Absorcao de Agua de Amassamento em Concretos Produ

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Absorção de água de amassamento em concretos produzidos com agregados


reciclados

Article · January 2020


DOI: 10.34115/basrv4n1-005

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4 authors, including:

Adalberto Matoski Mauro Edson Alberti


Federal University of Technology - Paraná Federal University of Technology - Paraná/Brazil (UTFPR)
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Arthur Medeiros
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Brazilian Applied Science Review

Absorção de água de amassamento em concretos produzidos com


agregados reciclados

Massage water absorption in concretes produced with recycled aggregates

DOI:10.34115/basrv4n1-005

Recebimento dos originais: 30/11/2019


Aceitação para publicação: 14/01/2020

Viviane Pelissari
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Programa de Pós-graduação em engenharia civil
E-mail: [email protected]

Adalberto Matoski
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Programa de Pós-graduação em engenharia civil
E-mail: [email protected]

Mauro Edson Alberti


Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento Acadêmico de Construção civil
E-mail: [email protected]

Arthur Medeiros
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Programa de Pós-graduação em engenharia civil
E-mail: [email protected]

RESUMO
Agregados reciclados em geral possuem uma capacidade de absorção de água superior àquela
apresentada por agregados naturais. Deste modo, acabam por absorver parte da água de
amassamento do concreto durante o estado fresco, o que ocasiona uma redução na fluidez da
mistura. Diante disso, o objetivo do presente trabalho é estudar diferentes procedimentos a
serem adotados durante a produção dos concretos, de forma a reduzir o efeito prejudicial da
absorção inerente ao agregado graúdo reciclado de concreto (ARC). Foi avaliado o desempenho
de cada procedimento com relação à melhora na fluidez dos concretos durante o estado fresco
(ensaios de abatimento pelo tronco de cone e massa específica) e a influência de sua utilização
no estado endurecido (resistência à compressão). A imersão prévia do ARC em parte da água
de amassamento resultou em um aumento do valor registrado para o abatimento pelo tronco de
cone. A adição de água além da quantidade prevista no traço foi determinante para resultados
inferiores de resistência à compressão. A utilização do aditivo superplastificante mostrou-se um
procedimento adequado para melhoria da trabalhabilidade do concreto no estado fresco e no
estado endurecido foi responsável pelos maiores valores de resistência à compressão registrados
entre os concretos produzidos com ARC.

Palavras-chave: Agregados, concreto, reciclagem.

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ABSTRACT
Recycled aggregates usually have a higher water absorption capacity than that by natural
aggregates. Thus, they are responsible for absorbing part of the mixing water at the fresh state,
which results in a reduction in the flowability of the concrete. Therefore, the objective of this
work is to study different procedures to be adopted for the production of concrete in order to
decrease the detrimental effect of water absorption by the recycled coarse aggregate concrete
(RAC). The performance of each procedure regarding to improvement the flowability of
concrete was evaluated at the fresh state (slump test and specific gravity) and the influence of
its use at the hardened state (compressive strength). Prior immersion of the RAC in part of the
mixing water resulted in an increase on value of the slump test. The addition of water beyond
the amount provided was a factor responsible for the lower results of compressive strength. The
use of superplasticizer proved to be an effective procedure to improve the concrete workability
and was responsible for higher compressive strength values recorded between the concretes
produced with RAC.

Keywords: Aggregate, concrete, recycling.

1 INTRODUÇÃO
A execução de obras da construção civil gera uma parcela significativa de resíduos
que, inclusive, podem ser provenientes de edificações demolidas ao final de sua vida útil
(BEHERA et al., 2014). Em 2012, os Estados Unidos produziram 480 milhões de toneladas de
resíduos gerados pela construção civil (TOWNSEND, ET al. 2014). Nos diversos países que
utilizam o concreto com material de construção a realidade é a mesma. Esses resíduos
representam cerca de 50% a 70% da massa de resíduos sólidos urbanos, o que gera uma
sobrecarga considerável.
No entanto, basta observar que parte considerável dos resíduos gerados pelos
processos construtivos pode ser reciclável. Além de reduzir o espaço que seria necessário para
depositar este material em aterros, a utilização de material reciclado é uma alternativa para
diminuir a utilização de recursos naturais (KATZ, 2003). Entre os resíduos provenientes das
atividades da construção civil, os resíduos de concreto endurecido apresentam ótimo potencial
de reaproveitamento (DILBAS et al., 2014). Após passar por processo de reciclagem, o material
constituído por rejeitos das centrais de concreto usinado, fábricas de pré-moldados ou de
demolições de estruturas de concreto, deixa a condição de resíduo para ser aproveitado na forma
de agregado (BUTTLER, 2003).
O que caracteriza a diferença entre o agregado reciclado de concreto e o agregado
natural é a camada de argamassa aderida à superfície do agregado reciclado, responsável por
tornar suas propriedades diferentes dos agregados convencionais (DE JUAN;
GUTIÉRREZ, 2009). Há uma relação entre a quantidade de argamassa aderida e a qualidade
do agregado. Trata-se de um material poroso, com grande capacidade de absorção de água

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(ÇAKIR, 2014). Cabe observar que esses agregados apresentam menor massa específica e
massa unitária, maior porosidade e menor resistência a ataques químicos e ações mecânicas
(RAO; BHATTACHARYYA; BARAI, 2010).
Dessa forma justifica-se o fato de que o concreto produzido com a utilização dos
agregados reciclados apresente propriedades diferentes, pois há a influência das características
distintas apresentadas por tais agregados.
Alguns autores observaram que no estado fresco, a trabalhabilidade dos concretos com
agregado reciclado de concreto (ARC) é inferior à trabalhabilidade do concreto convencional,
devido à absorção de água dos agregados reciclados. Ismail e Ramli (2014). Para misturas
contendo 60% de ARC em substituição ao agregado graúdo natural foram registrados valores
menores de abatimento pelo tronco de cone, quando utilizada a mesma relação água/cimento.
Esses mesmos autores observaram que o tratamento por imersão em ácido clorídrico e da
utilização de 0,2% de aditivo superplastificante (em relação à massa de cimento), não houve
melhora significativa na trabalhabilidade dessa mistura contendo agregado reciclado de
concreto quanto comparada com o concreto produzido somente com agregados naturais.
Conforme observado por Domingo et al. (2009), a textura superficial dos agregados
reciclados tem influência considerável na trabalhabilidade do concreto, pois os agregados
reciclados possuem forma angular bem definida e a textura apresentada na sua superfície é mais
áspera e rugosa que a dos demais agregados (MEFTEH et al., 2013). Essas podem ser as
características que levam o concreto a um maior travamento e consequentemente menor
trabalhabilidade durante a mistura pela dificuldade da movimentação das partículas. Para
corrigir isso pode ser necessária uma maior quantidade de pasta para facilitar essa mobilidade
(MOREIRA, 2010).
O desenvolvimento de pesquisas e estudos sobre formas de reduzir o efeito prejudicial
dessas características são uma constante no meu acadêmico. Existem diferentes metodologias
estudadas de forma a melhorar a trabalhabilidade do concreto produzido com agregados
reciclados.
O teor de umidade do agregado reciclado de concreto é um fator fundamental nos
resultados dos ensaios de abatimento pelo tronco de cone. No estudo desenvolvido por Kebaïli
et al. (2014) foram abordados diferentes estados de umidade do ARC: seco em estufa, saturado
superfície seca (SSS) e pré-umedecidos por um minuto antes de serem incorporados ao
concreto. Nos concretos contendo ARC na condição SSS e pré-umedecidos foi verificada uma
melhora na trabalhabilidade, apresentando valores de abatimento superiores aos concretos em
que o ARC foi empregado na condição seca. Uma ressalva deve ser feita quanto ao aumento na

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relação água/cimento referente à pré-umidificação e à saturação do ARC, pois está associada à
redução nos resultados de resistência à compressão dos concretos produzidos nestas condições.
Conforme a norma NBR 15116 (ABNT, 2004) recomenda-se realizar a pré-molhagem do
agregado reciclado antes de sua utilização no concreto, com quantidades referentes a 80% de
sua capacidade de absorção.
De acordo com Barbudo et al. (2013), há um aumento da fluidez relacionado ao
emprego de aditivos plastificantes e eventualmente superplastificantes em concretos contendo
agregado reciclado de concreto. Essa é uma das soluções adotadas para melhorar a
trabalhabilidade. Por outro lado, foi verificada uma redução na quantidade de água necessária
para um mesmo abatimento, fator que contribuiu, em algumas pesquisas, para resultados
superiores de resistência mecânica em relação ao concreto com esse tipo de agregado em que
não foi empregado nenhum aditivo.
Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar e caracterizar os diferentes procedimentos
para a mistura dos concretos feitos com agregados reciclados, para reduzir a absorção de água
de amassamento da mistura, de forma a proporcionar uma trabalhabilidade aceitável.

2 MATERIAIS E MÉTODOS
O efeito característico da substituição total do agregado graúdo natural pelo reciclado
de concreto é a redução na fluidez da mistura, visto que o agregado reciclado é responsável por
absorver parte da água de amassamento do concreto. Em termos quantitativos, misturas que
contém agregado reciclado apresentam valores inferiores de abatimento pelo tronco de cone ao
que seria registrado caso a mesma mistura fosse produzida somente com agregados naturais.
A fim de atenuar esse efeito de absorção de água pelos agregados reciclados durante a
mistura do concreto foram avaliados diferentes procedimentos, a saber: (1) Adição de água
durante a mistura até a obtenção de consistência igual a 10 ± 2 cm, medida pelo abatimento do
tronco de cone – AGR-AA; (2) Adição de 1,027% de aditivo plastificante em relação à massa
de cimento – AGR-AP; (3) Adição de 0,167% de aditivo superplastificante em relação à massa
de cimento – AGR-SP; (4) imersão do agregado reciclado em parte da água de amassamento
por dez minutos antes da realização da mistura – AGR-IM; (5) Peneiramento do agregado
reciclado conforme recomendação da NBR NM 248 (ABNT, 2003) – AGR-PN. Esses
procedimentos foram comparados com concretos produzidos com agregado natural e com
agregado reciclado sem qualquer tipo de tratamento, denominados, respectivamente – AGN-
REF e AGR-REF. No estado fresco foram realizados ensaios para a determinação da
consistência e massa específica, em conjunto com a avaliação de cada procedimento, de forma

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a verificar sua eficiência com relação à melhora de fluidez do concreto. No estado endurecido
foi analisado se houve influência da utilização desses procedimentos na resistência à
compressão nas idades de 7 e 28 dias.

2.1 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS UTILIZADOS


Os concretos foram produzidos com a utilização de cimento CP V ARI, de agregado
miúdo natural, de agregado graúdo natural (AGN), de agregado graúdo reciclado de concreto
(ARC), e incluindo dois tipos de aditivos químicos, um plastificante e outro superplastificante.
A água utilizada foi a fornecida pela concessionária.
2.1.1 cimento
O cimento Portland utilizado foi do tipo CP V-ARI, com massa específica de 3,09 g/cm³
e superfície específica de 398,9 m²/kg; com características químicas e físicas em acordo com
as especificações da NBR 5733 (ABNT, 1991), segundo informações do fabricante.
2.1.2 Agregados
Como agregado miúdo foi utilizada a areia natural. Para os agregados graúdos, foram
adotados dois tipos de brita: natural de origem diorítica (AGN) e a brita reciclada (ARC),
proveniente da britagem de resíduos de concreto. O agregado graúdo reciclado de concreto já
chegava da central de reciclagem britado, pronto para o uso nas misturas de concreto. Todos os
agregados são provenientes da região de Curitiba – PR.
As superfícies do AGN e do ARC também foram caracterizadas por meio do ensaio
de microscopia eletrônica de varredura (MEV), de modo a evidenciar diferenças em escala
microscópica. As amostras coletadas foram mantidas a 50ºC durante 24 h de modo a facilitar a
execução de vácuo no ensaio e recobertas com ouro utilizando metalizador e evaporador
Quorun, modelo Q150R ES.
2.1.3 Aditivos químicos
Foram utilizados dois tipos de aditivos químicos, líquidos: um plastificante e outro
superplastificante (base policarboxilato). De acordo com o fabricante os aditivos possuem
densidade igual a 1,20 g/cm³ e 1,07 g/cm³, respectivamente.

2.2 PRODUÇÃO DOS CONCRETOS: TRAÇO E MISTURA


A dosagem foi feita conforme o método IPT/EPUSP, adotando os parâmetros de
resistência característica à compressão (fck) igual a 30 MPa aos 28 dias e abatimento de 10 ± 2
cm. A proporção entre materiais do traço em massa foi de 1:2,02:2,58:0,539 (cimento:

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agregado miúdo: agregado graúdo: água). O teor de argamassa utilizado foi igual a 54%. O
consumo teórico de cimento foi calculado através da Equação 1:

(1)

Onde:
a = proporção em massa de agregado miúdo em relação à massa de cimento do traço;
p = proporção em massa de agregado graúdo em relação à massa de cimento do traço;
γc = massa específica do cimento (kg/m³);
γa = massa específica do agregado miúdo (kg/m³);
γp = massa específica do agregado graúdo (kg/m³);
a/c = relação água/cimento do concreto.

Para a produção da mistura referente a esse traço contendo apenas agregado graúdo
natural o consumo de cimento foi igual a 383,6 kg/m³. De forma a possibilitar a comparação
entre os resultados foram utilizadas as mesmas proporções entre os materiais constituintes do
concreto, tanto na produção do concreto com agregados naturais quanto na produção dos
concretos em que houve substituição do AGN pelo ARC. Observou-se que os concretos
produzidos com ARC o consumo de cimento também foi determinado conforme a Equação 1,
porém considerando a massa específica do agregado graúdo reciclado de concreto no cálculo.
O consumo teórico de cimento calculado nesse caso foi igual a 367,3 kg/m³, conforme a Tabela
1.

Tabela 1 – Proporção em massa dos materiais utilizados para a produção dos concretos.

Consumo
Fato
Agregado graúdo Aditivo de cimento
Cimen r a/c
Concreto Areia (kg/m³)
to
Recicla
Natural P(1) SP(2)
do
0,53
AGN-REF 1 2,02 2,58 - - - 383,6
9
0,53
AGR-REF 1 2,02 - 2,58 - - 367,3
9
0,64
AGR-AA 1 2,02 - 2,58 - - 367,3
0
0,53
AGR-AP 1 2,02 - 2,58 0,167 - 367,3
9

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0,53
AGR-SP 1 2,02 - 2,58 - 1,03 367,3
9
0,53
AGR-IM 1 2,02 - 2,58 - - 367,3
9
0,53
AGR-PN 1 2,02 - 2,58 - - 367,3
9
Nota: Aditivo plastificante e (2) Aditivo superplastificante (% em relação à massa de cimento) Fonte: os autores

Durante o processo produtivo das misturas de concreto, a ordem de colocação dos


materiais na betoneira, de capacidade igual a 120 litros, teve algumas modificações conforme
a execução de cada um dos procedimentos:
1) Concretos produzidos com agregado natural (AGN) e produzido com agregado
reciclado (AGR-REF): toda a quantidade de agregado graúdo foi misturada com 80%
da água durante um minuto, em seguida foi acrescentado o cimento, misturando por
mais um minuto, com pausas para retirar o material aderido nas paredes e pás da
betoneira. Por fim, foi adicionada a areia e o restante da água, misturando por mais dois
minutos.
2) Concreto AGR-IM: O agregado graúdo reciclado de concreto foi misturado a 60% da
água de amassamento e misturado. Após dez minutos de imersão do ARC foram
misturados o cimento, a areia e o restante da água, da mesma maneira que a empregada
anteriormente.
3) Concretos AGR-AP e AGR-SP: mantendo os procedimentos de ordem de colocação dos
materiais dos concretos de referência, porém com os respectivos aditivos (plastificante
ou superplastificantes) misturados aos 20% de água restante e adicionados ao concreto.
4) Concreto AGR-AA: mantendo os procedimentos de ordem de colocação dos materiais
dos concretos de referência e seguido da execução do ensaio de abatimento pelo tronco
de cone conforme NBR NM 67 (ABNT, 1998). Em seguida foi adicionada água além
da quantidade prevista no traço, até que o concreto apresentasse abatimento dentro do
intervalo especificado de 10 ± 2 cm.
5) Concreto AGR-PN: O peneiramento prévio do ARC teve por objetivo eliminar parte de
dois fatores prejudiciais à qualidade desse agregado: a camada de argamassa aderida e
a quantidade de material fino que esse material apresenta. Alguns autores recomendam
descartar partículas menores que 2 mm quando há a utilização de agregados reciclados.
Durante o processo de peneiramento parte da camada de argamassa aderida sofre
fragmentação e se desprende do agregado do concreto original, que fica retido na

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peneira de maior diâmetro. Dessa forma, a parcela correspondente à parte mais frágil é
descartada juntamente com todo o material fino que passa por ela. O processo de
peneiramento foi realizado conforme especificado na norma
NBR NM 248 (ABNT, 2009).

2.3 ENSAIOS REALIZADOS


No estado fresco foram realizados ensaio de abatimento de tronco de cone, conforme
procedimento da norma NBR NM 67 (ABNT, 1998) e ensaio de determinação da massa
específica pelo método descrito na NBR NM 9833 (ABNT, 2009).
Posteriormente aos ensaios realizados no estado fresco, para avaliação no estado
endurecido foram moldados seis corpos de prova de dimensões 10 x 20 cm para determinação
da resistência à compressão aos 7 e 28 dias de acordo com a NBR NM 5738 (ABNT, 2015).
Após 24h, os corpos de prova foram desmoldados e colocados em câmara úmida até a data de
realização dos ensaios.
A resistência à compressão foi determinada por meio da utilização da máquina
universal de ensaios (prensa hidráulica digital EMIC – DL30), conforme especificado nos
procedimentos da NBR NM 5739 (ABNT, 2007).

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS AGREGADOS
Os resultados caracterização de física dos agregados são apresentados na Tabela 1 e as
curvas de distribuição granulométrica na Figura 1.

Tabela 2 – Propriedades físicas dos agregados utilizados na produção dos concretos.


Agregado Agregado
Areia graúdo graúdo
Propriedade Método de ensaio
Natural natural reciclado
AGN ARC
NBR NM 52 (ABNT, 2009) (a)
Massa específica (g/cm³) 2,43 2,82 2,51
NBR NM 53 (ABNT, 2009) (b)
Massa unitária estado
NBR NM 45 (ABNT, 2006) 118 1470 1290
solto (kg/m³)
Massa unitária
NBR NM 45 (ABNT, 2006) 137 1570 1390
compactada (kg/m³)
Teor de pulverulento (%) NBR NM 46 (ABNT, 2003) 2,3 0,52 2,09
Absorção 24 horas (%) NBR NM 30 (ABNT, 2001) 1,7 0,53 3,22
Módulo de finura NBR NM 248 (ABNT, 2003) 2,53 6,71 7,04
Dimensão máxima
NBR NM 248 (ABNT, 2003) 4,75 19,0 25,0
caraterística (mm)

Nota: (a) Norma para agregado miúdo; (b) Norma para agregado graúdo. Fonte: os autores

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Como resultados das análises físicas dos agregados observa-se que a massa específica
do agregado graúdo reciclado foi inferior à massa específica do agregado graúdo natural. Esse
aspecto fica justificado, pois o agregado graúdo reciclado possui argamassa aderida, que por
sua vez, devido à sua porosidade, ter uma maior incorporação de vazios, o que levou a uma
massa específica inferior. Observa-se ainda que a massa unitária apresentou o mesmo
comportamento, com mesma justificativa.
O que diferencia o agregado reciclado do agregado natural é o teor de pulverulentos
que, pela característica do material reciclado, é significativamente maior e a consequência desse
fato foi uma maior taxa de absorção de água que interfere na trabalhabilidade do concreto feito
com agregado graúdo reciclado, o que influiu também nas propriedades mecânicas. Apesar de
ser superior ao valor apresentado pelo AGN (0,53%), o resultado de absorção registrado pelo
ARC (3,22%) se enquadrou na recomendação da NBR 15116 (ABNT, 2004), sendo inferior ao
limite estabelecido (menor ou igual 7%).
O módulo de finura e a dimensão máxima características são propriedades que
dependem da forma de produção desses agregados e dos tipos de peneiras utilizadas, ou seja,
são propriedades que podem ser controladas e por terem valores similares pouca influência têm
nas propriedades mecânicas. Portanto, as diferenças entre valores das propriedades mecânicas
não são justificadas por essas características.
As distribuições granulométricas do agregado miúdo e do agregado graúdo natural e
reciclado estão apresentadas nas Figuras 1 e 2.

Figura 1 – Distribuição granulométrica dos agregados miúdos

Fonte: os autores

Com relação à distribuição granulométrica, nota-se que a curva da areia natural se


enquadra nos limites da zona ótima proposta pela NBR 7211 (ABNT, 2009). A curva se

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apresenta contínua, o que pode ser considerado como um indicativo de que suas partículas estão
distribuídas de maneira uniforme, ou seja, não há ausência ou excesso de grãos de determinado
diâmetro.

Figura 2 – Distribuição granulométrica dos agregados graúdos, natural e reciclado.

Fonte: os autores

Quanto aos agregados graúdos, verifica-se que as porcentagens retidas acumuladas


ficam próximas à zona de utilização estabelecida pela NBR 7211 (ABNT, 2009). Observa-se
que o agregado reciclado de concreto fica próximo ao limite superior da norma, possibilitando
assim sua utilização.
O aspecto da textura dos agregados reciclados de concreto e dos agregados naturais
foram comparados através das imagens obtidas por meio de um microscópio ZEISS, modelo
EVO-MA15 equipado com detectores de elétrons retroespalhados (BSE) apresentados na
Figura 3. Essas imagens, objeto dessa comparação, foram obtidas dos corpos de prova moldados
com agregado reciclado de concreto e outro com agregado natural.

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Figura 3 – Imagens da superfície dos agregados naturais (AGN) e reciclados de concreto (ARC) obtidas por
microscopia, ampliação de 100 X e 1000 X.

Fonte: os autores

Observa-se que, mesmo após moldagem dos corpos de prova, o agregado reciclado
(ARC) apresenta uma superfície mais porosa e com maior ocorrência de fissuras em relação ao
natural (AGN). A maior porosidade se deve à camada de argamassa original que permanece
aderida ao agregado. Observa-se ainda que a zona de transição entre a argamassa e o agregado
natural é outro fator que leva a um aumento da porosidade com consequências nas propriedades
físicas (redução da massa específica) e na taxa de absorção de água. As fissuras normalmente
são provenientes do processo de britagem do resíduo de concreto para que este possa adquirir
dimensões de agregado.

3.2 AVALIAÇÃO DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO


Uma das propriedades que caracteriza o concreto no estado fresco é o valor obtido pelo
ensaio do abatimento do tronco de cone, pois o mesmo caracteriza a trabalhabilidade, fator
fundamental na utilização do concreto como material de construção.

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O menor valor de abatimento foi registrado para o concreto feito com agregado
reciclado (AGR−REF) sem nenhum aditivo, que apresentou uma consistência bastante seca.
Esse fato é justificado pela propriedade física apresentada pelo agregado reciclado, ou seja, a
maior taxa de absorção de água. Em outras palavras a água que agiria como lubrificante é
capturada pelo agregado reciclado e deixa de exercer essa função. Esses resultados confirmam
os resultados encontrados por outros autores como (ISMAIL; RAMLI, 2014), por exemplo.

Figura 4 – Resultados da massa específica no estado fresco

Fonte: os autores

Além da absorção, a superfície mais rugosa e áspera do agregado reciclado (conforme


mostrado no ensaio de MEV, figura 3) também possui influência na trabalhabilidade, pois grãos
com essas características tendem a um maior travamento entre si. A consequência desse
travamento é uma menor mobilidade entre as partículas, que passam a apresentar maior
dificuldade para deslizar entre si no momento da mistura com consequente redução da
trabalhabilidade.
O concreto AGR-REF apresentou o menor valor de massa específica registrado no
estado fresco (Figura 4). A redução de 17,0% em relação ao concreto de referência feito com
agregado natural pode ser explicada pelo fato de que a massa específica do agregado reciclado
é inferior à massa específica do agregado natural.
A influência da condição de umidade do agregado reciclado no momento da mistura
por meio da pré-saturação com a água de amassamento é confirmada pelo resultado de
abatimento registrado para o concreto feito com agregado reciclado previamente imerso em
água. O resultado do ensaio do abatimento do tronco de cone foi igual a cinco centímetros,
conforme mostrado na tabela 3.

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Tabela 3 – Resultados do ensaio de abatimento pelo tronco de cone.

Agregado Abatimento em centímetros


Agregado reciclado referência 1,0
Agregado reciclado + aditivo 2,0
Agregado reciclado + água 5,0
Agregado reciclado + imersão 10,0
Agregado reciclado peneiramento 9,5
Agregado natural 10,0

Apesar de não ter alcançado o valor especificado (10 ± 2 cm), verificou-se que a
mistura apresentava fluidez superior aos concretos feitos com agregado reciclado. Assim pode-
se justificar que o emprego de agregados reciclados na condição pré-saturada mostra-se uma
alternativa para compensar o efeito da absorção de água pelo agregado reciclado. Observou-se
ainda que devido a taxa de absorção de água pelo agregado reciclado foi necessário o tempo de
dez minutos utilizado no presente trabalho, para proporcionar condições para que o agregado
reciclado absorver um maior percentual de água, antes de ser misturado aos demais
componentes.
Para o concreto feito com agregado reciclado, a manutenção da trabalhabilidade foi
feita através da adição de água suplementar à mistura. Foi necessário adicionar 0,2 % em relação
à massa de cimento para alcançar o abatimento de 10 ± 1 cm, o que resultou em um aumento
na relação água/cimento de 0,54 para 0,64.
A compensação da quantidade de água absorvida, isto é, água adicionada à mistura
além da quantidade prevista no traço, também pode ser uma opção válida a ser adotada de forma
a compensar a absorção de água do concreto pelo agregado reciclado de concreto.
Com relação ao concreto feito com agregado reciclado peneirado (para reduzir o teor
de pulverulentos), foi verificado um aumento no valor da massa específica em relação ao
concreto AGR−REF. Esse aspecto pode ser explicado pelo desprendimento da camada de
argamassa aderida do agregado reciclado devido à agitação mecânica. Enquanto o agregado
fica retido na peneira, a argamassa desprendida possui menor diâmetro e passa pela abertura,
juntamente com as partículas mais finas que estavam presentes no ARC. Desta forma, como a
argamassa aderida e os finos possuem menor massa específica que o agregado, retirá-los através
do peneiramento contribui para que a parcela de ARC com maior massa específica (agregado
do concreto original) seja incorporada à mistura. Em relação ao concreto de referência

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AGN−REF, verificou-se uma redução igual a 12,38% no valor da massa específica no estado
fresco.
Para melhorar a trabalhabilidade da mistura foram testados dois tipos de aditivos:
plastificante (AGR-AP) e superplastificante (AGR-SP). Para o concreto AGR-AP foi alcançado
o valor de abatimento especificado. Em termos qualitativos, no entanto, a trabalhabilidade desse
concreto não foi adequada. Durante sua mistura verificou-se que o emprego do aditivo
plastificante aumentou excessivamente a coesão do concreto, de tal forma que este passou a
apresentar grande dificuldade de escoamento. O concreto AGR-AP apresentou um aumento de
6,4% comparado ao concreto AGR-REF e uma redução igual a 11,7% comparado ao resultado
do concreto AGN-REF, para os valores de massa específica.
No concreto em que foi testado o aditivo superplastificante (AGR-SP) alcançou-se o
abatimento desejado, igual a 10 cm. Notou-se uma melhora significativa na trabalhabilidade do
concreto pouco tempo após sua aplicação. Foram registrados maiores valores de abatimento em
todas as porcentagens de substituição do AGN pelo ARC, quanto utilizado o aditivo
superplastificante.
O aumento verificado no valor da massa específica do concreto AGR-SP em relação
ao concreto AGR-REF (13,5%) provavelmente se deve à maior fluidez proporcionada pela
utilização do aditivo. Esta facilita a saída do ar presente na mistura através do adensamento,
assim como para o concreto AGR-AA. Com menos espaços vazios, ocorre o aumento da massa
específica no estado fresco. Em relação ao concreto de referência AGN-REF verificou-se uma
redução igual a 5,9%.

3.3 RESISTÊNCIA MECÂNICA DO CONCRETO


Os concretos produzidos com utilização do agregado reciclado apresentaram valores
inferiores de resistência à compressão em relação ao concreto produzido somente com
agregados naturais (Figura 5).
Figura 2 – Resistência à compressão

Fonte: os autores

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Não foi alcançado o valor especificado de resistência à compressão igual a 30 MPa em
nenhum dos concretos produzidos com agregado reciclado de concreto. No entanto, os
concretos feitos com agregado reciclado e aditivos tiveram redução de resistência inferior a
10% do valor especificado. Esse fato confirma dados da literatura, de estudos que chegaram à
mesma conclusão que a incorporação de agregados reciclados ao concreto reduz sua resistência,
como os resultados encontrados por (FOLINO; XARGAY, 2014).
A redução da resistência é mais acentuada para o concreto feito com agregado
reciclado e adição de água. Esse aspecto é justificado pela propriedade que relaciona fator
água/cimento com a resistência do concreto, ou seja, quanto maior esse fator menor a
resistência.
A primeira coluna da tabela 6 apresenta a diferença percentual referente aos resultados
do concreto feito com agregado reciclado sem nenhum tratamento. Observa-se que há um
aumento nos resultados de resistência em praticamente todos os concretos moldados, com
exceção do concreto feito com agregado reciclado e adição de água (tabela 6).

Tabela 6 – Percentuais de variação nos valores de resistência

Em relação ao AGR - REF Em relação ao AGN - REF


Agregado reciclado referência 0 -34,1%
Agregado reciclado + aditivo 7,1% -29,5%
Agregado reciclado + água 14,2% -24,8%
Agregado reciclado + imersão -0,5% -34,5%
Agregado reciclado peneiramento 22,7% -19,2%
Agregado natural 51,9% 0
Fonte: os autores

A menor resistência à compressão verificada no concreto feito com adição de água


além da quantidade prevista no traço (AGR-AA) e no concreto somente com agregado reciclado
(AGR-REF) está associada à maior quantidade de vazios presentes no estado endurecido. No
primeiro, o excedente de água não é totalmente consumido nas reações de hidratação, irá
evaporar e deixar vazios que permanecem no concreto após seu endurecimento. No segundo,
observou-se que estes vazios são decorrentes do ar que não foi eliminado durante o
adensamento dos corpos de prova.
Por sua vez, os valores de resistência inferiores dos concretos com ARC comparados
com o concreto AGN-REF podem ser atribuídos às características inerentes ao agregado

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reciclado utilizado nas misturas, pois trata-se de um material com maior porosidade, com
presença de espaços vazios na camada de argamassa aderida bem como na zona de transição.
Deve-se considerar, ainda, que esse agregado reciclado apresenta fissuras decorrentes do
processo de britagem necessário para que o resíduo de concreto adquira dimensões de agregado.
A utilização do aditivo superplastificante mostrou-se uma alternativa adequada para o
emprego em concretos contendo ARC, como foi o caso do concreto AGR-SP. Essa melhoria na
fluidez do concreto possivelmente se deve à formulação química do aditivo e ao seu mecanismo
de ação dispersante, que funcionaram adequadamente do caso do emprego em conjunto com o
ARC. Ao aumentar a fluidez do concreto fresco o aditivo superplastificante mostra uma atuação
na redução de vazios que permanecerão até o estado endurecido, tanto por facilitar a operação
de adensamento quanto por evitar uma possível alteração na relação água/cimento, necessária
para que o concreto alcance a consistência desejada.

4 CONCLUSÕES
Verificou-se a influência da substituição do agregado natural pelo agregado reciclado
de concreto nas propriedades físicas e mecânicas. Foram registrados resultados inferiores de
abatimento de tronco de cone e resistência à compressão em relação aos valores obtidos para o
concreto produzido somente com agregados naturais. A redução do abatimento pelo tronco de
cone pode ser justificada pela maior absorção de água pelo agregado reciclado de concreto
devido à presença de argamassa em sua composição. Já a redução da resistência à compressão
pode ser justificada pela menor densidade do agregado reciclado, pelo seu maior teor de vazios
e pela redução da trabalhabilidade devido à maior absorção de água.
O peneiramento prévio do agregado graúdo colaborou para redução de fatores
responsáveis pelas características inferiores do agregado reciclado de concreto em relação ao
agregado natural. Esse aspecto pode ser justificado pela eliminação dos finos juntamente com
parte da camada de argamassa aderida. Apesar de não ter sido constatada melhora significativa
na trabalhabilidade, o procedimento de peneiramento proporciona uma melhora da qualidade
do agregado reciclado de concreto e pode ser eficaz quando utilizado em conjunto com outras
técnicas como, por exemplo, o uso de aditivos químicos.
Embora não tenha sido suficiente para que o concreto alcançasse o abatimento
especificado, o procedimento de imersão prévia do agregado graúdo em parte da água de
amassamento durante 10 minutos colaborou para uma melhora na fluidez do concreto
produzido com agregado reciclado. Os benefícios da utilização deste procedimento estão mais
relacionados ao estado fresco do concreto, pois além da manutenção da trabalhabilidade

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proporcionada pela imersão prévia do agregado reciclado há uma menor necessidade de aditivo,
ou seja, um consumo inferior de aditivo.
A necessidade de adição de água além da quantidade prevista no traço, caracterizado
pela elevada taxa de absorção de água do agregado graúdo reciclado de concreto foram fatores
determinantes na redução do valor de resistência à compressão do concreto.
Os concretos em que foram utilizados aditivos químicos apresentaram maiores valores
de resistência dentre os demais procedimentos. O resultado registrado para o concreto em que
foi utilizado o aditivo superplastificante foi ligeiramente superior ao verificado no concreto em
que foi empregado o aditivo plastificante.

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