Educação Antirracista - Imprimir Junho 2023

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Educação antirracista

Qual o papel da educação para o fim da discriminação racial?

A educação, enquanto formadora de caráter, possui um papel fundamental na busca por meios
de fazer com que alunos, professores, pais e a escola como um todo compreendam melhor
sobre o assunto étnico-racial, visando a conhecer as causas e as consequências sobre tudo que
permeia o combate ao racismo.

 A visão eurocentrista e o racismo

 Deve-se encontrar um meio de unir o conhecimento e o entendimento. A educação pode


intervir principalmente na visão que se tem da cultura africana, afastando a relação da figura
negro/escravo.

 Este estereótipo precisa ser analisado diante de estudos fazendo com que os alunos
reconheçam o valor da cultura negra. Isto pode ser feito a partir de estudos e valores dos
grandes impérios africanos que existiram antes da colonização do homem branco.

 A ideia não é negar a escravidão, mas não focar somente nesta parte da história, buscando
valorizar e trazer para a sala de aula o reconhecimento da cultura, da religiosidade, entre
outros pontos tão importantes e ricos que também compõem a nossa história.

 Meios para a desconstrução do preconceito racial

 É essencial usar, em sala de aula, as leis que buscam combater o preconceito racial nas
escolas, pois todos precisam deste conhecimento. Por isso é fundamental o papel do professor
no auxílio ao combate do preconceito racial, observando as atitudes em sala de aula e
mostrando o que é certo por meio do reconhecimento desta cultura tão grandiosa.

A educação tem como fundamento a transformação da consciência por meio do


conhecimento, a análise e a capacidade de pensar sobre a cultura do outro, podendo, assim,
formar o entendimento da diversidade e do caminho para a desconstrução do preconceito.

Uma escola capaz de transmitir valores é aquela que reforça a cidadania e a democracia
como um valor para todos.

Só pela educação será possível superar problemas crônicos da sociedade brasileira, como o
racismo estrutural, desigualdades de gêneros e outras formas de opressão. É na escola onde
crianças e adolescentes constroem os primeiros aprendizados, fazem descobertas sobre a vida.
Também lá, dentro dos portões escolares, é onde experenciam situações de preconceitos e
violências, principalmente os estudantes negros.
afasta os alunos. O ensino antirracista, pautado na Lei 10.639/03 que torna obrigatório o
ensino da história e cultura africana e afro-brasileira, é um dos mecanismo importantes para
corrigir esse cenário e mudar a forma de educar.

“Ensinar sobre a história africana e afro-brasileira é falar para esses jovens sobre uma
existência. É fundamental desde cedo tratar sobre a contribuição negra, sobre a cultura e a
literatura. 

O estabelecimento de um ensino antirracista é um fator determinante, também, para ajudar a


reduzir a exclusão escolar e evitar o trabalho infantil.
A Lei 10.639, de 2003, alterou dispositivos da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB/1996), documento que
organiza toda a educação básica brasileira. Fruto da articulação
de movimentos sociais, principalmente do Movimento Negro, o
texto da lei aponta que os conteúdos trabalhados na escola
devem incluir “luta dos negros no Brasil, a cultura negra e
formação da sociedade nacional resgatando a contribuição do
povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente à
História do Brasil”
Questões importantes sobre como tratar do período de
escravidão, a contribuição da população negra, mito da
democracia racial, estereótipos e afirmações equivocadas sobre
os negros no País são abordados pelo documento.
Promover esses conteúdos, apresentando a produção artística,
intelectual e social negra é importante para que esses jovens
criem referências. Isso tudo ajuda na autoidentificação como
potências e como indivíduos capazes. “Falar sobre a contribuição
do povo negro é falar de uma existência. É importante lembrar
que há genocídio de jovens e adolescente negros no Brasil. Por
tudo isso, afirmar a existência de crianças e jovens negros é
urgente e uma educação antirracista faz muita diferença nisso”,
Escolas e famílias comprometidas
O envolvimento das famílias com as rotinas da escola é muito
importante para o fortalecimento de um ensino antirracista.
Quando se fala de educação, os ambientes escolar e doméstico
se complementam e, por isso, quanto mais envolvidos com o dia
a dia dos jovens, mais benefícios todos colhem. 
Preconceitos e discriminações são produzidos social e
historicamente e perpassam os diferentes âmbitos da vida
coletiva, estando presentes também no convívio escolar.
ATUAÇÃO NO COTIDIANO DA ESCOLA Vista aqui como uma
comunidade ampla, lugar de encontros e aprendizados, mas
permeada também por relações de hostilidade e discriminação,
a escola deve lançar mão dos seus dispositivos educacionais
para não permitir que as situações de discriminação ganhem
espaço dentro dela. Para isso, é importante trabalhar com os
alunos e a comunidade escolar o respeito, a diversidade e a
justiça, por meio de ações educativas respeitosas.
É importante que a ideia de que toda discriminação é
inaceitável, dentro e fora do ambiente escolar, se torne um
valor compartilhado por todos, de forma gradual e pactuada.
O que é Diversidade
No contexto social, a diversidade é justamente isso: a convivência
de indivíduos diferentes em relação à etnia, orientação sexual,
cultura, gênero etc., em um mesmo espaço.
Porém, tornar um ambiente diverso é uma tarefa muito mais
complicada quando aplicada no contexto social, pois existem
estruturas sociais que impedem ou dificultam determinados
indivíduos a terem acessos a certos espaços, seja pela história de
opressão a um grupo, que foram marginalizados para
determinados espaços físicos e simbólicos, ou por preconceitos
da sociedade. As razões são as mais diversas. 
É possível entender melhor essas relações ao se pensar em
convenções sociais, que, resumidamente, são crenças e costumes
que moldam os comportamentos das pessoas que fazem parte de
uma comunidade. Essas normas são transmitidas de geração em
geração e criam um senso de pertencimento àqueles que as
seguem.
Além disso, essas normas, em muitos casos, vão para além da
tentativa de moldar comportamentos e ditam como deve ser a
aparência, a orientação sexual, o gênero e várias outras
características que fogem do controle do indivíduo, gerando uma
sensação de inadequação aos que não se adaptam. 
Ou seja, aqueles que não condizem com os padrões vigentes
sofrem uma pressão social para se encaixar e, caso não
consigam, muitas vezes são levados direta ou indiretamente à
marginalidade pelos que tentam manter o status quo. Esse grupo
é conhecido como minoria. 
Vale ressaltar que minorias não são necessariamente grupos em
menor quantidade numérica na sociedade, o termo diz respeito
às relações de dominação de um grupo em relação ao outro.
Nesse sentido, o grupo “maioritário” é respeitado e visto como
aquele que deve ser imitado pelos outros, enquanto o grupo
“minoritário” é o que pode ser alvo de comportamentos
discriminatórios e preconceituosos justamente por não se
adequar à norma. 
De modo geral, o conceito está atrelado a uma busca por integrar
grupos diferentes em um mesmo ambiente, tendo em mente a
pluralidade brasileira, por exemplo, que raramente é
representada nos espaços.
Atividade avaliativa
Produção de texto
Tema: Respeitar é preciso- Combate ao racismo e toda a forma
de discriminação e preconceito.
Produza um texto com
Introdução
Desenvolvimento e conclusão.
Existem contextos sociais em que o desrespeito aos Direitos
Humanos configura situações em si humilhantes, como a
miséria, a fome, o abandono, a violência, a falta de moradia, de
trabalho e de condições mínimas de vida e de justiça. Uma
criança sem escola, uma família desabrigada, uma situação de
fome, uma doença não tratada são evidências flagrantes de
humilhação grave e passíveis de indignação. É bom lembrar que
não basta uma vaga na escola para que seja garantido o direito à
educação, as crianças precisam também encontrar na escola um
ambiente propício para aprender e se desenvolver. Neste
caderno, a reflexão que se pretende fazer se concentra nas
diversas situações em que a humilhação surge como resultado da
desigualdade e dos preconceitos geradores de injustiça – isto é,
da supressão do acesso de determinados grupos a direitos
fundamentais – existentes na nossa sociedade de forma geral e,
portanto, também na escola. Da perspectiva educativa, a questão
central é o fato de que, muitas vezes, as relações desrespeitosas
entre as pessoas reproduzem, reafirmam ou exacerbam
situações.
A reflexão acerca da humilhação remete às ideias de respeito
mútuo e desrespeito. As discussões sobre esse tema serão
sempre mais ricas e consistentes se considerarem as relações
que se pode estabelecer entre elas. Respeitar o outro significa,
antes de tudo, considerá-lo sujeito de direito (ver caderno
Sujeitos de Direito), condição de todo e qualquer ser humano,
independentemente de suas características sociais e pessoais, e
do que quer que tenha feito, preservando, assim, a sua
dignidade, condição inerente a todo e qualquer ser humano.
Humilhar é o ato ou a atitude que se traduz em diminuir alguém,
tornando-o inferior, diminuindo sua humanidade e tratando-o
como objeto, no intuito de se sentir superior, mesmo que sob a
desculpa de uma “brincadeira”. Agredir (moral ou fisicamente),
insultar, expor fragilidades, ridicularizar, pressionar, constranger...
São muitas e muito diferentes as formas como as situações de
humilhação acontecem e são muitos os contextos que as geram.
Qualquer pessoa pode se tornar alvo de humilhação, por diversas
razões consideradas negativas em certos grupos (como LGBTs,
negros, mulheres, crença religiosa desconsiderada, condição
social e identidade cultural pouco comum), por ser alvo de inveja
ou por apresentar alguma característica que lhe coloque em
situação de desvantagem (como deficiência física ou déficit
intelectual). Infelizmente, são muito frequentes, também na
escola, situações de humilhação dirigidas àqueles alunos que
pertencem, ou parecem pertencer, a um grupo social tido como
inferior. Não possuir aparelho de telefone celular dos mais
modernos (e caros), não vestir “a grife da hora” ou viver em um
local considerado “pobre” são exemplos de situações que podem
disparar atos de humilhação por parte dos alunos que, de alguma
maneira, se sentem superiores quando munidos desses
adereços. Esse tipo de ocorrência merece atenção dos
educadores, considerando sempre que se trata de uma situação
que tem sua origem numa sociedade que valoriza os indivíduos
com base no poder de consumo de cada um. Nesse contexto,
muitas vezes, o fato de viver em condições precárias é
considerado resultado de “pouco esforço”, “falta de objetivo na
vida”, “herança da família”. Todas essas situações explicitam o
preconceito gerado por uma visão de mundo que considera as
pessoas pela sua aparência e trata as diferenças como motivo de
discriminação.

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