9985-Texto Do Artigo-29738-1-10-20180221
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Resumo: A construção civil é um dos setores mais importantes para geração de emprego e consumo
de matérias primas ao redor do mundo, sendo considerado um grande indicativo do desenvolvimento
de um país. Apesar do aprimoramento das técnicas construtivas, o setor é historicamente responsável
por um elevado consumo de recursos naturais e pela geração de um grande volume de resíduos
urbanos. Nesse contexto, o reaproveitamento dos resíduos de construção e demolição (RCD) surge
como possibilidade de redução dos impactos causados ao meio ambiente. Tal alternativa, já bastante
difundida na Europa e ainda incipiente no Brasil, precisa ser estimulada através do desenvolvimento
de pesquisas que tenham como premissa o reaproveitamento de resíduos. Neste estudou avaliou-se
a resistência à compressão de argamassas de traço 1:3 e fator água/cimento: 0,48, comparando três
diferentes teores de substituição da areia por agregado reciclado, proveniente da trituração de
resíduos de telhas de concreto, com o traço referência. Observou-se ao final de ensaios realizados no
laboratório de resistência de materiais da UEG que para um percentual de 10% foi alcançada uma
resistência equivalente ao traço referência. No entanto, para maiores teores de substituição, a queda
da resistência indica a necessidade da correção do fator água/cimento.
Introdução
Material e Métodos
Delimitação do estudo
A pesquisa foi desenvolvida nos laboratórios de materiais de construção civil e
de resistência dos materiais da Universidade Estadual de Goiás – Campus de
Ciências Exatas e Tecnológicas situado na cidade de Anápolis. Os corpos de prova
foram produzidos com cimento Portland, areia grossa, agregado reciclado (resíduo
de telha de concreto) e água. A areia natural e o agregado reciclado foram
peneirados para eliminação de impurezas que pudessem comprometer o andamento
do estudo. Após a confecção dos corpos de prova os mesmos foram submetidos ao
teste de resistência a compressão axial para as idades de 7, 14, 28 dias. Todos
procedimentos foram realizados de acordo com as normas técnicas vigentes no
país.
Caracterização dos materiais
Durante a realização do trabalho foram produzidos corpos de prova de
argamassa constituído por Cimento Portland (CP) – II Z, agregado miúdo natural,
agregado miúdo reciclado proveniente do resíduo de telha e água.
O cimento CP-II Z foi escolhido para realização do trabalho por ter ampla utilização
na região Centro-Oeste. É caracterizado como cimento Portland Composto pela
norma ABNT NBR 11578/1991 (versão corrigida: 1997) – Cimento Portland
Composto – Especificação, que descreve teores dos componentes do cimento e
exigências físicas e mecânicas.
O tipo utilizado nesse trabalho é o CP II Z 32, classificado como cimento
Portland composto com adição de material pozolânico, oriundo de rochas vulcânicas
e derivadas da queima de argilas em altas temperaturas ou carvão mineral em
usinas térmicas.
A análise da substituição parcial da areia por resíduo de fabricação de telhas
de cimento foi iniciada com a coleta de material oriundo de descartes do processo de
fabricação de telhas da empresa Tégula, situada no Distrito Agroindustrial de
Anápolis (DAIA).
O traço de argamassa utilizado para confecção dos corpos de prova será o
recomendado pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), na proporção
de 1:3, em volume, o que significa, por exemplo, que para cada 1 dm³ de
aglomerante (cimento Portland) serão usados 3 dm³ de areia.
Definição do traço e moldagem dos corpos de prova
Na realização do estudo foram moldados ao total 48 corpos de prova, desse
total 36 foram ensaiados e 12 foram moldados para reserva técnica em caso de
falhas na desmoldagem ou na cura. A argamassa moldada é considerada “rica” com
traço 1:3 e fator água/cimento 0,48. Para avaliação dos efeitos da substituição do
agregado natural pelo agregado reciclado foram estabelecidos três percentuais de
substituição: 10, 20 e 30% que seriam comparados com o traço “zero” que não
contém substituição, conforme sumariado no quadro 1.
Quadro 1 - Classificação das misturas das argamassas
Traço % Agregados
M0 100% agreg. natural
M1 90% agreg. natural + 10% agreg. reciclado
M2 80% agreg. natural + 20% agreg. reciclado
M3 70% agreg. natural + 30% agreg. reciclado
Fonte: o Autor
As argamassas foram produzidas de acordo com a NBR 7215/1996 –
“Cimento Portland – Determinação da resistência à compressão”. Em um recipiente
foram adicionados água, o cimento, o agregado natural e o agregado reciclado.
Todos materiais foram pesados previamente e o amassamento foi executado de
forma manual.
Imediatamente após o amassamento, foi iniciada a moldagem dos corpos de
prova. Utilizou-se moldes cilíndricos com dimensões de 50 x 100 mm previamente
untados com óleo mineral de modo a garantir o desmolde dos corpos de prova. A
argamassa foi colocada no molde em quatro camadas de alturas aproximadamente
iguais, onde cada uma recebeu 30 golpes uniformes homogeneamente distribuídos.
Em seguida, os corpos de prova foram mantidos em um local isolado
envolvidos por mantas umedecidas por um intervalo de 24 horas. Após esse período
de cura, os corpos de prova foram desmoldados e encaminhados para a câmara
úmida onde permaneceram até o momento da realização dos ensaios, como mostra
o quadro 2.
O traço referência foi utilizado como parâmetro de resistência à compressão. Os
traços com substituição tiveram seus resultados comparados ao traço M0 e após
isso foi realizada a análise da influência do uso do agregado reciclado na resistência
da argamassa.
Resultados e Discussão
Considerações Finais
Agradecimentos
Referências
JOCHEM, L. F.; ROCHA, J. C.; CHERIAF, M. The Influence of Fine Sand from
Construction-Demolition Wastes (CDW) in the Mortar Properties. Key Engineering
Materials (Online), v. 600, p. 357-366, 2014.
PETRUCCI, E. G.R., Materiais de construção – 12. ed. São Paulo: Ed. GLOBO,
2003.
SOUSA, T. W. A.; ROSSETO, R.; TOMAZ, A., Utilização de aditivos químicos para
o aumento da resistência da argamassa durante o processo de cura. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA, Natal, 2014. Artigo. Anápolis: UEG, 2014.