Unisantos Seer,+artigo 11
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Abstract: This paper aims to discuss the importance of playing in a child’s development process,
establishing knowledge-building through playful activities, games, and toys. Playful activities provide
conditions for different kinds of knowledge to be built and rebuilt, thus contributing to the
development of playfulness in the teaching-learning process. The result showed that the school values
playful learning and considers it necessary for all children. It was possible to conclude that the
activities conducted by the teacher were valued because she must guide students and activities taken,
and this requires an understanding of their direction. Playfulness provides new ways of teaching and
involves the professionals’ capacity-building, achieving quality education and, above all, taking part in
the learning process. As a main feature, this paper includes theme-related theoreticians’ contributions
to understanding how important it is for teachers to clearly know the role of games and playful
activities in children’s development, taking it into account that games and playful activities have
become indispensable elements to teaching practice.
Keywords: Educational games. Early childhood education. Playfulness. Playful activities. Playful
learning.
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Adriano Alves Santos; Otaviano José Pereira
Introdução
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Nas antigas civilizações gregas e romanas, por volta do século VII a.C.,
iniciou-se uma reflexão acerca da importância dos jogos como forma de preparação
dos indivíduos para a vida adulta e sua importância para a educação (KISHIMOTO,
2003). Segundo Almeida (2003), o filósofo grego Platão condenava a busca excessiva
pela competição e conquistas através dos jogos, defendendo que deveriam ser
utilizados como um meio de aprendizagem prazeroso e significativo.
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A partir do século XX, nota-se uma intensa expansão da utilização dos jogos
no campo educacional, sobretudo a partir de uma maior valorização do jogo e do
brinquedo enquanto ferramenta de promoção do saber. A partir dos conceitos de
diversos autores, os jogos se consolidaram como uma estratégia ideal de
aprendizagem, uma vez que estimulam e possibilitam o desenvolvimento da
personalidade e da inteligência emocional na infância (MURCIA, 2005).
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contradições que caracterizaram a história dos jogos, foi possível a utilização deste
recurso em todas as suas possibilidades.
O brincar, para Vygotsky (1998), tem origem em uma situação imaginada que
a criança cria quando seus desejos são realizados, o que reduz as suas tensões e
acomoda seus conflitos e frustrações. Dessa forma, uma das principais funções de
brincar é proporcionar o aprendizado e a resolução de conflitos em sua vivência
cotidiana. Para tanto, a criança irá utilizar-se de suas capacidades como a imaginação,
imitação e observação. A partir dos conceitos de Vygotsky, o jogo ou o brinquedo
passou a ser compreendido como uma ferramenta mediadora do processo de
desenvolvimento infantil, possibilitando uma maior celeridade no seu processo de
desenvolvimento em virtude do avanço obtido em suas capacidades e habilidades
(RAMALHO, 2000)
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que lhe dão estrutura como fatores cognitivos, sociais, afetivos, entre outros
(PEREIRA, 2006). Um destes elementos que merece ser considerado quando se trata
das questões relativas a aprendizagem é a importância do componente lúdico. Pela
sua significância, o lúdico tem se tornado um tema bastante discutido e utilizado na
prática pedagógica (PINTO, 2003).
De acordo com Almeida (2003), a aprendizagem lúdica tem se consolidado
como uma importante teoria no campo da aprendizagem que defende um processo
de construção do conhecimento com compromisso e esforço sem, no entanto, abrir
mão do prazer e da satisfação individual na sua obtenção. Esse conceito defende,
assim, uma ideia de que as pessoas podem submeter-se ao aprendizado num contexto
onde a diversão e o entretenimento são fontes facilitadoras do conhecimento.
A palavra lúdico tem sua origem no termo latino ludus, cujo significado é
brincar. Nesse brincar encontram-se incluídas atividades como jogos, brincadeiras e
outras formas de divertimento. Enquanto uma manifestação livre e espontânea do
indivíduo, as atividades lúdicas estruturam-se na forma de experiências desenvolvidas
dentro de um meio social, cujas experiências remetem à simbolização de ações,
comportamentos e pensamentos (KISHIMOTO, 2003). Pereira (2006) pontua que o
próprio significado do termo ludicidade remonta a uma condição de imaginação,
criatividade, interação e autonomia. Deste modo, através da sensação oferecida pelo
lúdico na vida humana, o processo educacional torna-se menos desgastante e
cansativo, o que inegavelmente facilita o processo de ensino-aprendizagem.
De acordo com Huizinga (2008), a ludicidade é uma expressão fundamental
que se encontra ligada à própria existência humana, uma vez que esta acompanha o
desenvolvimento da humanidade desde os tempos mais remotos, adaptando-se e
reinventando-se frente às transformações do mundo. Neste sentido, o lúdico é um
elemento que está relacionado ao desenvolvimento humano, principalmente durante
a infância. Quando consideramos o desenvolvimento infantil, Marcelinno (1990)
afirma que o lúdico é o alicerce desse processo, constituindo uma das principais
formas pela qual a criança obtém os recursos necessários para se comunicar.
Diversos teóricos ligados à área da educação, entre eles Vigotsky, Piaget,
Huizinga, Elkonin entre muitos outros, têm demonstrado em seus estudos o papel da
ludicidade enquanto meio de promoção da aprendizagem. Estes autores têm servido
de referência na formulação de projetos pedagógicos que encontram no componente
lúdico um importante meio de facilitação da aprendizagem.
Por sua capacidade de promover e potencializar a aprendizagem, a ludicidade
necessita assumir um lugar especial na prática pedagógica, constituindo uma
estratégia na organização e estruturação do trabalho pedagógico na escola. Enquanto
prática humana, o lúdico pode ser caracterizado a partir dos elementos e das
atividades que o constituem, assim, seguindo as concepções de Huizinga (2008),
podemos interpretar as atividades lúdicas a partir atividades distintas. Destas
atividades, destacamos o jogo, o brinquedo e a brincadeira.
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Por fim, pontuamos ainda a ideia de Borges e Schwarz (2005) que alertam
quanto ao fato de que a utilização do recurso dos jogos em sala de aula exige uma
destinação adequada de tempo, o que em muitas situações torna-se um empecilho
para os professores, tendo em vista a limitação da carga horária da turma. Além
disso, apontam também os aspectos de espaço físico e limitações econômicas da
escola que, muitas vezes, impedem a utilização deste recurso tão importante no
processo pedagógico.
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Considerações finais
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Referências
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Sobre os autores:
Otaviano José Pereira possui graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica
de Campinas (1980), mestrado em Filosofia Social pela Pontifícia Universidade Católica de
Campinas (1987), doutorado em Filosofia e História da Educação pela Universidade Estadual
de Campinas (1992) e pós-doutorado em Educação pela Uninove de São Paulo (2016). É
professor concursado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFTM, campus
Uberaba, MG.
Recebido em 05/07/2019
Aceito para publicação em 10/11/2019
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