Componentes Dos Ecossistemas
Componentes Dos Ecossistemas
Componentes Dos Ecossistemas
Os componentes bióticos correspondem a todos os seres vivos que vivem numa determinada área.
Os componetes abióticos constituem os fatores ambientais que atuam sobre os seres vivos.
1 - Componentes bióticos
Em qualquer ecossistema da biosfera, um determinado componente biótico deverá pertencer a uma das
categorias a seguir:
- Produtores ou autótrofos
A manutenção de vida num organismo é conseguida a partir da energia química acumulada nos compostos
orgânicos que constituem os alimentos. As formas de vida capazes de fabricar esses alimentos, através das
substâncias inorgânica simples obtidas no meio ambiente, são denominadas produtores ou autótrofos.
Nos ecossistemas aquáticos, os principais produtores são representados por algas que integram o
fitoplancton (organismos flutuantes fotossintetizantes). Nos ecossistemas terrestres os produtores são
representados pelas plantas clorofiliadas.
Esquema geral da fotossíntese:
Equação da fotossíntese:
Definição de fotossíntese:
Processo fisiológico em que os produtores absorvem gás carbônico e água e, na presença da luz, irão produzir
glicose e oxigênio. Este processo ocorre na célula, especificamente nos cloroplastos.
- Consumidores ou heterótrofos
Correspondem aos organismos incapazes de produzir seu próprio alimento. Em vista disso, nutrem-se dos
produtores ou de outros consumidores. Denominam-se:
- Consumidor terciário: aquele que se alimenta de um consumidor secundário, e assim por diante.
P→C1→C2→C3
Obs.: Os consumidores podem ter várias denominações, de acordo com o tipo de alimento obtido. São elas:
herbívoros ou fitófagos (fito=planta; fago=comer, ou seja, comedores de plantas), carnívoros, onívoros,
piscívoros, hematófagos, insetívoros, frugívoros, necrófagos, etc.
Desmodus rotundus – espécie de morcego hematófafo ocorrente no Brasil
- Decompositores
São seres muito especiais, uma vez que se nutrem de plantas e animais mortos. Esses organismos,
geralmente microscópicos (bactérias e fungos), desagregam a matéria orgânica morta, transformando em
compostos inorgânicos simples que são devolvidos ao meio ambiente e voltam a ser utilizadas pelos produtores.
Esse processo é chamado de decomposição, sendo fundamental para reciclagem da matéria e faz dos
decompositores as grandes “usinas processadores de resíduos do mundo”.
Serrapilheira: camada formada principalmente pelo acúmulo de folhas mortas e matéria orgânica morta de origem
animal, que ao ser decomposta, enriquece o solo com nutrientes minerais, servindo como adubo orgânico florestal.
2 - Componentes abióticos
Denominam-se componentes abióticos os elementos ambientais que atuam diretamente sobre os seres vivos.
Na natureza os seres vivos exibem grande diversificação quanto à capacidade de tolerar as variações do meio em
que vivem (tolerância ecológica). Nesse sentido, são classificados em:
- Euribiontes: seres capazes de tolerar amplas variações de um determinado componente abiótico. Ex.: Espécie
humana, baleias, camelo.
- Estenobiontes: são aqueles que apresentam limites estreitos de tolerância a variações. Ex.: Lagartixa, corais,
ursos polares.
A seguir, destacamos o papel ecológico de alguns dos mais importantes componentes abióticos:
- Temperatura
É um fator abiótico de grande importância para os seres vivos e influencia seus períodos de atividade, suas
características morfológicas, fisiológicas e seus comportamentos.
A influência da temperatura é facilmente compreendida quando se trata da atividade de enzimas, que são
moléculas ativadoras do metabolismo. Porém, em condições de temperatura desfavoráveis, a atividade enzimática
torna-se prejudicada. Embora a maior parte dos seres vivos se desenvolvam em temperaturas entre 0 e 50°C,
alguns podem ultrapassar esses limites, como certas bactérias encontradas vivendo em águas termais em terno de
90°C.
Migração: Os animais percorrem distâncias variadas a procura de ambientes propícios para a reprodução,
com melhores condições climáticas e presença de alimentos. Exemplo: flamingos, cegonha negra.
Hibernação: Os animais diminuem suas atividades vitais, devido ao frio. Exemplo: morcego de regiões frias,
urso pardo.
Estivação: Neste fenômeno, algumas espécies diminuem suas atividades vitais, devido ao calor. Exemplo:
alguns anfíbios e repteis no verão.
Água
Componente químico mais abundante da matéria viva, a água é considerada o solvente universal, atuando
como dispersante de inúmeros compostos orgânicos e inorgânicos. A água é ainda um importante veículo de
transporte de substância, permitindo o intercâmbio de moléculas entre os líquidos extra e intercelular. Nos seres
vivos, a evaporação da água, através de suas superfícies, contribui para a manutenção da temperatura corpórea.
Essas importâncias da água justificam o fato desse elemento ser um dos componentes abióticos mais fundamentais
para o mundo vivo. Portanto, a desidratação é um desafio para o mundo vivo
Em função da disponibilidade de água nos ambientes em que vivem, os seres vivos são classificados em:
Higrófilos: são organismos que vivem obrigatoriamente em ambientes de grande umidade. Ex.: anfíbios adultos e
musgos.
Mesófilos: são seres que vivem com uma oferta moderada de água. Ex.: homem e samambaias.
Xerófilos: são organismos que vivem em ambientes secos, onde a oferta de água é demasiadamente reduzida.
Ex.: mamíferos do deserto e cactáceas.
- Luz
A luz constitui um componente abiótico também fundamental para os seres vivos, pois é fonte de energia
para a fotossíntese, fenômeno em que os produtores sintetizam a matéria orgânica, que serve de fonte de
alimento para os consumidores. Sendo assim, a fotossíntese garante a manutenção da vida em todos os
ecossistemas da Terra.
A luz também é um grande veículo de informação para os organismos dotados de visão, permitindo uma
integração mais adequada com o ambiente.
Outros componentes abióticos:
- Altitude
Altitude de um ponto é a distância vertical medida entre aquele ponto e o nível médio do mar. A altitude e a temperatura do
local em que ela é medida normalmente são grandezas inversamente proporcionais, pois quando a altitude aumenta em 150m a
temperatura ambiente diminui aproximadamente 1 grau Celsius. Por conta disto, via de regra a temperatura ambiente diminui
aproximadamente 6,5 °C/Km, à medida que a altitude aumenta. A este valor de 5 °C/Km - que nada mais é que uma taxa de
variação de 6,5 °C para cada 1000 m de distância vertical percorrida dá-se o nome gradiente térmico.
- Pressão atmosférica
É a pressão exercida pela camada de moléculas de ar sobre a superfície. A pressão é a força exercida por unidade de área,
neste caso a força exercida pelo ar em um determinado ponto da superfície. Se a força exercida pelo ar aumenta em um
determinado ponto, consequentemente a pressão também aumentará. A pressão atmosférica é medida por meio de um
equipamento conhecido como barômetro. Essas diferenças de pressão têm uma origem térmica estando diretamente relacionadas
com a radiação solar e os processos de aquecimento das massas de ar. Formam-se a partir de influências naturais, como:
continentalidade, maritimidade, latitude, altitude. As unidades utilizadas são: polegada ou milímetros de mercúrio (mmHg),
quilopascal (kPa), atmosfera (atm), milibar (mbar) e hectopascal (hPa), sendo as três últimas, as mais utilizadas no meio científico.
A pressão atmosférica diminui com o aumento da altitude. De forma simplificada poder-se-á considerar que a pressão diminui 1
hPa (ou 1 mbar) a cada 8 metros que se sobe.
Algumas bactérias barófilas (que vivem sob pressões muito elevadas) foram isoladas do oceano Pacífico em valas de
profundidades de 1.000 a 10.000 m. Para seu isolamento é necessário equipamento especial de amostragem que mantém a alta
pressão na amostra.
- Salinidade
É uma medida da quantidade de sais existentes em massas de água naturais, como sejam um oceano, um lago, um estuário
ou um aquífero. A forma mais simples de descrever a salinidade é como a razão entre a quantidade total de sólidos (em massa)
dissolvidos e a massa da água que lhe serve de solvente (daí que a forma mais comum de expressão seja em g/kg ou em
percentagem ou permilagem, sendo que 1 % representa 10 g/kg). Em oceanografia, a salinidade é medida em unidades
adimensionais denominadas PSU (Practical Salinity Units ou Unidades Práticas de Salinidade) determinadas com base na
relação direta entre a condutividade eléctrica da água do mar e a sua salinidade[]. O parâmetro tem grande importância na
caracterização das massas de água, já que a salinidade determina diversas propriedades físico-químicas, entre as quais a
densidade, o tipo de fauna e flora e os potenciais usos humanos da água.
- Acidez
pH é símbolo para uma medida físico-química potencial de hidrognio, que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de
uma solução aquosa. O termo pH foi introduzido, em 1909, pelo bioquímico dinamarquês Søren Peter Lauritz Sørensen (1868-
1939) com o objetivo de facilitar seus trabalhos no controle de qualidade de cervejas (à época trabalhava no Laboratório da
cervejaria Carlsberg). No termo pH a letra "p" vem do alemão potenz, que significa poder de concentração, e o "H" é para o íon
de hidrogênio (H+).
O pH é importante para o equilibrio de um ecossistema, tais como do solo, da água, da água que bebemos, da boca, da
pele, etc.
Seres EXTREMÓFILOS
- Termófilos: quando vivem em ambientes com temperaturas entre 70-120 ºC, como nas fontes hidrotermais
oceânicas de origem vulcânica (por ex. nos quatro campos termais situados a sul dos Açores, na cadeia
montanhosa submarina denominada Crista Média Atlântica);
- Barófilos: quando vivem a pressões muito elevadas como nas fossas submarinas, a muitos quilómetros de
profundidade, resistindo a pressões elevadas.
Cadeias alimentares: o fluxo de energia e matéria no ecossistema
Ao obter alimento, qualquer organismo está adquirindo energia, para o desempenho das diversas atividades
vitais, e a matéria, que corresponde a um conjunto de elementos químicos que constituem a “matéria prima”
utilizada na construção da biomassa.
Cadeia alimentar
Existe um fluxo contínuo de alimento, isto é, de energia e matéria, dos produtores até os decompositores,
passando ou não pelos consumidores. Esse processo é denominado cadeia alimentar.
Níveis tróficos da cadeia
Vamos considerar isoladamente as três seguintes cadeias alimentares:
1) gramínea
2) gramínea -> preá
3) gramínea -> preá -> cobra
Cada componente da cadeira, representando um grupo de seres vivos, é denominado nível trófico. Assim, na cadeia
3 as gramíneas formaram o primeiro nível trófico, os preás o segundo nível trófico, as cobras o terceiro nível trófico
e os decompositores o quarto nível trófico.
Obs. 1: Uma cadeia sempre se inicia com os produtores e termina com os decompositores. Entretanto, por ser
implícita a atuação efetiva dos decompositores, é comum não representar esses organismos numa cadeia alimentar.
Obs. 2: Os produtores, como os únicos organismos capazes de produzir alimento, constituem a “porta de entrada” de
energia no mundo vivo. Por isso, o fluxo energético desenvolve um trajeto no sentido produtores -> consumidores ->
decompositores.
Obs. 3: Os decompositores podem não ser representados nas cadeias lineares, porém, são contabilizados como um
nível trófico
Pirâmides ecológicas
As pirâmides ecológicas constituem maneiras de representar, graficamente, a estrutura dos níveis tróficos de
uma cadeia alimentar em termos de número de indivíduos, energia ou biomassa.
Cada nível trófico é representado por um retângulo cujo comprimento é proporcional à quantidade de energia,
biomassa ou numero de indivíduos presentes nesse nível. Assim:
a) Pirâmide de energia
Expressa a quantidade de energia acumulada em cada nível da cadeia alimentar. Neste caso, o fluxo
decrescente de energia ao longo da cadeia alimentar justifica o fato da pirâmide apresentar o vértice voltado
para cima. O comprimento do retângulo indica o conteúdo energético presente em cada elo da cadeia.
gaviões
cobras
sapos
insetos
Gramíneas
b) Pirâmide de biomassa
Expressa a quantidade de biomassa ou matéria viva acumulada em cada nível trófico da cadeia alimentar.
Normalmente o elo da cadeia alimentar que serve de alimento deve ter biomassa maior do que o elo nutrido.
Assim, as pirâmides de biomassa, tal como as de energia, apresentam-se com o vértice voltado para cima. O
comprimento do retângulo expressa a quantidade de biomassa acumulada em cada nível trófico.
onças
lobos
preás
gramíneas
c) Pirâmide de números de indivíduos
Expressa a quantidade de indivíduos presente em cada nível trófico da cadeia alimentar.
Na pirâmide 1 o número de indivíduos decresce do primeiro ao último nível trófico da cadeia.
Na 2, mostra-se um número acentuadamente maior de carrapatos em relação ao gado, como geralmente
ocorre na relação parasita-hospedeiro.
Na 3, o vértice é voltado para baixo, caracterizando os casos em que o produtor ocorre em número
relativamente pequeno no ecossistema.
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