TCC Final 24.05
TCC Final 24.05
TCC Final 24.05
CERRO LARGO
2021
MARINA RAISA VILELA DA SILVA
CERRO LARGO
2021
Bibliotecas da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS
Elaborada pelo sistema de Geração Automática de Ficha de Identificação da Obra pela UFFS com
os dados fornecidos pelo (a) autor (a).
MARINA RAISA VILELA DA SILVA
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Profª. Drª. Serli Genz Bolter – UFFS
Orientadora
___________________________________________
Profª. Dr.ª Alcione A. A. Alves – UFFS
Avaliadora
___________________________________________
Prof. Dr.ª Sandra Vidal Nogueira - UFFS
Avaliadora
Dedico este trabalho à minha família, amigas e
amigos que sempre estiveram comigo me
incentivando e apoiando, dando-me coragem
para enfrentar os desafios, em busca da
concretização dos meus objetivos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais por todo esforço que fizeram durante esses seis anos para me
manter na Universidade: primordialmente a minha mãe Mirian, baliza que me guia sempre
onde quer que eu vá força guerreira que me inspira ser quem sou; e ao meu pai Giovanni
Ferrari, obrigado por ter me escolhido e sempre alimentado meus porquês! Também agradeço
minha irmã Monick e meu irmão Giancarlo, a minha tia Laudiceia e a minha avó Maria pelo
apoio incansável; e às minhas primas Gabrielle, Yolanda, Bárbara e Darlene por sempre ter
me motivado a não desistir e ser cada dia uma pessoa melhor, também deixo registrado meu
agradecimento aos demais familiares.
As minhas amigas Brena, Lorena e Thais, que ao longo do tempo foram como minha
família aqui em Cerro Largo. Agradeço à Aline, Caroline e Djaina que nos momentos mais
difíceis estiveram sempre ao meu lado. Agradeço a Leonardo, Alessandro, Rafael, Nadine N e
Bernardete pela amizade mais sincera que foi construída ao longo destes anos. Agradeço à
Matheus, Jessica e Nadine T por sempre me incentivarem e acreditarem na minha capacidade
de superação.
Agradeço a todos os professores pelos ensinamentos transmitidos, principalmente ás
professoras Liziara Cabrera e Isabel Giovelli por sempre incentivarem meu crescimento
acadêmico e pessoal. A minha orientadora Serli Genz Bolter que dedicou seu tempo para me
orientar e incentivar a buscar o melhor de mim.
Aos colegas de curso, que fiz durante a minha jornada acadêmica, pelo apoio, torcida e
por tornarem a rotina mais leve. Foi um grande aprendizado a convivência com todos vocês.
Também agraço a todos aqueles que colaboraram de alguma forma para a realização deste
trabalho.
Gostaria de deixar registrado também minha imensurável gratidão a Universidade
Federal da Fronteira Sul, que mesmo neste momento tão delicado de pandemia da Covid-19
(que gerou imensos desafios para o setor da educação no Brasil e no mundo) conseguiu de
maneira impar dar continuidade às atividades de ensino, mediadas pela tecnologia, mas
orientadas pelos princípios da educação presencial, com aulas remotas que ofereceram a
continuidade de ensino com qualidade análoga a presencial só que a distância, para atender as
orientações de distanciamento social recomendadas pela OMS.
A partir do início da atual pandemia de coronavírus (SARS-CoV-2), causador da
Covid-19, houve um grande receio diante de uma doença que se espalhou
rapidamente em várias regiões do Brasil e do mundo, com diferentes consequências.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 18 de março de 2020,
os casos confirmados da Covid-19 já haviam ultrapassado 214 mil em todo o mundo
(FREITAS, 2020). No ano de 2020 as atividades acadêmicas passaram a ser
emergencialmente de forma remota como uma das possibilidades de manter o
distanciamento social e reduzir os contágios para evitar o colapso do sistema de
saúde. O presente trabalho foi desenvolvido e concluído neste cenário de atividades
remotas
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
5.2 ―MINAS‖ GERAIS COMO É ALTO O PREÇO QUE O ESTADO PAGA ................. 41
6 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 50
10
1 INTRODUÇÃO
A busca incessante pelo lucro há muito tempo vem gerando problemas ao meio
ambiente, não é de hoje que os ecossistemas financiam a acumulação de bens dos grandes
bilionários ao redor do mundo. Todavia a natureza possui mecanismos de defesa que muitas
vezes fogem do controle humano. Esse e outros fatores fizeram com que pessoas começassem
a se preocupar com a defesa destas estruturas. Em âmbito nacional, essa mentalidade ganhou
força especialmente com a promulgação da Constituição Federal em 1988, o direito de viver
num ambiente ecologicamente equilibrado foi elevado à categoria de Direito Humano
fundamental (MARTINS, 2011).
Para que tal Direito fosse atendido criou-se uma série de normas, leis e princípios
reguladores do uso e da apropriação dos recursos naturais. Destes podem ser destacados o
Princípio do Desenvolvimento Sustentável, Princípio do Poluidor pagador, Princípio da
Prevenção e o Princípio da educação ambiental, tais servem como instrumentos normativos
para aplicabilidade dos procedimentos de implementação das políticas nacionais do meio
ambiente (MARTINS, 2011).
O licenciamento ambiental (LA) também pode ser considerado peça fundamental na
construção de um ambiente equilibrado. Esta que é a principal ―arma‖ da sociedade vem
sofrendo inúmeras interferências negativas e críticas que buscam desacreditar o LA. Neste
trabalho o enfoque vai estar no LA, buscando identificar as possibilidades de proteção e
preservação ambiental gerado pelo LA adequado. Este, como conceitua Edis Milaré (2013), é
uma ação típica cuja responsabilidade não pode ser passada para outra pessoa ficando a cargo
do poder executivo, na gestão do meio ambiente por meio da qual a Administração pública
busca efetuar o adequado controle sobre as atividades humanas que possam causar
consequências danosas ao ambiente.
Como exemplo de consequências danosas ao meio ambiente, pode-se citar as
catástrofes de Mariana, em 2015 e em Brumadinho 2019. Tais eventos não geraram apenas
danos ambientais, mas também prejuízos sociais, políticos e psíquicos e a sociedade vem
sofrendo até hoje as sequelas desse desastre, que para muitos autores é apontado como um
crime ambiental (PINHEIRO, 2019). Documentos e denúncias realizados meses após o
rompimento da barragem de Brumadinho comprovam que a Vale fez os alteamentos sem
licenciamento, o que foi confirmado, na época, pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e
11
2 MATERIAIS E METÓDOS
petróleo e lançamentos de resíduos químicos nos rios. Por estes motivos, a imprensa apelidou
a cidade de Cubatão como o ―Vale da Morte‖ (CETESB, 2018).
Outro incidente ambiental muito conhecido foi o que ocorreu na Baía de Minamata, no
Japão. O acidente foi provocado pelo despejo de efluentes industriais, sobretudo mercúrio, na
Baía de Minamata. Um dos piores casos de intoxicação, em sete anos ocorreu 121 mortes,
causadas pela síndrome de minamata, essa síndrome é gerada pela ingestão em longo prazo do
mercúrio que contaminou a água e os sedimentos, em consequência disso os peixes e demais
vidas marinhas foram gravemente afetadas (BARROCAS & WASSERMAN, 1995). Os
acontecimentos acima descritos, apesar de mais antigos resultaram em perdas de vidas, vidas
humanas pagaram pela falta de preocupação com meio ambiente. Sendo assim, ratifica-se a
importância e a necessidade de discussão sobre o que é e a importância do LA.
3.1 DEFINIÇÃO DE LA
possa promover degradação ambiental deve ser avaliada pelo poder público que analisará sua
necessidade e viabilidade ambiental e determinará a melhor forma da atividade ser
desenvolvida de modo que os benefícios oriundos desta possam compensar seus eventuais
prejuízos ao ecossistema que resultem dessa atividade. Assim, o órgão ambiental competente
avaliará caso a caso para decidir se a atividade será ou não licenciada (AMADO, 2014). O LA
constitui o principal instrumento que a sociedade detém para assegurar a conservação do meio
ambiente, o que está diretamente associado à saúde pública e consequentemente à boa
qualidade de vida da população (FIORILLO, 2003).
O LA, além de garantir a responsabilidade ambiental, constitui-se em uma das
principais ferramentas para o cumprimento do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, em
que a principal preocupação é garantir um ―meio ambiente ecologicamente equilibrado,
impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações‖. Outra peça importante para construção deste ambiente
ecologicamente equilibrado é a forma de tratar as microempresas e as de pequeno porte,
visando incentivá-las, mas não eximi-las de suas obrigações. Nessa perspectiva, o LA
simplificado, apesar de ser um pouco mais básico, representa um exemplo, pois faz com que o
empreendedor pense em seu papel social e tenha uma noção ambiental, mesmo que atuando
apenas localmente.
Desta forma, o LA vem estabelecer normas para que ocorram melhorias nesse quesito,
considerando o desgaste ambiental do local em questão como forma de que o avanço seja
favorável para ambas às partes, ou seja, para o dono do estabelecimento a ser implantado e
para o meio ambiente. Visando assim que a qualidade desses espaços permaneça a mais
original possível, mas que ainda consiga atender a necessidade de sua utilização como matéria
prima. Desse modo, colocando em ação leis que contribuem para uma preservação ambiental
saudável, promovendo agradável harmonia entre ser humano e natureza.
3.2 HISTÓRICO DO LA
qual a lei referente à pesca, esse decreto não tinha um caráter protetivo no que diz respeito ao
meio ambiente. Graças a este, houve uma evolução significativa no direito agrário brasileiro
(WEIBLEN, 2007).
Outro dispositivo que deve ser destacado neste histórico é o Decreto nº 23.793/34, que
foi o precursor do primeiro Código Florestal Brasileiro, criado em 15 de setembro de 1965
através da Lei nº 4.771 que definiu de forma cuidadosa os princípios necessários para proteger
o meio ambiente e garantir o bem estar da população do país naquela época (GARCIA, 2012).
Atualmente não resta dúvida acerca da importância da Lei nº 4771/65, mesmo possuindo
muitas deficiências, foi um importante marco para construção da esfera ambiental brasileira.
O código de pesca foi encorpado e ganhou um novo impacto no setor pesqueiro com a
criação do Decreto-Lei 221, de 28 de fevereiro de 1967 (Código de Pesca) (NETO &
SUZUKI, 2017). Este Decreto-Lei não definia a pesca artesanal, tratando apenas dos
―pescadores profissionais‖, inviabilizava aqueles que realizavam tal atividade de maneira
artesanal, visto que a pesca era definida conforme o sujeito que a realizava. Havia três grupos
de agentes: o pescador profissional, o amador e o cientista. O pescador profissional possuía o
amparo do seguro defeso, porém o pescador artesanal não obtinha nenhum instrumento que o
amparasse (OLIVEIRA & SILVA, 2012). O Código 221/1967 tinha a missão de desenvolver
a formação de uma indústria nacional, substituindo o consumo de produtos oriundo de
importações e aguçando a concentração de capitais, a ideia principal era fazer a economia
brasileira ascender através da industrialização do setor pesqueiro (OLIVEIRA & SILVA,
2012).
Em relação à mineração, o Decreto-Lei 1985/40 apresentava principalmente os
regulamentos sobre as jazidas e minas, além da intervenção do Estado na indústria da
mineração. O decreto, então conhecido como ―Código de Minas‖, teve base nos fundamentos
da CF/1937. A atividade mineradora ficou limitada apenas a brasileiros ou a empresas destes,
porém o Supremo Tribunal Federal decidiu que as sociedades de mineração com a
participação estrangeira poderiam participar da atividade mineradora (SANTOS, 2018).
O Decreto-Lei 227/1967 foi um dos principais documentos que deu base ao Código de
Mineração vigente até os dias de hoje, de modo que tal dispositivo regulamentou a mineração
no país de 1967 até o presente momento. Além do referido decreto, a mineração possui outros
dispositivos legais que englobam este segmento: o Decreto 97.632 de 1989, que dispõe sobre
a exploração de recursos minerais; o Decreto 98.812 de 1990, atendendo sobre a permissão de
lavra garimpeira; Decreto 3.358 de 2000, que regula a extração de substâncias minerais de uso
na construção civil; a Lei 6.567 de 1978, que trata do aproveitamento de substâncias minerais;
18
a Lei 7.805 de 1989, que regula a permissão de lavra garimpeira e entre outros (DE
ARRUDA, 2018).
A partir de 1967, o debate sobre os cuidados com o meio ambiente se intensificam no
mundo. Em 1968 ocorreu a Conferência Mundial sobre a Biosfera em Paris, e após este,
outros eventos foram organizados visando buscar uma melhor qualidade de vida, pois como já
dito, a alteração de características ambientais vinha deixando marcas e números expressivos
de consequências que afetam a vida no planeta. Entre esses eventos pode-se citar: os
Relatórios do Clube de Roma, em 1971 e a Conferência de Estocolmo, em 1972 (SILVA,
2001).
Após tal conferência, um dos principais textos que entrou em vigor no país foi o
Decreto-Lei 1413/1975 que dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente provocada
por atividades industriais. Esse decreto estipula que empresas previnam ou corrijam os
prejuízos oriundos da poluição gerados por elas, prevê medidas como zoneamento e
alternativas para construção e instalação de novos empreendimentos industriais e em casos
drásticos ele estabelece critérios para seu funcionamento. Outro ponto importante desse
decreto é a possibilidade de estados e municípios estabelecerem penas a infratores do
Decreto-Lei (CASTRO, 2005).
Seguindo a linha de diálogo com o resto do mundo, alguns instrumentos e metas foram
planejados e estabelecidos pela Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) (Lei 6.938/81).
Essa lei vinha com o intuito de conciliar o desenvolvimento econômico, a preservação
ambiental e a qualidade de vida. Além disso, esta mesma lei criou o Sistema Nacional de
Meio Ambiente (SISNAMA) integrado por um órgão colegiado: o Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA). O Conselho é um colegiado de cinco setores: órgãos federais,
estaduais e municipais, setor empresarial e entidades ambientalistas (BRASIL, 1997).
O objetivo principal da PNMA (Política Nacional do Meio Ambiente) era conciliar o
desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente, além
de estabelecer critérios e padrões da qualidade ambiental e definir diretrizes relativas ao uso e
manuseio sustentável dos recursos ecossistêmicos. Porém, os critérios descritos acima, em sua
maioria, eram instrumentos, princípios e objetivos definidos pela PNMA aplicáveis apenas ao
setor hídrico, desde que não possuísse uma legislação acima desta especificando algo no
sentido contrário (DARONCO, 2013).
A PNMA contava também com o auxílio do Decreto 99.274/90, que no seu artigo 19
previu três tipos de licenças: a Licença Prévia (LP) na fase preliminar do planejamento; a
Licença de Instalação (LI) autorizando o início da implantação; e a Licença de Operação
19
artigos que incorporaram o seu texto e o deixaram mais robusto, não atendia a todas as
demandas existentes. O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu ministro Carlos
Minc assinaram o Decreto 6.514/2008 que dispunha majoritariamente sobre as infrações e
sanções administrativas ao meio ambiente, estabelecendo o processo administrativo federal
para apuração destas infrações. Em 2012 foi aprovado o atual Código Florestal, estabelecido
pela Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 (BARBOSA, 2012).
O histórico até aqui desenvolvido demonstra o percurso normativo trilhado na questão
ambiental no Brasil e, indica alguns avanços e retrocessos. Salienta-se que, para este estudo, é
importante destacar um fenômeno que se intensifica a partir de 2019 no Brasil. Há uma
intensificação na exploração dos recursos naturais e muita flexibilização no controle e
fiscalização, especialmente sobre alguns biomas, entre eles a floresta Amazônica. Há um
aumento significativo na exploração da região, fazendo a fumaça das queimadas, em 2019,
chegar à capital paulista, por exemplo. Além desse acontecimento ter alarmado toda a
população brasileira, chamou atenção também dos meios de comunicação e dos governos
internacionais, sendo este considerado um problema de proporção mundial (CORRÊA &
CORRÊA, 2020). A figura a seguir demonstra esse contexto:
O ser humano vive buscando lucro, característica de sociedade capitalista, e também tem
necessidades de consumo que garantem a sobrevivência e condições de uma vida digna
(MENDES, 2008).
Dessa forma é importante salientar que o desenvolvimento sustentável, tão citado na
atualidade, deve primeiramente aceitar que o meio ambiente é de todos os seres vivos e
ecossistemas, tendo que ser preservado. Precisa-se de um entendimento que preservar não é
apenas uma opção, mas sim necessidade, então é imprescindível buscar um método onde a
ideia principal seja a vigência dos Direitos Humanos e os Direitos da Natureza, ambos
alinhados em prol de um bem comum. Visto que a natureza não está aqui para nos servir, até
porque nós humanos, também somos natureza e, sendo natureza, quando nos desligamos dela
e lhe fazemos mal, estamos fazendo mal a nós mesmos, como é o caso de episódios que será
exposto no capítulo III deste trabalho, quando se tratará dos crimes ambientais de Mariana,
em 2015 e Brumadinho em 2019 (ACOSTA, 2019).
Nesse âmbito, pode-se conceituar o desenvolvimento sustentável como a concepção de
crescer sem destruir, como é citada por José Eli da Veiga (2006) em seu livro Meio Ambiente
& Desenvolvimento, onde o autor afirma que o termo remonta à ideia de que a humanidade
pode atender às suas necessidades materiais sem comprometer a capacidade das próximas
gerações de fazerem o mesmo, ou seja, mais uma vez faz-se presente o artigo 225 da
Constituição Federal - CF-88. Veiga (2006) remonta a ideia do texto constitucional que
afirma que viver não está diretamente ligado a consumir, existem muitas formas de consumo
indiscriminado que ultrapassam as necessidades humanas. Um aspecto importante é o de
reconhecer como dever do Estado e da sociedade a preservação da natureza. Todos são
responsáveis por ações de proteção e preservação do meio ambiente (VIEIRA & TAVARES,
2018).
Os princípios ambientais são um bom referencial para indicar os deveres do Estado e
da sociedade civil com as questões ambientais. Eles referendam e dão suporte para as normas
jurídicas ambientais, conferem ao ordenamento jurídico uma base para criação de leis, sendo
assim, essenciais na elaboração de normas. Há duas fases em que os princípios são muito
importantes na elaboração das leis e na aplicação do direito, além de preencher as lacunas da
lei, estabelecem programas de ação para o legislador e para o intérprete. Dentro do exposto,
alguns princípios irão se mostrar parte fundamental para o cumprimento dos requisitos do LA.
O primeiro princípio a ser destacado neste trabalho é o ―Princípio do Desenvolvimento
Sustentável‖, este princípio segundo o art. 225 afirma que ‗todos têm direito‘ ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, tem por objetivo não excluir ninguém, inferindo-se que
23
o meio ambiente é um bem coletivo, estando na categoria dos direitos difusos (FIORILLO,
2010, p.77-123). ―Nesses termos, entendem-se como interesses difusos aqueles indivisíveis,
cujos titulares são pessoas indeterminadas, como exemplo, pode-se citar o direito à paz
pública, à segurança pública, ao meio ambiente‖ (FIORILLO, 2010, p.77-123).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 ESTÁGIOS DO LA
Como discorrido até o momento às licenças ambientais são imprescindíveis, então esta
seção servirá para exibir de maneira detalhada cada etapa do LA e como e quais os
mecanismos realizados até a aquisição desta. A realização destas etapas do LA tem uma clara
26
intenção de fazer com que o empreendedor busque de todas as formas possíveis trazer o
menor impacto negativo exequível.
Esta seção se faz importante também pelo fato de que o LA estabelece e regulamenta
muitos pontos da Política Nacional do Meio Ambiente, entre os principais, a necessidade de
regulamentação de aspectos do LA estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente que
ainda não haviam sido definidos. Define, também, a necessidade de revisão dos
procedimentos e critérios utilizados no LA no decorrer da concessão e no decorrer das
diferentes etapas de acompanhamento e fiscalização dos procedimentos da LA.
A Licença Prévia (LP), que uma das primeiras etapas do LA, está conceituada no
inciso I do art. 8º da Resolução CONAMA 237/97, que assim dispõe:
Segundo Talden Farias (2006, p 3352.), a LP seria uma ―espécie de chancela para o
início do planejamento da atividade‖. Ele entende essa fase como a mais importante de todo o
LA, por ser o momento em que são efetuadas as maiores mudanças estruturais no projeto da
atividade a ser licenciada.
Entende-se como primordial a participação, de fato efetiva, de todos os indivíduos
envolvidos neste primeiro momento de solicitação da LP: a comunidade que vivenciará os
resultados da instalação do empreendimento de forma muito próxima; o órgão ambiental
como detentor da responsabilidade propriamente dita sob os recursos naturais; e as entidades
setoriais, com consequentemente função de defender os seus interesses e direitos profissionais
e sua cidadania, contribuindo não apenas para a defesa dos seus próprios interesses, como
também para o desenvolvimento da sociedade como um todo.
Essa etapa é muito importante, inclusive porque ajustes e correções serão mais difíceis
de serem realizados a posteriori. O correto encaminhamento dessa fase auxiliará nos
procedimentos adequados nas fases seguintes.
4.1.2 Licença de instalação
A Licença de Instalação (LI), conforme visto, está prevista no art. 8º, II da Resolução
CONAMA 237/97, com a seguinte redação:
Art. 8º [...] Parágrafo único. As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada
ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do
empreendimento ou atividade.
Entendendo mais sobre o assunto, tal artigo deve ser lido conjuntamente com o art. 12
da mesma Resolução, que assim dispõe:
(Açucena, Alvinópolis, Antônio Dias, Barão de Cocais, Bela Vista de Minas, Belo Oriente,
Bom Jesus do Amparo, Bom Jesus do Galho, Braúnas, Bugre, Caeté, Cantagalo, Caratinga,
Catas Altas, Coluna, Coroaci, Coronel Fabriciano, Córrego Novo, Dores de Guanhães,
Divinolândia de Minas, Ferros, Gonzaga, Governador Valadares, Guanhães, Iapu, Ipaba,
Ipatinga, Itabira, Joanésia, Mariana, Marliéria, Materlândia, Mesquita, Naque, Nova Era,
Paulistas, Peçanha, Periquito, Pingo D‘Água, Rio Piracicaba, Rio Vermelho, Sabinópolis,
Santa Bárbara, Santa Maria de Itabira, Santana do Paraíso, Santo Antônio do Itambé,
São Domingos do Prata, São Gonçalo do Rio Abaixo, São João Evangelista, Sardoá, Sem-
Peixe, Senhora do Porto, Virginópolis, Virgolândia) onde desenvolve diversos projetos
socioambientais, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da região. A empresa
dispõe de 104 mil hectares de floresta (FERREIRA, 2020).
E tem como missão transformar árvores plantadas, gerando e distribuindo riqueza de
forma sustentável. Nota-se que de certa forma a esta tende a se comprometer com as questões
ambientais. Em relação aos seus princípios e valores, dos cinco apresentados em seu site, três
citam sua veemente preocupação em trabalhar de forma correta e sustentável. Eles são:
Excelência: trabalhar com qualidade, confiabilidade e competitividade; Sustentabilidade:
garantir a competitividade, atendendo a sociedade e preservando a natureza; Espírito
Empreendedor: agir no presente com visão de futuro (FERREIRA, 2020).
A CENIBRA possui um Sistema de Gestão Ambiental bem organizado e foi uma das
primeiras empresas brasileiras a alcançar a certificação ABNT NBR ISO 14001 em outubro
de 1997. Outra certificação que a Celulose Nipo-Brasileira detém é a ABNT NBR ISO 9001,
obtida em 1993, que trata da preocupação que a empresa tem em obter melhoria contínua dos
seus produtos e serviços. Em junho de 2008, a empresa recebeu a certificação ABNT NBR
ISO/IEC 17025 para seu laboratório de meio ambiente. Essa certificação é reconhecida pela
Rede Metrológica de Minas Gerais (RMMG) e reconhece a competência do laboratório da
empresa para realizar ensaios analíticos ambientais e obter dados precisos e confiáveis
(FERREIRA, 2020).
Outras duas certificações que a empresa possui é o da Forest Stewardship Council
(FSC) e do Programa Nacional de Certificação Florestal (CERFLOR). O FSC é uma
organização internacional e independente composta por membros de setores ambientais,
econômicos e sociais, enquanto a CERFLOR é um programa brasileiro certificado e gerido
pelo Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO), suas normas foram criadas pela ABNT
(FERREIRA, 2020).
A CENIBRA foi a primeira empresa brasileira a receber simultaneamente as
33
certificações FSC e CERFLOR tanto para o Manejo Florestal como para a Cadeia de
Custódia. O CERFLOR é reconhecido internacionalmente pelo Programme for the
Endorsement of Forest Certification (PEFC). Possuindo tais certificações, a empresa garante
que sua madeira é proveniente de floresta certificada e de origem controlada. Estes
diferenciais contribuem tanto para empresa que coopera para o meio ambiente quanto para a
valorização de seus produtos. Desse esforço, a empresa conta com seu produto (celulose)
tendo as seguintes certificações: FSC Crédito Misto ou FSC Mix Credit (Sistema de
Créditos); FSC 100% (Sistema de Transferência); Madeira Controlada FSC ou Controlled
Wood FSC; 100% CERFLOR/PEFC Certificado ou 100% CERFLOR/PEFC Certified;
(Sistema de Créditos); CERFLOR/PEFC Origem Controlada ou CERFLOR/PEFC Controlled
Sources (FERREIRA, 2020).
Dentre as estratégia praticada pela CENIBRA estão planejamento técnico, econômico,
ambiental e social para todas as atividades de produção de mudas, preparo de áreas,
plantio, manutenção florestal, colheita e transporte para a fábrica, monitoramento e
conservação de áreas cobertas com vegetação nativa. Pela cadeia de custódia é possível
fazer o rastreio Floresta - Cliente e Cliente - Floresta (FERREIRA, 2020).
A empresa também possui outros projetos como de controle da fauna e flora;
reintrodução de aves silvestres ameaçadas de extinção; manejo de áreas de vegetação nativa
envolvendo o enriquecimento com o plantio de mudas e controle de plantas invasoras e de
pragas; a recuperação de áreas erodidas; a proteção contra incêndios florestais, roubo de
madeira, caça; o programa de educação ambiental; o apoio ao desenvolvimento de estudos por
universidades e centros de pesquisa; a utilização sustentável de recursos das florestas nativas;
e o desenvolvimento de atividades de ecoturismo em locais de beleza cênica (FERREIRA,
2020)
Diante de todas as medidas executadas pela CENIBRA, fica nítido que é sim possível
o desenvolvimento sustentável. A empresa além de estar há anos no mercado, contribuindo
cada vez mais para o desenvolvimento ambiental do país, dá bons exemplos aos
empreendimentos deste e outros segmentos. O Coordenador de Meio Ambiente Industrial e
Florestal do empreendimento Cenibra Celulose destaca que, por ser um empreendimento de
grande porte, desde a sua concepção, instalação e início de operação, em 1973, a companhia
sempre teve a preocupação com as questões ambientais como parte intrínseca de suas
atividades. Ele declara ainda que: ―os marcos regulatórios e processos de licenciamento
demandam a adoção de uma série de controles e melhorias de processo visando à prevenção
ou minimização de seus impactos ambientais‖ (FERRARO, 2012). O LA já consolidado será
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um ótimo antecessor para essa instalação. Estes procedimentos são extremamente importantes
para quando for tomada a decisão de implementação de sistema de gestão ambiental.
Outro empreendimento que pode servir para exemplificar bons resultados de LA bem
encaminhado é o empreendimento Maran & Salinas LTDA, que foi fundado em 1978 e tinha
como objetivo a fabricação de cepas e saltos de madeiras para calçados. Porém na década de
1980, foram adquirindo a participação total da empresa que ficou conhecida como Salinas &
CIA LTDA. Pouco tempo depois, mais propriamente dito em 1985, passou a fabricar e
fornecer caixas de sapatos e iniciando assim suas atividades como Cartonagem, passando a
atuar como Salinas Embalagem. Sua localização é estratégica, fica a 20 km do centro
geográfico do Estado de São Paulo, próximo a rodovias, ferrovia e hidrovia na cidade de
Pederneiras – SP (SOLANA; CARNEVALE, SIMONAGIO, 2013).
Neste momento a empresa atende todo território nacional, principalmente o Estado de
São Paulo. Com equipamentos desenvolvidos a Salinas produz uma completa linha de
produtos com variedade para atender a necessidade de diversos segmentos industriais,
executando tal tarefa sempre em sintonia e respeito com o meio ambiente (SOLANA,
CARNEVALE, SIMONAGIO, 2013).
As conquistas da Empresa começaram no ano de 2012, quando a Salinas Embalagem
conquista a certificação ISO 9001, que conforme como já dito é a certificação que trata da
preocupação que a empresa tem em obter melhoria contínua dos seus produtos e serviços, no
mesmo ano a empresa também conquistou o selo FSC (Forest Stewardship Council ou
Conselho de Manejo Florestal). Vale lembrar que para obter a certificação ISO 9001 a
empresa deve atender alguns requisitos, dentre eles ressalta-se a padronização,
monitoramento, medição e rastreabilidade para assegurar a qualidade dos processos, que
consequentemente irá refletir na qualidade do produto. Além disso, capacita seus
colaboradores verificando a satisfação dos clientes e funcionários e ainda realiza constantes
melhorias nos processos internos baseando-se nas premissas normativas da ISO 9001
(SOLANA, CARNEVALE, SIMONAGIO, 2013).
Outro cuidado que a Salinas embalagens tem é que seus produtos sejam
ambientalmente adequados, economicamente viáveis e socialmente justos, simultaneamente
as exigências dos seus clientes, buscou em seus processos a Certificação FSC que garante que
todo o processo produtivo da embalagem é de fontes responsáveis, garantindo assim
qualificação em seus processos produtivos, preservação dos recursos naturais, sendo a
primeira empresa da região do ramo gráfico a adquirir a certificação FSC (Forest Stewardship
Council) (SOLANA, CARNEVALE, SIMONAGIO, 2013).
35
Há quem diga que não houve tragédia maior nesse segmento, mas caso ações não
sejam adotadas, os casos de Brumadinho e Mariana serão apenas os primeiros dos muitos
crimes ambientais que empresas desse setor cometerão que causa danos irreparáveis ao
ecossistema e muitas vidas perdidas. Enfatiza-se a necessidade de acirrar as cobranças de
cunho ambiental, principalmente para estes setores, já que em caso de ―acidentes‖ além do
meio ambiente perdem-se também vidas. Apesar de haver constantes desmontes ambientais
estes só ficaram visíveis porque além do meio ambiente houve também mortes.
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O quadro abaixo expõe em dimensões o quanto foi perdido nos dois acontecimentos.
Ele demonstra claramente como os principais pontos que originaram o caso de Mariana em
2015, tivessem sido resolvidos, poderia ter evitado o que ocorreu na cidade de Brumadinho
em 2019.
O Estado de Minas Gerais possui uma área territorial de 586.513,993 km2, e população
estimada no ano de 2020 de 21.292.666, localizada na região Sudeste da República Federativa
do Brasil. Tem produto interno bruto (PIB) que gira em torno de R$ 287 bilhões, sua capital
Belo Horizonte tem em média (2.375.151 habitantes), já a região metropolitana de Belo
Horizonte possui (4.883.970 habitantes) (MINAS GERAIS, 2021).
As principais cidades do estado são: Uberlândia (699,097 mil), Contagem (668.949
mil), Juiz de Fora (573.285 mil), Betim (444.784 mil), Montes Claros (413.487 mil), Ribeirão
das Neves (338.197 mil), Uberaba (337.092 mil), Governador Valadares (281.046 mil),
Ipatinga (265.409 mil), Santa Luzia (220.444 mil) e Sete Lagoas (241.835 mil). O número
total de municípios no estado é de 853, o clima é tropical, e apresenta subdivisões regionais,
sobretudo em função da altitude, apresentando variações entre: tropical de altitude, tropical
úmido, etc. O clima semiárido ocorre no extremo norte mineiro, em função da baixa
pluviosidade (INMET/5º Distrito), as temperaturas médias anuais são superiores a 18°C
(graus centígrados), em todas as regiões, exceto nos planaltos mais elevados do centro-sul do
estado, onde, no inverno, as temperaturas médias são inferiores a 18°C (INMET/5º Distrito).
O estado tem 85,3% de urbanização e 9,94 milhões de pessoas economicamente ativas
(MINAS GERAIS, 2021).
O território mineiro é ocupado por dois biomas que possuem dimensões proporcionais,
são eles: a Mata Atlântica e o Cerrado. Uma pequena parte ao norte contém um terceiro
bioma, a Caatinga. A perda de vegetação nativa afeta os três biomas. Segundo o IEF, em 2015
ainda restavam 57,44% da Caatinga, 39,44% do Cerrado e apenas 23,26% da Mata Atlântica
original (DULCI, 2018).
O Estado de Minas Gerais possui uma área conhecida como o Quadrilátero Ferrífero,
uma estrutura geológica de forma que se assemelha a um quadrado, que perfaz uma área de
aproximadamente 7000 km2 e estende-se entre o sudeste da cidade de Ouro Preto e a noroeste
da cidade de Belo Horizonte, a famosa capital mineira. Nesta localidade ocorrem as jazidas de
ouro em sua paragênese clássica de sulfetos. O supergrupo Minas que possui até 6000 m de
espessura é composto principalmente de metassedimentos pelíticos e quartzosos e coloca-se
discordante acima do cinturão verde Rio das Velhas. Dentre os seus quatro grupos, o de
Itabira é o mais significativo em termos econômicos, contendo os minérios de ferro,
42
dos anos setenta são exploradas esmeraldas no nordeste do Quadrilátero Ferrífero. O rei das
gemas deu mesmo seu nome a uma cidade no centro de Minas Gerais: Diamantina. Pode-se
assim considerar o estado de Minas Gerais como um paraíso mineralógico. Isto se aplica
especialmente para o Quadrilátero Ferrífero. Até hoje, mais de cento e cinquenta minerais
puderam ser identificados nas vizinhanças diretas de Ouro Preto (ROESER; ROESER, 2010).
Estão relacionadas de alguma forma os impactos negativos ao meio ambiente com a
exploração de recursos, atividades minerais são sem sombra de dúvidas a inicial, dada a
riqueza geológica regional. Assim sendo dois tipos de impactos, são aqueles tidos como
principais os físicos e os de natureza química (ROESER & ROESER, 2010).
Pela legislação brasileira recente, as empresas de mineração devem recuperar as áreas
degradadas, mas isso raramente é feito já que nas palavras de Zhouri (2019, p.15):
A mineração é uma amputação da natureza. Ela é uma atividade primitiva
que não traz nenhum desenvolvimento para o lugar onde é realizada. Ela se resume a
cavar buraco para extrair pedra a ser enviada para outros lugares. Ela extrai a terra e
a água e não deixa nada no lugar. Na natureza, os ecossistemas não se recompõem.
Por isso a mineração é uma amputação, uma verdadeira mutilação.
Outro Autor que contribui para esta narrativa é Wisnik (2018, p 22) ele traz em sua
obra a seguinte afirmativa: o grande buraco geral que a mineração cavou no território de
Minas, multiplicado por outras tantas Itabiras e Itabiritos, e que em Belo Horizonte fez da
serra do curral uma paisagem de fachada que esconde uma ruína mineral, está exposto em
Itabira de maneira exemplar e obscena, de tão real e tão próximo.
Embora diferentes, o acontecimento catastrófico de Mariana em 2015, com tudo que
teve de letal, pode ser visto como raio que ilumina o que há de silencioso e invisível na
catástrofe de Itabira. Ambos envolvem a mesma região, a mesma empresa, e fazem parte da
mesma história, que começa na altura de 1910 com a corrida de empresas inglesas, norte-
americanas, alemãs e francesas ao quadrilátero ferrífero mineiro, prossegue-se por um longo
período de disputas travadas sobre as condições dessa exploração mineral até o final dos anos
1930, tomando impulso com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em 1942,
ficando responsável pela exportação do minério de ferro itabirano para a indústria bélica
aliada, acelerando-se exponencialmente, com a articulação dessas jazidas à produção mundial
do aço no pós-guerra. Ambos expõem as maquinações sem obstáculos que vão convertendo
compactas montanhas de minério em precárias e arriscadas montanhas de rejeitos (WISNIK,
2018).
Tal Passagem deixa claro que esta exploração incansável não vem sendo executada há
pouco tempo. Dado que além dos crimes já mencionados, houve outros rompimentos nesta
44
região que não foram tão divulgados quanto os crimes já citados, são estes: Mineração Rio
Verde em Nova Lima - MG (2001), Mineração Rio Pomba Cataguases em Miraí (2007) e a
Mineração Herculano em Itabirito (2014) (PINHEIRO, 2019).
O apelo por proteção, assim como a exploração, também não é realizado há pouco
tempo, Carlos Drummond de Andrade, relido por Wisnik (2018, p.104) trás um poema
totalmente delator.
Minas Gerais
Minerais
minas de Minas
demais,
de menos?
minas exploradas
no duplo, no múltiplo
sem-sentido,
minas esgotadas
a suor e ais,
minas de mil
e uma noite presas
do fiasco, do fausto,
da farra; do fim.
(...)
Desde os tempos remotos vem acontecendo dilacerações sem igual nos recursos
minerais mineiros, e desde esses tempos também, que ocorrem as denúncias e as súplicas por
proteção. Não tem sido fácil a tarefa de lidar com tamanha exploração, desde ouro no século
XVIII até o nióbio.
O nióbio é um metal refratário altamente resistente ao calor e ao desgaste e juntamente
com o tântalo, tungstênio, molibdênio e rênio, compõem o grupo dos metais especiais,
também conhecido como o grupo dos metais refratários. As principais características dos
metais refratários são: Elevado ponto de fusão; baixa pressão de vapor; baixo coeficiente de
expansão térmica; alta condutividade elétrica e térmica; alta resistência à corrosão; facilmente
transformados em óxidos. As propriedades refratárias do nióbio, aliadas a sua ductilidade
(capacidade de estirar-se sem se romper, transformando-se em um filamento), são
responsáveis por inúmeras aplicações na metalurgia moderna. Esse elemento vem sendo
anunciado como promissor na economia nacional, mas por se tratar de um minério, sua
atividade de extração provavelmente irá degradar o local onde se encontra suas jazidas e este
local por incrível que pareça fica no complexo carbonatítico de Araxá-MG, ou seja, o estado
continuará sofrendo os prejuízos dos impactos negativos da mineração (ALMEIDA, BARROS,
MONTEIRO, 2019).
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A tragédia também coloca em questão qual a relação que poder público pode e deve
exercer em relação à iniciativa privada, a fim de minimizar os danos que aconteceram e evitar
os que podem acontecer. O crime ambiental que ocorreu de maneira semelhante faz sobressair
à violência implícita que vem ocorrendo em prol do lucro e da manutenção do capital privado.
O ambiente fica inviável para a fauna e flora local e os seres humanos e apto somente para a
exploração comercial de minerais. As tragédias seguidas demonstram que há brechas para
burlar a legislação discretamente ou uma iniciativa para ganhar tempo e dinheiro diante da
lentidão dos processos de desapropriação e indenizações associadas (CAETANO, CASTRO,
RESENDE, 2019).
Diante das negociações e discursos semelhantes às práticas participativas do LA são
comprovadas as manifestações de violência institucional do estado e empresarial. Esse ato
tem a finalidade de evidenciar como o Estado atua engajado aos interesses de empresas
representando-a em seus discursos homogeneizantes fundados na modernização e no
desenvolvimento (SANTOS, DA SILVA, MARÍN, 2021). O que reafirma a importância do
1
Empreendimentos minerários são classificados, de 1 a 6, de acordo o porte produtivo e o potencial poluidor. Os
que são que são classificados até nível 4 podem solicitar Licenciamento Concomitante, que é quando a Licença
prévia, a de instalação e a de operação são concedidas de uma só vez. Já os projetos de grande porte,
classificados como 5 e 6, devem requerer licenciamento trifásico, em que as três licenças são dadas
separadamente. Além disso, é exigida a elaboração de estudo de impacto Ambiental.
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LA como já descrito no capítulo I. Este seve servir para proteção de direitos, previstos na
Constituição Federal de 1988, estes serviços devem ser realizada de maneira responsável e
comprometida com o interesse de todos, e não apenas de uma pequena parte. Por isso faz-se
necessário uma reestruturação de corpo técnico em algumas instâncias dos órgãos ambientais,
além de uma composição de equipe técnica realmente multidisciplinar, e qualificação efetiva
destas equipes.
Importante também garantir que as etapas descritas no capítulo IV deste trabalho
sejam realizadas de maneira rigorosa, uma vez que, se o empreendimento necessita de LA, ele
deve arcar com danos que irá proporcionar a todos que pertence aquele ecossistema.
Independente de serem humanos, fauna ou flora. Empreendimentos do tipo minerário, em
especial, deve haver um cuidado mais aprofundado, principalmente nesse momento em que
textos presidenciais vêm modificando o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
A respeito dessas alterações Rodrigues (2019) salienta a determinação 9806/19 que
reduz o número de membros do Conama. Um exemplo da redução, é que os trabalhadores e
representantes da sociedade civil possuíam 22 assentos para todo país com a determinação em
vigor passar a ter apenas quatro. Outra alteração exposta pelo autor é a de número 9760/19
que implanta duas mudanças relacionadas às multas do IBAMA: instituiu os chamados
―Núcleos de conciliação‖ e alterou o programa de conversão de multas em restauração
florestal. Os núcleos recentemente arquitetados funcionam como uma instância inicial de
análise de multas, podendo inclusive perdoar os multados. Para o ato de conversão de multas,
as ações de compensação ambiental solicitadas pelos infratores poderão ser realizadas pelas
próprias empresas multadas, exaurindo a ação daqueles que de fato se interessam em resgatar
os danos cometidos por estas (RODRIGUES, 2019).
Princípios como do poluidor pagador poderiam ter sido efetivados para o caso de
Mariana, em 2015. Caso as responsabilidades tivessem sido imputadas e a empresa autuada de
maneira rigorosa, talvez o desastre em Brumadinho tivesse sido evitado. Entretanto, em
ambos os casos, assistimos um processo que se estende e medidas que não são tomadas.
Espera-se que com pontos demonstrados ao longo do trabalho evidencie-se a importância do
LA e como ele pode ser relevante, se aplicado de maneira correta. Quantos aqueles que
passaram por esta tragédia é necessário que a reparação aconteça de fato, que as famílias
sejam compensadas, que as áreas sejam recuperadas e que as pessoas possam ter novamente
esses espaços, e que seja realizada fiscalização adequada também para pontos como estes.
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Um último ponto importante para ser discutido antes de findado o capítulo, porém não
menos importante, é a utilização de barragens a montante. Esta que se sabe ser um dos
métodos mais baratos e menos seguros. Isso ocorre pelo método ter uma velocidade maior na
execução e ser de fácil operação, porém possui seu ônus já que está sujeito a um número
maior de problemas, como aqueles que desencadearam os casos de Mariana, em 2015 e
Brumadinho em 2019. Então é esperado que barragens como estas fossem impedidas de
serem empreendidas, que o LA que têm este tipo de barragem não passe para a próxima fase e
que empresas como a Vale e a Samarco — que possuem dividendos bilionários — invistam
em projetos que não somente por serem pouco onerosos, mas que principalmente que sejam
seguros para o meio ambiente e para a sociedade em torno e no geral.
Barragens jusantes, por exemplo, são apresentadas por Duarte (2008) como aquelas
que possuem como vantagens, o controle do lançamento e compactação, de acordo com
técnicas padronizadas de construção. Além de nenhuma parte ou alteamento da barragem ser
construída por cima de rejeito anteriormente depositado, os sistemas de drenagem interna
podem ser inseridos durante a construção da barragem e ampliado durante seu alteamento,
aumentando sua estabilidade. A barragem também pode ser projetada e construída indicando a
resistência necessária ou requerida, inclusive resistir a qualquer tipo de forças sísmicas, desde
que projetadas para isso, já que há a possibilidade de atendimento integral das especificações
de projeto. Entretanto, barragens alteadas pelo método de jusante necessitam de maiores
volumes de material para construção, apresentando um alto valor de implantação.
Por fim, aspira-se que todos os anos que levaram a construção de uma política
ambiental, não sejam desperdiçados. Espera-se também que os pontos negativos dos LA
sirvam como aprendizagem para que, sejam efetuadas alterações e melhorias visando sempre
preservar os recursos naturais e proteger a saúde humana, reduzindo os danos causados ao
meio ambiente pelas atividades humanas. Já que o rio devastado e as vidas perdidas não será
mais possível de salvar, faz-se tais melhorias então em memória destes.
Cabe ressaltar, que a mineração — apesar de defendida por grupos ligados aos
empresários do ramo — não é o principal recurso econômico do estado. Visto que, de acordo
com dados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) do Instituto
Brasileiro de Mineração (IBRAM) e da Fundação João Pinheiro a atuação da indústria
extrativista mineraria representa entre 1 e 2 % do PIB do estado, o que demostra a total
"superfluidade" da atividade no estado (MANUELZÃO, 2019).
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6 CONCLUSÃO
De tudo o que foi visto, espera-se ter alcançado o objetivo geral deste trabalho de
conclusão de curso, que era discutir o papel do LA na redução de ocorrências ambientais
como as de Brumadinho e Mariana em Minas Gerais, de forma preventiva e apontar os
desafios no contexto atual, reconhecendo as lacunas no processo do LA de modo a garantir a
efetivação deste em conformidade com o artigo 225 da Constituição Federal de 1988.
Nesse sentido, foram travadas discussões baseadas em uma revisão de literatura acerca
do papel do Estado e da sociedade civil a partir da Constituição Federal de 1988,
representando um marco na nova ordem democrática no Brasil, revestindo-os de uma série de
prerrogativas e obrigações, mas para que seja capaz de cumprir todos esses objetivos. Tais
atribuições são dotadas de ―poderes-deveres‖, entre eles, a cooperação por um meio ambiente
limpo e equilibrado e da realização do LA em todas as esferas: municipal, estadual e federal.
Também incumbe à Agência Nacional de Mineração, a fiscalização do cumprimento
das normas específicas pelos detentores de direitos minerários também fica a cargo da
Agência outorgar as autorizações de pesquisa, expedir licenças, além de gerir requerimentos e
realizar a fiscalização de lavras ativas ou não. Tais atividades estão intrinsecamente ligadas à
redução, ou erradicação, de acidentes e desastres como os de Brumadinho e Mariana, em
Minas Gerais, bem como com a manutenção do meio ambiente limpo, equilibrado, como
direito fundamental das atuais e futuras gerações.
Além disso, a fim de proteger o meio ambiente e minimizar a ocorrência de danos
ambientais, sociais e econômicos decorrentes de desastres como os supramencionados, cabe,
ainda a responsabilização do Estado quando a atividade de fiscalização da atividade
potencialmente poluidora, como dever inerente ao seu Poder de Polícia.
A erradicação de ocorrências como as de Mariana ou Brumadinho passam pela
necessidade de uma maior fiscalização do Estado e da sociedade civil sobre o LA, o que deve
se dar pela edição de leis mais rígidas ou pelo exercício mais comum de instrumentos como a
Ação Civil Pública e outras medidas constitucionalmente previstas.
Outra questão a ser abordada quando se trata do LA é que a Resolução nº 237 do
CONAMA define as competências da União, Estados e Municípios e determina que o
licenciamento deva, sempre, ser feito em um único nível de competência. Caso trate-se de
empreendimento cujas atividades sejam desenvolvidas em mais de um estado do Brasil, ou
cujos impactos ambientais extrapolem os limites estaduais ou mesmo nacionais, a
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competência será federal, cabendo ao IBAMA o licenciamento. Apesar disso, estados podem
delegar suas funções de licenciamento ao município, quando entender necessário, sendo que
nem sempre estes municípios estarão preparados para esta demanda, sobretudo, por falta de
um quadro de servidores preparados para este fim.
Para que os interesses do progresso social, econômico e urbanístico sejam atendidas,
com a proteção ambiental para as presentes e futuras gerações, o poder público deve lançar
mão de instrumentos mais rigorosos de controle e fiscalização das atividades de potencial
poluidor, classificando-as conforme sua grandeza e alcance, e burocratizando a emissão de
licenças ambientais que regulam seu funcionamento. Outra medida que se torna urgente é a
penalização e responsabilização dos servidores ou órgãos públicos nos casos flexibilização
das regras ambientais não permitidas em lei e que possam gerar danos ao meio ambiente e ao
próprio processo de LA.
Se de um lado a atividade mineradora é importante economicamente para estados e
municípios, como os tratados neste trabalho, por outro é papel do poder público manejar
corretamente instrumentos como o Licenciamento Ambiental de forma preventiva, a fim de
assegurar uma mineração mais responsável social e ambientalmente.
50
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