Material Musical

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Unidade 1:

CONCEITUAÇÃO DE MÚSICA, SOM E SUAS PROPRIEDADES

O que é música?
O que é som?
Sons musicais e ruídos.
1. Conceituação de música, som e suas propriedades

Toda a arte e toda a ciência têm sua matéria prima, seus conceitos e seu vocabulário básico.
Com a música não é diferente. Como estabelecer conceitos e vocabulário para a matéria
‘Música’?

Eis a primeira pergunta que podemos fazer:

O que é música?

Há várias definições, que vão se alterando um pouco com o passar do tempo. Vejamos
algumas:

Música é uma combinação de sons que conservam entre si relações lógicas e ordenadas. O
fim da música é evocar sentimentos ou traduzir impressões (ARCANJO, 1918, p. 16).

Música é a arte dos sons, combinados de acordo as variações de altura, proporcionados


segundo a sua duração e ordenados segundo as leis da estética. (PRIOLLI, 1968, p. 6)

Música é a arte de combinar sons simultânea e sucessivamente, com ordem, equilíbrio e


proporção dentro do tempo. (MED, 1996, p.11).

Das três conceituações, podemos resumir que Música é a arte de combinar os sons. Pode ter a
finalidade de expressar sentimentos, um estado de espírito, imitar a natureza, fazer
experimentos, propor experiências com novas sonoridades.

De qualquer forma, a matéria prima da música é o som.

Cabe uma nova pergunta:

O que é som?

É tudo o que impressiona o órgão auditivo.


O som é produzido através da vibração resultante do choque entre corpos.

Nos instrumentos de sopro, colunas de ar se chocam e a vibração põe o ar em movimento na


forma de ondas sonoras.

As ondas sonoras atingem a membrana do tímpano, fazendo-a vibrar.

Transformadas em impulsos nervosos, as vibrações são identificadas pelo cérebro como


diferentes tipos de sons.

Falamos em tipos de sons:

Quais são?

Sons musicais e ruídos.

O ouvido humano saudável percebe aproximadamente entre 16 ou 20 e 30.000 vibrações por


segundo. Os sons considerados musicais estão aproximadamente entre 32 a 4.000 vibrações
por segundo. Abaixo ou acima desses limites temos ruídos ou barulhos.

Também podemos considerar o tipo de vibrações:

Uma vibração com forma irregular é entendida como barulho. Há vários tipos de ruídos ou
barulhos de procedências diversas: da NATUREZA (trovão, ventania...); OBJETO (batida de
dois ferros, queda de copos no chão...); ANIMAL (latido de cachorro, miado de gato...);
HUMANO (bater palmas...); de MÁQUINA (motor de carro, tic-tac do ponteiro de relógio...);
ELETRÔNICO (sons de aparelhos como jogos eletrônicos...), etc.

Uma vibração com forma regular, que produz ondas regulares e constantes, produz o chamado
som musical, isto é, representa uma nota musical com altura definida.

O som musical se expressa por meio de instrumentos musicais, da voz, de conjuntos musicais
e vocais.

Os ruídos ou barulhos também podem fazer parte da música. Vejam os instrumentos de


percussão que produzem vibrações irregulares, com sons que devem ser classificados como
ruídos. De maneira ordenada são usados em obras musicais.

Os ruídos, juntamente com os sons musicais, formam o chamado MUNDO SONORO.

Analisemos especificamente os sons adequados à prática musical.


O som musical apresenta quatro propriedades:

ALTURA – propriedade que divide os sons em graves, médios ou agudos. O que determina
esta propriedade é a velocidade (ou frequência) das vibrações.

Quanto mais veloz é a vibração, mais agudo é o som.

A altura de uma nota depende, portanto, do número de vibrações por segundo. Se atacarmos a
corda de um violão, violino ou qualquer outro instrumento de corda, teremos a oportunidade
de ‘ver’ a vibração.

Em qualquer instrumento cujo som é obtido por vibração de cordas, a quantidade de vibrações
depende do comprimento, espessura e da tensão da corda.

Quanto mais curta, mais fina e distendida estiver uma corda, maior velocidade terão as
vibrações e mais agudo será o som.

Para os sons graves, um corpo maior para o instrumento ajudará na emissão. Quanto maior é o
corpo de instrumento, maior possibilidade de expansão dos graves ele proporcionará, pois
maior é a quantidade de ar interno.

No caso dos instrumentos de sopro, quanto mais longa for a coluna de ar, mais baixa será a
nota; quanto mais curta a coluna de ar, mais aguda será a nota. O choque entre o sopro (ar em
movimento) e o ar interno produz o som.

Alguns animais são capazes de perceber sons que o ser humano não percebe. Há apitos, para
adestramento de cães, que produzem frequências não percebidas pelos homens.

VOLUME OU INTENSIDADE – É o grau de força empregado na execução.

Define-se pela amplitude das vibrações.

Se tocarmos em uma corda de violão primeiramente de leve e depois com força, teremos
notas com mesma altura e com volumes diferentes.

DURAÇÃO – é o tempo em que um som se prolonga. É determinada pelo tempo de emissão


das vibrações.
TIMBRE – Costuma-se dizer que é a ‘cor’ do som. É a característica que nos permite
reconhecer a diferença entre vozes e instrumentos diversos, mesmo que emitam sons com
mesma altura e intensidade. Diferentes formas de ondas definem o timbre dos instrumentos.

Elementos Essenciais

A música tem 3 elementos essenciais:

 MELODIA - combinação sucessiva dos sons (dimensão linear das notas);


 HARMONIA - (combinação simultânea dos sons); e
 RITMO - cadência obedecendo a combinação dos sons com periódica repetição
(dinâmica da duração dos sons).

Unidade 2

LEITURA MUSICAL

O que é pauta ou pentagrama?


Pauta ou pentagrama (do grego: penta = cinco, grama = linha): é o conjunto de cinco linhas
horizontais, paralelas e equidistantes (ou seja, a distância entre as linhas é sempre igual),
próprias para escrever música. As linhas formam entre si quatro espaços.
Exemplo:
Como são contadas as linhas e os espaços da pauta?
Tanto linhas quanto espaços são contados de baixo para cima.

CLAVE

Clave é um sinal colocado no início da pauta e dá nome à nota que está na mesma linha dela.

É importante observar o tipo de clave para poder ler as notas.


Há vários tipos, porém as mais comuns são a Clave de Sol que é usada por instrumentos de
alto alcance sonoro como o violino, flauta, trompete e clarinete.

E a Clave de Fá que é usada por instrumentos de baixo alcance sonoro como o baixo e
violoncelo.

NOTAS

Antes de saber como se escreve as notas na pauta, vamos ver a ordem e seus nomes.

Nosso sistema de música tem 7 notas. A ordem é Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si. Ou em cifras

respectivamente C, D, E, F, G, A, e B. Correspondem às teclas brancas (naturais) do piano:

CLAVE DE SOL
No exemplo abaixo, podemos ver as notas representadas por cada uma das linhas e espaços da
pauta com a Clave de Sol. A primeira linha corresponde à nota Mi (E) e o primeiro espaço à
nota Fá (F). Em outras palavras, as notas na pauta (linha-espaço-linha...) seguem a ordem
natural (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si). Pode-se também escrever sob a primeira linha e acima
da quinta.

Linhas

Há duas espécies de linhas, naturais e suplementares ou adicionais. As linhas naturais são 5 e


com 4 espaços, como mostra a figura acima.

Linhas suplementares (superiores e inferiores)

As linhas suplementares ou adicionais superiores são pequenas linhas que se escrevem por
cima da pauta ou pentagrama, e as linhas suplementares ou adicionais inferiores as que se
escrevem por baixo da pauta ou pentagrama.

As linhas naturais e as suplementares superiores contam-se de baixo para cima, enquanto as


linhas suplementares inferiores contam-se de cima para baixo.

LINHAS SUPLEMENTARES
Além dos espaços e linhas da pauta, podemos também adicionar linhas extras chamadas
Linhas Suplementares Superiores ou Inferiores para poder escrever notas mais agudas ou
graves.
CLAVE DE FÁ

No exemplo, as notas estão representadas por cada uma das linhas e espaços da pauta com a
Clave de Fá, incluindo linhas suplementares.

COMO MEMORIZAR A POSIÇÃO DAS NOTAS?

Vamos consagrar nosso estudo preliminar ao uso da clave de sol.

Vamos separar as notas inscritas nas linhas das notas escritas nos espaços:

Notas inscritas nas linhas:

Notas inscritas nos espaços:

Memorizando separadamente as notas inscritas nas linhas: MI – SOL – SI – RE – FA - e as


notas inscritas nos espaços: FA - LA – DO – MI, fica mais fácil localizar as notas.
EXERCÍCIOS

1 – Fale o nome das notas em sentido ascendente.

De DO a DO: DO – RE – MI – FA – SOL – LA – SI -DO

De RE a RE: RE – MI – FA – SOL – LA – SI -DO – RE

De mi a mi: MI – FA – SOL – LA – SI -DO – RE – MI

De FA a FA:

De SOL a SOL:

De LA a LA:

De SI a SI:

2 – Fale o nome das notas em sentido descendente:

De DO a DO: DO – SI – LA – SOL – FA – MI – RE – DO

De RE a RE: RE - DO – SI – LA – SOL – FA – MI – RE

De MI a MI:

De FA a FA:

De SOL a SOL:

De LA a LA:

De SI a SI:

3 - Coloque o nome das notas:


Figuras Musicais e seus Valores

Qualquer nota pode ter maior ou menor duração, a que se chama valor. o valor é indicado por
diferentes sinais que tomam o nome de figuras ou notas.

Figuras são certos sinais com que se representa a duração dos sons. Presentemente, a nota
mais longa em uso é a semibreve que serve de unidade básica de duração. Esta divide-se em
duas (2) mínimas, quatro (4) semínimas, oito (8) colcheias, dezasseis (16) semicolcheias,
trinta e duas (32) fusas e sessenta e quatro (64) semifusas.

Notas:

→ Semibreve = 4 Tempos

→ Mínima = 2 Tempos

→ Semínima = 1 Tempos
1
→ Colcheia = 2 = 0,5 Tempos
1
→ Semicolcheia = 4 = 0,25 Tempos

1
→ Fusa = 8 = 0,125 Tempos

1
→ Semifusa = 16 = 0,0625 Tempos

Como se pode observar acima, cada duração da nota é o dobro da nota seguinte e metade da
anterior. Por exemplo, neste fragmento podemos ouvir a combinação de valores distintos, o
som mais alto é formado por 4 semínimas e o som mais baixo por 2 mínimas. Assim sendo,
ouvimos duas semínimas para cada mínima.

OBS: Quando escrevemos colcheias, semicolcheias, fusas e semifusas, costuma-se agrupálas


usando-se linhas (proporcionais aos colchetes da nota) para facilitar a leitura.

Exemplos:

Ponto de Aumento

No caso particular onde a duração total representa um aumento de 50% na duração de uma
determinada nota, pode-se usar um ponto de aumento. A função do ponto de aumento é fazer
com que a duração da nota tenha um acréscimo equivalente à metade da duração original. Por
exemplo:
Observe no exemplo a ocorrência de notas que estão duplamente pontuadas. Nestes casos, o
segundo ponto tem a função de acrescentar a metade da duração que o ponto precedente
aumentou. Para ilustrar, em um compasso 4/4, a semínima normalmente vale um tempo. Uma
semínima duplamente pontuada, como aparece no quarto exemplo acima, recebe um aumento
de meio tempo do primeiro ponto mais um acréscimo de um quarto de tempo do segundo
ponto.

Ligadura

Podemos ligar notas adicionando uma linha curva que recebe o nome de Ligadura, que indica
que não deve haver interrupção. ligadura é uma linha curva que conecta notas consecutivas e
de mesma altura e indica que a altura deverá soar pela duração resultante da soma de todas as
figuras conectadas. Por exemplo:

Compasso

O compasso é indicado por dois números e se repete ao longo do trecho musical, separado por
Linhas Divisórias respeitando o tempo da música.

O numerador mostra a quantidade de tempos, três no caso acima. E o denominador indica a


nota que valerá um (unidade de tempo). Exemplo:
De salientar que a métrica dos compassos pode ser classificada de acordo com o número de
tempos que possui:

 Compasso binário: dois tempos


 Compasso ternário: três tempos
 Compasso quaternário: quatro tempos

Além disso, compassos podem ser divididos entre simples e compostos, de acordo com a
subdivisão natural de cada tempo.

Compasso simples

O compasso simples é aquele cujos tempos se subdividem naturalmente em duas partes iguais
(a unidade de tempo nunca é uma figura pontuada). O exemplo abaixo ilustra diferentes
possibilidades de compassos simples:

Compasso composto

é aquele cujos tempos se subdividem naturalmente em três partes iguais. Portanto, a unidade
de tempo sempre é uma figura pontuada. A fórmula de compasso não indica o número de
tempos, mas sim o número de divisões dos tempos. O exemplo abaixo demonstra
possibilidades de compasso composto.
Para encontrar a fórmula de um compasso composto cuja unidade de tempo (U.T.) seja
equivalente, porém pontuada, a de um compasso simples, basta multiplicar a fração por 3/2.
Por exemplo:

2/4 (binário simples) x 3/2 = 6/8(binário composto)

U.T. = semínima U.T. = semínima pontuada

NOTA: É fórmula fixa 3/2.

Abaixo, está o gráfico demonstrativo do movimento da mão quando se está lendo uma música:

(F = Forte, fr = fraco, mf = meio forte)

Linhas Divisórias

Para tornar a leitura mais fácil e ordenada, separamos os compassos com linhas verticais que
recebem o nome de Linhas Divisórias.

Quando há dois pontos e uma linha fina seguida de uma segunha linha grossa, chama-se
Retorno (ou Ritornello) que indica volta ao trecho também com o mesmo sinal (porém com os
pontos à direita) e sua repetição. O mesmo sinal sem os pontos, é colocado ao final de uma
música, indicando seu término.
É muito comum uma música ter o sinal de retorno e então há a repetição antes de se tocar o
próximo trecho. Contudo, quando se quer simplesmente separar os trechos (duas partes que
não tem nada a ver uma com a outra, indicadas geralmente por A, B, C...etc), usa-se duas
linhas finas que recebem o nome de divisão de período.
PAUSAS OU FIGURAS NEGATIVAS

Cada figura musical tem seu respectivo símbolo que representa silêncio, são chamadas
Pausas ou Figuras Negativas e tem o mesmo tempo que a nota.
Acidentes

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