VF TCC2 Luccas
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Caruaru
2022
LUCCAS ANDRÉ FELIX SILVA
Caruaru
2022
AGRADECIMENTOS
À Deus, inefável, por ter me dado sabedoria e força para superar todos os obstáculos nesses
anos de graduação.
À minha mãe Andrea, minha avó, e segunda mãe, Salete, meu avô, e pai, Benedito (in me-
morian), meu irmão Emmanuel, meu primo Carlinhos, minha tia Socorro e meu padrasto Cairo;
por toda motivação e esforço que foram indispensáveis para a conclusão deste curso.
Ao meu orientador e amigo professor Moura, ao qual tive o prazer de cursar cinco discipli-
nas, pelo interesse em contribuir com este trabalho com total dedicação e por todas as conversas
e conselhos a qualquer hora.
Ao professor e amigo Pedro Pereira, que me deu oportunidade de ser monitor por quatro
períodos, me possibilitando conhecer, de maneira prática, a atividade de docência, que está
entre minhas metas de vida.
Aos demais professores que contribuíram para minha formação, em especial: Cléssio Leão,
Douglas Mateus, Elder Vasconcelos, Flávio Eduardo, Giuliana Bono, Gustavo Bono, Humberto
Correia, Michele Mara, Rubens Silva e Saulo de Tarso.
À Pórtis Jr., ao qual tive oportunidade de contribuir no setor de projetos, que me apresentou
a parte prática da Engenharia e me capacitou em projetos estruturais no CypeCAD, capacitação
essa que foi crucial para a elaboração deste trabalho.
Aos meus amigos de graduação: André Inácio, Anthony Santos, Ayrton Victor, Daniel Silva,
Daysa Barbosa, Erik Assunção, Gleyce Nair, Jafé Macêdo, João Pedro, Maria Eulália e Priscila
Camelo; por todo companheirismo e cooperação neste tempo de graduação e que espero que
seja eterno.
Aos meus amigos da época de colégio, que até hoje estão comigo apoiando e dividindo bons
momentos, na medida do possível: Dorinha Miranda, Marcos Carlos, Monique Praça e Raí
Leite.
E a todos aqueles que, de alguma forma, me desejaram sucesso nesta jornada que se encerra
e a outra que se inicia.
“Se vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes”
Isaac Newton
4
RESUMO
As estruturas de concreto armado possuem destaque no mercado da construção civil, como
sendo a mais utilizada no Brasil. Objetivando a aplicação dos conhecimentos estudados na gra-
duação, este presente trabalho descreve a elaboração de um projeto estrutural, em concreto ar-
mado, de uma residência de alto padrão com uma complexa arquitetura e, consequentemente,
diversos desafios estruturais (escada moderna, grandes reservatórios, balanços com grandes
vãos e lajes inclinadas). Foram utilizados softwares de dimensionamento estrutural, sendo eles:
CypeCAD, para o dimensionamento de vigas, lajes maciças, pilares e fundações; e STG (Sof-
tware Treliças Gerdau) para o dimensionamento das lajes pré-moldadas. Para o cálculo da es-
cada foi desenvolvida uma rotina no software MathCAD utilizando modelos de cálculo dispo-
níveis na literatura. É preciso definir dimensões iniciais antes de realizar o dimensionamento,
etapa denominada de pré-dimensionamento; que utiliza de métodos e fórmulas empíricas para
obtenção destes resultados, sendo desenvolvida uma planilha eletrônica com automatizações
para este fim. De posse dos dados de pré-dimensionamento, foi feita a modelagem da estrutura
no CypeCAD, com as lajes pré-moldadas calculadas pelo STG, e feito o dimensionamento.
Após este processo, foram apresentados erros de dimensionamento, que foram corrigidos com
soluções embasadas nos conhecimentos de estrutura adquiridos na graduação. Apesar dos erros
serem eliminados, é necessário realizar a otimização da estrutura (uniformização dos diâmetros
das barras de aço, redução da taxa de aço e correções para facilitar a execução). As decisões
tomadas para a correção de erros e otimização dos valores apresentados apresentaram sucesso,
de forma que a estrutura final respeita as exigências da ABNT NBR 6118:2014 e maior facili-
dade de execução, sem gerar gastos desnecessários.
Palavras-chave: concreto; aço; pré-dimensionamento; CypeCAD
____________________________
¹Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: luc-
[email protected]
5
ABSTRACT
Reinforced concrete structures are highlighted in the civil construction market, as the most used
in Brazil. Aiming the application of the knowledge studied at graduation, this present work
describes the elaboration of a structural project, in reinforced concrete, of a high standard resi-
dence with a complex architecture and, consequently, several structural challenges (modern
stairs, large reservoirs, cantilevers with large spans and sloping slabs). Structural design soft-
ware was used, namely: CypeCAD, for the design of beams, solid slabs, column and founda-
tions; and STG (Software de Treliças Gerdau) for the design of lattice slabs. For the calculation
of the stairs, a routine was developed in the MathCAD software using calculation models avail-
able in the literature. It’s necessary to define initial dimensions before carrying out the dimen-
sioning, a step called pre-dimensioning; that uses methods and empirical formulas to obtain
these results, being developed an electronic spreadsheet with automations for this purpose. With
the pre-dimensioning data, the structure was modeled in CypeCAD, with the lattice slabs cal-
culated by the STG, and the dimensioning maked. After this process, design errors were pre-
sented, which were corrected with solutions based on the knowledge of structure acquired in
university. Despite the errors being eliminated, it is necessary to carry out the optimization of
the structure (standardization of the diameters of the steel bars, reduction of the steel rate and
corrections to facilitate the execution). The decisions taken to correct errors and optimize the
values presented were successful, so that the final structure complies with the requirements of
ABNT NBR 6118:2014 and is easier to implement, without generating unnecessary expenses.
Keywords: concrete; steel; pre-dimensioning; CypeCAD.
1 INTRODUÇÃO
Estruturas é uma das áreas que compõe a Engenharia Civil, tendo como objetivo estudar os
elementos responsáveis pela sustentação das construções, que são, essencialmente, as vigas,
lajes e os pilares; podendo ser constituídos de materiais distintos, como: concreto armado, aço
ou madeira, onde o engenheiro deve decidir qual apresenta melhor viabilidade econômica e
técnica para cada aplicação.
Dos materiais citados, o Concreto Armado é o mais utilizando no Brasil, sendo aplicado em
qualquer construção: residências, edifícios (residenciais e/ou empresariais) pontes, entre outras.
Essas estruturas são caracterizadas por possuírem dois materiais que trabalham em conjunto:
6
concreto, responsável por combater os esforços de compressão, e aço, que combate os esforços
de tração. O Concreto Armado alia as qualidades do concreto (baixo custo, durabilidade, boa
resistência à compressão, ao fogo e à água) com as do aço (ductilidade e excelente resistência
à tração e compressão) (BASTOS, 2019). As recomendações e diretrizes para o dimensiona-
mento das estruturas de concreto armado estão descritas na Norma Brasileira ABNT NBR
6118:2014.
Com o avanço da computação, vários softwares para engenharia foram desenvolvidos, den-
tre eles softwares para cálculo estrutural, sendo o CypeCAD um dos mais utilizados. A análise
estrutural é realizada nesse software por meio de um pórtico espacial (cada nó possui 6 graus
de liberdade: três translações e três rotações), processado por métodos matriciais de rigidez,
levando em consideração pilares, vigas, lajes, alvenarias, enfim todos os elementos estruturais
presentes na estrutura analisada. (BARBOZA, 2019). O software possibilita fazer o lançamento
dos elementos estruturais, cálculo, detalhamento e lista de quantitativos de forma automatizada
e eficaz. Entretanto, o software não dispensa a análise do profissional de engenharia, buscando
evitar dimensionamentos abaixo do necessário (subdimensionamento) gerando riscos à segu-
rança dos usuários, e dimensionamentos exagerados (superdimensionamento) levando a gastos
desnecessários.
A primeira etapa de um projeto estrutural é a concepção, onde o calculista deve dispor os
elementos estruturais buscando um arranjo que atenda ao projeto arquitetônico. Antes de reali-
zar o dimensionamento, é necessário definir as dimensões iniciais dos elementos estruturais,
denominado de pré-dimensionamento.
Após o lançamento estrutural no software segundo a concepção e o pré-dimensionamento, é
necessário lançar os carregamentos atuantes que são normatizados pela ABNT NBR 6120:2019
e presentes também na literatura. Uma vez concluído o processamento e cálculo da estrutura, o
software emite um relatório de erros e o memorial de cálculo de todos os elementos, possibili-
tando uma análise para correção e otimização.
É possível realizar o cálculo de duas formas: A superestrutura isolada (vigas, lajes e pilares)
e toda edificação com as fundações. Neste trabalho o cálculo será feito, incialmente, da supe-
restrutura e, após a correção de erros, serão inseridos os elementos de fundação para o dimen-
sionamento completo.
A residência de alto padrão escolhida, representada na Figura 1, localizado no município de
Caruaru no condomínio Monteverde, possui um pavimento térreo e um superior, além de três
grandes reservatórios, escada plissada autoportante, grandes balanços e telhados sobre lajes in-
clinadas. A complexidade da residência motivou o lançamento estrutural, análise e busca de
7
12𝛾𝐴𝑖 (𝑛+0,7)
𝐴𝐶 = (1)
0,6𝑓𝐶𝑘 +0,84
8
Tabela 1 – Constante γ
CLASSIFICAÇÃO DO PILAR γ
Centro 1,8
Extremidade 2,2
Canto 2,5
Fonte: Alva, 2003.
Para as lajes, a espessura é obtida pela razão do menor vão da laje por uma constante (α)
(Tabela 2) que depende do método construtivo (maciça, nervurada ou treliçada). Caso espessura
esteja abaixo do mínimo especificado em norma, deve ser feita a devida correção. Em vigas o
procedimento é bastante semelhante, onde é feita a razão do vão efetivo de cada tramo por uma
constante (β) que depende da posição deste (Tabela 3).
Tabela 2 – Constante α
TIPO DE LAJE α
Maciça 40
Nervurada 30
Treliçada 25
Fonte: Alva, 2003.
Tabela 3 – Constante β
POSIÇÃO DO TRAMO β
Interno 12
Externo/biapoiada 10
Balanço 5
Fonte: Bastos, 2021
Por ser um procedimento repetitivo e, para a residência em questão, com um elevado número de
elementos estruturais, foi elaborada uma planilha no Excel com o recurso de MACROS, onde uma
automatização e padronização foi aplicado no processo.
Na interface da planilha, Figura 2, onde é possível escolher, por meio de botões, a criação
de abas para o pré-dimensionamento de pilares, vigas e lajes. A planilha é construída automa-
ticamente, com o recurso de MACROS, e o usuário consegue cadastrar as informações dos
elementos e gerar um banco de dados com o pré-dimensionamento de cada elemento. Na Figura
3 se observa a planilha modelo para pré-dimensionamento dos pilares.
9
Os efeitos de vento foram configurados seguindo os critérios da ABNT NBR 6123:1988 com
uma velocidade básica de 30 m/s para a região de Caruaru, categoria II, classe B e fator proba-
bilístico do grupo II. Foi habilitado os efeitos de segunda ordem, que considera a peça de nos
pilares o surgimento de um momento devido à excentricidade gerada pela carga de vento, com
isso é possível um dimensionamento mais seguro dos elementos verticais.
A modelagem foi feita com os valores obtidos pelo pré-dimensionamento. O CypeCAD mo-
dela pórtico em planta e a apresenta a visualização tridimensional. Inicialmente não foram in-
seridos os elementos de fundação, Figura 5, já que é possível realizar o cálculo inicialmente
com vigas, lajes, pilares e cortinas de concreto e, posteriormente, o dimensionamento das fun-
dações.
Para a laje de fundo do reservatório foi considerada uma espessura mínima de 12 cm, por
ser a região mais solicitada e as paredes devem possuir uma espessura mínima de 12 cm (MIL-
TON, 2010), que para este trabalho foi adotado 15 cm e uma espessura de 8 cm para a tampa
com aberturas para limpeza.
Com a modelagem da edificação concluída, foram inseridas as cargas nas lajes (sobrecarga,
cargas de telhas e caixa d’água), vigas (cargas de parede) e carga triangular nas cortinas de
concreto (paredes dos reservatórios) com o peso específico da água, com os valores determina-
dos pela ABNT NBR 6120:2019. Para auxiliar no cálculo das cargas de alvenaria e caixa
d’água, foi feita uma rotina no software MathCAD, Figura 6, com os valores normativos para o
peso específico da alvenaria e revestimentos; e valores comerciais de cargas de caixas d’água.
deve escolher um modelo de maior altura. O software também fornece uma planilha de quanti-
tativos, facilitando o orçamento e a montagem de pranchas.
utilizar o Cype3D (software integrado do CypeCAD) para fazer a modelagem da estrutura, lan-
çamento de cargas e cálculo dos esforços, que são lançados na estrutura global após a modela-
gem.
A estrutura foi modelada no Cype3D, Figura 10, e para o dimensionamento foi utilizado o
modelo de cálculo apresentado no livro “Curso de Concreto Armado”, volume 4, de José Milton
de Araújo: Com uma seção de dimensionamento retangular, de base 100 cm e altura de acordo
com a altura de laje e tamanho do espelho, se a escada for armada transversalmente, os pisos
dos degraus são calculados como lajes horizontais apoiadas nos espelhos, os quais são calcula-
dos como vigas (MILTON, 2010).
Como solução para reduzir a flecha, e a resistência aos esforços normais, foi aumentado a
rigidez (EI) da seção transversal aos esforços de flexão (M(x)), método mais eficiente matema-
ticamente pela equação da linha elástica, Equação 2, pelo aumento da altura da seção retangular.
𝑑²𝑦 𝑀(𝑥)
= (2)
𝑑𝑥² 𝐸𝐼
É sabido, das teorias de concreto armado, que a armadura responsável para combater as ten-
sões de cisalhamento, resultado do esforço cortante, é a armadura transversal, denominada es-
tribos. A redução do espaçamento entre os estribos e, em casos isolados, aumento do diâmetro
da armadura foi a decisão tomada para garantir resistência às tensões cisalhantes.
A grandeza que determina a resistência à torção é o momento de inércia polar, Equação 3
(seções retangulares). Erros por torção foram acusados nas vigas que apoiam os lances da es-
cada. Como solução, foi elevada a inércia polar (J) dos tramos com erros de torção, buscando
deixar a seção mais próximo possível de um quadrado (lados iguais), aumentando a base (b) da
seção para aproximar-se da dimensão da altura (h) da seção
𝑏ℎ
𝐽= (𝑏 2 + ℎ2 ) (3)
12
No relatório de erros de pilares foram apresentados erros de menor variedade, sendo eles:
Resistência aos esforços normais e resistência ao cisalhamento. Para a correção das combina-
ções normais, foi alterada a seção na direção em que os esforços apresentaram valores mais
elevados, garantido uma maior rigidez para as posições com maiores solicitações.
Para a correção de erros de cisalhamento, foi adotada a mesma solução para as vigas com a
redução do espaçamento dos estribos e, em alguns casos, o aumento do diâmetro da armadura.
Em alguns casos foi necessário modificar a seção, já que o espaçamento de estribos estava
abaixo dos valores normativos.
Após a correção, foram adicionados os elementos de fundação, Figura 16, que, como já men-
cionado, o caso em questão permite a utilização de fundações rasas por meio de sapatas isoladas
e associadas, para os casos de pilares próximos. O CypeCAD apresenta uma grande variedade
de geometrias de sapatas, sendo escolhida a sapata em concreto armado retangular centrada
piramidal, por proporcionar um dimensionamento em ambas as direções e uma melhor econo-
mia.
20
20%.
Figura 19 – Viga – armação inicial
fato se deve ao pré-dimensionamento das vigas considerar apenas o vão e ter diversas variáveis
desprezadas, como: Reações de lajes, pilares apoiados em vigas, balanços, cargas de alvenaria,
entre outros.
As áreas das seções dos pilares após o dimensionamento apresentaram baixas diferenças em
relação ao pré-dimensionamento, devido ao fato de que o método de áreas de influência leva
em consideração diversos fatores, diferente do método de vigas, como: Cargas superficiais,
domínios de deformação, classificação dos pilares (diretamente relacionado à flambagem) e as
propriedades do concreto armado.
As dimensões obtidas no pré-dimensionamento da laje apresentaram o melhor desempenho.
Todas as treliças calculadas, inclusive de altura de 12 cm, atenderam o dimensionamento. O
bom desempenho do pré-dimensionamento de lajes se deve à concepção das vigas, onde foram
gerados vãos dentro das dimensões recomendadas para o dimensionamento econômico (3 e 4
metros). Para a laje maciça da coberta, houve uma pequena diminuição de espessura no pro-
cesso de otimização, porém ainda muito próximo dos valores obtidos no pré-dimensionamento.
3.2 Soluções para correção de erros de dimensionamento
A solução para redução dos esforços nas lajes maciças da coberta em apoiar os dois bordos
que estavam livres apresentou sucesso na redução da flecha, de 5 cm para 2 cm, e na taxa de
armadura.
Os pilares ao redor da laje inclinada tiveram uma grande redução nos esforços, podendo
haver uma redução na taxa de concreto armado nestes elementos e atender o dimensionamento.
Era esperado os resultados, já que, da mecânica vetorial, uma estrutura mais apoiada apresenta
uma melhor distribuição dos esforços.
A escada ao ser calculada isoladamente apresentou pequenos valores de flecha, na ordem de
3 cm, entretanto ao ser calculada junto da estrutura global, onde as considerações de rigidez
mudam significativamente, os valores de flecha máxima chegaram a 50 cm, como já destacado.
A decisão de adicionar duas vigas perpendiculares aos pontos de apoio de cada lance, Figura
12, fez com que a flecha máxima fosse reduzida para 2 cm, uma redução de 96%, representando
uma solução extremamente válida e sem afetar a arquitetura, mantendo o patamar em balanço.
A redução da flecha na escada é resultado de um aumento na rigidez do apoio, onde o engaste
apresenta melhor desempenho e, consequentemente, a redução de momento fletor nos lances e
também da flecha máxima. As vigas inseridas mostraram valores elevados de momento, já que
uma parte do esforço foi transferido para as mesmas.
As modificações na inércia das vigas por meio do aumento da altura, que é a forma mais
eficiente, reduziram as flechas das vigas que apresentaram valores acima dos limites
25
normativos, assim como a resistência ao esforço normal, que é combatido com uma maior área
da seção transversal.
A redução de espaçamento dos estribos para correção dos erros de tensões de cisalhamento
foi uma decisão eficiente na maior parte das vigas, entretanto algumas seções precisaram ser
modificadas, pois os valores de espaçamento estavam abaixo do mínimo determinado pela
norma. Ao realizar a correção das flechas, ocorreu também a reparação da resistência ao cisa-
lhamento. A redução do espaçamento dos estribos aumenta a área de aço transversal, garantindo
maior resistência ao esforço cortante.
Para o combate à torção nas vigas de apoio da escada, foi ampliada a base da seção transver-
sal, aproximando a geometria de um quadrado e elevando a inércia polar da seção, gerando uma
maior rigidez transversal para combater o esforço de torção, solução essa que se mostrou viável
e corrigiu o erro para os dois tramos que apoiam os lances da escada.
Para os pilares que apresentaram erro de dimensionamento, foi aumentada a seção na direção
do maior esforço, aumentando a rigidez do elemento na direção de maior carga, com isso as
falhas de resistência ao esforço normal foram supridas. A solução adotada para o combate ao
esforço cortante foi a mesma das vigas, com a redução do espaçamento dos estribos e, em alguns
casos, modificações na seção dos pilares.
3.3 Otimização da estrutura
A uniformização das armaduras nas lajes maciças, vigas e sapatas resultaram em uma arma-
ção de fácil execução pelos operários, com um projeto menos poluído e uma menor quantidade
de informações a serem consideradas, reduzindo as chances de erros e “correções” em obra que
levem ao subdimensionamento dos elementos.
Com a substituição do aço CA-60 por CA-50, dos diâmetros acima de 5 mm, os insumos das
lajes treliçadas apresentam maior disponibilidade no mercado, evitando atrasos e facilitando a
logística pelas equipes de compra da construtora responsável.
A solução de alterar a menor dimensão de 15 cm, Figura 23, para 19 cm, com intuito de
reduzir em 20% a taxa de aço, resultou em uma elevada redução no consumo de aço dos pilares,
Figura 24. Pilares com uma elevada quantidade de barras foram otimizados para o mínimo pre-
visto na norma (4 barras de 10 mm). A substituição da menor dimensão por uma maior medida
foi compensada com a redução da maior dimensão, buscando a manutenção do consumo de
concreto
26
A legenda das pranchas, Figura 28, há indicações importantes, como: Legenda de simbolo-
gias presentes nas plantas de forma, cobrimento dos elementos, fck do concreto e indicações de
autoria.
4 CONCLUSÕES
1. Os métodos de pré-dimensionamento de pilares e lajes apresentaram um bom desempe-
nho, tendo pequenas alterações em relação ao final do dimensionamento;
2. O pré-dimensionamento das vigas apresentou maiores divergências, devido à simplici-
dade do método, que despreza variáveis importantes, como: carregamentos e resistência
do concreto;
3. Apesar de não dimensionar a escada plissada, a modelagem no Cype3D auxilia no di-
mensionamento manual, fornecendo os esforços e a integração com o pórtico espacial;
4. As medidas adotadas para a solução de erros apresentaram bom desempenho, onde foi
possível a correção de mais de uma natureza de erro simultaneamente com a mesma
medida, facilitando o processo;
5. Como a escada autoportante apresenta elevados carregamentos e apenas um apoio en-
gastado, é necessário a inserção de vigas perpendiculares ao engastamento, visando a
melhoria do desempenho do apoio e a consequente redução de esforços nos lances;
6. A armação feita automaticamente pelo CypeCAD busca seguir fidedignamente o dia-
grama de esforços, entretanto acaba formando uma estrutura de difícil execução, onde é
necessário realizar a, manualmente, a uniformização dos diâmetros e comprimentos;
31
REFERÊNCIAS
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ring
35
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Prof. D.Sc. José Moura Soares (Orientador)
Universidade Federal de Pernambuco
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Prof. D.Sc. Humberto Correia Lima Júnior (Avaliador)
Universidade Federal de Pernambuco
_________________________________________________
B.Sc. Washington Martinez Bezerra da Silva (Avaliador)
Engenheiro Civil