Apostila de Educação Musical SEFEP - 9º Ano - 2021
Apostila de Educação Musical SEFEP - 9º Ano - 2021
Apostila de Educação Musical SEFEP - 9º Ano - 2021
APOSTILA DE
EDUCAÇÃO MUSICAL
9º ANO
NOTAÇÃO MUSICAL
Como se escreve música?
A música é uma linguagem sonora como a fala. Assim como representamos a fala por meio de
símbolos do alfabeto, podemos representar graficamente a música por meio de uma notação
musical.
Os sistemas de notação musical existem há milhares de anos. Cientistas já encontraram
muitas evidências de um tipo de escrita musical praticada no Egito e na Mesopotâmia por volta de
3.000 antes de Cristo!
Sabe-se que outros povos também desenvolveram sistemas de notação musical em épocas mais
recentes, como é o caso da civilização grega.
Existem vários sistemas de leitura e escrita que são utilizados para representar
graficamente uma obra musical. A escrita permitiu que as músicas compostas antes do
aparecimento dos meios de comunicação modernos pudessem ser preservadas e recriadas
novamente. A escrita musical permite que um intérprete toque uma música tal qual o compositor a
prescreveu.
O sistema de notação ocidental moderno é o sistema gráfico que utiliza símbolos escritos
sobre uma pauta de 5 linhas paralelas e equidistantes e que formam entre si quatro espaços.
A pauta musical também é chamada de PENTAGRAMA. Veja:
Contam-se as linhas e os espaços da pauta de baixo para cima. A nota que está num espaço
não deve passar para a linha de cima nem para a de baixo. A nota que está numa linha ocupa a
metade do espaço superior e a metade do espaço inferior.
O elemento básico de qualquer sistema de notação musical é a NOTA, que representa um
único som e suas características básicas: DURAÇÃO e ALTURA. Veja:
Os sistemas de notação também permitem representar diversas outras características, tais como
variações de intensidade, expressão ou técnicas de execução instrumental.
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Para representar a linguagem falada, você usa as letras do alfabeto. Já para
representar os sons musicais, você usa as NOTAS MUSICAIS. O nosso sistema musical tem 7
(sete) notas. Elas formam a seguinte sequência: DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI.
Dó – C Ré – D Mi – E Fá – F
Sol – G Lá – A Si – B
Assim, se o músico tiver que tocar um acorde de dó maior, a cifra deverá ser C.
Dó maior – C Dó menor – Cm
Ré maior – D Ré menor – Dm
Mi maior – E Mi menor – Em
Fá maior – F Fá menor – Fm
Sol maior – G Sol menor – Gm
Lá maior – A Lá menor – Am
Si maior – B Si menor – Bm
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A notação musical no Ocidente: uma história
O sistema de notação musical moderno teve suas origens nos NEUMAS (do latim:
sinal), pequenos símbolos que representavam as notas musicais em peças vocais do
chamado “Canto Gregoriano”, por volta do século VIII (cerca do ano 700 depois de Cristo).
Inicialmente, esses neumas eram posicionados sobre as sílabas do texto e serviam
como um lembrete da forma de execução para os que já conheciam a música. Veja:
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O monge católico GUIDO D’AREZZO
Ut queant laxis,
Resonare fibris,
Mira gestorum,
Famuli tuorum,
Solve polluti,
Labii reatum
Sante Iohannes
Tradução aproximada:
“Para que os vossos servos possam cantar livremente
as maravilhas dos vossos feitos, tirai toda mácula do
pecado dos seus lábios impuros.
Oh, São João!”
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Mais tarde, a palavra Ut foi substituída pela sílaba Dó, porque ela era difícil de
ser falada. O Si foi formado da união da primeira letra de Sancte e da primeira de
Iohannes.
CLAVE: o que é e para que serve?
A clave de sol é própria para grafarmos as notas mais agudas, evitando o uso de
linhas suplementares. A clave de fá é indicada para as notas mais graves. A clave de dó é
mais usada para os sons médios.
A clave de sol indica que a nota sol deve ser escrita na segunda linha da pauta.
A partir da nota sol podemos definir a posição de todas as outras notas:
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FIGURAS DE RITMO OU DURAÇÃO
As figuras não possuem um valor (tempo) fixo. Elas são proporcionais entre si. A figura
de maior duração é a semibreve.
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Pulso e compasso
1 2 1 2 1 2 1 2
1 2 3 1 2 3 1 2 3
1 2 3 4 1 2 3 4
OBSERVAÇÃO:
Veja o quadro da página 13. Observe as correspondências entre as figuras de duração e
os números que a representam nos denominadores das frações de compasso.
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Barras de compasso
Barra ou travessão são nomes usados paras as linhas verticais que utilizamos para
separar os compassos e facilitar a leitura das notas (duração e altura). As barras mais
usadas são:
Barra simples
Barra dupla
Usada para indicar o fim de um trecho musical ou final da música. Neste caso a
segunda linha é mais grossa. Veja:
Ligadura
É uma linha curva que une duas ou mais notas, somando os seus valores.
Usamos ligaduras somente em figuras de duração, nunca em pausas. Veja:
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Ponto de aumento
Linhas suplementares
Sinais de repetição
Para facilitar a escrita e a leitura musical, podemos utilizar sinais que indiquem
repetição, ao invés de reescrever trechos inteiros que devem ser repetidos.
Da capo ao fim - Voltar ao início e ir até a palavra fine (fim) ou à barra dupla.
D.C. al fine ou D.C. ao fim
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Do sinal (segno) ao fim - Voltar ao sinal e ir até a palavra fine (fim) ou à barra dupla.
Do al fine ou do ao fim
sinal.
Al ritornello - Repetir o trecho marcado com a barra dupla com dois pontos.
Ritornello com casa 1, 2, 3 etc... – Repetir o trecho respeitando o compasso que deve ser
tocado na segunda, na terceira, etc, repetições.
Sinais de intensidade
São sinais que indicam a força com que cada nota deve ser tocada ou cantada. Os sinais de
intensidade mais comuns são:
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Tipos de andamento e sinais de andamento
Os andamentos são as velocidades com que as músicas devem ser tocadas. Por
tradição em italiano, as indicações de andamento são colocadas geralmente no início das
partituras musicais, indicando a velocidade com que a música deve ser interpretada.
Tipos de andamento
Lentos:
Lento, largo e adágio.
Moderados:
Moderato, andante e andantino.
Rápidos:
Allegro, vivo e presto.
Toda vez que ouvimos, tocamos ou cantamos uma música, percebemos que ela
possui partes que se repetem ou partes que se contrastam.
As cantigas de roda costumam ter uma ou duas partes com melodias simples e
repetitivas muitas vezes. Cante e perceba:
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A canoa virou
A canoa virou
Por deixá-la virar
Foi por causa da "Fulana" Melodia A
Que não soube remar
Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar
Tirava a "Fulana" Melodia A
se repete
Do fundo do mar
Nesta canção de roda a melodia se repete várias vezes. Você consegue se lembrar
de outras canções desse tipo?
Então, vamos ouvir algumas música e perceber as suas partes? Se elas são
parecidas ou diferentes? Quantas vezes se repetem? Quantos instrumentos estão
tocando? Existem muitos sons soando ao mesmo tempo? Procure separar em partes as
canções do repertório trabalhado!
Forma binária (A B)
AB
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Exemplo musical:
Mamãe eu quero
Mamãe eu quero
Mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar
Parte A
Dá a chupeta
Dá a chupeta
Dá a chupeta pro neném não chorar
Forma ternária (A B A)
Forma rondó (A B A C A)
Além das formas binária e ternária, temos ainda outra que ao invés de
possuir somente uma parte contrastante, pode ter mais partes contrastantes. É a
chamada forma rondó, que pode ser representada assim:
A B A C A D A etc...
Um exemplo de música com esta forma é a famosa “Pour Elise” de Beethoven.
Procure ouvi-la e perceba a forma rondó A B A C A.
Na música popular brasileira temos o choro com essa forma. Ex.: ODEON
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Textura em música
Textura polifônica
VOZ HUMANA
Cada pessoa possui uma
voz única e especial. É como
se fosse uma impressão
digital.
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COMO FUNCIONA A VOZ HUMANA?
Existem técnicas que preservam a saúde vocal, preparando a pessoa para que ela utilize sua voz,
sem danificar seu aparelho fonador. A afinação do cantor depende da técnica de ajustar a tensão certa
para emitir cada nota musical.
Cantores de ópera possuem suas vozes muito trabalhadas para garantir um bom
desempenho ao cantar.
Devemos zelar pela nossa saúde vocal, evitando forçar a voz ao falar ou cantar.
Cuidados com a voz:
- Evite gritar, tanto para falar como para cantar.
- Beba bastante água sempre.
- Evite ambientes muito secos (ar condicionado excessivo).
- Evite bebidas alcoólicas e cigarro.
- Trate de alergias respiratórias e de problemas gástricos.
- Antes de cantar procure relaxar a cavidade da boca e o corpo.
- Ao cantar mantenha a postura ereta e relaxada.
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Aparelho fonador
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GRUPOS VOCAIS
Quando vozes se juntam para cantar, formam grupos vocais. Dependendo do número de
pessoas que formam o grupo, eles podem ser chamados de forma variada:
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História da música ocidental
A música moderna e contemporânea
O jazz nasceu por volta de 1890, na cidade de Nova Orleans, no sul dos EUA,
combinando ritmos da música africana com sons e instrumentos da música europeia. Estilo
totalmente novo, rapidamente espalhou sua influência pelo mundo todo, tanto na chamada música
erudita quanto na popular. Com a vitória na 1ª Grande Guerra Mundial, Paris, cheia de soldados
americanos, encantou-se com as “jazz-bands” que os soldados divulgaram.
Em fins dos anos 20, Pixinguinha organizou o conjunto “Oito Batutas”, do qual faziam
parte ele próprio, José Alves, Luís Silva, Jacó Palmieri, China (seu irmão), Nélson Alves, João
Pernambuco, Raul Palmieri e Donga. O conjunto foi a Paris e fez enorme sucesso com a dança do
maxixe. E voltaram ao Brasil com as influências das “jazz-bands”: baterias, mais sopros, banjos, etc.
Uma das formações do conjunto Oito Batutas: Pixinguinha está ao centro, com seu saxofone.
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O MODERNISMO NO BRASIL
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História da música popular brasileira (MPB)
Nossa música é riquíssima em estilos, gêneros e movimentos. A partir do século
XX, a produção musical se diversificou, acompanhando as inúmeras novidades técnicas
que foram surgindo: desde a gravação sonora que permitiu o registro das músicas, até o
rádio, a televisão e a internet. Vamos fazer um breve passeio por essa história!
A história do samba
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A “Deixa Falar”
Ismael Silva
Em entrevista ao jornal Correio da Manhã nos anos 60, Ismael Silva explicou a
origem do nome ”Deixa Falar”:
“Naquela época, existia uma grande rivalidade entre os blocos e todos se
achavam superiores. O pessoal do Estácio dizia: "Deixa falar!". Eles achavam que os
sambistas de lá eram melhores e não admitiam que ninguém pudesse diminuí-los.”
Sobre a origem do termo “Escola de Samba”, Ismael esclareceu: “Perto da
nossa sede ficava a Escola Normal para mulheres. Lá, as professoras ensinavam a
cozinhar e na “Deixa Falar” a gente ensinava o samba. Ficou então escola de samba.”
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A pioneira Chiquinha Gonzaga
O primeiro fonógrafo, inventado por Edison, chegou ao Brasil ainda no século XIX.
O pioneiro em gravar os sons (discursos, falas e posteriormente músicas) no Brasil foi Fred
Figner, um imigrante Tcheco, de origem judaica que fundou a primeira gravadora
brasileira, a Casa Edison.
Em 1902 A Casa Edison iniciou a gravação musical no país, gravando inúmeras
obras entre maxixes, polcas, lundus e choros.
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Tipo de programação das rádios na época: A programação das rádios como a
Nacional consistia em programas de música, rádio-novela, programas de humor,
programas esportivos, todos realizados ao vivo em seus auditórios abertos ao
público. Na programação musical, os cantores se apresentavam acompanhados de
orquestras ou conjuntos musicais, muitas vezes com o auditório lotado. A Rádio
Nacional foi responsável pelo sucesso de inúmeros artistas, entre cantores e
compositores.
Três grandes ídolos do Rádio brasileiro: Carmen Miranda, Emilinha Borba e Chico Alves.
“Oficialmente”, podemos dizer que a Bossa Nova começou num dia de agosto
de 1958, quando chegou às lojas de discos um disco duplo de 78 rotações, do selo
ODEON, do cantor e violonista João Gilberto. O disco é um marco, pois trazia a música
que dava título ao LP, Chega de Saudade (de Tom Jobim e Vinícius de Moraes).
João Gilberto é hoje uma dos mais conhecidos artistas brasileiros, justamente
porque sua trajetória se confunde com o gênero Bossa Nova. Sua inovadora “batida”
de violão e seu jeito coloquial de cantar são características incorporadas ao gênero
musical que se tornou um símbolo do Brasil no exterior.
Antes de lançar seu disco, João já havia participado, com seu violão moderno,
de outro importante disco do novo gênero. Trata-se de Canção do Amor Demais,
da cantora Elizeth Cardoso. A canção que dava título ao disco também era de
Tom e Vinícius, considerados os “papas” da Bossa Nova.
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A capa do disco Chega de Saudade de João Gilberto, com a canção de Tom Jobim (ao piano) e
Vinícius de Moraes, seu parceiro poeta e diplomata.
Tom Jobim e Vinícius de Moraes deixaram uma obra vastíssima com músicas
que hoje são grandes sucessos: “Garota de Ipanema”, “Chega de Saudade”, “Canção
do amor demais”, “Se todos fossem iguais a você”, “Eu sei que vou te amar”, entre
outras.
Tom teve outros parceiros também. Newton Mendonça é autor da letra em
“Samba de uma nota só” e “Desafinado”, dois grandes sucessos do gênero.
É importante registrar o famoso show do Carnegie Hall em Nova Iorque,
quando Tom Jobim e Vinícius de Moraes, ao lado de outros artistas, apresentaram suas
canções à América. O show rendeu diversos convites de trabalho e abriu as portas para
a música brasileira. Frank Sinatra passou a gravar vários sucessos da dupla brasileira,
como “Garota de Ipanema”, a música mais gravada em todo o mundo.
Vinícius – o Filme
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Outros artistas da Bossa Nova
Roberto Menescal
Joyce – A compositora, violonista e cantora também garantiu seu nome no seleto time
da Bossa Nova. Atua no Brasil e no exterior, sempre com muito sucesso.
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A Jovem Guarda
A Jovem Guarda foi um gênero musical surgido na metade dos anos 60. Foi o
equivalente nacional ao movimento liderado pelos Beatles, banda inglesa surgida nos
anos 1960, mesclando letras românticas e descontraídas com guitarras elétricas,
ditando um novo comportamento voltado para a juventude: a moda das calças Saint
Tropez, das minissaias, dos cabelos compridos para os rapazes, das blusas com
babados e das gírias como “é uma brasa mora”, “brotinho”, “é papo firme”, entre
outras.
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O trio principal do movimento: Roberto Carlos, Wanderléia e Erasmo Carlos.
(2x)
Dó si lá sol si sol lá mi sol Viva La Vida
Dó si lá sol si
Dó si lá sol si sol lá mi sol Dó dó dó dó ré ré
mi fá mi dó dó
Ré ré ré sol sol sol sol
Mi mi mi mi mi
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Trem Bala (Ana Vilela)
Intro: A D A E E
Contigo em todas as situações
Estrofe: Refrão:
A D
Não é sobre ter A gente não pode ter tudo
D E
Todas as pessoas do mundo pra si Qual seria a graça do mundo
A A
É sobre saber Se fosse assim
E D
Que em algum lugar alguém zela por ti Por isso eu prefiro sorrisos
E
A E os presentes que a vida trouxe
É sobre cantar e poder escutar A
D Pra perto de mim
Mais do que a própria voz
A Estrofe:
É sobre dançar
E Não é sobre tudo
Na chuva de vida que cai sobre nós D
Que o seu dinheiro é capaz de comprar
A
E sim sobre cada momento
Refrão: E
Sorriso a se compartilhar
D
É saber se sentir infinito A
E Também não é sobre
Num universo tão vasto e bonito
A Correr contra o tempo
É saber sonhar D
D Pra ter sempre mais
Então fazer valer a pena A
E Porque quando menos se espera
Cada verso daquele poema E
A A vida já ficou pra trás
Sobre acreditar
Refrão:
Estrofe:
D
Não é sobre chegar Segura teu filho no colo
D E
No topo do mundo e saber que venceu Sorria e abraça os teus pais
A A
É sobre escalar Enquanto estão aqui
E
E sentir que o caminho te fortaleceu D
Que a vida é trem bala, parceiro
A E
É sobre ser abrigo E a gente é só passageiro
D A
E também ter morada em outros corações Prestes a partir
A
E assim ter amigos D E A
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HINOS OFICIAIS
I II
4335
HINO DA INDEPENDÊNCIA
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HINO À BANDEIRA
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Referências Bibliográficas
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SCHAFER, Murray R. O Ouvido Pensante. São Paulo: UNESP, 2003.
SCLIAR, Esther. Elementos de Teoria Musical. São Paulo: Novas Metas, 1985.
SWANWICK, Keith. Ensinando música musicalmente. Rio de Janeiro: Editora Moderna,
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VENEZIANO, Neyde. O teatro de revista. In: O TEATRO através da história. Rio de
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Enciclopédias e dicionários
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