Relatório Técnico - Termoquímica

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 16

1.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
1.1. Processos endotérmicos e exotérmicos

Tabela 1 – Resultados etapa 1 (Processos endotérmicos e exotérmicos)


Temperatura Inicial Temperatura
Solução Reagente ΔT(°C) Processo
solução (°C) Final (°C)
H2O NH4Cl 26 24,3 -1,7 Endotérmico
H2O NaOH 26,5 32 5,5 Exotérmico
H2O NaCl 24,8 25 0,2 Exotérmico
H2O Na2S2O3 27 27 0 -
H2O H2SO4 25,5 41 15,5 Exotérmico
HCl Al 27,9 65 37,1 Exotérmico
H2SO4 Zn 29,8 34 4,2 Exotérmico

Segundo a literatura, quase todas as reações químicas absorvem ou liberam energia, geralmente na
forma de calor. Um processo exotérmico é aquele que, durante o processo, o sistema transmite
calor, já o endotérmico, é aquele em que, durante o processo o sistema absorve calor [BROWN,
2005].

Afim de diferenciar processos exotérmicos e endotérmicos, adicionou-se 3mL de água destilada em


tubos de ensaios distintos, mediu-se a temperatura e adicionou-se NH4Cl, NaOH, Na2S2O3 , H2SO4 e
NaCl, cada reagente em um tubo distinto.

+ −
𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑠) + 𝐻2𝑂(𝑙) → 𝑁𝑎 (𝑎𝑞)
+ 𝑂𝐻(𝑎𝑞) + 𝐻2𝑂 (𝑙) ∆𝐻 =− 𝑋

A temperatura aferida de 3 mL de água destilada no tubo de ensaio foi igual a 26,5°C. No entanto,
após a adição de NaOH (s), houve um aumento significativo na temperatura do sistema, sendo a
temperatura máxima atingida igual a 32°C, havendo uma variação de temperatura equivalente a
5,5°C. Isto, por sua vez, infere que a reação ocorrida pode ser classificada como um processo
exotérmico, uma vez que houve liberação de calor, ou seja, transferência de energia térmica para o
meio exterior.
Para que ocorra a dissolução, é necessário que haja a quebra das ligações entre as partículas que
constituem o soluto, neste caso, NaOH. A quebra dessas ligações libera os íons Na+ e OH- , sendo
esta etapa endotérmica, visto que é necessário o fornecimento de energia para a quebra destas
ligações e liberação dos íons em solução. A segunda etapa a ser analisada é a solvatação dos íons
Na+ e OH- , que é o processo no qual os íons estarão interagindo com as moléculas de água. Esta
interação, denominada como soluto-solvente, ocorre com liberação de energia, devido à formação
de interações intermoleculares mais estáveis do que as que existiam antes da dissolução. Isto, por
sua vez, é uma manifestação da termodinâmica, onde o sistema busca um estado de menor energia e
maior estabilidade.

Tendo em vista que pôde-se observar o aumento de temperatura durante o processo, pode-se
afirmar que a energia liberada na solvatação dos íons foi maior que a energia absorvida na quebra
das ligações do soluto, inferindo que a dissolução de NaOH em água se trata de um processo
exotérmico e apresenta ΔH negativo. O ΔH representa a variação da entalpia de um sistema, medida
à pressão constante, durante uma reação química. A entalpia é uma função termodinâmica que
inclui a energia interna do sistema e também o trabalho realizado à pressão constante. O ΔH, por
sua vez, pode ser positivo (endotérmico) se a reação absorver energia do ambiente, ou negativo
(exotérmico) se a reação liberar energia para o ambiente.

+ −
𝑁𝐻4𝐶𝑙(𝑠) + 𝐻2𝑂(𝑙) → 𝑁𝐻4 + 𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝐻2𝑂 (𝑙) ∆𝐻 =+ 𝑋
(𝑎𝑞)

Em outro tubo de ensaio, aferiu-se a temperatura inicial da água, equivalente a 26°C. Após a adição
de pequena porção de NH4Cl, foi possível identificar uma variação de temperatura, visto que a
temperatura final foi igual a 24,3°C.

Durante a dissolução, ocorre a quebra das ligações entre as partículas que constituem o soluto,
neste caso, NH4Cl. A quebra dessas ligações libera os íons NH4+ e Cl- , sendo esta etapa
endotérmica, visto que é necessário o fornecimento de energia para a quebra destas ligações e
liberação dos íons em solução. A etapa seguinte a ser considerada é a solvatação dos íons NH4+ e
Cl-, na qual os íons interagem com a água através da interação soluto-solvente, que ocorre com
liberação de energia. A formação dessas interações, no entanto, requer uma significativa quantidade
de energia, visto que o cloreto de amônio é um composto iônico, o que significa que ele consiste em
íons carregados eletricamente, o íon NH4+ (íon amônio) e o íon Cl- (íon cloreto) e para separar estes
íons é necessário superar essa atração eletrostática, o que exige a entrada de energia. No entanto,
além desta ligação iônica que precisa ser rompida, as moléculas de água têm a capacidade de formar
ligações de hidrogênio, que são interações muito fortes entre o hidrogênio de uma molécula e outro
elemento mais eletronegativo de outra molécula. Quando o íon amônio (NH4+) é solvatado em água,
as moléculas de água envolvem o íon amônio e estabelecem ligações de hidrogênio com seus
átomos de hidrogênio. Isso requer a quebra das ligações entre as moléculas de NH4Cl sólido o que
consome energia, ao se ter as ligações de hidrogênio há uma liberação de energia, porém essa
liberação de energia é menor que a consumida. Logo, mais energia é absorvida do que liberada,
resultando em um saldo negativo de energia, ou seja, entende-se que mais energia é consumida do
que é produzida no sistema. Isso ocorre em reações endotérmicas, onde a quantidade de energia
absorvida é maior do que a quantidade de energia liberada.

Essa energia, por sua vez, é fornecida ao sistema a partir do ambiente para superar as barreiras
energéticas e permitir que a reação ocorra.

−2 +
𝐻2𝑆𝑂4 + 2𝐻2𝑂(𝑙) → 𝑆𝑂4 (𝑎𝑞) + 2 𝐻3𝑂 (𝑎𝑞) ∆𝐻 =− 𝑋
(𝑎𝑞)

Em um tubo de ensaio, aferiu-se a temperatura inicial da água, igual a 25,5° C. Após a adição de
H2SO4 foi possível identificar uma brusca variação de temperatura, visto que a temperatura final foi
igual a 41°C. Infere-se, portanto, uma variação de energia igual a 15,5°C, sendo esta, uma reação
exotérmica.

A primeira etapa deste processo é a dissociação iônica, pois quando o ácido sulfúrico é adicionado
à água, ele se dissocia em seus íons constituintes. O H2SO4 é um ácido forte que se dissocia quase
completamente em solução aquosa de acordo com a equação abaixo:

H2SO4(l) → 2 H+(aq) + SO4-2(aq)

Após a dissociação, os íons H+ (próton) e SO4-2 (íons sulfato) são solvatados pelas moléculas de
água presentes em solução. Durante a solvatação, as moléculas de água envolvem e interagem com
os íons, formando ligações de hidrogênio e forças intermoleculares. Essas ligações de hidrogênio e
interações do tipo dipolo-dipolo liberam energia à medida que são formadas.

A liberação de energia que ocorre durante a solvatação dos íons compensa a energia necessária
para quebrar as ligações nas moléculas de H2SO4 e permitir que a dissociação e solvatação
aconteçam. Como resultado disto, a reação global é exotérmica e libera calor, aumentando a
temperatura da solução. Esta liberação de calor, por sua vez, é observada com o aumento da
temperatura da solução.

+ −
𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑠) + 𝐻2𝑂(𝑙) → 𝑁𝑎 (𝑎𝑞)
+ 𝐶𝑙 (𝑎𝑞)
+ 𝐻2𝑂(𝑙) ∆𝐻 =− 𝑋
De forma semelhante à dissolução do NaOH, a dissolução do cloreto de sódio (NaCl) em água é
um processo exotérmico, o que significa que ele libera energia na forma de calor. Isto, por sua vez,
pôde ser observado através da variação de temperatura, igual a 0,2°C, uma vez que a temperatura
aferida da água foi igual a 24,8°C e após a adição do sal a temperatura aferida foi de 25°C.

Apesar das etapas de dissolução do NaOH e do NaCl serem as mesmas, a dissolução do cloreto de
sódio (NaCl) em água é menos exotérmica do que a dissolução do hidróxido de sódio (NaOH)
devido às diferenças nas forças intermoleculares envolvidas e nas energias de solvatação dos íons.

Quando o NaCl se dissolve em água, os íons Na+ e Cl- são solvatados pelas moléculas de água por
meio de interações íon-dipolo. A solvatação desses íons é exotérmica, ou seja, libera energia, mas
as interações entre os íons e a água não são tão fortes quanto as ligações de hidrogênio. Na
dissolução do NaOH, os íons Na+ e OH- são solvatados pelas moléculas de água. Além das
interações do tipo íon-dipolo, as moléculas de água também estabelecem ligações de hidrogênio
com o íon OH-. Essas ligações de hidrogênio são mais fortes do que as interações íon-dipolo, e a
formação de ligações de hidrogênio é uma fonte adicional de energia liberada durante a solvatação.
Isto, por sua vez, torna a reação mais exotérmica.

Na realização da dissolução do tiossulfato de sódio em água, a temperatura aferida no tubo de


ensaio contendo 3 mL de água destilada foi igual a 27°C. Após a adição do tiossulfato de sódio
(Na2S2O3), aferiu-se a temperatura novamente e notou-se que a temperatura do sistema permaneceu
a mesma.

Semelhantemente às dissoluções citadas anteriormente, o tiossulfato de sódio quando adicionado à


água necessita absorver energia para se dissociar em seus íons constituintes de acordo com a
seguinte reação:

+ 2−
𝑁𝑎2𝑆2𝑂3(𝑠) + 𝐻2𝑂(𝑙) → 2 𝑁𝑎 (𝑎𝑞)
+ 𝑆2𝑂3 (𝑎𝑞) + 𝐻2𝑂(𝑙) ∆𝐻 ≈ 0

Uma vez que os íons estão em solução, eles são solvatados pelas moléculas de água e há liberação
de energia, visto que novas interações são formadas. Como a variação de temperatura foi
imperceptível para o instrumento que foi utilizado, pode-se afirmar que houve um erro no
procedimento, pois a dissolução do sal Na2S2O3, em água é conhecida na literatura como um
processo endotérmico, o que não foi observado no experimento realizado.

Após a realização da dissolução dos compostos anteriormente citados, repetiu-se o procedimento


substituindo a água destilada pela solução de H2SO4 (6 mol.L-1) e HCl (6 mol.L-1), adicionando-se
zinco e alumínio às soluções, respectivamente.
A temperatura inicial do H2SO4 presente no tubo de ensaio foi igual a 29,8°C. Após a adição de
zinco sólido, notou-se um aumento na temperatura, com uma variação de 4,2°C, chegando aos
34°C. Considerando-se o aumento de temperatura do sistema, pode-se inferir que a reação ocorrida
é exotérmica.
A reação ocorrida pode ser expressa pela equação química abaixo:

Zn(s) + H2SO4 (aq)→ ZnSO4(aq) + H2(g)

Sabendo-se que o ácido sulfúrico, quando adicionado à água se dissocia em seus íons constituintes,
pode-se inferir a presença de íons H+ e íons sulfato na solução. O zinco sólido, por sua vez, é
oxidado quando entra em contato com os íons hidrogênio (H+). A reação de oxidação ocorre da
seguinte forma:

Zn(s) + 2 H+ (aq) → Zn2+(aq) + H2(g)

Nessa reação, o zinco perde dois elétrons e se transforma em íons Zn2+, claro indicativo de que
ocorreu oxidação, pois o zinco perdeu elétrons e seu número de oxidação aumentou de 0 (no estado
sólido) para +2. Os íons Zn2+ formados na etapa anterior reagem com os íons sulfato (SO42-) do
ácido sulfúrico para formar o sulfato de zinco (ZnSO4), que por sua vez, é solúvel em água:

Zn2+ (aq) + SO42+ (aq) → ZnSO4 (aq)

Durante a oxidação do zinco, o hidrogênio gasoso (H2) é produzido. Isso pôde ser observado
através das bolhas de gás que subiram no sistema.
A etapa da reação que envolve a oxidação do zinco (Zn) é a etapa que requer mais energia, pois
envolve a quebra das ligações entre os átomos de zinco e a perda de elétrons. Essa etapa exige a
entrada de energia para superar a energia de ativação necessária para a oxidação.
Por outro lado, a formação dos íons Zn2+ na solução aquosa e a subsequente formação do sulfato de
zinco (ZnSO4) e da liberação de hidrogênio gasoso (H2) são etapas exotérmicas, o que significa que
liberam energia na forma de calor.

Semelhantemente, ao adicionar alumínio (sólido) na solução de HCl (6 mol.L-1), houve variação de


temperatura, uma vez que a temperatura inicial do ácido era 27,9°C e a temperatura final foi igual a
65°C, havendo uma variação de temperatura equivalente a 37,1°C e sendo, por sua vez, um
processo exotérmico.
A equação química para a reação está representada abaixo:

2 Al(s) + 6 HCl(aq) → 2 AlCl3(aq) + 3 H2 (aq)

Tendo em vista que o ácido clorídrico (HCl) está em solução aquosa, tem-se que os íons
constituintes do ácido estão dissociados no meio em H+ e Cl-.

HCl (aq) → H+(aq) + Cl-(aq)

Em vista disso, o alumínio sólido (Al) é oxidado quando entra em contato com os íons hidrogênio
do ácido clorídrico. A reação de oxidação ocorre da seguinte forma:

2 Al(s) + 6 H+(aq) → 2 Al=3(aq) + 3 H2 (g)

Os íons Al3+ formados na etapa anterior reagem com os íons cloreto do ácido clorídrico para formar
o cloreto de alumínio (AlCl3), que é solúvel em água:

2 Al3+(aq) + 6 Cl-(aq) → 2 AlCl3 (aq)

Durante a oxidação do alumínio, o hidrogênio gasoso (H2) é produzido e pode ser observado pela
formação de bolhas no sistema.
1.2. Calor de dissolução

Tabela 2 – Dados da etapa 2 (Calor de dissolução)


Massa Temperatura Temperatura
Sistema ΔT (°C) C (Cal.g-.°C -) n° Mols
(g) inicial (°C) Max (°C)
Béquer 106,2237 27 31,5 4,5 0,200 -
H2O 99,65 27 - - 1,000 -
NaOH 2,0768 27 - - - 0,0519
H2O+NaOH - 27 31,5 4,5 1,000 -

Tabela 3 – Resultados da etapa 2 (Calor de dissolução)


Calores calculados Valores (Cal)
Absorvido pelo Béquer 95,6013
Absorvido pela Solução 448,4250
Calor total desprendido 544,0263
Calor por mol de NaOH 10480,7846
Calor de dissolução NaOH 544,0263

O experimento teve como objetivo realizar o cálculo da entalpia de dissolução do NaOH, que se deu
pela seguinte equação:
+ −
𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑠) + 𝐻2𝑂(𝑙) → 𝑁𝑎 (𝑎𝑞)
+ 𝑂𝐻(𝑎𝑞) + 𝐻2𝑂 ∆𝐻 =− 10, 480 𝐾𝑐𝑎𝑙

O experimento, consistiu em realizar-se uma medição do calor liberado pela dissociação de 2,0768
gramas de NaOH sólidos em meio aquoso, onde se mediu a temperatura da solução antes, e por
meio da variação da temperatura e pelas equações 4 a 9, demonstradas no anexo, obteve-se o valor
de 10,480 Kcal para mol NaOH dissolvido, demonstrando ser uma reação exotérmica, o que se
sustenta na literatura, analisando agora o valor numérico pode se afirmar que obteve-se um valor
muito próximo do teórico que é de 10,600 Kcal.mol-, mesmo o experimento adotando algumas
premissas que são aproximações do ideal, como assumir que não há troca de calor com o ambiente
externo, já que o sistema é aberto. É possível também afirmar que o calor de dissolução é uma
propriedade extensiva, ou seja, depende da quantidade de material dissolvido. Caso tivéssemos uma
quantidade maior de hidróxido de sódio, teríamos um maior aumento da temperatura do sistema,
considerando que a entalpia de dissolução é dada por:

∆𝐻𝐷𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = ∑ ∆𝐻(𝑄𝑢𝑒𝑏𝑟𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑙𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠 𝑑𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠) − ∑ ∆𝐻(𝐹𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑙𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠 𝑛𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠)

Quando temos uma maior quantidade de produtos, temos quantidades maiores de ligações a serem
quebradas, depois formadas e assim uma quantidade de energia maior liberada ao sistema.
1.3. Calor de neutralização

Tabela 4 – Dados da etapa 3 (Calor de neutralização)

Massa
Reação TÁcido(°C) TBase(°C) TMAX(°C) Mol Ácido Mol Base
Béquer (g)
HCl + NaOH 27,9 27,9 33,9 0,05 0,05 98,7246
HCl+NH4OH 26,9 26,9 32 0,05 0,05 108,0121
CH3COOH + NaOH 26 26 28 0,05 0,05 106,2486
CH3COOH + KOH 28 28 30 0,05 0,05 106,2627
CH3COOH+NH4OH 26,45 26,45 28,5 0,05 0,05 106,0908

Tabela 5 – Resultados da etapa 3 (Calor de neutralização)


Massa
ΔT Qbéquer QSolução QTotal QNeutralização QMol de NaOH
Reação Solução
(°C) (Cal) (Cal) (Cal) (Cal) (Cal)
(g)
HCl + NaOH 6,00 99,62 118,47 597,70 716,16 716,16 14323
HCl+NH4OH 5,10 99,64 110,17 508,19 618,36 618,36 12367
CH3COOH + NaOH 2,00 99,67 42,50 199,34 241,84 241,84 4836
CH3COOH + KOH 2,00 99,63 53,13 249,07 302,20 302,20 6043
CH3COOH+NH4OH 2,05 99,66 43,50 204,30 247,79 247,79 4955

Com o objetivo de determinar o calor de uma reação de neutralização, através do procedimento 3,


foram realizadas reações ácido-base com os seguintes ácidos e bases: HCl + NaOH, HCl + NH4OH,
CH3COOH + NaOH, CH3COOH + KOH e CH3COOH + NH4OH.
O experimento se iniciou com a tomada das temperaturas das soluções, onde se foi adotada como
igual a temperatura das soluções ácidas e básicas, como se pode perceber na tabela 5. A partir das
temperaturas correspondentes, chegamos a densidade das soluções, admitindo soluções com
densidade igual a da água relacionamos com as temperaturas observadas e chegamos a massa das
soluções, já que a soma dos volumes foram sempre de 100 mL, 50 mL da solução básica com 50
mL da solução ácida, todas as soluções tinham igual concentração molar, já preparadas
previamente, sendo de 1,00 mol.L-, a partir da equação 11, obtivemos a quantidade de matéria de
cada ácido e base. Os calores absorvidos pelo bequer foram calculados de maneira similar à etapa 2,
utilizando-se das equações 4,5,6,7 e 12. chegando nos resultados apresentados. Onde para melhor
discussão, elaborou-se a tabela abaixo:

Tabela 6 – Calor de neutralização em ordem decrescente

QMol de NaOH
Ordem Reação
(Cal)
1 HCl + NaOH 14323
2 HCl+NH4OH 12367
3 CH3COOH + KOH 6043
4 CH3COOH+NH4OH 4955
5 CH3COOH + NaOH 4836

Tabela 7 – Grau de dissociação

Grau de
Acido/Base
Dissociação
HCL ≈100
CH3COOH <5
NaOH ≈100
NH4OH <2
KOH ≈100

Também é possível notar o grau de dissociação de cada ácido e base usado de acordo com a tabela
7, os valores são estimativas de acordo com a literatura, mas pelos valores serem muitos diferentes é
possível estabelecer o HCl como um ácido muito mais forte que o ácido acético, assim como as
bases KOH e NaOH, são mais fortes que a base NH4OH. Isso significa que mais íons de H+ e OH- ,
são liberados de acordo com o aumento do grau de dissociação. Temos que no caso 1 de acordo
com a tabela 5 e 6, temos a reação de neutralização entre um ácido forte e uma base forte, obtendo o
calor de neutralização de 14,323 Kcal.mol- , valor próximo da literatura que é de 13,69 Kcal.mol-. Já
os valores dos demais são menores, isto pode ser explicado, uma vez que não temos uma total
dissociação dos ácidos e bases envolvidos nos demais experimentos, o que influencia os valores,
diminuindo os mesmos.. Temos as reações que ocorreram descritas a seguir:
+ −
𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞)⥂ 𝑁𝑎(𝑎𝑞) + 𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝐻2𝑂(𝑙) ∆𝐻 = − 14, 323 𝐾𝑐𝑎𝑙

+ −
𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝑁𝐻4𝑂𝐻(𝑎𝑞)⥂ 𝑁𝐻4 + 𝐶𝑙 (𝑎𝑞)
+ 𝐻2𝑂(𝑙) ∆𝐻 = − 12, 367 𝐾𝑐𝑎𝑙
(𝑎𝑞)

+ −
𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) + 𝐾𝑂𝐻(𝑎𝑞)⥂ 𝐾 (𝑎𝑞)
+ 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂 (𝑎𝑞)
+ 𝐻2𝑂(𝑙) ∆𝐻 =− 6, 043 𝐾𝑐𝑎𝑙

+ −
𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) + 𝑁𝐻4𝑂𝐻(𝑎𝑞)⥂ 𝑁𝐻4 + 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂 (𝑎𝑞)
+ 𝐻2𝑂(𝑙) ∆𝐻 = − 4, 955 𝐾𝑐𝑎𝑙
(𝑎𝑞)

+ −
𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) + 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞)⥂ 𝑁𝑎 (𝑎𝑞)
+ 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂 (𝑎𝑞)
+ 𝐻2𝑂(𝑙) ∆𝐻 = − 4, 836 𝐾𝑐𝑎𝑙
2. CONCLUSÃO

Através dos procedimentos experimentais realizados e dos dados obtidos, pudemos distinguir entre
processos exotérmicos e endotérmicos. Um exemplo notável foi a reação entre NH4Cl e água, que
se mostrou endotérmica, e a reação de H2SO4 com zinco, que foi claramente exotérmica.

Além disso, determinamos o calor de dissolução do hidróxido de sódio (NaOH) em meio aquoso,
obtendo um valor muito próximo das referências da literatura. No entanto, ao analisar as reações de
neutralização entre diferentes pares ácido-base, notamos que a presença de ácidos e bases que não
se dissociam completamente afetou os resultados, levando a valores ligeiramente diferentes dos
esperados.

Um destaque positivo foi a reação de neutralização entre HCl e NaOH, em que obteve-se um valor
experimental próximo do valor teórico. Vale ressaltar que ocorreram erros experimentais, como na
etapa 1 com o tiossulfato de sódio, onde não pôde-se observar claramente o comportamento
endotérmico da dissolução. Além disso, a troca de calor com o ambiente pode ter afetado a precisão
de alguns resultados, aproximações das densidades das soluções para valores da densidade da água,
além de coeficientes térmicos, podem ter influenciado os resultados, além de erros de medições de
temperatura.

Em suma, os experimentos realizados ilustram os conceitos de reações exotérmicas e endotérmicas,


permitindo-nos calcular o calor de dissolução e entender como diferentes ácidos e bases afetam o
calor de neutralização. Apesar dos desafios experimentais, conseguiu-se obter resultados que se
aproximaram dos valores teóricos, demonstrando o valor das aplicações práticas da termodinâmica
na química e a importância de considerar cuidadosamente as condições experimentais e os possíveis
erros para a interpretação precisa dos resultados.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BROWN, T. L. et. al. Química: a ciência central. 9ª edição. São Paulo: Person Pretice Hall, 2005

PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. Química: na abordagem do cotidiano, volume único. 3ª edição.


São Paulo: Moderna, 2007.

QUAGLIANO, J.V.; VALLARINO, L. M. Química. 3ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Dois S.


A., 1979.
RUSSEL, J. B. Química Geral: Volume 1. 2ª edição. São Paulo: Makron Books, 1994.
ATKINS, P. W. Princípios de Química. São Paulo: Bookman, 2017.
4. ANEXOS

Temos que para esse relatório, determinamos a variação de temperatura (ΔT) como:

Δ𝑇 = 𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 (1)

Onde como exemplo na etapa 1 realizamos para a solução de H2O e NaOH:

𝑇𝑖 = 26, 5 °𝐶 ; 𝑇𝑓 = 32, 0°𝐶 𝑒 Δ𝑇 = 5, 5°𝐶

Para o cálculo da massa de água, se utilizou dos dados de densidade pela temperatura disponível no
Handbook de Química e Física 95° Ed., e a partir da relação entre massa, volume e temperatura
obtemos a massa:

𝑚 = 𝜌. 𝑉 (2)

No caso da etapa 2:

𝑉 = 100 𝑚𝐿
𝜌(27°𝐶) = 0, 9965 𝑔/𝑚𝐿

𝑚 = 99, 65 𝑔

Já para cálculo da quantidade de matéria de NaOH, usamos a relação de Massa molar, como a
massa molar de NaOH é dada por 40,01g/mol, temos:

𝑁 𝑚𝑜𝑙 = 𝑚/𝑀𝑀 (3)



𝑁 𝑚𝑜𝑙 = 2, 0768 𝑔/40, 01𝑔. 𝑚𝑜𝑙
𝑁 𝑚𝑜𝑙 = 0, 0519

Para o cálculo dos calores, absorvidos pelo béquer e pela solução utilizamos a relação da
termodinâmica:
𝑄 = 𝑚. 𝐶. Δ𝑇 (4)

Onde a massa obtemos a partir da medição direta, coeficiente para a solução utilizamos como uma
aproximação sempre o da água, e para o vidro do béquer o coeficiente fornecido pelo roteiro do
experimento. Onde para a etapa 2, temos :

𝑄𝐵é𝑞𝑢𝑒𝑟 = 𝑚𝐵é𝑞𝑢𝑒𝑟. 𝐶𝐵é𝑞𝑢𝑒𝑟. Δ𝑇𝐵é𝑞𝑢𝑒𝑟 (5)

𝑄𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = 𝑚𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜. 𝐶𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜. Δ𝑇𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜 (6)

𝑄𝑇 = 𝑚𝑇. 𝐶𝑇. Δ𝑇𝑇 = 𝑄𝐵é𝑞𝑢𝑒𝑟 + 𝑄𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜 (7)

Para considerar a equação 7 como verdadeira, temos que desconsiderar a dissipação de calor para a
vizinhança. Assim também consideramos que todo a energia proveniente da reação de dissociação
seja transferida para o béquer e para a solução, assim:

𝑄𝑇 = 𝑄𝐵é𝑞𝑢𝑒𝑟 + 𝑄𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = 𝑄𝐷𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 (8)

Para calcular a quantidade de calor para cada mol de NaOH dissociado consideramos:


𝑄𝑚𝑜𝑙 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝐶𝑎𝑙. 𝑚𝑜𝑙 ) = 𝑄𝑇/𝑁𝑚𝑜𝑙 = 𝑄𝐷𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜/𝑁𝑚𝑜𝑙 (9)

Para a etapa 3, se faz necessário calcular ΔT, utiliza-se da equação 1, considerando a

𝑇𝑖 = (𝑇Á𝑐𝑖𝑑𝑜 + 𝑇𝑏𝑎𝑠𝑒)/2 (10)

Também temos que calcular a quantidade de matéria de ácido e base, onde temos pela relação:


𝑁𝑚𝑜𝑙 = 𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜(𝑀𝑜𝑙. 𝐿 ) . 𝑉(𝐿) (11)
Onde a concentração é fornecida como sendo 1,00 mol.L- e o volume utilizado é de 50 mL.
Os cálculos de calor absorvido pelo béquer, calor absorvido pela solução, calor total desprendido,
são obtidos a partir das equações 5,6 e 7 respectivamente. Assim como o calor de dissociação o
calor de neutralização é obtido igualando-se ao calor total desprendido, assumindo-se a mesma
premissa de desconsiderar o calor perdido para o ambiente.

𝑄𝑇 = 𝑄𝐵é𝑞𝑢𝑒𝑟 + 𝑄𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = 𝑄𝑁𝑒𝑢𝑡𝑟𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 (12)

E o calor de neutralização por mol de NaOH é obtido a partir da equação 9.


Utilizou-se do excel para tratamento dos dados e inserção das fórmulas.

Você também pode gostar