Objeto Do Processo Civil Mafalda Maló
Objeto Do Processo Civil Mafalda Maló
Objeto Do Processo Civil Mafalda Maló
Civil II
Esquemas sobre o Objeto do Processo
Porque é importante? Saber se carece apenas de um objeto ou se permite a cumulação; se é sempre o mesmo ou se se pode modificar (264º e 265º); apreciar as exceções de
litispendência e caso julgado.
O objeto concretiza, em si, vários valores processuais (aquilo que o objeto tem de ser): o valor da existência, quando falte pedido ou causa de pedir e, consequentemente, opere a
ineptidão da petição inicial (nulidade do processo - exceção dilatória - absolvição da instância); o valor da relevância, na medida em que o objeto comporta elementos cuja
relevância é essencial e elementos cuja relevância é insignificante, para além de que é pressuposto processual do pedido a relevância processual da pretensão material do autor
(factos que são necessários para o tribunal perceber se aquela ação é procedente ou não - factos que podem determinar o sucesso da ação // factos que, sem eles, é impossível
uma decisão); o valor da concludência, já que se considera que o objeto é concludente quando são aprovados todos os factos que dele constam (fundamentos, ou seja, o pedido
deve ser uma decorrência necessária da causa de pedir // factos suficientes para se poder apreciar, ou seja, os factos complementares); o valor da procedência, que ocorre
sempre que objeto seja concludente ou quando se considera que há motivos de direito substantivo que fazem da ação procedente (da causa de pedir tem de decorrer aquele
pedido).
Valor da Existência: ou não existe de todo objeto; ou o objeto é ininteligível (não é percetível) - caso dos pedidos genéricos;
A ininteligibilidade pode ser absoluta, não se percebem elementos essenciais, ou relativa, não se percebe a relação entre o pedido e a causa de pedir (alguém é condenado ao
pagamento de x porque mora em cascais). Por outro lado, os pedidos genéricos também se prendem com a questão da existência: formulado de tal forma genérica, que não é
especificado nenhum facto que seja sequer suficiente para apreciar o pedido (não se percebe o fundamento daquele pedido).
Ineptidão e inviabilidade em sentido estritio. O pedido de divorcio, sem que se perceba de todo a causa de pedir da ação, não preenchendo qualquer das alíneas do artigo
1781º. Se basta a vontade (alíena d), para JDP), o pedido é, ele mesmo, causa de pedir.
Objeto identico: mesma causa de pedir e mesmo pedido (questões de litispendência e de caso julgado). A consagração destas regras de litispendência e de caso julgado tem
como fundamento: evitar contradições; na questão da litispendência, aquilo que é a preocupação é a melhor gestão e economia estatal (função preventiva)
Objeto prejudicial: nao pode ser apreciado sem se conhecer previamente o outro; implica que se tenha de pedir a suspensão da instancia no processo dependente;
Relação de consumpção: o objeto é consumido por outro objeto; (a ação de reivindicação consome uma ação de reconhecimento da existência do direito);
• O pedido é a forma de tutela jurisdicional que é requerida para uma situação jurídica, podendo visar a apreciação da existência ou inexistência de um
Noção direito, a condenação na realização de uma prestação ou a constituição, modificação ou extinção de uma situação jurídica (processo declarativo).
• Pretensão material e pretensão processual: efeito material e atuação do tribunal;
• Intelegibilidade: inferido do artigo 186º/2/a) (exceção dilatória - nulidade do processo - absolvição do reu da instância);
Pressupostos
• Idoneidade jurídica (relevância jurídica): possibilidade jurídica do pedido.
Processuais
• Determinação: inferido do artigo 556º, já que só excecionalmente são admitidos pedidos genéricos;
• Através do pedido, a parte requer uma tutela jurisdicional para uma situação jurídica concreta; juridicamente tutelável.
• Como pressuposto, por isso, é necessário que a situação alegada pela parte tenha relevância jurídica e possa, em abstrato, obter uma tutela
Relevância
jurisdicional (que integram a previsão de uma regra jurídica).
Jurídica da
• Ser possível
Pretensão
• Pedidos de ordem moral ou de trato social: impossibilidade abstrata de tutela. A consequência é o indeferimento liminar da petição inicial pela
manifesta improcedência do pedido formulado (artigo 590º). Se faltar uma das caracteristicas do pedido, art. 577º/b (ineptidão da petição inicial).
• Pedido certo: o objeto é uma prestação individualizada (reporta-se a um certo bem concreto) ou determinada (definida em espécie e
quantidade);
• Pedido genérico: aquele que se refere a uma quantidade indeterminada, podendo resultar da referência a uma universalidade de facto
ou de direito ou a um montante pecuniário ainda não determinável (art. 556º CPC). Admissibilidade: consta do artigo 556º;
a) Exemplos: herança indivisa e biblioteca;
b) Exemplos: danos indemnizáveis ainda não apurado; deduz-se, do preceito, que só é permitido quando o autor não consegue
quantificar.
a) MTS: do artigo 569º do CC infere-se a permissão genérica para, em caso de indemnização, formular pedidos genéricos;
Pedido Certo e deve este entendimento prevalecer;
Genérico c) Exemplos: pagamento de juros de mora, que se vencerem até ao pagamento integral do crédito em dívida (a determinação do
montante depende do cumprimento da prestação pelo réu);
• Relevância do pedido genérico: em ações de indemnização, quando o autor invoca um valor, mas não consegue fazer prova deste;
nestes casos, a ação procede, já que a parte poderia ter formulado um pedido genérico (art. 556º/b), e a fixação do montante pode ser
remetida para a execução da decisão (art. 609º/2)
• Violação dos limites de formulação do pedido genérico:
a) Se o pedido for ininteligível, verifica-se ineptidão da petição inicial (art. 186º);
b) Se o pedido for, ainda assim, inteligível, mas carecer de concretização ou individualização, a petição inicial é deficiente e o tribunal
convida o autor ao aperfeiçoamento (art. 590º/2/b);
• A causa de pedir é constituída pelos factos necessários para individualizar a situação jurídica alegada pelo autor, ou
Noção seja, pelos factos que constituem/fundamentam a pretensão do autor/a situação jurídica invocada.
• Os factos são vinculativos para o tribunal (artigo 5º/1 do CPC);
• Existem três tipos de factos, com um regime específico relativamente aos poderes do tribunal:
(1) os factos necessários, que correspondem aos que integram a causa de pedir e àqueles em que se baseiam as
exceções, devem ser alegados pelas partes e não podem ser investigamos pelo tribunal;
(2) os factos complementares, que, não integrando a causa de pedir, resultam da instrução e decisão da causa e
que concretizam ou complementam factos alegados que integram a causa de pedir - só podem ser utilizados
Tipos de Factos pelo tribunal se a parte interessada der assentimento, estando submetidos à disponibilidade das partes; são os
e Causa de que permitem a proceder a ação; têm de ser os suficientes para sustentar os necessários;
Pedir (3) os factos instrumentais têm uma grande importância em termos probatórias, pelo que não integram a causa de
pedir; não têm, obrigatoriamente, que ser alegados pelo autor na petição inicial (excecionalmente, pode
entender-se ser obrigatório, para MTS, quando sejam determinantes para o conhecimento de um facto
necessário - exemplos: erro ou dolo, que só pode ser provado mediante factos instrumentais); podem ser
adquiridos pelo tribunal durante a marcha do processo; não são delimitadores do conhecimento do tribunal;
• Às partes cabe avaliar quais os factos essenciais para a causa de pedir.
• A causa de pedir realizada uma função individualizadora: é constituída pelos factos que individualizam a situação
Função da jurídica alegada pelo autor, o que significa que as situações jurídicas individualizadas por diferentes causas de pedir
Causa de Pedir são sempre situações distintas.
• A causa de pedir depende, em concreto, do tipo de ação: artigo 581º do CPC.
• A petição inicial basta-se com o pedido (todas as possíveis causas de pedir podiam ser consideradas no processo).
• Ou seja, a causa de pedir não tem de ser subtancializada com factos, já que a alegação de factos é um problema de
Teoria da
êxito da ação.
Individualização
• A sentença, ao responder, afirmativa ou negativamente, à pretensão decidia em absoluta sobre a existência ou
inexistência da situação jurídica afirmada pelo autor.
• Exceção material de direito: pressupõe a assunção da veracidade dos factos (pelo menos, parcialmente), no
entanto, acrescenta algo de novo;
• Podem ser impeditivas: impedir o direito de surgir.
• O que o autor diz é verdadeiro e a lei confere-lhe aquilo que o autor está a pedir. No entanto, a informação
adicional invocada pelo réu retira razão ao autor, impedindo o direito de surgir.
• Exemplos: vício da vontade que provoca a nulidade do contrato; legítima defesa ou estado de necessidade;
• Podem ser modificativas: modificar o direito já existente;
• Exemplos: prescrição; condição suspensiva;
Defesa por Exceção • Podem ser extintivas: extinguir o direito já existente;
Perentória • O réu confirma que o direito do autor surgiu, mas algo ocorre que faz com que o direito do autor se extinga.
• Exemplo: caducidade; condição resolutiva;
• As exceções perentórias podem ser: definitivas (prescrição - perentórias) ou temporárias (dilatórias - condição
suspensiva).
• As exceções perentórias podem sê-lo: em sentido próprio, ou seja, os efeitos produzem-se no próprio
processo (contrato anulável) - a invocação é o que permite a produção dos efeitos; em sentido impróprio, ou
seja, não carece do processo para se verificar, meras alegações que não produzem os efeitos, apenas são
declaradas pelo tribunal (contrato nulo).
• Exceção perentória modificativa temporária: o réu pode invocar a modificação temporária do direito do autor;
se o tribunal lhe der razão, pode realizar, ainda assim, uma condenação in futurum (art. 610º/1).
• Pressupõe a assunção da veracidade dos factos alegados pelo autor, no entanto, nega a atribuição do direito ao
De Direito
autor.
Defesa por Impugnação
• Consiste na negação da veracidade dos factos pelo réu, ou seja, o réu diz que determinado facto não é verdade.
De Facto • Não é conciliável com a defesa por exceção perentória e com a impugnação de direito (pelo menos, não em
relação ao mesmo factos) - se o objeto foram factos diferentes já será conciliável.