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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FARMÁCIA

RAFAELA NASCIMENTO MARQUES


VITÓRIA DE OLIVEIRA SOARES BAIA

MICROALGAS BIOINDICADORAS DA QUALIDADE DE ÁGUA DE BALNEÁRIOS


DA FAZENDINHA E LARANJAL DO JARI- AP

Macapá
2023

RAFAELA NASCIMENTO MARQUES


VITÓRIA DE OLIVEIRA SOARES BAIA

MICROALGAS BIOINDICADORAS DA QUALIDADE DE ÁGUA DE BALNEÁRIOS


DA FAZENDINHA E LARANJAL DO JARI- AP
Qualificação do Trabalho de conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Farmácia da
Universidade Federal do Amapá, como parte
dos requisitos da Disciplina de TCC.

O Orientadora:Prof.ª Dr.ªSilvia Maria Mathes


FFaustino.

Macapá
2023
RESUMO

No meio aquático, as microalgas compõem a base da cadeia alimentar, onde


os impactos causados de forma natural ou pelo homem promovem alterações nos
parâmetros físicos e químicos desse ambiente e podem interferir diretamente na sua
distribuição e diversidade. Elas possuem um grande valor ambiental, pois atuam
como bioindicadoras, sendo uma importante ferramenta que serve para fazer a
análise da qualidade da água de um determinado lugar. Com isso, este estudo teve
como objetivo verificar as espécies de microalgas presentes em dois balneários do
Amapá, localizados na Fazendinha e em Laranjal do Jari. Foram coletadas
informações sobre os parâmetros físicos e químicos da água dos ambientes de
estudo como o oxigênio dissolvido (OD), condutividade elétrica (CE), pH e a
temperatura, com intuito de estabelecer uma relação entre os fatores que
contribuem com as variáveis ambientais e a biodiversidade do local. As coletas
foram realizadas no mês de agosto de 2022, durante o verão amazônico. Foi
utilizada rede de fitoplâncton e posteriormente as amostras foram analisadas em
laboratório. Após observação no microscópio óptico e comparação dos dois locais,
foram identificadas mais espécies de cianobactérias no Balneário da Fazendinha
(Macapá), enquanto que no Balneário Recanto Ecológico Hiara (Laranjal do Jari),
não houve presença de cianobactérias e somente de algas verdes, clorófitas.
Segundo a literatura especializada, as cianobactérias estão associadas a ambientes
mais impactados enquanto que alguns grupos de clorófitas, como as desmídias,
indicam uma qualidade da água apropriada. Uma análise mais detalhada foi feita
sobre a presença destes grupos de microalgas para apresentação de uma discussão
mais esclarecedora sobre a qualidade da água dos balneários escolhidos.
Palavras-chave: Balneário, Microalgas, Bioindicadores,Qualidade da água.

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................... 04
2 OBJETIVOS....................................................................................... 05
2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................ 05
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................. 05
3 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................ 06
3.1 BIOINDICADORES............................................................................ 06
3.2 DEFINIÇÃO GERAL DE ALGAS...................................................... 06
3.3 APLICAÇÕES DAS ALGAS............................................................... 07
3.4 UTILIZAÇÕES DE MICROALGAS COMO BIOINDICADORES DA 08
QUALIDADE DA ÁGUA ..................................................................
3.5 PADRÕES RELACIONADOS À QUALIDADE DA ÁGUA................. 08
3.5.1 Oxigênio dissolvido (OD)................................................................ 08
3.5.2 Condutividade elétrica (CE)............................................................ 09
3.5.3 Potencial hidrogeniônico(pH)........................................................ 09
3.5.4 Temperatura da água....................................................................... 10
4 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................. 11
4.1 ÁREA DE ESTUDO........................................................................... 11

4.2 COLETA DE MATERIAL.................................................................... 12


4.3 FIXAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO MATERIAL FITOPLACTÔNICO.. 13
4.4 ANÁLISE MORFOLÓGICA DAS MICROALGAS......................... 13
5 RESULTADOS................................................................................ 14
REFERÊNCIAS................................................................................. 21

1 INTRODUÇÃO

Nos ecossistemas aquáticos existem inúmeros organismos, que se adaptam


as mais diferentes condições. Dentre estes organismos temos algumas espécies
que são consideradas bioindicadoras e que pela sua presença podem oferecer
informações importantes sobre as condições daquele ambiente.
Para ser considerado um bioindicador, o organismo precisa ter seu ciclo de
vida bem conhecido. As informações sobre os parâmetros ambientais em que ele se
desenvolve melhor, são necessárias para que se possa estabelecer a situação do
ambiente estudado.
As microalgas que são a base da cadeia alimentar aquática são um bom
exemplo de bioindicador, porque algumas espécies só estarão presentes em
situações muito peculiares. Elas podem demonstrar tanto uma condição favorável,
ou seja, que o local está preservado, ou uma condição de degradação.
Dessa forma, o conhecimento sobre a biodiversidade das microalgas de um
determinado local fornece informações importantes sobre a qualidade da água, se
está própria para consumo, para pesca e até mesmo se pode ser utilizada para fins
recreacionais como é caso dos balneários.
A resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente- CONAMA de nº 357 de
17 de março de 2005 estabelece valores limites de concentração de substâncias
presentes na água e de florações de algas que podem ou não ocorrer em diferentes
épocas do ano e as espécies que estiverem presentes na água é que definirão se
ela está apropriada para utilização. Essas florações deixam a água com aspecto
diferente, com coloração, odor e textura alterada e podem ser de espécies que
produzem toxinas que afetam o sistema tegumentar, digestório e nervoso das
pessoas, se tornando um problema de saúde pública.
Diante disso, o presente trabalho pretende avaliar a qualidade da água dos
balneários de Fazendinha e Laranjal do Jari, se estão propícios para banho,
utilizando as espécies de microalgas como bioindicadoras. As hipóteses
apresentadas seriam:
Hipótese 1: As espécies de microalgas encontradas durante o período de
estudo indicam que a água desses balneários está inadequada para banho.
Hipótese 2: As espécies de microalgas encontradas durante o período de
estudo, indicam que a água desses balneários está adequada para banho.
Hipótese 3: As espécies de microalgas encontradas durante o período de
estudo, não podem indicar se a água desses balneários está adequada ou não para
o banho.
2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Realizar um levantamento das espécies de microalgas presente nos


balneários da Fazendinha e Recanto Ecológico Hiara (Laranjal do Jari), no período
de agosto/2022 para avaliar a qualidade da água.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar morfologicamente as espécies de microalgas encontradas nas


amostras de água provenientes de balneários de Fazendinha e Laranjal do
Jari.
• Comparar os dados físicos e químicos dos ambientes estudados (Balneário da
Fazendinha com Balneário Hiara).
• Elencar quais espécies ou grupos de microalgas poderão ser utilizados como
bioindicadores das condições ambientais encontradas.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 BIOINDICADORES

Várias características permitem classificar um organismo como bioindicador,


com isso, devem ser levados em consideração alguns aspectos para tal
classificação, como o conhecimento detalhado da taxonomia, tempo de vida e
biologia de uma determinada espécie (LIMA, 2000). Segundo a resolução
CONAMA 357/ 05, artigo 8º, parágrafo 3º, a qualidade da água nos ambientes
aquáticos poderá ser avaliada por indicadores biológicos, fazendo uso de
organismos ou comunidades aquáticas.
Os bioindicadores, incluindo tanto as plantas quanto os animais, podem ser
utilizados como indicadores ambientais em diferentes ecossistemas, tanto nos
ecossistemas aquáticos, quanto nos terrestres, sendo estes, seres vivos que
apresentam rápida mudança diante das alterações ambientais (CALLISTO, 2006;
PRESTES; VIVENCI, 2019).
As espécies que possuem essa capacidade de responder de forma positiva
ou negativa as alterações ocorridas em sua volta, são classificadas como
bioindicadoras. Por isso, têm se intensificado os estudos feitos com as plantas
aquáticas, visto que essa comunidade tem mostrado excelentes resultados em
resposta às modificações ambientais (PEDRALLI, 2003).
Normalmente o método usado para avaliação da condição das águas
superficiais, é realizado por análises físico-químicas, sendo ideal a associação
desses métodos com o método biológico. Porém, essas análises demandam muito
tempo e custo elevado. Assim, o uso de bioindicadores surgiu como uma alternativa
simplificada para facilitar na avaliação dessas áreas (RIBEIRO; UIEDA, 2005).
Os bioindicadores passaram a ser muito utilizados, principalmente no
monitoramento da qualidade da água e seu comportamento durante o ciclo
hidrológico anual, em resposta à variação da precipitação entre os períodos da cheia
(chuvoso) e da seca (estiagem) (YAKOYAMA et al., 2012). Os bioindicadores mais
utilizados para análise da qualidade da água são invertebrados bentônicos e as
algas (GOULART; CALLISTO, 2003).

3.2 DEFINIÇÃO GERAL DE ALGAS

De acordo com Bicudo e Menezes (2017), a palavra “alga” surgiu para


designar uma variedade de classes de organismos unicelulares ou pluricelulares,
com formas que habitam os mares frios, como por exemplo, os vareques (algas
escuras) que apresentam como características, talos multicelulares, com surgimento
de tecidos e vasos condutores, e com isso, até o presente momento, a interpretação
do termo continua uma incógnita, ou seja, ainda não se tem uma definição precisa.
As algas apresentam dois tipos de estrutura celular, sendo a estrutura
procariótica (Cyanophyta (Cianobactérias) e Prochlorophyta) e a estrutura
eucariótica (Chlorophyta, Euglenophyta, Rhodophyta, Haptophyta (Prymnesiophyta),
entre outras (HOEK; MANN; JAHNS, 1995). As algas de água doce se dividem em:
Cyanophyta, Dinophyta, Bacillariophyta, Chrysophyta, Cryptophyta, Euglenophyta e
Chlorophyta (REYNOLDS, 2006; ESTEVES, 2011).
Levando em consideração o ciclo da vida no ambiente aquático, as algas são
de grande importância, pois, alimentam outras espécies aquáticas, e por isso, são
consideradas de nível trófico inferior ao restante. Para sua sobrevivência no meio
em que vivem, é necessário que haja disponibilidade de água, luz, gás carbônico e
mineral. Sendo assim, se existir presença de poluentes na água, as mesmas são
contaminadas de maneira direta (SANTOS; CAMPOS, 2016).

3.3 APLICAÇÕES DAS ALGAS

As algas podem ser utilizadas de diversas maneiras, desde alimentação


humana e animal, quanto, na fabricação de cosméticos, fármacos e na extração de
sal. Segundo Caliceti et al. (2002), algas tem um papel importantíssimo na fonte de
economia, principalmente se tratando dos países banhados pelos oceanos Índico e
Pacífico, que fazem grande retirada das algas, e utilizam na nutrição humana.
De acordo com Vidotti e Rollemberg (2004), existem algumas espécies de
algas que são usadas para avaliar a condição em que os sistemas aquáticos se
encontram. Com isso, já houve estudo na literatura relacionado ao “índice de
poluição” de certo local baseado nos gêneros de algas que se fazem presentes.
Onde essa avaliação é feita da seguinte forma, quanto menos diversificada a
população do meio, maior será a poluição do sistema. Outro ponto importante está
relacionado com a capacidade em retirar do meio aquoso compostos químicos, e
para isso são usadas algumas espécies de algas que serão empregadas na
recuperação desses sistemas aquáticos, principalmente na presença de íons
metálicos e de alguns compostos orgânicos. Elas são muito usadas para monitorar e
restaurar os ambientes aquáticos, também existe estudos adotando o uso de
diferentes espécies de algas para indicar contaminações desses ecossistemas.

3.4 UTILIZAÇÕES DE MICROALGAS COMO BIOINDICADORES DA QUALIDADE


DA ÁGUA
A biodiversidade de algas é fortemente influenciada pelas condições locais,
tais como: luz, temperatura, macronutrientes e micronutrientes, concentração do gás
oxigênio e gás carbônico, estabilidade física da coluna de água e competição pelo
zooplâncton (FERNANDES et al., 2005; REYNOLDS, 2006).
Neste sentido, qualquer alteração, seja ela natural ou antrópica, promoverá
deformação, causando mudanças nas espécies, taxas de produtividade, biomassa e
condições químicas da água (VIDOTTI; ROLLEMBERG, 2004; FRANCESCHINI et
al., 2010). Devido às alterações sofridas nesses balneários, e a água ser utilizado
para diversas finalidades, se faz necessário o monitoramento constante desses
ecossistemas, pois a degradação sofrida no ambiente pode alterar a qualidade e o
equilíbrio do ecossistema.

3.5 PADRÕES RELACIONADOS À QUALIDADE DA ÁGUA

Parâmetros físicos, químicos e biológicos são utilizados para


caracterizar a água, com isso, não deixam de serem indicadores da análise da água
e estão ligadas a diversos processos que ocorrem nos corpos hídricos e sua bacia
de drenagem (MINISTERIO DA SAÚDE, 2014). Neste estudo serão abordados
quatro parâmetros essenciais: oxigênio dissolvido (OD), condutividade elétrica (CE),
Potencial hidrogeniônico (pH) e temperatura em que a água se encontra.

3.5.1 Oxigênio dissolvido (OD)

Uma das variáveis mais significativas usadas em experimentos para


analisar a qualidade de um ambiente aquático é o Oxigênio dissolvido (OD), que
indica a capacidade de um corpo d'água natural em manter a vida aquática. Onde
valores muitos baixos, está diretamente relacionado com o desequilíbrio dos
ecossistemas aquáticos, acarretando não somente prejuízos à biota, como alerta da
água está imprópria para diversos usos (GORAYEB, 2008).
Para Viera (2011) o oxigênio na água pode originar-se de dois meios, a
endógena e exógena. A endógena está relacionada ao oxigênio que se origina do
processo de fotossíntese dos organismos aquáticos capazes de realizar esta
atividade, como a comunidade de organismos fitoplanctônicos. A exógena é
proveniente do oxigênio atmosférico, passado para água através da difusão.
Os teores de oxigênio dissolvido sofrem variações e estão intimamente
ligados a fatores químicos, físicos e biológicos. A manutenção da vida aquática
aeróbica requer valores entre 2mg/L a 5mg/L de oxigênio dissolvido, concentração
mínima de oxigênio para sobrevivência dos organismos (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2014). Enquanto a legislação brasileira, por meio da resolução 357/2005 –
CONAMA, presume que os valores não sejam menores que 6mg/L.

3.5.2 Condutividade elétrica

A condutividade elétrica que conta com a presença de íons é uma medida que
demonstra a capacidade do meio aquático de conduzir corrente elétrica. Ela modifica
de acordo com a concentração total de substâncias ionizadas dissolvidas na água.
(SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL, 2007).
À medida que a concentração iônica aumenta mais extensa é a capacidade
de conduzir corrente elétrica. A condutividade elétrica é exposta em unidades de
resistência (Ohm ou SI) e por unidade de comprimento (cm ou m). Os valores para
águas naturais geralmente variam entre 0,10 a 0,100 µS/cm. Em ambientes poluídos
esse valor pode ultrapassar 1.000 µS/cm (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

3.5.3 Potencial Hidrogeniônico (pH)

O conceito de pH, tem como função quantificar os valores de acidez e


basicidade de uma solução (FIORUCCI; SOARES; CAVALHEIRO, 2001). Desta
forma, o pH de corpos d’água é a representação da intensidade das condições
ácidas ou alcalinas dos ambientes aquáticos por meio de medição de íons de
hidrogênio (H +), que se estende de zero a quatorze, onde valores abaixo de 7 são
considerados ácidos, maiores de 7 alcalinos e na faixa de 7 neutro (BRASIL, 2006).
A legislação brasileira, através da resolução 357/2005 – CONAMA,
estabelece como limites toleráveis de pH em água doce os valores entre 6 a 9.

3.5.4 Temperatura da água

A temperatura é o parâmetro que mede a intensidade do calor e que utiliza


como escala usual o grau Celsius (ºC) (SERVIÇO GEOLOGICO DO BRASIL, 2007).
A temperatura influencia diretamente a atividade metabólica dos organismos,
reações químicas e solubilidade de substâncias, através da catalisação destas
reações (BRASIL, 2006).
No Brasil, ocorre uma variação de temperaturas das águas entre 20ºC a 30ºC,
exceto nas regiões sul, que esses níveis tendem ser abaixo de zero (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2014). As variações de temperaturas são sazonais, pois seguem as
tendências climáticas ao longo do ano. Isto possui influências sobre o
desenvolvimento de muitos organismos aquáticos, onde alguns são capazes de
adaptação a estas variações e outros chegam sofrer morte térmica ou inativação
(VIEIRA, 2011).

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 ÁREA DE ESTUDO

A primeira área de estudo escolhida foi o Balneário da Fazendinha que fica


localizado a nove quilômetros da capital do estado do Amapá. De acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sua população no ano de 2010 era
de 9 226 habitantes, o balneário encontra-se situado nas coordenadas
geográficas, com latitude: -0.052807 e longitude: -51.206889 (Figura 1).
O Balneário da Fazendinha é estilo uma praia às margens do Rio Amazonas,
e fica mais afastado da capital, Macapá. O local atrai o público por oferecer área de
lazer, banho, alimentação, além de apresentação musical e cultural. Dezenas de
restaurantes ficam localizados no local, e oferecem uma gastronomia regional de
qualidade, sendo os pratos mais procurados, camarão no bafo, peixe frito,
caldeirada e caranguejo.

Figura 1 – Balneário da Fazendinha- Macapá

Fonte: Jorge Abreu/ G1.

A outra área escolhida para coleta foi o balneário Rencanto Ecológico Hiara,
com águas límpidas e paisagem espetacular. O balneário está localizado próximo a
BR 156 no município de Laranjal do Jari- AP, situado nas coordenadas geográficas,
de latitude -0.719840 e longitude -52.356204 (Figura2). O local é aberto ao público,
e uma ótima opção de laser com a família, pois oferece uma gastronomia de
primeira qualidade e um excelente atendimento.
O balneário proporciona contato direto com a natureza, ótimo pra quem quer
relaxar e se desconectar da cidade.

Figura 2 - Balneário Recanto Ecológico Hiara- Laranjal do Jari

Fonte: Autoria própria, 2022.

4.2 COLETA DE MATERIAL


Em cada um dos balneários, foi realizada uma coleta do material, no período
do verão amazônico, no mês de agosto de 2022.
Inicialmente foi feita uma análise da água do ambiente em estudo, onde foram
observados alguns parâmetros (oxigênio dissolvido, condutividade elétrica,
transparência, pH e temperatura), com intuito de estabelecer uma relação entre os
fatores que contribuem com as variáveis ambientais e a biodiversidade local. Para
isso, foram utilizados alguns aparelhos, como: disco de Secchi, oxímetro,
condutivímetro, peagâmetro e termômetro.
As amostras do material foram coletadas com o auxilio de uma rede de
fitoplâncton com malha de abertura de 20 µm (Figura 3). E de início fez-se
movimentos de arraste com a rede, principalmente na região das margens dos
balneários, onde esse movimento precisou se repetir por algumas vezes, até
conseguir-se uma quantidade adequada do material. Feito isso, foi possível observar
que o material ficou concentrado no fundo da rede, em um frasco de coleta acoplado
a mesma, este concentrado que geralmente é rico em algas. Posteriormente,
transferiu-se esse material coletado para uma embalagem de vidro, onde foram
identificados e levados para o laboratório para ser feita a análise. Observação: as
amostras não foram fixadas.

Figura 3 – Coleta do fitoplâncton.

Fonte: Autoria própria, 2022.

4.3 ANÀLISE MORFOLÒGICA DAS MICROALGAS

As amostras foram observadas em microscópio óptico, e foram retiradas


pequenas alíquotas que foram colocadas entre a lâmina e lamínula, e
posteriormente analisou-se as características morfológicas para a identificação
taxonômica (classe, família, gênero e espécie), das microalgas encontradas nos
balneários (Figura 4). Foram feitas 10 lâminas de cada um dos balneários,
totalizando 20 lâminas.
Após a identificação utilizando literatura especializada ( ), foi feita atualização
da classificação no site: algaebase.org.

Figura 4 – Análise dos fitoplânctons.

Fonte: Autoria própria, 2022.


5 RESULTADOS E DISCUSSÂO

5.1 MICROALGAS ENCONTRADAS NO BALNEÁRIO DE FAZENDINHA-AP.

CHLOROPHYCEAE

1- Desmodesmus sp; 2- Scenedesmus carinatus; 3- Pediastrum birradiatum; 4- Coelastrum


pulchrum .

BACILLARIOPHYTA

1-2- 3- 4-Suriella sp; 5- Aulacoseira 1; 6- Aulacoseira 2; 7- 8-

ZYGNEMAPHYCEAE

1-Spirogyra sp

CYANOBACTERIA
1-Microcystis sp.; 2- Microcystis sp.; 3- Microcystis sp.; 4- Phormidium sp.; 5- Phormidium sp.; 6-
Dolichospermum sp; 7- Cianobactéria 1; 8-Cianobactéria 2; 9- Cianobactéria 3; 10- Microcystis
aeruginosa; 11- Microcystis aeruginosa; 12- Dolichospermum sp; 13- Dolichospermum sp1; 14-
Dolichospermum circinnails; 15- Dolichospermum circinnails; 16- Dolichospermum circinnails; 17-
Dolichospermum sp; 18- Cianobactéria 4.

5.2 MICROALGAS ENCONTRADAS NO BALNEÁRIO RECANTO ECOLÓGICO


HIARA- AP.
Das três classes registradas a classe Zygnemaphyceae esteve presente nas
duas amostras coletadas e com uma grande variabilidade de espécies foram
catalogadas no balneário do Laranjal do Jari ao todo foram 3 espécies registadas
totalizando 39 táxons, sendo esta classe responsável por aproximadamente 66 %
das espécies encontradas no período de estudo. Está classe é constituída por três
famílias: Família Desmidiaceae, família Mesotaeniaceae e família Zygnemaceae. A
classe Zygnemaphyceae constitui um grupo de alta relevância em ambientes
aquáticos continentais, pois apresenta alta diversidade morfológica quando
comparada a outros grupos de algas verdes e aproximadamente 70% das espécies
conhecidas desta classe são da família Desmidiaceae Esta família também é
conhecida como desmídias, algas exclusivamente de água doce podendo ser
encontradas em ambientes com pouca salinidade. São cosmopolitas, aparecendo
em ambientes com temperaturas glaciais á tropicais (BROOK, 1981).
Este grupo de microalgas também apresenta melhor desenvolvimento em
águas com pH ácido como está representado na tabela (1). Esta característica está
fortemente ligado.
CHLOROPHYCEAE
1-Scenedesmus ecornis; 2- Kirchneriella sp.; 3- Scenedesmus acunae; 4- Ankistrodesmus fusiformes;
4- Messastrum sp.

BACILLARIOPHYTA

1-Actinella mirabilis; 2- Actinella mirabilis; 3- Surirella linearis; 4- Eunotia cf. metamonodom


(Cimbela sp); 5- Ulnaria Ulna; 6- Diatomácea 2; 7- Nupela sp; 8- Eunotia sp.

ZYGNEMAPHYCEAE
1-Closterium moniliferum; 2- Closterium dianae; 3- Closterium; 4- Closterium sp4; 5- Onichonema
sp; 6- Micrasteria torrey var. curvata; 7- Micrasterias furcata; 8- Micrasterias rotata; 9-
Staurastrum sp1; 10- Netrium sp; 11- Staurastrum setigerum; 12- Staurastrum quadrangulare;
13- Staurodesmus incus; 14- Starurastrum setigerum; 15- Euastrum sp1; 16- Euastrum sp1; 17-
Cosmarium sp; 18- Cosmarium sp1; 19- Staurodesmus cuspidatus; 20- Staurastrum setigerum;
21- Staurastrum trifidum; 22- Staurastrum trifidum; 23- Euastrum sp1; 24- Staurastrum
tetracerum; 25- Staurastrum margaritaceum; 26- Cosmarium sp 2.

Comparando a análise feita nos dois balneários, foi possível observar a


presença de várias espécie de cianobactérias no Balneário da Fazendinha, e poucas
de algas verdes. Enquanto que no Balneário Recanto Ecológico Hiara localizado em
Laranjal do Jari, observou-se o contrário, não foi encontrada nenhuma espécie de
cianobactéria nas amostras analisadas, mas haviam mais algas verdes.

6 PRÓXIMAS ETAPAS
• Identificar os táxons que estão referidos de forma genérica no trabalho
• Organizar os táxons de acordo com suas respectivas hierarquias, ou seja
colocar todas espécies do mesmo gênero de forma agrupada e não dispersa
como ainda se encontra.
• Descrever brevemente no referencial teórico como são os balneários de água
doce da Região Amazônica.
• Acrescentar mais informações no referncial teórico sobre a qualidade da água
nos baneários.
• Escrever a discussão comparando os resultados encontrados com os de outros
balneários.
• Atualizar e padronizar as referências citadas.

REFERÊNCIAS

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