Prova de Carga Estática em Estaca
Prova de Carga Estática em Estaca
Prova de Carga Estática em Estaca
(AULA 20)
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Cargueira, estacas de reação e tirantes.
Montagem e Execução do Ensaio
CARGUEIRA
Consiste de um caixão preenchido com algum material (areia, chapas de aço, blocos
de concreto) que garanta o peso para a reação. Trata-se de um sistema de reação
pioneiro, hoje praticamente em desuso, a não ser em alguns casos de ensaios com
cargas menos elevadas.
ESTACAS DE REAÇÃO
Geralmente verticais e sempre integralmente armadas a tração, são instaladas ao redor
da estaca de ensaio e fixadas em uma viga metálica para formar o sistema de reação.
TIRANTES
Este sistema é semelhante ao anterior, substituindo as estacas de reação por tirantes,
geralmente inclinados, presos em uma carapaça e ancorados no maciço de solo ou
rocha. Este sistema possibilita ensaios com cargas mais elevadas.
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Os deflectômetros são instrumentos, que podem ser analógicos, digitais, resistivos ou
indutivos, utilizados para medir os deslocamentos do elemento de fundação durante a
aplicação de carga. Os deflectômetros devem ter resolução mínima de 0,01 mm e
curso mínimo de 50 mm.
Os deslocamentos verticais do topo da estaca, ou do bloco de coroamento, devem
ser medidos simultaneamente através de quatro deflectômetros instalados em dois
eixos perpendiculares em relação às vigas de referência.
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Em cada estágio, devem ser realizadas leituras dos deslocamentos e da carga
aplicada nos seguintes períodos, contados a partir da aplicação da carga
correspondente: 5 min, 10 min, 15 min e 30 min;
Caso não ocorra a estabilização no período de 30 min, deve-se realizar leituras a
cada 15 min, até se atingir a estabilização e o tempo mínimo de estágio de 60 min.
Caso não seja atingida a estabilização, o tempo máximo de cada estágio é limitado a
120 min;
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Ensaio com carregamento rápido (PCR)
Carga Mantida Rápida;
O carregamento deve ser executado em estágios iguais e sucessivos, com
acréscimos de carga não superior a 10% da carga de trabalho prevista em projeto, com
duração de 10 min;
Estágios com duração padronizada sem estabilização dos recalques;
Melhor definição da curva carga-recalque – maior número de pontos.
MODOS DE RUPTURA
Ruptura Nítida
Ocorre a verticalização da curva P x ρ antes do último estágio;
Os recalques são incessantes, impossibilitando a continuidade do
carregamento;
Atinge-se a resistência máxima do sistema estaca-solo;
A carga correspondente ao trecho vertical define o valor da capacidade
de carga (R), sem requer interpretação para ser determinado.
Ruptura Física
Curva do tipo aberta;
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Os pontos na fase de carregamento constituem parte de um gráfico
assintótico a uma reta vertical;
A capacidade de carga R é definida pela assíntota vertical;
O valor de R é inatingível no ensaio.
Curva sem ruptura nítida ou física
Ruptura convencional;
Ponto convencionado que representa a capacidade de carga.
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Quando a energia aplicada pelo sistema não apresentar mais um
rendimento suficiente, é hora de encerrar a cravação da estaca;
Como critério objetivo de parada atende-se à tradicional nega de
cravação com valor geralmente especificado em projeto de 1mm/golpe a
3mm/golpe ou 10mm/10 golpes a 30mm/10 golpes – a medida em campo
é sempre realizada por meio de 10 golpes consecutivos do martelo;
No início da cravação, a nega é muito alta, atingindo alguns diâmetros
da estaca por golpe;
Próximo do final da cravação, a estaca nega-se a ser cravada!
Enquanto houver negas superiores a 10% do diâmetro da estaca, tem-se a
ruptura do solo, isto é, a mobilização da máxima resistência do sistema
estaca-solo;
Para negas inferiores a esse valor, a energia aplicada na cravação é
insuficiente para provocar a ruptura, mobilizando apenas parte da
resistência máxima e não atingindo a capacidade de carga;
Assim, quando a estaca “dá nega” a mobilização da resistência
máxima não está ocorrendo, o que torna inconsistente a correlação dessa
nega com a capacidade de carga do sistema estaca-solo.
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O desenvolvimento do modelo numérico de Smith para a solução da equação da onda
aplicada à cravação de estacas, bem como o desenvolvimento da eletrônica, que
viabilizou o registro acurado de força e aceleração no topo da estaca durante o impacto
da cravação, criou condições para o surgimento do ensaio conhecido como prova de
carga dinâmica.
O comportamento da estaca submetida a um carregamento
dinâmico possibilita a avaliação da capacidade de carga.
Verificar a integridade da estaca.
O ensaio tradicional consiste na aplicação de um ciclo de impactos – 10 golpes de
energia aproximadamente constante.
Equipamento e instrumentação
Transdutores de deformação específica e de aceleração força e deslocamento em
uma seção no topo da estaca, durante a propagação da onda ao longo do fuste.
Para determinação da força, é adotado o módulo de elasticidade
dinâmico do material da estaca:
E= ρc2 ρ é a massa específica e c a velocidade da onda.
A velocidade e o deslocamento do ponto instrumentado são obtidos pela integração
da aceleração medida pelos acelerômetros.
Equipamento e instrumentação
O PDA (Pile Driving Analyser) é um equipamento portátil para a
aquisição dos registros e o processamento dos sinais obtidos pela
instrumentação.
O processador utiliza a teoria de propagação das ondas:
o Força máxima no impacto (FMX);
o Energia máxima no golpe (EMX);
o Resistência estática mobilizada (RMX);
o Deslocamento máximo da estaca durante o impacto (DMX);
o Integridade da estaca;
o Tensões máximas na estaca;
o Eficiência do equipamento da cravação.
EXECUÇÃO
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A NBR 12308 (ABNT, 2007) recomenda que sejam utilizados, no mínimo, seis
transdutores, sendo 4 de deformação específica e 2 acelerômetros.
Após o término da montagem da instrumentação e conexão ao sistema registrador e
processador de dados (PDA), inicia-se, por meio de golpes de martelo, o carregamento
dinâmico da estaca.
Vantagens
Ensaio vantajoso quanto ao custo e duração, possibilitando a avaliação da
capacidade de carga de uma maior amostra de estacas na obra – maior
representatividade;
Maior amostra curva de distribuição das resistências estimativa da probabilidade
de ruína da fundação;
Há casos em que o ensaio dinâmico constitui quase a única opção
obra offshore ou no caso de estacas de capacidade de carga muito elevada, por
exemplo;
Vantagens
Capacidade de carga é inferida durante a própria cravação da estaca;
Avaliação da recuperação e perda de resistência que ocorrem em certos solos com a
cravação de estacas;
Obtenção separada das parcelas de resistência lateral e de ponta do sistema estaca-
solo;
Verificação da integridade da estaca.
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Como existe resistência devido ao solo que envolve a estaca, as curvas afastam-se,
e pela diferença é definida a resistência por atrito lateral que provocou as ondas
refletidas;
Após o tempo 2L/c a diferença decorre também da resistência de ponta da estaca.
Para a avaliação da qualidade do sinal da instrumentação, verifica-se se a curva
velocidade x impedância coincide com a curva de força no momento do impacto (t=t1 )
é satisfatório quando essas curvas se sobrepõem no início da onda.
Se a resistência de ponta for pequena ou nula, a onda refletida é de tração e soma-se à
onda descendente, de modo que a velocidade aumenta e a força diminui ao longo do
tempo 2L/c.
Caso a resistência de ponta elevada, a onda refletida é decompressão, provocando o
aumento do sinal da força e diminuindo o sinal de velocidade.
CASE e CAPWAP
NBR 13208/2007
“os dados obtidos e processados pelo método simplificado do tipo CASE devem ser
confirmados e calibrados por meio de análise numérica rigorosa, do tipo CAPWAP, e/ou
por uma prova de carga estática”.
A mesma norma recomenda a realização da prova de carga dinâmica “em pelo
menos 5% das estacas da obra e no mínimo três ensaios; para cada estaca ensaiada
deve ser processada pelo menos uma análise do tipo CAPWAP”.
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Gráfico referente à distribuição de resistência por atrito lateral e diagrama de
esforços normais ao longo da estaca.
Controle da integridade da estaca
Pode-se detectar descontinuidades ou reduções em uma seção
qualquer da estaca;
A verificação de integridade do fuste da estaca pode ser feita pormeio dos registros
de força e velocidade obtidos no PDA;
Quando a onda sofre uma reflexão ao encontrar uma variação de impedância
(possível dano), é causada uma mudança na força e na velocidade medida no topo da
estaca.
Energia crescente
A utilização de energia crescente nos sucessivos golpes em vez da energia constante
do ensaio tradicional foi apresentado por Aoki (1989). Aplica-se uma série de golpes do
martelo de peso W caindo
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Não é possível detectar outros danos localizados abaixo do primeiro grande dano na
estaca.
ESCOLHA DE FUNDAÇÕES
(escolha das fundações)
Escolha de Fundações
A escolha do tipo mais adequado de fundação para uma estrutura depende da
profundidade em que se encontra a camada portante, da capacidade de carga, da
heterogeneidade do solo, do tipo de superestrutura em análise, dentre outros fatores.
Satisfaz as condições técnicas e econômicas da obra
Critérios de Projeto
São diversas as variáveis a serem consideradas para a escolha do tipo de fundação. É
preciso analisar os critérios técnicos necessários para o desenvolvimento de um projeto
de fundação. Os principais itens a serem considerados são:
Topografia da área
Dados geológicos-geotécnicos
Dados da estrutura a construir
Dados sobre construções vizinhas
Levantamento topográfico (planialtimétrico);
Dados sobre taludes e encostas no terreno, ou que possam, no caso de acidentes,
atingir o terreno;
Necessidade de efetuar cortes e aterros;
Dados sobre erosões;
Presença de obstáculos, como aterros com lixo ou matacões.
Dados geológicos-geotécnicos
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Investigação do subsolo;
Variabilidade das camadas e a profundidade de cada uma delas;
Existência de camadas resistentes ouadensáveis;
Compressibilidade e resistência dos solos;
Posição do nível de água.
Dados da estrutura a construir
Tipo e que terá a nova obra;
Sistema estrutural; Cargas (ações nas fundações):
Permanentes;
Variáveis;
Excepcionais
Dados sobre construções vizinhas
O tipo de estrutura e das fundações vizinhas;
Desempenho das fundações;
Existência de subsolo;
Possíveis consequências de escavações e vibraçõesprovocadas pela nova obra;
Danos já existentes.
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Existência de água onde o rebaixamento do lençol freático não se justifica
economicamente.
ESCOLHA DE FUNDAÇÕES: FUNDAÇÃO PROFUNDA
Na escolha do tipo de estaca é preciso levar em conta os seguintes aspectos:
1)Esforços nas fundações;
2) Características do subsolo, em particular quanto à ocorrência de:
• Argilas muito moles, dificultando a execução de estacas de concreto moldadas in-situ;
• Solos muito resistentes (compactos ou com pedregulhos) que devem ser
atravessados, dificultando ou impedindo a cravação de estacas de concreto pré-
moldadas;
Na escolha do tipo de estaca é preciso levar em contabos seguintes aspectos:
2) Características do subsolo, em particular quanto à ocorrência de:
• Solos com matacões, dificultando ou impedindo o emprego de estacas cravadas de
qualquer tipo;
• Nível de água elevado, dificultando a execução de estacas de concreto moldadas in
situ sem revestimento ou uso de lama bentonítica;
• Aterros recentes (em processo de adensamento) sobre camadas moles.
Na escolha do tipo de estaca é preciso levar em conta os seguintes aspectos:
3)Características do local da obra, em particular:
• Terrenos acidentados, dificultando acesso de equipamentos pesados;
• Local com obstrução na altura, como telhados e lajes dificultam o acesso de
equipamentos altos;
• Obra muito distante de um grande centro encarecem o transporte de equipamento
pesado.
Na escolha do tipo de estaca é preciso levar em contaos seguintes aspectos:
Características das construções vizinhas, em particular quanto a:
• Tipo e profundidade das fundações;
• Sensibilidade a vibrações;
• Danos já existentes.
Não há regras para escolha do tipo de estaca, sendo muito importante a experiência
para esta definição.
PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO
Faixa de carga 200 a 1500 kN
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Não são recomendadas nos seguintes casos:
Terrenos com presença de matacões ou camadas de pedregulho;
Terrenos em que a previsão da cota de ponta da estaca seja muito variável, de forma
que não seja possível selecionar regiões de comprimento constante;
Caso em que as construções vizinhas se encontrem em estado “precário”, quando as
vibrações causadas pela cravação dessas estacas possam criar problemas.
FRANKI
Faixa de carga 550 a 1700 kN
Processo executivo causa muita vibração;
Pode ser utilizadas para o caso de a camada resistente encontrar- se a
profundidades variáveis;
Não são recomendadas nos seguintes casos:
Terrenos com matacões;
Caso em que as construções vizinhas se encontrem em estado “precário”;
Terrenos com camadas de argila mole saturada – problema de estrangulamento do
fuste analogamente ao que ocorre com estacas Strauss.
METÁLICAS
Faixa de carga 400 a 3000 kN
Embora seja o tipo de estaca mais cara, por unidade de carga, a mesma pode ser
uma solução vantajosa nos seguintes casos:
Quando não se deseja vibração durante a cravação;
Quando servem de apoio a pilares de divisa eliminam o uso de vigas de equilíbrio
e ajudam no escoramento, caso de subsolos.
ESCAVADAS
Cargas elevadas acima de 1500 kN
Executadas geralmente com o uso de lama bentonítica;
Não causam vibração, porém necessitam de área relativamente grande para a
instalação dos equipamentos para sua execução.
TUBULÕES
Tubulões de céu aberto são utilizados para praticamente para qualquer faixa de
carga;
Tubulões de ar comprimido são usados para cargas elevadas (acima de 3000 kN);
Tubulões a céu aberto são usados acima do nível da água, ou abaixo, se o terreno
for argiloso, desde que seja possível esgotar a água com o auxílio de bomba;
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Quando não for possível, executa-se os tubulões de ar comprimido.
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