Autoconhecimento 50 Questões Di Saval
Autoconhecimento 50 Questões Di Saval
Autoconhecimento 50 Questões Di Saval
QUESTÕES
PROVOCATIVAS
PARA VOCÊ
DESENVOLVER
AUTO
CONHECIMENTO
Introdução:
Não vemos as coisas como são, vemos as coisas como nós somos.
Anais Nis
Para que você exista e continue existindo nesse planeta, há muitas condições
básicas indispensáveis: oxigênio, comida, abrigo, dinheiro, um ambiente
acolhedor e protetivo.
Mas para que você viva verdadeiramente, isto é, veja e faça a sua jornada
biológica ter sentido, encontre o seu lugar, se relacione de maneira positiva e
faça o que gosta, a condição indispensável sem a qual nada disso acima será
possível é o autoconhecimento.
Porque é pelo autoconhecimento que você vai perceber de fato: quem você é
e quem quer ser; o que está fazendo e o que gostaria de fazer; se onde você
está e vive é onde você gostaria realmente de estar e viver; quais tipos de
relacionamentos você tem e quais tipos de relacionamentos você gostaria (e
poderia) ter.
Só o autoconhecimento faz você descobrir o que você pode e o que você não
pode, o que você poderá vir a ser e o que você jamais talvez consiga se
tornar.
Os seus talentos, pretensões e fraquezas só podem ser discernidos e bem
delimitados à medida que você se conhece. Sem se conhecer, você fica sem
saber onde termina a talento e começa a fraqueza. E daí tudo que você faz
será baseado na pretensão, que apesar de estimular, não é suficiente levá-lo
ao êxito.
Sem saber ao certo as suas reais possibilidades e onde começam os seus
limites, você faz da sua vida uma série de apostas, assume riscos absurdos e
acaba tendo perdas totalmente desnecessárias. Você até obtém, aqui e ali,
uma vitória ou outra, mas nem entende bem como elas se deram.
O autoconhecimento, porém, faz você se localizar dentro dos processos da
sua vida.
Ele também é um projeto que você até estabelece a data em que ele tem
início, mas jamais caso você persista, ele nunca se conclui. E o mais
interessante é que você não vai se importar em nunca concluí-lo porque,
nesse caso, continuar significa crescer e transcender a si mesmo cada vez
mais.
A felicidade e a satisfação pessoal genuínas só podem ser alcançadas por
uma pessoa que sabe quem é e o que de fato precisa.
Somente o autoconhecimento pode ajudar a sintetizar e harmonizar o ser, o
fazer e o ter, as dimensões mais básicas da vida. E que, por isso mesmo, são
as mais complicadas de se equilibrar na vida.
Se conhecer é uma arte. É um processo em que melhoramos quanto mais
praticamos. Não é algo que você um dia domina completamente.
Por que nós naturalmente não buscamos o autoconhecimento?
É curioso, e eu diria que é até triste, mas por natureza somos programados
para, no lugar de sermos autoconscientes, sermos "auto negligentes".
É pedir demais ao nosso cérebro que ele esteja consciente, em cada momento,
de tudo o que nós sentimos, de tudo o que nós fazemos, das intenções por trás
das nossas atitudes e do nosso comportamento em geral. Ou seja, para ele, é
muito mais fácil viver no piloto automático, como dissemos.
A cultura do ambiente faz com que nós também nos interessemos mais em ter
sucesso e em obter coisas, do que em buscar a reflexão e a introspecção –
duas condições imprescindíveis para o autoconhecimento.
Não que a reflexão não seja necessária para o sucesso. Mas é fato também
que muitas pessoas que não são dadas à introspecção conseguem crescer
muito na vida, mesmo que depois elas não vejam muito sentido em tudo o
que conseguiram.
Todavia, como culturalmente não damos valor ao autoconhecimento,
passamos a viver sem ter consciência da nossa inconsciência sobre nós e
sobre tudo o que vivemos e fazemos.
Como a angústia uma hora chega, vamos buscar coisas para preencher o
nosso vazio interior, que como não tem a ver com aquisições exteriores, só
tende a crescer cada vez mais.
O vazio deveria servir parar alertar e denunciar que muitas conquistas
materiais e certas experiências sensoriais não resolvem o problema. Que isso
acontece porque todos nós temos uma "fome de sentido" e essa não pode ser
saciada apenas por aquisições e experiências exteriores por mais
sensacionais, caras e elegantes que elas sejam.
É um fenômeno tão natural que nós nem nos damos conta que fazemos isso.
Mas claro que não somos apenas os nossos pensamentos.
Talvez fosse mais acertado dizer que nós somos a soma da nossa mente,
corpo e sensações. Quando acreditamos que somos os nossos pensamentos, é
como se tudo estivesse ao alcance da nossa mão: "o que penso é o que eu sou
e o que eu sou é o que eu penso".
No entanto, como já dissemos, essa é uma visão muito limitada do nosso
ser.
Enquanto não aprendermos a identificar o que é chamado de "eu
observador”, teremos dificuldades de desenvolver uma perspectiva mais
ampla sobre a nossa realidade pessoal individual.
Pedido ao Leitor:
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Sumário
Introdução:
Por que nós naturalmente não buscamos o autoconhecimento?
Mas quais os são os efeitos negativos da falta de autoconhecimento?
Os benefícios do Autoconhecimento
1. Quem Sou Eu realmente?
2. O que mais me preocupa com relação ao futuro?
3. Se esse fosse o meu último dia de vida, eu iria querer fazer, hoje, as coisas que já havia
planejado?
4. Do que eu realmente tenho medo?
5. Ao que eu continuo apegado, mas que já deveria ter deixado para lá?
6. Se não for agora, quando então?
7. O que é mais importante na minha vida?
Não deixe de ler também:
8. O que eu estou fazendo a respeito das coisas que mais importam na vida?
9. O que faz de mim alguém importante?
10. Tenho feito algo recentemente que vale ser lembrado?
11. Eu fiz alguém sorrir hoje?
12. Do que eu desisti?
13. Quando foi a última vez que eu expandi a minha "zona de conforto"?
14. Se eu tivesse como implantar um pequeno conselho na mente de um recém-nascido, qual
conselho seria?
15. Qual a atitude de gentileza eu já presenciei ou recebi da qual jamais vou me esquecer?
16. O que eu preciso mudar a meu respeito?
17. O que é o amor para mim?
18. Como estou me sentindo agora?
19. Como eu estou me sentindo com relação a esse dia que eu tenho pela frente?
20. O que eu tenho de aceitar porque não posso mudar?
21. O que eu concordei em fazer, mas não quero continuar fazendo?
22. Que pessoa eu preciso ser para que este dia corra bem?
23. O que eu posso fazer hoje para expressar o que eu tenho de mais especial e único?
24. Que pequenas coisas eu posso fazer para demonstrar que falo sério sobre “amar a mim
mesmo”?
LEIA TAMBÉM:
25. O que me dá certo medo, mas que eu poderia fazer hoje?
26. Que pessoa teve o maior impacto na minha vida?
27. O que é pior: fracassar ou nunca tentar?
28. Se eu tentasse pensando que iria fracassar, mas tivesse sucesso, o que isso significaria?
29. Qual a única coisa pela qual eu gostaria de ser lembrado no fim da minha vida?
30. Será que realmente importa o que os outros pensam de mim?
31. O que eu mais quero na vida?
32. Até que ponto eu tive controle sobre o rumo que a minha vida tomou?
33. Quando tudo já tiver sido dito e feito, será que terei realizado mais e falado menos?
34. Para o que ou para onde a minha atenção está atraída neste momento?
35. Como eu estou me sentindo neste instante?
36. Qual foi a coisa mais importante que eu fiz hoje?
37. O que me deu mais alegria hoje?
38. Qual foi a maior causa de conflito e estresse, hoje?
39. O que eu preciso resolver nas minhas relações?
40. Como eu avalio o meu grau de agradabilidade?
41. O que eu aprendi hoje?
42. O que eu vou ganhar pessoal e emocionalmente se eu fizer_______?
43. O que me incomoda nas outras pessoas?
44. Será que a minha rotina diária tem refletido os meus valores e objetivos?
45. Que desculpas eu costumo me dar para não fazer o que é preciso?
46. Até que ponto eu assumo responsabilidade pela minha vida?
47. O que me impede de aproveitar a vida aqui e agora?
48. O que eu preciso fazer para me conhecer cada vez mais?
49. O que eu ainda não sei sobre mim?
50. Qual é o sentido da vida para mim?
Conclusão:
Fontes consultadas:
Meus outros livros:
LEIA DE GRAÇA:
Sobre o Autor:
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1. Quem Sou Eu realmente?
Essa simples pergunta é a origem de todas as outras que virão. Pois eu tenho
certeza que, como qualquer outra pessoa, quando você leu essa pergunta a
sua primeira reação natural foi travar. Você paralisa porque não vem uma
resposta imediata.
E não vem uma resposta imediata porque “quem eu sou” não é uma questão
para ser respondida com de uma maneira simples, pontual e definitiva.
Nós seres humanos somos seres complexos. E quando você faz essa pergunta
– e se você faz isso de maneira honesta – você acaba de se colocar diante de
um ponto de partida que levará você a uma jornada interminável, mas que
valerá muito a pena.
Essa primeira questão, quando colocada de modo sério, significa que você se
abriu para o autoconhecimento.
Todas as questões a seguir servirão para clarear e ajudar você a se perceber e
a se conhecer melhor.
2. O que mais me preocupa com relação ao futuro?
Nós temos medo de muita coisa. Certamente é isso que faz com que nós
levemos uma vida muito aquém daquela que gostaríamos.
Seja sincero com você, escreva em um papel do que de fato você tem medo.
Tente ver por que você tem medo. Há algo que você possa fazer a respeito?
Será que esse medo específico é por que você não sabe lidar com essa coisa
ainda? Ou será por que você acha que é algo muito além das suas forças
atualmente?
Seja como for, não tenha medo de começar respondendo a essa simples
pergunta: do que eu realmente tenho medo?
Quando você admite que tem medos e identifica de que espécie eles são, fica
muito mais fácil para lidar com eles ou mesmo para buscar condições de
superá-los.
Dizer que você não tem medo é mentir para si mesmo. E mentir sobre
qualquer aspecto do seu ser é como andar na contramão do
autoconhecimento, pois se conhecer é encarar todas as verdades sobre quem
nós somos.
Não é por isso que tantas pessoas têm medo de se conhecer?
Não seja como elas.
5. Ao que eu continuo apegado, mas que já deveria ter deixado
para lá?
De volta ao presente.
Eu arrisco dizer que essa é uma pergunta recorrente em sua cabeça. E eu sei
disso, pois essa é a típica pergunta que nos faz pensar sobre o “porquê” de
estarmos aqui.
Todos nós nos perguntamos isso, e é claro que em muitas das vezes
“respondemos” com as frases clichês alienantes e distrativas com que fomos
programados: para aprender, para ter uma família, “construir um futuro”,
etc.
Mas essas são respostas vagas, genéricas artificiais. Elas não falam de você
para você. Elas expressam o que você “tem que” dizer para parecer com todo
mundo.
[O curioso é que a maioria das pessoas que dá essas mesmas respostas
padronizadas acima continua se sentindo perdida!]
Bem lá no fundo, se você cavar bem, verá que há uma razão pela qual você
quer viver, um motivo que dá importância à sua vida. Mesmo que você ainda
não viva por isso porque não conhece essa razão.
Não saber qual é essa razão é mais comum do que se imagina. O que não
faltam são pessoas sem um motivo para viver e, portanto, sem alegria, a se
arrastar pelo mundo como máquinas biológicas, executando tarefas
designadas por outros, enquanto caminham inconscientes rumo à morte.
Não foi a toa que Henry Thoreau, escrito americano disse que: “A maioria
das pessoas vive horas de tranquilo desespero.”
Você precisa descobrir um motivo para estar aqui. Sem isso a vida não pode
ter sabor. E sem sabor, a vida perde a graça.
O que você precisa é mergulhar fundo dentro de você. Explorar o seu mundo
interior, sempre refletindo e se perguntando:
“O que é mais importante para mim?”
No começo, virão respostas fáceis e tolas, como se a sua mente só quisesse se
livrar do problema como um aluno relapso faria ao responder uma prova só
para deixar a sala mais cedo.
Com o tempo, porém, aquilo que de fato é importante para você começará a
surgir.
É preciso insistir.
O autoconhecimento é um trabalho lento de autodescoberta. É uma
garimpagem feita por nós sobre nós mesmos.
Não deixe de ler também:
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LIMITANTES
VOCÊ 2.O – 50 Macetes que vão REINICIAR a sua vida
90 Dicas para Turbinar a sua AUTOCONFIANÇA
4O Sinais para você identificar (e se livrar) de um RELACIONAMENTO
ABUSIVO
______________________________________________________________________
Digamos que você já saiba algumas das coisas mais importantes para você.
Para facilitar, vamos manter no singular: você sabe qual é única coisa
realmente importante na sua vida.
O que você está fazendo para trazer ou desenvolver isso na sua vida?
Se for algo que você não tem ainda, o que você precisa fazer ou está fazendo
para obter essa coisa?
O “problema” quando passamos a exercitar o autoconhecimento é que nos
tornamos mais perceptivos e sensíveis não só a todas as coisas que estamos
fazendo como também àquelas que estamos deixando de fazer.
O autoconhecimento, embora elogiado, é tão evitado exatamente por isso.
Quanto mais autoconsciente, mais você sabe quando:
Não está vivendo de fato;
Não está se expressando de verdade;
Não faz o que gosta;
Reage mais do que age;
Não está fazendo tudo o que pode;
São tantas as exigências do mundo exterior que você fica impedido de ver e
fazer vir à tona as necessidades do seu mundo interior.
Quanto mais insights sobre quem você é de fato forem se revelando – e eu
aposto que você já vive isso em alguma medida, pois ninguém é totalmente
inconsciente – ficará sempre muito evidente o que você precisa e já pode
alterar ou transformar na sua vida.
De modo que, toda vez que você notar que não está trabalhando ou se
movendo no intuito de mudar e melhorar, isso lhe deixará com uma sensação
tremendamente incômoda.
Como você pode ver, um dos frutos do autoconhecimento é
autorresponsabilidade.
Só tome cuidado para não cair na armadilha da culpa e da cobrança, e pensar:
"Porque será que não estou fazendo nada. O que eu estou esperando para mudar a minha vida ou pelo
menos começar a me mexer nessa direção?"
Isso só vai fazer você se machucar demais e perder tempo. Duas atitudes
nada inteligentes para quem que está começando a se conhecer.
Não existem obrigações aqui. Há necessidades. Mas essas devem ser
satisfeitas de maneira leve, com toda a liberdade, de modo que a tarefa do
autoconhecimento e o consequente desenvolvimento pessoal seja um
processo o menos tenso possível.
A cobrança externa é um absurdo, mas a cobrança interna também não
produz nada de bom. O autorrespeito é fundamental.
Você só precisa se lembrar de que:
Há algumas coisas importantes que você precisa começar a fazer;
As suas dificuldades em começar se devem ao fato de você não estar
acostumado a expandir a sua zona de conforto;
Pesada essa questão, não é? Mas você vai negar que em algum momento essa
questão nunca lhe ocorreu?
Por mais que certas teorias por aí digam que você vale por simplesmente “ser
quem é”, “por ter nascido”, “por estar vivo”, isso não é verdade no mundo
real prático.
Há um texto politicamente incorreto rolando há anos na Internet, chamado 6
verdades inconvenientes que vão fazer de você uma pessoa melhor, que
através de algumas reflexões e exemplos, afirma que nós somos realmente
importantes só quando:
Temos algo a dar/contribuir;
Aparecemos para o mundo;
Destacamo-nos perante os outros;
O texto gerou e ainda gera muita polêmica, mas por experiência todos nós
sabemos que o seu conteúdo é verdadeiro.
As “6 verdades”, que na verdade podem ser resumidas em uma única frase –
“tenha algo de bom para dar ao mundo ou você é uma carta fora do
baralho!” – fazem parte daquele grupo de verdades sociais com as quais
todo mundo concorda, mas que por acharmos feias ou revelarem quem nós
somos de verdade, preferimos fingir que não concordamos.
O fato incontestável é que, seja lá como for, todos nós precisamos marcar
presença e fazer a diferença onde quer que estejamos. Ou é assim ou seremos
ignorados e descartados.
“Ter bom coração” e ser uma “pessoa de caráter” são qualidades e
características apreciáveis, muito elogiadas e bem aceitas, mas ninguém paga,
contrata ou namoraria você por isso.
Olhe em volta e reconheça que é assim que tudo funciona. Não sou eu quem
a inventou aqui, muito menos ela é uma lorota criada por um desses gurus da
indústria da autoajuda. Ter algo para mostrar é um pré-requisito de
validação social.
É o seu nível de beleza, o tipo de talento, o grau de carisma ou a habilidade
de fazer algo que colocam ou habilitam você a estar dentro do jogo da vida.
O texto das 6 verdades usava o exemplo do adolescente que está a fim de
uma moça:
Por mais que ele faça favores para ela, se ele não tiver o que de fato a
encante, ele não vai seduzi-la e conquistá-la.
Talvez só a sua avó, leitor, elogie você por ser uma “pessoa de bom
coração” e mesmo assim porque você dá a ela o que ela precisa: serve a ela
de companhia, por exemplo. Apesar disso, muito provavelmente ela também
já terá lhe dito coisas do tipo:
“Você precisa se cuidar, se vestir melhor, estudar para as pessoas lhe darem
valor!”
Eis aí confirmado por ela o que eu estou falando aqui. Todo mundo sabe que
é desse jeito na prática, ainda que na teoria tenhamos sido ensinados a dizer
outra coisa.
Portanto, descubra por que você é (ou pode vir a ser) importante. Explore o
diferencial que somente você tem para dar. Feito isso, se mostre ao mundo e
procure fazer isso de tal forma que você se destaque dos outros. Esse é o
segredo do sucesso. O resto é bobagem.
No mundo, muitas pessoas são vistas, mas poucas são as dignas de
admiração; muitas são recebidas, e até toleradas, mas contam-se nos dedos
as que são esperadas ou desejadas.
É por isso que eu já disse em outros livros:
Qualquer projeto que busque desenvolver a autoestima e a autoconfiança
em alguém sem considere os seus talentos e qualidades – estará fadado ao
fracasso.
Você só vai gostar e confiar em si caso se veja capaz de fazer algo bem e que
ninguém faz igual. É isso que gera em nós o senso de valor e dignidade
individuais. Essa é a lei da vida. Ou você entende e reconhece isso ou morre
sozinho e jogado às traças.
Todos os psicólogos, coaches, conselheiros comportamentais e gurus do
desenvolvimento pessoal têm esse ponto em comum em suas mensagens.
Porque isso é um fato.
Algumas pessoas vão dizer que não é assim. Que isso é exagero. Nós seres
humanos temos essa mania de querermos parecer e aparecer melhores do
que somos, como eu já sugeri. Gostamos de empurrar para debaixo do tapete
o que temos de mais “primário”.
Mas não ligue para os que as pessoas dizem, preste atenção no que elas fazem
e como elas se comportam diante de você.
Se quiser, faça um teste: apresente-se como um nada e depois revele que você
é mais do que eles imaginam. E você verá a gritante diferença de tratamento
do primeiro para o segundo caso.
10. Fiz algo recentemente pelo que mereço ser lembrado?
Você já desistiu de algo? E, se a resposta for sim, por que o fez? Será que
quem se conhece desiste das coisas?
Mas é claro que sim!
Talvez as pessoas mais conscientes sejam aquelas que mais desistem, porque
elas têm uma melhor noção do que é e do que não é importante.
E do que elas exatamente desistem?
ü Da inércia pessoal;
ü Da correria sem sentido;
ü Das relações estéreis;
ü Das pretensões e modismos;
ü Das buscas sem sentido;
ü Das mentiras e hipocrisias;
Toda desistência é benéfica quando vem para nos libertar de tudo o que nos
incapacita, nos aliena ou nos diminui.
A não desistência, a persistência cega pode ser teimosia, necessidade de
cumprir agendas alheias, busca de aprovação e validação social. Do mesmo
modo que a desistência também pode ser em alguns casos. Geralmente é
dessa desistência que fazem dela sinônimo de “jogar a toalha” ou “entregar os
pontos”.
O problema não está na desistência ou na persistência, mas na falta de
consciência sobre o motivo que leva você a escolher uma quando seria
melhor escolher a outra.
Então, a questão profunda por trás do querer desistir ou insistir deve ser “Por
quê?”.
Já ouviu falar das batalhas que valem a pena lutar? Essa é a questão de fundo
a que só você pode responder à medida que se descobre.
Quando você se pegar diante do dilema de ter de escolher um ou outro
caminho, coloque-se a pergunta:
Eu quero desistir/insistir... Mas, por quê?
13. Quando foi a última vez que eu expandi a minha "zona de
conforto"?
Todo dia é igual a sua rotina. Isso incomoda você? Se sim, por que você não
muda? Por que você não sai do seu roteiro?
Essa tal zona de conforto não é nada confortável, afinal. Ela sufoca sonhos,
projetos, e anseios de viver uma vida de verdade. Ela mata, aos poucos, mas
mata. É que primeiro ela anestesia a sua vontade, e depois destrói o seu
potencial.
O que sobra é uma versão tosca de você, ressentida, recalcada, amargurada e
carente.
É, todo esse xingamento é para que você olhe para si, veja o que tem vontade
de fazer, arranque as trancas que lhe aprisionam no seu pequeno e
“confortável” mundo, dê um passe para fora e tente se expandir.
Esse poderá ser o “ato de rebeldia” que irá começar a desencadear uma
transformação completa na sua vida.
A sua atitude “rebelde” pode ser dizer aquele “não” ou mandar aquele “sim”;
fazer aquela ligação ou apresentar aquele pedido de demissão; talvez seja
dizer “Não dá mais! É melhor cada um seguir o seu caminho”.
Um passo hoje. Dois amanhã.
E a sua zona de conforto terá os limites que você determinar.
Uma vez aprendi com Ailton Amélio da Silva, um psicólogo que ensinava às
pessoas a serem menos tímidas, esse mote:
“Todo dia uma ousadia”.
Você já ousou hoje?
14. Se eu tivesse como implantar um pequeno conselho na
mente de um recém-nascido, qual conselho seria?
Nós adoramos aconselhar os outros, pois nós achamos que sempre temos a
solução para os problemas alheios.
E se nos fosse dado o poder de começarmos ajudando alguém já desde o
início da sua vida nesse mundo?
Qual seria o conselho que você programaria na mente desse pequeno ser?
Para ficar melhor, vamos dizer que esse pequeno ser fosse você. Sabendo da
vida que você levou até hoje, que conselho você se daria para mudar tudo o
que você não gosta da sua biografia?
Como todos sabemos, não há como voltar ao passado.
Então, imagine que a sua “nova vida” vai começar agora. Pare, pense, e se dê
esse conselho, para que assim a sua trajetória seja redefinida.
Pensando em mim, eu cheguei ao seguinte conselho que eu daria a mim
mesmo caso eu pudesse voltar no tempo e falar comigo na versão bebê:
“Coloque-se sempre em primeiro lugar, e saiba que você não “tem que”
(fazer) nada, só para agradar a sociedade, a sua turma ou a maioria!”
Veja que aí estão presentes os dois aspectos centrais da nossa vida: o
individual e o coletivo.
Envolve o como você deve se tratar – que deve ser sempre a prioridade – e
como você deve lidar com os outros.
Considero que essas palavras resumem bem a mensagem que eu passo, fruto
de tudo que li e ouvi sobre autoconhecimento durante anos, em todo tipo de
livro, artigo e vídeo.
E você?
Qual seria o seu conselho para o seu eu bebê?
15. Qual a atitude de gentileza eu já presenciei ou recebi da
qual jamais vou me esquecer?
Pode parecer que essa pergunta se refira aos outros e não tenha nada a ver
com o conhecimento de si, mas não é bem assim. Ela fala muito sobre
sensibilidade. Explico.
Quando temos a capacidade de identificar e sentir o que é um ato de gentileza
genuíno, seja para conosco, seja para terceiros, isso demonstra que nós temos
sensibilidade e que estamos acordados.
Lá atrás, na introdução, eu falei dos benefícios da autoconsciência, e um
deles era exatamente o poder de perceber o impacto que você causa no
ambiente e vice-versa.
Quanto mais autoconsciente, mais afiado você se torna em ler o outro e
aprende a discernir uma atitude manipuladora e interesseira de uma atitude
solidária ou gentil.
Mais sobre manipulação no meu livro 40 Sinais para você identificar e
Excluir da sua vida PESSOAS MANIPULADORAS.
O fato é que quanto mais eu entro em sintonia com quem eu sou mais eu
tenho facilidade em perceber as pessoas que fingem ou estão a representar um
personagem com o intuito de se ajustar ou se aproveitar dos outros.
Caso você não esteja se lembrando de qual foi o último ato de gentileza que
você viu, não se preocupe. Isso vem com o tempo e com o aprendizado.
Afinal, se você adquiriu esse livro foi para buscar o autoconhecimento, e por
mais que você já tenha algum – e todos nós o temos –, pode ser que você
ainda não esteja tão sensível para ler o ambiente. Então o que você precisa
fazer?
Uma dica que posso dar é: normalmente um ato de gentileza genuíno vem de
pessoas que nada têm a ganhar com aquilo. O que eles fazem só gera
benefício para o outro.
16. O que eu preciso mudar a meu respeito?
Como uma espécie de exercício diário, é bom procurar ver como se sente e
que expectativas você carrega ao começar cada dia.
Há alguns aspectos dele que estão deixando você mais empolgado?
Descreva-os.
Há alguns outros que, pelo contrário, estão gerando temor ou ansiedade?
Quais são?
Depois, tente descobrir as razões que estão por trás de cada caso.
Até que ponto você pode mudar os aspectos ruins ou usar os aspectos bons
para ajudar a lidar ou amenizar os efeitos dos aspectos ruins daquele dia?
Tente fazer isso diariamente para que você perceba quais e como são os seus
padrões de pensamento e de respostas emocionais.
20. O que eu tenho de aceitar porque não posso mudar?
Eu não sei você, mas às vezes eu tenho a impressão de que as coisas chegam
a mim sem eu tê-las nem sequer requisitado.
Isso acaba sendo uma boa oportunidade para por ordem na casa e estabelecer
o que devo priorizar e ao que devo reagir, impondo limites, dizendo ao
mundo:
“Olha, isso eu não vou aceitar e nem assumir. Porque não é problema meu!”.
Quem não se conhecesse, tenta fazer de tudo para agradar os outros achando
que, ao fazer isso, obterá a gratidão e a admiração deles.
Ledo engano.
Sabe o que é mais bizarro nessa questão do autoconhecimento? É que quando
você não se conhece bem, as pessoas despejam sobre você todas as suas
mazelas e necessidades. Elas mostram que conhecem você mais do que você
mesmo! E isso não é natural.
Se você assumiu algo, e não quer mais, talvez seja por que você meio que
despertou para o fato de que aquilo não é bom ou não está mais lhe
favorecendo como antes.
Veja o que é. E desista disso. Caso você tenha dificuldade de agir assim,
procure entender por que lhe é tão difícil dizer não ou se impor.
É medo de desagradar? É culpa? É algum tipo de dependência?
Reflita.
22. Que pessoa eu preciso ser para que este dia corra bem?
É bom avaliar quais estados de espírito são mais adequados para cada um dos
nossos dias. Hoje, é preciso ser mais produtivo e focado, por exemplo? Ou a
situação exige que você seja mais paciente e gentil? Quem sabe você naquele
dia vá a uma festa e precise se mostrar mais animado e receptivo?
Só não ache que eu estou sugerindo a você para “fazer um tipo” ou vestir um
personagem.
Não é nada disso.
Essas sugestões só devem ser aplicadas caso você se sinta identificado com
as pessoas, com os ambientes e com as situações.
Se você não consegue mais ver relação e identificação com algumas dessas
realidades é bem provável que você esteja preso em um ciclo destrutivo por
acomodação ou irrefletido costume.
Nesse caso, a sugestão não é se adaptar, mas abandonar essa situação,
ambiente ou sair de perto de tais pessoas o mais rápido que você conseguir.
A última ideia que eu quero passar aqui é que alguém precisa se conformar à
sua realidade de vida. Isso passa longe da minha mensagem em todos os
meus livros e vídeos.
23. O que eu posso fazer hoje para expressar o que eu tenho de
mais especial e único?
Essa última foi para derrubar, não foi? Porque é uma questão que desafia
você a se expandir.
Toda vez que faço essa pergunta para mim, em qualquer situação ou lugar, eu
não consigo ser mais o mesmo que estava sendo até aquele momento.
Por essa razão, eu recomendo: faça essa pergunta toda vez que se sentir
“borocoxô” em qualquer situação, mesmo quando você estiver sozinho e
principalmente quando se estiver acompanhado.
Você verá a mágica que vai acontecer. Será como se, de repente, você virasse
outra pessoa instantaneamente.
24. Que coisinhas eu posso fazer que demonstrem: “eu amo a
mim mesmo”?
Amigo, se você ainda não aprendeu a se amar, recomendo que você faça
disso uma prioridade desde já. Aliás, exija isso de você para ontem!
Como assim, “se amar”?
De várias maneiras:
Tirando um tempo para meditar ou refletir sobre o que você quer para a sua
vida;
Reduzindo o tempo com pessoas negativas ou que não lhe acrescentam nada;
Desativando as notificações das redes sócias que atrapalham a sua
produtividade ou a sua paz de espírito
Pegando um cineminha à tarde para curtir um tempo com você;
Vendo filmes, vídeos, lendo sobre coisas que só você e mais ninguém gosta
(porque “eles” só fazem o que é “tendência”).
Bloquear (ou excluir mesmo!) aquelas pessoas do Whatsapp que só
procuram você quando já foram dispensados por todos os outros contatos da
lista de amigos deles.
Quantas atitudes positivas e construtivas – é assim que definimos atitudes
de amor – você teve para com você hoje?
LEIA TAMBÉM:
Sem ousadia, nada de bom acontece. Por isso, muitas vezes é bom se
perguntar:
Que mínima atitude eu poderia tomar que representaria uma vitória sobre mim mesmo, hoje?
Vamos pensar em situações concretas do seu dia-a-dia.
Que pessoa eu poderia chamar para sair, como amigo ou paquera?
A qual lugar diferente eu poderia ir hoje, só para ver como eu lido com a situação?
Que pessoa eu tenho entre meus contatos no whatsapp que eu poderia chamar para conversar?
Tenha certeza que muito do que você é hoje, de bom e ruim, se deve às
influências que você recebeu ao longo da vida, diretas ou indiretas.
Pode ser que a sua visão de mundo, das pessoas, da vida seja o resultado das
ideias de um autor que você leu.
As suas ideias de amor, de relacionamentos, de amizade e de afeto foram
formatadas depois dos tipos de pessoas com quem você viveu cada uma
dessas experiências.
Embora não gostemos de reconhecer, muitas das nossas ideias atuais só são
como são pelas dores ou dissabores que elas nos provocaram.
É claro que deve ter havido também muitas pessoas que impactaram você de
maneira positiva, felizmente. E é por isso que você ainda está aí, de pé,
vivendo e convivendo.
Quem foram elas? No que elas ajudaram a formar o seu caráter, a sua
personalidade e de que forma?
Se for difícil pensar em várias, escolha ao menos uma, e explique para si
mesmo como as suas experiências com ela mudaram sua vida.
27. O que é pior: fracassar ou nunca tentar?
A essas alturas desse livro você já deve saber que perguntas envolvendo
autoconhecimento não são como aquelas feitas com tempo contado em
programas de TV, em que quanto mais rápido o participante as responde,
melhor é para ele.
Quando o assunto é autoconhecimento a coisa é diferente. Aqui estamos no
mundo da reflexão, da análise cuidadosa, pois um passo em falso, uma
afirmação sobre si mal pensada e isso pode levar você a tomar atitudes das
quais pode vir a se arrepender. Ou no mínimo perder tempo, investindo em
projetos que não representam de fato quem você é.
Considere bem a pergunta acima. Sem pressa. Claro que fizéssemos essa
pergunta à queima roupa ao público na rua é claro que a maioria iria
responder que o pior é nunca tentar.
E por quê?
Porque as pessoas querem parecer melhores do que são. Elas farejam que há
ali uma “pegadinha”, que existe de fato uma “resposta certa” e essa envolve
AÇÃO. Desse modo, elas se veem pressionadas a escolher a alternativa que
elas acham ser a esperada e correta.
Mas você não está numa entrevista de rua e nem precisa responder para se
conformar à maioria ou dar satisfação ao mundo. Você está lendo e vai se
colocar essa questão para conhecer melhor como você pensa a ideia do
conforto e do risco.
Seja sincero. Como você responderia?
Ei, novamente eu digo: vá com calma.
Porque se você responde que fracassar é pior, isso indica que você deve ter
muito medo e, logo, não deve ser uma pessoa de muita atitude. Está disposto
a assumir esse rótulo?
Se a resposta for sim, qual é o motivo?
Mas se você responde que o pior é nunca tentar, você está indicando ser uma
pessoa até certo ponto aventureira e que está sempre forçando os limites da
sua “zona de conforto”.
Seja qual for a sua resposta, procure ver a razão (ou razões) que a sustenta.
Não há uma resposta definitiva e muito menos certa.
Contudo, tudo o que você faz para melhorar a sua vida é uma tentativa, é algo
que tira você do conforto ou da inércia. Como foi a sua atitude ao adquirir
esse livro em busca de se conhecer melhor.
E aí, como você responderia essa questão? Calma, que a questão seguinte
pode lhe dar uma luz.
28. Se eu tentasse pensando que iria fracassar, mas tivesse
sucesso, o que isso significaria?
Imagine essa situação. Você, pleno de certeza que iria perder, faz uma
tentativa e se dá bem.
Que sentimentos isso provocaria em você? Ou tenha provocado, pois talvez
você já tenha vivido essa experiência.
Eu já passei por isso e confesso que fiquei pasmo, sem saber o que pensar.
Durante algum tempo, fiquei com a sensação de que tudo o que eu pensava e
havia definido antes sobre as minhas qualidades e limitações estava errado. E
isso já era um exagero.
O problema é que muitas vezes, devido ao medo do fracasso ou de vivê-lo
novamente, colocamos todo ato que parece ousado demais e que poderíamos
tentar, numa única categoria: a do “impossível”. E isso novamente foge da
realidade.
Na verdade nós deveríamos dividir as coisas pelo menos em três categorias:
As de baixa dificuldade;
As de média dificuldade;
As de dificuldade alta (ou impossíveis);
É provável que quando tentamos alguma coisa e nos damos bem sem esperar
por isso, seja porque nós estivéssemos confundindo as coisas mais fáceis com
as mais difíceis.
Sob as condições adequadas, muitas coisas que achamos difíceis podem se
mostrar acessíveis. E porque não tentamos com mais vezes, e logicamente
com as condições apropriadas, ficamos sem saber.
As noções entre o fácil, o médio e o difícil se perdem quando não nos
conhecemos direito e não exploramos as nossas possibilidades.
Só não se deixe, diante da surpresa de um sucesso inesperado, se empolgar e
achar que todo o seu sistema interno de avaliação do mundo está com defeito
e que você era um Super-Homem adormecido que agora acordou.
De fato não é assim que o mundo e a vida funcionam também.
Haverá muitas situações relacionadas com coisas para as quais você não tem
condições ou preparo adequado naquele momento, e que, se você tentar irá
fracassar.
Tudo é uma questão de você saber categorizar as coisas de acordo com as
suas condições, percepção, experiência, e ter presente que o que você
considera de média dificuldade hoje, só o é porque você ainda não tentou
aquelas de baixa dificuldade.
Usando uma analogia:
O 10º degrau de uma escada parece alto, distante e difícil de alcançar, mas só
é visto assim porque você ainda não subiu os primeiros nove degraus.
Quando você tiver feito isso, verá que dar mais um passo não será tão difícil
– será só mais um degrau.
Moral da história: desconfie sempre das suas definições sobre o que é mais
difícil ou mais fácil, sobre o que é impossível e o que é possível.
Autoconhecimento não é prática ou exercício que você assume para se
definir, mas para se redefinir, e sempre de novo. Por meio dele nós
exploramos e descobrimos as nossas riquezas individuais desconhecidas. E
isso não tem fim porque nós estamos crescendo o tempo todo.
Há sempre mais de nós mesmos para ser descoberto e aproveitado.
29. Qual a única coisa pela qual eu gostaria de ser lembrado no
fim da minha vida?
Escolha apenas uma coisa, uma situação, um objetivo que você quer alcançar,
mas que seja o maior deles. Algo que seja ou que represente um divisor de
águas na sua vida.
É uma coisa que você quer adquirir? É uma situação que você quer atingir?
Ou é uma experiência que você quer viver?
Obviamente você pode estar pensando:
“Bem, eu quero algo que será bom para mim no momento, mas não resolve a minha vida.”
Eu gosto de falar muito. E isso é uma mania, como me disseram uma vez, de
quem tem o dom natural da comunicação e reflexão: há sempre um turbilhão
de ideias na nossa cabeça que precisam vir à tona, seja falando seja
escrevendo, seja debatendo. Então, quando não dá para se fazer uma coisa se
faz outra.
Mas de nada adiantam ter boas ideias se elas não se transformarem ou se
traduzirem em atitudes e projetos concretos.
Quer saber o grande segredo para se evitar arrependimentos futuros?
Fazer mais e falar menos.
Se você duvida, faça o teste. Tire um dia para fazer uma coisa que você vem
planejando há algum tempo, mas que no máximo só fala e comenta sobre
isso.
Faça e deixe para comentar com alguém qual era o seu plano depois de tudo
concluído ou pelo menos já bem adiantado.
A sua sensação no final do dia será de dever cumprido. E você se tornará uma
pessoa bem mais satisfeita com você mesmo à medida que essa prática se
tornar um hábito.
Eu sei como é porque eu já fui assim. Planejava e falava sobre muita coisa
que pretendia fazer, mas nada acontecia. E isso corroía o meu autorrespeito.
E aí você vive se justificando, procurando racionalizar as suas hesitações, e as
suas desistências. Lá no fundo é como se você soubesse que não pode ou tem
dúvidas e compensa a sua incapacidade falando.
Mas isso não lhe serve de nada. Quer se conhecer de verdade, ponha em
prática os seus planos, por mais singelos que eles sejam.
Faça mais e fale menos. Pensou em algo que você acha possível de ser feito,
ponha em prática. Isso, além de revelar as suas reais capacidades, ajuda você
a perceber em que aspectos é bom e em quais você não é.
O que você for capaz de realizar fortalecerá a sua autoestima e autoconfiança.
E os seus pontos fracos deixarão você mais ciente dos seus limites e mais “pé
no chão”.
34. Para o que a atenção está atraída neste momento?
Mais uma parada para avaliar o seu caminho até aqui – porque eu sei que
você andou lendo muitas questões de uma vez.
Lá onde se fixa a nossa atenção, ali se consome a nossa energia vital.
Será que você está investindo a sua energia naquilo que lhe faz bem? Ou nas
coisas que não fazem bem, e por isso você está sempre esgotado?
Observe.
À medida que você lê essas questões, a sua atenção automaticamente se volta
para elas.
São coisas que valem a pena todo o seu esforço e atenção? Pense.
Ou será que são coisas em que você se apegou, tem lhe tirado a paz, mas não
vão leva-lo a lugar nenhum?
Talvez seja por causa dessas coisas que a sua vida estacionou. E enquanto
você não se redefinir a sua vida não tomará um novo rumo.
É um relacionamento que fracassou? É um emprego sem futuro? Ou são
objetivos com os quais você não se identifica (mais)?
Eu apenas pergunto. Só você poderá saber as respostas.
Há momentos na vida que se nós não fizermos uma faxina e jogarmos tudo o
que nos atrapalha no lixo, nada vai para frente.
35. Como eu estou me sentindo neste instante?
Depois de tudo o que você leu até agora, que sentimentos você está
percebendo em você?
Quando lemos algo que nos impacta e nos inspira muitas emoções (reações
físicas diante do que vemos ou imaginamos) vêm à tona.
Muitas ideias do que fazer começam e explodir dentro de nós.
Tenha calma.
Respire e tente explicar para si mesmo como você está se sentindo aí onde
você está agora, na situação que você se encontra agora.
Não se afobe. Sinta e expresse para si mesmo o que você está sentindo.
Que emoções estão em ebulição e explodindo em seu corpo?
É medo, ansiedade, desorientação?
Ou é alegria, curiosidade, empolgação?
Às vezes podem ser todas elas misturadas.
É normal.
Você está se questionando e isso tende a gerar efeitos físicos confusos.
Se possível, anote tudo o que você sente.
Reflita sobre tudo isso depois.
As emoções não são coisas ruins. Pois são elas que nos ensinam como nos
sentimos sobre nós, sobre os outros, sobre a vida.
Já ouviu a expressão “sentir a vida”? É isso.
Você precisa aprender a “sentir o que sente”.
Sente-se inseguro? Reconheça. Por quê?
Sente-se animado? Reconheça. Por quê?
Quando entender o porque daquela emoção você poderá decidir o que fazer
com aquilo que lhe causou essas emoções.
As emoções, como dito acima, são reações fisiológicas a algo que nós
percebemos (ou apenas imaginamos).
As emoções não são enganosas. Já as nossas percepções, às vezes, sim.
Quanto mais você aprender a observar as suas emoções, mais acurada será a
sua percepção sobre si e sobre o mundo. E quem se entende melhor e percebe
melhor o mundo à sua volta vive e se relaciona de modo mais consciente.
36. Qual foi a coisa mais importante que eu fiz hoje?
Essa eu deixei para o final porque primeiro precisamos nos compreender, nos
conhecer, para depois nos ocuparmos de ver o que causamos de mal para os
outros.
Nós já somos muito doutrinados a colocar os sentimentos, os interesses e a
felicidade dos outros em primeiro lugar.
Curiosamente são as pessoas mais sensíveis as que se dedicam mais aos
outros, ao mesmo tempo em que negligenciam as únicas pessoas a quem elas
de fato deveriam prioritariamente dar atenção: elas mesmas.
Todavia, quando você estiver mais consciente dos seus reais desejos e
necessidades, é bom também ver como tem sido a sua interação e o
tratamento que você dá aos outros.
Será que você tem errado muito ou usado demais as pessoas? Por algum
acaso, os seus relacionamentos têm sido apenas meios para atingir algum fim?
Se sim, que coisa feia, coisa horrível, coisa rude.
Mas o que interessa de verdade é ir além do reconhecimento e do remorso e
se perguntar:
“Há algo que eu possa fazer para corrigir isso, e sem me prejudicar
também?”
Na dúvida se está preparado ou não para responder adequadamente a essa
questão sobre a sua relação com os outros, deixe-a mais tarde, quando o seu
senso de identidade e o seu senso de dignidade estiverem mais robustos e
bem estabelecidos.
40. Como eu avalio o meu grau de agradabilidade?
Quando começamos a nos observar e nos conhecer, notamos que todo dia
aprendemos alguma coisa. Ou ao menos nos damos conta de algo em nós ou
relacionado conosco que não tínhamos nos dado conta. Coisas que dão o que
pensar se estivermos dispostos a isso.
Pode ser também algo relacionado ao nosso modo de lidar e de nos
comportamos diante das outras pessoas. Quem sabe também não seja algo
ligado ao ambiente em que vivemos e convivemos.
O que aconteceu hoje que fez você se sentir diferente, e que lhe fez crescer ou
expandir a sua visão de si ou da sua relação com os outros ou com o ambiente
em algum aspecto?
Ao perceber o que pode ter sido a sua lição, teste aquilo em outro momento.
Veja se é algo que pode ajudar você a ser, interagir e lidar melhor com o seu
ambiente.
42. O que eu vou ganhar pessoal e emocionalmente se eu
fizer_______?
Muitas vezes, as coisas que mais nos irritam nas outras pessoas são um
reflexo de algum traço que não gostamos em nós mesmos. Não que seja
sempre assim, mas em alguns casos isso acontece.
Todos nós temos aspectos em nós mesmos dos quais não nos orgulhamos.
Nós não gostamos de reconhecer em nós determinadas fraquezas, por
exemplo. Então, quando alguém parece demonstrar um dessas fraquezas, nós
nos insurgimos contra a pessoa.
Se alguém se deixa usar como capacho para evitar conflitos, e se isso já foi
ou ainda é uma dificuldade que temos também, a passividade do outro nos
revolta.
A pessoa deveria reagir e defender os seus direitos (como nós não fizemos
tantas vezes), afinal de contas!
Então, diante de algo no outro que nos irrita, precisamos nos perguntar se de
fato o outro é o problema ou se ele apenas é um reflexo até certo ponto de nós
mesmos.
Portanto, sempre que alguém incomodá-lo ou irritá-lo de modo particular,
pergunte-se:
Será que isso é um reflexo de algo em mim que eu não gosto e que preciso mudar?
Ou será que essa pessoa é ou tem de fato um problema e eu tenho de arrumar um jeito de resolver isso
com ela?
Nos dois casos, você só tem a ganhar. No primeiro caso você cresce e se
expande.
E no segundo caso, se o outro não quiser entender e mudar, você fica livre
para mudar de amigo ou de parceiro.
44. Será que a minha rotina diária tem refletido os meus
valores e objetivos?
A essas alturas, se você já andou refletindo sobre tudo o que leu nas outras
questões, está na hora de você avaliar se realmente o que você defende é de
fato o que você vive.
Diferente do que dissemos na questão 33, que discutia planos e
compromissos que devem sair da teoria para a prática, aqui estamos falando
de comportamentos que devem ser a tradução dos valores que carregamos.
A pergunta é se as suas atitudes diárias andam combinando e expressando os
seus valores de vida ou se você, dizendo claramente, tem agido de maneira
hipócrita.
Caso você note que não está havendo muita sintonia entre uma coisa e outra,
a solução é meio óbvia: é só investigar por que você pensa uma coisa, e até se
compromete internamente com aquilo, mas para o público acaba se
mostrando de outro modo.
Sim, o “ser humano” é uma contradição ambulante, sempre dizendo uma
coisa e fazendo outras. Mas para quem está querendo se conhecer melhor e
viver de modo mais consciente e também responsável – o mínimo que se
espera é que esse alguém aja com um pouco mais de coerência.
Autoconhecimento anda de mãos dadas com autorresponsabilidade. Você não
se conhece apenas para viver de modo mais consciente, mas para ter
relacionamentos mais produtivos.
Portanto, quando você já souber identificar e quiser defender os seus valores,
certifique-se de fazer isso não só verbalmente, mas também por meio do seu
comportamento.
45. Que desculpas eu costumo me dar para não fazer o que é
preciso?
É óbvio que não temos controle sobre tudo em nossa vida e sobre as coisas
externas que nos afetam. E já falamos disso lá atrás.
Mas há aspectos em nossas vidas que são como são pelas atitudes que
tomamos ou deixamos de tomar em relação a eles.
Será que você tem assumido a sua porção de responsabilidade pela vida?
Há muitas ações, reações, inovações que estão em seu campo de ação e
controle.
Você tem olhado para esses elementos e assumido o devido controle sobre
eles?
Volta e meia faça uma revisão de todas as situações, tanto daquelas que você
foi responsável pela mudança de curso, como das outras em que você jogou
tudo para o alto, quando talvez não devesse.
É bom considerar aquelas situações em que fomos responsáveis pela
mudança, pois isso nos anima a vermos que em muitos casos é possível
alterar muitos eventos indesejáveis.
Elas servem para que nós vejamos que naquelas outras em que preferimos
nos omitir ou culpar os outros, tudo poderia ter sido diferente se a nossa
atitude fosse um pouco mais persistente.
Pois muito bem. De hoje em diante, para cada situação que você enfrentar,
pergunte-se:
Até que ponto eu tenho responsabilidade sobre essa situação?
Essa é uma das questões mais importantes, se não for a principal do livro.
Porque ela definirá as respostas que você dará às outras questões.
Pense no que consiste a vida para você:
A vida é sofrimento para você?
A vida é alegria?
Ou uma mistura das duas coisas?
Se é uma mistura, será que você consegue definir a proporção que deve haver
entre o sofrimento e a alegria para que você consiga fazer a sua jornada de
forma equilibrada?
Ou não?
Esse é um conjunto de perguntas-teste. E muitas vezes nós caímos nas
armadilhas das respostas fáceis que as pessoas lá fora de apressam para nos
dar, mesmo quando nunca solicitadas.
Você até pode comprar as ideias sobre o significado da vida promovidas e
vendidas pelo mundo afora.
Mas, no seu interior, você se sente perdido. E se sente perdido, por quê?
Porque você perde a conexão com quem você é, e isso implica na anulação
todas as suas verdadeiras questões e dúvidas.
Então, é claro, as respostas de fora não tem como resolver nada, já que não
sintonizam com as suas verdadeiras inquietações.
Voltemos então ao princípio. Pergunte-se:
“Qual o sentido da vida para mim?”
É claro que todo mundo tenderá a achar que está sempre respondendo a partir
do 3º nível, mas se você parar e pensar por um instante, verá que não é assim.
Que muito do que pensamos foi programado em nós.
Autoconhecimento não é algo a que se chega apenas se fazendo as perguntas
desse livro de maneira mecânica. Não é ritual mágico que você domina em
“21 dias”.
Você se torna mais autoconsciente à medida que a arte do
autoquestionamento se tornar uma prática diária, quando as questões, essas
do livro e tantas outras que virão, fizerem parte da sua constante reflexão
sobre si, em todos os momentos e abordarem todos os aspectos da sua vida.
Diante da possibilidade de uma nova relação, de uma decisão ou de qualquer
mudança significativa na sua vida, que não faltem em sua mente questões do
tipo:
O que eu quero com essa pessoa? Por que eu quero decidir desse jeito? O que é importante de verdade
e que poderei conseguir ao mudar isso ou aquilo?
Como já dito, quando você se conhece você faz escolhas melhores, tem
relacionamentos mais produtivos e sofre menos decepções.
Embora o autoconhecimento não seja garantia que não mais iremos errar,
uma vez que sempre teremos os nossos “pontos cegos”, ele é a definitiva
habilidade da qual precisamos para que cada vez erremos menos.
Além do mais, há as outras pessoas com quem convivemos, nem um pouco
interessadas nesse em se conhecerem, que podem se tornar verdadeiros
obstáculos para o nosso processo de autodescoberta.
Para atrapalhar o nosso crescimento também haverá os acidentes de percurso,
as tragédias naturais e as imprevisíveis frustrações que podem nos fazer
“perder a linha”.
Todavia, mesmo essas situações inesperadas podem nos provocar e nos fazer
trazer à tona certos aspectos nossos, tanto bons quanto ruins, até então
latentes e desconhecidos.
Seja como for, o autoconhecimento ainda será a melhor “caixa de
ferramentas” capaz de nos ajudar em todos os momentos da nossa jornada
biológica.
Não é a solução definitiva para os nossos problemas, o autoconhecimento
funciona como uma bússola que nos auxilia a encontrar ou reencontrar o
“caminho de casa”.
Para concluir, eu quero terminar com uma última questão.
Uma que tem o poder de nos energizar quando nos sentimos desorientados e
precisamos nos motivar de dentro para fora. Ela não é uma simples questão.
Ela é A QUESTÃO.
A questão que depois de todas as outras lidas e ponderadas poderá
desencadear as suas forças escondidas ou não reconhecidas...
A questão que eu me faço, toda vez que eu mesmo estou perdido nos
labirintos da minha consciência e em dúvida sobre o que fazer...
A questão que vai atualizar todo o seu aprendizado e sintetizar tudo o que
você precisa ativar quando achar que não se conhece e não se desenvolveu o
suficiente...
Essa questão é a seguinte:
“Estou sendo a pessoa que realmente quero ser, neste
momento?”
Tal pergunta faz despertar e ativar em si tudo o que você conhece e tem
condições de manifestar e de fazer naquele momento. Ela funcionará como
uma chave que destravará todo o seu potencial já disponível.
Com ela você se reanimará e aproveitará melhor cada momento, absorverá
melhor cada experiência, terá um desempenho bem maior e mais destacado
seja na situação que for.
Todo o patrimônio que já existir dentro de si e você precisar usar,
demonstrar, exibir, com essa pergunta irá se inflamar dentro de você e virá à
tona, fazendo com que você consiga se mostrar em sua melhor versão ao
mundo.
Lembra-se daquela função “turbo” que existe na sua máquina de lavar? É
algo semelhante àquilo que essa pergunta fará com você.
Se estiver com medo de falar, você falará com toda a desenvoltura.
Se quiser fazer algo, você o fará com mais segurança e determinação.
Se quiser conversar melhor, a sua maneira de se comunicar se tornará mais
sedutora, persuasiva e envolvente.
Parece mágica, coisa de outro mundo.
Mas não tem nada a ver com isso.
Será apenas você usando ao máximo as suas capacidades adquiridas, porém
adormecidas e negligenciadas até então.
Não, você não se torna um Super-Homem ou uma Mulher-Maravilha, que
fique claro.
Você apenas turbinará o seu desempenho, dentro das condições que lhe são
possíveis de acordo com o seu nível de autoconsciência e desenvolvimento.
Ao se fazer essa pergunta, a sua “edição mais recente e atualizada” entrará
em cena.
Enfim, de hoje em diante, em qualquer situação em que você quiser ser ou se
mostrar mais consciente, produtivo, sedutor, dedicado, focado, determinado,
persuasivo, etc... É só lançar mão dessa pergunta:
Estou sendo a pessoa que quero ser, neste momento?
É só continuar se conhecendo. Em breve, toda vez que essa pergunta for
colocada, recursos interiores serão liberados. E o seu novo eu dará os
primeiros passos para fora do casulo.
Acorde! Já passou da hora.
Fontes consultadas:
https://lonerwolf.com/self-awareness/
https://www.thecut.com/2017/10/how-to-be-more-self-aw are.html
https://nickwignall.com/self-awareness/
http://www.artofwellbeing.com/2017/08/29/self-knowledge/
https://scottjeffrey.com/self-awareness-activities-exercises/
http://www.artofwellbeing.com/2016/07/01/25-powerful-questions-ask-daily/
https://www.napratica.org.br/tudo-sobre-autoconhecimento/
Meus outros livros:
(Autoconhecimento)
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Decisões melhores, Atinja os seus Objetivos
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