A Pesca

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Pesca

   A extensa costa moçambicana, com cerca de 2500 km, mais a riqueza das águas
interiores, constituídas por numerosos rios e lagos, fazem com que a pesca, em maior ou
menor escala, esteja presente praticamente em todo o país, constituindo o produto desta
actividade um complemento importante na dieta familiar da população que a pratica.

Características Gerais

   As características de Moçambique fizeram com que a pesca sempre fosse praticada,
quer ao longo da costa quer nas águas interiores. A população recorre a processos
primitivos para realizar a pesca, sendo o principal objectivo da produção  o
autoconsumo, reservando-se para os excedentes o destino de serem vendidos nos
mercados próximos ou secados para conservação. Somente nalguns casos, sobretudo na
proximidade das áreas urbanas, são utilizados barcos movidos a motor, o que permite a
pesca no alto mar. Quer isso dizer que ao lado dos pescadores artesanais actuam
pescadores que desenvolvem um tipo de pesca empresarial, cuja produção se destina aos
mercados local e internacional.

As regiões de pesca mais importantes são as seguintes: entre a baía de Maputo e


quissico; entre Zavora e Ponta da Barra Falsa, entre Inhassoro e Bartolomeu Dias, desde
Mambone até ao Delta do Zambeze e toda a costa de Cabo Delgado. No interior
destacam-se a albufeira de Cahora Bassa, o lago Niassa e os principais rios.

Tipos de pesca

  Considerando o nível de desenvolvimento tecnológico da actividade pesqueira em


Moçambique, esta pode ser dividida em três tipos: artesanal, semi-industrial e industrial.

A pesca artesanal - é uma pesca considerada de pequena escala. Trata-se de uma


actividade desenvolvida com recurso a embarcações pequenas, relativamente frágeis,
em geral não motorizadas, sem sistema de comunicação, o que faz com que geralmente
não se aventurem, por razões de segurança, no alto mar, restringindo, portanto, o seu
espaço de actuação às áreas litorais.
Este tipo de pesca realiza-se também ao longo dos principais rios e lagos.

Em geral, o produto da actividade é destinado ao consumo da família, ou seja, para


enriquecer a dieta alimentar, baseada sobretudo na produção agrícola, sendo os
excedentes, quando existem, vendidos nos mercados locais.

É considerada pesca semi-industrial - aquela que é realizada com o recurso a


embarcações de tamanho médio, entre 10 e 20 metros de comprimento e em geral com
autonomia de conservação a bordo. Ela é desenvolvida já em moldes empresariais,
sendo o seu espaço de actuação relativamente maior, pois já pode ser praticada em alto
mar.

Já a pesca industrial - é representada pelas empresas e armadores que operam com


embarcaçãoes grandes, acima dos 20 metros de comprimento e autonomia de
processamento e congelação a bordo. Trata-se de autênticas fábricas flutuantes, pois os
produtos da actividade são tratados, empacotados e conservados, ficando prontos a
serem colcados no mercado. Este facto leva a que as embarcações permaneçam muito
tempo no alto mar.                                                                                       

Assim, as pescas semi-industrial e industrial têm como principal objectivo a


colocação do produto no mercado, para o que recorrem a mão-de-obra assalariada.

A principal área de actuação das frotas semi e industrial é o banco de sofala. Trata-se da
principal área de pesca de camarão de águas pouco profundas. Já no banco da Boa Paz, a sul do
banco de Sofal, predominam os recursos de pesca à linda e camarão de profundidade. Outra
área que pelos seus recursos atrai igualmente estes tipos de frotas (sobretudo a semi-industrial)
é a baía do Maputo. A pesca artesanal estende-se ao longo de quase toda a costa, mas assume
especial relevância nas costas de Nampula, Zambézia, Sofala e Inhambane.

As capturas totais médias rondam as 100 000 toneladas por ano, das quais cerca de 70% são
dos pescadores artesanais.

Os principais portos de pesca de Moçambique são os portos de Quelimane, Beira e Maputo,


enquanto a pesca artesanal descarrega peixe ao longo de praticamente toda a costa.

No que diz respeito às águas interiores com recursos pesqueiros consideráveis, salientam-se a
albufeira de Cahora Bassa e o lago Niassa.

Principais produtos pesqueiros e sua importância na economia nacional

     As pescarias mais importantes de Moçambique, tanto pelo volume de produção como pelo
valor, compreendem: camarão de água pouco profunda, gambá (camarão de profundidade),
peixe à linha e com covos, atum e kapenta (sardinha de água-doce).

O camarão de água pouco profunda ocupa o lugar cimeiro, sendo um dos principais produtos e
o de maior valor económico.

Esta pescaria é realizada tanto em pequena escala como a nível semi-industrial e industrial,
representando o último sector cerca de 90% da produção nacional.

A pesca do gambá apresenta-se como a segunda mais impotante, em termos económicos, sendo
realizada exclusivamente por arrastões industriais. A sua produção máxima aconteceu em 1980
(3000 toneladas), tendo decrescido e mantendo-se actualmente à volta dos 1500 toneladas por
ano.

Outras pescarias importantes são a pesca à linha e com covos, presentemente mais concentrada
na costa centro-norte, ao longo do banco de Sofala. Anteriormente, ela centrava-se sobretudo
na costa sul, mas a redução do recurso obrigou à sua deslocação para norte.

O atum é sobretudo explorado por armadores estrangeiros.

A pesca comercial da kapenta é relativamente recente, tendo-se iniciado no início da década de


90, na albufeira de Cahora Bassa. Esta pescaria é exclusivamente reservada aos armadores
semi-industriais.

O sector das pescas contribui com cerca de 3% para o Produto Interno Bruto, com uma
produção total estimada em cerca de 138 mil toneladas em 2008.

Impacto ambiental da actividade pesqueira

  Como qualquer outra actividade, a actividade pesqueira também tem impactos ambientais,
que se agravam quando os objectivos de natureza económica, ou a ganância do lucro,
ultrapassam os interesses de natureza ecológica e
ambiental.                                                                                                                                    U
m dos impactos resulta do uso de técnicas e instrumentos, como redes de malha fina, que
permite capturar de maneira indiscriminada diferentes espécies de peixe e com diferentes
tamanhos, contribuindo para a redução do recurso pesqueiro e, consequentemente, da
biodiversidade. Outro impacto resulta do derrame de combustível pelos barcos, poluindo,
assim, as águas.

Silvicultura

   A silvicultura e uma actividade geralmente associada à agricultura.

Conceito

   Silvicultura pode ser definida como a ciência da plantação, tratamento e exploração florestal.
Como ciência, dedica-se ao estudo e aperfeiçoamento de métodos naturais e artificiais de
regeneração e melhoramento de povoamento florestal.

Principais espécies (naturais e culturais) e a sua localização geográfica

   Moçambique possui um potencial florestal importante. Estima-se que, em 1980, a área


ocupada por florestas era de cerca de 57 000 000 de hectares, dos quais 36% tinham potencial
para a indústria
madeireira.                                                                                                                    As
principais espécies de árvores nativas em Moçambique são: chamfuta, panga-panga, pau-rosa,
pau-preto, umbila e jambirre. As principais florestas localizam-se nas regiões centro e norte,
englobando as províncias de Manica, Sofala, Zambézia, Nampula e Cabo Delgado.

   As florestas artificiais ocupam uma superfície de cerca de 46 000 hectares uma área com
potencial de reflorestamento de cerca de 1 000 000 de  hectares. Neste tipo de floresta, as
espécies dominantes são eucaliptos e pinheiros. Neste sector salienta-se a província de Manica,
que detém mais de 50% das florestas artificiais do país. Outras regiões onde se desenvolvem
igualmente florestas artificiais são: Sofala (Dondo), Niassa (Lichinga), Maputo-província
(Namaacha, Marracuene e Salamanga).
Importância económica

   Para a economia nacional as florestas têm uma grande importância. Entre os aspectos que
fazem realçar essa importância podem-se salientar o fornecimento de materiais para o sector de
construção civil, para a indústria de mobiliário, para o sector de produção de energia, para o
artesanato, entre
outros.                                                                                                                                  A
madeira constitui igualmente uma importante fnte de divisas enquanto bem de exportação, quer
no seu estado bruto, quer após ter sofrido alguma transformação. Como é evidente, para a
economia do país, é mais interessante que a madeira seja sujeita a algum tipo de
transformação, pois o processo de transformação pode significar a criação de postos de
trabalho e, consequentemente, a possibilidade de absorver mão-de-obra, além de o produto ser
mais valorizado. Em Moçambique a importância das florestas para a população pode ser
percebida através dos múltiplos produtos, bens e serviços que elas proporcionam: protecção do
solo, alimento, combustível lenhoso, material de construção, abrigo, fonte de rendimento, entre
outros. Cerca de 80% da energia consumidano país pela população rural, periurbana e urbana
provém das florestas, quer em forma de lenha quer já transformada em carvão.

Conservação e protecção das florestas

   A intensa utilização dos recursos florestais pelo ser humano e a sua destruição com o
objectivo de criar espaços para o desenvolvimento de outras actividades são responsáveis pela
degradação desta componente da
biosfera.                                                                                                    Mas, com a crescente
consciencialização das pessoas sobre a necessidade de conservar e preservar a Natureza, surgiu
a necessidade de conservar e preservar este recurso.                                 Como forma de
minimizar os impactos negativos da actividade humana, foram definidos planos que orientam
as acções no sentido da conservação e da utilização das florestas de uma forma sustentável.
Assim, a conservação e utilização sustentável das florestas consistem na guarda das mesmas
eno condicionamento do seu aproveitamento. A guarda revolve-se com a criação de reservas
florestais, enquanto o condicionamento do seu aproveitamento se faz com a aplicação de
planos de maneio e de exploração florestal. A necessidade de conservaçãoe preservação
prende-se, por um lado, com a função de´´ pulmão`` que as florestas  desempenham e, por
outro lado, com razões de ordem social, económica e cultural. Ademais, sabe-se que a
capacidade de recuperação das florestas é muito lenta.

A Pesca: Tipos de pesca, características da pesca artesanal e moderna e Impacto


Ambiental da Actividade Pesqueira

Pesca

A pesca constitui uma das actividades mais importantes para o melhoramento da dieta
das comunidades moçambicanas que vivem no litoral, margens dos rios e em redor dos
lagos.

A abundância do pescado depende muito das condições favoráveis que a Natureza


oferece, como sejam, a profundidade a temperatura e a salinidade da água, as correntes
marítimas, a alimentação e as condições de reprodução dos peixes.

Em Moçambique, praticamente todo o pescado se destina ao consumo das populações e


somente o restante à exportação.

Tipos de pesca

Segundo o nível de tecnologia, técnicas empregues na actividade pesqueira e os lugares


onde é praticada, há dois tipos de pesca em Moçambique: artesanal e moderna.

Características da pesca artesanal

 Emprega mão-de-obra familiar.

 É, basicamente, para consumo, sendo vendido somente o excesso.

 Utiliza instrumentos rudimentares: redes, linha, anzóis.

 As embarcações são frágeis, pequenas, geralmente sem motor nem frigoríficos.


 É praticada no litoral, rios e lagos.

 O tempo de actividade não é superior a um dia, para evitar a deterioração do


pescado.

 Não possui aparelhos de comunicação.

 Salga-se e seca-se o peixe excedente, para evitar a sua deterioração e para que,
mais tarde, ele possa ser consumido ou vendido.

Fig: Pesca Artesanal

Características da pesca moderna

É uma actividade que, pelo seu nível tecnológico e volume de produção, se pode
classificar como uma indústria.

 É praticada no alto mar.

 Emprega muitos assalariados.

 As embarcações estão apetrechadas com equipamentos de comunicação e


aparelhos electrónicos para detectar com exactidão os bancos de recursos
marinhos.

 As embarcações são transformadas em verdadeiras fábricas, pois o pescado é


recebido, tratado, empacotado e guardado em armazéns-frigoríficos, pronto para
ser comercializado. Nestes barcos também se faz a transformação do peixe em
farinha para animais e outros produtos.
 As embarcações permanecem semanas ou mesmo meses no alto mar.

No nosso país, a pesca do camarão representava, no ano 2000, mais de 40% do valor
das exportações, contribuindo grandemente para o PIB.

Tabela 25: Produtos de aquacultura e pesca artesanal (2002-2003)

Descrição Unidade Quantidade USD 103

2002 2003 2002 2003

Camarão Ton 600 332 3000 1657

Algas marinhas Ton 155 523 3,1 10,4

Total Ton 755 855 3003 1668

Fonte: Ministério das Pescas

Tabela 26: Quantidade de peixe capturadas pela pesca artesanal, por província (2002-
2003)

Descrição Unidade Maputo Inhambane Sofala Zambézia Nampula Total

Camarão Ton 83 150 96 1 949 3 557 5 835

Peixe Ton 4 040 2 871 2 607 17 781 30 460 57


759

Cefalópodes Ton 1 2 1 18 367 389

Caranguejo Ton 2 82 7 87 178 356

Tubarão Ton 0 0 57 324 48 429

Outros Ton 0 40 4 2 238 24 2 306


Total Ton 4 126 3 145 2 772 22 397 34 634 67
074

Fonte: Ministério das Pescas

Tabela 27: Quantidades capturadas pela pesca industrial e semi-industrial (2002-2003)

Descrição Quantidades (Ton) USD 103 USD 103

2002 2003 2002 2003

Camarão 9 000 7 690 72 000 61 520

Gamba 1 500 1 425 7 500 7 125

Lagostim 80 124 800 1 240

Lagosta 5 55

Caranguejo 40 80 120 243

Peixe 3 550 1 075 1 375 2 687

Kapenta 9 500 10 978 11 400 13 173,6

Lulas 60 131 150 327,5

Outros 1 450 1 608 725 804

Total 27 187 25 114 96 127 89 123,1

Fonte: Ministério das Pescas

Impacto Ambiental da Actividade Pesqueira

«No nosso pais, a busca de espécies capazes de proporcionar lucros consideráveis


desencadeia uma concorrência desenfreada, que se tem reflectido em destruições
maciças, com a consequente diminuição do pescado, principalmente em regiões
costeiras, que são as mais intensamente exploradas pela população de pescadores que
não dispõem de meios modernos.
Certas artes de pesca utilizadas em quase toda a costa de Moçambique acarretam
consequências negativas. Salienta-se o arrasto, arte que mais prejuízos provoca no
domínio da actividade pesqueira. Esta forma de pescar origina uma captura
indiscriminada de diferentes espécies e sob diferentes tamanhos, 0 que se traduz na
diminuição da biodiversidade do ambiente marinho.»

Direcção Nacional das Pescas, 1998 (adaptado)

Bibliografia

NONJOLO, Luís Agostinho; ISMAEL, Abdul Ismael. G10 - Geografia 10ª Classe. Texto


Editores, Maputo, 2017.

A Indústria: características gerais, A situação industrial após a independência,


Concentração industrial, Os sectores industriais

Indústria

A indústria consiste num conjunto de actividades de transformação de matérias-primas


em produtos acabados ou semiacabados, através de processos mecânicos.

Moçambique tem um fraco desenvolvimento industrial; embora rico em recursos


naturais, possui ainda uma indústria incipiente.

São várias as causas que explicam o fraco desenvolvimento industrial em


Moçambique:

 Predomínio da exploração agrícola


 Fraca rede de vias de comunicação

 Forte dependência de capitais estrangeiros

 Tecnologia de fraca modernização

 Mão-de-obra pouco especializada

 Reduzido poder de compra

 Carência em muitas áreas de recursos energéticos.

Características gerais

Com a criação, em 1928, da Repartição dos Serviços de Geologia e Minas, deu-se um


primeiro passo para o desenvolvimento da indústria de exploração mineira do carvão e
do cobre. A exploração de pedras preciosas e semipreciosas, na região dos pegmatitos,
na Alta Zambézia, começou na segunda metade do século XX.

É no período entre 1945 e 1960 que se assiste a um maior desenvolvimento das


actividades industriais orientadas para o mercado interno. Este facto deveu-se à
emigração massiva para as c0lónias que se registou depois da Segunda Guerra Mundial.

Assim, foram introduzidas as indústrias transformadoras para a produção de farinha,


trigo, vestuário, calçado, pregos, pequenas maquinarias e vidros. Aumentou-se a
capacidade de investimentos em fábricas de processamento de açúcar, chá, algodão e
sisal.

O desenvolvimento da actividade industrial e de pesquisa que caracterizou as décadas


de 50 e 60 do século XX permitiu um major conhecimento das potencialidades minerais
de Moçambique. Por volta de 1970, a indústria mineira contou com a actividade
empresarial de um número de companhias voltadas para a exploração de minérios
específicos. A maioria destas companhias estava sediada na região centro do pais, De
1970 a 1975, Moçambique conheceu um desenvolvimento considerável na área
industrial, tendo, pela primeira vez, concentrado mais investimentos na província do
Maputo do que nas restantes províncias, no que se refere ao grau de concentração
industrial. Seguiram-se as províncias de Sofala, Manica e Nampula.
As actuais autoridades moçambicanas desejam que se desenvolvam, prioritariamente, os
sectores agro-alimentar, têxtil, químico, metalúrgico (principalmente produtos à base de
alumínio) e de embalagens.

A situação industrial após a independência

Após a independência, o Estado passou a preocupar-se com a reestruturação do sector


industrial, com vista a satisfazer as necessidades da população, desligando-se do cordão
umbilical que mantinha com as potências estrangeiras, em particular Portugal. Assim,
tomaram-se as seguintes medidas:

 Formação de empresas mistas;

 Intervenção do Estado nas principais empresas industriais;

 Nacionalização dos principais ramos da indústria;

 Prospecção das ocorrências minerais no país.

Concentração industrial

A indústria transformadora encontra-se concentrada nas cidades densamente povoadas


de Maputo, Matola, Beira e Nampula:

 Maputo (cidade) – a cidade de Maputo detém o nível mais alto de concentração


industrial, com 48,9% do total de toda a indústria.

 Matola (província de Maputo) – detém 12,6% da concentração da indústria


nacional, distribuída pelos subsectores.

 Beira (província de Sofala) – detém 18,07% da concentração industrial do país,


distribuída pelos seus subsectores.

 Nampula (província de Nampula) – detém 5,7% da concentração industrial do


país, distribuída pelos respectivos subsectores.

Os sectores industriais
Indústria extractiva e sua localização

Este sector da indústria ocupa-se fundamentalmente da extracção de minerais


energéticos, de metais ferrosos e não ferrosos, de minerais metálicos, pedras para a
construção e pedras preciosas e semipreciosas.

A mineração é uma actividade bastante antiga em Moçambique. Sabe-se que no século


X a.C., a partir do porto de Sofala, eram embarcados ouro, prata e marfim com destino
ao mar Vermelho.

No século VII a.C., os Fenícios traficavam ouro no interior de Moçambique, nas actuais
províncias de Manica e Tete, em Chimoio e Chifumbazi, respectivamente.

Esta actividade continuou com comerciantes árabes durante o tempo do Império do


Monomotapa (séculos XV e XVI).

Com a penetrarão europeia, a procura do ouro e de outros produtos de valor


intensificou-se. Segundo Barca e Santos, «ao longo de cerca de cinco séculos, a
actividade mineira foi realizada com carácter meramente artesanal, por homens que
buscavam fundamentalmente o ouro devido ao seu elevadíssimo valor na Europa».

Moçambique possui quantidades enormes de jazigos minerais. Estima-se que existam,


na bacia carbonífera de Moatize, província de Tete, 489,8 milhões de toneladas
e 450 milhões no centro da mesma província.
As quantidades de gás natural no maior campo do pais, Pande, estimam-se
em 40 triliões de pés cúbicos de reservas. Existem quantidades enormes de gás em Búzi
e Temane.

Os principais centros mineiros do pais localizam-se a norte do rio Save.

Barca e Santos, citando o MIREM (Ministério dos Recursos Minerais e Energia),


estabelece a localização dos minérios seguintes:

Tabela 29: Localização dos principais minérios

Minério Localização

Pentóxido de Tântalo Zambézia (região pegmatítica)

Ferro (124 000 000 t) Manica, Tete e Nampula

Titano-magnetite (50 000 000 t) Tete

Bauxite (130 000 t) Zambézia

Sienitos nofelinicos (4 300 000 t) Niassa

Areias pesadas (40 000 000 t) Zambézia e Nampula (entre Quelimane e


Angoche) e Gaza

Grafite (1 0 000 000 t e 5 000 000 t) Foz do rio Lúrio, Tete e Cabo Delgado

Apatite (150 000 000 t) Nampula

Mármore (25 km de comprimento/15 km Cabo Delgado (região de Montepuez)


de largura)

Fluorite (3 000 000 t) Sofala e Tete


Os principais recursos minerais em exploração no pais são: carvão de coque, mármore
em blocos e em Chapa, sal marinho, bauxite, granada facetável, pedras lapidadas,
grafite e, recentemente, gás natural, em Pande e Temane. O gás natural é exportado para
a RSA e também já é usado em algumas regiões do nosso país.

Indústrias extractivas e sua localização geográfica:

 Carvão – província de Tete (distrito de Moatize, Minjova, Mucanhavuzi),


Niassa (na bacia de Maniamba) e Manica (Espungabera);

 Columbite, berilo, pedras preciosas e caulino – Niassa, Manica, Tete,


Zambézia, Nampula;

 Cobre — Tete e Manica;

 Bauxite — Manica, Tete, Zambézia e Niassa;

 Mármore — Cabo Delgado (Montepuez);

 Granito e saibro — Todas as províncias do país;

 Sal — litoral;

 Bentonite – Maputo (distrito de Boane);

 Asbestos – Manica, Zambézia e Tete;

 Feldspato – Zambézia, Nampula, Tete e Manica;

 Tântalo – Zambézia, Tete, Manica e Sofala;

 Mica – Sofala, Zambézia, Manica, Tete e Nampula;

 Gás natural – Pande, Temane e Búzi;

 Areias pesadas – Gaza e Nampula.

Indústria transformadora e sua localização


A indústria transformadora nacional teve o seu início no século XIX. Ela ocupa-se
fundamentalmente da produção de materiais leves, tais como: têxteis, calçados,
produtos alimentares, bebidas, produção de plásticos e outros produtos similares. É a
chamada indústria ligeira.

   A indústria pesada, no cômputo geral, está pouco representada. Este tipo de indústria,
no pais, ocupa-se, principalmente, da produção siderúrgica e metalúrgica, e da
construção civil. A Mozal constitui o expoente máximo da indústria pesada
moçambicana.

Indústria pesada

 Indústria de produtos minerais não metálicos – províncias de Maputo, Sofala,


Nampula e Zambézia;

 Indústrias químicas – províncias de Maputo, Sofala e Tete;

 Indústrias metalúrgicas de base – província de Maputo;

 Indústrias de materiais de construção – províncias de Cabo Delgado,


Zambézia, Nampula, Niassa e Maputo;

 Indústria de construção de meios de transporte – províncias de Maputo,


Sofala, Tete e Nampula;

 Indústria de pesca - províncias de Maputo, Inhambane, Sofala e Nampula.

Indústria ligeira

 Indústria de açúcar - províncias de Maputo e Sofala;

 Indústria alimentar e de bebidas - em todas as províncias, excepto Niassa;

 Indústria de calçado e outros artigos de vestuário - províncias de Maputo, Sofala,


Manica e Zambézia;

 Indústria tabaqueira - províncias de Maputo, Sofala e Tete;

 Indústria de descaroçamento de algodão e desfibramento de sisal – províncias de


Sofala, Cabo Delgado, Niassa e Inhambane.
Fig.1: Cimentos de Moçambique

Bibliografia

NONJOLO, Luís Agostinho; ISMAEL, Abdul Ismael. G10 - Geografia 10ª Classe. Texto


Editores, Maputo, 2017.

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