Além Das Colunas Do Templo - MONOGRAFIA
Além Das Colunas Do Templo - MONOGRAFIA
Além Das Colunas Do Templo - MONOGRAFIA
Monografia
Pelotas, 2011
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Pelotas, 2011
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Banca examinadora:
Agradecimentos:
Gostaria de agradecer a algumas pessoas que diretamente são responsáveis por esta
caminhada cheia de desafios, conhecimento, amizade e companheirismo, que fizeram parte de
minha permanência no curso de Bacharelado em Museologia da Universidade Federal de Pelotas.
O curso de Museologia foi para mim uma real e grata oportunidade, creio que ele se torna
tão gratificante por que é representado por docentes de grande capacidade, professores de
diferentes características, mas que mostram amor pelo que fazem, por isso agradeço a todos os
professores.
Agradeço a uma pessoa em especial, que pessoalmente representa de forma digna a
museologia e a memória da história de Pelotas e região, a Profa. Dra. Maria Letícia Mazzucchi
Ferreira, que foi uma das fundadoras e primeira coordenadora de nosso curso e também minha
orientadora na pesquisa da bolsa de Patrimônio Industrial.
Agradeço a um grande profissional museólogo, que além da oportunidade de ser meu
orientador em projetos no curso, é orientador desta monografia, Prof. Daniel Maurício Viana de
Souza, que sempre de maneira construtiva demonstrava as importantes faces da Museologia.
O que dizer para as pessoas que são a razão de minha felicidade, minha família, Elis e
meu filho Lucas, que por pouco não se forma comigo, pois muitas vezes estava presente em aula,
com sono e incomodado, mas com sua inteligência e capacidade, mesmo com sua pouca idade,
sempre deixava claro a vontade de ajudar e participar.
Para a execução deste projeto e sua pesquisa, não poderia deixar de agradecer a membros
da Loja Fraternidade Nº 3, que de maneira fraternal auxiliaram neste trabalho, são eles: Sr. Paulo
da Cruz Barragan, Sr. Luiz Albino Colomby, Sr. Claudiomar Lopes Barcellos, Sr. Renato Luis
Araújo Peres, Sr. Marinaldo Corllet, Sr. José Ananias Silveira do Amaral, Sr. Paulo Hermeto
Orcy Torre, Sr. Allan Kardec Brasil da Gama e do Museu Maçônico Lusitano em Lisboa
-Portugal, agradeço ao diretor Sr. Antônio Lopes.
Por fim agradeço a todos os colegas que ajudaram nesta caminhada.
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Jean Cocteau
6
Resumo
CARVALHO, Márcio Dillmann de. “Além das colunas do templo: Um estudo do Museu
Maçônico Rocco Felippe”. 2011. 57f. Monografia, Bacharelado em Museologia, Universidade
Federal de Pelotas. Pelotas, RS.
Resumo: Essa monografia busca analisar as características do Museu Rocco Felippe, instituição
museológica maçônica gerida pela Loja Maçônica Fraternidade nº 3 no município de Pelotas -
RS. Esta análise consiste de pesquisa e investigação de seu processo de criação, aquisição de
acervo e suas normas que a levam ao caráter privativo. Identificaremos suas relações conflitantes
com a Política Nacional de Museus e apontaremos, por fim, sugestões que possam contribuir para
a reformulação e adequação deste importante espaço de guarda de patrimônio.
Lista de Figuras
Anexos
Lista de abreviaturas
Abreviaturas maçônicas
Aug∴ - Augusta
Fund∴ – Fundadora
Gr∴ - Grande
Loj∴ - Loja
Resp∴ - Respeitável
Sesq∴ - Sesquicentenária
Simb∴ - Simbólica
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Sumário
Introdução .......................................................................................................................... 12
Fontes Primárias....................................................................................................................49
Referências Bibliográficas....................................................................................................50
Anexos...............................................................................................................................54-57
12
INTRODUÇÃO
1915 ocorre a união de três Lojas da região, "Honra e Humanidade", "Rio Branco" e "Lealdade",
denominando-se Lojas Unidas Honra e Humanidade, Rio Branco e Lealdade, que em 1923 torna-
se a Loja Fraternidade, onde se encontra hoje o Museu Rocco Felippe.
O Museu Rocco Felippe tem características divergentes de instituições convencionais.
Devido à filosofia maçônica, ele recebe a herança do “secreto” ou da “discrição”, que faz com
que o museu seja muito “fechado” – são poucos aqueles que o visitaram ou tem conhecimento de
sua existência. Seu acervo é composto de itens relacionados com o dia-a-dia da Loja, documentos
administrativos, jóias, aventais e insígnias. Esta instituição demonstra carência de organização e
documentação, necessitando de atualizações direcionadas pelas bases e diretrizes museológicas
atuais, hoje representadas no Estatuto Nacional de Museus.
Os objetivos aqui buscados são de esquadrinhar as especificidades do Museu Maçônico
Rocco Felippe, procurando entender os liames de um intrincado e controverso quadro que se
estabelece entre a característica “discreta” da Maçonaria e o compromisso público dos museus.
Dessa maneira, intenta-se ainda, propor sugestões que apontem caminhos para uma necessária
adequação dessas instituições aos parâmetros museológicos contemporâneos. O Museu Maçônico
Rocco Felippe é rico em informação e história, sendo assim, organizá-lo e consequentemente,
definir com clareza sua missão e seus meios de alcançá-la, pode transformá-lo em uma grande
ferramenta de geração de conhecimento e pesquisa em nossa região.
Para esse trabalho utilizamos uma metodologia de cunho qualitativa, visando assim,
analisar de forma sensível os fatores que caracterizam nosso objeto de pesquisa, considerando sua
imersão no terreno das práticas e relações sociais. Como procedimentos metodológicos, optou-se
pela revisão bibliográfica, além ainda de levantamento e pesquisa das fontes documentais do
Museu Maçônico Rocco Felippe, para que seja possível assim, propor um diálogo com as
diretrizes e normas que regulam atualmente as entidades museológicas brasileiras, o Estatuto
Nacional de Museus.
Esta monografia está dividida em 3 capítulos: no primeiro é apresentada, de forma
breve, a história da Maçonaria, alguns conceitos, sua chegada no Brasil, Rio Grande do Sul e
Pelotas; no segundo capítulo abordamos o Museu Maçônico Rocco Felippe, as características do
seu acervo, que vão do colecionismo ao arquivismo e seu caráter privativo; e no terceiro capítulo
relacionamos o Museu Rocco Felippe com o Estatuto Nacional de Museus, tecemos sugestões
para o melhor enquadramento e aproveitamento do museu de acordo com as características
14
museológicas atuais. Para tanto, apresentamos ainda, alguns exemplos de instituições de similar
tipologia, que já mostram consideráveis aprimoramentos na perspectiva museológica. Por fim
serão formuladas considerações com base nos quadros anteriormente relatados.
15
São inúmeras as instituições de diferentes características, que tem em seu poder uma
considerável quantidade de peças, coleção ou acervos que formam muitas vezes, o que é por elas
denominado de museu ou memorial. Para entender melhor as relações e conjecturas da
instituição que aqui apresento, o Museu Rocco Felippe, é preciso definir e conceituar a
Maçonaria, seu desenvolvimento no Brasil, além de suas características e especificidades no Rio
Grande do Sul e em Pelotas.
1
Mutualismo: Sistema de ajuda mútua entre um grupo de associados. (GOMES, 2006. p. 20).
2
Uma das castas germânicas que adentraram no espaço do Império Romano por volta do século V. (COSTA, 2011,
p. 100).
16
ao século XII. Este grupo tinha como prática a solidariedade e ajuda entre seus membros,
constituídos principalmente por mercadores e camponeses.
Neste contexto, foram igualmente importantes as “confrarias”, que resultaram
principalmente da ação do Cristianismo para assimilar os grupos associativos existentes, e claro,
os povos pagãos. Por esse motivo seu caráter inicialmente era religioso, mas logo surgiram outros
tipos de confrarias: As das profissões, onde se reuniam mestres e aprendizes; E as de caridade,
ainda de forte inclinação religiosa, agiam no campo da solidariedade e auxílio mútuo.
Tendo sua origem na Idade Média, sem uma data precisa, mas é neste período histórico
entre os séculos XII e XIII que se propagam em toda a Europa essas confrarias com
objetivo de ajudar uns aos outros como forma de caridade e empatia, possivelmente uma
inspiração de instituições romanas que surgiram na antiguidade. Conhecidas como
comunidades fraternais tendo em seu foco principal a vida espiritual e assistencialista,
nem por isto permaneceu com seu objetivo central. (SILVA, 2008, p. 1)
Em termos genéricos uma confraria define-se como uma associação, entendendo-se, por
associação uma reunião voluntária de pessoas que perseguem um objectivo comum,
permanente, num sistema de relações recíprocas. Ainda que hoje seja elevado o número
de confrarias, foi na Idade Média que se pode considerar que tiveram o seu grande
incremento; não origem, porquanto tiveram por antecedentes os “collegia” romanos e as
“gildas” germânicas, ambas com a doutrina cristã como fermento ideológico e
psicológico dinamizador. (GHIRA, 2011)
envolta de atribuições lendárias, a dos “Kassideanos”, operários que tomaram parte na construção
do Templo de Salomão de Jerusalém, 950 anos antes de Cristo, e que se agruparam para se
protegerem dos riscos que os ameaçavam no decorrer desta grande obra.
Podemos citar ainda as irmandades de cunho religioso, que prosperaram devido ao
crescimento do cristianismo em muitas regiões, e claro, os Colégios Romanos introduzidos pelo
Rei Numa Pompílio, em Roma no ano 715 AC, que ao verificar os conflitos gerados pelas
diferenças entre os romanos e os povos anexados nos processos de dominação, criou grupos ou
grêmios que abrigavam profissionais de diversos ofícios. O “Collegium3” teve influência
fundamental nas confrarias de construtores da Idade Média.
À Maçonaria, com certeza é possível atribuir diversos significados, estes com
características próprias e segmentados por profissionais de diversas áreas. A instituição é
permeada pelo que muitos chamam de “secreto”, atualmente, porém, muitos maçons preferem
considerar como “discreto”. Nota-se uma divisão coerente que deve ser observada, dizendo
respeito às fontes históricas e à bibliografia sobre a Maçonaria.
Conceituar a Maçonaria, portanto, não é uma tarefa simples devido à grande quantidade
de definições a ela atribuídas:
• “(...) associação fraternal, possuidora de uma organização baseada em rituais e símbolos na qual o segredo
ocupa papel fundamental. É uma instituição que foi e permanece sendo acessível principalmente ao sexo
masculino e que tem por objetivos o aperfeiçoamento intelectual da sociedade, de seus filiados, e a
3
Na etimologia latina significa confraria, associação, colega, corporação, companheiro do mesmo ofício. (TONINI,
2003)
18
promoção da ação filantrópica interna e externa; caracteriza-se por não orientar política e religiosamente
seus membros.” (COLUSSI, 1998, p. 25);
• “(...) uma forma de sociabilidade típica da filosofia iluminista do século XVIII, marcada pelo racionalismo e
pelo liberalismo. Estão presentes as ideais de secularização, de igualdade jurídica, de formas contratuais e
democráticas de poder político, assim como a crença num princípio criador, caracterizado pelo deísmo, e
maçonicamente designado por Grande Arquiteto do Universo.” (TAVARES, 2010, p. 3)
De acordo com Moretti (2009, p. 9), a origem da Maçonaria remonta aos séculos finais
da Idade Média, às corporações de ofício dos pedreiros especializados, oriundos de construtores
de catedrais, denominados de franco-maçons. Esta fase inicial é denominada como Maçonaria
Operativa, suas reuniões uniam aprendizes e mestres para debater e trocar informações sobre sua
profissão, com o objetivo de garantir entre os integrantes das oficinas de pedreiros-livres, os
conhecimentos adquiridos na área da construção. Observamos as relações no significado das
palavras francesa maçonnerie e a inglesa masonry – alvenaria e pedreiro.
Existem documentos muito antigos considerados maçônicos, como o de Bonifacci De
Cario (Bolonha, 8 de agosto de 1248), e o Poema Régio (Regius Poem) escrito por volta de 1390.
Já na Idade Moderna o primeiro registro da palavra “maçom” foi feito pelo inglês Elias Ashmole
(1617-1692)4. Na Europa, já nos séculos XVI e XVII a instituição sofre alterações, assumindo
novos integrantes. Profissionais de ofícios diferentes dos construtores passaram a ser aceitos nas
lojas5, dentre eles arquitetos, príncipes e bispos. Essa transformação resultou na denominação
atual de “Maçonaria especulativa”, que mesmo com alterações estruturais, manteve perpetuados
rituais e símbolos do período medieval.
Desta tradição são fundamentados os principais documentos da organização legal
maçônica, os Landmarks6 e a Constituição de Anderson7, sendo eles normas ou regras de conduta
da vida de um maçom. A data oficial da fundação remonta ao ano de 1717, na Inglaterra no dia
4
Elias Ashmole foi antiquário e químico, e registrou em seu diário – 16 de outubro de 1646 – que havia sido feito
maçom livre, em Warrington, Lancashire.
5
Célula básica da organização maçônica. Local onde se reúnem os maçons. Origem primitiva da palavra em latim,
locus, lugar. (PUSCH, 1982).
6
Diploma básico da doutrina maçônica. Nele são expressos os princípios fundamentais da organização da
Maçonaria. (PUSCH, 1982).
7
A constituição de Anderson foi elaborada em 1721 pelo escocês James Anderson, grão-oficial da Loja de Londres
em Westmister. Foi o primeiro livro maçônico editado na América, por Benjamin Franklin.
19
24 de junho (Dia de São João Batista8), em reunião na cervejaria Goose & Grifiron de St. Paul,
onde foi criada da Grande Loja da Inglaterra (Maçonaria especulativa).
O que é decorrente, enfim, é a grande diversidade de contextos filosóficos que formam
esta instituição, constituída por homens livres que se denominam entre eles irmãos, cultuando a
liberdade, fraternidade e igualdade entre os homens, inspirados por princípios de tolerância,
justiça e filantropia. No Brasil, esses valores também estavam presentes e foram influência
marcante em alguns fatos históricos do país.
são fechadas devido aos atos de proibição deliberados em 1806 pelo Vice Rei do Brasil, D.
Marcos de Noronha, o 8º Conde dos Arcos, que se opunha à Maçonaria e seu trabalho. Por outro
lado, estes atos não foram fortes o suficiente para impedir a criação de lojas em outras regiões do
país.
Existem também, indícios de que a Maçonaria teria penetrado no Brasil ao final do
século XVIII e início do XIX, por meio de jovens que iam estudar na Europa em universidades
como Coimbra e Montpellier. Parece, porém, que o embrião maçônico teve distintas causas e
formações, relacionadas com aspectos individuais de cada país, estado ou município onde estas se
instalavam. É importante destacar que no Brasil as “associações” surgiram em vários locais,
formando grupos, sejam sociedades políticas ou literárias, muitas vezes ligadas a órgãos de
imprensa com princípios liberais – estes não “regularmente” maçônicos, mas compostos por
maçons.
O desenvolvimento de muitas destas sociedades no Brasil estava ligado a ideais,
filosofias e postura política, discretamente e efetivamente influenciada pela ideologia maçônica.
(....) na década de 1830 a 1840, a maçonaria não estava instalada em todas as cidades
e povoados sulinos, a própria instabilidade generalizada decorrente da guerra
impedia um funcionamento mais ou menos normatizado; com isso, novamente nos
referimos ao fato de que a Guerra dos Farrapos protelou a efetiva instalação e
expansão da maçonaria gaúcha.
20
Joaquim Saldanha Marinho nascido em Olinda, no dia 4 de maio de 1816, foi político, sociólogo e jornalista,
presidente das províncias de Minas Gerais e São Paulo, durante o Império. Grão-mestre da Maçonaria, tinha como
nome simbólico de Ganganelli. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 27 de maio de 1895.
24
21
Venerável Mestre: Primeira dignidade em hierarquia em uma Loja. (PUSCH, 1982)
22
Manifesto da Loja Fraternidade para todas as Lojas Maçônicas da Jurisdição Rio-Grandense - Pelotas, 17 de
novembro de 1927. Neste texto a Loja Fraternidade descreve seu descontentamento com o Grande Oriente do Rio
Grande do Sul, por fim informando sua desfiliação desta entidade.
23
A Maçonaria em seu Rito Escocês Antigo e Aceito tem em suas características uma divisão de seus graus de
ensinamento, os graus simbólicos que são do 1º ao 3º - Maçonaria Azul, e os graus filosóficos que vão do 4º ao 33º,
Maçonaria Vermelha. (PUSCH,1982)
25
primeira sede localizada em Pelotas na Loja Fraternidade, e em 1936 se transfere para a capital
do Estado.
O museu Rocco Felippe é repleto de itens que divergem bastante das características de
museus convencionais, objetos estes relacionados com a ritualística, filosofia, normas, diretrizes,
convenções e leis envoltas na realidade privada, por que não dizer “discreta” da Maçonaria. Neste
capítulo apresentaremos as características do museu e seu acervo, considerando as suas
influências colecionistas e arquivísticas, procurando, além disso, analisar seu caráter privativo, e
as possíveis implicações decorrentes desta peculiaridade.
Após vários contatos com membros da Loja Fraternidade nº3, notava-se que seria
necessária uma busca documental nos balaústres27, para assim tentar descobrir um pouco da
história do Museu. No último contato com o ex-Venerável mestre Sr. Allan Kardec Brasil da
Gama28, surge então uma versão da criação do Museu Maçônico da Loja Fraternidade.
O Sr. Allan Kardec recordou que na década de 60, quando era Venerável Mestre da
Loja Fraternidade Nº 3, foram realizadas reformas em algumas dependências, e na sala da entrada
ao retirarem o assoalho de madeira, o Sr. João Manoel Stone Fonseca, secretário na época,
encontrou abaixo, uma moeda de 200 Réis, e na ocasião ao mostrá-la para o Sr. Kardec, lhe deu a
idéia de fazer um museu na Loja.
Em posse desta nova informação, foi necessário procurar suas referências documentais,
para tanto, averiguamos os balaústres referentes aos anos em que o Sr. Kardec foi Venerável
Mestre. Obtivemos o Balaústre nº 1447, do dia 1º de Abril de 1960, que relatava a inauguração
das salas reformadas, além do muro e da fachada, que teve a presença de vários convidados entre
eles o prefeito da cidade de Pelotas o Sr. João Carlos Gastal. Neste documento não existe a
referência ao Museu, mas, segundo o balaústre seguinte de nº 1448, do dia 6 de abril de 1960, um
maçom doava naquele dia uma faixa de Mestre-Maçom com sua respectiva jóia, para o “Museu
da Loja”.
A continuação do estudo criterioso de alguns itens documentais da entidade pode trazer
luz às perguntas e dúvidas aqui ainda não respondidas. Essas informações não estão presentes nos
ofícios da entidade, mas poderão estar nos registros internos, os chamados balaústres, que nada
mais são do que livros de atas, onde são referenciados e descritos o andamento e as informações
discutidas nas sessões. “O balaústre é a memória viva da loja, devendo ser analisado com cautela,
face sua função de registro histórico” (PUSCH, 1982, p. 95).
27
Para a arquitetura são elementos de ornamentação, para a maçonaria é a denominação da ata das seções. (PUSCH,
1982)
28
Informação oral obtida através de conversa com o Sr Allan Kardec Brasil da Gama, no Museu Rocco Felippe, dia
24 de março de 2011.
29
ligados à própria vida maçônica, fazendo deste seu tema principal. Nesta análise observa-se que
parte do acervo não exposto, de grande importância histórica, são as cartas e os ofícios recebidos
pela instituição, mas ainda não organizados. Podemos dizer se tratar de um verdadeiro arquivo
histórico pelotense. São vários tipos de correspondências, como exemplo, são os ofícios
informativos de posse de novas diretorias de clubes de futebol, instituições de ensino, colégios,
associações culturais e beneficentes – material que tendo recebido o correto tratamento
informacional, poderia servir de subsídio para diversos tipos de pesquisas, acadêmicas ou não.
Outra característica da Loja no que diz respeito ao seu acervo, é que esta possui objetos
que ainda desempenham suas funções ou “usos originais”, mas poderiam pelas suas
características estar inseridos no museu – dentre eles podemos citar bustos, quadros e móveis. Em
quase todas as suas dependências, esses objetos ainda são utilizados, fazendo com que o espaço
compreendido como museológico possa ser bem maior que somente a sala do museu.
Desta forma, a valorização deste acervo arquivístico, que não somente descreve a vida
da instituição maçônica, mas a vida e a história da cidade de Pelotas, deve ser considerada
indispensável, sobretudo como insumo para a produção de conhecimento.
Outra característica da instituição maçônica em questão – que também não deixa de ser
um hábito muito comum na sociedade de maneira geral – é a tendência de coletar e conservar
peças e utensílios, formando os acervos e coleções. Tais ações nos remetem ao fenômeno do
“colecionismo”. Através destas coleções, podemos elaborar diferentes formas, interpretações e
utilidades, ligadas a várias áreas do conhecimento, sem necessariamente ver somente o aspecto
maçônico dos itens.
Para Pomian (1997), uma coleção é: “(....) qualquer conjunto de objetos mantidos
temporária ou definitivamente fora do circuito das atividades econômicas sujeitas a uma proteção
especial num local fechado preparado para este fim e exposta ao olhar”. Esse conjunto de objetos,
muitas vezes é a evidência que os atos de colecionar e selecionar acabam inserindo na instituição
itens que aparentemente não tem relação com o acervo. É o caso de uma pequena e não
identificada peça de cerâmica, que compõe o acervo do Museu Rocco Felippe. Este item, que se
desconhece até a utilidade, tem forma zoomórfica, parecendo apresentar a face de um pequeno
rato ou preá.
33
O ato de guardar ou colecionar objetos que acabou formando o acervo do Museu Rocco
Felippe, está marcado por características e motivos diferenciados. Segundo o Sr. Barcellos, um
aspecto que pode ser importante para explicar parte do acervo, é o fato de, não de forma
normativa, mas sim, motivado por simples escolha individual, muitos maçons pedem aos seus
familiares que os itens maçônicos sejam devolvidos para sua loja após sua “passagem para o
oriente eterno”31. Notamos então a doação, possivelmente sem um padrão organizacional
institucionalizado, mas que traz consigo um acréscimo numérico ao acervo.
31
Terminologia que indica a morte de um maçom. (PUSCH, 1982)
34
Ao falarmos do Museu Rocco Felippe, nos deparamos com uma característica inerente a
qualquer instituição maçônica, o caráter privado, reservado, por que não dizer sigiloso. A
Maçonaria é composta por filosofias e simbolismos, sendo que seus significados são ocultos para
o “mundo não maçônico”. Mas apesar disso, não é verdadeiro afirmar que esta entidade siga a
privação total e irrestrita de sua história e bens.
Segundo o ex-Venerável Sr. Barcellos 32, “a instituição é mais discreta do que realmente
secreta”. Mesmo assim, no que tange ao seu museu, temos o fato de não se poder ter acesso
irrestrito, suas visitações são esporádicas e limitadas, optando-se, assim, pela privação da
acessibilidade universal a diferentes públicos – que como argumentarei mais adiante, diverge
profundamente das descrições e regulamentos nacionais referentes aos museus.
Relacionado a isso podemos analisar alguns conceitos de público-privado, porém não é
o interesse entrar na área jurídica de propriedade, mas sim nas relações do acesso e espaço
privado e público, para com isso demonstrar a peculiaridade na qual esta experiência
museológica se encontra. Neste sentido, podemos citar Bobbio (1989, p. 33): "público" se
entiende manifiesto, abierto al público, realizado frente a espectadores, y por "privado" lo
opuesto, lo que se dice o se hace em un círculo restringido de personas, en secreto.”
Já com base na dinâmica do urbanismo, o espaço público é um local que todos podem e
tem direito de utilizar, como ruas e parques, ao passo que no espaço privado existem algumas
formas de restrição, sejam elas de acesso ou circulação, como hospitais e escolas. Conforme
Hertzberger (1999, p. 12), “(...) pública é uma área acessível a todos a qualquer momento; a
responsabilidade pela sua manutenção é assumida coletivamente. Privada é uma área cujo acesso
é determinado por um pequeno grupo ou por uma pessoa, que tem a responsabilidade de mantê-
la”. Com base nestas perspectivas, seria possível problematizar com mais clareza a demarcação
das fronteiras entre o que é “público” e “privado” quando se trata de museus.
Os acervos e suas coleções sempre tiveram e tem relação com o poder, a posse
(RAMOS, 2003), o privado e o particular. Nos séculos XVI e XVII na Europa, surgiram através
32
Sr. Claudiomar Barcellos, maçom, ex-Venerável da Loja Fraternidade, iniciado em 11 de novembro de 1951.
35
das elites grandes coleções onde somente aqueles escolhidos ou convidados pelo proprietário
tinham permissão de adentrar. Com certeza os museus receberam muitas influências das coleções
particulares e acervos privados, tanto que são inúmeros os museus existentes, regularmente
constituídos de caráter privado-particular (FALCÃO, 2009). Mas o que dizer de um museu
marcado pelas características únicas de uma instituição maçônica?
Entro aqui em uma relação conceitual pouco percebida, que gera uma complexa e
problemática discussão. Em primeiro lugar, ao falarmos em “privado”, sabemos que existe em
todos os museus o ato da escolha, da preferência, o que a entidade quer expor (FILHO, 2009).
Sabemos também, que é inviável em uma grande instituição museológica, expor a totalidade de
seu acervo e se pensarmos em objetos guardados ou “armazenados” em uma reserva técnica,
temos ali a demonstração de uma preferência e escolha. Dessa maneira, impõe-se a questão: será
que todos os museus permitem sem restrição o contato do público em geral, com “todas” as peças
de seu acervo?
Alguns museus naturalmente se defenderiam, argumentando sobre a dificuldade
organizacional para tal, ou simplesmente trariam à tona a própria questão da segurança. Neste
caso, existe sim uma restrição que poderá fazer com que em um ambiente museológico, algumas
peças nunca sejam expostas, o que não deixa de caracterizar-se, em certa medida, em um ato de
“privação”. Assim podemos questionar: Como caracterizar e conceituar um museu privado, que é
restrito ao público em geral e no qual a discrição faz parte de sua filosofia?
O conceito de ‘privado’ está mais próximo de particular e íntimo, por outro lado, o de
‘privativo’ está ligado ao exclusivo, próprio e restrito. No que tange ao museu Rocco Felippe,
alguns mais radicais, em face à sua característica fechada, simplesmente diriam que não é museu.
Mas independente da denominação, esse acervo continua integrado em uma questão conceitual
peculiar, a de pertencer a uma instituição particular de caráter privativo.
Não é a função deste trabalho criar uma conceituação ou tipologia para o museu em
questão, mas simplesmente demonstrar que temos neste caso uma instituição museológica que em
sua característica organizacional e administrativa se aproxima muito da forma embrionária que
deu origem aos museus, as coleções particulares. No caso do Museu Rocco Felippe, é atribuição
da perspectiva museológica, criar possibilidades de reorganização da instituição visando a
abertura deste patrimônio à sociedade.
36
33
Política Nacional de Museus - Elaborada pelo Ministério da Cultura juntamente com a comunidade museológica –
2003-2006 (BELTRÃO, 2010, p. 22).
37
A PNM conta com um programa de sete segmentos que visam o estímulo às ações e
projetos museológicos, são eles: a gestão e configuração do campo museológico; democratização
e acesso aos bens culturais; formação e capacitação de recursos humanos; informatização de
museus; modernização de infraestruturas museológicas; financiamento e fomento para museus;
aquisição e gerenciamento de acervos museológicos.
No dia 14 de janeiro de 2009 é sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o
Estatuto Nacional dos Museus, lei nº 11.904, criando e definindo regras que visam a regulação da
definição do conceito de museus, estabelecendo normas e procedimentos para futuras
instituições, além de identificar suas funções e regular as atividades. Ao relacionar seus artigos,
com as características atuais do Museu Maçônico Rocco Felippe, já nos deparamos com a
problemática descrita anteriormente, quanto ao seu “caráter privativo”. Nas disposições gerais do
Artigo 1º, que determina o que por lei seria museu, observamos a necessidade de abertura ao
público, que também é vista como um dos princípios fundamentais dos museus no artigo 2º, a
necessidade da universalidade do acesso (Estatuto Nacional de Museus, Art. 2, 2009).
assegurar que o museu e seu acervo estejam disponíveis a todos, durante horários aceitáveis e
períodos regulares.
35
Código de Ética Profissional do ICOM ,aprovado na 15ª Assembléia Geral do ICOM realizada em Buenos Aires,
Argentina, em 4 de novembro de 1986. Foi revisado na 20ª Assembléia Geral realizada em Barcelona, Espanha, em
6 de julho de 2001, e aprovado na 21ª Assembléia Geral realizada em Seul, Coréia do Sul, em 8 de outubro de
2004.
40
público em geral. São inúmeras as lojas maçônicas de diferentes “Orientes” que tem em seu
poder acervos inestimáveis, e mesmo com seus discretos princípios, trabalham com as
possibilidades e nuances para tal “universalização” de seus acervos.
Um exemplo de museu maçônico organizado e bem sucedido é o Museu Maçônico
Português, localizado no Palácio Maçônico à Rua do Grêmio Lusitano nº 25 em Lisboa. A
instituição foi fundada em 1984, sendo vinculada ao Grande Oriente Lusitano (GOL), que tem
sua criação em 1802. Pra compreender melhor esta instituição, vemos aqui a intenção e as
características do Museu Maçônico português:
O Museu Maçónico Português é uma instituição que, através das peças que tem
expostas, retrata a História do país e da Europa nos últimos duzentos cinquenta anos.
Como museu tem por função de proteger, interpretar e informar sobre os objectos e
ideias do passado e através deles fazer uma ponte para o presente. O Museu Maçónico
Português é um Museu histórico, especializado, cujo património, raro e insusbstituível,
tem uma relação estreita com a História portuguesa e europeia, e daí a importância das
38
Fonte: Site Grêmio Lusitano, Museu do Oriente Lusitano. Em < http://www.gremiolusitano.eu/?page_id=11>
Acesso: 05 maio 2011.
43
Figura 11– Exposição- Museu Maçônico Lusitano Figura: 12- Museu Maçônico Lusitano
Fonte: Site do GOL Fonte: Projeto da FACUL40
O Diretor do Museu Maçônico Português, Dr. Antônio Lopes, relata41 que a instituição é
membro do ICOM, registrado em várias instituições em Portugal e outros países, sendo
considerado um museu de âmbito nacional. A entidade faz planejamento anual, tendo carta de
princípios, normas internas e também comuns a outros museus portugueses.
O Museu do GOL tem em seu quadro uma equipe organizada de trabalho além de
estruturada uma política de aquisição de acervos. No que diz respeito à visitação, o Sr. Lopes
relata que os números de visitantes constam no Instituto Nacional de Estatística, entidade oficial
dedicada a este fim em Portugal. Segundo o diretor do museu, no ano de 2010 foram cerca de
2000 visitas relatadas. Suas exposições referem-se a temas maçônicos ou da própria história
portuguesa, sendo que suas mostras podem ser realizadas em outras instituições.
Outro exemplo que pode ser observado, aqui mesmo no Brasil, é da Loja Maçônica
União Constante, localizada na Av. Silva Paes nº 380, município de Rio Grande-RS. A Loja tem
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Projeto Marcas das Ciências e das Técnicas nas Ruas de Lisboa. FACUL- Faculdade de Ciências Universidade de
Lisboa- Portugal : http://marcasdasciencias.fc.ul.pt/pagina/projecto#Introducao
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Projeto Marcas das Ciências e das Técnicas nas Ruas de Lisboa. FACUL- Faculdade de Ciências Universidade de
Lisboa- Portugal. http://marcasdasciencias.fc.ul.pt/pagina/projecto#Introducao
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Informações cedidas pelo Diretor do Museu Maçônico Português, Sr. Lopes, através de correio eletrônico, dia
14/03/2011.
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Todas as normas e sugestões aqui apresentadas podem ser acolhidas pelos membros da
Loja Fraternidade Nº 3, como ferramenta para uma organização estruturada, que visa possibilitar
uma adequação do museu às normas museológicas, brasileiras e internacionais. Naturalmente
todas estas informações somente serão úteis se existir por parte da Loja, o interesse de levar o
Museu Rocco Felippe a este nível de desenvolvimento.
Com este aceite, o mais importante e indispensável para a instituição, será a viabilização
de dois principais aspectos, o acervo e o acesso. Como descrito anteriormente, o acesso
atualmente é limitado, não universal, devido principalmente a não organização do acervo do
museu. Uma solução possível é a formação de uma comissão de maçons para que de forma
coerente decidam quais os itens são passíveis de exibição, para assim definir as condições de
acesso.
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Se por um lado vemos o Museu Maçônico Português, com mais tempo e experiência no
desenvolvimento museológico, também notamos a simplicidade e organização da exposição do
acervo da Loja União Constante. Nota-se então, que pequenas ações, se realizadas pelo Museu
Maçônico Rocco Felippe, já dariam início a uma mudança conceitual de atitude, que o levaria a
ser uma instituição importante de memória da Maçonaria brasileira.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
estar a serviço da sociedade. Neste sentido, poderíamos afirmar que tais museus não deveriam
ainda ser considerados como instituições públicas, em essência.
No caso do Museu Rocco Felippe, deve-se lembrar que os membros da Loja Maçônica
Fraternidade nº3 denominaram as suas coleções ou grupo de itens, como “museu”. Estamos
diante, dessa forma, de relações de poder expressas pela individualidade das escolhas de um
determinado grupo social. Esses interesses devem ser cuidadosamente analisados, assim como o
interesse da entidade sobre possíveis melhorias no museu, para com isso, trabalhar respeitando
tais critérios de escolha.
As possibilidades de reestruturação do museu vão além da adequação documental e
normativa da instituição maçônica, podendo-se utilizar também, uma significativa e importante
parte de seu acervo, os arquivos documentais. A Loja Maçônica Fraternidade nº3, tem em seus
itens um histórico de correspondências do final do século XIX, recebidas pelas lojas que se
uniram para criar a Loja atual. Essa troca de informações institucionais é representada por ofícios
de posse de novas diretorias, comunicados de eventos e informativos, que em sua maioria, não se
enquadram como itens de cunho maçônico, por advirem de indústrias, associações avícolas,
colégios, fábricas, bandas de música, associações espíritas e clubes de futebol, profissionais e
amadores. Estes acervos seriam de grande valia pelas informações neles contidas, podendo servir
de subsídio para estudos e pesquisas acadêmicas, pois retratam parte do passado histórico da
cidade de Pelotas.
No que se refere ao restante do acervo, uma outra possibilidade é a formação de um
grupo de maçons que viabilizem o processo de escolha dos itens que podem ser exibidos,
conforme seus princípios. De qualquer maneira, existe a visível necessidade da ação dos
profissionais da área da museologia, conservação e preservação do patrimônio, pois, mesmo que
de forma bem intencionada, o leigo não sana os problemas relativos aos itens do acervo.
O trabalho do profissional nas instituições museológicas não é constituído por um
roteiro previamente concebido, da mesma forma que não é o museólogo que o fará sozinho. Cada
entidade, instituto ou museu tem delineados seus interesses, normas e concessões, e por mais que
o profissional não concorde, existe sim a necessidade de adotar linguagens multidisciplinares, e
através delas criar um consenso para a realização de um processo positivo.
Com certeza não é um processo simples, mas neste percurso o profissional cresce como
administrador e agregador, ganhando a experiência e sensibilidade necessária para ver que um
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museu é constituído por diversas pessoas. Dessa maneira, nota-se que o processo de
reestruturação ou reorganização de instituições museológicas, passa pela capacidade não só de
organização dos órgãos ou gestores do museu, mas também da sensibilidade de superar os
desafios necessários e principalmente de respeito com os grupos ou sociedades que fazem parte
da tipologia ou ideologia do museu.
O Museu Rocco Felippe, como muitas instituições, tem carências e necessidades com
relação à gestão museológica, mas com os atributos de uma organização, tem grande potencial
para ser uma das pioneiras no processo de articulação dos acervos da Maçonaria com a sociedade
em geral.
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Fontes Primárias
OLIVEIRA, Alípio Batista. O Templário, Pelotas, 7 de Setembro de 1922, p. 7—8, nº. 11. A
Maçonaria em Pelotas.
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ANEXOS
Introdução:
Objetivos:
Material:
Observação: Nota-se que a loja tem um vasto acervo histórico, e este não se encontra
somente no museu, assim o trabalho de inventário poderia após a intervenção na
instituição museal, deslocar-se para as demais dependências.