Aula 11 - Ricardo Negrão
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52,
II). Neste último caso, é vedado o uso para o mesmo ramo do locatário,
salvo se a locação envolver o arrendamento do próprio estabelecimento
empresarial (LLI, art. 52, § 1º). A permissão (exceção de retomada para
transferência de estabelecimento próprio) não abrange imóvel localizado
em shopping center (LLI, art. 52, § 2º), porque a atividade do locador é a
de administrar o pool de locatários e não de exercer atividade varejista
(Restiffe Neto, 2000 (b):262);
d) insuficiência da proposta apresentada pelo locatário, considerando o
valor locatício real, excluída a valorização decorrente do ponto (LLI, art. 72,
II);
e) existência de melhor proposta de terceiro (LLI, art. 72, III), permitida
contraproposta pelo autor no momento da réplica (LLI, art. 72, § 1º).
Ocorrendo a conversão – falta de renovação do contrato de locação – o
locatário terá direito à indenização, em três situações, duas previstas em lei
e a última por entendimento sumular: a) na aceitação de melhor proposta;
b) na retomada para realização de obra pelo Poder Público e o proprietário
quedar-se inerte por prazo igual ou superior a três meses da data da
entrega do imóvel; c) na retomada para construção mais útil. Nos primeiros
casos, a indenização inclui o efetivo prejuízo e os lucros cessantes e, no
último, limita-se às despesas de mudança.
Somam-se a estas situações a inércia ou insinceridade (desvio de uso) na
retomada por parte do locador (LLI, art. 44, parágrafo único), circunstâncias
que implicam imposição, em ação própria, de multa a ser fixada pelo
magistrado, equivalente a um mínimo de doze e a um máximo de vinte e
quatro meses do valor do último aluguel atualizado ou do que esteja sendo
cobrado do novo locatário, se realugado o imóvel.
Concessão de
patentes de
• De invenção
invenção e de
• De modelo de utilidade
modelo de
utilidade
Concessão de
registro de
• De desenhos industriais
desenho
industrial
Repressão a
falsas
Definindo as regras para a indicação de procedência ou denominação de origem
indicações
geográficas
67. Marcas
67.1. Classificações
As marcas podem ser classificadas segundo sua aplicação, finalidade,
forma e conhecimento comum, o que pode ser visualizado nos seguintes
quadros:
Marca de
Distingue produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem
produto ou
diversa.
serviço
Marca
Identifica produtos ou serviços provindos de membros de determinada entidade.
coletiva
Marca
específica
Destinada a assinalar um só objeto.
ou
singular
Marca Identifica a origem de uma série de produtos ou artigos, que por sua vez são,
genérica individualmente, caracterizados por marcas específicas. Somente pode ser usada
ou geral quando acompanhada de marca específica.
Verbal ou
Constitui-se somente de nomes, palavras, denominações ou expressões.
nominativa
NOÇÕES DIFERENCIAÇÕES
• Extensão territorial:
proteção no território
nacional.
• Extensão de
São as notoriamente conhecidas no Brasil, em toda a sua aplicação: em todos
Marcas
extensão territorial, e têm proteção especial em todos os os ramos de
de alto
ramos de atividade; trata-se de inovação brasileira prevista no atividade.
renome
art. 125 da LPI, sem regulação similar na Convenção Unionista. • Fonte legislativa:
art. 125 da LPI.
• Registro no Brasil:
indispensável para a
proteção.
• Extensão territorial:
proteção nos
territórios dos países
signatários da
Convenção da União
de Paris.
• Extensão de
São as notoriamente conhecidas em seu ramo de atividade e
aplicação: proteção,
estão previstas na Convenção da União de Paris, no artigo 6
Marcas tão somente, em
bis, inciso 1, e reguladas pelo art. 126 da LPI. Gozam de
notórias relação a produtos
proteção especial, independentemente de estarem previamente
idênticos e similares.
depositadas ou registradas no Brasil.
• Fonte legislativa:
art. 6º, bis (I), da
CUP e art. 126 da
LPI.
• Registro no Brasil:
dispensável para a
proteção.
67.2. Requisitos
São três os requisitos exigidos para o registro de uma marca: novidade,
originalidade e legalidade.
Observa-se que embora esta classificação seja adotada por outros
doutrinadores, como, por exemplo, Rubens Requião (2003, 1:244-249),
Fábio Ulhoa Coelho (2016, 1:188-191) prefere indicar três outras condições:
novidade relativa, não colidência com marca notória e desimpedimento.
Neste último requisito estariam as distinções que fazemos entre licitude e
originalidade.
a) Novidade: Para as marcas o requisito da novidade é relativo, isto é, na
criação de uma marca não se exige o desconhecimento público da
expressão ou da figura adotada. Estrela não é um símbolo ignorado pelos
povos e, entretanto, pode servir para identificar, com exclusividade,
brinquedos de um determinado fabricante ou veículo automotor de outro.
A proteção legal se dá por classes, salvo na hipótese de marca de alto
renome para a qual se concede direito de proteção sobre todos os ramos de
atividade.
A proteção limitada a uma determinada classe (ramo de atividade
definido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial) decorre da
aplicação do princípio da especificidade, segundo o qual a novidade exigida
para o registro de uma marca restringe-se à não colidência com outra
preexistente, isto é, a ausência de uso exclusivo da expressão ou figura na
classe pretendida.
b) Originalidade: Uma ideia pode não ser original, mas será nova desde
que não exista colidência com outra existente.
Considerando os casos arrolados pelo legislador no art. 124 da LPI,
podemos estabelecer uma linha distintiva entre os critérios de originalidade
e novidade.
Não são originais os símbolos e expressões mencionadas nos incisos I
(brasões, armas etc.), II (letra, algarismo e data), V (reprodução de título
de estabelecimento e de nome comercial), VI (sinal de caráter genérico),
VIII (cores e suas denominações), XI (cunho oficial), XIII (nome, prêmio ou
símbolo de evento), XIV (reprodução de título, apólice etc.), XV (nome
civil), XVI (pseudônimo), XVIII (termo técnico) e XXI (forma necessária,
comum ou vulgar do produto ou do acondicionamento, ou, ainda, aquela
que não possa ser dissociada de efeito técnico). Observe-se, contudo, neste
último caso, que o sinal comum pode adquirir um sentido secundário
(secondary meaning), o que ocorre quando dissociado de seu significado
semântico, viabilizando a proteção marcária.
Violam o requisito da novidade os incisos IV (sigla de entidade ou órgão
público suscetível de registro como marca pelo próprio órgão), IX (indicação
geográfica de produto), X (falsa indicação de origem etc.), XII (imitação de
marca coletiva ou de certificação), XVII (obra literária etc.), XIX (marca
alheia), XX (dualidade de marcas), XXII (desenho industrial de terceiro) e
XXIII (marca conhecida).
c) Legalidade: Tudo é permitido, desde que a lei não vede. Nos incisos III
(expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos
bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente
contra a liberdade de consciência, crença, culto religioso ou ideia e
sentimento dignos de respeito e veneração) e VII (limitação à proteção de
sinal ou expressão de propaganda) do art. 124 da LPI encontramos a
regulamentação da licitude.
20 anos da data do O direito de exploração não pode ser inferior a dez anos
Invenção
depósito contados da data da concessão.
Modelo de 15 anos da data do O direito de exploração não pode ser inferior a sete anos
utilidade depósito contados da data da concessão.
Desenho 10 anos da data do Prorrogável por mais 15 anos, em três períodos sucessivos
industrial depósito de 5 anos.
10 anos da
Marca Prorrogável por períodos iguais e sucessivos.
concessão do registro
70.2. Renúncia do titular (LPI, arts. 78, II, 119, II, e 142, II)
A renúncia deve ser expressa e se realizada por procurador exige poderes
especiais, uma vez que o mandato, em termos gerais, somente confere
poderes de administração. Anota-se que o ato de renúncia se insere entre
aqueles que exorbitam da administração ordinária (CC, art. 661 e § 1º).
Ressalva o legislador o direito de terceiro (LPI, arts. 78, II, e 119, II),
antevendo a possibilidade de existir litígio sobre o objeto da proteção
industrial.
Não se compreendem entre as atribuições do administrador judicial na
falência a de renunciar a direitos (LREF, art. 22). Cabe ao administrador
judicial, entretanto, no interesse da massa, “requerer todas as medidas e
diligências que forem necessárias para o cumprimento” da lei falimentar, “a
proteção da massa ou a eficiência da administração” (LREF, art. 22, III, o).
A renúncia pela massa, portanto, em caso de falência dependerá da
demonstração de que a medida lhe confere proteção ou propicia eficiente
administração.
Anual, a partir do
REGULAR No vencimento normal, dentro dos 3 meses de cada
3º ano, da data do
(DE PATENTE) período anual.
depósito.
Quinquenal, a
ADICIONAL O pagamento poderá ainda ser efetuado dentro de 6
partir do 2º
(DE DESENHO meses subsequentes ao prazo, mediante pagamento de
quinquênio da data
INDUSTRIAL) retribuição adicional (LPI, art. 120, § 3º).
do depósito.
Em relação às marcas, a falta de pagamento não acarreta a extinção do
direito de propriedade porque o recolhimento da retribuição se dá antes da
expedição do certificado de registro (LPI, art. 161). Se o pagamento do
primeiro decênio não se efetuar até sessenta dias depois do deferimento,
ou, ainda, independentemente de notificação, dentro de trinta dias desse
primeiro vencimento, o pedido é arquivado, sem a expedição de certificado
(LPI, art. 162).
70.6. Inobservância do art. 217 (LPI, arts. 78, V, 119, IV, e 142,
IV)
Finalmente, aplica-se a pena de extinção de direito de propriedade
imaterial ao titular que, não sendo residente no País, deixa de constituir e
de manter aqui procurador qualificado e domiciliado, com poderes para
representá-lo administrativa e judicialmente, inclusive para receber
citações.