DISSERTAÇÃO - Isolamento CaracterizaçãoLeveduras
DISSERTAÇÃO - Isolamento CaracterizaçãoLeveduras
DISSERTAÇÃO - Isolamento CaracterizaçãoLeveduras
CDU: 606:602.3:582.282.23
Catalogação: [email protected]
Aos meus pais Ary e Conceição, e a minha irmã
Sarah. Obrigada pela torcida e apoio para a
realização de mais esta conquista.
Dedico-lhes
Agradecimentos
Aos meus pais por todo cuidado, apoio, cumplicidade e dedicação! Amo vocês!;
Em especial a mamãe pelas inúmeras horas ao telefone sempre me dando força e disposta
a escutar todos os meus desabafos!;
Aos colegas de laboratório, pela amizade, companheirismo e pela ajuda das mais variadas
formas. Obrigada Natália, Karina, Roberta, Victor, Ester, Fabiano, Marcela, Karla e
Priscila;
Aos colegas de mestrado, técnicos, professores, e aos laboratórios da UFOP pela ajuda
sempre quando necessária.
“Se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a
procurares, então entenderás o temor do Senhor e acharás o
conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca
vem a inteligência e o entendimento.”
Provérbios 2:6-7
Sumário
Lista de Figuras .................................................................................................................. I
Lista de Tabelas ................................................................................................................III
Lista de Abreviaturas e Siglas .......................................................................................... IV
Resumo............................................................................................................................. VI
Abstract........................................................................................................................... VII
1. Introdução ..................................................................................................................1
1.1 O Manganês (Mn) ............................................................................................................... 2
1.2 Tratamento de Efluentes Contendo Mn............................................................................... 4
1.3 Remoção Biológica do Manganês ....................................................................................... 5
1.4 Oxidação Biológica do Mn ................................................................................................. 6
1.4.1 Oxidação Biológica do Mn Mediada por Bactérias ......................................................... 7
1.4.2 Oxidação Biológica do Mn Mediada por Fungos ............................................................ 9
1.4.3 Leveduras e o Mn ....................................................................................................... 11
1.5 Importância Biotecnológica das Leveduras ...................................................................... 12
1.5.1 Tratamento de Efluentes por Leveduras ..................................................................... 14
2. Objetivos ................................................................................................................... 16
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................... 17
2.2 Objetivos específicos......................................................................................................... 17
3. Materiais e Métodos .................................................................................................. 18
3.1 Coleta das Amostras .......................................................................................................... 19
3.2 Enriquecimento Microbiano .............................................................................................. 19
3.3 Isolamento das Leveduras ................................................................................................. 19
3.4 Teste de Tolerância a Concentrações Crescentes do Íon Mn(II) ....................................... 20
3.5 Identificação Bioquímica das Leveduras .......................................................................... 21
3.5.1 Auxanograma – Assimilação de Fontes de Carbono ...................................................... 21
3.5.1.1 Microcultivo das Leveduras .................................................................................... 23
3.6 Identificação Molecular dos Isolados ................................................................................ 23
3.6.1 Extração do DNA Genômico (DNAg) ....................................................................... 23
3.6.2 Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) ................................................................... 24
3.6.3 Purificação dos Produtos de PCR............................................................................... 26
3.6.4 Reação de Sequenciamento ........................................................................................ 26
3.6.5 Análise de Sequências e Filogenia ............................................................................. 27
3.7 Ensaios de Remoção Biológica do íon Mn(II) .................................................................. 27
3.8 Microscopia Eletrônica de Varredura................................................................................ 28
3.8.1 Preparação das lâminas .............................................................................................. 28
3.8.2 Visualização das amostras pelo MEV ........................................................................ 29
3.8.3 Microanálise por Espectrometria de Dispersão de Energia ........................................ 30
4. Resultados e Discussões ............................................................................................. 31
4.1 Caracterização Química da Água ...................................................................................... 32
4.2 Micro-organismos Isolados da Água da Mina .................................................................. 32
4.3 Testes de Tolerância ao Íon Mn(II) ................................................................................... 34
4.4 Caracterização Bioquímica das Leveduras: Auxanograma - Assimilação de Fontes de
Carbono ................................................................................................................................... 36
4.5 Caracterização Molecular dos Isolados de Levedura ........................................................ 41
4.5.1 Extração do DNAg e PCR .......................................................................................... 41
4.6. Sequenciamento e Análise Filogenética dos Isolados ...................................................... 43
4.6 Avaliação da Capacidade de Remoção do Íon Mn(II) pelas Leveduras ........................... 51
4.7 Observação do Comportamento das Leveduras através de MEV durante o processo de
remoção ................................................................................................................................... 56
4.7.1 MEV das Leveduras da Cultivadas em Meio Líquido ............................................... 56
4.7.2 MEV das Leveduras Crescidas em Placas com 32mM de Mn(II) ............................. 65
5. Conclusão .................................................................................................................... 78
6. Perspectivas .................................................................................................................. 80
7. Anexos .......................................................................................................................... 82
Anexo A: Sequências recuperadas no BLAST para o isolado 13. .......................................... 83
Anexo B: Sequências recuperadas no BLAST para o isolado 29. .......................................... 84
Anexo C: Sequências recuperadas no BLAST para o isolado 43. .......................................... 85
Anexo D: Sequências recuperadas no BLAST para os isolado 38 e 39. ................................. 86
Anexo E: Sequências recuperadas no BLAST para o isolado 28. ........................................... 88
Anexo F: Alinhamento no Clustlw2 para os isolados 12, 13, 29 e 43 .................................... 90
Anexo G: Alinhamento no Clustlw2 para os isolados 28, 38 e 39 .......................................... 92
8. Referências Bibliográficas ............................................................................................ 93
Lista de Figuras
Figura 1: Mecanismos de interação do manganês com a célula microbiana que podem ser
aproveitadas para aplicações de biorremediação........................................................................... 5
Figura 2: Ciclo dos estados de oxidação do Mn encontrados na natureza. Mn(II) é
termodinamicamente estável, na ausência de O2 e baixo valor de pH, enquanto na presença de O2
e alto valor de pH prevalecem os íons Mn(III) e (IV), os quais ocorrem na forma de (óxido)
hidróxidos insolúveis (Adapatado de Nealson, 2006). .................................................................. 8
Figura 3: Imobilização do íon Mn(II) por fungos ligninolíticos. Adaptada de Hofrichter, 2002.
..................................................................................................................................................... 10
Figura 4: Galeria do Kit API 20C AUX. A galeria contém 20 cúpulas, para a inoculação da
levedura. A primeira é a cúpula testemunha ou cúpula controle na qual não há adição de nenhuma
fonte de carbono, enquanto que as outras 19 cúpulas possuem fontes de carbono diferentes. ... 22
Figura 5: Esquema da validação realizada no catálogo analítico online através dos resultados de
crescimento nas diferentes cúpulas nas galerias do Kit API 20C AUX. Nos espaços
correspondentes às 20 cúpulas da galeria deve ser preenchido crescimento positivo (+) ou
negativo (-), assim como a formação ou ausência de formação de hifa ou pseu-hifa. Após
preenchidos todos os espaços, o programa é validado e a espécies correspondente é fornecida. 22
Figura 6: Localização dos iniciadores no gene do rRNA. Adaptada de Grades e Bruns (1993) e
Takano e cols. (2006). ................................................................................................................. 25
Figura 7: Leveduras isoladas da água da Mina em meio YPD +2,5mM do íon Mn(II). Isolados
12, 13, 29, 42 e 43 com coloração rosa e isolados 28, 38 e 39 com coloração branca................ 34
Figura 8: Os oito isolados de leveduras em placas com diferentes concentrações de Mn(II). Nas
placas com 5mM de Mn(II) não há mudança da cor do meio. Nas placas com 16 e 32mM de
Mn(II) há mudança do meio para marrom e colônias enrugadas para os isolado 28, 38 e 39. ... 35
Figura 9: Imagem obtida por Microscopia Eletrônica de Varredura da pseudo-hifa formada pelo
isolado 38. A levedura foi inoculada em placa de microcultivo contendo Agar Fubá e Tween 80
e incubada por três dias. A estrutura observada na imagem não fornece subsídio para a
identificação da espécies, de modo que foi utilizada neste trabalho apenas para a constatação de
presença ou ausência de tal estrutura. ......................................................................................... 39
Figura 10: Resultado obtido das validações online das galerias inoculadas pelos oito isolados
através do catálogo analítico do Kit API 20C AUX. O primeiro painel identifica os isolados 12 e
13 com 74% de identidade como Rhodotorula mucilagina. O segundo painel identifica o isolado
28 com 98.8% de identidade como Candida guilliermondii. O terceiro painel identifica o isolado
29 com 99,9% de identidade como R. mucilaginosa. O quarto painel identifica os isolados 38 e
39 com 99,7% de identidade como C. guilliermondii. O quinto painel identifica os isolados 42 e
43 com 99,9% de identidade como R. mucilaginosa. ................................................................. 40
Figura 11: Análise da qualidade do DNAg dos oito isolados de leveduras. O volume de 5µL do
DNA extraído de cada isolado foi analisado em gel agarose a 0,6% corado com brometo de etídeo.
..................................................................................................................................................... 41
Figura 12: Esquema da região amplificada pelos iniciadores ITS1F e ITS4B. Adaptada de Grades
e Bruns (1993). ............................................................................................................................ 42
Figura 13: Produtos de PCR obtidos com os iniciadores ITS1F/ITS4B para os oito isolados de
leveduras. Foi observada a presença de uma banda única de 700pb para todos os isolados. MM:
marcador de massa molecular 100pb (Affymettrix). Foram utilizados 4ng de DNAg dos isolados
28, 38 e 39 e 20ng de DNAg dos isolados 12, 13, 29, 42 e 43, para reações com volume final de
I
50µL. O volume de 5µL de cada preparação foi analisado em gel de agarose a 1,2% corado com
brometo de etídeo. ....................................................................................................................... 42
Figura 14: Árvore filogenética dos isolados rosas das leveduras a partir do gene ITS1-5.8rRNA-
ITS2. Foram utilizados 550 nucleotídeos para a análise filogenética com bootstrap de 2.000
réplicas. ....................................................................................................................................... 46
Figura 15: Árvore filogenética dos isolados brancos de leveduras a partir do gene ITS1-5.8rRNA-
ITS2. Foram utilizados 550 nucleotídeos para a análise filogenética com bootstrap de 2.000
réplicas. ....................................................................................................................................... 47
Figura 16: Remoção do íon Mn(II), análise do crescimento microbiano e, variação do valor de
pH durante o ensaio de sete dias em Meio YPD por R. mucilaginosa. Os experimentos foram
realizados em triplicata biológica. ............................................................................................... 52
Figura 17: Remoção do íon Mn(II), análise do crescimento microbiano e, variação do valor de
pH durante o ensaio de sete dias em Meio YPD por M. caribbica. Os experimentos foram
realizados em triplicata biológica. ............................................................................................... 53
Figura 18: Remoção do íon Mn(II), análise do crescimento microbiano e, variação do valor de
pH durante o ensaio de sete dias em Meio YPD por M. guilliermondii. Os experimentos foram
realizados em triplicata biológica. ............................................................................................... 54
Figura 19: Imagens de MEV por SE e de microanálise EDS do isolado 12 de R. mucilaginosa
em Meio YPD na presença e ausência de Mn(II). A) Visão geral das leveduras com aumento de
2.000 X; B) Aumento de 50.000 X na ausência de Mn; C) Aumento de 50.000 X na presença de
Mn; D) EDS das células em meio com Mn; E) EDS detalhado de uma célula em meio com Mn;
F) Representação das localização dos elementos na lâmina; G) Gráfico da leitura espectrométrica
dos elementos.....................................................................................................................57
Figura 20: Imagens de MEV por SE e de microanálise EDS de M. caribbica em Meio YPD na
presença e ausência de Mn(II). A) Visão geral das leveduras com aumento de 5.000 X; B)
Aumento de 100.000 X na ausência de Mn; C) Aumento de 90.000 X na presença de Mn; D) EDS
em meio sem Mn; E) EDS em meio com Mn; F) Representação das localização dos elementos na
lâmina; G) EDS detalho para o Mn nas células; H) Gráfico da leitura espectrométrica dos
elementos.....................................................................................................................................60
Figura 21: Imagens de MEV por SE e de microanálise EDS de M. guilliermondii em Meio YPD
na presença e ausência de Mn(II). A) Visão geral das leveduras com aumento de 5.000 X; B)
Aumento de 100.000 X na ausência de Mn; C) Aumento de 100.000 X na presença de Mn; D)
EDS em meio com Mn; E) EDS detalhado para o Mn nas células; F) EDS da localização no Mn
na lâmina; G) Gráfico da leitura espectrométrica dos elementos..................................................63
Figura 22: Imagens de MEV por BSE e de microanálise EDS do isolado 29 de R. mucilaginosa
em placa com 32mM de Mn(II). A) Visão geral das células com aumento de 1.000X; B) EDS das
células; C) Representação localização dos elementos na lâmina; D) Imagem em BSE destacando
o ponto específico para microanálise (seta preta); G) Gráfico da leitura espectrométrica dos
elementos no ponto indicado pela seta preta na figura anterior....................................................66
Figura 23: Imagens de MEV por BSE e de microanálise EDS de M. caribbica em placa com
32mM de Mn(II). A) Visão geral das células com aumento de 1.000X; B) EDS detalhado do Mn
nas células; C) Representação localização dos Mn na lâmina; D) EDS das células; E) Gráfico da
leitura espectrométrica dos elementos...........................................................................................69
Figura 24: Imagens de MEV por BSE e de microanálise EDS de M. guilliermondii em placa com
32mM de Mn(II). A) Visão geral das células com aumento de 1.000X; B) EDS detalhado do Mn
nas células; C) Imagem em BSE destacando pontos para microanálise; D) Gráfico da leitura
espectrométrica dos elementos no ponto indicado pela seta preta na figura anterior; E) Gráfico da
leitura espectrométrica dos elementos no ponto indicado pela seta branca na figura
anterior..........................................................................................................................................72
II
Lista de Tabelas
III
Lista de Abreviaturas e Siglas
+: mais ou positivo
-: menos
%: Porcentagem
ºC: Graus Celsius
μg: Micrograma
μL: Microlitro
μM: Micromolar
μm: Micrômetro
nº: Número
Ag: Prata
Al: Alumínio
As: Arsênio
Au: Ouro
BLAST: Basic Local Alignment Search Tool
BSE: Elétrons retroespalhados
C: Carbono
Ca: Cálcio
Cd: Cádmio
Cl2: Cloro
Co: Cobalto
Cu: Cobre
CO2: Gás carbônico
Cr: Cromo
DNA: Ácido desoxirribonucléico
DNAg: DNA genômico
dNTP: Desoxirribonucleotídeos trifosfatados
EDS: Espectrometria de Dispersão de Energia
EDTA: Etileno amino tetra-acetato de sódio diidratado
Eh: Potencial redox
eV: Elétron-volt
Fe: Ferro
g: Gramas
GPY: Meio contendo glicose, polipetona e extrato de levedura
H2O: Água
H2O2: Peróxido de hidrogênio
H2S: Sulfeto de Hidrogênio
Hg: Mercúrio
K: Potássio
KMnO4: Permanganato de Potássio
M: Molar
MCO: Multicobre oxidase
MEV: Microscópio Eletrônico de Varredura
Mg: Magnésio
mg: Miligramas
mL: Mililitro
mM: Milimolar
Mn(SO4).H2O: Sulfato de manganês monohidratado
IV
Mn: Manganês
MnOX: Óxido de manganês
MnP: Enzima manganês peroxidase
MnSO4: Sulfato de manganês
MOMn: Microrganismos que oxidam manganês
Na: Sódio
NCBI: National Center for Biotechnology Information
ng: Nanograma
Ni: Níquel
nm: Nanômetro
O: Oxigênio
O3: Ozônio
P: Fósforo
Pb: Chumbo
pb: Pares de bases
PCR: Reação em cadeia da polimerase
Pd: Paládio
pH: Potencial hidrogeniônico
MM: Marcador de massa molecular
Pt: Platina
rDNA: Região do DNA correspondente ao rRNA
RFLP: Polimorfismo de fragmento de restrição
RNAse: Ribonuclease
rpm: Rotações por minuto
rRNA: Gene do RNA ribossômico
S: Enxofre
SE: Elétrons secundários
Si: Silício
Taq: Enzima Taq DNA Polimerase
TBE: Tris – Ácido Bórico - EDTA
Th: Tório
THMs: Trihalometanos
Tm: Temperatura de anelamento do primer
U: Urânio
UV: Ultravioleta
V/V: Volume por volume
X: Vezes
YPD: Meio contendo glicose, peptona e extrato de levedura
Zn: Zinco
NH4NO3: Nitrato de amônio
K2HPO4: Fosfato de potássio dibásico
MgSO4.7H2O: Sulfato de magnésio
NaCl: Cloreto de Sódio
NaH2PO4: Fosfato de sódio monobásico
KH2PO4: Fosfato de potássio monobásico
(NH4)2SO4: Sulfato de Amônio
MgCl2: Cloreto de Magnésio
V
Resumo
O processo de oxidação biológica do manganês (Mn) já é conhecido para bactérias
e fungos, entretanto, ainda não é conhecida a participação de leveduras neste processo.
Para investigar esta hipótese, o objetivo geral desse trabalho foi isolar leveduras e avaliar
capacidade de oxidar o Mn(II). Inicialmente oito leveduras foram isoladas a partir de água
de mina brasileira e cultivadas em meio YPD contendo de 1 a 54mM de Mn(II). Foi
observado crescimento de leveduras em até 32mM deste íon. Também observou-se
alteração na morfologia da colônia, escurecimento do meio de cultura e/ou escurecimento
das colônias, sugerindo a capacidade de oxidar o Mn(II). Posteriormente os isolados
foram caracterizados pelo perfil de assimilação de fontes de carbono (Auxanograma), os
quais mostraram que dentre as oito leveduras isoladas, três eram Candida guilliermondii
e cinco Rhodotorula mucilaginosa. Para confirmar a identificação das espécies, foi
utilizada a estratégia de sequenciamento e análise filogenética da região ITS1–5.8S-ITS2.
Os resultados confirmaram a identificação dos isolados de R. mucilaginosa, enquanto que
os três isolados previamente identificadas como C. guilliermondii foram reclassificados
em Meyerozyma gulliermondii (teleomorfo de C. guilliermondii) e Meyerozyma
caribbica (teleomorfo de Candida fermentati). A seguir, foram realizados ensaios para
avaliar a capacidade dos isolados de remover o íon Mn(II). Para isso foi utilizado meio
YPD contendo 0,91mM do íon Mn(II), sendo avaliados durante sete dias: o crescimento
das leveduras, pH e o decaimento do Mn (II), medido por espectrometria de emissão
atômica com fonte plasma. M. guilliermondii e M. caribbica foram capazes de remover
100% do Mn(II) presente no meio de cultivo, enquanto R. mucilanigonosa removeu 10%.
Não foi observado aumento do pH durante os ensaios, sugerindo que a remoção do Mn(II)
foi biológica. A seguir, os ensaios foram reproduzidos nas mesmas condições e as
leveduras, submetidas a microscopia eletrônica de varredura acoplada a microanálise de
EDS. Os dados sugerem alteração na textura das células e o revestimento da parede
celular com Mn para os isolados M. guilliermondii e M. caribbica. Também foram
analisadas colônias mantidas em placas contendo 32mM de Mn(II) evidenciando que as
leveduras foram capazes de oxidar e adsorver o Mn que estava no meio de cultura.
Tomados em conjunto, os dados obtidos neste trabalho permitem concluir que M.
guilliermondii e M. caribbica possuem um importante papel no ciclo biogeoquímico do
manganês.
Palavras–chave: manganês, leveduras, oxidação, Rhodotorula mucilaginosa,
Meyerozyma caribbica, Meyerozyma guilliermondii.
VI
Abstract
The biological process of Mn oxidation has been known for bacteria and fungi,
however, it isn’t known the participation of yeasts in this process. To investigate this
hypothesis, the aim of this study was to isolate yeasts and assess the ability of Mn(II)
oxidation. Initially, eight yeasts were isolated from a Brazilian mine water and cultured
on YPD medium containing 1 to 54mm of Mn(II). It was observed that the yeasts grew
up to 32mM of this ion. It was also observed browning of the medium and/or darkening
of the colony, suggesting the ability to catalyze the oxidation of Mn(II) ion, in addition
to change in colony morphology. Among the isolates, three were identified as Candida
guilliermondii and five as Rhodotorula mucilaginosa by using the assimilation of carbon
sources (Auxanogram) profile. This identification was confirmed by sequencing and
phylogenetic analysis of the ITS1-5.8S-ITS2 region. The results confirmed the
identification of R. mucilaginosa isolates, while three isolates previously identified as C.
guilliermondii have been reclassified as Meyerozyma gulliermondii (teleomorph of C.
guilliermondii) and Meyerozyma caribbica (teleomorph of Candida fermentati). Small-
scale batch experiments with YPD medium containing 0,91mM of Mn(II) in a one week-
long period was performed to evaluate Mn(II) removal ability by the isolates. During this
time, isolates growth and pH were monitored and decay of Mn(II) were measured by
atomic emission spectrometry with plasma source. M. guilliermondii and M. caribbica
were able to remove 100% of Mn(II) of the medium, whereas R. mucilanigonosa removed
10%. We not observed an increase in pH medium during the assay, suggesting the
occurrence of biological Mn(II) removal. Furthermore, the isolates grew up on YPD
medium with and without Mn(II) ion were analyzed by scanning electron microscopy
coupled with EDS microanalysis. The data suggest abnormal cells texture and the cell
wall coating with Mn in M. guilliermondii and M. caribbica isolates. Colonies maintained
on plates containing 32mM of Mn(II) have also been analyzed, showing that the yeasts
were able to oxidize and adsorb the Mn of the medium. The results obtained in this study
allow us to conclude that M. guilliermondii and M. caribbica play an important role in
the biogeochemical cycling of manganese.
Keywords: manganese, yeasts, oxidation, Rhodotorula mucilaginosa, Meyerozyma
caribbica, Meyerozyma guilliermondii.
VII
1. Introdução
1
1.1 O Manganês (Mn)
3
1.2 Tratamento de Efluentes Contendo Mn
4
poluentes continua sendo, nos dias de hoje, um grande desafio para a biotecnologia
ambiental (Gavrilescu, 2004).
Figura 1: Mecanismos de interação do manganês com a célula microbiana que podem ser
aproveitadas para aplicações de biorremediação.
5
da parede celular microbiana, cápsulas ou polímeros extracelulares sintetizados e
excretados pelos micro-organismos (Gavrilescu, 2004).
Nos últimos anos, vários relatos ilustram a vantagem dos processos de remoção
biológica do Mn para o tratamento de águas subterrâneas através da oxidação microbiana
do metal e sua consequente precipitação. Tal processo pode minimizar a adição de
reagentes químicos, resultando na redução dos custos operacionais e também na formação
de subprodutos. Nesse sentido, a oxidação do íon Mn(II) por micro-organismos é
considerada como uma estratégia potencialmente aplicável para a remoção e recuperação
do metal de águas contaminadas (Katsoyiannis e Zouboulis, 2004; Štembal et al., 2005).
6
Os MOMn estão amplamente distribuídos por diversos ambientes e são
representados principalmente por bactérias e fungos, sugerindo que eles possuem um
papel de fundamental importância no ambiente (Webb et al., 2005). Acredita-se que a
maioria dos óxidos e hidróxidos de Mn encontrados nos solos, sedimentos e ambientes
aquáticos são de origem biogênica (Tebo, 2004). Outros organismos como algas,
cianobactérias e até mesmo outros eucariotos também podem oxidar o Mn, mas com
pequena representatividade (Nealson, 2006). A seguir serão abordados detalhes do uso de
MOMn.
7
de enzimas MCOs que já foram demonstradas por participarem da oxidação do íon Mn(II)
estão presentes em L. discophora (MofA), P. putida (CumA), Bacillus sp. (MnxG) e
Pedomicrobium sp. (MoxA) (Miyata et al., 2007).
8
com as bactérias: 1) Leptothrix discophora cepa SS-1, a partir da qual foi detectada a
presença de uma proteína extracelular envolvida com a oxidação do Mn(II); 2)
Pseudomonas putida cepa GB-1, que depositou óxidos de Mn em volta da célula, os quais
eram proveniente de uma oxidação catalisada no início da fase estacionária de
crescimento na presença de oxigênio (Okazaki et al., 1997); 3) Esporos marinhos de
Bacillus sp. cepa SG-1, que ao serem revestidos pelo íon Mn(II), instantemente o
oxidavam a óxidos de Mn, através de um mecanismos ainda não identificado (De Vrind
et al., 1986). Os achados com estas bactérias serviram de base para futuros estudos de
oxidação biológica do Mn.
9
Figura 3: Imobilização do íon Mn(II) por fungos ligninolíticos. Adaptada de Hofrichter, 2002.
Outra enzima utilizada na degradação de lignina, a enzima lacase, a qual faz parte
da família das MCOs, também está relacionada com o mecanismo de oxidação do íon
Mn(II) por fungos (Tebo et al., 2005). A enzima lacase, do mesmo modo que a MnP,
catalisa a oxidação do Mn(II) a Mn(III) na presença de um quelante de Mn (Baldrian,
2006).
A oxidação enzimática do íon Mn(II) foi identificada em outros fungos além dos
basidiomicetos. Estudos sugerem que as MCOs também atuam como oxidantes de Mn(II)
em diversos ascomicetos (Miyata et al., 2004; Miyata et al., 2006; Thompson Ia Fau -
Huber et al., 2006). Um fungo ascomiceto como Acremonium sp. KR21-2 mostrou
atividade enzimática com a ocorrência da oxidação do Mn(II) a Mn(IV) (Miyata et al.,
2004), assim como Galumannomyces graminis foi capaz de oxidar o Mn(II), sendo este
processo catalisado pela lacase (Thompson Ia Fau - Huber et al., 2006).
Vários outros fungos são capazes de oxidar o Mn, incluindo os gêneros Alternaria,
Cladosporium, Coniothyrium, Curvularia, Penicillium, Phoma, Verticillium, entre
10
outros, que já foram isolados de ambientes mais diversos tais como solo, superfícies
rochosas, sedimentos, esgotos, água salgada e doce, e em sistemas de distribuição de água
(Timonin et al., 1972; De La Torre e Gomez-Alarcon, 1994; Miyata et al., 2006; Miyata
et al., 2007).
1.4.3 Leveduras e o Mn
11
ocorrência de crescimento celular alcançando a concentração de até 20mM destes
elementos (Olasupo et al., 1993).
As leveduras têm sido utilizadas para a fabricação de pão, cerveja e vinho desde
os tempos antigos. O papel na fermentação foi reconhecido por Pasteur e as primeiras
culturas puras fermentadoras de cerveja e de vinho foram obtidas por Hansen e Muller-
Thurgau, respectivamente, no final do século XIX. Desde então, a utilização de leveduras
se tornou uma prática padrão na fermentação industrial, não só para alimentos e bebidas,
mas também para uma ampla variedade de produtos feitos por leveduras ou a partir de
células de leveduras (Deak, 2009).
12
Tabela 1: Espécies de leveduras e suas aplicações em biotecnologia. Traduzido de Deak, 2009.
Espécie Aplicação Biotecnológica
Candida milleri Agricultura
C. shehatae Bioetanol
C. sake Biocontrole
C. oleophila Proteína
C. maltosa Queijo, salsicha, proteases
Debaryomyces hansenii Amilase
D. (Schwanniomyces) occidentalis Riboflavina
Eremothecium ashbyi Aprimoramento do queijo
Geotrichum candidum Fermentação de vinho
Hanseniaspora uvarum Fermentação de leite; proteína do soro
Kluyveromyces marxianus Fermentação de leite; proteína do soro
K. lactis Bioetanol
Pachysolen tannophilus Astaxantina
Pichia angusta (Hansenula polymorpha) Bioetanol
P. anômala Biocontrole
P. jadinii (C. utilis) Matéria-prima
P. pastoris Proteína heteróloga
P. stipitis Bioetanol
Pseudozyma flocculosa Biocontrole
Rhodotorula glutinis Caroteno
Schizosaccharomyces pombe Fermentação de cidra
Saccharomyces cerevisiae Fermentação cerveja, pão, vinho; bioetanol,
invertase; proteína heteróloga
S. exiguus Agricultura
S. boulardii (S. cerevisiae) Probiótico
Saccharomycopsis fibuligera Amilase
Torulaspora delbrueckii Agricultura
Zygosaccharomyces rouxii Molho de soja
13
1.5.1 Tratamento de Efluentes por Leveduras
14
partir de soluções aquosas. Leveduras dos gêneros Saccharomyces, Candida e Pichia são
eficientes biossorventes de metais pesados (Podgorskii et al., 2004; Wang e Chen, 2009).
15
2. Objetivos
16
2.1 Objetivo Geral
17
3. Materiais e Métodos
18
3.1 Coleta das Amostras
As colônias com aparência semelhante a levedura que podiam ser visualizadas nas
placas dos diferentes meios foram novamente estriadas em placas contendo meio YPD
(Tabela 2) acrescido de MnSO4, na mesma concentração do íon Mn(II) que a encontrada
na da água coletada da mina. O Mn(II) foi incorporado ao meio pela adição de
Mn(SO4).H2O após a esterilização do meio. Previamente à adição ao meio de cultivo, o
Mn(SO4).H2O sofreu irradiação ultravioleta durante 15 minutos para a esterilização e
19
prevenção contra a contaminação do meio por outros micro-organismos. As placas foram
mantidas a 28°C por 48 horas.
Ampicilina 100µg/µL
20
mudanças na textura das colônias. Como controle, foram mantidas nas mesmas condições
placas com todas as diferentes concentrações do Mn contendo apenas o meio de cultivo
sem a presença dos micro-organismos.
21
Figura 4: Galeria do Kit API 20C AUX. A galeria contém 20 cúpulas, para a inoculação da
levedura. A primeira é a cúpula testemunha ou cúpula controle na qual não há adição de nenhuma
fonte de carbono, enquanto que as outras 19 cúpulas possuem fontes de carbono diferentes.
Foi utilizada uma galeria para cada levedura, na qual as cúpulas foram inoculadas
com uma suspensão realizada em um tubo com 2mL de Supensio Medium (BioMerieux)
com opacidade 2 da Escala de McFarland a partir de colônias com 18 a 24 horas. As
galerias foram armazenadas a 28°C por 72 horas em câmara úmida. Foram feitas leituras
nos intervalos de 48 e 72 horas.
Figura 5: Esquema da validação realizada no catálogo analítico online através dos resultados de
crescimento nas diferentes cúpulas nas galerias do Kit API 20C AUX. Nos espaços
correspondentes às 20 cúpulas da galeria deve ser preenchido crescimento positivo (+) ou
negativo (-), assim como a formação ou ausência de formação de hifa ou pseu-hifa. Após
preenchidos todos os espaços, o programa é validado e a espécies correspondente é fornecida.
22
3.5.1.1 Microcultivo das Leveduras
Os isolados foram cultivados por 20 horas em meio YPD. Para recuperação dos
micro-organismos, 1mL de cultura foi transferida para tubos eppendorfs e as culturas
foram centrifugadas a 12.000 rpm, 4°C por dois minutos (Micro Hight Refrigerated
Centrifuge, Vision). Os pellets foram lavados com PBS estéril (8,76 g/L de NaCl; 0,568
g/L de Na2HPO4; 0,272 g/L de KH2PO4; pH7,2). Em seguida, eles foram ressuspendidos
em 293µL de EDTA 50mM estéril, e foi adicionado 15 µL da enzima Lyticase
(20mg/mL). As amostras foram incubadas a 37°C por uma hora para a digestão da parede
celular. Posteriormente as amostras foram centrifugadas a 12.000 rpm por dois minutos.
O sobrenadante foi descartado e o pellet foi utilizado para extração do DNAg com o
Wizard Geomic DNA Purification Kit (Promega).
Tabela 4: Características gerais dos iniciadores forward (F) e reverse (R) utilizados nas diferentes
reações de amplificação.
Iniciadores Sequência 5’→3’ Tm Gene
ITS5 GGA AGT AAA AGT CGT AAC AAG G (F) 540C ITS1-5.8SrRNA-ITS2
NS3 GCA AGT CTG GTC CCA GCA GCC (F) 550C 18S rRNA
NS6 GCA TCA CAG ACC TGT TAT TGC CTC (R)
NS1 GTA GTC ATA TGC TTG TCT (F) 530C 18S rRNA
NS6 GCA TCA CAG ACC TGT TAT TGC CTC (R)
LROR ACC CGC TGA ACT TAA GC (F) 500C 28S rRNA
ITS1F CTT GGT CAT TTA GAG GAA GTA (F) 520C 28S rRNA
TS1F CTT GGT CAT TTA GAG GAA GTA (F) 520C ITS1-5.8SrRNA-ITS2
24
Figura 6: Localização dos iniciadores no gene do rRNA. Adaptada de Grades e Bruns (1993) e
Takano e cols. (2006).
MgCl2 (25mM) 4
dNTPs*2 (10mM) 1
25
A mistura reacional foi incubada em um termociclador (ThermoHybaid Px2) e a
reação de PCR seguiu os seguintes parâmetros:
4) Resfriamento a 4°C.
26
sequenciador automático de DNA (3500 Genetic Analyzer, AppliedBiosystems). Os
fragmentos de DNA foram sequenciados na direção foward.
Para a dosagem do íon Mn(II), cerca de 2mL da cultura foi centrifugada a 12.000
rpm, 4°C por 10 minutos. O sobrenadante foi recolhido, diluído 10 vezes em água
destilada e acidificada com solução de HCl (1:1). As amostras diluídas foram submetidas
à técnica analítica de espectrometria de emissão atômica por plasma (Varian 725). A
27
remoção do íon Mn(II) foi avaliada pelo decaimento do elemento no meio de cultura e a
porcentagem de remoção foi calculada por meio da equação:
𝑀𝑖 − 𝑀𝑓
𝑅𝑒𝑚𝑜çã𝑜 (%) = 100.
𝑀𝑖
Como controle, tubos contendo 100mL de meio YPD com 0,91mM do íon Mn(II)
e adicionado do fungicida Tiosenato 0,03mg/L foram incubados nas mesmas condições e
submetidos às mesmas dosagens.
Cerca de 1mL de cada um das culturas foi transferido para tubos eppendorfs e
centrifugados a 5.000 rpm por 20 minutos. As células foram lavadas por duas vezes em
água destilada. O pellet foi ressupendido em 1mL de tampão fosfato 0,1M pH7,2
contendo 1% de paraformaldeído e 2% de glutaraldeído. Um volume de 50µL foi
transferido para uma lâmina de vidro previamente tratada com solução 2% de silano em
acetona, para a fixação das células na lâmina durante o período de duas horas.
Posteriormente, as células já fixadas em lâminas foram lavadas com água destilada e
28
desidratadas três vezes em uma série de etanol (30, 50, 70, 80, 90, 95 e 100%) por cinco
minutos cada concentração de etanol.
Para as colônias crescidas em meio sólido, foi retirada uma colônia da placa e
homogeneizada em 1mL de tampão fosfato 0,1M pH 7,2 contendo 1% de
paraformaldeído e 2% de glutaraldeído. O restante da preparação das lâminas foi de
maneira igual a realizada para as culturas em meio líquido.
29
3.8.3 Microanálise por Espectrometria de Dispersão de Energia
30
4. Resultados e Discussões
31
4.1 Caracterização Química da Água
A água da mina foi analisada por espectrometria de emissão atômica por plasma.
O teor de Mn encontrado na água foi de 140mg/L o equivalente a 2,5mM (Tabela 6). A
concentração de Mn observada é muito elevada quando comparada aos limites
estabelecidos na Resolução CONAMA nº. 430, de 13/05/2011 que estabelece o
lançamento de 1,0mg/L de Mn dissolvido em efluentes. A água amostrada se trata de uma
água superficial com pH 6,5 e que foi coleta no inverno, estação com baixo nível
pluviométrico, que pode levar ao aumento da concentração do Mn.
Tabela 6: Análise da água de mina. Cerca de 10mL da água coletada foram submetidas à técnica
analítica de espectrometria de emissão atômica por plasma (Varian 725).
Elementos Concentração (mg/L)
Na 4,07
Ca 85,6
Cu 0,22
Fe 2,2
Mn 140
Ni 0,62
S 306
Zn 0,78
32
membrana nos meios Sabouraud, Batata e Mineral, foram isolados fungos filamentosos,
bactérias e leveduras, totalizando 44 isolados (Tabela 7).
Tabela 7: Micro-organismos isolados da água pelos meios Sabouraud, Batata e Mineral e YPD.
Fungos Filamentosos Bactérias Leveduras
Bacilos
10 10 11 3 2
Sub-total 31 5 8
Total 44
33
Figura 7: Leveduras isoladas da água da Mina em meio YPD +2,5mM do íon Mn(II). Isolados
12, 13, 29, 42 e 43 com coloração rosa e isolados 28, 38 e 39 com coloração branca.
34
Figura 8: Os oito isolados de leveduras em placas com diferentes concentrações de Mn(II). Nas
placas com 5mM de Mn(II) não há mudança da cor do meio. Nas placas com 16 e 32mM de
Mn(II) há mudança do meio para marrom e colônias enrugadas para os isolado 28, 38 e 39.
35
O isolado 29 apresentou um perfil distinto dos demais, uma vez que foi o único
que na concentração de 32mM de Mn(II) houve pequena mudança do meio para marrom,
sendo visualizado apenas no entorno das colônias. Ressalta-se também que entre todos os
isolados de tonalidade rosa, o isolado 29 foi o único que apresentou um crescimento
menor na placa de 32mM de Mn(II) ao se comparar com as outras concentrações.
36
a identificação das espécies correspondentes aos isolados, de modo a obter uma melhor
caracterização geral destes isolados tolerantes a altas concentrações de Mn.
37
Tabela 8: Perfil bioquímico dos isolados de leveduras pelo Auxanograma.
Isolado
MDG
MAL
MLZ
ADO
NAG
GLU
GAL
ARA
LAC
XYL
SOR
TRE
2KG
XLT
CEL
RAF
SAC
Hifa
INO
GLI
12 + - - - + - - - - - - - - - + + + + + -
13 + - - - + - - - - - - - - - + + + + + -
28 + + + + + + - + - + + + + - + + + + + +
29 + + - + - + - + - + - - - - + + + - + -
38 + + + + + + + + - + + + + - + + + + + +
39 + + + + + + + + - + + + + - + + + + + +
42 + - - + + - - + - + - - - - + + + + + -
43 + - - + + - - + - + - - - - + + + + + -
(+) = positivo; (-) = negativo; GLU= D-Glucose; GLY= Glicerol; 2KG= Cálcio 2-ceto-Gluconato; ARA= L-Arabinose; XYL= D-Xilose; ADO= Adonitol;
XLT= Xilitol; GAL= D-Galactose; INO= Inositol; SOR= D-Sorbitol; MDG= Metil-αD-Glucopiranosido; NAG= N-Acetil-Glucosamina; CEL= D-Celobiose;
LAC= D-Lactose (origem bovina); MAL= D-Maltose; SAC= D-Sacarose; TER= DTrealose; MLZ= D-Melezitose; RAF= D-Rafinose; Hifa= formação de hifa
ou pseudo-hifa.
38
Pela análise do microcultivo após 48 horas de incubação observou-se que todos
os isolados de cor rosa não formaram nenhuma estrutura. Já para todos os três isolados
de cor branca foi observada a formação de pseudo-hifas, ou seja, brotos maduros que
permanecem ligados às células parentais em cadeia formando uma estrutura semelhante
a uma hifa (Kurtzman, Fell, Boekhout, et al., 2011), como exemplificado pela Figura 9.
As estruturas encontradas não foram utilizadas como forma de caracterização
morfológica na identificação das espécies, mas apenas como uma ferramenta necessária
para a identificação junto aos testes bioquímicos.
Figura 9: Imagem obtida por Microscopia Eletrônica de Varredura da pseudo-hifa formada pelo
isolado 38. A levedura foi inoculada em placa de microcultivo contendo Agar Fubá e Tween 80
e incubada por três dias. A estrutura observada na imagem não fornece subsídio para a
identificação da espécies, de modo que foi utilizada neste trabalho apenas para a constatação de
presença ou ausência de tal estrutura.
39
Em relação aos isolados de cor branca, eles crescem em praticamente todas as
fontes de carbono fornecidas. Os isolados 28, 38 e 39 não crescem em inositol e lactose,
sendo que o isolado 28 se diferencia dos outros dois por não conseguir assimilar o xilitol.
Figura 10: Resultado obtido das validações online das galerias inoculadas pelos oito isolados
através do catálogo analítico do Kit API 20C AUX. O primeiro painel identifica os isolados 12 e
13 com 74% de identidade como Rhodotorula mucilagina. O segundo painel identifica o isolado
28 com 98.8% de identidade como Candida guilliermondii. O terceiro painel identifica o isolado
29 com 99,9% de identidade como R. mucilaginosa. O quarto painel identifica os isolados 38 e
39 com 99,7% de identidade como C. guilliermondii. O quinto painel identifica os isolados 42 e
43 com 99,9% de identidade como R. mucilaginosa.
40
Apesar da diferença nos perfis bioquímicos entre os cinco isolados de cor rosa,
todos foram identificados como Rhodotorula mucilaginosa, variando apenas na eficiência
de identificação. Os isolados 12 e 13 tiveram uma fraca discriminação com identidade de
74%, enquanto que para os isolados 29, 42 e 43 obteve-se uma excelente identificação
com 99,9% de identidade. R. mucilaginosa não forma hifa ou pseudo-hifa e é uma
levedura não fermentadora (Sampaio, 2011).
Figura 11: Análise da qualidade do DNAg dos oito isolados de leveduras. O volume de 5µL do
DNA extraído de cada isolado foi analisado em gel agarose a 0,6% corado com brometo de etídeo.
41
As bandas maiores observadas nos isolados 28, 38 e 39 é proveniente de um maior
crescimento celular desempenhado. Foi utilizado o mesmo volume de cultura, entretanto
estes isolados apresentaram maior biomassa, conferindo assim melhor eficiência no
protocolo de extração do DNA.
Após amplificações com pares de iniciadores (ver seção Materiais e Métodos) que
não formaram produtos de PCR com banda única, utilizou-se o par de iniciadores
ITS1F/ITS4B, que compreende a região ITS1, o rDNA 5.8S e a região ITS2 (Figura 12).
Esses iniciadores fornecerem uma banda com 700pb (Figura 13).
Figura 12: Esquema da região amplificada pelos iniciadores ITS1F e ITS4B. Adaptada de Grades
e Bruns (1993).
Figura 13: Produtos de PCR obtidos com os iniciadores ITS1F/ITS4B para os oito isolados
de leveduras. Foi observada a presença de uma banda única de 700pb para todos os isolados.
MM: marcador de massa molecular 100pb (Affymettrix). Foram utilizados 4ng de DNAg dos
isolados 28, 38 e 39 e 20ng de DNAg dos isolados 12, 13, 29, 42 e 43, para reações com
volume final de 50µL. O volume de 5µL de cada preparação foi analisado em gel de agarose
a 1,2% corado com brometo de etídeo.
42
Novas reações de PCR foram reproduzidas com estes iniciadores e um volume de
100µL dos produtos de PCR para cada isolado foram purificados com acetato de sódio
3M e enviados para o sequenciamento.
Do produto de PCR com 700pb, utilizou-se apenas 550pb para a construção das
árvores filogenéticas, de modo a utilizar somente sequências com alta qualidade. Deste
modo, não foi realizada análise filogenética com o isolado 42, uma vez que a sequência
obtida teve qualidade ruim.
43
Tabela 9: Sequências recuperadas no BLAST para o isolado 12.
Espécie Nº de acesso E-value Identidade
44
Foram construídas duas árvores, uma para os isolados de cor rosa (Figura 14) e
outra para os isolados de cor branca (Figura 15). Ambas as árvores foram construídas
pelo algoritmo Neighbor-Joining com bootstrap de 2.000 réplicas.
45
Figura 14: Árvore filogenética dos isolados rosas das leveduras
a partir do gene ITS1-5.8rRNA-ITS2. Foram utilizados 550
nucleotídeos para a análise filogenética com bootstrap de 2.000
réplicas.
46
Figura 15: Árvore filogenética dos isolados brancos de
leveduras a partir do gene ITS1-5.8rRNA-ITS2. Foram
utilizados 550 nucleotídeos para a análise filogenética com
bootstrap de 2.000 réplicas.
47
Pela Figura 14 pode-se observar que todos os quatro isolados de cor rosa
pertencem a espécie Rhdotorula mucilaginosa. Entre os quatro isolados, o 29 foi o que
apresentou certa distância filogenética em relação aos outros. No alinhamento no
ClustalW2 os isolados 12, 13 e 43 apresentaram sequências de nucleotídeos
completamente iguais, enquanto que o isolado 29 se distinguiu dos demais por dois
nucleotídeos que não foram identificados assim como por uma timina no lugar de citosina
como ocorre nos outros isolados (ANEXO F). Esta distância também pode ter sido
acentuada devido as sequências de todos os isolados conterem 550 nucleotídeos, enquanto
que para o isolado 29 apenas 470 nucleotídeos estavam com boa qualidade, e portanto
utilizou-se uma sequência menor que as demais.
48
epidemiológicos indicaram que a levedura deve ser incluída na lista de patógenos
oportunistas (Sampaio, 2011).
49
por espécies intimamente relacionadas e fenotipicamente indistinguíveis, tais como M.
guilliermondii, M. caribbica, Candida carpophila, Candida smithsonii, Candida
athensensis, Candida elatedarum e Candida glucosophila. A dificuldade da distinção
fenotípica entre M. caribbica e M. gulliermondii pode justificar as identificações
incorretas que usualmente são encontradas pelo Sistema API 20C AUX como também
pelo sequenciamento da subunidade grande do gene rRNA nos domínios D1e D2
(Wahengbam Romi et al., 2014). Neste sentido, estudos baseados em análises de
sequências têm considerado a região ITS1-5.8S-ITS2 como “o código de barras universal
de DNA” para a identificação de leveduras (Schoch et al., 2012).
50
obtidos de ambientes como solo, flores, frutas como laranja e uva assim como de outro
produtos alimentares como o arroz. M. guilliermondii também já foi isolada como
patógeno oportunista de animais e humanos. Exemplos de hábitats diversos pelos quais
M. guilliermondii já foi isolada são fezes de insetos nos Estados Unidos e lama de
estuários brasileiros.
51
Figura 16: Remoção do íon Mn(II), análise do crescimento microbiano e, variação do valor de
pH durante o ensaio de sete dias em Meio YPD por R. mucilaginosa. Os experimentos foram
realizados em triplicata biológica.
Pela análise da figura 16, temos que o pH do meio abaixou de sete para valores
inferiores a seis já no terceiro dia de ensaio, e que no sétimo dia o pH subiu para
aproximadamente seis e meio. A acidificação do meio é decorrente do metabolismo das
leveduras através da secreção de ácidos orgânicos durante o crescimento celular. A
maioria das leveduras são capazes de produzir ácidos orgânicos como α-cetoglutárico,
pirúvico, isocítrico, cítrico, málico, succínico e ácido acético (Gadd, 2007).
O fato do pH não subir para valores acima sete é favorável à condição dos ensaio
de remoção do Mn. Um valor elevado de pH seria capaz de levar à remoção de maneira
química e não biológica, uma vez que a oxidação do íon Mn(II) é afetada diretamente
pelo pH, sendo favorecida em pH elevado (Nealson, 2006). A pequena queda na
concentração do Mn é evidenciada principalmente quando as células estão na fase
estacionária.
Como controle, tem-se que nos tubos em que não foi inoculado o micro-
organismos, o pH se manteve constante durante todo o ensaio e também não foi observada
52
queda considerável na concentração de Mn do meio, apenas uma diminuição de 2,1% que
pode ser devido à falha experimental.
Figura 17: Remoção do íon Mn(II), análise do crescimento microbiano e, variação do valor de
pH durante o ensaio de sete dias em Meio YPD por M. caribbica. Os experimentos foram
realizados em triplicata biológica.
Para os tubos controle ocorreu uma pequena queda do pH, e o mesmo se manteve
constante no restante dos ensaios, do mesmo modo que não houve queda na concentração
de Mn nestes tubos. A velocidade de remoção do Mn mostrou-se mais acentuada durante
a fase exponencial do crescimento das células, sendo que já na fase estacionária continua
uma queda bem proeminente na concentração do Mn. Entretanto, o maior percentual de
53
remoção ocorreu na fase estacionária, mesmo que em menor velocidade se comparada
com a fase exponencial.
Figura 18: Remoção do íon Mn(II), análise do crescimento microbiano e, variação do valor de
pH durante o ensaio de sete dias em Meio YPD por M. guilliermondii. Os experimentos foram
realizados em triplicata biológica.
Após um dia de ensaio o pH foi para próximo de cinco mas retornou para perto da
neutralidade (pH 7,2) no final do experimento. Do mesmo modo que para M. caribbica,
a remoção mostrou-se mais veloz na fase exponencial de crescimento, porém ocorreu
maior porcentagem de remoção do Mn na fase estacionária. O pH e a concentração de
Mn do controle se manteve contaste. Dados na literatura para a bactéria L. discophora
SS-1 mostram que a oxidação do íon Mn(II) ocorre na fase exponencial tardia,
estacionária ou na esporulação (Tebo et al., 2005; Nealson, 2006).
54
o pH do meio, evitando a ocorrência de remoção química. Portanto são leveduras
promissores para serem utilizadas em um processo biotecnológico para a biorremediação
de efluentes pela indústria de mineração do Mn. Já em relação a levedura R. mucilaginosa,
o tempo de sete dias pode não ter sido suficiente para demostrar a real capacidade da
levedura na remoção o Mn, uma vez que em placa ela mudou a coloração do meio
indicando a formação de óxidos de Mn.
Kaszycki e cols. (2004) mostraram que M. guilliermondii foi capaz de tolerar íons
Cr(III) e Cr(VI), e que tal tolerância é fortemente dependente da fase de crescimento, a
densidade da biomassa, e o tempo de tratamento com o metal. Em outro estudo, M.
guilliermondii tolerou 3mM de Cr(III) e 0,5mM de Cr(VI) e o aumento da produção de
riboflavina aumentou a resistência a ambas as formas do Cr. O perfil eletroforético de
55
proteínas revelou a ocorrência de indução ou supressão de diversas proteínas em resposta
aos níveis tóxicos de Cr(VI), indicando um mecanismo complexo envolvido no processo
(Ksheminska et al., 2003).
56
57
Figura 19: Imagens de MEV por SE e de microanálise EDS do isolado 12 de R. mucilaginosa em Meio YPD na presença e ausência de Mn(II). A) Visão geral
das leveduras com aumento de 2.000 X; B) Aumento de 50.000 X na ausência de Mn; C) Aumento de 50.000 X na presença de Mn; D) EDS das células em
meio com Mn; E) EDS detalhado de uma célula em meio com Mn; F) Representação das localização dos elementos na lâmina; G) Gráfico da leitura
espectrométrica dos elementos.
58
A Figura 19A é uma representação geral da levedura R. mucilaginosa por MEV.
Nas Figuras 19B e 19C a célula está em um aumento de 50 mil vezes na ausência e
presença de 0,91mM de Mn(II), respectivamente. Não foi observada nenhuma diferença
na morfologia das células nas duas condições. Nas figuras 19D e 19E tem-se representado
o mapeamento da microanálise de EDS para uma visão geral das células, e para uma
célula detalhada, respectivamente.
Os elementos encontrados nas Figuras 19D e 19E como o Al, potássio (K), cálcio
(Ca), silício (Si), magnésio (Mg), sódio (Na), oxigênio (O) e carbono (C) estão
representados na Figura 19F com suas localizações específicas na lâmina. O elemento
Al foi detectado pois o suporte utilizado para as lâminas no MEV o contém. Já os
elementos K, Ca, Mg e Na estão espalhados por toda a lâmina por se tratarem de
elementos que compõem as estruturas de parede e membrana celular. O Si encontrado é
devido ao vidro da lâmina, e como pode ser visto na figura, ele está menos evidente na
região da célula. O carbono está evidenciado na célula por se tratar de matéria orgânica e
o oxigênio está contido em toda a lâmina.
Todas as análises de EDS descritas acima foram realizadas com uma lâmina com
o isolado proveniente do meio contendo o Mn, entretanto nenhum traço do elemento foi
encontrado, como está exposto no gráfico da Figura 19G que quantifica os elementos
encontrados. É válido ressaltar que R. mucilaginosa não foi capaz de remover o Mn no
período de 7 dias em meio líquido. Com isso, pode-se afirmar que o Mn ainda estava
presente no meio quando as alíquotas foram coletadas, mas que após as etapas de
centrifugações para a preparação das lâminas, todo o meio de cultura foi separado da
massa celular, assim como o Mn presente no mesmo.
59
60
Figura 20: Imagens de MEV por SE e de microanálise EDS de M. caribbica em Meio YPD na presença e ausência de Mn(II). A) Visão geral das leveduras
com aumento de 5.000 X; B) Aumento de 100.000 X na ausência de Mn; C) Aumento de 90.000 X na presença de Mn; D) EDS em meio sem Mn; E) EDS em
meio com Mn; F) Representação das localização dos elementos na lâmina; G) EDS detalho para o Mn nas células; H) Gráfico da leitura espectrométrica dos
elementos.
61
A Figura 20A representa de foram geral a levedura M. caribbica por MEV. Nas
Figuras 20B e 20C a célula está em um aumento de 100 mil e 90 mil vezes na ausência
e presença de 0,91mM de Mn(II), respectivamente. Foi observada diferença na
morfologia das células nestas duas condições, pois pela Figura 20C é possível observar
que a célula encontra-se com aparência enrugada. Este enrugamento pode ser um
mecanismo de defesa da célula contra a presença do metal, do mesmo modo que foi
observado um enrugamento macroscópico das colônias dessa espécie nos ensaios de
tolerância a altas concentrações do íon Mn(II).
62
63
Figura 21: Imagens de MEV por SE e de microanálise EDS de M. guilliermondii em Meio YPD na presença e ausência de Mn(II). A) Visão geral das leveduras
com aumento de 5.000 X; B) Aumento de 100.000 X na ausência de Mn; C) Aumento de 100.000 X na presença de Mn; D) EDS em meio com Mn; E) EDS
detalhado para o Mn nas células; F) EDS da localização no Mn na lâmina; G) Gráfico da leitura espectrométrica dos elementos.
64
A Figura 21A representa de foram geral a levedura M. guilliermondii por MEV.
Nas Figuras 21B e 21C a célula está em um aumento de 100 mil vezes na ausência e
presença de 0,91mM de Mn(II), respectivamente. Assim como para M. caribbica,
também foi observada diferença na morfologia das células, sendo que na presença de Mn
a célula encontra-se com aparência muito enrugada. Novamente de maneira semelhante
à M. caribbica, o enrugamento também foi observado nos ensaios de tolerância a altas
concentrações do íon Mn(II) e pode ser um mecanismo de defesa ao metal.
65
66
Figura 22: Imagens de MEV por BSE e de microanálise EDS do isolado 29 de R. mucilaginosa
em placa com 32mM de Mn(II). A) Visão geral das células com aumento de 1.000X; B) EDS das
células; C) Representação localização dos elementos na lâmina; D) Imagem em BSE destacando
o ponto específico para microanálise (seta preta); G) Gráfico da leitura espectrométrica dos
elementos no ponto indicado pela seta preta na figura anterior.
67
A Figura 22A representa uma visão geral por BSE na qual é possível visualizar
pontos com diferentes tonalidades, os quais são provenientes da diferença no número
atômico dos elementos presentes na amostra. Já a Figura 22B mostra o mapeamento da
microanálise EDS em uma imagem por BSE, na qual o Mn foi encontrado e está
localizado com maior expressão nas células que se encontram com um contraste mais
claro de coloração, como detalhado na Figura 22C. Pode-se então dizer que a coloração
mais clara do contraste na imagem BSE é onde o Mn está localizado. A Figura 22D
representa uma imagem por BSE da mesma região em que foi realizado o mapeamento
dos elementos, mas com uma região destacada. A Figura 22E apresenta o gráfico da
análise pontual da região indicada pela seta preta na Figura 22D. No gráfico observa-se
um pico acentuado de oxigênio e outro de Mn, sendo que o Mn encontra-se com o valor
em massa de 53% da região analisada, e o oxigênio com 44,9%. Rajpert e cols. (2013)
mostraram que na superfície celular de um biofilme de R. mucilaginosa foi confirmada a
presença de acúmulo de cobre através da microanálise EDS.
68
69
Figura 23: Imagens de MEV por BSE e de microanálise EDS de M. caribbica em placa com
32mM de Mn(II). A) Visão geral das células com aumento de 1.000X; B) EDS detalhado do Mn
nas células; C) Representação localização dos Mn na lâmina; D) EDS das células; E) Gráfico da
leitura espectrométrica dos elementos.
70
A Figura 23A representa uma visão geral por BSE através da diferença de número
atômico. Já na Figura 23B tem-se o EDS detalhado para o Mn, que encontra-se
principalmente na região celular como mostrado na Figura 23C. A Figura 23D mostra a
microanálise de EDS em uma imagem por BSE e os elementos detectados estão no
mesmo padrão das figuras anteriores.
71
72
Figura 24: Imagens de MEV por BSE e de microanálise EDS de M. guilliermondii em placa com
32mM de Mn(II). A) Visão geral das células com aumento de 1.000X; B) EDS detalhado do Mn
nas células; C) Imagem em BSE destacando pontos para microanálise; D) Gráfico da leitura
espectrométrica dos elementos no ponto indicado pela seta preta na figura anterior; E) Gráfico da
leitura espectrométrica dos elementos no ponto indicado pela seta branca na figura anterior.
73
A Figura 24A representa uma visão geral por BSE através da diferença de número
atômico. Na Figura 24B destaca-se a microanálise de EDS detalhada para o Mn, que
encontra-se bastante evidente na região celular. A Figura 24C representa a mesma região
em que foi realizado o mapeamento do Mn, mas com alguns pontos destacados para a
análise de regiões específicas. As Figuras 24D e 24E apresentam gráficos da análise das
regiões indicadas pelas setas preta e branca, respectivamente, ambas destacadas na
Figura 24C. O gráfico da Figura 24D que foi realizado a partir de uma região clara do
contraste, apresenta picos acentuados para o Mn e o oxigênio com a representação em
massa de 15,4% e 51%, respectivamente. Já no gráfico da Figura 24E, que foi realizado
a partir de uma região escura do contraste, foi evidenciado menor quantidade de Mn, com
2,3% em massa do total da região amostrada.
Estes resultados sugerem que as regiões claras do contraste na imagem BSE são
onde estão depositadas maiores quantidades dos óxidos de Mn que se encontram
adsorvidos na célula. Nos gráficos das leituras espectrométricas de EDS realizadas a partir
dos pontos de contraste mais claro nas imagens, os elementos que se encontram em maior
quantidade são o C, O, e Mn, os quais são referentes ao material orgânico das células e
ao agregado de óxido de Mn formado. Análises semelhantes de EDS para bactérias que
oxidam Mn mostraram que o Mn, C e O são os principais elementos que cobrem a
superfície dos agregados e a parede celular das bactérias (Yang, W. et al., 2013).
74
investigados quanto as suas características de se ligarem a metais em sistemas que
incluem biomassa microbiana morta ou células vivas (Gavrilescu, 2004). A biossorção de
metais como Zn, Ni, e Cr foi demostrada através micrografias de MEV utilizando a
biomassa fúngica de Aspergillus sp (Kumar et al., 2012).
75
adsorção do elemento na célula foi comprovada por micrografias de MEV e análise EDS
(Bankar et al., 2009). De modo semelhante, microanálises de EDS e micrografias de MEV
confirmaram a presença de Ni(II) adsorvidos na célula de outras duas cepas de Y.
lipolytica, as quais desempenharam a remoção do Ni(II) em altas e baixas concentrações
(Shinde et al., 2012).
76
Além do Cu, células de M. guilliermondii também se mostraram capazes de
remover o Cr do meio, de modo que o metal acumulado nas células continha 29,3% e
52,3% de Cr(II) e Cr(VI), respectivamente. A biorremediação do Cr tri e hexavalente
envolveu a conversão do metal em compostos organicamente ligados à superfície celular
(Kaszycki et al., 2004).
77
5. Conclusão
78
A partir da análise dos dados obtidos no presente trabalho, foi possível chegar as
seguintes conclusões:
79
6. Perspectivas
80
Novo sequenciamento do isolado 42 para a confirmação de pertencer a espécie de
R. mucilaginosa;
81
7. Anexos
82
Anexo A: Sequências recuperadas no BLAST para o isolado 13.
83
Anexo B: Sequências recuperadas no BLAST para o isolado 29.
84
Anexo C: Sequências recuperadas no BLAST para o isolado 43.
Tabela 12: Sequências recuperadas no BLAST para o isolado 43.
Espécie Nº de acesso E-value Identidade
85
Anexo D: Sequências recuperadas no BLAST para os isolado 38 e 39.
86
Candida lignosa HQ652063.1 1e-171 87%
87
Anexo E: Sequências recuperadas no BLAST para o isolado 28.
Tabela 14: Sequências recuperadas no BLAST para o isolado 28.
Espécie Nº de acesso E-value Identidade
88
Candida lignosa HQ652063.1 3e-168 87%
89
Anexo F: Alinhamento no Clustlw2 para os isolados 12, 13, 29 e 43
13 ----GTCCAACTTAACTTGGAGTCCGAACTCTCACTTTCTAACCCTGTGCACTTGTTTGG 56
29 ------------------------------------------------------------
12 ----GTCCAACTTAACTTGGAGTCCGAACTCTCACTTTCTAACCCTGTGCACTTGTTTGG 56
43 GGACGTCCAACTTAACTTGGAGTCCGAACTCTCACTTTCTAACCCTGTGCACTTGTTTGG 60
13 GATAGTAACTCTCGCAAGRGAGCGAACTCCTATTCACTTATAAACACAAAGTCTATGAA 116
29 T
------------------------AACTCCTATTCACTTATAAACACMAAGTCTATGAAT 36
12 GATAGTAACTCTCGCAAGAGAGCGAACTCCTATTCACTTATAAACACAAAGTCTATGAAT 116
43 GATAGTAACTCTCGCAAGAGAGCGAACTCCTATTCACTTATAAACACAAAGTCTATGAAT 120
*********************** ************
13 GTATTAAATTTTATAACAAAATAAAACTTTCAACAACGGATCTCTTGGCTCTCGCATCGA 176
29 GTATTAAATTTTATAACAAAATAAAACTTTCAACAACGGATCTCTTGGCTCTCGCATCGA 96
12 GTATTAAATTTTATAACAAAATAAAACTTTCAACAACGGATCTCTTGGCTCTCGCATCGA 176
43 GTATTAAATTTTATAACAAAATAAAACTTTCAACAACGGATCTCTTGGCTCTCGCATCGA 180
************************************************************
13 TGAAGAACGCAGCGAAATGCGATAAGTAATGTGAATTGCAGAATTCAGTGAATCATCGAA 236
29 TGAAGAACGCAGCGAAATGCGATAAGTAATGTGAATTGCAGAATTCAGTGAATCATCGAA 156
12 TGAAGAACGCAGCGAAATGCGATAAGTAATGTGAATTGCAGAATTCAGTGAATCATCGAA 236
43 TGAAGAACGCAGCGAAATGCGATAAGTAATGTGAATTGCAGAATTCAGTGAATCATCGAA 240
************************************************************
13 TCTTTGAACGCACCTTGCGCTCCATGGTATTCCGTGGAGCATGCCTGTTTGAGTGTCATG 296
29 TCTTTGAACGCACCTTGCGCTCCATGGTATTCCGTGGAGCATGCCTGTTTGAGTGTCATG 216
12 TCTTTGAACGCACCTTGCGCTCCATGGTATTCCGTGGAGCATGCCTGTTTGAGTGTCATG 296
43 TCTTTGAACGCACCTTGCGCTCCATGGTATTCCGTGGAGCATGCCTGTTTGAGTGTCATG 300
************************************************************
13 AATACTTCAACCCTCCTCTTTCTTAATGATTGAAGAGGTGTTTGGTTTCTGAGCGCTGCT 356
29 AATACTTCAACCCTCCTCTTTCTTAATGATTGAAGAGGTGTTTGGTTTCTGAGCGCTGCT 276
12 AATACTTCAACCCTCCTCTTTCTTAATGATTGAAGAGGTGTTTGGTTTCTGAGCGCTGCT 356
43 AATACTTCAACCCTCCTCTTTCTTAATGATTGAAGAGGTGTTTGGTTTCTGAGCGCTGCT 360
************************************************************
13 GGCCTTTACGGTCTAGCTCGTTCGTAATGCATTAGCATCCGCAATCGAACTTCGGATTGA 416
29 GGCCTTTACGGTCTAGCTCGTTCGTAATGCATTAGCATCCGCAATCGAACTTCGGATTGA 336
12 GGCCTTTACGGTCTAGCTCGTTCGTAATGCATTAGCATCCGCAATCGAACTTCGGATTGA 416
43 GGCCTTTACGGTCTAGCTCGTTCGTAATGCATTAGCATCCGCAATCGAACTTCGGATTGA 420
************************************************************
13 CTTGGCGTAATAGACTATTCGCTGAGGAATTCTAGTCTTCGGACTAGAGCCGGGTTGGGT 476
29 CTTGGCGTAATARACTATTCGCTGAGGAATTCTAGTCTTCGGATTAGAGCCGGGTTGGGT 396
12 CTTGGCGTAATAGACTATTCGCTGAGGAATTCTAGTCTTCGGACTAGAGCCGGGTTGGGT 476
43 CTTGGCGTAATAGACTATTCGCTGAGGAATTCTAGTCTTCGGACTAGAGCCGGGTTGGGT 480
************ ****************************** ****************
13 TAAAGGAAGCTTCTAATCAGAATGTCTACATTTTAAGATTAGATCTCAAATCAGGTAGGA 536
29 TAAAGGAAGCTTCTAATCAGAATGTCTACATTTTAAGATTAGATCTCAAATCAGGTAGGA 456
12 TAAAGGAAGCTTCTAATCAGAATGTCTACATTTTAAGATTAGATCTCAAATCAGGTAGGA 536
43 TAAAGGAAGCTTCTAATCAGAATGTCTACATTTTAAGATTAGATCTCAAATCAGGTAGGA 540
************************************************************
13 CTACCCGCTGAACTTAAGCATATCAATAGGCGGAGGAA 574
90
29 CTACCCGCTGAACTTAAGC ----------------- 475
12 TACCCGCTGAACTTAAGCATATCAATAAGC ------ 567
43 CTACCCGCTGAACTTAA ------------------- 557
*****************
91
Anexo G: Alinhamento no Clustlw2 para os isolados 28, 38 e 39
38 GAAAAACCTTACACACAGTGTCTTTTTGATACAGAACTCTTGCTTTGGTTTGGCCTAGAG 60
39_ GAAAAACCTTACACACAGTGTCTTTTTGATACAGAACTCTTGCTTTGGTTTGGCCTAGAG 60
28_ GAAAAACCTTACACACAGTGTCTTTTTGATACAGAACTCTTGCTTTGGTTTGGCCTAGAG 60
************************************************************
38 ATAGGTTGGGCCAGAGGTTTAACAAAACACAATTTAATTATTTTTACAGTTAGTCAAATT 120
39_ ATAGGTTGGGCCAGAGGTTTAACAAAACACAATTTAATTATTTTTACAGTTAGTCAAATT 120
28_ ATAGGTTGGGCCAGAGGTTTAACAAAACACAATTTAATTATTTTTATTGATAGTCAAATT 120
********************************************** :*:**********
38 TTGAATTAATCTTCAAAACTTTCAACAACGGATCTCTTGGTTCTCGCATCGATGAAGAAC 180
39_ TTGAATTAATCTTCAAAACTTTCAACAACGGATCTCTTGGTTCTCGCATCGATGAAGAAC 180
28_ TTGAATTAATCTTCAAAACTTTCAACAACGGATCTCTTGGTTCTCGCATCGATGAAGAAC 180
************************************************************
38 GCAGCGAAATGCGATAAGTAATATGAATTGCAGATTTTCGTGAATCATCGAATCTTTGAA 240
39_ GCAGCGAAATGCGATAAGTAATATGAATTGCAGATTTTCGTGAATCATCGAATCTTTGAA 240
28_ GCAGCGAAATGCGATAAGTAATATGAATTGCAGATTTTCGTGAATCATCGAATCTTTGAA 240
************************************************************
38 CGCACATTGCGCCCTCTGGTATTCCAGAGGGCATGCCTGTTTGAGCGTCATTTCTCTCTC 300
39_ CGCACATTGCGCCCTCTGGTATTCCAGAGGGCATGCCTGTTTGAGCGTCATTTCTCTCTC 300
28_ CGCACATTGCGCCCTCTGGTATTCCAGAGGGCATGCCTGTTTGAGCGTCATTTCTCTCTC 300
************************************************************
38 AAACCCCCGGGTTTGGTATTGAGTGATACTCTTAGTCGGACTAGGCGTTTGCTTGAAAAG 360
39_ AAACCCCCGGGTTTGGTATTGAGTGATACTCTTAGTCGGACTAGGCGTTTGCTTGAAAAG 360
28_ AAACCCCCGGGTTTGGTATTGAGTGATACTCTTAGTCGAACTAGGCGTTTGCTTGAAAAG 360
**************************************.*********************
38 TATTGGCATGGGTAGTACTAGATAGTGCTGTCGACCTCTCAATGTATTAGGTTTATCCAA 420
39_ TATTGGCATGGGTAGTACTAGATAGTGCTGTCGACCTCTCAATGTATTAGGTTTATCCAA 420
28_ TATTGGCATGGGTAGTACTGGATAGTGCTGTCGACCTCTCAATGTATTAGGTTTATCCAA 420
*******************.****************************************
38 CTCGTTGAATGGTGTGGCGGGATATTTCTGGTATTGTTGGCCCGGCCTTACAACAACCAA 480
39_ CTCGTTGAATGGTGTGGCGGGATATTTCTGGTATTGTTGGCCCGGCCTTACAACAACCAA 480
28_ CTCGTTGAATGGTGTGGCGGGATATTTCTGGTATTGTTGGCCCGGCCTTACAACAACCAA 480
************************************************************
38 ACAAGTTTGACCTCAAATCAGGTAGGAATACCCGCTGAACTTAAGCATATCATAA 535
39 ACAAGTTTGACCTCAAATCAGGTAGGAATACCCGCTGAACTTAAGCATATCA--- 532
28 ACAAGTTTGACCTCAAATCAGGTAGGAATACCCGCTGAACTTAAGCATATCA--- 532
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