4940 18793 2 PB
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Rogério José Solidário Chaves [1], Igor Pacchioni Cândido da Silva [2], Felipe
Nascimento Arroyo [3], Vinícius Borges de Moura Aquino [4], André Luis Christoforo [5]
[1] [email protected]. Universidade Federal de São Carlos. [2] [email protected]. Centro Universitário Adventista de
São Paulo – UNASP. [3] [email protected]. Universidade Federal de São Carlos. [4] [email protected]. Universidade Federal
do Sul e Sudeste do Pará. [5] [email protected]. Universidade Federal de São Carlos
RESUMO
A Engenharia está sempre buscando otimizar os elementos estruturais, seja para reduzir o custo e o tempo da
construção, para obter mais eficiência estrutural ou para ter uma construção mais racional. Com o avanço da
tecnologia, a Engenharia melhora a qualidade dos materiais, como por exemplo a utilização de concretos mais
resistentes, e isso possibilita a construção de prédios mais altos. Um dos materiais que surgiu com esse avanço
foi a laje treliçada, sendo mais barata e demandando menos tempo de execução que a laje usualmente utilizada
de concreto armado maciço. Dessa forma, este artigo tem como objetivo principal verificar o comportamento do
funcionamento de lajes treliçadas como diafragma rígido. Para isso, foi modelado um prédio de 16 pavimentos
no SAP2000, que trabalha com elementos finitos, comparando o parâmetro do prédio com laje maciça, com
laje treliçada em apenas uma direção (sentido das vigotas na maior e posteriormente na menor rigidez do
prédio), considerando a laje bidirecional e, por fim, intercalando o sentido das lajes. Após análise, foi possível
concluir que a laje treliçada funciona como um diafragma rígido, assim como a laje maciça.
ABSTRACT
Engineering is always looking to optimize structural elements to reduce the construction cost and time, whether
to get more structural efficiency or a more rational construction method. With technological advancement,
engineering improves the quality of materials, such as more resistant concrete and building taller buildings. One
of the materials that came up with this advance was the lattice slab, being cheaper and requiring less execution
time than the slab usually used for solid reinforced concrete. Thus, this article aims to verify the behavior of the
operation of lattice slabs as a rigid diaphragm. For this, a 16-storey building was modeled in SAP2000, which
works with finite elements, comparing the building parameters with massive slab, with lattice slab in only one
direction (direction of the joists in the largest and later in the lowest stiffness of the building), considering the
bidirectional slab and, finally, interspersing the direction of the slabs. After analysis, the results showed that the
lattice slab works as a rigid diaphragm or a solid slab.
Keywords: Rigid Diaphragm. Lattice Slabs. Engineering. Armed Concrete. Structural Analysis.
(1)
(2)
2. 2. 2 Coeficiente de arrasto
Fonte: elaboração própria
Segundo a NBR 6123 (ABNT, 1988), em definição
2. 2 Carregamentos constante no seu item 6.3, e Carvalho (2009), também
concordando com a norma, coeficiente de arrasto é
A sobrecarga utilizada, de acordo com a NBR aquele determina a força global da estrutura, podendo
6120 (ABNT, 1980), é de 2 kN/m². O carregamento ser inserido em relações de largura e altura da
permanente devido ao revestimento nas lajes foi de edificação no ábaco, conforme a Figura 4. Para esse
1,5 kN/m². Para a cobertura, foi considerada uma trabalho, foi considerado que o edifício está situado em
sobrecarga de 0,5 kN/m², visto que esta não era de uma zona de baixa turbulência.
acesso ao público. Para o ático, foi considerado uma A força de arrasto é definida pela seguinte fórmula:
carga de 60 kN/m², considerando os reservatórios de
água potável, e, para a casa de máquinas, uma carga
de 7 kN/m². As cargas das paredes sobre as vigas (3)
foram consideradas de 9 kN/m.
Em que: "F𝑎" é a força de arrasto; " C𝑎" é o Tabela 2 – Esforços finais de vento
coeficiente de arrasto; "q" é a pressão de obstrução
do vento; e "Ae" é a área de influência. Vk (m/s) q (N/m²) CA P. A. (N/m²)
36,72 826,49 1,44 1190,15
Figura 4 – Ábaco para obtenção 39,49 955,99 1,44 1376,63
do coeficiente de arrasto 41,21 1040,96 1,44 1498,98
42,47 1105,79 1,44 1592,33
43,48 1158,84 1,44 1668,72
44,32 1204,07 1,44 1733,86
45,04 1243,68 1,44 1790,90
45,68 1279,05 1,44 1841,83
46,25 1311,08 1,44 1887,96
46,76 1340,41 1,44 1930,19
47,23 1367,51 1,44 1969,22
47,67 1392,73 1,44 2005,53
48,07 1416,34 1,44 2039,53
48,44 1438,55 1,44 2071,51
Fonte: elaboração própria
2. 3 Combinação de ações
As combinações utilizadas para a análise deste
trabalho foram as seguintes:
Combinação última:
ALTURA (M) S1 S2 S3
3.00 1.00 0.81 1.00 (5)
6.00 1.00 0.87 1.00
9.00 1.00 0.91 1.00
12.00 1.00 0.94 1.00 2. 4 Modelo de cálculo
15.00 1.00 0.96 1.00
18.00 1.00 0.98 1.00
O objetivo deste estudo é verificar se a laje
treliçada trabalha efetivamente como diafragma
21.00 1.00 1.00 1.00
rígido. Foi realizada, portanto, a análise de 5 modelos
24.00 1.00 1.01 1.00
diferentes de cálculo utilizando o Software SAP2000
27.00 1.00 1.02 1.00
V19.
30.00 1.00 1.03 1.00
Para a apreciação do modelo de cálculo, a laje
33.00 1.00 1.04 1.00 maciça foi considerada como uma casca, assim como
36.00 1.00 1.05 1.00 a laje treliçada, embora haja uma variação de rigidez
39.00 1.00 1.06 1.00 à flexão entre esta e aquela. O procedimento adotado
42.00 1.00 1.07 1.00 foi achar uma inércia equivalente; como o software
45.00 1.00 1.08 1.00 possibilita lançar duas espessuras, uma para considerar
48.00 1.00 1.09 1.00 o peso próprio e a outra para considerar a rigidez à
Fonte: elaboração própria
flexão, foi considerado esse artifício. A seção utilizada os deslocamentos de cada pavimento e, com isso,
para a laje treliçada é demonstrada na Figura 5. consegue obter os momentos de segunda ordem,
multiplicando o peso próprio do pavimento pelo
Figura 5 – Seção da laje treliçada deslocamento de cada andar, e os momentos de
primeira ordem, multiplicando os esforços de vento
pelas alturas respectivas. A equação abaixo é utilizada
5
para o cálculo:
17
9 3
42 42
(8)
100
2. 5. 1 Modelo 1
• Peso próprio da laje treliçada igual a
O primeiro modelo consiste em analisar um
208,25 kgf/m².
edifício com uma laje maciça de 15 cm de espessura,
utilizando a consideração simplificada dos efeitos de
não linearidade física, de acordo com a NBR 6118
(7) (ABNT, 2014), conforme as fórmulas abaixo:
• Pilares
Após o lançamento e o processamento dos
modelos numéricos, foi realizado o cálculo do (9)
parâmetro Gama Z, muito utilizado em análises de
estabilidade de estrutura e recomendado pela NBR • Vigas
6118 (ABNT, 2014).
O parâmetro Gama Z é muito utilizado na (10)
avaliação da estabilidade global das estruturas,
especialmente aquelas com mais de quatro
pavimentos. O procedimento para o cálculo desse • Lajes
parâmetro é o lançamento dos esforços de vento ou
desaprumo no edifício pelo projetista. Ao considerar (11)
os resultados mais desfavoráveis, este encontra
2. 5. 4 Modelo 4
O quarto modelo consiste em analisar um edifício
com uma laje treliçada, sendo a treliça com altura
de 12 cm e capa de 5 cm, num total de 17 cm de
enchimentos de isopor, considerando a laje como
bidirecional, com a consideração simplificada dos
efeitos de não linearidade física, de acordo com a NBR
6118 (ABNT, 2014), conforme as fórmulas exibidas no
item 2.5.1.
2. 5. 5 Modelo 5
O quinto modelo consiste em analisar um edifício
com uma laje treliçada, sendo a treliça com altura de 12
cm e capa de 5 cm, num total de 17 cm de enchimentos
de isopor, considerando a laje como unidirecional,
variando as direções das lajes, com a consideração
simplificada dos efeitos de não linearidade física, de
acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014), conforme as
Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014)
fórmulas exibidas no item 2.5.1.
De acordo com a NBR6118 (ABNT, 2014), para
2. 6 Modelo numérico utilizado
a verificação desta condição, devemos utilizar a
Para modelar as estruturas, foram considerados, combinação frequente.
para os pilares e vigas, elementos de barras; para O modelo tridimensional do prédio é apresentado a
as lajes, foram considerados elementos de casca. O seguir, visto tanto de uma forma mais ampla (Figura 7)
quanto apenas de um pavimento (Figura 8).
treliçada. Embora o parâmetro tenha variado pouco, SARTORTI, A. L.; FONTES, A. C.; PINHEIRO, L. M.
se a estrutura já estivesse no seu limite, essa variação Análise da fase de montagem de lajes treliçadas.
já faria com que a estrutura fosse considerada como Revista IBRACON de Estruturas e Materiais,
de nós móveis, e o projetista já teria que considerar v. 6, n. 4, p. 623-660, 2013. Disponível em: http://
www.revistas.ibracon.org.br/index.php/riem/
os efeitos de segunda ordem. Uma conclusão muito
article/view/395. Acesso em: 09 ago. 2021.
importante é que a laje bidirecional se comportou de
forma idêntica à laje maciça. O que acontece é que, STORCH, I. S.; DOBELIN, J. G. S.; BATALHA, L.
embora a laje treliçada tenha deslocamentos maiores C.; SARTORTI, A. L. Ensaios de autoportância
no topo, ela apresenta um peso inferior, e isso reduz em vigotas treliçadas sujeitas a flexão negativa.
os momentos de segunda ordem. Revista IBRACON de Estruturas e Materiais,
v. 10, n. 6, p. 1366-1395, 2017. Disponível em:
http://www.revistas.ibracon.org.br/index.php/riem/
REFERÊNCIAS article/view/870. Acesso em: 09 ago. 2021.