TCC - Alessandra e Jainy
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TCC - Alessandra e Jainy
RESUMO
ABSTRACT
This article seeks to research the challenges and possibilities of inclusive education in the first
stage of education to identify difficulties and opportunities in teaching, analyzing the
governing documents of the Núcleo de Educação da Infância of the Universidade Federal de
Lavras (UFLA). Therefore, examining the entire historical process of inclusion and child
education in Brazil is necessary. As a bibliographic and documentary research of the Nucleus
in question, the documents consulted are public on the institution's website. Given this, the
conceptual and social advances achieved for people with disabilities and, mainly, how this is
reflected in child education, with inclusive practices, will be highlighted, also being addressed
how to advance from a segregating perspective to the inclusion of all in the school space.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo aborda a inclusão escolar em uma instituição federal de ensino com
vistas à educação infantil por considerar que o processo de inclusão como se dá hoje foi
concebido por meio de lutas travadas com lágrimas, torturas e exclusões, o que nos alerta para
a necessidade de observar a escola, em especial a educação infantil, como um campo para a
quebra de paradigmas centenários socialmente construídos sobre a educação para pessoas com
deficiência.
Dessa forma, esse tema se torna relevante, visto que, as políticas públicas e outros
segmentos da sociedade se mostram de olhos fechados para esse lugar escola, o que elucida
mais ainda as fragilidades formativas, estruturais e educacionais do processo de inclusão no
Brasil, especialmente quando se trata da educação infantil, período escolar em que o cuidar e
o educar são indissociáveis e onde a intervenção sobre o desenvolvimento humano é bastante
efetivo.
Este estudo parte da natureza básica, buscando criar novos conhecimentos sem
pretensão de prática prevista. O objetivo do trabalho será pautado na perspectiva de pesquisa
exploratória. Como pontuado por Prodanov e De Freitas (2013), essa pesquisa tem como
finalidade obter mais informações sobre o objeto de estudo. O procedimento de pesquisa será
bibliográfico, base para o caminho que será feito no decorrer da pesquisa. Os autores
Prodanov e De Freitas (2013) evidenciam a importância de delimitar esses procedimentos,
pois, por eles, o planejamento, a execução e a interpretação dos dados são feitos. A pesquisa
bibliográfica basicamente é realizada por meio de materiais já postados.
Por ser pautada no procedimento bibliográfico, buscamos, diante disso, analisar nesta
pesquisa se o Núcleo de Educação da Infância da Universidade Federal de Lavras
(Nedi/UFLA) incorpora e se apropria de práticas pedagógicas atuantes na inclusão escolar. A
principal motivação para sustentar o presente estudo reside na importância que o tema possui
para a sociedade, assim sendo proclamado pela Declaração de Salamanca (1994; p. 1), que
afirma que “os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo
que tenham em vista toda a gama dessas diferentes características e necessidades”. Assim, a
relevância da pesquisa está em dar visão científica à educação inclusiva diante da educação
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Essa política modifica os eixos da educação especial, que sempre esteve paralela à
educação comum, e isso persistiram por muito tempo, era preciso uma
reestruturação da educação especial com as escolas do ensino regular e assim era
necessário haver uma integração pedagógica, em que os alunos com deficiência
passassem a ser atendidos nas escolas regulares. (SILVA, 2017, p. 16).
torna-se possível buscar avançar das perspectivas segregadoras para as inclusivas. Tais
questões serão desenvolvidas a seguir.
Começa a ser modificada no século XIX, com a presença cada vez maior de
mulheres e suas vozes em espaços antes pouco familiares ou até mesmo proibido
(PERROT, 2005). Assim, perceber a presença das mulheres na história, ao mesmo
tempo que se problematizam as razões de sua invisibilidade, possibilita o avanço na
emancipação das mulheres (LEMOS, 2013) e a criação de uma nova história
(SCOTT, 2012). (ALVARENGA, 2020, p. 65).
Contudo, esses direitos são negligenciados o tempo todo nas instituições escolares
por contradições em documentos e por diferentes vieses políticos, principalmente na educação
de crianças com deficiências, que são deixadas de lado nos ambientes escolares, sendo
expostas à ridicularização e à infantilização de seus conhecimentos.
Vemos ainda que a instrumentalização e a força para formar “funcionários” recai
fortemente no ambiente escolar. Estamos o tempo todo reforçando a ideia de “vir a ser”,
desconsiderando a criança como um sujeito ativo, completo e presente, já que:
O percurso histórico das pessoas com deficiência obteve grandes avanços nos
últimos tempos, mas pouco tempo atrás esse grupo de pessoas era excluído e marginalizado
na sociedade, sendo essas pessoas consideradas anormais e incapazes de exercer sua
cidadania. Graças a pequenos grupos tanto de famílias quanto do próprio grupo de pessoas
com deficiência, esse cenário foi se modificando. Isso não seria diferente na esfera da
educação infantil, onde crianças com deficiências ficaram, por muito tempo, excluídas desse
ambiente que hoje é concebido como valioso para o desenvolvimento pleno da criança.
Como bem definido no artigo 205 da Constituição Federal (1988), a educação é
“direito de todos e dever do Estado e da família, onde será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Assim, crianças com deficiência
têm o mesmo direito que outra criança possui de estar na escola e de ter suas necessidades
consideradas no processo educativo. Isso é ressaltado no artigo 206, inciso I da CF (1988),
que aborda a “igualdade de condições em relação às demais crianças para acesso,
permanência e pleno aproveitamento das oportunidades de aprendizagem propiciadas”.
Além disso, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (2015) define
pessoa com deficiência como “aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.”
Diferente de como é colocada na lei acima, nas escolas as crianças com indisciplina
ou dificuldades de ensino são condicionadas na educação especial, como ressalta Mantoan:
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Trata-se de alunos que não estão conseguindo "acompanhar" seus colegas de classe
ou que são indisciplinados, filhos de lares pobres, negros, e outros desafortunados da
nossa sociedade entre alguns poucos realmente deficientes. Essas indefinições
justificam todos os desmandos e transgressões do direito à educação e à não
discriminação que algumas redes de ensino estão praticando por falta de um controle
efetivo dos pais, das autoridades de ensino e da justiça em geral. (MANTOAN,
2002, p. 5).
Para Mantoan (2002), a inclusão não é algo impossível ou utópico, pois ela é
possível e já acontece em várias instituições escolares, inclusive no Núcleo que será analisado
a seguir neste estudo, o Nedi da UFLA. A autora também considera que a inclusão é uma
construção diária que, a partir das dificuldades encontradas pelas crianças com e sem
deficiência, salienta a necessidade de que se tome consciência das dificuldades como
educador, procurando sempre complementar a atuação docente. Por conseguinte, é
indispensável que a escola:
Assim, entende-se que as crianças são diferentes e diversas, não contendo uma
criança “modelo” ou sem dificuldades e potencialidades. O trabalho docente deve contemplar
essas diferenças, ressaltando que todos somos diferentes e que, porém, todos temos direitos e
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singularidades. Esses ideais estão muito latentes também nas contribuições de Paulo Freire,
que acredita nessa construção educacional reconhecida nas diferenças. Em suas palavras, “a
inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades” (FREIRE,
1998. p. 108). Portanto, isso marca novamente a importância de enfatizar a nossa diversidade.
1
Por sondagem compreende-se a observação da criança no cotidiano da instituição.
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infantil. Assim sendo também para as crianças com deficiência, as quais podem ser
valorizadas e incentivadas para suas potencialidades desde bem pequenas. Como apresentado
no PPP:
Mais adiante, o documento também destaca não a diferenciação das crianças, mas
sim a importância de se atender as necessidades e as peculiaridades de todos, considerando,
ainda, que as crianças têm necessidades comuns, sendo indispensável um ambiente acolhedor
que de fato proporcione vivências significativas. Por isso, explicita-se que:
As crianças com deficiência não são diferentes das outras crianças, têm as mesmas
necessidades afetivas, físicas, intelectuais, sociais e culturais e também as
necessidades básicas das demais crianças: atenção, cuidado, relação e interação
positiva, afeto e segurança. Gostam de brincar, passear, conhecer pessoas, conviver.
E se tiverem a oportunidade de conviver desde cedo em ambientes organizados que
favoreçam a construção do vínculo, trocas afetivas e sociais e um ambiente de
aprendizagem significativa, que atenda às suas necessidades, se desenvolvem
plenamente. (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO NÚCLEO DE
EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA, 2017, p. 14).
Vale ressaltar que a inclusão e as práticas educativas inclusivas devem estar bem
marcadas no PPP, algo que ocorre no documento do Nedi acima citado, assim como os
recursos pedagógicos e os programas de capacitação necessários para que as instituições
alcancem a plenitude do conceito inclusivo. Recuperando o texto do documento, frisa-se que
as crianças com deficiência necessitam de mais tempo em suas vivências e também para
interagir com os seus pares e com o ambiente. Assim, elas precisam que todos a tratem com
naturalidade, evitando a superproteção e considerando-as iguais até mesmo perante regras e
limites. Dessa forma, ela será capaz de conhecer o ambiente, de ter autonomia e de
desenvolver suas potencialidades (PPP, 2017). Por isso, é fato que as crianças que possuem
uma deficiência física ou sensorial vão carecer de mais tempo e adaptações no espaço.
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previstas em todos documentos e leis aqui citados. Já sobre o Núcleo, o compromisso com a
educação inclusiva acontece. Apesar das dificuldades, toda a comunidade escolar do Nedi tem
uma responsabilidade com esses ideários vistos em seus documentos e em suas práticas. Para
além disso, a prática inclusiva está posta no macro tanto no micro dessa instituição, como, por
exemplo, na vontade das professoras de promoverem atividades escolares acessíveis e
webnários/encontros online com a temática da deficiência e sobre experiências inclusivas
vivenciadas na instituição.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL, 2015. Lei n. 13.146, de 6 de jul. de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em:
05 de ago. de 2022.
FARIA, Ana Lúcia Goulart de. Políticas de regulação, pesquisa e pedagogia na educação
infantil, primeira etapa da educação básica. Educ. Soc., Campinas , v. 26, n. 92, p.
1013-1038, out., 2005 . Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302005000300014 & script= sci_arttext &
tlng=pt>. Acesso em: 16 de jun. de 2022.
MENDES, E, G. Breve histórico da educação especial no Brasil. São Paulo - 2010. Revista
Educación y Pedagogía, vol. 22, núm. 57, mayo-agosto, 2010