Modelo de Impugnação

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AO ILUSTRÍSSIMO (A) PREGOEIRO (A) DA PREFEITURA MUNICIPAL DE MALHADOR - ESTADO DE

SERGIPE

REF.: PEDIDO DE ESCLARECIMENTO COM IMPUGNAÇÃO AO EDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO Nº


014/2023

A empresa SIEG APOIO ADMINISTRATIVO LTDA - ME, pessoa jurídica de direito privado, com sede
na cidade de Curitiba, estado do Paraná, na Rua José Merhy, 1266, com endereço eletrônico
[email protected], inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica sob o nº.
06.213.683/0001-41, por intermédio do seu representante infra-assinado, vem tempestivamente
e com fulcro no artigo 41º e seus parágrafos da Lei Federal nº 8.666/1993, apresentar PEDIDO DE
ESCLARECIMENTO COM IMPUGNAÇÃO em face do Edital em epigrafe, pelas razões de fato e de
direito que passa a expor:

1) SÍNTESE FÁTICA

O Município de Malhador - SE, instaurou procedimento licitatório, na modalidade


Pregão Eletrônico, visando a “aquisição e fornecimento parcelado de equipamentos e
materiais permanentes para atender o programa “ALFABETIZAR PRA VALER” no Município de
Malhador/SE, conforme especificações e quantitativos constantes no Termo de Referência,
ANEXO I deste Edital e demais anexos.”.

Todavia, denota-se a presença de vício que pode vir a macular todo o processo,
cuja prévia correção se mostra indispensável à abertura do certame e a formulação de
propostas.

Face o interesse público evidente do procedimento em voga, por sua amplitude,


SOLICITA-SE COM URGÊNCIA a análise do mérito deste Esclarecimento pelo (a) Sr. (a) Pregoeiro

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(a), a fim de evitar prejuízos maiores para o erário público, o qual certamente será lesado caso
o Edital permaneça nos termos atuais. Tal é o que se passa a demonstrar.

2) PRELIMINARMENTE

Informamos que o presente documento conta com assinatura digital, em


conformidade com a Medida Provisória nº 2.200-2/01, que institui a Infraestrutura de Chaves
Públicas Brasileiras (ICP - Brasil) e instituiu requisitos formais e técnicos, para a autenticação digital
de documentos públicos ou privados, cujo integral cumprimento concede ao documento
autenticado digitalmente o mesmo valor probatório dos originais (art. 2o-A, §2o da Lei nº
12.682/2012).

Desse modo, entende-se que será dispensado o protocolo da via original deste
documento, dada a validade jurídica a ele instituída.

3) DAS RAZÕES

Inicialmente, cumpre mencionar que o presente pleito pretende afastar do


procedimento licitatório, exigências feitas em extrapolação ao disposto no estatuto que
disciplina o instituto das licitações, com intuito inclusive, de evitar que ocorra restrição
desnecessária do universo de possíveis e capacitados licitantes, obstando a BUSCA DA
CONTRATAÇÃO MAIS VANTAJOSA para Administração Pública.1

A) DA EXIGÊNCIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Ao estabelecer os critérios relativos à qualificação técnica, o edital dispõe:

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“5.11. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
5.11.2. Alvará de Funcionamento em nome da licitante, fornecido pela Prefeitura
do domicílio da licitante e compatível com o objeto desta licitação.”

Apesar do disposto em edital, a exigência de licença sanitária para empresas


fornecedoras do item 7 – “QUADRO BRANCO PROFISSIONAL” não é cabível, a atividade de
fabricação e fornecimento de quadros escolares não envolve manipulação de alimentos,
produção de medicamentos, tratamento de resíduos biológicos ou outras atividades
diretamente relacionadas à saúde pública. Portanto, não há motivo razoável para requerer
uma licença sanitária para essa categoria de empresas. A legislação de licenciamento sanitário
está relacionada a atividades que representem um risco significativo para a saúde pública.
Quadros são objetos inanimados e, por si só, não representam risco à saúde
pública. Não há manipulação de substâncias perigosas, nem há potencial de contaminação
envolvido na produção ou entrega desses produtos. Portanto, não existe um motivo concreto
para a imposição de uma licença sanitária.
Sem olvidar que a exigência de licença sanitária para empresas fornecedoras de
quadros aumentaria os custos operacionais dessas empresas e geraria uma carga burocrática
desnecessária. Isso poderia prejudicar a concorrência no mercado e resultar em preços mais
altos para as escolas, o que não é do interesse público.
Por sua vez, O princípio da legalidade é fundamental no direito administrativo e
exige que as normas e requisitos para obtenção de licenças sejam claramente estabelecidos
em lei. Se a legislação não prevê expressamente a necessidade de uma licença sanitária para
empresas fornecedoras de quadros, não se pode impor essa obrigação de forma arbitrária.
No mesmo sentido o princípio da proporcionalidade exige que as medidas
regulatórias sejam proporcionais aos objetivos pretendidos. Exigir uma licença sanitária para
empresas fornecedoras de quadros seria desproporcional, pois não existe um benefício claro
para a saúde pública que justifique a imposição de tal requisito.

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Em resumo, a exigência de licença sanitária para empresas fornecedoras de
quadros não é justificada sob uma análise jurídica e prática. Tal exigência não atende aos
princípios de legalidade, proporcionalidade e necessidade, uma vez que a atividade em
questão não envolve riscos à saúde pública. Portanto, a imposição de tal requisito seria
injustificada e onerosa para as empresas e as escolas que dependem de seus produtos.
Ademais, o alvará sanitário é exigido por lei, somente para determinadas
empresas, como pode ser comprovado através da lista apresentada pela Agência de
Desenvolvimento, onde somente as atividades taxadas são passíveis de tal alvará conforme link
para o portal Gov1:
Diante do exposto, entendemos que a exigência de licença sanitária não se aplica
aos fabricantes e distribuidores do item 7 – “QUADRO BRANCO PROFISSIONAL”. Está correto o
nosso entendimento?
Subsidiariamente, caso contrário, pugnamos pela retificação do edital, visto que
a exigência é manifestamente ilegal, pois não se adequa ao objeto deste edital, ainda,
solicitamos que a Administração apresente fundamentação legal que justifica a manutenção
da exigência restritiva.

4) DO DIREITO

Em conformidade com o artigo 3º da Lei de Licitações, são princípios expressos da


licitação: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, igualdade, probidade
administrativa, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo.
Dentre eles, destaca-se o princípio da igualdade entre os licitantes, também
conhecido como princípio da isonomia: a Administração Pública deve conduzir a licitação de
maneira impessoal, sem prejudicar ou privilegiar nenhum licitante. Desde que preencham os
requisitos exigidos, todos os que tiverem interesse em participar da disputa devem ser tratados
com isonomia.

1
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-cgsim-n-62-de-20-de-novembro-de-2020-
289584141?_ga=2.43057957.1823130996.1606310844-1145976479.1606310844

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A importância da licitação para a Administração Pública está expressa no artigo
37, XXI, da Constituição da República:

“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública
que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações. “

Assim, o referido princípio dos administrados perante à Administração Pública, ao


ser aplicado à licitação pública, transmuda-se no princípio da igualdade de condições a todos
os concorrentes, que adquire caráter de princípio constitucional mediante a sua inclusão no
texto da Carta Magna, acima transcrito.

Em consonância com Celso Antonio B. de Mello (2004, p. 73), para o Direito


Administrativo, o princípio da isonomia ou da igualdade dos administrados em face da
Administração anda de mãos dadas com o princípio da impessoalidade. Em outras palavras, a
igualdade refere-se não à Administração Pública em si, que representa os interesses da
coletividade, supremos em relação ao interesse privado. A igualdade, em Direito Administrativo,
concerne ao modo como a Administração Pública deve tratar os administrados.
Todos os dispositivos da lei de licitações ou regulamentação de um específico
processo licitatório deve ser interpretado à luz do princípio da isonomia. Sobre o assunto:

“(...) Os esclarecimentos do MinC não conseguiram elidir a subjetividade da


avaliação da prova de conceito, especialmente considerando-se o item 1 da

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primeira etapa e os itens 3 e 5 da segunda etapa, os quais não utilizam parâmetros
objetivos para a atribuição dos pontos à licitante, caracterizando infringência ao
princípio do julgamento objetivo estampado no art. 3º da Lei 8.666/1993, bem
como ao princípio constitucional da isonomia (...) 36. Considerando os indícios de
irregularidades relatados, que ferem dispositivos da Lei 8.666/1993, além do
princípio constitucional da isonomia, e considerando também a exceção prevista
no § 6º do art. 276 do RITCU, será proposto que o MinC adote medidas com vistas
à anulação do Pregão Eletrônico 16/2014 (...) (TCU 03019620140, Relator: ANDRÉ
DE CARVALHO, Data de Julgamento: 22/04/2015)” (grifo nosso).

Assim é obrigação da Administração Pública não somente buscar a proposta mais


vantajosa, mas também demonstrar que concedeu a todos os concorrentes aptos a mesma
oportunidade.

5) DOS PEDIDOS

Diante do exposto, impugna-se o presente edital para que o órgão:

A) Esclareça que a exigência de licença sanitária não se aplica aos fabricantes e


distribuidores do item 7 – “QUADRO BRANCO PROFISSIONAL”.
B) Subsidiariamente, caso contrário, pugnamos pela retificação do edital, visto
que a exigência é manifestamente ilegal, pois não se adequa ao objeto deste
edital, ainda, solicitamos que a Administração apresente fundamentação legal
que justifica a manutenção da exigência restritiva.

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Para garantir a competitividade do certame, aguardamos que sejam respondidos
nossos esclarecimentos, e caso a resposta aos nossos questionamentos seja negativa,
solicitamos considerar nosso documento como uma IMPUGNAÇÃO ao edital, uma vez que o
mesmo restringe a participação e a competitividade.

Termos em que, pede Deferimento.

Curitiba, 10 de novembro de 2023.

LILIANE Assinado de forma


digital por LILIANE
FERNANDA FERNANDA
FERREIRA:0797 FERREIRA:07971107986
Dados: 2023.11.10
1107986 11:31:42 -03'00'

________________________________________________________________
SIEG APOIO ADMINISTRATIVO LTDA - ME
LILIANE FERNANDA FERREIRA
CPF: 079.711.079-86

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