v
diagrama horário da velocidade.
v (m/s)
A
20
170
0 t1 t2 t
20
N
∆s = A h
Área
Para o caso de uma velocidade escalar negativa v = – 4 m/s, Neste caso, a área a ser calculada é de um trapézio,
temos: portanto temos:
∆s =
(B + b) ⋅ h
t (s) 0 1 2 3
2
v (m/s) –4 –4 –4 –4
∆s =
(40 + 30) ⋅ 20
2
∆s = 700 m
EMI-15-10
2
APRENDER SEMPRE 2
222
01.
O gráfico a seguir representa a posição de um móvel
em função do tempo.
s (m)
12
Física
8 Carro em processo de frenagem
4
A. Função horária da velocidade
0 No MUV a velocidade aumenta ou diminui linearmente,
1 2 3 4 5 t (s)
pois a aceleração escalar é constante, assim, podemos dizer
–4 que a aceleração escalar média é igual a aceleração escalar
171
espaço inicial s0. Logo, temos:
s = 12 – 4 · t
v = v0 + a ⋅ t
b. Função horária da velocidade
v (m/s)
LIVRO DO PROFESSOR
v v
a<0
a>0
5. Movimento uniformemente
variado (MUV) 0 t 0 t
Neste capítulo, estudaremos o chamado movimento
uniformemente variado (MUV). Esse importante tipo de B. Função horária dos espaços
movimento está presente em muitas situações cotidianas. Quando estudamos o MU, havia a necessidade de encontrar
Um exemplo corriqueiro é o caso de um automóvel em uma equação que representasse esse movimento. Essa equa-
processo de frenagem. De forma simplificada, podemos ção foi encontrada (s = s0 + v ∙ t) e percebemos que ela depende
dizer que um móvel estará em MUV quando sua aceleração de duas constantes, do espaço inicial, s0, e da velocidade, v.
escalar instantânea apresentar valor constante e diferente Para o MUV, também temos a necessidade de obter uma
de zero. equação que represente o movimento e, para tal, utilizare-
EMI-15-10
v
Física
v0 A
t
Aceleração positiva ⇒ a > 0
0 t
Se está triste:
Ciências da natureza e suas tecnologias
Os pontos indicados como ti representam as posições em a velocidade e a aceleração instantânea apresentam sen-
que ocorre a inversão do movimento. tidos opostos.
2
222
Sentido positivo
Física
Sentido positivo
v<0ea>0
a>0 +
Movimento progressivo e acelerado a>0
v>0 v>0
t t
s v
v>0 +
Movimento progressivo e retardado a<0 a<0
v>0
173
t t
v
s
t – LIVRO DO PROFESSOR
v
s
a>0
Movimento retrógrado e retardado
v<0 t
v<0 a>0
t –
Observação: nos diagramas de s × t, vemos uma reta azul que serve como auxiliar para a determinação do sinal da velocidade.
No ponto onde se deseja determinar o sinal da velocidade, traça-se uma reta tangente a ele: se a reta for crescente, o movimento
é progressivo; se a reta for decrescente, o movimento é retrógrado. Essa regra está relacionada ao conceito de limite da função,
EMI-15-10
A bandeira do Brasil possui uma faixa branca que contém a frase “ORDEM E PROGRESSO”. Se essa faixa fosse um gráfico
de espaço em função do tempo, o que ela poderia representar?
Física
Ciências da natureza e suas tecnologias
t
LIVRO DO PROFESSOR
Assim, se a faixa fosse um gráfico, seu movimento começaria progressivo e retardado e terminaria retrógrado e acelerado.
EMI-15-10
222
01.
Um carro com velocidade de 20 m/s freia uniformemente até atingir o repouso, levando, para isso, 4,0 s.
a. Encontre a equação horária da velocidade desse carro.
b. Determine a velocidade do carro no instante t = 1,5 s.
Resolução
a. Como o carro desacelera uniformemente, podemos afirmar que realiza um MUV. Para calcular a aceleração escalar
Física
média do veículo, temos:
∆v 0 - 20
am = =
∆t 4 ,0
am = -5,0 m / s2
No MUV, a aceleração escalar média é igual à aceleração escalar instantânea. Assim:
am = a
v = v0 + a · t
02.
No instante t = 0 s, um objeto se desloca em movimento uniformemente variado, com velocidade de módulo
12 m/s e com aceleração de módulo 2,0 m/s2, conforme mostra a figura abaixo. Classifique o movimento nos instantes:
a. t1 = 3,0 s
b. t2 = 6,0 s
c. t3 = 9,0 s
t=0s
Aceleração Velocidade inicial
175
s (m)
Resolução
Pela figura, podemos observar que a velocidade inicial é positiva (v0 = +12 m/s) e que sua aceleração é negativa
(a = –2,0 m/s2). A equação horária da velocidade para esse movimento é v = 12 – 2,0 · t. Para auxiliar a compreensão, vamos
confeccionar a tabela substituindo os valores de t na equação.
LIVRO DO PROFESSOR
a) t1 = 3,0 s b) t2 = 6,0 s c) t3 = 9,0 s
v = +6,0 m/s v = 0 m/s v = –6 m/s
a = –2,0 m/s2 a = –2,0 m/s2 a = –2,0 m/s2
03.
Considere um móvel que descreve um MUV obedecendo à equação horária s = 2 + 5 · t – 2 · t2, com unidades no SI; neste
222
caso, comparando-se à função apresentada com a equação horária da posição do MUV, determine a posição inicial, a veloci-
dade inicial e a aceleração do móvel.
Resolução
s = 2 + 5 · t – 2 · t2
↓ ↓ ↓
a
s = s0 + v 0 · t + · t2
Física
A posição inicial é de 2 m, a velocidade inicial é de 5 m/s, e a aceleração de –4 m/s2. O sinal negativo da aceleração signi-
fica que ela atua no sentido contrário ao da orientação da trajetória. O valor da aceleração é sempre o dobro do coeficiente de
t2 (a/2 = –2 ⇒ a = –4 m/s2).
04.
Um ponto material se desloca numa trajetória retilínea de forma que suas posições satisfazem a expressão
Ciências da natureza e suas tecnologias
s = 4 + 8 · t – t2, com unidades no SI. Represente, em um esquema, as posições ocupadas pelo corpo a cada segundo.
Resolução
Como no exercício anterior, podemos encontrar as condições iniciais do problema: a posição inicial é de 4 m, a velocidade
inicial é de 8 m/s e a aceleração é de –2 m/s2. O sinal negativo da aceleração significa que ela atua no sentido contrário ao da
orientação da trajetória. Podemos calcular as posições substituindo os valores de tempo na equação dada. Para a velocidade
(v = v0 + a · t), temos: v = 8 – 2 · t e podemos executar o mesmo procedimento.
5 –2 –2 19
6 –2 –4 16
7 –2 –6 11
8 –2 –8 4
Observe que o corpo deslocou-se para a direita nos primeiros 4 s, invertendo seu sentido de movimento nesse instante. A se-
guir, moveu-se para a esquerda. No primeiro trecho, o movimento foi progressivo e retardado e, no segundo, retrógrado e acelerado.
Essa situação de inversão no sentido do movimento é importante no MUV.
EMI-15-10
2
A. O movimento
222
MONTAGEM DE CLÁUDIA SILVEIRA DA SILVA / EDWARD KINSMAN / PHOTORESEARCHERS / LATINSTOCK
Física
O movimento
e ser
s er
pod
de
po
possui
em tempos iguais diferente de zero
velocidade variando
velocidade constante
linearmente com o tempo
sendo
Se o módulo da velocidade
177
o movimento é
o movimento é
o movimento é
o movimento é
LIVRO DO PROFESSOR
Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
EMI-15-10
Exercícios de Aplicação
01. 03. Sistema COC
As posições ocupadas por um móvel em seu movimento Para evitar colisões traseiras, é importante o motorista
Física
obedecem à função s = 8,0 – 2,0 · t , com s medido em me- praticar a regra dos dois segundos.
tros e t, em segundos (SI). Obtenha as posições do móvel nos A regra consiste no seguinte:
instantes 2,0 s e 10 s e classifique seu movimento. 1. Escolha um ponto fixo à margem da via.
2. Quando o veículo que vai à sua frente passar pelo pon-
Resolução
to fixo, comece a contar.
Para t = 2,0 s 3. Conte dois segundos pausadamente. Uma maneira fá-
s = 8,0 – 2,0 · t cil é contar seis palavras em sequência: "cinquenta e
s = 8,0 – 2,0 · 2,0 um, cinquenta e dois".
Ciências da natureza e suas tecnologias
2
04. Encceja 05. FEI-SP
222
Uma placa de sinalização de uma estrada indica que A posição de uma partícula, ao longo de sua trajetória, va-
o próximo posto de combustível está a 16 quilômetros de ria no tempo conforme a tabela.
distância. Se um motorista mantiver velocidade média de
80 km/h logo após ter lido a placa, chegará ao posto de com- s (m) 25 21 17 13 9 5
bustível em: t (s) 0 1 2 3 4 5
a. 3 minutos.
b. 6 minutos. A função horária das posições desse movimento é:
Física
c. 9 minutos. a. s = 4 – 25 t d. s = – 4 + 25 t
d. 12 minutos. b. s = 25 + 4 t e. s = –25 + 4 t
e. 15 minutos. c. s = 25 – 4 t
Seu espaço
179
Acessar: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/moving-man>.
LIVRO DO PROFESSOR
EMI-15-10
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento a. pela manhã, até as 12 h, ele andou mais que à tarde,
das 12 h às 18 h.
06. b. ele esteve parado das 10 h às 11 h.
Uma formiga se movimenta em cima de uma régua, com c. ele percorreu mais de 100 quilômetros das 13 h às 16 h.
velocidade constante de 0,5 cm/s, caminhando do início para d. o horário das 8 h às 9 h foi aquele em que ele mais
o final da régua. No início do movimento (t = 0), a formiga se se deslocou.
encontra em cima da marca 5 cm. e. ele percorreu mais de 30 quilômetros das 9 h às 10 h.
Física
Um taxista cuidadoso decide marcar, de hora em hora, A tabela fornece, em vários instantes, a posição s de
a distância percorrida pelo seu carro, mostrada por meio um automóvel em relação ao km zero da estrada em que se
do hodômetro situado no painel do carro, e obtém os se- movimenta.
guintes valores:
Tempo (hora) Espaço (km)
Hora Quilometragem 0 200
8 13 450 2 170
4 140
LIVRO DO PROFESSOR
9 13 498
10 13 512 6 110
8 80
11 13 521
10 50
12 13 543
2
850 km/h, o tempo da viagem se reduzirá em, aproximada- Um avião bombardeiro deve interceptar um comboio que
mente: transporta armamentos inimigos quando este atingir um pon-
222
a. 30 minutos. to A, onde as trajetórias do avião e do comboio se cruzarão.
b. 20 minutos. O comboio partirá de um ponto B, às 8 h, com uma velocida-
c. 15 minutos. de constante igual a 40 km/h, e percorrerá uma distância de
d. 10 minutos. 60 km para atingir o ponto A. O avião partirá de um ponto C, com
e. 5 minutos. velocidade constante igual a 400 km/h, e percorrerá uma dis-
tância de 300 km até atingir o ponto A. Consideramos o avião e
14. UFRGS-RS o comboio como partículas descrevendo trajetórias retilíneas.
Física
Um míssil, com velocidade constante de 300 m/s, é dis- Os pontos A, B e C estão representados no desenho abaixo.
parado em direção ao centro de um navio que se move com
velocidade constante de 10 m/s, em direção perpendicular à A C
trajetória do míssil. Se o impacto ocorrer a 20 m do centro do
navio, a que distância dele foi feito o disparo?
a. 150 m
b. 300 m B
c. 600 m Desenho ilustrativo
181
LIVRO DO PROFESSOR
EMI-15-10
Diagramas horários no MU
222
Exercícios de Aplicação
01.
As posições de um móvel que executa um MU variam de acordo com a função horária s = 5 – 2 · t , (SI). Para esse movimento:
Física
Resolução
a. s0 = 5,0 m
b. vm = –2,0 m/s
c. retrógrado (v < 0)
d.
s t
5 0
LIVRO DO PROFESSOR
3 1
1 2
s (m)
5,0
0 2,5 t (s)
EMI-15-10
2
A tabela abaixo foi obtida medindo-se a velocidade esca-
lar em função do tempo de um móvel. 10
222
Considere que a velocidade permanece constante no in-
5 A1
tervalo de 0 a 10 s e que no intervalo tempo de 10 s a 20 s, a
velocidade varia lineramente com o tempo.
0
t (s) 0 5 10 15 20 5 10 15 A2 20 t (s)
–5
v (m/s) 10 10 10 0 –10
Física
–10
a. Construa o gráfico v × t desse movimento;
A1 =
(B + b)⋅h = (15 + 10)⋅10 = 125
2 2
e. R = d = 150
∆t 20
R = 7,5 m / s
183
b. calcule a distância percorrida no intervalo de 0 a 20 s;
c. calcule o deslocamento escalar no mesmo intervalo de
tempo;
d. calcule a velocidade escalar média do automóvel;
e. calcule a rapidez nesse mesmo período.
Resolução
a. v (m)
10
LIVRO DO PROFESSOR
5
0
5 10 15 20 t (s)
–5
–10
EMI-15-10
Analise o diagrama a seguir, que mostra a função s × t para No decorrer do tempo, os espaços percorridos pelo automó-
um ônibus e um automóvel que se movimentam em uma mes- vel são crescentes (movimento progressivo) e os espaços per-
corridos pelo ônibus são decrescentes (movimento retrógrado).
222
Automóvel
0 t (h)
Ciências da natureza e suas tecnologias
Exercícios Extras
04. ENEM 05.
184
O gráfico a seguir modela a distância percorrida, em km, Uma partícula realiza um movimento e algumas das suas
por uma pessoa em certo período de tempo. A escala de tem- posições, com o decorrer do tempo, são: so = 25 m, s1= 20 m,
po a ser adotada para o eixo das abscissas depende da ma- s2= 15 m, s3 = 10 m e s4 = 5 m. O intervalo de tempo gasto
neira como essa pessoa se desloca. entre duas posíções sucessivas é de 1 s. Considerando que
entre duas posições consecutivas o gráfico é um segamento
de reta, faça o que se pede:
10 km a. desenhe o gráfico s × t;
x(m)
LIVRO DO PROFESSOR
20
0 1 2 Tempo
15
Qual é a opção que apresenta a melhor associação entre
meio ou forma de locomoção e unidade de tempo, quando são 10
percorridos 10 km?
a. carroça – semana
5
b. carro – dia
c. caminhada – hora
d. bicicleta – minuto
0 1 2 3 4 5 t(s)
e. avião – segundo
b. explique o significado físico dos coeficientes linear e
angular do gráfico obtido acima;
EMI-15-10
2
Sobre o módulo
222
Aqui, o aluno deverá relacionar o texto discursivo com gráficos e tabelas. Para isso, os exercícios 1, 2 e 3 possuem espaços
quadriculados para que o aluno possa construir seus próprios gráficos e, assim, aprender a associar de maneira automática o
conceito com seu respectivo gráfico ou diagrama.
Ao desenvolver essa habilidade, o aluno deve:
– conseguir associar uma função horária do espaço (função do 1º grau) com seu respectivo gráfico;
– reconhecer que em um movimento uniforme o gráfico espaço × tempo será uma reta crescente ou decrescente;
Física
– relacionar um gráfico crescente com o movimento progressivo e um gráfico decrescente com o movimento retrógrado. É
importante fazer a interdisciplinaridade da física com a matemática, mostrando que a velocidade escalar pode ser represen-
tada pelo coeficiente angular da reta e pode ser calculada com a tangente do ângulo entre a reta e o eixo das abscissas.
s (m) 15
20 10
0 2 4 6 8 10 t(s)
0 t (s)
a. 30 d. 45
10
EMI-15-10
b. 35 e. 50
c. 40
Um objeto se move ao longo de uma reta. Sua velocidade escalar varia linearmente com o tempo, conforme mostra o gráfico.
222
v (m/s)
16,0
12,0
8,0
4,0
Física
A velocidade escalar média do objeto, no intervalo de tempo compreendido entre t1 = 4,0 s e t2 = 8,0 s , é:
a. 6,0 m/s d. 12 m/s
b. 8,0 m/s e. 14 m/s
c. 10 m/s
Ciências da natureza e suas tecnologias
1. 4.
Distância
Distância
0 Tempo 0 Tempo
186
2. 5.
Distância
Distância
0 Tempo 0 Tempo
LIVRO DO PROFESSOR
3.
Distância
0 Tempo
o que melhor representa a distância percorrida desde a sua casa até a escola, durante o tempo de percurso de:
a. Joana, é o gráfico 4.
b. Bruno, é o gráfico 1.
c. Joana, é o gráfico 3.
d. Bruno, é o gráfico 2.
EMI-15-10
e. Joana, é o gráfico 5.
2
O gráfico abaixo representa os espaços de um móvel em v (m/s)
6,0
função do tempo, para um movimento retilíneo. Obtenha a
222
função horária dos espaços.
5,0
s(m)
Física
a. 540
t(s) b. 1 250
c. 1 735
0 2 4 d. 2 135
e. 2 395
14.
11. v (km/h)
Dado o gráfico da velocidade de um móvel em função do
tempo, determine a distância percorrida pelo móvel em 10 s 60
de movimento.
v (m/s)
0 3,0 5,0 7,0 10 t (h)
– 40
3
187
t (s) 15. Vunesp
O movimento de um corpo ocorre sobre um eixo x de acor-
0 10 do com o gráfico a seguir, em que as distâncias são dadas em
metros, e o tempo, em segundos.
12. Fuvest-SP
Um veículo movimenta-se numa pista retilínea de 9,0 km x (m)
de extensão. A velocidade máxima que ele pode desenvolver
no primeiro terço do comprimento da pista é 15 m/s, e nos 40
dois terços seguintes é de 20 m/s. O veículo percorreu essa
pista no menor tempo possível. Determine: 30 LIVRO DO PROFESSOR
a. a velocidade média desenvolvida;
b. o gráfico v × t desse movimento. 20
13. Fuvest-SP 10
Um grande desafio nas provas de longas distâncias é a
manutenção de um elevado ritmo competitivo do início ao fim
da competição. Por isso, durante os treinos, um atleta de ma- 0 0,5 1 1,5 2 t (s)
ratona pode acelerar durante alguns segundos e tentar man-
ter velocidades constantes e crescentes durante intervalos A partir do gráfico, determine:
de tempo regulares, para que possa se adaptar às distâncias a. a distância percorrida em 1 segundo entre os instan-
paulatinamente. O gráfico a seguir registra um possível treino tes 0,5 s e 1,5 s;
no qual, durante os 10 primeiros minutos da prova, o atleta b. a velocidade média do corpo entre 0 e 2 s;
percorreu uma distância, em metros, de: c. a velocidade no instante 1,5 s.
EMI-15-10
De um helicóptero parado bem em cima de um campo de futebol, fotografou-se o movimento rasteiro de uma bola com
uma câmera que expõe a foto 25 vezes a cada segundo. A figura 1 mostra 5 exposições consecutivas desta câmera.
222
5a exposição
4a exposição
3 exposição
a
2a exposição
1a exposição
Física
a. Complete as colunas utilizando as informações contidas na figura. Para efeito de cálculo, considere o diâmetro da bola como
sendo de 0,5 cm, e a distância entre os centros de duas bolas consecutivas igual a 2,5 cm.
Distância da bola em
Número da
Tempo em segundos relação à bola da 1a
exposição
exposição (em metros)
Ciências da natureza e suas tecnologias
1a 0,00 0,00
2a
3a
4a
5a
b. Faça um gráfico, com unidades e descrição dos eixos, da distância da bola (em relação à bola da 1a exposição) versus
188
2
Movimento uniformemente variado (MUV):
222
funções horárias e diagramas horários
Exercícios de Aplicação
01. Resolução
a. v = 10 – 2 · t
Física
A velocidade de um ponto material obedece à equação
horária v = 10 – 2 · t, com unidades no SI. Faça o que se pede. v = v0 – a · t
a. Determine a velocidade inicial e a aceleração do mo- Comparando as equações:
vimento. v0 = 10 m/s
b. Classifique o movimento no instante t = 6 s. a = –2 m/s2
c. Construa o diagrama v × t desse movimento. b. No tempo 6 s:
v = 10 – 2 · 6
6
t(s)
–2
189
LIVRO DO PROFESSOR
EMI-15-10
v = v0 + a · t
v=8–4·t
8
b.
6
t (s) v (m)
4 0 8
Ciências da natureza e suas tecnologias
2 1 4
2 0
1 2 3 4 t (s) 3 –4
–2 4 –8
–4
–6
t (s) v (m)
–8
0 4
1 10
2 12
3 10
s (m) 4 4
12
190
s = 4 + 8 · t – 2 · t2
10 s1 = 4 + 8 · 1 – 2 · 12 = 10 m
s2 = 4 + 8 · 2 – 2 · 22 = 12 m
8
s3 = 4 + 8 · 3 – 2 · 32 = 10 m
6 s4 = 4 + 8 · 4 – 2 · 42 = 4 m
4
2
LIVRO DO PROFESSOR
0
1 2 3 4 t (s)
EMI-15-10
2
Em uma prova de 100 m rasos, o desempenho típico de dade do corredor é aproximadamente constante?
um corredor padrão é representado pelo gráfico a seguir: a. Entre 0 e 1 segundo.
222
b. Entre 1 e 5 segundos.
12
c. Entre 5 e 8 segundos.
10 d. Entre 8 e 11 segundos.
Velocidade (m/s)
8 e. Entre 12 e 15 segundos.
6
4 Resolução
Consultando o gráfico, concluímos que entre 5 e 8 segun-
Física
2
dos a velocidade do corredor é aproximadamente constante.
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 Alternativa correta: C
Tempo (s) Habilidade
Reconhecer o tipo de movimento por meio de gráficos.
191
0 05.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 t (s) Utilizando os diagramas do exercício 02, classifique o
movimento entre os instantes:
Com relação à velocidade do atleta nessa corrida, assina- a. 0 e 2 s
le a opção correta. b. 2 e 4 s
07.
10 20 30 40 t (s)
t (s) 1 2 3 4 5
As velocidades dos veículos variam com o tempo em
v (m/s) 12 14 16 18 20 dois intervalos: (I) entre os instantes 10 s e 20 s; (II) entre os
instantes 30 s e 40 s. De acordo com o gráfico, quais são os
módulos das taxas de variação da velocidade do veículo con-
Ciências da natureza e suas tecnologias
A partir da análise da tabela, na qual estão registrados os duzido pelo motorista imprudente, em m/s2, nos intervalos (I)
valores de velocidade instantânea de um móvel em função do e (II), respectivamente?
tempo, pode-se concluir que esse movimento é: a. 1,0 e 3,0
a. uniforme. b. 2,0 e 1,0
b. uniformemente retardado, com a velocidade inicial c. 2,0 e 1,5
nula. d. 2,0 e 3,0
c. uniformemente retardado, com a velocidade inicial e. 10,0 e 30,0
diferente de zero.
d. uniformemente acelerado, com a velocidade inicial 10.
nula. Um trem possui velocidade de 72 km/h. Ao frear, é aplica-
e. uniformemente acelerado, com a velocidade inicial da a desaceleração de 0,4 m/s2. Calcule o intervalo de tempo
diferente de zero. que o trem demora para parar.
com t em segundos e x em metros. Qual a velocidade escalar: posições variam no tempo, de acordo com a equação
a. média entre os instantes t = 0 e t = 2 s? s = 20 + 2 · t + 2 · t2, em que s é medido em metros e t, em
b. no instante t = 2 s? segundos. Determine a velocidade do móvel quando o tempo,
t, for igual a 10 s.
09. ENEM
Rua da passagem 12. Unicamp-SP
A tabela abaixo mostra os valores da velocidade de um
Os automóveis atrapalham o trânsito. atleta da São Silvestre em função do tempo, nos segundos
Gentileza é fundamental. iniciais da corrida.
Não adianta esquentar a cabeça.
LIVRO DO PROFESSOR
Menos peso do pé no pedal. v (m/s) 0,0 1,8 3,6 5,4 7,2 9,0
t (s) 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
O trecho da música, de Lenine e Arnaldo Antunes
(1999), ilustra a preocupação com o trânsito nas cidades, Nesses 5,0 segundos iniciais, pede-se:
motivo de uma campanha publicitária de uma seguradora a. a aceleração escalar constante do atleta;
brasileira. Considere dois automóveis, A e B, respectivamente b. o gráfico da velocidade escalar do atleta em função
conduzidos por um motorista imprudente e por um motorista do tempo.
consciente e adepto da campanha citada. Ambos se
encontram lado a lado no instante inicial t = 0 s, quando 13. Unicamp-SP
avistam um semáforo amarelo (que indica atenção, parada Para ter clareza em leituras de gráficos e tabelas, é neces-
obrigatória ao se tornar vermelho). O movimento de A e B sário saber que se trata de sistemas de representação sobre
pode ser analisado por meio do gráfico, que representa a uma superfície plana, através de diferentes formas, com o ob-
velocidade de cada automóvel em função do tempo. jetivo de facilitar a visualização de fenômenos e dados.
EMI-15-10
2
posição de um objeto (que varia de 0 a 9 metros) em função
9
do tempo de observação (de 0 a 6 segundos), como mostra a
222
escala do eixo horizontal. 3
3 6 t (s)
9
8
7
6
5
s (m)
Física
4
de 0 a 3 s:
3
2
Movimento retardado
1 de 3 a 6 s:
0 Movimento acelerado
0 1 2 3 4 5 6
t(s)
d. v (m/s)
0 3 6 de 0 a 3 s:
t (s)
Movimento acelerado
–6
de 3 a 6 s:
Movimento retardado
193
de 0 a 6 s: e. v (m/s)
Movimento acelerado
6
3
b. v (m/s) 0 3 6 t (s)
3
14. UFPE
de 0 a 3 s:
Movimento retardado Uma partícula se move ao longo do eixo x de modo que
de 3 a 6 s: sua posição é descrita por x(t) = –10,0 + 2,0 · t + 3,0 · t2,
Movimento acelerado onde o tempo está em segundos e a posição, em metros. Cal-
cule o módulo da velocidade média, em, no intervalo entre
t = 1,0 s e t = 2,0 s.
EMI-15-10
c. 10,0 t
d. 7,0
e. 5,0 c. v
16. Uesc
Um carro se desloca com velocidade constante num
referencial fixo no solo. O motorista percebe que o sinal está t
vermelho e faz o carro parar. O tempo de reação do motorista é
Ciências da natureza e suas tecnologias
EMI-15-10