G7 - Covid e Tecnologias Digitais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE GERONTOLOGIA
DISCIPLINA ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA

COVID E TECNOLOGIAS DIGITAIS

Discentes:
Barbara Santos 793596
Henrique Novais 813715
Laura Fernandes 791953

Docente:
Profa. Dra. Fabiana Orlandi

SÃO CARLOS
2023
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1
1.1. Conceito de Saúde 2
1.2. Conceito de Qualidade de Vida 2
1.3. Conceito de Saúde Mental 3

2. TECNOLOGIAS DIGITAIS 3
2.1. Conceito de Tecnologias Digitais 3
2.2. Tecnologias Digitais, Envelhecimento e Qualidade de Vida 4

3. COVID E COVID LONGA 4


3.1. Impactos da Covid 19 na sociedade 4
3.2. Inclusão digital das pessoas idosas durante a pandemia e saúde mental 5
3.3. Epidemiologia 6

4. IMPACTO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO ENVELHECIMENTO E


QUALIDADE DE VIDA DURANTE A COVID 19 7

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 8

REFERÊNCIAS 9
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1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento humano vem adquirindo um lugar importante nas pesquisas


cientificas do Brasil, uma vez que o aumento da expectativa de vida altera, exponencialmente,
o padrão etário do país. Isso se dá pela baixa fecundidade e natalidade, assumidos a partir da
metade do século XX (CAMARANO et al., 2014; MIRANDA, 2015). Dessa forma, o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), prevê que a população idosa,
consideradas as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos em países em desenvolvimento
como o Brasil, atinja em 2050 cerca de 30% da população brasileira (IBGE, 2008).
Ademais, a busca para com necessidades e aspectos pessoais da população a fim de
garantir um envelhecimento saudável se torna imprescindível, hoje com o auxílio das
tecnologias tornam as relações mais práticas. Uma vez que, a busca do envelhecimento ativo e
satisfatório, o apoio social entra em questão na preservação da autonomia e melhoria na
qualidade de vida. Sair, interagir com o meio social, ter relações afetivas, profissionais e
atividades de lazer são alguns dos aspectos sociais vivenciados ao longo da vida, e estas
relações sociais são essenciais para a manutenção do viver. Estudos mostram que ter apoio
social na velhice traz desejos de autodesenvolvimento e interesses (LAPIERRE, BOUFFARD
E BASTRIAN, 1997) e também auxiliam no cuidado físico, emocional e de aspirações
pessoais.
Ainda que, com o surgimento do vírus SARS-CoV-2 gerou um impacto significativos
a sociedade contemporânea com a restrição do contato social em seu auge no ano de 2020,
culminando em uma pandemia mundial que dura mais de 3 anos - hoje tendo seu estágio
controlado graças a imunização populacional.

1.1. Conceito de Saúde

Durante muito tempo, a saúde foi entendida simplesmente como o estado de ausência
de doença (FILHO, 2011). Porém, em 1946, A Organização Mundial da Saúde (OMS),
definiu, por fim, saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não
apenas como a ausência de doença ou enfermidade. Contudo, embora mais abrangente, o
novo conceito não está livre de dificuldades, sobretudo quando se leva em conta a
legitimidade dos movimentos que defendem a “saúde para todos” (FILHO, 2011).
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1.2. Conceito de Qualidade de Vida

Conforme a definição da Organização Mundial da Saúde (2013), qualidade de vida se


dá pela percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de
valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações.
Envolve o bem-estar espiritual, físico, mental, psicológico e emocional, além de
relacionamentos sociais, como família e amigos e, também, saúde, educação, habitação,
saneamento básico e outras circunstâncias da vida (OMS, 2013).

1.3. Conceito de Saúde Mental

Saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo consegue usar suas


próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua
comunidade. A saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais.
Para Naomar de Almeida Filho, Maria Thereza Ávila Coelho e Maria Fernanda Peres:

“…a saúde mental significa um socius saudável; ela implica emprego, satisfação no
trabalho, vida cotidiana significativa, participação social, lazer, qualidade das redes
sociais, equidade, enfim, qualidade de vida. Por mais que se decrete o fim das
utopias e a crise dos valores, não se pode escapar: o conceito de saúde mental
vincula-se a uma pauta emancipatória do sujeito, de natureza inapelavelmente
política” (1999).

2. TECNOLOGIAS DIGITAIS

2.1. Conceito de Tecnologias Digitais

O avanço do conhecimento proporcionou ao homem o domínio da matéria através da


sistematização de informações e habilidades, automatizando e facilitando inúmeros aspectos
da vida humana. As tecnologias digitais, portanto, derivam da culminância desta capacidade,
sendo o conjunto de ferramentas, sistemas e métodos que utilizam a computação e a ciência
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da informação para armazenar, processar, transmitir e produzir informações digitais para os


mais diversos fins.

2.2. Tecnologias Digitais, Envelhecimento e Qualidade de Vida

A aprendizagem contínua se faz fundamental na vida das pessoas, principalmente na


terceira idade e a qualidade de vida pode estar entrelaçada nesse processo. Pode possibilitar
uma compreensão atualizada do seu meio sociocultural; conscientizar sobre suas
próprias potencialidades na velhice, além de poder pode tornar o dia a dia mais fácil e
acessível para as pessoas idosas, especialmente aquelas com limitações físicas, como acesso a
serviços de transporte, compras on-line, entre outros (MIRANDA E FARIAS, 2009).
A tecnologia digital pode protegê-lo quanto à saúde exercitando o cérebro,
monitorar e manter a saúde; possibilitando atividades e espaços para formação da
personalidade; ao ser organizado em atividade grupal, o acesso à informação e o contato com
outras pessoas pode favorecer a adoção de condutas resilientes, ajudar a combater a solidão e
o isolamento social. Também oferece acesso a muitos recursos de entretenimento e lazer,
como filmes, jogos e música, o que pode ajudar a manter a mente ativa e aprimorar o
bem-estar (MIRANDA E FARIAS, 2009).

3. COVID E COVID LONGA

No final de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi notificada de um


crescente aumento nos casos de pneumonia sem causa aparente, na cidade chinesa de Wuhan.
Posteriormente, em um curto período, o vírus causador foi identificado como sendo uma nova
espécie do coronavírus. No entanto, tal identificação não bastou para que a disseminação do
microorganismo fosse contida, pois rapidamente atingiu outras partes da China e depois
outros países. Desde então, com a pandemia declarada em 11 de março de 2020 (OPAS,
2023), o mundo vive uma das maiores crises de saúde pública da história recente, obrigando a
sociedade civil e seus governos a adotarem medidas de restrição e isolamento social para
controlar a propagação do vírus.
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3.1. Impactos da Covid 19 na sociedade

O desdobramento da pandemia do Covid-19 atingiu todos os aspectos da vida humana


e alterou o funcionamento padrão das instituições ao redor do mundo, configurando um
cenário de piora da fragilização econômica, social e psicológica em função da ordem vigente
em cada território; isto é, os impactos são deflagrados de acordo com particularidades
pertinentes à população local, considerando, aspectos como a cultura, panorama político,
solidez das entidades governamentais, qualidade de vida e recursos médicos disponíveis.
Porém, abrangentemente, as consequências se tornaram nítidas ao deteriorar pilares
fundamentais em qualquer sociedade.
Segmentos como economia e educação brasileira, por exemplo, sofreram uma
desaceleração produtiva com as necessárias ações de controle da pandemia, como o
distanciamento físico e ensino à distância. As desigualdades sociais, no que lhe concerne,
foram exacerbadas, o que contribuiu para o quadro desfavorável da saúde mental do cidadão
comum, aumentando os casos de depressão, ansiedade e lapsos de memória (COFEN, 2022).

3.2. Inclusão digital das pessoas idosas durante a pandemia e saúde mental

De acordo com Costa et al., o maior índice de mortalidade pelo novo coronavírus é
entre pessoas acima de 80 anos e apresentavam alguma doença crônica. Sendo assim, fez se
necessário medidas interventivas para o isolamento e proteção deste grupo de pessoas para a
minimização do risco de morte e com isso, o uso de ferramentas tecnológicas como suporte,
aumentando significativamente a proporção de idosos usando tecnologia digital.
Durante a pandemia da Covid-19, houve um aumento na inclusão digital dos idosos,
em parte, devido à necessidade de se manter conectado e monitorado durante o período de
isolamento social, além de todas as especificações pautadas no tópico 2.2, as quais o período
de pandemia intensificou como, por exemplo, minimizar o isolamento social através de
chamadas de vídeo, compras de comida e mercado online, atuando diretamente na saúde
mental contra a solidão e sensação de isolamento, bem-estar e qualidade de vida (ALVIM;
ROCHA E CHARIGLIONE, 2017).
No entanto, ainda há uma grande proporção de pessoas idosas que não estão incluídas
digitalmente, especialmente aqueles com menor renda e escolaridade, e enfrentam barreiras,
como falta de habilidades técnicas e falta de acesso à tecnologia e à internet. É válido
salientar que de acordo com diversos autores, a inclusão digital para idosos exerce
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diversos benefícios positivos sobre a saúde dos mesmos em tempos de pandemia, no


entanto, apesar dessa ser um mecanismo positivo, ainda é necessário instaurar medidas
de vigilância aos idosos, para que se possa ter um controle da mídia, pois utilizada
de forma errônea pode acarretar em pânico, medo e insegurança em decorrência de falsas
informações (ALVIM; ROCHA E CHARIGLIONE, 2017).

3.3. Epidemiologia

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao


Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas, realizaram algumas pesquisas
sobre o uso de tecnologia e impactos da pandemia na terceira idade. A metodologia aplicada
foi através de pesquisa realizada via web em brasileiros com idade igual ou superior a 60
anos, residentes em todas as capitais brasileiras. Homens, mulheres e pertencentes de todas as
classes econômicas e escolaridades. Coletaram informações de 414 casos no período de 10 a
23 de fevereiro de 2021 (VAREJO S.A, 2021).
Nos últimos anos, houve forte avanço do número de idosos com acesso à internet. Em
2018, 68% dos entrevistados acessavam a internet, já em 2021, o percentual subiu para 97%.
O principal meio de acesso é o smartphone, citado por 84% dos idosos que usam a internet.
Foram listadas as principais motivações das pessoas idosas para o acesso a internet, sendo
64% em manter-se informado sobre economia, política, esportes e outros assuntos; 61%
indicaram manter o contato com outras pessoas e 54% pela busca de informações sobre
produtos e serviços (VAREJO S.A, 2021).
A pesquisa também aponta os principais meios de comunicação mais utilizados em
2021: apresentou o Whatsapp como a rede social mais utilizada em 92%, seguida do
Facebook em 85% e o Youtube com 77% dos usuários. Referente ao dia a dia, os aplicativos
em que as pessoas idosas mais usam o celular são as redes sociais com 72%; 47% indicam o
uso dos aplicativos de transporte urbano e 45% fazem o uso dos aplicativos bancários
(VAREJO S.A, 2021).
Outros índices que demonstram o efeito da pandemia nas pessoas da terceira idade
merecem destaque e podem estar relacionados diretamente ao impacto das tecnologias digitais
no envelhecimento e qualidade de vida. Dos principais sentimentos despertados pela
pandemia, 86% foram o medo de perder as pessoas amadas; 75% relatam a insegurança de ser
contaminados pelo coronavírus; 71% relatam ter medo de realizar atividades diárias e 63%
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apontam a angústia e a ansiedade. Além de toda a calamidade que se instaurou, a propagação


de falsas informações podem ter intensificado esses sentimentos (VAREJO S.A, 2021).
E por fim, houve alterações comportamentais. Entre elas, as mais citadas foram o
aumento do otimismo em 78%; o isolamento de outras pessoas em 74%; a menor vontade de
sair em 71%; o sedentarismo em 65% e as alterações no sono em 51% dos casos (VAREJO
S.A, 2021).

4. IMPACTO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO ENVELHECIMENTO E


QUALIDADE DE VIDA DURANTE A COVID 19

As tecnologias digitais tiveram um impacto significativo no envelhecimento e na


qualidade de vida das pessoas idosas, tanto durante como após a pandemia da Covid-19.
Porém, trouxeram pontos positivos e negativos que devem ser considerados (COSTA, 2001).
Os benefícios provenientes do uso da internet e das tecnologias no bem-estar dos
idosos, tais como a manutenção do contato social com familiares, amigos e programações
religiosas de forma online, possibilitando um envelhecimento ativo; o aumento da sensação
de segurança e proteção, da independência e do prazer, além de possibilitar um bem-estar
psicológico e melhorar a satisfação com a vida, reduzindo a solidão e a sensação de
isolamento, mantendo os isolados conectados (COSTA, 2001).
Assim como as tecnologias digitais podem ter efeitos positivos no envelhecimento e
na qualidade de vida das pessoas idosas, também podem ter efeitos negativos. Algumas
formas específicas em que as tecnologias digitais podem prejudicar o envelhecimento e a
qualidade de vida são as barreiras tecnológicas devido às circunstâncias de inúmeras pessoas
idosas não terem acesso à tecnologia digital ou não saber como usá-la, o que pode criar
barreiras para manter conexões sociais, acessar informações importantes e participar de
atividades de lazer (COSTA, 2001).
Ao mesmo tempo em que o uso contínuo da tecnologia pode ser proveitoso, o uso
excessivo pode levar a uma desconexão social, especialmente se as pessoas idosas passam
muito tempo conectadas online em vez de se relacionarem pessoalmente com outras pessoas,
além de poder exceder a distração e interromper o sono, o que pode afetar a saúde e o
bem-estar das pessoas idosas. Podem haver também riscos para a segurança financeira para
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quem não tem familiaridade com a internet, incluindo fraude e vítimas de golpes online.
Ademais, o uso excessivo de tecnologias digitais pode levar ao estresse e à ansiedade,
especialmente se as pessoas idosas se sentirem sobrecarregadas ou não conseguirem
acompanhar o ritmo das tecnologias (COSTA, 2001).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em suma, o isolamento social afetou a vivência de muitas pessoas, sobretudo para a


faixa etária 60 (anos) ou mais, que estiveram mais afastadas do convívio social em virtude da
gravidade dessa pandemia. Houveram muitas perdas e situações de fragilidade, - acima de
tudo para pessoas idosas-, afinal, suas de atividades agradáveis da rotina, como sair para
caminhar ao ar livre, conviver com seus familiares e o acesso abrupto com a tecnologia.
Ademais, a dimensão mais afetada foi a psicológica, haja vista o evidente aumento do número
de casos de depressão e ansiedade, mas sabe-se que este abalo reflete subsequentemente às
outras dimensões, como a física devido à perda de contato social.
Portanto, fez-se necessário o entendimento da pandemia de coronavírus, e
consequentemente, a importância do isolamento social na vida da população brasileira e o
acesso às tecnologias necessárias para manter a proximidade familiar. De forma que, fora
importante saber como o distanciamento social foi uma estratégia pela qual manteve muitos
vivos, mas foram todos que se beneficiaram com o acesso tecnológico para manter a
proximidade.
Com isso, faz-se necessário continuar a investir em iniciativas para incluir
digitalmente as pessoas idosas e ajudá-las a usar tecnologia de maneira segura e eficaz. Isso
inclui treinamento e suporte, bem como acesso a recursos tecnológicos acessíveis. Além
disso, é importante equilibrar o uso de tecnologias digitais com outras atividades e relaxar
socialmente, para evitar efeitos negativos no envelhecimento e na qualidade de vida das
pessoas idosas.
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REFERÊNCIAS

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