498-Texto Do Artigo-1782-1-10-20181119

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Pesquisa e Ação V4 N3: Novembro de 2018 ISSN 2447-0627

A INDÚSTRIA 4.0 E SEUS IMPACTOS NA SOCIEDADE


Daniel Soares Antonio1; Gabriela Afonso do Nascimento1; Karine de Brito Platero1; Maria Luiza Rinaldi de
Souza1; Rafael Mendes de Paula1; Robson Rodrigues de Almeida1; Renato Sabino Geribello2; Mayara dos
Santos Amarante3

RESUMO
Com o avanço da tecnologia, nosso sistema atual de produção e de estilo de vida pode ser alterado. Com isso, muitas profissões novas devem
surgir e algumas outras podem desaparecer. O artigo descreve a abordagem realizada pela Indústria 4.0 dentro da manufatura, expondo
conceitos que têm sido constantemente implantados nas organizações, como manufatura digital, internet of things (Internet das Coisas) e Big
Data. Tal abordagem se faz necessária devido às progressivas transformações e exigências do mercado para que o ramo industrial e suas
operações possam manter-se competitivos. Com intuito de analisar os impactos que isso causará na nossa sociedade, em meio às informações
coletadas, análise e debate entre os membros do grupo, esse trabalho traz quais são os fatores dessa quarta revolução industrial, onde surgiu e
qual rumo deve tomar. O artigo apresenta as mudanças dos conceitos implementados pela Indústria 4.0, realizando o levantamento de dados de
manufatura e analisando a posição do mercado Brasileiro diante as novas transformações. O objetivo foi alcançado por meio de pesquisas
bibliográficas que apresentou como as maiores companhias já estão vivenciando o atual conceito de manufatura, deixando de ser um plano
futuro e aplicando seus conceitos nos dias atuais, proporcionando ganhos, aumento de produtividade e mostrando sua potencialidade quanto às
concorrentes. O Brasil tem procurado adaptar-se à presente situação e ao novo conceito, no entanto, ainda há necessidade de progressos no
mundo tecnológico. No desenvolvimento deste artigo podemos realizar uma análise aprofundada de conceitos, expondo os desafios enfrentados
pelo mercado, o ritmo acelerado da evolução tecnológica e discussões referentes à interação entre diversos autores sobre a 4º Revolução
Industrial.
Palavras-chave: Indústria 4.0; Revolução Industrial; Profissões.

ABSTRACT
With the progress of technology, our actual system of production and lifestyle can be changed. Because of this, many new jobs positions may
arise, on the hand, existing job position may disappear. The article describes the approach done by Industry 4.0 inside of manufacture, bringing
concepts which have been constantly implanted in the organizations, such as: Digital manufacture, internet of things and Big Data. That
approach is necessary due to the progressive changes and market demand for the industrial branch and these operations could remain
competitive. With the intent to analyze the impacts that these changes will bring to our society, using researched information, analyze and
debate between the members of this group, this report brings what are the reasons of the fourth industrial revolution, where it comes and what
is the course should be lead. The article presents the changes of the concepts implemented by the 4.0 Industry, bring the numbers of the
manufacture and analyzing the position of Brazilian market between the new transformations. This purpose was achieved by bibliographic
researches which introduce us how the biggest companies are already living that concept, leaving the future plan and applying this idea
nowadays, providing gain, productivity increase and showing its potentially against competitors. Brazil has been trying to adapt to this present
situation and to the new idea, but still need progress in technology. In the development of this article could be possible to do a deep analysis of
ideas, showing the challenges that the market has faced, the fast rhythm of technology evolution and discussions about interaction between
multiple authors of fourth industrial revolution.
Key words: Industry 4.0; Industrial Revolution; Careers.

1 INTRODUÇÃO

A “Indústria 4.0” passou a ser conhecida em 2011, quando foi criada a iniciativa através de uma
associação de representantes do universo empresarial, político e acadêmico que apoiou a ideia como uma
abordagem para fortalecer a competitividade da indústria manufatureira alemã.
As revoluções industriais estão separadas em 4 fases diferentes, conforme os impactos causados nos
meios produtivos vigentes. A primeira revolução industrial passou a ser a introdução das instalações de
produção mecânica, iniciou em meados do século XVIII até o final do século XIX. A segunda revolução
iniciou na década de 1870 com a eletrificação e o trabalho estruturado com base nas teorias de Taylor. A
terceira também conhecida como “A Revolução Digital” iniciou na década de 1970. Impactou
1Bacharelandos do Curso de Engenharia de Produção. Centro Universitário Brazcubas.
2Especialista em Docência para o Ensino Superior pela Universidade Braz Cubas, Brasil (2012). Professor Titular do Centro Universitário Brazcubas.
3Mestrado em Ciências e Tecnologias Espaciais pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Brasil (2014). Professor Titular do Centro Universitário
Brazcubas.
positivamente no desenvolvimento da automação da produção e seus processos através da eletrônica
avançada e da tecnologia da informação. E a quarta caracterizada pela consolidação das ferramentas da
tecnologia da informação, utilização de simulações integrando um modelo virtual planta por planta
propriamente dita, sendo utilizada a computação em nuvem e com aprimoramento dos sensores e
conectividade além dos controladores lógicos programáveis (HEIDRICH et al, 2017).
Os apoiadores esperam que a indústria 4.0 forneça melhorias significativas nos processos industriais na
fabricação, na engenharia, na utilização de materiais, na cadeia de abastecimento e na gestão do ciclo de
vida.
Algumas tecnologias inovadoras para integrar o homem e máquina, onde o homem deixa de exercer
atividades repetitivas, para se preocupar com o planejamento da produção e as máquinas podem utilizar
dados gerados pela própria planta para se realinhar e se tornando resiliente a falhas e falta de suprimento e
outras interrupções que hoje exigem a operação dos humanos.
As utilizações de dispositivos da internet fazem com que os equipamentos se tornem mais “inteligentes”
fornecendo e recebendo informações dos sistemas de controle administrativo Enterprise Recurses Planning
(ERP) e Inteligência de Negócio /Business Intelligence (BI) sendo usada para modelar as necessidades dos
clientes e ao mesmo tempo proporcionando uma produção mais enxuta.
O cenário mostrado já está presente em diversos países onde essa transformação de paradigma tem
tornado os processos produtivos mais competitivos. É primordial que as Indústrias Brasileiras sigam os
modelos para manter-se atualizada diante as diversificações tecnológicas do mercado.
De acordo com Geissbauer et. al. (2014) as soluções de indústrias 4.0 aperfeiçoam a eficiência reduzindo
custos em toda a cadeia de valor.
Esse processo engloba conexões entre materiais operacionais e máquinas sobre forma de sistemas ciber-
físicos, soluções de tecnologia de sensores para a troca de dados controlados em tempo real ao longo da
cadeia de valor.

2 METODOLOGIA

A pesquisa explicativa proposta foi desenvolvida através de pesquisas bibliográficas, por levantamento
de dados já existentes, buscando informações em sites, jornais, revistas especializadas e artigos. O relatório
foi escrito com a necessidade de uma reflexão de estudantes da área sobre qual rumo a indústria 4.0 irá
tomar, por esse motivo, além dos dados já analisados, buscamos estudar e apresentar outras informações
sobre o tema.
3 RESULTADOS

3.1 HISTÓRIA

Uma revolução é caracterizada por mudanças bruscas e radicais, motivadas pela incorporação de
tecnologias que afeta diretamente a economia e a sociedade. Anteriormente a revolução industrial, toda a
produção de um bem ou serviço era realizada por um único profissional, artesanalmente. Os artesãos
conheciam todo o processo. Eles mesmos buscavam a matéria-prima, confeccionavam o produto e o
vendiam. A primeira revolução industrial iniciada na Inglaterra no século XVIII aconteceu logo após a
descoberta do ferro e do carvão, e possibilitou o desenvolvimento de novas ferramentas de produção. Nessa
época o trem e as estradas de ferro surgiram, os animais e as pessoas foram substituídos pelas máquinas e
os países começaram a investir em pesquisa. Os processos de fabricação passaram de produção artesanal
para um modelo mecanizado e o acesso a essa nova tecnologia fez com que os profissionais fossem
divididos, ou seja, cada parte do processo passou a ser realizado por um profissional, assim os empresários
observaram um ganho de produtividade.
A segunda Revolução Industrial ocorreu nos Estados Unidos no final do século XIX e no início do século
XX. Foi marcada pela descoberta da energia elétrica e o uso do petróleo como combustível. A indústria
automobilística ganhou espaço nesse período. O sistema fordista de produção em massa criado pelo
empresário Henry Ford ficou conhecido em todo o mundo industrial, que tinha como objetivo reduzir ao
máximo o custo de produção e baratear o produto, possibilitando um maior número de vendas possíveis.
Esse sistema entrou em declínio na década de 1980, com um surgimento de produção mais eficiente, criado
no Japão pela Toyota. Era esse o sistema de Produção Enxuta, que tinha o propósito de aumentar a
produção diminuindo os custos, através da metodologia de produção puxada, que elimina os desperdícios
sem criar estoque, diferentemente do sistema Fordista que possuía um estoque muito grande.
A terceira revolução industrial iniciou na década de 1960. Dá-se pela revolução tecnológica com o uso de
computadores, internet e plataformas digitais. A invenção da internet unificou o mundo em questão de
milésimos de segundos, nos permitindo uma comunicação rápida, troca de informações e muito mais
facilidade no meio industrial, podendo nos comunicar com pessoas a quilômetros de distância em tempo
real.
Quando falamos de tecnologia, não estamos nos restringindo apenas na internet. As máquinas de alto
padrão tecnológico também fazem parte dessa revolução, e nos permite produzir muito mais em um curto
período de tempo, trazendo um lucro gigantesco para a companhia.
Esse avanço tecnológico tem sido muito vantajoso para o mundo industrial, já que nos proporciona mais
conhecimento, facilidade de comunicação para negociação, praticidade em pesquisar e comprar os recursos
necessários para a empresa, gerando velocidade nas informações, alta produtividade e muito lucro. Mas
nem tudo é perfeito, embora tenha uma vasta gama de facilidades, esse avanço também nos traz algumas
desvantagens. As máquinas de alta tecnologia estão substituindo a mão de obra humana e eliminando uma
série de trabalhos antes realizados pelas mãos de pessoas. A internet também pode prejudicar o
desempenho dos funcionários, por proporcionar uma série de entretenimentos. Sem contar as pessoas que
utilizam esse benefício de má fé, invadindo sistemas para roubar e danificar informações sigilosas. Por esse
motivo os profissionais que trabalham dentro de uma organização devem saber lidar de forma saudável
com as informações disponíveis.
Segundo teóricos, hoje o mundo passa por uma transição que dá início a quarta revolução industrial.
Podemos associá-la a uma continuação inteligente da terceira e defini-la como uma sinergia das tecnologias
isoladas. O desenvolvimento e incorporação de novas tecnologias muito mais inteligentes, vai moldar as
indústrias nos próximos anos. Segundo o alemão Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial
já está vivendo esse novo tempo. “Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará
fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e
complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado
antes", diz Schwab no livro “A Quarta Revolução Industrial”, publicado em 2016.
Podemos associar a quarta revolução a revolução do conhecimento e da comunicação. A tecnologia nos
liga, mas não nos comunica. Informações não levam as organizações a uma vantagem competitiva, já o
conhecimento pode ser a chave de seu crescimento. Transformar informações em conhecimento é uma
tarefa que leva tempo, mas traz muito benefício pessoal e organizacional. Já a comunicação, que foi tão
beneficiada pela tecnologia, se não utilizada de forma correta pode ser um problema. Hoje, com a
velocidade que tudo acontece, às vezes o tempo é curto para uma comunicação eficaz, e uma comunicação
não eficiente pode ser prejudicial para uma organização, por isso, o conhecimento e a comunicação devem
ser trabalhados de forma prioritária dentro das indústrias.
Esse novo tempo será expresso por um conjunto de tecnologias inovadoras: robótica, inteligência
artificial, realidade aumentada, big data (análise de volumes massivos de dados), nanotecnologia,
impressão 3D, biologia sintética, etc. Todos esses sistemas estão sendo desenvolvidos, e ainda que alguns
deles estejam em fase inicial de desenvolvimento, serão muito promissores futuramente.
Hoje, as linhas de produção das indústrias já estão quase inteiramente automatizadas, e assim como a
terceira revolução industrial, a quarta tem eliminado muito mais empregos que antes eram feitos por mãos
humanas. Segundo o Fórum Econômico Mundial, até 2020 a automação deve eliminar sete milhões de
empregos industriais nos 15 países mais desenvolvidos. Até 2025, um em cada quatro empregos
conhecidos hoje deverão ser substituídos por softwares e robôs e 65% das crianças que hoje entram nas
escolas irão trabalhar em profissões que atualmente não existem.

3.2 PRINCÍPIOS E FATORES

Perante a grande revolução industrial, houve a necessidade do desenvolvimento de produções


inteligentes, acoplando tecnologias digitais e físicas e integrando as etapas do desenvolvimento do processo
ou produto, tendo como resultados a eficácia e o aumento de produtividade. O projeto contém 6 princípios
caracterizando e diferenciando a indústria 4.0 da fabricação em massa, os princípios têm como objetivo a
orientação das companhias a distinguir e elaborar cenários previstos na quarta revolução industrial ou
indústria 4.0.
Interoperabilidade – é a forma transparente de comunicação através de internet entre os sistemas, fábricas
inteligentes e o homem, sendo semelhantes ou não.
Virtualização – capacidade do sistema na monitoração dos processos físicos e virtuais, disponibilizando a
rastreabilidade e monitoramento remotos por vários sensores de dados interconectados na planta e
monitoramento aos processos físicos.
Descentralização – capacidade na tomada de decisões via sistema cíber-físico, resultando na habilidade de
tomada de decisão, de acordo com a necessidade em tempo real da produção, e, os equipamentos além dos
comandos fornecem informações referente ao ciclo de trabalho, sem tornar-se dependente de ações
externas, possibilitando uma tomada de decisão mais segura.
Trabalho em tempo real – a alta tecnologia da indústria 4.0 garante o monitoramento da análise contínua
das operações em tempo real, equivale atualização contínua de dados, permitindo as tomadas de decisões.
Orientação de serviços – disponibilidade de serviços aos colaboradores dos processos e indústria, através
de software aliado aos conceitos de internet, além da reorganização dos departamentos, permitindo melhor
relacionamento e qualidade.
Sistema modular – maior facilidade na adaptação referente a alterações de tarefas de maquinários,
substituindo ou expandindo módulos individuais, conforme a produção de acordo com a demanda,
entretanto a empresa divide-se em módulos independentes e inteligentes, utilizando somente os recursos
caracterizados como necessários para a realização das operações, resultando na otimização e reduzindo os
desperdícios, energia e mão de obra.
Portanto os princípios básicos da indústria 4.0 baseia-se em altas tecnologias, agregando todas
tecnologias os quais já existentes, utilizando através da comunicação a otimização à indústria e reduzindo
desperdícios.
Além dos princípios básicos, existem pilares fundamentais para melhor desenvolvimento da revolução
industrial ou indústria 4.0. Nestes conceitos contém noveposto-chave: big data e análise de dados, robótica,
simulação, (internet of things – lot), cibersegurança, cloud computing, manufatura aditiva, sistemas de
integração horizontal e vertical e realidade aumentada.
Análise de dados e big data–atualmente, em torno de 72% das industrias observam a data e análise de
dados como grande potencial de melhorias nas relação com os clientes, ciclo de vida e produtos, além de
35% das industrias já adotarem a indústria 4.0.
Big data define-se como complexo de dados, tendo necessidade de suporte de ferramentas específicas, de
modo que possam ter acesso a todas as informações desejadas, além de análises, transformações e tempo
proficiente, esses dados são de grande importância para melhorias e estratégias em várias concepções.
Volume – velocidade em que os dados são gerados e armazenados, a seguir as informações serão sucedidas
e analisadas com velocidade semelhante.
Variedade – variedade na apresentação de dados, havendo variações nas informações através de mídias,
sensores, entre outros, além da transmissão de dados padronizados aos maquinários e documentos sendo e-
mail, textos e etc.
Veracidade – informações condizem à realidade, e, os dados são precisos e necessitam de exatidão em
seus resultados durante a análise, além da necessidade dos resultados vertiginosos.
Valor – as empresas analisam os dados frequentemente, tendo como crítico estabelecer objetivos ao big
data analytic, além do envolvimento do custo e benefício durante o decorrer da operação.

3.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS


Toda e qualquer transformação gera um impacto no ambiente em que ela está inserida. A implantação da
indústria 4.0 está em curso e precisamos compreender quais os benefícios e as desvantagens que ela
proporciona à medida que é implantada.
Com o aumento da competitividade na dimensão industrial, as empresas têm investido em tecnologias
que possam produzir mais em menos tempo, e com custos de produção menores. Mas existem outras razões
positivas para que a indústria 4.0 seja aceita e implantada nas empresas.
Com a tecnologia da automação, as máquinas estarão conectadas em rede e com monitoramento da
produção por meio de sensores, serão capazes e terão autonomia para prever falhas, programar
manutenções a fim de prevenir imprevistos na produção. Como o processo é totalmente automatizado,
através da automação será possível por meio de máquinas calibradas, reduzir exponencialmente os erros de
repetição que ocorrem quando pessoas estão fazendo montagem ou outros processos repetitivos mantendo a
qualidade do produto em um padrão elevado.
Um dos maiores problemas das indústrias brasileiras hoje é o desperdício. Como citado acima, sanar os
problemas com o sistema automatizado reduz expressivamente os desperdícios. Essa cadeia aumenta a
competitividade e faz com que haja economia de gastos na empresa das partes internas envolvidas na
produção dos produtos.
Outra vantagem da indústria 4.0 é o controle de informações em todo o processo na produção de um
produto. É possível controlar com dados precisos a utilização de insumos e recursos, mantendo a precisão
na hora de solicitar os materiais com os fornecedores, ou seja, será possível reduzir estoques e/ou diminuir
a quantidade estocada na empresa de uma forma mais fácil.
A customização de produtos será possível em grande escala. O cliente passará a solicitar certos tipos e
quantidades de produtos de acordo com suas necessidades. Isso traz ainda mais vantagens para a indústria
colocando-a muitos passos dos demais concorrentes.
Esses são alguns poucos de muitos benefícios que as empresas terão ao implantar esse novo conceito de
produção, porém toda essa tecnologia implantada nas indústrias irá gerar alto impacto no mercado de
trabalho: o chão de fábrica mudará.
Segundo uma pesquisa “O futuro do trabalho”, divulgada no fórum Econômico de Davos, em 2016, essas
transformações e evoluções devem provocar um corte de 7,1 milhões de postos de trabalho nos próximos
cinco anos. Isso porque as indústrias inteligentes passarão por reformulação no chão de fábrica. Os
funcionários com menos qualificações estarão vulneráveis e correm o risco de serem excluídos do mercado
de trabalho se não houver mudanças no sistema econômico global.
Os trabalhadores da indústria 4.0 precisarão passar por treinamentos e qualificações de modo a
compreender e trabalhar com grandes variedades de tecnologias necessárias para a composição da indústria
inteligente. De qualquer forma, precisarão evoluir ao passo da inserção das novas tecnologias. As formas e
ocupações serão diferentes e a mão de obra que é braçal, passará a ser ocupada por engenheiros e
programadores, utilizando todo o sistema tecnológico.
Em torno de toda essa evolução, existe uma controvérsia de até que ponto a indústria 4.0 será importante
para todos. Em questão social, podemos dizer que precisaremos nos readaptar, já que serão exigidos novos
conhecimentos em toda a área de atuação da fábrica inteligente. Isso é a nova realidade de quem trabalha
no setor industrial.
Para a indústria é visivelmente lucrativo e revolucionário. Tudo será ligado à computação em tempo real,
dados transmitidos a todas as partes envolvidas permitindo tomada de decisão, rastreabilidade e
monitoramento remoto pelos sensores em toda área da fábrica, produção conforme demanda solicitada,
troca de ferramentas das máquinas oferecendo flexibilidade na produção de outros produtos a curto tempo.
Para um mercado forte é normal às indústrias se moldarem a esse sistema. Alguns exemplos de inovações
que estão implantadas e talvez ainda muitas não saibam, são: metrô da linha amarela já opera sem
maquinistas; caixas sem operadores em algumas redes de supermercados (Londrina, ABC, Belo Horizonte
e outros); e, no ramo químico, da empresa Rio Tinto na Austrália, caminhões já operando sem motoristas.
Esta é a nova realidade das indústrias do futuro. O que de fato precisamos entender é que a mudança é
necessária. A tendência é que ela seja inserida no setor industrial a cada dia e modifique o sistema
produtivo, trazendo benefícios para os novos negócios do presente e futuro.

3.4 EXEMPLOS ATUAIS


Com o passar da fase mais crítica da crise econômica, algumas empresas começam a se encaixar a
indústria 4.0. Em países como França, Alemanha e Estados Unidos, as máquinas já são capazes de tomar
decisões no chão de fábrica.
No Brasil muitas empresas já automatizaram seus processos, porém, segundo a Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI), atualmente, menos de 2% das empresas se enquadram no conceito de
indústria 4.0.
Segundo o consultor de indústria 4.0 Paulo Roberto dos Santos, muitas empresas brasileiras ainda estão
entrando na chamada terceira revolução industrial, que trouxe os computadores para o chão de fábrica e
exibiu o uso da automação, eletrônica e tecnologia da informação.
O programa Indústria 4.0 receberá mais incentivos no Brasil, a ABDI e a Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (FIESP) lançaram o programa “rumo à indústria 4.0”, com o objetivo de expandir o
conceito e as tecnologias da mesma junto às indústrias, definir o nível de maturidade das empresas
brasileiras e definir uma trajetória mais adequada para alcançar projetos e ações com tecnologias
habilitadoras. A expectativa é o crescimento de 15% de empresas que atuem nesse conceito.
Entre as indústrias brasileiras que saíram na frente, está a Ambev. A multinacional de bebidas
automatizou em oito unidades o processo de controle de resfriamento da cerveja, reduzindo a variação de
temperatura e minimizando o desperdício de energia. A empresa pretende expandir para todas as unidades.
A Volkswagen Brasil tem investido em treinamentos para os funcionários, além de software e hardware
para lidar com a nova realidade. Para desenvolver os produtos, eles são simulados e impressos em 3D, que
aperfeiçoam o tempo de produção, acelerando o processo e minimizando as chances de erros e
desperdícios.
Na empresa de elevadores ThyssenKrupp em Minas Gerais, todo o processo produtivo segue o conceito
de fábrica inteligente. Segundo o diretor Roberval Calca, a produtividade é elevada e o índice de refugo é
baixo. A unidade produz 700 mil módulos ao ano com apenas 72 funcionários, seriam necessários 200
trabalhadores, se fosse uma fábrica convencional. Segundo a Revista Exame, nas montadoras de automóvel
Toyota, Fiat e Nissan, o tempo de desenvolvimento de um novo modelo caiu até 50% a partir do momento
que designers e engenheiros passaram a usar informações digitalizadas e testes virtuais de peças. Na
fabricante de aviões Embraer, os operários responsáveis pela produção do jato Legacy 500, em São José
dos Campos, começaram a treinar de forma virtual em 3D, o que fariam no chão de fábrica um ano antes do
início da produção. O projeto teve 12.000 horas de testes antes de a aeronave fazer a primeira decolagem, e,
defeitos que eram detectados somente com o avião no ar foram resolvidos ainda na fase de preparação. Na
linha de montagem, os operários usam computadores e tablets para auxiliar a colocação de algumas peças,
em caso de dúvidas, com todos os ganhos da digitalização, o tempo de montagem já caiu 25%.
Essas são algumas das empresas que já se adiantaram e estão preparadas para qualquer concorrência.
Ainda que estejamos caminhando para um mundo bastante tecnológico, as relações interpessoais e a
capacidade de comunicação não deixarão de serem grandes vantagens profissionais. Muitos apostam,
inclusive, que em um ambiente altamente automatizado como o da indústria 4.0, a colaboração entre os
profissionais seja cada vez mais presente.

3.5 O TRABALHADOR DA INDÚSTRIA 4.0


A indústria 4.0 exigirá profissionais com qualificações técnicas para analisar dados, lidar com o mundo
digital e que tenham flexibilidade para atender demandas em horários diversos e onde estiverem. Está em
curso a quarta revolução tecnológica. Ela promove a conexão direta da web com eletrodomésticos,
máquinas industriais, meios de transporte e determina a automatização das fábricas e o aprimoramento de
sistemas cyber-físicos - interação homem-máquina - na produção logística. Tudo isso faz parte de um novo
cenário laboral que se desenha no mundo contemporâneo, o da indústria 4.0, contexto que torna o sistema
global de redes de computadores cada vez mais essencial ao mundo do trabalho e faz com que profissionais
incapazes de explorar os mais modernos aparatos tecnológicos saiam do foco das principais companhias.
A indústria tem modernizado o sistema de produção com o objetivo de reduzir tempo e custo. Maquinário
obsoleto dá lugar a equipamentos complexos, que, por sua vez, demandam competências antes dispensáveis
ao trabalhador. "Essa otimização exigirá do profissional habilidade com o mundo digital. Ele precisará ser
multidisciplinar, saber conceitos de informática, matemática, tecnologia da informação, robótica", elenca o
professor de engenharia de produção Eduardo Zancul, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
(POLI-USP).
O professor salienta que a implementação de métodos automatizados - com a participação de robôs - não
provoca a dispensa dos funcionários da linha de produção. Isso porque eles tendem a exercer tarefas
estratégicas e de monitoramento da estrutura funcional. "Um equipamento que estraga causa diversos
transtornos às empresas. Por isso, investe-se em tecnologias preventivas, que alertam para a necessidade,
por exemplo, de se fazer troca de peças da máquina antes de ocorrer o defeito. O profissional precisará
atender a essas demandas", explica. "Há sensores de temperatura, pressão, vibração e ruído que ajudam na
identificação de problemas das máquinas", acrescenta.
Outra competência emergente é a capacidade de analisar dados, principalmente por causa do uso da big
data, método originado nos Estados Unidos. O termo descreve o extenso volume de dados coletados da
maior quantidade possível de fontes sobre transações comerciais, redes sociais e informações de sensores
ou dados transmitidos de máquina a máquina.
Um equipamento que passa a ser inutilizado causa diversos transtornos às empresas. Por isso, investe-se
em tecnologias preventivas, que alertam para a necessidade, por exemplo, de se fazer troca de peças da
máquina antes de ocorrer o defeito. “O profissional precisará atender a essas demandas”, Eduardo Zancul.
A indústria 4.0 também exigirá flexibilidade de seus trabalhadores. A instalação de mecanismos de
manutenção preventiva tende a criar demandas nas fábricas a qualquer período do dia, o que aumentará a
necessidade de trabalhos também durante madrugadas, por exemplo. Por outro lado, a internet das coisas
facilitará a interação entre homem- máquina à distância e, assim, possibilitará ao trabalhador exercer suas
funções da própria casa.
A qualificação técnica do profissional 4.0 ocorrerá, primeiramente, dentro das indústrias, pela instalação
de postos de trabalho da manufatura avançada. Isso provocará redução de custos e tempo no processo
produtivo e o aperfeiçoamento desse trabalhador. "Esses postos devem capacitar o funcionário e facilitar o
processo de montagem, levando a ele a tecnologia necessária para isso", comenta Carlos Eduardo Pereira,
diretor de operações da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII).
"Em uma das principais montadoras de automóveis da Alemanha se trabalha com realidade aumentada na
composição dos carros: há uma tela interativa pela qual o operário manipula as peças e simula um motor,
por exemplo. O programa, em seguida, informa se a estrutura montada apresentaria falhas e se as peças
estavam bem apertadas", descreve o dirigente, que também é professor e pesquisador no curso de
engenharia de controle e automação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Este sistema
tem sido testado em grandes companhias da Alemanha, país pioneiro nos estudos e nas implementações de
métodos da nova configuração de indústria.
3.6 PROFISSÕES
Profissões surgiram e desapareceram ao longo do tempo, com a evolução da nossa espécie e,
consequentemente, da tecnologia. Énotório que a nossa vida mudou muito desde o início dos anos 2000 e,
acredite, esse século em que estamos vivendo tem ainda muito mais para nos mostrar.
Muitos especialistas dizem que estamos vivendo em uma era de exponencialidade. A coisa mais difícil é
descobrir se o que estamos vivendo é exagero, tendência ou tsunami.
Seguindo os passos da tecnologia, muitos modelos de negócios, gestão e de profissionais devem surgir ao
longo do tempo. Algumas empresas atualmente são exemplos desse novo período em que estamos vivendo,
como a Uber que é a maior empresa de táxis sem possuir um carro, o Facebook que é a maior empresa de
mídia e não produz um conteúdo se quer, a Ali Express não possui nenhum produto em seu estoque e
detém o título de maior rede varejista e a Airbnb, que sem possuir nenhuma propriedade é a maior empresa
de hospedagem do mundo. Tudo isso surgiu em 2015, provando a teoria de que a exponencialidade está
cada vez mais presente e é sentida pela nossa economia, trazendo perspectivas positivas e negativas sobre o
que tem ocorrido.
No livro "A Quarta Revolução Industrial", de Klaus Schwab, o autor indica algumas profissões que estão
mais propensas a sofrer um tipo de automação (e com isso desaparecerão), conforme a Tabela 1.

Tabela 1 – Profissões propensas a automação


Probabilidad Profissões
e
0,99 Operadores de telemarketing
0,99 Responsável por cálculos fiscais
Avaliadores de seguros, danos
0,98
automobilísticos
Árbitros, juízes e outros
0,98
profissionais desportivos
0,98 Secretários jurídicos
Hostss e hostesses de restaurantes,
0,97
lounges e cafés
0,97 Corretores de imóveis
0,97 Mão de obra agrícola
Secretários de assistentes
0,96
administrativos, exceto os
jurídicos, médicos e executivo
0,94 Entregadores e mensageiros
Fonte: Benedikt; Osborne, 2013 apud Schwab (2017, p. 45)
No outro lado da moeda, as profissões que podem surgir com essa quarta revolução dependem de alguns
fatores. Para muitos casos, as novas tecnologias trarão uma necessidade de atualização de algumas áreas e
seus cursos de formação, como engenharia, biologia, medicina e, principalmente, a área de tecnologia da
informação. Muitas das possíveis inovações não passam de apenas uma idealização atualmente, fazendo
com que seja um pouco difícil de cravar qual profissão pode aparecer ao longo do tempo.
Estima-se que 90% do conteúdo existente na internet de hoje foi produzida a partir de 2013. Além disso,
espera-se que até 2025, 90% da população mundial terá acesso a internet. Isto faz com que os consumidores
estejam mais preparados que os próprios vendedores, fazendo com que as empresas se reinventem e trazem
novas soluções ao mercado.
Já é fato que mais de 80% da produção industrial hoje em dia é de dependência de robôs, dos modelos
mais simples aos modelos mais complexos.
Essa revolução faz com que a sociedade tome um tempo para refletir e analisar qual profissional as
indústrias e o mercado necessitarão. No mundo de hoje, não basta ser somente bom em uma única coisa. É
de grande necessidade possuir profissionais no futuro que mesclem um pensamento tático ao pensamento
criativo, que criem novas opções de resolução de problemas que não seja possível para as máquinas e para
a inteligência artificial.
É importante lembrar que quanto mais conexões tivermos, mais oportunidades criaremos. Que um mundo
mais conectado seja rico em educação, cultura e inclusão, e que saibamos ser mais respeitosos e solidários
com o momento que nos cerca, evoluindo não só com a tecnologia e como profissional, mas como ser
humano acima de tudo.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde as máquinas a vapor até as máquinas mais sofisticadas e avançadas como os robôs com inteligência
artificial, a indústria passa por uma metamorfose frequente, em ritmo acelerado, de acordo com a evolução
da tecnologia.
Frequentemente a indústria vem produzindo novas máquinas que facilitem o trabalho e reduzem o esforço
braçal, fazendo com que os colaboradores passam a exercer atividades de valor agregado, além de
aperfeiçoar o desenvolvimento intelectual do corpo de funcionários garantindo maior qualidade e sucesso
da sua empresa no mercado.
Conclui-se que todo esse processo tecnológico vem de uma evolução natural que se deu início com a
primeira revolução industrial, e, o aperfeiçoamento do mesmo vem surpreendendo a sociedade dia após dia.
Mas, tudo isso deve-se a inteligência do homem, que se supera a cada dia com a sua criatividade e
versalidade. A indústria 4.0 é uma realidade que mudará o sistema das indústrias, garantindo muito mais
integridade de dados e facilidades.
Em meio a tudo isso, as empresas precisarão se adaptar a essa realidade e os profissionais deverão se
permitir e se abrir a novos perfis, sempre buscando outros tipos de habilidades e competências.
A Indústria 4.0 é uma nova visão que decididamente será uma realidade, transformará a forma como
atualmente lidamos com a produção, bens de consumo e materiais, favorecendo uma melhor distribuição de
riquezas e a sustentabilidade.

5 REFERÊNCIAS
[1] Tecnologia: o que é a 4º revolução industrial?
Disponível em: <https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/tecnologia-o-que-e-a-4-
revolucao-industrial.htm>. Acesso em 16 de outubro de 2018.
[2] Sistemas de informação.
Disponível em: <http://cursosnocd.com.br/sistemas-de-informacao/vantagens-e-desvantagens-do-avanco-
na-tecnologia.htm>. Acesso em 12 de outubro de 2018.
[3] As 4 revoluções industriais.
Disponível em: <http://www.efetividade.blog.br/as-4-revolucoes-industriais/> Acesso em 10 de outubro de
2018.
[4] “Internet das Coisas”: entenda o conceito e o que muda com a tecnologia.
Disponível em: <http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/08/internet-das-coisas-entenda-o-
conceito-e-o-que-muda-com-tecnologia.html>. Acesso em 05 de outubro de 2018
[5] Big Data Analytics: você sabe o que é?
Disponível em: <http://www.bigdatabusiness.com.br/voce-sabe-o-que-e-big-data-analytics/>. Acesso em
09 de outubro de 2018.
[6] O que é Indústria 4.0 e como ela vai impactar o mundo.
Disponível em <https://www.citisystems.com.br/industria-4-0/>. Acesso em 05 de outubro de 2018.
[7] Seis princípios básicos da Indústria 4.0 para os CIOs.
Disponível em <http://cio.com.br/noticias/2016/05/02/seis-principios-basicos-da-industria-4-0-para-os-
cios/>. Acesso em 05 de outubro de 2018.
[8] Indústria 4.0: Uma Visão da Automação Industrial.
Disponível em <https://www.automacaoindustrial.info/industria-4-0-uma-visao-da-automacao-industrial>.
Acesso em 05 de outubro de 2018.
[9] A busca de uma identidade para a Indústria 4.0.
Disponível em: <http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/6852/material/0%20-
%20Ind%C3%BAstria%204.0.pdf>. Acesso em 02 de outubro de 2018.

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