E-Book Completo - História Da Aviação - DIGITAL PAGES (Versão Digital)
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História da Aviação
Leonardo Azevedo Bassi Leonardo Azevedo Bassi
Atualmente, todo profissional que deseja ter sucesso em sua carreira precisa, de al-
guma forma, se destacar e se diferenciar de seus concorrentes. Desse modo, buscar
atingir um patamar superior e tornar-se especialista em determinada área é o primei-
ro passo para o sucesso.
Durante a matéria de História da Aviação, iremos analisar e revisar fatos históricos
que foram determinantes para o desenvolvimento da aviação mundial. Esta é uma
temática muito importante para todos os profissionais da área da aviação, uma vez
que estudaremos o papel da Primeira e da Segunda Guerra Mundial no desenvolvi-
mento da aviação; as primeiras máquinas voadoras; quem foram os visionários que
dedicaram-se aos estudos sobre a aviação; e, por fim, conjecturar sobre o futuro da
aviação mundial.
Em conclusão, é importante lembrar que a segurança está sempre em primeiro lugar
na lista de prioridades de toda e qualquer operação aérea. Portanto, o aprendizado
sobre a cultura aeronáutica nunca é demais, além de ser um diferencial para a carreira
de todos os envolvidos.
DADOS DO FORNECEDOR
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Penal.
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da
área de conhecimento trabalhada.
Primeiros desenhos.............................................................................................................. 13
O início dos estudos e a base da aviação mundial..................................................... 14
Leonardo da Vinci............................................................................................................. 15
Planadores e aviões............................................................................................................. 23
Planadores ....................................................................................................................... 23
Otto Lilienthal.................................................................................................................... 25
Aviões ................................................................................................................................ 27
Santos Dumont.................................................................................................................. 29
Sintetizando............................................................................................................................ 35
Referências bibliográficas.................................................................................................. 36
Irmãos Wright......................................................................................................................... 44
A história dos irmãos....................................................................................................... 45
A paixão pelo voo............................................................................................................. 46
Aeronave motorizada....................................................................................................... 49
Sintetizando............................................................................................................................ 60
Referências bibliográficas.................................................................................................. 61
Sintetizando............................................................................................................................ 87
Referências bibliográficas.................................................................................................. 88
Acidentes aeronáuticos....................................................................................................... 92
Investigação aeronáutica............................................................................................... 92
Agências de investigação............................................................................................... 94
O futuro da aviação............................................................................................................... 97
Aviões híbridos................................................................................................................. 98
Aviões supersônicos........................................................................................................ 98
Sintetizando.......................................................................................................................... 111
Referências bibliográficas................................................................................................ 112
Olá, alunas(os)!
Atualmente, todo profissional que deseja ter sucesso em sua carreira preci-
sa, de alguma forma, se destacar e se diferenciar de seus concorrentes. Desse
modo, buscar atingir um patamar superior e tornar-se especialista em determi-
nada área é o primeiro passo para o sucesso.
Durante a matéria de História da Aviação, iremos analisar e revisar fatos his-
tóricos que foram determinantes para o desenvolvimento da aviação mundial.
Esta é uma temática muito importante para todos os profissionais da área da
aviação, uma vez que estudaremos o papel da Primeira e da Segunda Guerra
Mundial no desenvolvimento da aviação; as primeiras máquinas voadoras; quem
foram os visionários que dedicaram-se aos estudos sobre a aviação; e, por fim,
conjecturar sobre o futuro da aviação mundial.
Em conclusão, é importante lembrar que a segurança está sempre em pri-
meiro lugar na lista de prioridades de toda e qualquer operação aérea. Portan-
to, o aprendizado sobre a cultura aeronáutica nunca é demais, além de ser um
diferencial para a carreira de todos os envolvidos.
Tenham todas(os) um excelente curso!
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 9
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/3717977404261358
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 10
1 O INÍCIO DA AVIAÇÃO
Tópicos de estudo
Primeiros desenhos Aviões
O início dos estudos e a base Santos Dumont
da aviação mundial
Leonardo da Vinci Os primórdios da aviação civil
O início da grande indústria
Aeronaves mais leves do que o
ar e o balão atual
Bartolomeu de Gusmão
Irmãos Montgolfier e o balão
de ar quente
Planadores e aviões
Planadores
Otto Lilienthal
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 12
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 13
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 14
Leonardo da Vinci
Leonardo da Vinci, que possuía verdadeira obsessão pelos pássaros e
seu voo, pode ser descrito como pioneiro nos estudos da aerodinâmica, sen-
do o primeiro na história a desenhar um esboço de uma aeronave tripulada.
O polímata dizia ser capaz de
construir diversos objetos e dedi-
cava-se a projetos de arquitetura e
engenharia. Além de pintor e um dos
maiores gênios da história, da Vinci
também era um típico homem do
Renascimento: autodidata nos mais
variados campos da ciência, se en-
volveu em inúmeros projetos como,
por exemplo, o da cidade ideal. Além disso, relatos apontam, entre 1480 e
1505, o estudo detalhado do voo de pássaros, pipas e planadores, sempre
levando em consideração a estrutura óssea destes animais.
Agora, observe a Figura 2, que é uma representação gráfi ca de um dos
desenhos de da Vinci, o ornitóptero. Concebido por volta de 1485, o orni-
tóptero era extremamente inovador para a época e o levaria a projetar a
máquina voadora, que utilizava a força do ar para se sustentar em voo.
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 15
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 16
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 17
Por mais estranho que possa parecer, o italiano nunca conseguiu tirar seus
projetos do papel, independentemente de serem aeronaves, helicópteros ou pa-
raquedas, graças a seu alto custo financeiro e o potencial implicado de perigo.
Embora muitos tenham criado réplicas do ornitóptero, por exemplo, realizando
uma releitura do esquema original, ninguém tentou pilotá-las, mesmo garan-
tindo-se a funcionalidade de todos os sistemas instalados. Todavia, já no século
XX, um dos planadores de da Vinci foi construído e funcionou, comprovando a
profunda importância do polímata para o desenvolvimento da aviação.
ASSISTA
Assista a este documentário, que discorre sobre o final
da vida do grande visionário Leonardo da Vinci, além de
apresentar alguns fatos curiosos.
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 18
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 19
Todavia, sobre a trajetória desta figura histórica, Manuel Reale assevera que:
podemos afirmar, sem sombra de dúvida e com imenso or-
gulho, que Bartolomeu de Gusmão foi um visionário no seu
tempo; foi um sonhador que procurou transformar seus so-
nhos em realidade e tornar-se o primeiro homem que vis-
lumbrou nos céus o domínio do ar para a conquista da terra,
portanto, com justa razão, o precursor da Aeronáutica no
mundo (2009, p. 12).
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 20
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 21
CURIOSIDADE
O primeiro acidente de balão do mundo ocorreu em 15 de junho de 1785:
Pilâtre de Rozier e Pierre Ange Romain, na tentativa de realizar a travessia
do Canal da Mancha, perdem altitude em pleno voo, ocasionando a queda
do balão utilizado. Ambos morreram, configurando esta como a primeira
fatalidade da aviação da história.
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 22
Planadores
O ser humano sempre teve o sonho de poder voar como os pássaros, an-
seio que vem até mesmo antes de Leonardo Da Vinci, no século XV.
Todavia, quando surge o questionamento sobre quem realmente
inventou o avião, é sempre necessário salientar que a
aviação não teve um único criador. Vários inventores e
visionários espalhados ao redor do mundo foram de-
terminantes para que a aviação, como um todo, pu-
desse chegar até onde ela chegou.
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 23
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 24
Otto Lilienthal
Em meados de 1890, outro grande inventor entrou em cena: Otto Lilienthal.
Nascido em Berlim no ano de 1848, ele foi mais um dos grandes pioneiros da
aviação. Ao contrário de Cayley, Lilienthal obteve mais sucesso em suas pesqui-
sas e projetos, tanto que ficou conhecido como a primeira pessoa do mundo
a ser fotografada voando com uma aeronave; várias revistas e jornais publica-
ram fotos de Otto com seu planador, e esses registros, com certeza, influencia-
ram outros inventores a perseguir o sonho de voar com máquinas.
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Figura 8. Planador de Otto Lilienthal. Fonte: National Air and Space Museum, 1980, p. 5.
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Aviões
A história dos aviões também é muito interessante. Similarmente aos pla-
nadores, os aviões também possuem seus pioneiros, ou seja, criadores visio-
nários que tinham o sonho de voar. Um aspecto que diferencia os aviões dos
planadores é o motor, uma vez que os aviões possuem motores, responsáveis
por proporcionar a tração necessária para a execução do voo.
Ao discorrer brevemente sobre a criação dos primeiros aviões, é impossível
discutir a história da aviação sem citar os famosos irmãos Wright e o visionário
Alberto Santos Dumont. É pertinente ressaltar que muitas pessoas discutem
sobre quem foi, de fato, o verdadeiro criador e inventor do avião; contudo, essa
pergunta não possui uma única resposta. Diversos pioneiros de diferentes par-
tes do globo tiveram sua importância para o desenvolvimento da aviação, pos-
to que todas as criações foram importantes.
Orville Wright e Wilbur Wright foram extremamente importantes para a
aviação. Nascidos nos Estados Unidos da América, foram reconhecidos como
os primeiros a conseguir voar com uma aeronave que fosse mais pesada que o
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 27
CURIOSIDADE
Uma curiosidade interessante sobre os voos dos irmãos Wright é que,
como a aeronave não possuía trem de pouso, uma espécie de carreta era
necessária para iniciar o voo. Esta tática funcionava do seguinte modo:
a carreta corria em um trilho que deveria estar sempre alinhado contra o
vento, uma vez que o Flyer precisava de um vento de proa muito forte para
poder iniciar seu voo. Por este motivo, muitos acreditavam que o Flyer pre-
cisava de uma catapulta para poder iniciar a decolagem, mas, na verdade,
esse instrumento era uma carreta que corria em um trilho.
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Figura 9. Flyer III dos irmãos Wright. Fonte: CROMPTON, 2013, p. 41.
Santos Dumont
Após uma breve análise da história dos irmãos Wright, é necessário discor-
rer também sobre um dos brasileiros mais inteligentes e visionários que já exis-
tiu: Alberto Santos Dumont. Nascido em uma pequena cidade de Minas Gerais,
desde sua infância o pequeno prodígio já demonstrava curiosidade e vontade
de voar. Dumont teve o privilégio de nascer em uma família que lhe proporcio-
nou uma ótima qualidade de vida, o que o permitiu estudar de maneira ade-
quada e se tornar um indivíduo com ideias extremamente inovadoras.
Santos Dumont passou grande parte de sua vida em Paris, na França, e foi
lá que ele começou a mostrar indícios de que voar era sua maior paixão. Pri-
meiramente, ao voar em balões, ele estudava as propriedades dos mesmos,
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Pode-se afirmar que essa aeronave foi pioneira da aviação civil. Após a
Primeira Guerra Mundial, os aviões eram muito utilizados para a distribuição
de jornais e propaganda, e a maioria deles possuía motores a pistão. Sendo
assim, este tipo de aeronave foi responsável por grande parte das viagens
transoceânicas que ocorreram nesse período.
A seguir, analise alguns importantes feitos na história da
aviação, extremamente significativos e notáveis:
em maio de 1919, uma aeronave da Marinha dos
Estados Unidos, o NC-4, realizou uma viagem
transoceânica de Newfoundland até Portugal.
Esta viagem durou 23 dias e a aeronave ficou
durante um período de 54 horas e 30 minutos
no ar. No mês seguinte, ou seja, em junho de 1919,
os ex-pilotos da Força Aérea britânica Arthur Brown e John Alcock realiza-
ram, juntos, um dos primeiros voos que cruzaria o oceano Atlântico sem
paradas, indo de Newfoundland até a Irlanda em uma viagem que durou
16 horas e 28 minutos.
Esses dois feitos foram essenciais para o desenvolvimento da aviação, e
serviram de inspiração para que outros pioneiros pudessem realizar proe-
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 33
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 34
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2 O “INVENTOR” DO
AVIÃO E A PRIMEIRA
GUERRA MUNDIAL
Tópicos de estudo
Alberto Santos Dumont Aviação na Primeira Guerra
A origem de Alberto Santos Mundial
Dumont Primeiras modificações
Os projetos de Dumont Dog Fights e os tipos de aero-
A morte de Dumont naves
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HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 40
Os projetos de Dumont
Desde o princípio, ele enumerou suas aeronaves. Com o balão-dirigível de
número 1, batizado de “Brasil”, fez voos por Paris. O número 2, também um
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Irmãos Wright
Uma grande discussão, que acontece até a atualida-
de, diz respeito a quem foi o inventor do avião, os ir-
mãos Wright ou Alberto Santos Dumont. Para melhor
aprofundamento nesse contexto, a vida, as conquistas,
as invenções e inovações desses incríveis personagens da
história da aviação serão analisadas a fundo.
É válido reforçar que não existiu um único inventor do
avião, mas é preciso compreender bem tal ponto de vista, já
que muitos norte-americanos não valorizam os feitos de Santos Dumont, as-
sim como há brasileiros que não entendem o renome dos irmãos Wright para a
aviação. É necessário valorizar aqueles que merecem e compreender que não
houve apenas um inventor do avião, mas múltiplos visionários espalhados ao
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Figura 4. Bicicleta feita pelos irmãos Wright. Fonte: PASSFIELD, 2006, p. 28.
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CURIOSIDADE
Os irmãos Wright desenvolveram o primeiro aileron rudimentar, o wing
warping, responsável pelo controle da aeronave em voo graças à inclina-
ção das asas em curvas. É fundamental ressaltar o fato de que os irmãos
Wright eram bicicleteiros, uma vez que eles adoravam andar de bicicleta.
Por esse motivo, eles concluíram que a aeronave deveria curvar-se da
mesma forma que uma bicicleta, inclinando o corpo para o lado da curva.
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CURIOSIDADE
Em consequência dos testes no túnel de vento, notou-se que a hélice
funcionava como um aerofólio e dava sustentação da mesma forma que a
asa. A ideia foi revolucionária, uma vez que ainda não existiam hélices que
funcionassem como aerofólio. Outro fato curioso é que a eficiência das
hélices era de 70% e a hélice mais eficiente da aviação moderna possui
uma eficiência de cerca de 85%.
O plano era equipar melhor o planador com o motor desenvolvido. Com ele
montado, foram iniciados os testes com o Flyer III, nome dado à aeronave his-
tórica. Wilbur foi o primeiro a voar, contudo ele se acidentou com a aeronave
logo em seguida à decolagem. Não obstante, em 17 de dezembro de 1903,
auxiliados pelo bom tempo, Orville fez o primeiro voo da história de uma
aeronave mais pesada que o ar, controlada por meios próprios. O voo durou
12 segundos e cobriu uma área de 53 metros. Wilbur também voou, mas por
15 segundos.
Cabe ressaltar que o Flyer III não tinha trem de pouso e requisitava o au-
xílio de uma carreta sobre trilhos para decolar, além de necessitar de muito
vento de proa para voar. Ou seja, as asas necessitavam de muito vento para
gerar sustentação e, quando o vento estava calmo, os voos eram inviáveis.
Os norte-americanos reconhecem o voo de 1903 como o primeiro da his-
tória, apesar de muito curto. Muito se fala também no que concerne à falta de
registros desses voos, já que só testemunhas oculares presenciaram o ocorri-
do, fazendo com que muitas pessoas chamassem os irmãos de fajutos e lou-
cos. Ao contrário de Santos Dumont, os irmãos Wright não registravam suas
proezas por medo de que alguém viesse a roubar as ideias para patenteá-las.
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Figura 6. Flyer voando numa demonstração para o exército norte-americano. Fonte: KELLY, 2012, p. 181.
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HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 51
Primeiras modificações
À medida que a guerra avançava, foi vislumbrada uma melhor utilização para
os aviões, enxergando diversas possibilidades. Dentre elas, uma das primeiras mo-
dificações foi a instalação de compartimentos para transportar bombas. Com isso,
ambos os lados usaram aeronaves para lançar bombas em locais estratégicos.
Os primeiros aviões bombardeiros, por não terem uma estrutura resistentes aos
tiros, só carregavam bombas pequenas e não podiam voar a baixa altura, algo que
impôs novos projetos, com adaptações necessárias. Assim, conceberam-se bom-
bardeiros de longo alcance, mais rápidos e capazes de suportar um peso maior.
Um dos bombardeiros mais famosos da Primeira Guerra, o quadrimotor Sikor-
sky Ilya Muromets, de origem russa e batizado com o nome de um herói da mi-
tologia, era uma fortaleza aérea e foi o primeiro bombardeiro multipassageiro da
história. Planejado para ser uma aeronave de luxo e ser dono de uma grande capa-
cidade de carga, se transformou num vigoroso bombardeiro. Como amostra da sua
robustez, das 83 aeronaves fabricadas, apenas uma foi abatida.
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 52
ASSISTA
O vídeo Manfred von Richthofen – O Barão Vermelho, do
canal Forças Mundiais Militares e Seus Fatos, aborda a
biografia do Barão Vermelho desde sua família aristocrá-
tica, seu ingresso no exército, a origem do termo e como
ele foi o mais reconhecido piloto de caça da Primeira
Guerra Mundial.
Com a evolução da guerra, cada lado esboçou tipos de aviões, como caças
para reconhecimento, de combate e bombardeiros, trazendo constantes avan-
ços para o design dos aviões à proporção que as batalhas se intensificavam e
procurando ter a imposição de uma superioridade aérea no processo de ma-
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 53
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 54
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 55
Dirigíveis
Na era de ouro da aviação, os dirigíveis ficaram famosos e vários países os
utilizaram, como Itália, França, União Soviética, Inglaterra, Estados Unidos, Ale-
manha e Japão. Depois do fim da Primeira Guerra Mundial, os dirigíveis se tor-
naram maiores, mais rápidos e alguns foram empregados para o transporte de
passageiros, como o Zeppelin alemão, enquanto outros tinham propósito militar,
como aconteceu nos Estados Unidos. O momento também marcou a utilização
do hélio não inflamável para gerar a sustentação do dirigível. Contudo, só os Es-
tados Unidos fabricavam o gás e não o exportavam a outros países, que ainda se
valiam do perigoso e inflamável hidrogênio.
Na década de 30, inúmeras empresas aéreas da Europa empregavam dirigí-
veis nos primeiros voos transatlânticos. Alguns dirigíveis ilustres foram o britâni-
co R34 e o italiano Norge, a primeira aeronave a voar sobre o Polo Norte. Porém,
um dos mais ilustres foi o de alemão Hindenburg, visto na Figura 10, conhecido
por fazer viagens carregando passageiros pelo mundo todo.
Em 1937, o Hindenburg sofreu um acidente fatal causado por um incêndio
que destruiu toda a estrutura do gigante dirigível. Ocorrido nos Estados Unidos,
ele se originou no fato de que o gás que o sustentava era o hidrogênio, um gás
inflamável. No acidente, 35 pessoas morreram e essa fatalidade marcou o fim da
era dos dirigíveis, uma vez que as empresas viram que eles não eram tão seguros
e que haviam outras formas mais eficientes de se efetuar o transporte aéreo.
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 56
Figura 11. Charles Lindbergh e o “Spirit of Saint Louis”. Fonte: WILLIAMSON, 1996, p. 29.
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 57
Figura 12. Aeronave Boeing 314 Clipper. Fonte: WILLIAMSON, 1996, p. 29.
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 58
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 59
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 60
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 61
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 62
3 A SEGUNDA GUERRA
MUNDIAL E A OACI
Tópicos de estudo
Segunda Guerra Mundial A aviação civil contemporânea
(1939–1945) O motor a jato
Cenário histórico O turboélice
Principais modificações
Criação da Organização da
Aviação Civil Internacional (OACI)
Primeiras correntes de pensa-
mento
Convenções voltadas para a
aviação civil
Anexos da OACI e a atualidade
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 64
Cenário histórico
A Segunda Guerra Mundial aconteceu de 1939 até 1945 e, então, a era de
ouro da aviação, que se deu no período entre guerras, já havia trazido mudanças
significativas para as estruturas e os motores das aeronaves, tornando sua utili-
zação essencial e imprescindível para o sucesso durante as batalhas.
Alguns exemplos de conflitos e batalhas que aconteceram, com a utilização
dos aviões, foram: a Batalha da Inglaterra, logo no início da guerra, viu os britâ-
nicos tentarem proteger seu território contra os ataques dos aviões alemães,
promovendo batalhas históricas entre as duas forças aéreas; os diversos com-
bates entre os EUA e o Japão, no Oceano Pacífico, com a utilização de navios por-
ta-aviões; e, por fim, o lançamento de bombas nucleares sobre o Japão.
Esses acontecimentos foram somente algumas das diversas ocasiões em
que as aeronaves foram utilizadas, mostrando que elas são extremamente efi-
cientes durante os conflitos e os combates. Antes de prosseguirmos no assunto
de aeronaves, é interessante e válido ressaltar como começou a Segunda Guer-
ra Mundial e como os países ficaram divididos.
Principais modificações
Após entendermos resumidamente o que aconteceu durante a Segunda Guer-
ra Mundial, é interessante ressaltarmos como estava a aviação naquele período. Já
estudamos o período entre guerras, que ficou conhecido como a “era de ouro da
aviação”, sendo marcada por diversas modificações nas aeronaves. Contudo, com
o início da Segunda Guerra Mundial, os investimentos e as mudanças que acon-
teceram nas aeronaves foram essenciais para o sucesso dos países em combate.
Aqui, exploraremos algumas das modificações importantes que acontece-
ram durante a Segunda Guerra Mundial, com relação às aeronaves e suas es-
truturas. Ficou evidente que as aeronaves monoplano cantilever possuíam o
melhor tipo de estrutura existente. Embora algumas aeronaves biplano antigas
tenham sido utilizadas durante a guerra, a preferência pelos monoplanos ficou
aparente. Além dessa característica, outras modificações interessantes de se
identificar aconteceram, sendo elas:
• Cockpit totalmente fechado: antes, o corpo e a cabeça dos pilotos fica-
vam totalmente expostos durante os combates. O cockpit das aeronaves é o
local onde ficam localizados os pilotos durante o voo, além de armazenar os
principais instrumentos e comandos de bordo. O cockpit fechado foi uma gran-
de revolução para as aeronaves da época, pois permitiu maior conforto dentro
da cabine e aumentou a segurança e a visibilidade dos pilotos;
• Flaps para pouso: estão localizados nas asas da aeronave, e são aciona-
dos durante a aproximação final e o pouso. Eles aumentam a sustentação da
aeronave, permitindo que a aproximação aconteça com uma velocidade menor
e com mais estabilidade;
• Hélices de passo variável: as hélices são responsáveis por gerar a tração
do voo, e a criação das hélices de passo variável permitiu uma maior eficiência
delas, além de aumentar a velocidade e reduzir o consumo de combustível;
CURIOSIDADE
Esse período ficou caracterizado como um “período de testes”, pois os
países participantes da guerra investiram muito nas suas indústrias e na
produção de aeronaves, realizando vários testes e experimentos. Foram
feitos experimentos com relação à fuselagem, à estrutura, aos motores, à
potência e ao trem de pouso, ou seja, todos os aspectos relacionados ao
aumento de performance e eficácia das aeronaves foram testados. Em-
bora vários projetos tenham sido criados, contudo, a grande maioria nem
chegava a sair do papel.
CONTEXTUALIZANDO
Antes da Segunda Guerra Mundial, quase 100% das aeronaves necessita-
vam de um auxílio externo para poderem acionar os seus motores, ou seja,
uma pessoa fora da aeronave precisava fazer com que a hélice girasse
(com a utilização das mãos geralmente), para que os motores pudessem
acionar. Com a fabricação de novas aeronaves, equipadas com motores
de grande porte, os fabricantes necessitaram criar um sistema que pu-
desse fazer a hélice girar e, por isso, o starter foi criado nas aeronaves.
O starter é um motor de arranque responsável por fazer o motor girar a
primeira vez, e é utilizado durante o acionamento.
O turboélice
O motor turboélice, que nada mais é do que um motor derivado do motor a
jato, tem seu acionamento feito através de uma turbina, ligada a uma caixa de
engrenagens, que aciona uma hélice, por meio dos gases de escapamento. Os
gases de escape geram uma potência e se ligam diretamente na turbina, que
é conectada por um eixo, sendo necessária uma caixa de redução para desen-
volver uma rotação ideal.
Os motores turboélices são mais eficientes em velocidades entre 250 e 400
mph, e em altitudes entre 18.000 e 30.000 pés. Eles também têm ótimo desem-
penho em velocidades mais lentas, tendo, na maioria dos projetos, o objetivo
de poder operar em pistas mais curtas e com diferentes tipos de pistas, como
terra, grama, entre outros, sendo operacional mesmo onde não seria possível
para aviões a jato. Além disso, o baixo consumo de combustível, em compara-
ção com outros motores a reação, dá à turboélice seu diferencial.
A maior parte dos aviões turboélice está ligada à operação de pequena e
média distância, sendo o ideal para companhias regionais e para a aviação exe-
cutiva. Após o término da Segunda Guerra Mundial e o desenvolvimento das
fabricantes de aeronaves, o aperfeiçoamento de motores e sistemas foi fun-
damental para o avanço da aviação civil mundial, e o motor turboélice foi de-
rivado desses avanços. A partir daí, as fabricantes desenvolveram aviões mais
potentes e com uma maior autonomia, utilizando os motores turboélice, sendo
possível a realização de voos transoceânicos, com menor espaço de tempo.
Suas principais vantagens são a redução da possibilidade de panes e da ne-
cessidade de manutenções corretivas durante a sua operação. Sendo um mo-
tor mais robusto e, ao mesmo tempo, com um funcionamento simples, ele pos-
sui uma operação mais flexível. Esse tipo de motor possui uma ótima relação
peso x potência, sendo utilizado em operações com temperaturas extremas,
além de ser ideal para altas altitudes e para pequenas distâncias. Em compara-
ção com os motores a jato, o motor turboélice tem um melhor aproveitamento
para diversos tipos de operações. Ele pode operar em pistas de terra e grama,
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 87
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 88
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 89
4 ACIDENTES
AERONÁUTICOS
E AERONAVES
MODERNAS
Tópicos de estudo
Acidentes aeronáuticos
Investigação aeronáutica
Agências de investigação
O futuro da aviação
Aviões híbridos
Aviões supersônicos
Aeronaves modernas
Airbus A380
Airbus A350
The Boeing Company
Boeing 747
Boeing 787
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 91
Investigação aeronáutica
Após entender sobre o que é um acidente aeronáutico, é preciso advertir
sobre a diferença entre acidente e incidente aeronáutico. Os incidentes são
ocorrências diferentes de acidentes, mas que acarretam problemas para a se-
gurança da operação aérea e para estrutura da aeronave. Vale ressaltar que
eles não são tão graves quanto os acidentes, por serem situações mais simples
e não causarem ferimentos sérios ou mortes.
Antes de 1960, a aviação não tinha um grau de segurança próximo do atual.
Como demonstração da segurança e eficiência do transporte aéreo na atuali-
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 92
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO 93
CURIOSIDADE
Mesmo depois do acidente de 1908, os irmãos Wright desenvolveram
outro modelo de aeronave e continuaram suas experiencias aeronáuticas.
Frank Lahm, depois da conclusão da investigação, passou a acompanhar
os novos experimentos dos irmãos e se tornou o segundo piloto militar
habilitado da história norte americana. A investigação e o relatório sobre o
acidente foram fundamentais para que os irmãos confiassem nas habilida-
des de pilotagem do militar norte-americano.
Agências de investigação
Um fator imprescindível na investigação dos acidentes aeronáuticos são os
órgãos ou agências responsáveis. Cada país tem uma entidade que pesquisa os
acidentes aeronáuticos, emitindo pareceres finais contendo as origens e reco-
mendações pertinentes ao acidente.
Uma das mais famosas é o National Transportation Safety Board (NTSB),
encarregado dos acidentes aeronáuticos nos Estados Unidos. Como o primeiro
inquérito aeronáutico da histórica se deu por lá, era de se imaginar que o país
viraria uma potência mundial da indústria aeronáutica nesse aspecto.
O NTSB é uma agência independente, que não tem a finalidade de averiguar
apenas acidentes aeronáuticos, pois abrange acidentes marítimos, rodoviários e
ferroviários, o que evidencia o seu tamanho e importância. Sobre a sua história, o
NTSB começou em 1926, quando o departamento de comércio dos Estados Uni-
dos se encarregou dos acidentes aéreos em território nacional. Em 1975, se tornou
independente após passar por diversas trocas de departamentos e submissão.
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CURIOSIDADE
O erro humano é culpado por mais de 95% dos incidentes e acidentes ae-
ronáuticos, algo que se deve ao fato de que a tecnologia embarcada nas
aeronaves é avançada, sem mencionar que a segurança das operações
aéreas é o foco dos operadores aéreo. Portanto, a chance de uma falha de
origem material é remota.
O futuro da aviação
Quando se fala no futuro da aviação, é preciso levar em conta os aprimora-
mentos que surgiram até os dias de hoje. Para os fabricantes, a estrutura dos
aviões em si e seus sistemas não necessitam de tantas variações, dado que a
maior aposta dos engenheiros é nos motores aeronáuticos, com motores elé-
tricos, híbridos e os que se valem da camada limite do avião.
Na atualidade, os fabricantes buscam um contínuo aprimoramento, colo-
cando o meio ambiente em primeiro lugar. Uma solução é a fabricação de mo-
tores com maior diâmetro, fazendo com que a emissão de ruídos e de poluen-
tes diminuam, como o FAN, parte da família do motor GE-90, que tem quatro
metros de diâmetro.
Materiais compósitos também são recursos nos novos projetos, como o
Boeing 787 e o Airbus A350. Essas matérias-primas, como a fibra de carbono,
reduzem o peso dos aviões e têm ligação direta com a relação peso x potência.
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Avião supersônico
No passado, um avião supersônico, o Concorde, fez voos comerciais entre
1976 e 2003. Não obstante, seu futuro foi posto em jogo em virtude das restri-
ções fixadas, como a proibição dos voos em áreas povoadas por conta do ruído,
o que aumentou o caminho percorrido e o consumo de combustível.
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Airbus A380
Produzida pela europeia Airbus que, já em 1995, demonstrava simpatia em
construir uma aeronave de grande porte maior do que o Boeing 747, o Air-
bus A380 é uma aeronave quadrimotor, isto é, possui quatro motores, sendo a
maior aeronave comercial do mundo.
Em 2000, a Airbus iniciou o projeto de fabricação do A380, cujo primeiro
voo se deu em 27 de abril de 2005. Após os testes e a certificação, o primeiro
voo comercial se deu em outubro de 2007, pela Singapore Airlines, cuja aero-
nave é retratada na Figura 5.
A fabricante europeia anunciou que a gigante aeronave não será mais fa-
bricada a partir do fim de 2021, o que não significa que todas as aeronaves
pararão de operar. Logo quando a aeronave começou a ser fabricada, a grande
maioria das empresas aéreas de todo o mundo fizeram pedidos.
É notório que as companhias aéreas estavam cientes sobre as qualidades
do avião. Todavia, o simples fato de uma companhia aérea disponibilizar voos
ASSISTA
O vídeo A380 from dream to reality: first flight traz o
primeiro voo teste do A380, um momento histórico
muito aguardado, uma vez que as pessoas gostariam
de ver se era praticável uma aeronave tão grande
decolar e pousar.
Boeing 747
O 747, produzido pela Boeing, foi o resultado do trabalho de cerca de 50
mil pessoas. Os trabalhadores envolvidos no projeto, ligados à parte constru-
ção, mecânicos, engenheiros, secretários e administradores, foram chamados
de “Os Incríveis” e fizeram história na aviação, executando o projeto do maior
avião civil do mundo no final da década de 1960 em menos de 16 meses.
A sua construção exigiu uma nova fábrica para comportar toda a estrutura
necessária, como a da planta de montagem do 747, até então, um dos maiores
No seu projeto final, o 747 era oferecido para as companhias aéreas em três
configurações: um modelo apenas para passageiros, outro para cargas e um ter-
ceiro de configuração mista entre as duas primeiras. Em consequência do seu
enorme nariz articulado, carregava containers de 8 x 8 pés – ou 2,4 m x 2,4 m. O
andar superior era um diferencial para acomodar a primeira classe e os salões
executivos, permitindo uma fácil conversão para avião cargueiro.
Figura 10. O Boeing 747, versão cargueira. Fonte: MARCH, 2008, p. 23.
Boeing 787
Frente aos novos projetos da europeia Airbus, como o lançamento do
A380, e com o objetivo de implementar novas tecnologias, a Boeing desen-