Análise Técnica - Moliére

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ETE

Professor Alfredo Freyre

Análise da peça: O avarento – Moliére

Trabalho realizado por Deivson Melo ao curso Técnico de Teatro para a


disciplina de dramaturgia ministrada pelo Professor Rafael Almeida.

Recife-PE, 2023.
Resumo Biográfico do autor:

Jean-Baptiste Poquelin, conhecido como Molière, batizado em 15 de janeiro de 1622 na


igreja de Saint-Eustache em Paris e falecido na noite de 17 de fevereiro de 1673 em sua
casa na rue de Richelieu, é o mais famoso dos francófonos comediantes e dramaturgos.
Oriundo de uma família de mercadores parisienses cujo o pai foi artesão e até tapeceiro
do rei, título passado a Moliére quando ele atingiu a maioridade, já sua mãe faleceu
quando o mesmo tinha apenas 10 anos de idade, ele juntou-se aos 21 anos a cerca de dez
camaradas, entre os quais três membros da família Béjart, para formar a trupe do Illustre
Théâtre, que, apesar de um início promissor e da colaboração de dramaturgos de
renome, não consegue se impor de forma duradoura em Paris. Depois de estudar com os
jesuítas, estudou direito. Mas a sua paixão pelo teatro era mais forte do que tudo e, em
1643, fundou o Illustre-Théâtre com a atriz Madeleine Béjart. Sob o nome de Molière, e
na companhia de sua trupe de atores, ele se apresentou pela primeira vez em Paris.
Envolvido na Páscoa de 1646 em uma prestigiosa "tropa de campo" mantida pelo duque
de Épernon, governador da Guyenne, então por vários protetores sucessivos, Molière e
seus amigos Béjart viajaram por doze anos pelas províncias do sul do reino. Nesse
período, Molière compôs algumas farsas ou pequenas comédias em prosa e suas duas
primeiras comédias em cinco atos e em verso. De regresso a Paris em 1658, tornou-se
rapidamente, à frente da sua trupe, no ator e autor preferido do jovem Luís XIV e da sua
corte, para quem concebeu numerosos espectáculos, em colaboração com os melhores
arquitetos cênicos, coreógrafos e músicos de A Hora. Ele morreu em decorrência de
uma tuberculose em estado avançado, aos 51 anos.

Contexto histórico:

A França, nessa época, exercia grande influência na política europeia. O rei Luís XIV e
o Cardeal Richelieu empenharam-se em projeta-la também no campo cultural.

O teatro vivia seu período de apogeu, Paris era o centro das atividades teatrais, porém os
atores da época eram mal vistos pela opinião pública e excomungados pela igreja.

O rei Luís XIV assinou uma lei proibindo a desqualificação da profissão de ator. O rei
financiava as companhias e o ministro Cardeal Richelieu inaugurava novos teatros
como o Palais Cardinal e o Palais Royal.

“O Avarento” Peça de Molière

Também conhecido como: “L’Avare”


O Avarento, comédia em cinco atos de Molière, interpretada como L’Avare em 1668 e
publicada em 1669.

A trama diz respeito ao clássico conflito entre amor e dinheiro. O avarento Harpagon
deseja que sua filha Elise se case com um velho rico chamado Anselme, que a aceitará
sem dote, mas ela ama o pobre Valère. Já o próprio Harpagon está de olho na jovem e
empobrecida Mariane, a quem seu filho Cléante também ama.

A peça, baseada na Aulularia do dramaturgo cômico romano Plauto, reformula a antiga


figura cômica do avarento que é desumano em sua adoração ao dinheiro e muito
humano em sua necessidade de respeito e afeto.

Os personagens do "O Avarento":


HARPAGON: Pai de Cléante e Elise, e apaixonado por Mariane.

CLEANTE: Filho de Harpagon, amante de Mariane.

ELISE: Filha de Harpagon, amante de Valère.

VALERE: Filho de Anselme e amante de Elise.

MARIANE: Amante de Cléante e amada por Harpagon.

ANSELME: Pai de Valère e Mariane.

FROSINE: Mulher intrigante.

MESTRE SIMON: Corretor.

MESTRE JACQUES: Cozinheiro e cocheiro de Harpagon.

LA FLECHE Criada de Cléante.

SENHORA CLAUDE: Serva de Harpagon.

BRINDAVOINE: Lacaio de Harpagon.

LA MERLUCHE: Lacaio de Harpagon.

O Comissário e seu Escrivão.

Resumo dos atos:

Ato I
A trama se passa em Paris. O rico e avarento Harpagon tem dois filhos: Élise,
apaixonada por Valère, um cavalheiro napolitano a serviço de seu pai como mordomo, e
Cléante, que deseja se casar com Mariane, uma jovem órfã sem fortuna. Harpagon é
apavorado por um medo obsessivo: ele escondeu no jardim um baú contendo dez mil
coroas de ouro. Ele tem medo de que seja descoberto e roubado. Ele desconfia de todos,
até mesmo dos filhos. Por fim, ele lhes revela suas intenções: vai se casar com Mariane,
Élise está prometida (sem contribuição de dote) a Anselme, um velho, e Cléante está
destinado a uma viúva. O garoto se recusa vigorosamente. Seu pai então pede a Valère
para convencê-la. Este último concorda falsamente, mas pensa em fugir com sua
amante, se necessário.

Ato II
Cléante, que não pode contar com o pai, precisa urgentemente de quinze mil francos. La
Flèche, seu valete, está encarregado de encontrar um credor para ele. Mas o último
exige condições inaceitáveis. Cléante logo descobre que o credor não é outro senão
Harpagon, seu pai. Uma violenta discussão então opõe os dois homens. A intrigante
Frosine entra em cena, convencendo Harpagon de que Mariane prefere homens mais
velhos e que ela estaria disposta a se casar com ele. O avarento se irrita com a falta de
fortuna da jovem.

Ato III
Por ocasião da assinatura do contrato de casamento, Harpagon convidou Mariane para
jantar. Ele dá palestras a seus criados e, em particular, a Maître Jacques, para que as
despesas sejam limitadas. O cozinheiro protesta, o intendente Valère apoia o avarento e
defende a economia; segue-se uma explosão animada durante a qual Mestre Jacques é
espancado com uma vara e, a partir de então, só pensa em vingança. Chega Frosine que
introduz Mariane na casa, nervosa com a ideia de conhecer seu futuro marido. Quando
ele aparece, ela fica enojada com sua aparência, é nesse momento que chega Cléante,
ela reconhece o jovem que é objeto de seus pensamentos. Segue-se uma conversa entre
os amantes, na qual em palavras veladas confessam seus sentimentos recíprocos.
Cléante tira um valioso anel do dedo do pai e o oferece em seu próprio nome à amada.
Harpagon realmente não entendeu a situação.

Ato IV
Os dois jovens amantes pedem a Frosine que intervenha com o barba-azul e que ele
renuncie ao seu casamento sem sentido. Harpagon surpreende o filho beijando a mão de
Mariane, e logo começa a desconfiar que quer se certificar. Para sondar o filho e
descobrir suas esperanças, ele afirma ter mudado seus planos e desistido do casamento.
O filho ingênuo conta tudo ao pai, seu amor pela jovem e seu desejo de se casar com
ela; o furioso Harpagon dificilmente resiste a um ataque de violência e o amaldiçoa.
Mestre Jacques intervém para separá-los e consertá-los: como um aparte, ele faz cada
um deles acreditar que o outro abandonou o jogo. A reconciliação dura pouco, a briga
recomeça com renovado vigor e não cessa até a chegada de La Flèche, com o baú de dez
mil coroas de ouro, que ele mesmo roubou. Harpagon promete encontrar o culpado e
puni-lo como deveria.

Ato V
Harpagon convoca um comissário de polícia para investigar o roubo do baú e, em seu
delírio de ganância, quer que todos os parisienses sejam interrogados. Por vingança,
Mestre Jacques designa Valère que chega neste momento. Ele é convocado para se
explicar e reconhecer seu crime. Pensando, nesse mal-entendido, que seus sentimentos
por Élise são conhecidos, ele admite que ela é secretamente sua noiva. Mais uma vez
Harpagon entende tardiamente e a fúria toma conta. Anselme, que vai se casar com
Élise, entra em cena quando Valère começa a contar sua história. Anselme, o velho
entende que Valère e Mariane são seus filhos. Cléante vai se casar com Mariane e
Valère com Élise. Quanto a Harpagon, ele permanece sozinho... com seu baú.

Entendimento final da obra:


O que pude ver foi que o arco iniciou-se com os conflitos que ocasionados pela
mesquinhez de Harpagon e assim segue quase toda a ação da peça, pois ele (Harpagon)
obviamente visando os próprios interesses acaba afetando o rumo daqueles em sua
volta, até que no último ato se vê rodeado por nada mais nada menos que o objeto que
tanto o cegou ao longo da trama, seu baú com as coroas de ouro que nunca lhe teve
utilidade alguma, visto que ele não fazia questão de mexer em um tostão sequer, e
aparentemente ficará assim pelo resto do tempo de vida que lhe sobrou.
Embora “O Avarento” seja geralmente considerado uma comédia, apesar dos diálogos
divertidos e tão leve apesar da forma linguagem usada no texto, seu tom é de absurdo e
incongruência, e não de alegria, deixando-nos uma lição de que o valor de que quase
tudo é definido por sua utilidade.

Curiosidades acerca do autor:


Um dos mitos do teatro, é o de que Jean-Baptiste Poquelin, ou Molière, morreu em
pleno palco, enquanto atuava no papel principal de “O doente imaginário”, sua última
comédia .O dramaturgo, ator e encenador – um dos maiores nomes do teatro francês –
realmente estava doente na ocasião da representação, no dia 17 de fevereiro de 1673,
com uma tuberculose em estágio avançado. Era apenas a quarta sessão da peça, que nem
fora apresentada à corte. Ainda em cena, teve um ataque de hemoptise e morreu poucas
horas depois, em sua casa, que também ficava em Paris.
Molière

Referências:
https://www.lumni.fr/article/biographie-de-moliere
https://www.spescoladeteatro.org.br/noticia/ponto-moliere-a-quase-morte-no-palco?
amp=1
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Moli%C3%A8re
https://liviafloreslopes.files.wordpress.com
E demais conteúdos absorvidos nas explicações e leituras em aula.

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