D0108C15
D0108C15
D0108C15
D0108C15
GOIÂNIA
2015
RENATO COSTA ARAÚJO
D0108C15
GOIÂNIA
2015
Ficha catalográfica elaborada automaticamente
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a), sob orientação do Sibi/UFG.
Ao meu coorientador Prof. Dr. Renato Angelim, pelas contribuições ao trabalho. Obrigado
pelo apoio.
Ao Prof. Dr. Oswaldo Cascudo, por todos os ensinamentos e também por todos os
questionamentos, ambos contribuíram muito para o meu crescimento neste período do
mestrado.
A Profª. Drª. Ana Velosa, que cordialmente aceitou participar da Banca de Defesa deste
trabalho.
Aos alunos de iniciação científica, Lucas Andrade e Daniel Gonçalves, aos laboratoristas
Vitor Lopes e João Júnior, pela contribuição e pelo auxílio nos ensaios e aos colegas do
mestrado, Marina Campos, Patrícia Carvalho e Roberta Medeiros pelo companheirismo e
apoio.
Aos meus pais, Afonso e Ivanildes, que em diversos momentos se abdicaram de si por mim e
minhas irmãs. Obrigado por todo o esforço despendido por mim e pelo amor incondicional.
A minha esposa Lorena, que mais do que compreender a minha ausência pelo mestrado, me
auxiliou em diversos momentos e me ajudou a superar o cansaço. Obrigado amor, sem o seu
apoio não teria conseguido.
As argamassas apresentam uma ampla utilização na construção civil, sendo aplicadas por
diferentes métodos e com diversas condições de trabalhabilidade. Assim, o controle da
qualidade da argamassa se faz necessário. Para determinação das propriedades das argamassas
no estado fresco antes de ser aplicada, uma opção é a utilização de métodos considerados
simples como a mesa de consistência, o dropping ball e a penetração do cone. Entretanto,
estes métodos não apresentam resultados claros e completos sobre o comportamento da
argamassa. Para uma análise mais íntegra do comportamento da argamassa é necessário um
estudo reológico do material. As análises reológicas das argamassas são tradicionalmente
feitas por meio de reômetros. Porém, a maioria dos reômetros apresenta uma limitação de
torque máximo para utilização em argamassa. A falta de uma geometria padrão e o alto custo
do equipamento também limita o seu uso. Perante este cenário, há a busca por outros métodos
de caracterização reológica, como a utilização do squeeze-flow. Uma ideia ainda mais recente
é a utilização do ensaio de cisalhamento direto, o qual é usualmente empregado para a
caracterização dos solos. Assim, esta pesquisa buscou avaliar a viabilidade do emprego do
ensaio de cisalhamento direto para a caracterização reológica da argamassa. Para realização
desta análise foram fixados alguns fatores, como a origem dos agregados, o tipo dos ligantes,
as proporções do traço e todo o processo produtivo. A análise da sensibilidade do método foi
realizada por meio da variação da distribuição granulométrica e do teor de água/materiais
secos. Os resultados obtidos por meio do novo método foram comparados com os resultados
obtidos pelo método do squeeze-flow. Estes valores encontrados experimentalmente pelo
ensaio de cisalhamento direto ainda foram utilizados para verificar um método matemático
desenvolvido por outros autores. A variação do teor de água/materiais secos demonstrou
influenciar algumas propriedades como a densidade de massa, a retenção de água, o índice de
consistência. Já a variação da distribuição granulométrica demonstrou influenciar
propriedades como a retenção de água e o índice de consistência. Algumas propriedades
demonstraram correlação, como a porosidade da areia com a densidade de massa da
argamassa. O ensaio de cisalhamento direto demonstrou ser eficiente e compatível com o
squeeze-flow e com o modelo teórico.
R. C. ARAÚJO
ABSTRACT
Mortars have a wide use in construction being applied by different methods and with different
conditions of workability. Thus, control of the quality of the mortar is required. To determine
the properties of mortars in the fresh state before application an option is to use simple
methods as the table consistency, dropping ball and cone penetration test. However, these
methods do not present clear and complete results on the behavior of the mortar. For a mortar
behavior more full analysis is required rheological study material. The rheological behavior
mortars are traditionally made by rheometers. However, most of rheometers have a maximum
torque limit for use in mortar. The lack of a standard geometry and the high cost of equipment
also limit their use. Thus, there is the search for other methods of rheological characterization
as the use of squeeze flow. An even more recent idea is to use the direct shear test which is
usually used for soil characterization. Thus, this research evaluated the viability of using the
direct shear test for rheological characterization of the mortar. Factors such as the origin of
the aggregates, the type of binders, dash proportions and the entire production process were
fixed. The assay sensitivity analysis was performed by varying the particle size distribution
and water content / dry materials. The results obtained by the new method were compared
with the results of the squeeze flow method. These values found experimentally by direct
shear tests were also used to verify a mathematical method developed by other authors. The
variation of water / dry material content showed some influence properties such as bulk
density, water retention and consistency index. The variation of particle size distribution
shown to influence properties such as water retention and the consistency index. Some
properties have shown a correlation such as sand porosity with the bulk density of the mortar.
The direct shear tests proved to be efficient and compatible with the squeeze flow and with
the theoretical model.
R. C. ARAÚJO
LISTA DE FIGURAS
R. C. ARAÚJO
Figura 3.2 – Resumo das variáveis independentes e dependentes do programa
experimental ............................................................................................................................. 53
Figura 3.3 – Configuração do ensaio de cisalhamento direto: a) na areia seca; b) na areia
inundada ................................................................................................................................... 56
Figura 3.4 – Procedimento de mistura das argamassas ............................................................ 57
Figura 3.5 – Ensaio de teor de ar incorporado da argamassa no estado fresco ........................ 58
Figura 3.6 – Ensaio de retenção de água na argamassa ............................................................ 59
Figura 3.7 – Determinação do índice de consistência da argamassa ........................................ 60
Figura 3.8 – Retida do gabarito de moldagem da argamassa para realização do ensaio de
Squeeze-flow ............................................................................................................................. 61
Figura 3.9 – Squeeze-flow: (a) ensaio em execução; (b) amostra após realização do
ensaio ........................................................................................................................................ 62
Figura 3.10 – Equipamento para cisalhamento direto do solo ................................................. 63
Figura 3.11 – Detalhe do equipamento para cisalhamento direto do solo ................................ 63
Figura 3.12 – Caixa bipartida de cisalhamento 50x50 mm ...................................................... 64
Figura 3.13 – Moldagem da argamassa para ensaio de cisalhamento direto ............................ 65
Figura 4.1 – Cisalhamento direto e variação de altura da amostra ANU-100 .......................... 69
Figura 4.2 – Envoltória de ruptura das quatro composições granulométricas secas em
estufa......................................................................................................................................... 70
Figura 4.3 – Envoltória de ruptura das quatro composições granulométricas inundadas ........ 71
Figura 4.4 – Envoltória de ruptura de todas as composições granulométricas secas e
inundadas .................................................................................................................................. 72
Figura 4.5 – Correlação do índice de vazios com o ângulo de atrito das composições
granulométricas ........................................................................................................................ 73
Figura 4.6 – Densidade de massa da argamassa das quatro composições granulométricas
em função dos três teores de água/materiais secos ................................................................... 74
Figura 4.7 – Densidade de massa da argamassa das quatro composições granulométricas
em função do teor de água/materiais secos ideal de cada amostra ........................................... 75
Figura 4.8 – Retenção de água da argamassa das quatro composições granulométricas
em função dos três teores de água/materiais secos ................................................................... 76
Figura 4.9 – Retenção de água da argamassa das quatro composições granulométricas
em função do teor de água/materiais secos ideal de cada amostra ........................................... 77
R. C. ARAÚJO
Figura 4.10 – Índice de consistência da argamassa das quatro composições
granulométricas em função dos três teores de água/materiais secos ........................................ 77
Figura 4.11 – Índice de consistência da argamassa das quatro composições
granulométricas em função do teor de água/materiais secos ideal de cada amostra ................ 78
Figura 4.12 – Amostra ANU-100 com elevada exsudação ...................................................... 79
Figura 4.13 – Correlação da retenção de água com o índice de consistência das
argamassas misturadas como o teor de água/materiais secos ideal .......................................... 80
Figura 4.14 – Correlação da densidade de massa da argamassa no estado fresco com a
porosidade das areias com diferentes composições granulométricas ....................................... 80
Figura 4.15 – Distribuição de fases de argamassas produzidas com as quatro areias de
diferentes composições granulométricas .................................................................................. 81
Figura 4.16 – Curvas de carga versus deslocamento, obtidas no ensaio de squeeze-flow
em função da composição granulométrica ............................................................................... 83
Figura 4.17 – Curvas de carga versus deslocamento, obtidas no ensaio de squeeze-flow
para H=19% .............................................................................................................................. 85
Figura 4.18 – Curvas de carga versus deslocamento, obtidas no ensaio de squeeze-flow
para H=23% .............................................................................................................................. 86
Figura 4.19 – Curvas de carga versus deslocamento, obtidas no ensaio de squeeze-flow
para H=29% .............................................................................................................................. 86
Figura 4.20 – Curvas de carga versus deslocamento, obtidas no ensaio de squeeze-flow
para teor de água/materiais secos ideal..................................................................................... 87
Figura 4.21 – Envoltória de ruptura em função da composição granulométrica ...................... 89
Figura 4.22 – Envoltória de ruptura para H=19% .................................................................... 91
Figura 4.23 – Envoltória de ruptura para H=23% .................................................................... 92
Figura 4.24 – Envoltória de ruptura para H=29% .................................................................... 92
Figura 4.25 – Envoltória de ruptura para teor de água/materiais secos ideal ........................... 93
Figura 4.26 – Envoltória de ruptura para teor de água/materiais secos ideal ........................... 94
Figura 4.27 – Correlação do ângulo de atrito da argamassa versus ângulo de atrito da
areia .......................................................................................................................................... 95
Figura 4.28 – Correlação da tensão de escoamento relativa em função do teor de
água/materiais secos ................................................................................................................. 96
Figura 4.29 – Correlação entre ângulo de atrito teórico e experimental .................................. 97
Figura 4.30 – Correlação entre as tensões de cisalhamento teórico e experimental ................ 98
R. C. ARAÚJO
Figura A.1 – Materiais fornecidos ao profissional ................................................................. 109
Figura A.2 – Argamassas produzidas como mesmos materiais: (a) quantidade de água
mínima; (b) quantidade de água máxima ............................................................................... 110
Figura A.3 – Ensaios realizados: (a) índice de consistência; (b) densidade de massa da
argamassa................................................................................................................................ 110
Figura A.4 – Aplicação das argamassas produzidas .............................................................. 111
Figura A.5 – Monitoramento de temperatura e umidade........................................................ 111
Figura A.6 – Resultados: (a) Índice de consistência; (b) Densidade de massa da
argamassa................................................................................................................................ 112
Figura A.7 – Quantidade de água definida pelo pedreiro de forma prática............................ 112
Figura B.1 – Grãos de areia normal com dimensões 1,2 mm ampliadas em 18X.................. 114
Figura B.2 – Grãos de areia normal com dimensões 0,6 mm ampliadas em 18X.................. 116
Figura B.3 – Grãos de areia normal com dimensões 0,3 mm ampliadas em 30X.................. 117
Figura B.4 – Grãos de areia normal com dimensões 0,15 mm ampliadas em 60X................ 117
Figura C.1 – Cisalhamento direto e variação de altura da areia seca – ANC-25 ................... 121
Figura C.2 – Cisalhamento direto e variação de altura da areia seca – ANC-33 ................... 124
Figura C.3 – Cisalhamento direto e variação de altura da areia seca – AND-50 ................... 127
Figura C.4 – Cisalhamento direto e variação de altura da areia seca – ANU-100 ................. 130
Figura C.5 – Cisalhamento direto e variação de altura da areia inundada – ANC-25............ 133
Figura C.6 – Cisalhamento direto e variação de altura da areia inundada – ANU-33 ........... 136
Figura C.7 – Cisalhamento direto e variação de altura da areia inundada – AND-50 ........... 139
Figura C.8 – Cisalhamento direto e variação de altura da areia inundada – ANU-100 ......... 142
R. C. ARAÚJO
Figura E.5 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANC-25 com
H = 23% .................................................................................................................................. 159
Figura E.6 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANC-33 com
H = 23% .................................................................................................................................. 162
Figura E.7 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa AND-50 com
H = 23% .................................................................................................................................. 165
Figura E.8 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANU-100 com
H = 23% .................................................................................................................................. 168
Figura E.9 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANC-25 com
H = 29% .................................................................................................................................. 171
Figura E.10 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANC-33 com
H = 29% .................................................................................................................................. 174
Figura E.11 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa AND-50 com
H = 29% .................................................................................................................................. 177
Figura E.12 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANU-100 com
H = 29% .................................................................................................................................. 180
R. C. ARAÚJO
LISTA DE TABELAS
Tabela A.1 – Teor de água/materiais secos (H) máximos e mínimos .................................... 112
Tabela A.2 – Teores de água/materiais secos ideais .............................................................. 113
Tabela C.1 – Planilha de cisalhamento direto da areia seca realizado na amostra ANC-
25 ............................................................................................................................................ 119
Tabela C.2 – Planilha de cisalhamento direto da areia seca realizado na amostra ANC-
33 ............................................................................................................................................ 122
Tabela C.3. – Planilha de cisalhamento direto da areia seca realizado na amostra AND-
50 ............................................................................................................................................ 125
Tabela C.4 – Planilha de cisalhamento direto da areia seca realizado na amostra ANU-
100 .......................................................................................................................................... 128
Tabela C.5 – Planilha de cisalhamento direto da areia inundada realizado na amostra
ANC-25 .................................................................................................................................. 131
Tabela C.6 – Planilha de cisalhamento direto da areia inundada realizado na amostra
ANC-33 .................................................................................................................................. 134
R. C. ARAÚJO
Tabela C.7 – Planilha de cisalhamento direto da areia inundada realizado na amostra
AND-50 .................................................................................................................................. 137
Tabela C.8 – Planilha de cisalhamento direto da areia inundada realizado na amostra
ANU-100 ................................................................................................................................ 140
Tabela E.1 – Planilha de cisalhamento direto da argamassa ANC-25 com H = 19% ............ 145
Tabela E.2 – Planilha de cisalhamento direto da argamassa ANC-33 com H = 19% ............ 148
Tabela E.3 – Planilha de cisalhamento direto da argamassa AND-50 com H = 19% ............ 151
Tabela E.4 – Planilha de cisalhamento direto da argamassa ANU-100 com H = 19% .......... 154
Tabela E.5 – Planilha de cisalhamento direto da argamassa ANC-25 com H = 23% ............ 157
Tabela E.6 – Planilha de cisalhamento direto da argamassa ANC-33 com H = 23% ............ 160
Tabela E.7 – Planilha de cisalhamento direto da argamassa AND-50 com H = 23% ............ 163
Tabela E.8 – Planilha de cisalhamento direto da argamassa ANU-100 com H = 23% .......... 166
Tabela E.9 – Planilha de cisalhamento direto da argamassa ANC-25 com H = 29% ............ 169
Tabela E.10 – Planilha de cisalhamento direto da argamassa ANC-33 com H = 29% .......... 172
Tabela E.11 – Planilha de cisalhamento direto da argamassa AND-50 com H = 29% .......... 175
Tabela E.12 – Planilha de cisalhamento direto da argamassa ANU-100 com H = 29% ........ 178
R. C. ARAÚJO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
R. C. ARAÚJO
LISTA DE SÍMBOLOS
η = Viscosidade (Pa.s);
ϲ = Coesão;
e = Índice de vazios;
η = Porosidade (%);
IF = Índice de forma;
φ = Esfericidade da partícula;
R. C. ARAÚJO
Φarg = Ângulo de atrito da argamassa;
R. C. ARAÚJO
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 20
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA ......................................................... 20
1.2. OBJETIVO .................................................................................................................... 23
1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ........................................................................... 24
3. METODOLOGIA ......................................................................................................... 47
3.1. MATERIAIS.................................................................................................................. 47
3.2. VARIÁVEIS E CONDIÇÕES FIXAS DO ESTUDO ................................................ 50
3.2.1. Variáveis independentes ........................................................................................ 50
3.2.1.1. Distribuições granulométricas das areias estudadas ................................................ 50
3.2.1.2. Teor de água da argamassa ...................................................................................... 51
3.2.2. Variáveis dependentes ou de resposta .................................................................. 52
3.2.3. Condições Fixas ...................................................................................................... 52
3.2.4. Fluxograma ............................................................................................................. 52
3.3. MÉTODOS .................................................................................................................... 53
3.3.1. Caracterização das areias ...................................................................................... 53
3.3.1.1. Caracterização física ................................................................................................ 54
3.3.1.2. Análise por imagem ................................................................................................. 54
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas
4. RESULTADOS.............................................................................................................. 66
4.1. CARACTERIZAÇÃO DAS AREIAS ......................................................................... 66
4.1.1. Caracterização física .............................................................................................. 66
4.1.2. Análise por imagem ................................................................................................ 67
4.1.3. Ensaio de cisalhamento direto (seco e inundado) ................................................ 68
4.2. CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS NO ESTADO FRESCO .................. 73
4.3. CARACTERIZAÇÃO REOLÓGICA DAS ARGAMASSAS .................................. 82
4.3.1. Squeeze-flow............................................................................................................ 82
4.3.2. Cisalhamento Direto ............................................................................................... 88
4.4. CORRELAÇÕES E MODELO TEÓRICO ............................................................... 94
R. C. ARAÚJO
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
A argamassa, apesar de ser um material milenar, nos dias atuais é o principal material
utilizado em obras no Brasil para revestimento interno e externo. Além desta utilização para
revestimento de paredes e tetos (regularização da alvenaria e laje) e para assentamento de
blocos, a argamassa ainda é utilizada para regularização de contrapiso, assentamento e
rejuntamento de placas de revestimento (cerâmica, porcelanato e pedras) e pequenos reparos
em estruturas.
Devido à vasta utilização deste material, a argamassa é aplicada por diferentes métodos e com
diversas condições de trabalhabilidade e, além disso, dependendo da função da argamassa na
construção, diferentes propriedades são almejadas para proporcionar durabilidade do sistema.
1
VERÇOZA, E.J. Patologia das edificações. Porto Alegre: Sagra, 1991
R. C. ARAÚJO Capítulo 1
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 21
relativas à mão de obra devem ser solucionadas de forma gerencial por meio de treinamentos
ou, caso não seja possível, deve ser optado pela industrialização da atividade. Como por
exemplo, em revestimentos com argamassa pode ser utilizada a projeção mecânica. Falhas
relacionadas ao material poderiam ser identificadas por meio de um controle tecnológico
antes da aplicação do material, de forma similar ao que é feito para concreto utilizando o
ensaio de abatimento do tronco de cone. Entretanto, o concreto é apenas lançado em formas e
adensado. A argamassa de revestimento apresenta uma aplicação mais complexa, pois o
material poderá ser lançado manualmente (“chapado”) ou projetado, apertado, sarrafeado,
desempenado e feltrado.
R. C. ARAÚJO Capítulo 1
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 22
Ainda, apesar de pouco investigado, outro equipamento que poderia ser utilizado na análise
reológica de argamassas é o equipamento de cisalhamento direto que é usado para a
caracterização dos solos segundo a ASTM D3080 (2011). Uma vez que a reologia está
relacionada diretamente com a força de cisalhamento do fluido, surgiu a investigação por um
método onde a argamassa seja submetida diretamente a uma força de cisalhamento. Apesar de
ainda não ser utilizado para o estudo de argamassas de revestimento, há evidências de que
este equipamento possa ser utilizado para tal finalidade, pois em estudos exploratórios o
equipamento foi utilizado para caracterização do concreto e da argamassa do concreto.
(GIRISH; SANTHOSH, 2011, LU; WANG, 2011).
R. C. ARAÚJO Capítulo 1
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 23
1.2. OBJETIVO
R. C. ARAÚJO Capítulo 1
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 24
O presente trabalho está estruturado em cinco capítulos. Neste primeiro capítulo expõe-se a
introdução, onde está apresentada a contextualização e a justificativa do tema estudado nesta
pesquisa, bem como os objetivos e a estrutura do trabalho.
Por fim, no quinto e último capítulo estão apresentadas as considerações finais, compostas
pelas conclusões provenientes do estudo experimental, além das sugestões traçadas para
trabalhos futuros.
R. C. ARAÚJO Capítulo 1
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo White (2011), para a mecânica dos fluidos a matéria existe apenas em dois estados, o
estado sólido e o fluido. O que distingue um estado do outro é o comportamento do material
quando é aplicada uma tensão de cisalhamento que tende a mudar a sua forma. Quando esta
tensão de cisalhamento é aplicada ao corpo sólido ele resiste por meio da deflexão estática.
No entanto, ao aplicar uma tensão de cisalhamento em um fluido, por menor que seja esta
tensão, ocorrerá um movimento e durante todo o tempo de aplicação o fluido irá escoar e
deformar. Deste modo, para que não ocorra esse movimento, a tensão de cisalhamento deve
ser igual a zero (ÇENGEL; CIMBALA, 2012; WHITE, 2011).
A mecânica dos fluidos é aplicada na engenharia para diversos e distintos materiais de forma
bem definidos. Porém, existem alguns casos intermediários como o chumbo e o asfalto. Esses
materiais são aparentemente sólidos e chegam a resistir, por um curto período de tempo, à
tensão de cisalhamento. Mas, na verdade, são classificados como fluidos por apresentarem
uma lenta deformação em longos períodos. Outro caso peculiar é o das misturas coloidais que
resistem a pequenas tensões de cisalhamento, mas não suportam grandes tensões e escoam
como fluido. As argamassas apresentam comportamento de fluido complexo devido a sua
composição multifásica e reativa. O estudo de deformação e escoamento é uma área da
ciência denominada de Reologia (WHITE, 2011).
A reologia é a ciência que estuda a deformação e o fluxo da matéria e está diretamente ligada
com os esforços mecânicos e o tempo. Em alguns casos, como nos principais fluidos de
interesse tecnológico, a reologia apresenta correlação matemática complexa com a
deformação do material. Ainda, alguns materiais como, por exemplo, aqueles à base de
cimento, têm esta relação alterada com o passar do tempo (BANFIL, 1993, 2003).
Para investigar essa relação entre a tensão e a taxa de deformação, Isaac Newton propôs um
modelo experimental composto por duas placas paralelas, sendo que uma das placas apresenta
velocidade de deslocamento uniforme em função da outra, induzindo o escoamento.
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 26
Conforme pode ser visualizado na Figura 2.1, o espaçamento entre as placas é representado
por h. O fluido não apresenta escorregamento com relação às placas e a aceleração do fluido é
zero em todo o escoamento (WHITE, 2011).
τ = η. γ (2.1)
Porém, segundo Cardoso (2009) e White (2011), quando os fluidos não apresentam essa
correlação linear entre a tensão e a taxa de cisalhamento, o material desvia-se do modelo ideal
e deixa de ser enquadrado como fluido newtoniano e passa a ser classificado com não-linear
(Figura 2.2), podendo ser:
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 27
No entanto, existem alguns materiais que apresentam comportamento reológico linear, mas
que é necessário realizar a aplicação de uma carga mínima para que o material inicie o
escoamento. Neste caso, quando submetido a uma taxa de cisalhamento inferior à taxa de
deformação, o material se comporta como um sólido elástico rígido (Figura 2.2)
(COSTA, 2006). Materiais que apresentam esse comportamento são classificados como
Plásticos ou Fluidos de Bingham, obedecendo a Equação (2.2) (STOLZ, 2011; FERRARIS,
1999).
τ = τ0 + η. γ (2.2)
Em que:
η = Viscosidade (Pa.s);
τ0
Segundo Ferreira et al. (2005) e White (2011), alguns fluidos não-newtonianos requerem uma
alteração gradual da tensão de cisalhamento para manter a taxa de deformação constante
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 28
(Figura 2.3), devido à viscosidade desses materiais ser alterada em função do tempo de
cisalhamento (Figura 2.4). Estes materiais podem ser divididos em:
Figura 2.3 – Curvas de fluidos com comportamento tixotrópico e reopético (MARTINS, 2011).
Figura 2.4 – Curvas de fluidos comparando o comportamento tixotrópico e reopético como fluídos
independentes do tempo (SANTANA, 2010).
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 29
2.1.1. Viscosidade
Cardoso, John e Pileggi (2009) e Stolz (2011) resaltam que as argamassas são caracterizadas
quanto as suas propriedades tanto no estado fresco quanto no estado endurecido. Apesar de o
estado endurecido representar a maior parte da vida do material, as características do estado
fresco geram importantes consequências para toda a vida das argamassas. Os tradicionais
ensaios realizados para caracterizar as argamassas no estado fresco são correlacionados com
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 30
apenas um dos parâmetros reológicos, também conhecidos como único ponto. Os ensaios
mais utilizados são a mesa de consistência, o dropping ball e a penetração do cone.
Os ensaios de único ponto são amplamente utilizados por apresentarem uma fácil execução,
porém possuem limitação conceitual e não refletem adequadamente o comportamento da
argamassas testadas.
Os ensaios considerados único ponto são amplamente utilizados devido serem ensaios de
baixo custo e de fácil execução. Existem diversos métodos e equipamentos para executá-los,
como: penetração do cone, K-slump, vane test, creeprecovery, mini-slump, dropping ball e
mesa de consistência. Estes métodos foram desenvolvidos para aferir um único parâmetro
reológico sem conseguir dissociar a tensão de escoamento da viscosidade das argamassas. Os
métodos mais utilizados para argamassas são a mesa de consistência, o dropping ball e a
penetração do cone (STOLZ, 2011).
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 31
Além dos métodos descritos anteriormente, pode-se citar também o método de penetração do
cone (ASTM C780, 2012). Para executar este método é utilizado um equipamento adaptado
do aparelho de Vicat (Figura 2.5). Assim como o dropping ball, este método também não é
normalizado no Brasil. Ainda, o ensaio de penetração do cone não apresenta resultados claros
e completos sobre o comportamento reológico do material, assim como os demais métodos
(CARDOSO; PILEGGI; JOHN, 2005).
Figura 2.5 – Equipamentos utilizados em métodos único ponto: (a) Dropping Ball (http://nl-test.com/); (b)
Dropping Ball adaptado no Brasil (SILVA, 2005); (c) Penetração do cone (http://www.humboldtmfg.com); (d)
Mesa de consistência.
Deste modo, considerando a natureza multifásica e reativa das argamassas, as limitações dos
ensaios e as solicitações extremas de cisalhamento em situações práticas a que estas são
submetidas, estes métodos são insuficientes para efetuar uma avaliação mais completa da
natureza reológica deste material. Portanto, não é possível que o comportamento complexo de
um material, como das argamassas, seja descrito por um único valor de medida (Figura 2.6),
mas sim por um perfil reológico medido com precisão e, preferencialmente, simulando as
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 32
solicitações práticas reais, visto que o comportamento pode variar em função das
características da solicitação, como tensão e taxa de cisalhamento e restrição do material.
Apesar de todas as limitações conceituais e do fato de que estes ensaios não refletem
adequadamente o comportamento reológico, estes métodos ainda continuam sendo bastante
utilizados para avaliação de argamassas no estado fluido (CARDOSO, 2009).
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 33
Figura 2.7 – Reômetro: (a) equipamento da marca Viskomat.;(b) Sistema de movimentação do reômetro
(www.schleibinger.com).
(a) (b)
Além do alto custo de aquisição do equipamento, estudos demonstram que como os reômetros
são desenvolvidos em diferentes países e com diferentes geometrias, pode ocorrer dificuldade
na interpretação dos resultados (GIRISH; SANTHOSH, 2011). Ainda, os resultados de
Brower e Ferraris (2003) demonstram que quando doze concretos diferentes foram analisados
em cinco marcas diferentes de reômetros, foram obtidos valores diferentes de tensão de
escoamento e de viscosidade, demonstrando a variabilidade da utilização deste equipamento.
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 34
Tabela 2.1 – Valores de abatimento, tensão de escoamento e viscosidade das amostras adaptado de Brower e
Ferraris (2003).
Marcas de Reômetros
CEMAGREF-
BML BTRHEOM IBB TWO-Point
IMG
Mistura Nº
Slump
2 225 76,00 17,00 406,00 18,00 437,00 3,00 0,34 5,32 80,00 13,00
6 227 139,00 45,00 505,00 78,00 487,00 63,00 1,80 10,31 145,00 41,00
7 232 90,00 32,70 549,00 54,00 410,00 43,00 0,86 9,31 98,00 38,00
8 128 717,00 29,00 1662,00 67,00 1417,00 5,71 8,84 689,00 22,00
9 232 125,00 15,00 624,00 25,00 504,00 3,00 0,95 6,06 159,00 19,00
10 222 248,00 35,90 740,00 50,00 535,00 43,00 1,98 8,88 253,00 19,00
11 132 442,00 29,00 1189,00 27,00 1034,00 21 3,97 6,57 516,00 16,00
12 150 584,00 39,00 1503,00 38,00 929,00 47 6,23 9,07 525,00 22,00
A partir dos resultados da reometria demonstrados na tabela acima, plotou-se um gráfico para
facilitar a visualização dos diferentes valores de viscosidade (Figura 2.8) e tensão de
escoamento (Figura 2.9).
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 35
Figura 2.8 – Viscosidade aferida por diferentes reômetros, resultados de Brower e Ferraris (2003).
Figura 2.9 – Tensão de escoamento aferida por diferentes reômetros, resultados de Brower e Ferraris (2003).
Segundo os autores, essas diferenças nos valores absolutos dos resultados encontrados podem
ser atribuídas às formas do equipamento e também a falhas como o deslizamento na interface
do concreto com a parede do equipamento.
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 36
No entanto, apesar dos resultados para uma determinada amostra serem diferentes nos cinco
reômetros testados, após análise dos valores obtidos para as doze amostras em cada reômetro,
observou-se que os resultados tinham um comportamento padrão inter-reômetro. Assim,
apesar de serem obtidos resultados diferentes, as análises realizadas por diferentes reômetros
apontariam resultados correlacionáveis. Contudo, frente esta variabilidade, estes
equipamentos não se mostram adequados para comparação interlaboratorial.
Outros autores como Hočevar, Kavčič e Bokan-Bosiljkov (2013) comparam dois reômetros
diferentes e encontraram resultados similares ao de Brower e Ferraris (2003). Para corrigir a
divergência dos valores encontrados entre os reômetros utilizados na pesquisa, os autores
obtiveram uma correlação entre os dois equipamentos.
Assim, são necessárias mais pesquisas para conseguir realizar correlação entre os vários
modelos e marcas de reômetros existentes no mercado.
O método de ensaio denominado squeeze flow (Figura 2.10) é utilizado há muito tempo em
diversas áreas como cosméticos e alimentos. Estudos iniciais utilizando a técnica para
caracterização reológica de materiais a base de cimento foram realizados por Min, Erwin e
Jennings (1994). Após este estudo, diversos outros autores publicaram artigos internacionais
utilizando o método para caracterização reologia de materiais cimentícios como pastas e
argamassas (TOUTOU; ROUSSEL; LANOS, 2005; BANFILL, 2006; CARDOSO; JOHN;
PILEGGI, 2009). As argamassas utilizadas nestes estudos, na maioria das vezes,
representavam a parte fluida do concreto e não as argamassas de revestimento. Devido a esta
vasta utilização, o squeeze flow passou a ser utilizado como parâmetro de comparação para o
desenvolvimento de novo método de caracterização reológica, como no estudo de Zhow et al.
(2013).
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 37
Figura 2.10 – Squeeze Flow: (a) sistemas de pratos instalados na máquina de ensaio universal; (b) amostra
moldada para ensaio.
(a) (b)
Além das teses e dissertações, estudos utilizando o squeeze flow também já foram
apresentados em boletim técnico, artigos em anais de eventos e revistas. Diversos desses
estudos, principalmente o desenvolvido por Cardoso (2009), contribuíram para elaboração de
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 38
uma norma brasileira que descreve a caracterização reológica pelo método squeeze flow, a
NBR 15839 (ABNT, 2009).
Engmann, Servais e Burdidge (2005), descrevem que o squeeze flow é um conjunto de pratos
paralelos que exerce uma compressão axial em uma amostra cilíndrica (Figura 2.11). Deste
modo, com a aplicação de compressão sobre a amostra de argamassa no estado fresco há o
deslocamento deste material devido aos esforços de cisalhamento radial (CARDOSO;
PILEGGI; JOHN, 2005; COSTA, 2006).
Figura 2.11 – Representação esquemática das condições inicial e final do teste de Squeeze flow (CARDOSO;
PILEGGI; JOHN, 2005).
Min, Erwin e Jennings (1994) e Cardoso (2009) apresentaram um gráfico (carga vs.
deformação) com a curva típica de resultado do squeeze flow. Esse perfil foi dividido em três
estágios típicos, demonstrando o comportamento elástico, plástico e enrijecimento da amostra
(Figura 2.12). Porém, a intensidade de cada estágio pode ser alterada de acordo com a
composição do material e também da configuração do ensaio.
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 39
Figura 2.12 – Squeeze Flow: (a) sistemas de pratos instalados na máquina de ensaio universal; (b) amostra
moldada para ensaio.
Conforme pode ser visualizado acima, o gráfico com o deslocamento controlado apresenta no
primeiro estágio uma deformação elástica do material, havendo nesta região uma relação
linear entre a carga e o deslocamento. Isto é possível devido às deformações deste estágio ser
pequenas e o material se comportar como um sólido. Os pesquisadores correlacionaram o
final deste estágio com a tensão de escoamento. Argamassas, principalmente as colantes, que
apresentam primeiro estágio longo, podem apresentar maior tendência à fissuração, o que é
justificado pela recuperação elástica após a retirada do esforço (COSTA, 2006; CARDOSO,
2009; KUDO, 2012).
A deformação plástica e/ou viscosa é o que caracteriza o segundo estágio. Nesse estágio as
forças que mantinham o material em regime elástico são superadas pelo aumento da força de
compressão que resulta em deformação radial e elongacional e de cisalhamento. Esse é o
estágio mais extenso. Nesta etapa o material pode sofrer grandes deformações sem o aumento
significativo da força de compressão, fazendo com que o material movimente por deformação
plástica. Deste modo, é a etapa mais apropriada para a análise da facilidade de aplicação e do
espalhamento das argamassas (COSTA, 2006; CARDOSO, 2009; KUDO, 2012).
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 40
Engmann, Servais e Burbidge (2005) e Costa (2006) consideram que entre as técnicas de
caracterização reológicas utilizadas até o momento, o squeeze flow é a mais indicada devido a
sua versatilidade, adaptação de geometrias de ensaio e formas de aplicação de carga,
possibilitando a simulação de esforços semelhantes aos necessários para a aplicação do
material.
2
Mohr, C. O. Welche Umstände bedingen die Elastizitätsgrenze und de Bruc eines Materials? Zeit des Ver
DeutIng 44:1524–1530(1900)
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 41
envoltória de ruptura que é uma linha curva. Para Coulomb (17763 apud DAS, 2007) a
aproximação da tensão de cisalhamento no plano de ruptura para uma função linear da tensão
normal é possível para a maioria dos solos, surgindo assim a referida equação.
τ = ϲ + σ . tan Φ (2.3)
Deste modo, esta equação relaciona os valores das tensões de cisalhamento (τ) e tensão
normal (σ) com a coesão (ϲ) e o ângulo de atrito (Φ) apresentando uma similaridade com a
equação de Bingham.
O ensaio de cisalhamento direto é o mais simples e mais antigo experimento utilizado para
determinar a resistência de cisalhamento do material. O equipamento de cisalhamento direto
consiste em uma caixa metálica onde o corpo de prova é confinado. Essa caixa de
cisalhamento pode ter a seção transversal quadrada ou circular, medindo cerca de 50 mm x
50 mm ou 100 mm x 100 mm em planta e 25 mm de altura (Figura 2.13). A caixa é dividida
horizontalmente em duas partes a sua meia altura, com o auxílio de parafusos espaçadores é
mantida uma pequena folga entre as partes. Quando o ensaio é realizado em amostra saturada
é necessária a utilização de pedras porosas nas duas extremidades horizontais, para que ocorra
a drenagem livremente. (DAS, 2007).
3
Coulomb, C.A. Sur une application des règles maximis et minimis a quelques problèmes de statique,
relatives a l’architecture. Acad Sci Paris Mem Math Phys 7: 343–382. 1776
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 42
Nas areias, sabe-se que quanto mais densa este material for, maior será o intertravamento
entre as partículas. Com uma pequena deformação, a areia atinge o pico da tensão de
cisalhamento, sendo que após ultrapassar esse ponto há um aumento progressivo da
deformação (Figura 2.15). Para vencer esse embricamento dos grãos ocorre o aumento do
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 43
volume da areia, fato esse conhecido como dilatância, devido algumas partículas
movimentarem para cima das outras. Ainda, tensões de cisalhamento em altos níveis podem
causar o esmagamento das partículas, sendo que, essas fraturas causam a supressão da
dilatância e contribuem para a redução do ângulo máximo de resistência ao cisalhamento
(DAS, 2007; CRAIG, 2011).
Figura 2.15 – Gráfico da tensão de cisalhamento e variação da altura do corpo de prova em função do
deslocamento cisalhante para areia (DAS, 2007).
O ensaio de cisalhamento direto foi utilizado na França em 1949 para estudar a resistência do
concreto no estado fresco ao cisalhamento (L’HERMITE; TOURNON, 19494 apud GIRISH;
SANTHOSH, 2011). Posteriormente, Lu e Wang (2010), nos Estados Unidos, utilizaram o
cisalhamento direto para caracterizar o comportamento reológico da argamassa no estado
fresco. A argamassa utilizada no estudo foi a argamassa do concreto. Os pesquisadores ainda
desenvolveram um método teórico para calcular a tensão de escoamento e a viscosidade do
material. Provavelmente, em paralelo a este estudo, Girish e Santhosh (2011), na Índia,
desenvolveram um estudo para realizar a caracterização reológica do concreto no estado
fresco. Concomitante as duas pesquisas acima, Oliveira (2010) desenvolveu estudos iniciais
para a utilização do ensaio de cisalhamento direto na caracterização reológica de argamassas.
Além dos estudos aqui citados, não foram encontrado registros de mais pesquisas utilizando o
equipamento de cisalhamento direto para caracterização reologia de materiais cimentícios.
4
L’HERMITE, R., TOURNON, G. Vibration of Fresh Concrete. Technical Publication No. 2. Centre
d’Etudes et de Recherches de L’Industrie des Liants Hydraulique, Paris. 1948
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 44
A argamassa é descrita como uma suspensão bifásica, composta por uma pasta reativa e uma
fração “grossa” inerte, quando o material está no estado fresco. Essa fração inerte é composta
pela areia e durante o cisalhamento fica submetido ao atrito e ao impacto. Analisando os
resultados obtidos na sua pesquisa, Cardoso (2009) levantou que os dois principais fatores que
influenciam no comportamento reológico da argamassa são: a tendência à separação de fases
e a distância entre os agregados.
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 45
Figura 2.16 – Ilustração esquemática: (a) Partículas e contato; (b) Partículas separadas por uma distância D em
decorrência da adição de fluido em volume suficiente para recobrir a superfície, preencher os vazios deixados
pelo empacotamento e, então, afastá-las (PILEGGI, 20015 apud CARDOSO, 2009).
Figura 2.17 – Ilustração qualitativa da influência da morfologia no fator de empacotamento para partículas
monodispersas aleatoriamente empacotadas (PILEGGI, 20014 apud MENDES, 2008).
5
PILEGGI, R. G. Ferramentas para o estudo e desenvolvimento de concretos refratários. São Carlos, 2001.
187p Tese de Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais, Universidade
Federal de São Carlos.
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 46
Porém, outros fatores como o teor de ar também influenciam na reologia das argamassas,
pois, assim como a pasta, podem proporcionar o aumento do afastamento dos grãos. Mas, a
fim de expressar a importância do empacotamento, independente da pasta ou do teor de ar, na
pesquisa de Cardoso (2009) um agregado com menor empacotamento chegou a consumir
8,6% a mais de pasta que um agregado com maior empacotamento.
Frente ao exposto, métodos de apenas um ponto não são mais suficientes para caracterização
reológica completa das argamassas no estado fresco. Porém, os equipamentos que têm como
finalidade realizar este tipo de caracterização, como os reômetros, apresentam dificuldade de
acesso e ainda podem apresentar resultados diferentes de outros reômetros. O squeeze flow
surge como uma alternativa, porém a máquina universal de ensaios com cervo controlado
apresenta um alto custo. Assim, é importante a busca por métodos alternativos capazes de
realizar uma caracterização reológica mais completa das argamassas, com equipamentos de
fácil acesso em diversos laboratórios, como, por exemplo, o de cisalhamento direto.
R. C. ARAÚJO Capítulo 2
CAPÍTULO 3
METODOLOGIA
A caracterização reológica das argamassas foi realizada por meio de dois ensaios.
Primeiramente, foi utilizado o squeeze-flow, experimento esse já consagrado no Brasil para
caracterização reológica de argamassas e também de outros fluidos. Este método já foi
estudado em diversos trabalhos científicos, resultando na norma NBR 15839 (ABNT, 2010).
Além dos ensaios já relatados, referentes à caracterização reológica, foi realizada a completa
caracterização física dos insumos da argamassa e posteriormente foram realizados
experimentos a fim de caracterizar as argamassas no estado fresco.
Para realizar o estudo experimental supracitado e alcançar o objetivo proposto, foi necessária
a utilização dos materiais e métodos descritos em sequência.
3.1. MATERIAIS
Considerando a grande variedade de agregado miúdo utilizado em todo o país para fabricação
de argamassa, buscou-se a utilização de um agregado padrão. Foi utilizado como agregado
miúdo a areia normal brasileira produzida e fornecida pelo Instituto de Pesquisa Tecnológica
do Estado de São Paulo (IPT), conforme estabelecida na NBR 7214 (ABNT, 2012).
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 48
25, 32 ou 40 MPa, conforme definido na NBR 7215 (ABNT, 1996). Esse material é
largamente utilizado nacionalmente por laboratórios de materiais de construção civil de
instituições de ensino e pesquisa e também em laboratórios de controle de processo de
produção dos fabricantes de cimento Portland.
A areia normalizada é uma areia quartzosa extraída do Rio Tietê, na região da cidade de São
Paulo (São Paulo, Brasil) em direção à nascente. O agregado é fornecido em quatro diferentes
frações granulométricas, variando entre grossa (2,4 a 1,2 mm), média (1,2 a 0,6 mm), média
fina (0,6 a 0,3 mm) e fina (0,3 a 0,15 mm), embaladas em sacos de 25 kg. A norma ainda
padroniza características do material como teor de feldspato, mica, matéria orgânica,
conglomerados argilosos, material pulverulento e umidade.
Devido ao nível de padronização da areia normal brasileira, este material passou a ser
utilizado em outros ensaios preconizados pelas normas brasileiras, como a caracterização das
cales, assim como na utilização para avaliação de compactação de solos e outros. Em função
destas aplicações, em 2010, a produção de areia normal brasileira foi de aproximadamente
300 toneladas (IPT, 2011).
Além da areia normal, para a fabricação da argamassa mista, foi utilizado o cimento Portland
CP II F-32 como ligante hidráulico, escolhido por ser largamente utilizado em obras da região
e em todo o Brasil. A caracterização física do cimento foi realizada por meio dos ensaios de
massa unitária e massa específica, conforme prescrito respectivamente nas normas
NBR NM 45 (ABNT, 2006) e NBR NM 23 (ABNT, 2001) e a caracterização química doi
fornecida pelo fabricante, como pode ser observado na Tabela 3.1.
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 49
Tabela 3.1 – Resultado da caracterização física e química do cimento Portland, parte realizada em laboratório e
parte fornecida pelo fabricante.
Caracterização Parâmetro
Propriedades Norma
da amostra normativo
A cal hidratada tipo CH-I foi adotada como ligante aéreo por apresentar limites de qualidade
mais rígidos definidos na NBR 7175 (ABNT, 2003), como mostrado na Tabela 3.2. A
caracterização física e química da cal foi realizada por meio dos ensaios de massa unitária,
massa específica, finura e análise química, conforme prescrito respectivamente nas normas
NBR NM 45 (ABNT, 2006), NBR NM 23 (ABNT, 2001), NBR 9289 (ABNT, 2000) e NBR
6473 (ABNT, 2003), algumas propriedades químicas foram fornecidas pelo fabricante. Os
limites estabelecidos por normas estão apresentado também na Tabela 3.2. Os dois ligantes
foram utilizados em quantidades fixas em massa, conforme as condições fixas definidas no
programa experimental desta pesquisa.
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 50
Caracterização Parâmetro
Propriedades Normas
da amostra Normativo CH-I
Anidrido Carbônico (CO2) (%) NBR 7175:2003 4,05 ≤ 5%
Óxidos de Ca e Mg não hidratados (%) NBR 7175:2003 5,96 ≤ 10
Óxidos totais na base de não voláteis
NBR 7175:2003 97,04 ≤ 90
(%)
Finura peneira 0,6 mm (%) NBR 7175:2003 0,26 ≤5
Finura peneira 0,075 mm (%) NBR 7175:2003 9,1 ≤ 10
Plasticidade (%) NBR 7175:2003 120,75 ≥ 110
Massa unitária (g/cm³) NBR NM 23:2001 0,45 -
Massa específica (g/cm³) NBR NM 23:2001 1,05 -
Com o intuito de atingir os objetivos traçados no trabalho foram definidas duas variáveis
independentes: a distribuição granulométrica da areia e o teor de água da argamassa.
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 51
0,1 1 10
0
10
20
30
Reteda Acumulada (%)
40
50
60
70
80
90
100
ANC-33% AND-50 ANU-100 ANC-25% Zona Utilizável Zona Ótima [NBR 7211 (ABNT, 2009)]
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 52
3.2.4. Fluxograma
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 53
Programa
experimental
variáveis Variáveis
independentes dependentes
19% Massa
ANC-25 específica Ângulo de atrito
Tensão de
ANC-33 Massa unitária cisalhamento
23%
Fator de Porosidade
AND-50
empacotamento
29%
Densidade de
Porosidade massa da
argamassa
Retenção
Ângulo de atrito
Tensão de Viscosidade
cisalhamento
Tensão de
escoamento
3.3. MÉTODOS
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 54
Devido o agregado ser uma areia normal, a caracterização física e química utilizada na
pesquisa foi a fornecida pelo IPT, disponível no Anexo 1, com exceção da massa específica e
massa unitária que foram ensaiadas no Laboratório de Inovação Tecnológica em Construção
Civil (LABITECC), segundo, respectivamente, as normas NBR NM 52 (ABNT, 2009) e NBR
NM 45 (ABNT, 2006). A partir dos resultados obtidos nesta caracterização, foram calculados
o fator de empacotamento (Equação 3.1), índices de vazios (Equação 3.2) e porosidade
(Equação 3.3) (MENDES, 2008; CAPUTO, 2011).
V
E %= x 100 (3.1)
V
V
e= (3.2)
V
e
η% = x 100 (3.2)
e+1
Em que:
e = Índice de vazios;
η = Porosidade (%).
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 55
Mendes (2008) calculou-se o índice de forma pela Equação 3.4 e a esfericidade das partículas
pela Equação 3.5.
D
IF = (3.4)
D
4A 1
= x (3.5)
π D
Em que:
IF = Índice de forma
φ = Esfericidade da partícula;
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 56
Figura 3.3 – Configuração do ensaio de cisalhamento direto: a) na areia seca; b) na areia inundada
(a) (b)
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 57
Para cada traço foram misturadas bateladas de 1.700 g de material seco com a adição de um
dos três teores de água, em fluxo contínuo, além de rotação constante de 500 rpm por 60
segundos. Após essa primeira mistura e mais 30s de descanso, para verificar se não havia
material anidro na espátula e nos cantos, foi retomada a mistura com rotação constante de
650 rpm por mais 60 segundos, totalizando 2 minutos de mistura. Essa metodologia de
mistura foi adotada em função de um estudo prévio realizado com argamassas de distintas
consistências. Neste estudo, buscou-se um procedimento de mistura que garantisse a perfeita
homogeneização do material.
Após a produção das misturas, as argamassas no estado fresco foram submetidas aos ensaios
de caracterização. Ainda, foi desenvolvido um método de análise do comportamento
reológico das argamassas por meio do equipamento de cisalhamento direto. Para validar esse
novo método de análise reológica, os mesmos traços de argamassas foram caracterizados
reologicamente pelo método do squeeze-flow, conforme prescrito na
NBR 15839 (ABNT, 2010).
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 58
3.3.3.1. Densidade
O ensaio para determinação da densidade de massa foi realizado conforme preconizado pela
NBR 13278 (ABNT, 2005). O ensaio consiste em determinar a densidade de massa da
argamassa utilizando um recipiente de volume conhecido e a massa aferida em três pesagens.
A densidade foi calculada pela média aritmética simples das três medidas.
A retenção de água foi determinada com base na NBR 13277 (ABNT, 2005). Esta norma
preconiza a aplicação da argamassa no Funil de Büchner (Figura 3.6). Este material foi
submetido a uma sucção causada por uma bomba de vácuo, forçando a saída da água por 15
min, o procedimento foi realizado uma única vez para cada argamassa. Esse método é
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 59
considerado de fácil execução e confiável por apresentar resultados com pouca dispersão
(ALVES; DO Ó, 2005).
A NBR 13276 (ABNT, 2005) foi utilizada para determinar o índice de consistência das
argamassas. O princípio desse ensaio consiste em medir, por meio de três determinações, o
diâmetro do espalhamento da argamassa após 30 golpes na mesa de consistência da ABNT
flow table, como ilustrado na Figura 3.7. O índice de consistência foi calculado pela média
aritmética simples das três medidas.
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 60
Após a mistura e a caracterização dos diferentes traços, foram realizados os cálculos para a
determinação do teor de fases da argamassa no estado fresco, indicando o volume de ar, água,
finos (<75 µm) e areia.
Como já citado anteriormente, o teor de ar incorporado no estado fresco foi determinado pelo
método de ensaio descrito na NBR 13278 (ABNT, 2005). O somatório do volume dos grãos
de todos os materiais que compõe a argamassa, juntamente com a água e o teor de ar
incorporado totalizará 100% da argamassa fresca. Por uma regra de três foi determinada qual
a porcentagem que cada fase representa. Para expressar esses resultados criou-se um gráfico
de colunas empilhadas.
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 61
3.3.4.1. Squeeze-flow
As argamassas foram vertidas em gabarito (molde) cilíndrico vazado de Technyl® sobre uma
base rígida de aço inox com 200 mm e superfície polida. A argamassa foi adensada com o
auxílio de espátula e rasada com régua metálica, conforme descrito na norma NBR 15839
(ABNT, 2010). O gabarito foi retirado cuidadosamente para não deformar a amostra de
argamassa fresca, conforme ilustrado na Figura 3.8. Após moldagem, a amostra apresentou as
seguintes dimensões: 10 mm de altura e 101 mm de diâmetro.
Figura 3.8 – Retida do gabarito de moldagem da argamassa para realização do ensaio de Squeeze-flow
A base de aço inox com a amostra foi acoplada a uma prensa universal de ensaio
EMIC DL 30000, com capacidade de 300 kN. Foram aplicadas cargas em duas diferentes
velocidades, sendo que as cargas foram aferidas por meio de uma célula de carga de 2 kN. O
punção utilizado no ensaio apresenta 101 mm de diâmetro (Figura 3.9).
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 62
Figura 3.9 – Squeeze-flow: (a) ensaio em execução; (b) amostra após realização do ensaio
(a) (b)
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 63
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 64
Velocidades
Engrenagens A B C D
60-30 0,07700 0,01600 0,00300 0,00060
60-30 0,01900 0,00400 0,00070 0,00010
45-45 0,03800 0,00670 0,00148 0,00022
56-34 0,05700 0,01100 0,00225 0,00042
34-64 0,07500 0,00507 0,00099 0,00024
A parte superior da caixa bipartida é ligada à parte inferior por meio de dois parafusos que são
retirados durante o ensaio. Dois outros parafusos são utilizados para causar um pequeno
afastamento entre as metades da caixa, evitando assim o atrito. Durante o ensaio, a parte
superior fica fixa e ligada a uma célula de carga, com capacidade de 2 kN, responsável por
realizar a leitura da carga suportada pela amostra ao cisalhamento. O valor aferido pela célula
de carga é indicado em uma leitora digital.
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 65
A força que causa a tensão cisalhante foi aplicada a uma velocidade de 0,077 mm/s, sendo
que essa velocidade é atingia pela combinação da marcha A com as engrenagens 60-30. A
velocidade escolhida é a que mais aproxima de uma das duas velocidades apresentadas na
norma para realização do ensaio do squeeze-flow, que são 0,1 e 3 mm/s. Essa velocidade é a
maior atingida pelo equipamento. Não foi realizado ensaio com carregamento mais lento
devido à amostra ser uma mistura complexa, de modo que, mesmo que se simplificasse a
análise dessa mistura, seria necessário dividir o fluído em duas fases. A primeira fase é
composta por pasta de cimento e de cal sofrendo hidratação e a segunda composta por uma
estrutura granular formada pelos grãos de areia capazes de apresentar maior resistência ao
deslocamento por meio do enrijecimento e embricamento das partículas. Assim, quando
aplicado uma força em alta velocidade na argamassa, ela tende a se comportar como um
fluído homogênio. Entretanto, quando aplicado uma força lentamente na argamassa, a pasta
tende a permear a estrutura de grãos de areia deixando-os sem a lubrificação necessária para
movimento dos grãos sem causar grande quantidade de atrito.
R. C. ARAÚJO Capítulo 3
CAPÍTULO 4
RESULTADOS
Este capítulo contem os resultados e discussões obtidos por meio do programa experimental.
Inicialmente, são apresentados os resultados referentes à caracterização detalhada das areias
utilizadas na pesquisa, seguidos pelos resultados da caracterização básica da argamassa no
estado fresco e por fim, são apresentados os resultados da caracterização reológica das
argamassas, comparação entre os métodos e correlação com um modelo matemático.
As areias com suas quatro diferentes composições granulométricas definidas como variáveis
da pesquisa tiveram suas propriedades determinadas por meio de caracterização física, análise
de imagem e cisalhamento direto. O ensaio de cisalhamento direto foi realizado na areia seca
em estufa e em situação inundada para determinação do ângulo de atrito entre as partículas.
Além dessas características, os certificados do material de referência, fornecido pelo IPT de
cada dos lotes utilizados, constam no Anexo 1.
A caracterização física foi realizada por meio da determinação da massa, volume total e
volume de grãos. A partir desses resultados foram calculadas as propriedades apresentadas na
Tabela 4.1, utilizando-se as equações apresentadas no item 3.3.1.1 desta dissertação.
Tabela 4.1 – Determinação das propriedades físicas das diferentes composições granulométricas adotadas na
pesquisa.
Massa Fator de Índice de
Massa unitária Porosidade
Amostra específica Empacotamento Vazios
[ρ (g/cm³)] (η)
[d (g/cm³)] (E0) (e)
ANC-25 1,50 2,68 56% 0,79 44%
ANC-33 1,42 2,66 53% 0,87 47%
AND-50 1,47 2,67 55% 0,82 45%
ANU-100 1,32 2,66 50% 1,02 50%
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 67
6
Em função da análise por imagem ser referente ao grão, foram caracterizadas as “faixas granulométricas”,
conforme fornecidas pelo IPT. As outras caracterizações foram realizadas na mistura em diferentes proporções
destas faixas. Em toda a dissertação estas misturas são chamadas de “composição granulométrica”.
7
O f-valor, segundo Westerholm et al. (2008), é um parâmetro para classificação tanto do índice de forma, como
para a esfericidade.
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 68
entre 0,5 e 0,75 e foram classificadas, em função do índice de forma e esfericidade, como
cúbicos.
Os gráficos determinados nos ensaios de cisalhamento direto da areia, tanto nas amostras
secas em estufa como nas amostras em situação inundada, estão apresentados no Apêndice C.
A seguir é apresentado na Figura 4.1, como exemplo, um gráfico obtido no ensaio
cisalhamento direto em função do deslocamento para as quatro tensões normais aplicadas
durante o ensaio, bem como, o gráfico com variação de altura da mesma amostra.
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 69
40,00
13,5 kPa
30,00
25 kPa
20,00 50 kPa
10,00 100 kPa
0,00
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0 4,4 4,8 5,2 5,6 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
5,00
Expansão (mm)
4,00
13,5 kPa
3,00
25 kPa
2,00 50 kPa
100 kPa
1,00
0,00
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0 4,4 4,8 5,2 5,6 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
O gráfico do ensaio de cisalhamento direto ilustra que baixas tensões normais resultam em
baixas tensões de cisalhamento. Conforme a tensão normal é elevada, a tensão de
cisalhamento também é acrescida de forma proporcional à tensão normal aplicada. Entretanto,
a variação da altura da amostra se comporta de forma inversa, sendo que, quanto menor a
tensão normal maior a variação de altura. As tensões normais elevadas reduzem a variação da
altura, pois se aumenta a restrição ao movimento dos grãos na vertical, forçando os grãos a
passarem mais próximos uns dos outros, causando maior atrito. Assim, quanto maior a tensão
normal, menor a variação de altura e consequentemente maior a tensão de cisalhamento.
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 70
secas em estufa foram apresentados na Figura 4.2. A inclinação desta reta indica o ângulo de
atrito e o ponto de interseção no eixo y (tensão cisalhante) representa a coesão. Entretanto,
como a amostra ensaiada é uma areia, a coesão foi considerada como zero.
Figura 4.2 – Envoltória de ruptura das quatro composições granulométricas secas em estufa
ANC-25 ANC-33
70 70
60 60
y = 0,6483x y = 0,5896x
50 R² = 0,9732 50 R² = 0,9494
τ ( kPa)
40 40
τ (kPa)
30 30
20 20
10 10
0 0
0 50 100 0 50 100
σ (kPa) σ (kPa)
AND-50 ANU-100
70 70
60 60
50 50
y = 0,5966x y = 0,5407x
τ (kPa)
40 40
τ (kPa)
R² = 0,9681 R² = 0,9139
30 30
20 20
10 10
0 0
0,00 50,00 100,00 0,00 50,00 100,00
σ (kPa) σ (kPa)
Assim como realizado com a areia seca em estufa, o cisalhamento direto também foi aplicado
nas areias com o “carrinho” preenchido com água, chamada de situação inundada. Foram
feitos os gráficos de cisalhamento direto em função do deslocamento para as quatro tensões
normais aplicadas durante o ensaio, bem como, o gráfico com variação de altura da mesma
amostra, da mesma forma realizada para a areia seca em estufa. Estes gráficos podem ser
observados no Apêndice C. A partir das tensões cisalhantes máximas de cada tensão normal,
foram traçadas as envoltórias de ruptura dessas areias inundadas estão apresentadas na Figura
4.3.
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 71
ANC-25 ANC-33
70 70
60 y = 0,6452x 60 y = 0,6123x
50 R² = 0,9637 R² = 0,9828
50
τ ( kPa)
40
τ (kPa)
40
30 30
20 20
10 10
0 0
0 50 100 0 50 100
σ (kPa) σ (kPa)
AND-50 ANU-100
70 70
60 60
50 y = 0,6025x 50
y = 0,5652x
τ (kPa)
τ (kPa)
40 R² = 0,9942 40 R² = 0,9747
30 30
20 20
10 10
0 0
0,00 50,00 100,00 0,00 50,00 100,00
σ (kPa) σ (kPa)
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 72
70
60
ANC-25 S
50
ANC-33 S
40 AND-50 S
τ (kPa)
30 ANU-100 S
ANC-25 I
20
ANC-33 I
10 AND-50 I
ANU-100 I
0
0 20 40 60 80 100
σ (kPa)
Analisando-se a Figura 4.4, com todas as envoltórias de ruptura, e a Tabela 4.3, com os
ângulos de atrito, é possível observar que independente da amostra estar seca em estufa ou
inundada, a areia normalizada uniforme (ANU-100) apresentou a menor inclinação da reta e,
consequentemente, o menor ângulo de atrito. As amostras ANC-33 e AND-50 apresentaram
nas duas situações valores similares com variação inferior a um grau. A amostra ANC-25
apresentou a maior inclinação da reta e, consequentemente, o maior ângulo de atrito.
Os resultados mostram que a variação dos ângulos de atrito para uma mesma amostra em
diferentes umidades (seca em estufa e inundada) é desprezível, demonstrando que a
poropressão não exerce influência neste tipo de amostra. Entretanto, se a amostra apresentasse
granulometria mais fina a poropressão passaria a atuar, como pode ser observado em amostras
de solo. A poropressão ocorre quando a água não consegue drenar entre meio aos grãos,
causando assim uma força sucção (PINTO, 2006).
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 73
Figura 4.5 – Correlação do índice de vazios com o ângulo de atrito das composições granulométricas
1,2
1
y = -0,0475x + 2,3341
Índice de vazios R² = 0,9172
0,8
0,6
0,4
0,2
0
27 28 29 30 31 32 33 34
Ângulo de atrito (º)
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 74
A amostra ANU-100 tem como teor de água ideal 29%. Quando essa amostra foi moldada
com teores de água inferiores ao ideal, a mistura ficou muito seca, dificultando o adensamento
durante a moldagem. Ainda, devido esta amostra apresentar a granulometria uniforme,
apresenta também uma plasticidade inferior às demais. Conforme se aumentou o teor de água
dessa amostra, foi possibilitado o melhor adensamento na moldagem da argamassa nos
recipientes dos ensaios de densidade de massa, retenção de água e índice de consistência.
Figura 4.6 – Densidade de massa da argamassa das quatro composições granulométricas em função dos três
teores de água/materiais secos
2,20
2,00
Densidade de massa (g/cm³)
1,80
H=19%
1,60
H=23%
(*)
H=29%
1,40
1,20
1,00
ANC-25 ANC-33 AND-50 ANU-100
*Provavelmente este resultado está “falseado”, tendo em vista que a argamassa está fora
do campo de “argamassas plásticas”.
A argamassa produzida com a areia ANU-100, mesmo com o maior teor de água/materiais
secos foi a amostra que apresentou a menor densidade de massa da argamassa, como pode ser
observado com maior clareza na Figura 4.7. No ensaio de caracterização da areia esta mesma
amostra foi a que apresentou menor massa unitária. Este comportamento está diretamente
relacionado ao fato da amostra apresentar uma granulometria uniforme, dificultando a
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 75
Figura 4.7 – Densidade de massa da argamassa das quatro composições granulométricas em função do teor de
água/materiais secos ideal de cada amostra
2,40
2,20
Densidade de massa (g/cm³)
2,00
1,80 H=19%
H=23%
1,60
H=29%
1,40
1,20
1,00
ANC-25 ANC-33 AND-50 ANU-100
Na análise da retenção de água da argamassa misturada com o menor teor de água (H=19%),
as argamassas com distribuição granulométrica contínua (ANC-25 e ANC-33) foram as
amostras que atingiram os maiores níveis de retenção da água de mistura, conforme
apresentado na Figura 4.8. Este comportamento pode ser observado devido estas amostras
apresentarem maior empacotamento das partículas, dificultando a saída da água. Para todas as
amostras, quando foi aumentado o teor de água, as argamassas apresentaram maior
dificuldade em reter a água. No trabalho de Cruz (2008), também foi observado que a areia
com distribuição granulométrica mais descontínua e fina produz argamassa com menor
densidade de massa.
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 76
Figura 4.8 – Retenção de água da argamassa das quatro composições granulométricas em função dos três teores
de água/materiais secos
90
80
70
Retenção de água (%)
60
50 H=19%
H=23%
40
H=29%
30
20
10
0
ANC-25 ANC-33 AND-50 ANU-100
O gráfico com a retenção de água das argamassas produzidas com o teor de água/materiais
secos ideal deixa mais claro que as distribuições granulométricas descontínua (AND-50) e
uniforme (ANU-100) apresentaram maior dificuldade em reter a água, como pode ser
observado na Figura 4.9.
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 77
Figura 4.9 – Retenção de água da argamassa das quatro composições granulométricas em função do teor de
água/materiais secos ideal de cada amostra
80
70
60
Retenção de água (%)
50
H=19%
40
H=23%
30 H=29%
20
10
0
ANC-25 ANC-33 AND-50 ANU-100
A Figura 4.9, de forma similar aos resultados apresentados por Cruz (2008), demonstra que as
areias mais finas demandam maior quantidade de água e posteriormente apresentam uma
retenção de água inferior às outras argamassas. Ainda, é possível observar que a maior
descontinuidade da distribuição granulométrica propicia uma dificuldade na retenção de água.
O gráfico do índice de consistência (Figura 4.10) demonstra de forma clara que na medida em
que se aumenta o teor de água/materiais secos na mistura da argamassa, se aumenta o índice
de consistência para todas as amostras.
Figura 4.10 – Índice de consistência da argamassa das quatro composições granulométricas em função dos três
teores de água/materiais secos
400
350
Índice de Consistência (mm)
300
250
H=19%
200
H=23%
150 H=29%
100
50
0
ANC-25 ANC-33 AND-50 ANU-100
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 78
Figura 4.11 – Índice de consistência da argamassa das quatro composições granulométricas em função do teor de
água/materiais secos ideal de cada amostra
340
320
Índice de Consistência (mm)
300
280 H=19%
H=23%
260
H=29%
240
220
200
ANC-25 ANC-33 AND-50 ANU-100
A amostra ANC-25 com o teor de água/materiais secos ideal apresentou o menor índice de
consistência, visto que é a amostra mais grossa, sendo a única que possui em sua composição
grãos com dimensão superior a 1,2 mm. Conforme as amostras ficaram mais finas houve uma
tendência de aumento do índice de consistência das argamassas. No entanto, a argamassa
ANU-100 não apresentou o maior índice de consistência devido ao fato de que com este teor
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 79
de água (H=29%), esta argamassa apresenta elevado nível de exsudação, como pode ser
observado na Figura 4.12, dificultando o comportamento da argamassa como um fluido.
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 80
Figura 4.13 – Correlação da retenção de água com o índice de consistência das argamassas misturadas como o
teor de água/materiais secos ideal
80,00
60,00
y = -0,507x + 215,72
R² = 0,9967
50,00
40,00
30,00
270,00 280,00 290,00 300,00 310,00 320,00 330,00
Índice de consistência (mm)
Figura 4.14 – Correlação da densidade de massa da argamassa no estado fresco com a porosidade das areias com
diferentes composições granulométricas
2,06
2,04
Densidade de massa (g/cm³)
2,02
2,00
1,94
1,92
1,90
43% 44% 45% 46% 47% 48% 49% 50% 51%
Porosidade (%)
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 81
Figura 4.15 – Distribuição de fases de argamassas produzidas com as quatro areias de diferentes composições
granulométricas
24,0%
32,9% 32,3% 32,4%
80% 37,7% 36,9% 37,3% 34,9%
43,5% 43,4% 43,2% 42,7%
0%
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 82
a 0,3 mm, é necessária uma maior quantidade de pasta. A argamassa produzida com a menor
relação de água/materiais secos (H=19%) foi a que apresentou maior teor de ar, pelo fato da
mistura ter ficado com consistência seca. A redução desse ar aprisionado dependia da
utilização uma energia de adensamento maior que a empregada em todas as amostras, devido
a baixa plasticidade da argamassa. Quando aumentada a quantidade de água, a amostra passou
a ter uma consistência mais fluida. Entretanto, a plasticidade da argamassa ficou
perceptivelmente áspera. Mesmo com esse aspecto áspero a mistura apresentou maior
facilidade de moldagem, reduzindo assim o teor de ar.
4.3.1. Squeeze-flow
A Figura 4.16 ilustra a influência dos três teores de água na reologia das argamassas em cada
uma das composições granulométricas estudadas, ensaiadas pelo método squezze-flow. O teor
ideal de água/materiais secos de cada composição granulométrica está identificado por um
asterisco na legenda (*).
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 83
Figura 4.16 – Curvas de carga em função do deslocamento, obtidas no ensaio de squeeze-flow em função da
composição granulométrica
ANC-25 ANC-33
250 250
200 200
Carga (N)
Carga (N)
150 150
100 100
50 50
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
AND-50 ANU-100
250 250
200 200
Carga (N)
Carga (N)
150 150
100 100
50 50
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
Na Figura 4.16 é possível observar que a variação do teor de água/materiais secos em todas as
composições granulométricas apresentou o mesmo comportamento. No início do ensaio todas
as amostras passaram rapidamente pelo comportamento elástico, sendo que apenas algumas
amostras entraram no segundo estágio. As amostras misturadas com o menor teor de água
apresentaram um enrijecimento mais rápido (terceiro estágio). Este comportamento é
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 84
evidenciado pela parte exponencial do gráfico onde a amostra apresenta maior resistência ao
fluxo. Em todas as composições estudas, conforme se aumentou a relação água/materiais
secos o gráfico apresentou uma maior deformação radial elongacional, causada pela
compressão. Nestas situações as amostras permaneceram por um período maior no segundo
estágio.
Quando a amostra foi ensaiada na velocidade maior (3 mm/s), essa argamassa tendeu a se
comportar mais facilmente como um fluido homogêneo. Entretanto, quando a amostra já
estava propícia a segregar e foi espremida com uma velocidade mais lenta (0,1 mm/s), a
amostra comportou-se como uma composição bifásica, separando a pasta do agregado. A
pasta escoou pela estrutura rígida formada pelos grãos, e assim, esses grãos perderam a sua
lubrificação, gerando grande atrito entre eles durante o movimento imposto pela compressão
da amostra.
As amostras ANC-33 e AND-50 são as amostras com o teor de água/materiais secos igual a
23%, assim as duas amostras mesmo quando ensaiadas com o teor maior (H=29%) ou com o
teor menor (H=19%) apresentaram menor restrição ao fluxo conforme a quantidade de água,
mas não apresentaram tendência à segregação. Esse comportamento das amostras é
compreendido pelo fato destas amostras apresentarem boa distribuição granulométrica.
A amostra ANU-100 possui uma granulometria muito fina e uniforme demandando o maior
teor de água/materiais secos de todos os traços estudados. Obviamente, quando ensaiada com
quantidades de água menores, o material não apresentou fluidez e maior resistência ao fluxo,
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 85
mesmo quando ensaiada em velocidade alta. A amostra ensaiada com o teor de água ideal
apresentou uma curva similar às das outras composições granulométricas. Entretanto, a curva
da velocidade alta (3 mm/s) ficou próxima da curva da velocidade baixa (0,1 mm/s) pelo fato
de que apesar da amostra demandar grande quantidade de água, a granulometria contínua não
consegue reter essa quantidade de água dentro do fluido, ocorrendo a segregação com
facilidade.
As curvas dos ensaios de squeze-flow também foram agrupadas em função dos três teores de
água/materiais secos, como pode ser observado na Figura 4.17, Figura 4.18 e Figura 4.19.
Figura 4.17 – Curvas de carga em função do deslocamento, obtidas no ensaio de squeeze-flow para H=19%
250
ANC-25 0,1mm/s*
200
ANC-25 3mm/s*
Carga (N)
ANC-33 3mm/s
100
AND-50 0,1mm/s
50 AND-50 3mm/s
ANU-100 0,1mm/s
0
0 2 4 6 8 10 ANU-100 3mm/s
Deslocamento (mm)
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 86
Figura 4.18 – Curvas de carga em função do deslocamento, obtidas no ensaio de squeeze-flow para H=23%
250
ANC-25 0,1mm/s
200
ANC-25 3mm/s
Carga (N)
ANC-33 3mm/s*
100
AND-50 0,1mm/s*
50 AND-50 3mm/s*
ANU-100 0,1mm/s
0
0 2 4 6 8 10 ANU-100 3mm/s
Deslocamento (mm)
Para o teor de água/materiais secos de 23%, apresentado na Figura 4.18, da mesma forma que
ocorreu na análise anterior, a amostra ANC-25 foi a que apresentou maior plasticidade em
função da sua granulometria, seguida pela amostra ANC-33 e AND-50. A amostra ANC-33
foi a que apresentou menor tendência de segregação, também justificada pela sua
granulometria. A amostra ANU-100, assim como verificado no teor anterior, apresentou
consistência e plasticidade muito seca e “magra”, representada pelo rápido enrijecimento da
amostra (terceiro estágio).
Figura 4.19 – Curvas de carga em função do deslocamento, obtidas no ensaio de squeeze-flow para H=29%
1000
900
ANC-25 0,1mm/s
800
700 ANC-25 3mm/s
Carga (N)
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 87
Quando aplicado o maior teor de água/materiais secos (H=29%), todas as amostras ficaram
bastante fluidas (Figura 4.19), mas em função da granulometria de cada uma delas, os
comportamentos foram distintos. A amostra ANU-100 apresentou consistência fluida, mas
ainda com uma baixa plasticidade (magra), a qual só seria alterada se fosse acrescido à ela
uma quantidade de finos adequada (mais ligante ou finos inertes) ou fosse inserido algum
aditivo plastificante. A proximidade da curva ANU-100 3 mm/s com a curva ANU-
100 0,1 mm/s demonstra o alto nível de exsudação da amostra.
Figura 4.20 – Curvas de carga em função do deslocamento, obtidas no ensaio de squeeze-flow para teor de
água/materiais secos ideal
600
500 ANC-33 H=23% 3mm/s*
100
ANU-100 H=29% 0,1mm/s*
0
0 2 4 6 8 10 ANU-100 H=29% 3mm/s*
Deslocamento (mm)
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 88
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 89
ANC-25 ANC-33
70 70
60 60
50 50
τ (kPa)
τ (kPa)
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0,00 50,00 100,00 0,00 50,00 100,00
σ (kPa) σ (kPa)
H=19%* H=23% H=29% H=19% H=23%* H=29%
AND-50 ANU-100
70 70
60 60
50 50
τ (kPa)
τ (kPa)
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0,00 50,00 100,00 0,00 50,00 100,00
σ (kPa) σ (kPa)
H=19% H=23%* H=29% H=19% H=23% H=29%*
Na Figura 4.21 é possível observar que a variação do teor de água/materiais secos nas
amostras ANC-25, ANC-33 e AND-50 apresentou o mesmo comportamento. Quanto maior o
teor de água/materiais secos menor foi a inclinação da reta, obtendo-se um menor ângulo de
atrito e uma menor coesão.
Quando as amostras foram ensaiadas com uma maior quantidade de água, apresentaram
menor restrição ao fluxo, necessitando de uma menor tensão cisalhante para romper a
amostra.
O ensaio de cisalhamento direto mostrou ser sensível para identificar esse comportamento da
argamassa de forma análoga ao ensaio do squeeze-flow. Entretanto, quando analisado o
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 90
A partir dos gráficos da Figura 4.21 determinou-se a coesão da argamassa (ponto onde a curva
intercepta o eixo “y”) e também foi determinado o ângulo de atrito por meio da inclinação da
reta. Os dados de todas as amostras de argamassa estão expostos na Tabela 4.5.
Tabela 4.5 – Resultados de coesão e ângulo de atrito dos ensaios de ensaio de cisalhamento
Amostra H (%) c – Coesão (kPa) Φ – Ângulo de atrito (º)
19 1,06* 35,0*
ANC-25 23 0,61 32,1
29 -0,02 30,6
19 3,09 33,9
ANC-33 23 1,91* 33,7*
29 0,85 30,7
19 1,60 33,9
AND-50 23 1,30* 32,9*
29 1,1 32,1
19 6,54 28,2
ANU-100 23 8,45 29,5
29 4,32* 29,8*
Assim como na Figura 4.21, na Tabela 4.5 é possível verificar que o equipamento possibilitou
caracterizar as amostras por meio da análise dos valores de coesão e ângulo de atrito de modo
similar ao squeeze-flow. As envoltórias do ensaio de cisalhamento também foram agrupadas
em função dos três teores de água/materiais secos, como pode ser observado na Figura 4.22,
Figura 4.23 e Figura 4.24.
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 91
70
60
50
τ (kPa)
40
ANC-25*
30 ANC-33
AND-50
20
ANU-100
10
0
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
σ (kPa)
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 92
70
60
50
40
τ (kPa)
ANC-25
30 ANC-33*
AND-50*
20 ANU-100
10
0
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
σ (kPa)
A Figura 4.23 demonstra que para a o teor de água/materiais secos igual a 23%, o ensaio de
cisalhamento direto apresentou sensibilidade para caracterizar as amostras ANC-25, ANC-33
e AND-50 com comportamento similar aos apresentados no ensaio de squeeze-flow. A
amostra ANC-25, com quantidade de água superior ao necessário, superou a influência da
granulometria e apresentou o menor ângulo de atrito entre as amostras. A amostra ANU-100
com este mesmo teor de água/materiais secos apresentou o mesmo comportamento da amostra
com o teor de água/materiais secos de 19%.
70
60
50
40
τ (kPa)
ANC-25
ANC-33
30
AND-50
20 ANU-100*
10
0
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
σ (kPa)
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 93
Na Figura 4.24 é observado que, assim como identificado no squeeze-flow, quando aplicado o
maior teor de água/materiais secos (H=29%) todas as amostras ficaram bastante fluidas, mas
em função da granulometria de cada uma delas, os comportamentos foram distintos.
A amostra ANU-100, somente com esta quantidade de água (H=29%), que foi considerado o
teor de água ideal para esta argamassa, mostrou resultados coerentes, apresentando o menor
ângulo de atrito em virtude da granulometria uniforme.
70
60
50
40
τ (kPa)
ANC-33*
30 AND-50*
ANC-25*
20 ANU-100*
10
0
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
σ (kPa)
A Figura 4.25 representa as amostras com teor de água/materiais secos ideal, ensaiadas pelo
ensaio de cisalhamento direto. Observou-se um comportamento próximo entre estas amostras,
de forma similar ao ensaio de squeeze-flow. Entretanto, o ensaio de cisalhamento direto
mostrou ser mais sensível às variações da composição granulométrica.
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 94
35,5 35,5
Ângulo de atrito da argamassa (º)
35 35
34,5 34,5
34 34
33,5 33,5
y = -0,0498x + 49,049 y = 0,0994x + 27,777
R² = 0,9993 R² = 0,9944
33 33
32,5 32,5
270 280 290 300 310 320 330 50,00 60,00 70,00 80,00
Índice de consistência (mm) Retenção de água (%))
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 95
grupo), não foi encontrada uma correlação direta entre os ensaios, assim como Mendes
(2008), que em seu trabalho buscou uma correlação entre o ângulo de atrito de esferas e o
comportamento reológico das argamassas produzidas com essas esferas, sendo que nenhuma
correlação foi observada também.
Figura 4.27 – Correlação do ângulo de atrito da argamassa em função do ângulo de atrito da areia
36
Ângulo de atrito da argamassa (°)
34 H= Ideal
y = -0,3495x2 + 22,174x - 318,04
32 R² = 0,9439
30
H=19%
y = -0,6211x2 + 39,202x - 584,15
28
R² = 0,9976
26
H=23%
24 y = -0,4847x2 + 30,299x - 439,97
R² = 0,9526
22
20 H=29%
28 30 32 34 y = -0,2327x2 + 14,474x - 193,6
R² = 0,6707
Ângulo de atrito da areia normal (°)
A Figura 4.27 demonstra que o ângulo de atrito determinado no ensaio de cisalhamento direto
da areia apresentou uma correlação com o ângulo de atrito determinado no ensaio de
cisalhamento da argamassa, quando as amostras foram separadas em função da quantidade de
água. O teor de 29% não apresenta correlação, pois pelo excesso de água causa um
afastamento considerável das partículas anulando a influência do contato entre elas.
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 96
Lu e Wang (2011) apresentaram um modelo matemático para cálculo da distância média entre
as partículas (S). Esta distância foi calculada em função do diâmetro médio das partículas do
agregado (Do), da proporção de agregado na argamassa em volume (Vagr) e do volume de
vazios do agregado não compactado (Vv), conforme apresentado na Equação 4.1.
= 1− (4.1)
A partir da distância média entre as partículas foi possível calcular a tensão de escoamento
realtivo (CM/τP) pela Equação 4.2.
, ∗
= 20 ∗ +1 (4.2)
Por meio da aplicação dessas equações nos resultados do ensaio de cisalhamento do presente
trabalho, foi possível observar que as amostras ensaiadas respeitaram essas condições, como
pode ser observado na Figura 4.28.
Figura 4.28 – Correlação da tensão de escoamento relativa em função do teor de água/materiais secos
21
Tensão de escoamento relativa (CM/τP)
R² = 1
20,995
20,985 ANC-25
R² = 0,984
20,98 ANC-33
20,97
18 23 28
Relação água/materiais secos (%)
Na Figura 4.28 é possível observar que a amostra ANC-25 foi a que apresentou a menor
tensão de escoamento relativa em função do tamanho dos grãos da amostra. Quando foi
aumentada a quantidade de água, a tensão de escoamento relativo reduziu ainda mais. O
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 97
mesmo comportamento também foi observado para as outras amostras, exceto para a amostra
ANU-100 H=19%, pelo motivo já discutido em vários itens anteriores. Este comportamento
apresentado na Figura 4.28, isto é, quanto menor o diâmetro dos grãos, maior a tensão de
escoamento relativa, explica o fato de que, na prática, quando se busca uma mistura com
maior coesão é necessário maior quantidade de finos.
A distância média entre as partículas, juntamente com o ângulo de atrito do agregado (Φagr),
define o comportamento do ângulo de atrito da argamassa (Φarg), como pode ser observado
na Equação 4.3.
Φ#$% = &'()* + , ∗,
+ 0,1- ∗ )*Φ#%$ (4.3)
A equação apresentada por Lu e Wang (2011) não leva em consideração a influência da pasta.
Assim, seria impossível correlacionar o ângulo de atrito teórico da argamassa com todos os
ângulos de atrito determinados de forma experimental, pois as amostras foram ensaiadas com
diversas proporções de pastas. Assim, foi levado em consideração apenas o teor de
água/materiais secos ideais, como podem ser observados na Figura 4.29.
36
Ângulo de atrito teórico (°)
35
34
33
32
y = 1,0793x - 2,8954
31
R² = 0,901
30
29
30 31 32 33 34 35 36
Ângulo de atrito experimental (°)
A Figura 4.29 apresenta alta correlação entre o ângulo de atrito determinado de forma teórico
e o ângulo de atrito determinado de forma experimental, demonstrando que os resultados
apresentados neste estudo experimental obedecem ao modelo matemático.
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 98
.#$% = + , ∗,
∗ 0,1- ∗ )*Φ#%$ ∗ / + +1 + 20 ∗ , ∗, -
∗ .0 (4.4)
A partir de todos os dados foram calculados por meio do modelo matemático a tensão de
cisalhamento das 48 amostras ensaiadas e foi realizada a correlação com os resultados obtidos
de forma experimental, como pode ser observado na Figura 4. 30.
80
Tensão de cisalhamento experimental
70
y = 0,9427x - 16,773
60
R² = 0,9605
50
(kPa)
40
30
20
10
0
0 20 40 60 80 100
Tensão de cisalhamento teórico (kPa)
R. C. ARAÚJO Capítulo 4
CAPÍTULO 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1. CONCLUSÕES
R. C. ARAÚJO Capítulo 5
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 100
R. C. ARAÚJO Capítulo 5
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 101
O ângulo de atrito interno da areia apresentou uma correlação com o ângulo de atrito
da argamassa, no entanto, para amostras muito fluidas essa correlação deixou de
existir. O ângulo de atrito interno da areia não apresentou correlação com a coesão da
argamassa.
A tensão de escoamento relativa determinada por um modelo matemático apresentou
coerência quando analisado pela influência da composição granulométrica e da
quantidade de água. Argamassas com menor quantidade de água, assim como
argamassas contendo areias de granulometria mais fina, apresentaram maior tensão de
escoamento relativo, demonstrando maior resistência ao fluxo.
O valor calculado para o ângulo de atrito da argamassa e a tensão de cisalhamento por
meio de um modelo matemático apresentou correlação com os valores obtidos de
forma experimental.
A referida dissertação teve como foco principal avaliar a viabilidade do emprego do ensaio de
cisalhamento direto. Entretanto, o método precisa ter sua sensibilidade e ter suas limitações
levantadas. A fim de aperfeiçoar e dar continuidade a esta pesquisa, seria interessante explorar
os seguintes pontos:
De forma geral, a sugestão para os trabalhos futuros e continuações é que cada um dos
fatores que interferem no comportamento reológico da argamassa seja isolado para
verificar como o equipamento de cisalhamento direto reporta a estas mudanças. Por fim,
R. C. ARAÚJO Capítulo 5
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 102
comparar com métodos reológicos tradicionais, como realizado neste trabalho com o
squeeze-flow, e também com outros métodos como o reômetro rotacional.
R. C. ARAÚJO Capítulo 5
Referências
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D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 105
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measured by squeeze flow. Journal of Material Science, 29 p. 1374-1381, 1994.
NEHDI, M.; RAHMAN, M. A. Estimating rheological properties of cement pastes using
various rheological models for different test geometry, gap and surface friction. Cement and
Concrete Research, Vol. 34, p. 1993-2007, 2004.
OLIVEIRA, E. S.; Estudo do comportamento reológico de argamassas mistas de cimento
por meio do ensaio de cisalhamento direto. 2010. 69 f. Trabalho de conclusão de curso em
Engenharia Civil. Escola Politécnica de Pernambuco, Pernambuco, 2010.
R. C. ARAÚJO Referência
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 107
R. C. ARAÚJO Referência
D0108C15: Avaliação da viabilidade do emprego do ensaio cisalhamento direto para caracterização reológica
de argamassas 108
R. C. ARAÚJO Referência
APÊNDICE A
ESTUDO PILOTO
Neste apêndice está apresentado o estudo piloto realizado, com o auxílio de um oficial
pedreiro, para a dosagem do teor de água/materiais secos ideal para cada uma das
distribuições granulométricas estudadas (ANC-25, ANC-3, AND-50 e ANU-100).
O objetivo deste estudo piloto foi determinar, de forma prática, a quantidade de água de
amassamento em função da sensibilidade do oficial pedreiro experiente, visto que, diferentes
distribuições granulométricas demandam diferentes quantidades de água. Assim, buscou-se o
teor de água/materiais secos ideal de cada mistura.
Para a determinação do teor de água/materiais secos, os materiais que compõem o traço foram
pesados e entregues ao oficial pedreiro. Também foi fornecido ao profissional um recipiente
com determinada massa de água, assim como um recipiente para mistura e uma colher de
pedreiro (Figura A.1).
Em sequência, os mesmos materiais foram entregues ao profissional, entretanto, desta vez foi
solicitado ao profissional que dosasse a quantidade de água de amassamento máxima na
argamassa garantindo uma boa trabalhabilidade, sem perder o “ponto” para as quatro
composições granulométricas diferentes [Figura A.2 (b)].
Figura A.2 – Argamassas produzidas como mesmos materiais: (a) quantidade de água mínima; (b) quantidade de
água máxima
(a) (b)
Figura A.3 – Ensaios realizados: (a) índice de consistência; (b) densidade de massa da argamassa
(a) (b)
Para comprovar a trabalhabilidade das argamassas com a quantidade de água dosada pelo
oficial pedreiro (máxima e mínima), foi solicitado que o profissional aplicasse a argamassa
em bloco de concreto (Figura A.4).
Figura A.6 – Resultados: (a) Índice de consistência; (b) Densidade de massa da argamassa
40 2,10
Índice de Consistência(cm)
Densidade (g/dm³)
H2O Mín
30 H2O Máx
H2O Mín. 2,00
20
H2O Máx.
1,90
10
0 1,80
25% 33% 50% 100% 25% 33% 50% 100%
Areia Normal Areia Normal
(a) (b)
De forma prática, baseado na sensibilidade experiente do pedreiro, a quantidade de água
aumentou em função da maior quantidade de finos e da distribuição granulométrica mais
uniforme, conforme Figura A.7. Os teores de água/materiais secos máxima e mínima,
determinado pelo oficial pedreiro estão apresentados na Tabela A.1.
1,4
1,0
H2O Mín.
H2O Máx
0,6
25% 33% 50% 100%
Areia Normal
argamassas ANC-33 e ANC-50 a média do teor de água/materiais secos das duas argamassas
de 22,60% foi utilizada para as duas amostras. Na dissertação, o teor de água materiais secos
foram apresentados sem casas decimais por se tratar de porcentagem. Deste modo, os valores
dos teores de água/materiais secos ideais apresentados nesta dissertação foram os valores
mostrados na Tabela A.2.
Neste apêndice estão apresentadas as imagens adquiridas por meio da lupa estereoscópica.
Figura B.1 – Grãos de areia normal com dimensões 1,2 mm ampliadas em 18X
Figura B.2 – Grãos de areia normal com dimensões 0,6 mm ampliadas em 18X
Figura B.3 – Grãos de areia normal com dimensões 0,3 mm ampliadas em 30X
Figura B.4 – Grãos de areia normal com dimensões 0,15 mm ampliadas em 60X
Tabela C.1 – Planilha de cisalhamento direto da areia seca realizado na amostra ANC-25
2,7 3,90 14,95 13,5 0,95 14,28 25 0,65 33,15 50 0,40 62,53 100
2,8 4,00 14,71 13,5 0,80 14,12 25 0,65 33,34 50 0,40 62,21 100
2,9 4,10 14,67 13,5 0,80 14,00 25 0,70 33,30 50 0,50 61,39 100
3,0 4,30 14,36 13,5 0,80 13,65 25 0,70 32,87 50 0,50 61,94 100
3,1 4,40 14,55 13,5 0,80 13,34 25 0,70 33,03 50 0,60 61,08 100
3,2 4,55 14,47 13,5 0,80 12,83 25 0,70 32,56 50 0,60 60,41 100
3,3 4,70 14,36 13,5 0,80 12,59 25 0,75 32,01 50 0,70 60,53 100
3,4 4,80 14,28 13,5 0,70 12,28 25 0,75 32,32 50 0,70 60,17 100
3,5 4,90 14,16 13,5 0,70 12,36 25 0,75 32,52 50 0,80 60,53 100
3,6 5,00 13,96 13,5 0,70 11,89 25 0,75 32,13 50 0,80 59,47 100
3,7 5,10 14,04 13,5 0,65 12,12 25 0,75 32,17 50 0,90 59,47 100
3,8 5,20 13,89 13,5 0,65 12,00 25 0,75 32,40 50 1,00 58,80 100
3,9 5,30 13,93 13,5 0,60 11,57 25 0,80 32,44 50 1,00 58,17 100
4,0 5,35 13,93 13,5 0,60 11,53 25 0,80 32,17 50 1,00 57,82 100
4,1 5,40 13,89 13,5 0,60 11,30 25 0,90 32,09 50 1,10 57,90 100
4,2 5,50 13,73 13,5 0,65 11,18 25 0,90 31,93 50 1,20 58,29 100
4,3 5,55 13,89 13,5 0,65 10,98 25 0,90 32,09 50 1,30 58,09 100
4,4 5,60 14,32 13,5 0,70 10,67 25 0,90 32,09 50 1,40 58,33 100
4,5 5,75 14,40 13,5 0,75 10,67 25 0,90 32,13 50 1,50 57,66 100
4,6 5,85 14,24 13,5 0,75 10,43 25 0,90 32,09 50 1,60 57,62 100
4,7 6,00 14,00 13,5 0,70 10,08 25 0,90 32,13 50 1,70 56,92 100
4,8 6,00 13,81 13,5 0,60 9,96 25 0,95 31,93 50 1,70 56,64 100
4,9 6,05 13,81 13,5 0,60 9,77 25 1,00 31,85 50 1,70 56,76 100
5,0 6,10 13,77 13,5 0,60 9,61 25 1,00 31,77 50 1,80 56,45 100
5,1 6,10 13,77 13,5 0,6 9,69 25 1,00 32,09 50 1,7 56,80 100
5,2 6,15 13,73 13,5 0,55 9,41 25 1,00 32,09 50 1,7 56,92 100
5,3 6,15 13,53 13,5 0,5 9,65 25 1,05 32,24 50 1,7 56,84 100
5,4 6,15 13,61 13,5 0,5 9,57 25 1,05 32,36 50 1,7 57,11 100
5,5 6,15 13,69 13,5 0,5 9,53 25 1,00 32,09 50 1,7 57,31 100
5,6 6,15 13,42 13,5 0,45 9,69 25 1,00 31,93 50 1,7 57,04 100
5,7 6,10 13,10 13,5 0,45 9,57 25 0,95 32,13 50 1,6 56,68 100
5,8 6,10 13,18 13,5 0,45 9,34 25 0,95 32,40 50 1,6 56,13 100
5,9 6,10 13,42 13,5 0,45 9,45 25 0,90 31,54 50 1,6 56,29 100
6,0 6,10 13,61 13,5 0,45 9,41 25 0,90 31,81 50 1,6 56,02 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
14,95 14,59 33,73 63,97
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
70,00
60,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,00,20,40,60,81,01,21,41,61,82,02,22,42,62,83,03,23,43,63,84,04,24,44,64,85,05,25,45,65,86,0
Deslocamento Cisalhante
7,00
6,00
5,00
Expansão (mm)
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
Tabela C.2 – Planilha de cisalhamento direto da areia seca realizado na amostra ANC-33
4,2 2,30 10,59 13,5 0,35 17,30 25 0,65 29,58 50 1,30 52,49 100
4,3 2,35 10,40 13,5 0,35 17,18 25 0,65 29,58 50 1,30 52,05 100
4,4 2,40 10,55 13,5 0,40 16,99 25 0,65 29,22 50 1,40 51,90 100
4,5 2,40 10,20 13,5 0,40 16,91 25 0,65 28,60 50 1,40 50,56 100
4,6 2,40 9,96 13,5 0,35 17,10 25 0,65 29,18 50 1,35 50,52 100
4,7 2,40 10,00 13,5 0,30 16,95 25 0,70 28,83 50 1,35 50,72 100
4,8 2,45 9,96 13,5 0,35 16,67 25 0,70 28,60 50 1,35 50,37 100
4,9 2,45 9,92 13,5 0,40 16,55 25 0,75 28,56 50 1,35 50,64 100
5,0 2,50 9,85 13,5 0,40 16,71 25 0,75 28,44 50 1,35 50,48 100
5,1 2,45 9,81 13,5 0,40 16,51 25 0,75 28,67 50 1,30 50,45 100
5,2 2,45 9,85 13,5 0,45 16,08 25 0,80 28,67 50 1,30 50,29 100
5,3 2,5 9,77 13,5 0,45 16,28 25 0,90 28,60 50 1,30 50,60 100
5,4 2,5 9,65 13,5 0,50 16,16 25 1,00 28,48 50 1,30 50,48 100
5,5 2,5 9,49 13,5 0,50 16,00 25 1,10 28,32 50 1,30 49,97 100
5,6 2,5 9,38 13,5 0,50 16,24 25 1,15 28,56 50 1,20 50,25 100
5,7 2,5 9,10 13,5 0,55 16,16 25 1,20 28,20 50 1,20 50,25 100
5,8 2,5 9,06 13,5 0,55 16,71 25 1,30 28,32 50 1,20 50,60 100
5,9 2,45 9,06 13,5 0,60 16,36 25 1,40 28,28 50 1,10 50,45 100
6,0 2,45 8,90 13,5 0,55 16,59 25 1,45 28,48 50 1,10 50,33 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
11,22 20,91 30,99 56,45
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
60,00
50,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
6,00
5,00
4,00
Expansão (mm)
3,00
2,00
1,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
Tabela C.3. – Planilha de cisalhamento direto da areia seca realizado na amostra AND-50
4,2 1,60 7,45 13,5 3,30 16,79 25 1,30 32,05 50 0,65 51,82 100
4,3 1,55 7,45 13,5 3,30 16,44 25 1,30 31,85 50 0,60 51,70 100
4,4 1,50 7,34 13,5 3,30 16,48 25 1,40 31,46 50 0,60 51,07 100
4,5 1,50 7,45 13,5 3,30 16,44 25 1,40 31,42 50 0,60 51,07 100
4,6 1,50 7,30 13,5 3,30 16,51 25 1,35 31,22 50 0,60 50,48 100
4,7 1,45 7,41 13,5 3,45 16,51 25 1,35 31,15 50 0,60 50,41 100
4,8 1,45 7,37 13,5 3,50 16,63 25 1,35 31,46 50 0,60 49,97 100
4,9 1,40 7,45 13,5 3,50 16,51 25 1,35 31,62 50 0,60 49,94 100
5,0 1,40 7,41 13,5 3,50 16,51 25 1,35 31,85 50 0,50 49,39 100
5,1 1,40 7,41 13,5 3,45 16,40 25 1,30 31,77 50 0,50 47,07 100
5,2 1,40 7,45 13,5 3,40 16,40 25 1,30 31,73 50 0,50 48,13 100
5,3 1,30 7,37 13,5 3,40 16,04 25 1,30 31,66 50 0,50 48,80 100
5,4 1,30 7,41 13,5 3,30 16,32 25 1,30 31,81 50 0,45 48,25 100
5,5 1,30 7,26 13,5 3,30 16,40 25 1,30 31,85 50 0,45 48,72 100
5,6 1,30 7,26 13,5 3,30 16,40 25 1,20 31,77 50 0,45 49,27 100
5,7 1,25 7,34 13,5 3,30 16,24 25 1,20 31,70 50 0,45 48,76 100
5,8 1,20 7,26 13,5 3,25 16,40 25 1,20 32,24 50 0,40 49,27 100
5,9 1,10 7,34 13,5 3,25 16,24 25 1,10 32,21 50 0,40 48,48 100
6,0 1,10 7,30 13,5 3,20 16,32 25 1,10 32,32 50 0,40 47,39 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
7,92 18,99 34,09 56,76
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
60,00
50,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante
4,00
3,50
3,00
2,50
Expansão (mm)
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
Tabela C.4 – Planilha de cisalhamento direto da areia seca realizado na amostra ANU-100
4,2 3,70 12,91 13,5 2,60 15,97 25 1,70 30,83 50 1,20 49,97 100
4,3 3,90 12,75 13,5 2,65 15,81 25 1,70 30,48 50 1,10 49,94 100
4,4 4,00 12,79 13,5 2,65 15,77 25 1,75 30,60 50 1,20 49,31 100
4,5 4,10 12,71 13,5 2,70 15,69 25 1,80 30,48 50 1,20 49,07 100
4,6 4,30 12,63 13,5 2,70 15,65 25 1,80 30,40 50 1,20 48,84 100
4,7 4,40 12,55 13,5 2,75 15,69 25 1,80 30,24 50 1,20 48,88 100
4,8 4,50 12,51 13,5 2,80 15,69 25 1,85 30,28 50 1,30 48,37 100
4,9 4,60 12,51 13,5 2,85 15,57 25 1,85 30,28 50 1,30 48,37 100
5,0 4,70 12,24 13,5 2,85 15,46 25 1,80 30,13 50 1,30 48,09 100
5,1 4,90 12,47 13,5 2,85 15,34 25 1,80 30,05 50 1,30 48,05 100
5,2 5,00 12,40 13,5 2,90 15,42 25 1,80 29,89 50 1,40 48,05 100
5,3 5,10 12,28 13,5 2,95 15,14 25 1,85 30,20 50 1,40 47,42 100
5,4 5,10 12,32 13,5 3,00 15,06 25 1,85 29,97 50 1,40 47,39 100
5,5 5,20 12,36 13,5 3,00 15,34 25 1,80 29,77 50 1,50 47,46 100
5,6 5,30 12,12 13,5 3,00 15,10 25 1,70 29,66 50 1,50 47,86 100
5,7 5,40 12,16 13,5 3,00 15,10 25 1,70 29,93 50 1,55 47,62 100
5,8 5,50 12,20 13,5 3,05 14,87 25 1,70 30,13 50 1,50 47,58 100
5,9 5,60 11,92 13,5 3,05 14,91 25 1,65 29,81 50 1,60 47,27 100
6,0 5,70 11,96 13,5 3,10 14,91 25 1,70 29,58 50 1,60 47,31 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
13,93 16,20 30,83 50,80
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
60,00
50,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
40,00
13,5 kPa
30,00
25 kPa
50 kPa
20,00
100 kPa
10,00
0,00
0,0 0,3 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,4 2,7 3,0 3,3 3,6 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4 5,7 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
6,00
5,00
4,00
Expansão (mm)
13,5 kPa
3,00
25 kPa
50 kPa
2,00
100 kPa
1,00
0,00
0,0 0,3 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,4 2,7 3,0 3,3 3,6 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4 5,7 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
Tabela C.5 – Planilha de cisalhamento direto da areia inundada realizado na amostra ANC-25
4,2 4,80 11,73 13,5 2,80 15,57 25 1,80 33,15 50 1,60 58,21 100
4,3 4,80 11,77 13,5 2,80 15,46 25 1,90 32,95 50 1,70 57,94 100
4,4 4,90 11,65 13,5 2,90 15,10 25 2,00 32,83 50 1,70 57,27 100
4,5 4,90 11,65 13,5 2,90 14,95 25 2,00 32,68 50 1,80 57,00 100
4,6 5,00 11,77 13,5 2,90 14,87 25 2,00 32,09 50 1,80 56,53 100
4,7 5,10 11,73 13,5 3,00 15,02 25 2,00 32,60 50 1,90 56,41 100
4,8 5,20 11,57 13,5 2,90 14,51 25 2,10 32,71 50 2,00 56,49 100
4,9 5,20 11,26 13,5 2,90 14,28 25 2,10 32,71 50 2,10 56,13 100
5,0 5,30 11,22 13,5 2,90 14,20 25 2,10 32,91 50 2,20 55,86 100
5,1 5,30 11,45 13,5 2,9 14,44 25 2,10 32,71 50 2,30 55,94 100
5,2 5,4 11,69 13,5 2,90 14,12 25 2,10 32,28 50 2,40 55,62 100
5,3 5,5 11,53 13,5 2,90 13,93 25 2,20 32,28 50 2,40 55,39 100
5,4 5,6 11,65 13,5 2,80 13,69 25 2,20 32,01 50 2,50 54,76 100
5,5 5,7 11,45 13,5 2,80 13,61 25 2,20 32,24 50 2,50 55,00 100
5,6 5,8 11,26 13,5 2,80 13,42 25 2,20 32,32 50 2,50 54,80 100
5,7 5,90 11,41 13,5 2,80 13,26 25 2,30 31,81 50 2,60 55,15 100
5,8 5,90 11,02 13,5 2,80 13,22 25 2,30 32,05 50 2,60 55,27 100
5,9 6,00 11,30 13,5 2,80 13,10 25 2,30 31,73 50 2,70 55,62 100
6,0 6,00 11,45 13,5 2,80 12,98 25 2,30 32,09 50 2,80 55,03 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
12,55 19,14 36,52 61,35
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
70,00
60,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante
7,00
6,00
5,00
4,00
Expansão (mm)
3,00
2,00
1,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
-1,00
-2,00
Deslocamento Cisalhante (mm)
Tabela C.6 – Planilha de cisalhamento direto da areia inundada realizado na amostra ANC-33
4,2 2,70 6,98 13,5 1,80 17,46 25 -0,30 26,32 50 2,10 55,58 100
4,3 2,70 6,90 13,5 1,90 17,57 25 -0,20 26,24 50 2,10 55,78 100
4,4 2,80 6,98 13,5 2,00 17,18 25 -0,20 25,73 50 2,10 55,27 100
4,5 2,80 6,83 13,5 2,10 17,38 25 -0,20 26,01 50 2,20 54,88 100
4,6 2,80 6,75 13,5 2,10 17,46 25 -0,10 25,93 50 2,20 55,11 100
4,7 2,90 6,67 13,5 2,20 17,06 25 -0,10 25,54 50 2,30 55,23 100
4,8 2,90 6,55 13,5 2,30 16,87 25 -0,10 25,30 50 2,30 55,07 100
4,9 2,90 6,67 13,5 2,40 17,10 25 0,00 25,38 50 2,30 54,49 100
5,0 3,00 6,59 13,5 2,50 16,99 25 0,00 24,95 50 2,30 54,17 100
5,1 3,00 6,51 13,5 2,40 16,91 25 0,00 25,18 50 2,30 53,90 100
5,2 3,00 6,51 13,5 2,40 17,42 25 0,00 24,60 50 2,30 53,82 100
5,3 3,10 6,35 13,5 2,50 17,22 25 0,00 24,63 50 2,30 53,66 100
5,4 3,10 6,47 13,5 2,50 17,06 25 0,00 24,79 50 2,30 53,11 100
5,5 3,10 6,39 13,5 2,50 17,18 25 0,00 24,95 50 2,30 53,39 100
5,6 3,10 6,39 13,5 2,40 16,71 25 0,00 24,83 50 2,20 53,98 100
5,7 3,20 6,39 13,5 2,50 15,93 25 0,00 24,79 50 2,20 53,74 100
5,8 3,20 6,47 13,5 2,50 16,28 25 0,00 24,48 50 2,20 53,66 100
5,9 3,20 6,39 13,5 2,60 17,14 25 0,00 24,56 50 2,20 53,54 100
6,0 3,20 6,39 13,5 2,60 17,22 25 0,10 24,24 50 2,20 53,54 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
8,00 18,83 26,87 62,49
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
70,00
60,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
6,00
5,00
4,00
3,00
Expansão (mm)
2,00
1,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
-1,00
-2,00
Deslocamento Cisalhante (mm)
Tabela C.7 – Planilha de cisalhamento direto da areia inundada realizado na amostra AND-50
4,2 4,80 6,83 13,5 0,60 16,67 25 1,80 30,01 50 -1,20 54,41 100
4,3 4,80 6,83 13,5 0,70 16,71 25 1,90 29,89 50 -1,20 54,41 100
4,4 4,90 6,75 13,5 0,80 16,51 25 1,90 29,42 50 -1,30 54,45 100
4,5 4,90 6,79 13,5 0,80 16,12 25 2,00 29,62 50 -1,30 54,29 100
4,6 5,00 6,75 13,5 0,80 16,04 25 2,10 29,81 50 -1,40 53,94 100
4,7 5,10 6,75 13,5 0,90 16,20 25 2,20 29,77 50 -1,40 53,70 100
4,8 5,20 6,59 13,5 0,90 16,16 25 2,30 29,38 50 -1,50 53,54 100
4,9 5,20 6,55 13,5 1,00 16,04 25 2,30 29,46 50 -1,50 53,66 100
5,0 5,30 6,55 13,5 1,10 16,08 25 2,30 28,99 50 -1,50 53,23 100
5,1 5,30 6,39 13,5 1,10 16,00 25 2,30 28,99 50 -1,50 52,76 100
5,2 5,4 6,28 13,5 1,10 16,04 25 2,40 28,60 50 -1,60 52,96 100
5,3 5,5 6,32 13,5 1,20 16,00 25 2,40 28,52 50 -1,60 53,94 100
5,4 5,6 6,35 13,5 1,20 16,00 25 2,40 28,87 50 -1,70 56,09 100
5,5 5,7 6,32 13,5 1,30 15,65 25 2,40 29,03 50 -2,00 55,54 100
5,6 5,8 6,47 13,5 1,30 15,81 25 2,50 28,48 50 -2,10 57,78 100
5,7 5,90 6,35 13,5 1,40 15,77 25 2,50 28,36 50 -2,10 53,90 100
5,8 5,90 6,28 13,5 1,40 15,65 25 2,60 28,32 50 -2,20 53,51 100
5,9 6,00 6,28 13,5 1,50 15,49 25 2,60 28,40 50 -2,20 53,82 100
6,0 6,00 6,24 13,5 1,50 15,65 25 2,60 28,44 50 -2,30 53,15 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
7,22 17,14 31,77 59,27
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
70,00
60,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante
7,00
6,00
5,00
4,00
Expansão (mm)
3,00
2,00
1,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
-1,00
-2,00
-3,00
Deslocamento Cisalhante (mm)
Tabela C.8 – Planilha de cisalhamento direto da areia inundada realizado na amostra ANU-100
4,2 0,80 7,77 13,5 -0,90 12,75 25 3,40 28,48 50 -0,60 53,07 100
4,3 0,80 7,69 13,5 -0,90 12,63 25 3,40 28,16 50 -0,70 52,84 100
4,4 0,90 7,77 13,5 -0,90 12,55 25 3,40 27,85 50 -0,80 52,92 100
4,5 1,00 7,77 13,5 -0,90 12,47 25 3,40 27,73 50 -0,80 52,72 100
4,6 1,00 7,85 13,5 -0,90 12,36 25 3,40 27,46 50 -0,80 52,41 100
4,7 1,10 7,85 13,5 -0,80 11,77 25 3,40 27,18 50 -0,80 52,17 100
4,8 1,20 7,85 13,5 -0,80 11,85 25 3,40 26,83 50 -0,90 52,21 100
4,9 1,30 7,92 13,5 -0,80 11,96 25 3,30 26,83 50 -0,90 52,68 100
5,0 1,30 7,92 13,5 -0,70 12,04 25 3,30 26,87 50 -0,90 52,49 100
5,1 1,30 7,88 13,5 -0,60 11,85 25 3,30 26,48 50 -1,00 53,07 100
5,2 1,4 7,96 13,5 -0,50 11,81 25 3,30 26,56 50 -1,00 52,41 100
5,3 1,4 7,81 13,5 -0,50 11,77 25 3,20 26,32 50 -1,10 52,05 100
5,4 1,4 7,85 13,5 -0,50 11,73 25 3,20 26,09 50 -1,10 51,90 100
5,5 1,5 7,92 13,5 -0,50 11,45 25 3,20 26,24 50 -1,10 51,94 100
5,6 1,5 7,92 13,5 -0,60 11,65 25 3,20 26,12 50 -1,20 51,70 100
5,7 1,60 7,96 13,5 -0,70 11,41 25 3,20 26,28 50 -1,30 51,03 100
5,8 1,60 7,96 13,5 -0,80 11,49 25 3,20 26,28 50 -1,40 51,47 100
5,9 1,70 8,00 13,5 -0,90 11,69 25 3,20 26,36 50 -1,40 51,39 100
6,0 1,80 8,12 13,5 -0,90 11,65 25 3,20 26,63 50 -1,50 51,31 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
8,12 13,02 33,58 54,29
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
60,00
50,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,00
3,00
2,00
Expansão (mm)
1,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
-1,00
-2,00
Deslocamento Cisalhante (mm)
2,7 -1,70 9,77 13,5 -0,50 15,30 25 -1,40 34,24 50 -3,40 64,84 100
2,8 -1,70 9,92 13,5 -0,50 15,49 25 -1,40 34,28 50 -3,40 65,55 100
2,9 -1,60 10,00 13,5 -0,50 15,38 25 -1,40 34,75 50 -3,40 66,14 100
3,0 -1,60 10,00 13,5 -0,50 14,75 25 -1,40 34,99 50 -3,40 66,80 100
3,1 -1,50 10,16 13,5 -0,40 14,20 25 -1,30 35,23 50 -3,40 67,20 100
3,2 -1,50 10,20 13,5 -0,40 14,04 25 -1,30 35,38 50 -3,40 67,71 100
3,3 -1,40 10,28 13,5 -0,40 15,42 25 -1,30 35,70 50 -3,40 68,22 100
3,4 -1,40 10,36 13,5 -0,40 15,69 25 -1,30 35,74 50 -3,40 68,61 100
3,5 -1,40 10,59 13,5 -0,50 15,30 25 -1,30 35,74 50 -3,30 68,84 100
3,6 -1,30 10,87 13,5 -0,40 15,14 25 -1,20 36,17 50 -3,20 69,39 100
3,7 -1,30 11,10 13,5 -0,60 15,97 25 -1,20 36,25 50 -3,20 69,71 100
3,8 -1,30 11,41 13,5 -0,60 16,36 25 -1,20 36,25 50 -3,20 69,86 100
3,9 -1,30 11,57 13,5 -0,60 16,20 25 -1,10 35,81 50 -3,10 70,10 100
4,0 -1,30 11,69 13,5 -0,60 16,48 25 -1,10 35,93 50 -3,10 69,94 100
4,1 -1,30 12,00 13,5 -0,60 16,44 25 -1,00 35,38 50 -3,10 70,14 100
4,2 -1,30 12,24 13,5 -0,60 16,16 25 -0,90 34,44 50 -3,00 70,41 100
4,3 -1,30 12,16 13,5 -0,50 16,04 25 -0,90 34,79 50 -3,00 70,65 100
4,4 -1,30 12,36 13,5 -0,50 15,89 25 -0,90 34,09 50 -3,00 70,61 100
4,5 -1,40 12,28 13,5 -0,40 15,69 25 -0,90 33,70 50 -2,90 70,73 100
4,6 -1,40 12,36 13,5 -0,40 15,14 25 -0,90 33,85 50 -2,90 70,80 100
4,7 -1,40 12,43 13,5 -0,50 15,22 25 -0,90 32,99 50 -2,80 71,16 100
4,8 -1,50 12,36 13,5 -0,50 15,10 25 -0,80 32,60 50 -2,80 71,24 100
4,9 -1,50 12,24 13,5 -0,50 15,30 25 -0,80 32,44 50 -2,80 71,24 100
5,0 -1,50 12,20 13,5 -0,50 15,69 25 -0,70 32,36 50 -2,70 71,20 100
5,1 -1,40 12,20 13,5 -0,50 15,73 25 -0,70 32,09 50 -2,70 71,31 100
5,2 -1,40 11,92 13,5 -0,60 15,97 25 -0,60 31,97 50 -2,70 71,39 100
5,3 -1,30 11,89 13,5 -0,60 15,93 25 -0,50 31,73 50 -2,70 71,08 100
5,4 -1,20 11,89 13,5 -0,50 15,81 25 -0,50 31,81 50 -2,70 70,84 100
5,5 -1,10 11,96 13,5 -0,50 16,04 25 -0,50 31,77 50 -2,60 71,08 100
5,6 -1,10 12,04 13,5 -0,50 16,04 25 -0,50 31,66 50 -2,60 70,65 100
5,7 -1,00 12,00 13,5 -0,50 15,65 25 -0,50 31,46 50 -2,60 70,25 100
5,8 -0,90 11,85 13,5 -0,50 15,30 25 -0,50 31,50 50 -2,50 70,29 100
5,9 -0,90 11,96 13,5 -0,50 15,46 25 -0,40 31,58 50 -2,50 70,33 100
6,0 -0,80 11,81 13,5 -0,50 15,42 25 -0,40 31,58 50 -2,50 70,25 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
12,44 16,48 36,25 71,39
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
Figura E.1 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANC-25 com H = 19%
80,00
70,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
-0,50
-1,00
-1,50
Expansão (mm)
-2,00
-2,50
-3,00
-3,50
-4,00
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,2 -2,20 12,24 13,5 -0,30 18,87 25 0,10 34,83 50 -3,10 68,61 100
4,3 -2,20 12,20 13,5 -0,30 18,99 25 0,10 34,48 50 -3,10 68,76 100
4,4 -2,10 12,16 13,5 -0,20 18,91 25 0,10 34,13 50 -3,20 68,73 100
4,5 -2,10 12,12 13,5 -0,10 18,83 25 0,10 33,97 50 -3,20 68,65 100
4,6 -2,10 12,24 13,5 0,00 18,99 25 0,20 33,97 50 -3,20 68,80 100
4,7 -2,00 12,32 13,5 0,10 18,83 25 0,30 33,81 50 -3,20 69,00 100
4,8 -2,00 12,32 13,5 0,20 18,79 25 0,30 33,89 50 -3,20 68,49 100
4,9 -2,00 12,16 13,5 0,30 18,63 25 0,30 33,85 50 -3,20 68,33 100
5,0 -1,90 12,28 13,5 0,30 18,48 25 0,30 33,81 50 -3,30 67,47 100
5,1 -1,90 12,28 13,5 0,40 18,32 25 0,30 33,58 50 -3,30 66,76 100
5,2 -1,80 12,28 13,5 0,40 18,16 25 0,30 33,85 50 -3,30 66,49 100
5,3 -1,70 12,24 13,5 0,50 18,08 25 0,30 33,97 50 -3,30 66,53 100
5,4 -1,50 12,32 13,5 0,50 17,85 25 0,30 33,89 50 -3,40 66,49 100
5,5 -1,40 12,24 13,5 0,50 17,77 25 0,30 33,77 50 -3,40 66,53 100
5,6 -1,30 12,36 13,5 0,50 17,73 25 0,30 33,66 50 -3,40 65,94 100
5,7 -1,30 12,32 13,5 0,60 17,53 25 0,30 33,77 50 -3,40 65,74 100
5,8 -1,30 12,16 13,5 0,60 17,30 25 0,20 33,62 50 -3,40 65,43 100
5,9 -1,20 12,24 13,5 0,70 16,95 25 0,20 33,66 50 -3,30 65,47 100
6,0 -1,20 12,24 13,5 0,70 16,83 25 0,20 33,62 50 -3,30 65,31 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
12,36 20,28 36,21 70,65
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
Figura E.2 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANC-33 com H = 19%
80,00
70,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
1,00
0,50
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
-0,50
Expansão (mm)
-1,00
-1,50
-2,00
-2,50
-3,00
-3,50
-4,00
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,2 0,80 10,36 13,5 -0,90 16,36 25 -2,30 31,42 50 -4,30 70,57 100
4,3 0,80 10,16 13,5 -0,90 16,48 25 -2,30 31,54 50 -4,30 70,57 100
4,4 0,90 10,08 13,5 -0,90 16,12 25 -2,30 31,34 50 -4,20 70,22 100
4,5 1,00 10,08 13,5 -0,90 16,51 25 -2,30 31,26 50 -4,20 70,10 100
4,6 1,20 9,53 13,5 -0,90 15,85 25 -2,30 31,30 50 -4,20 69,78 100
4,7 1,40 9,69 13,5 -0,90 15,77 25 -2,30 31,19 50 -4,10 69,67 100
4,8 1,40 8,51 13,5 -0,90 15,97 25 -2,30 30,68 50 -4,10 69,27 100
4,9 1,50 8,43 13,5 -0,80 16,32 25 -2,20 31,03 50 -4,10 67,63 100
5,0 1,60 8,36 13,5 -0,90 16,79 25 -2,20 31,11 50 -4,10 68,18 100
5,1 1,70 8,59 13,5 -0,90 16,95 25 -2,20 30,79 50 -4,00 67,39 100
5,2 1,80 8,90 13,5 -0,90 16,63 25 -2,20 29,97 50 -4,00 67,20 100
5,3 1,80 9,96 13,5 -0,90 16,95 25 -2,20 30,40 50 -4,00 67,08 100
5,4 1,80 10,59 13,5 -0,90 16,87 25 -2,20 30,44 50 -4,00 66,33 100
5,5 1,90 11,18 13,5 -0,90 16,83 25 -2,20 30,32 50 -4,00 66,18 100
5,6 2,00 11,81 13,5 -0,90 16,87 25 -2,20 30,79 50 -3,90 65,59 100
5,7 2,10 11,38 13,5 -0,90 17,02 25 -2,20 30,75 50 -3,90 65,39 100
5,8 2,20 12,87 13,5 -0,90 16,55 25 -2,10 30,95 50 -3,90 64,57 100
5,9 2,30 13,10 13,5 -0,90 16,95 25 -2,10 30,28 50 -3,90 64,57 100
6,0 2,30 13,61 13,5 -1,00 16,28 25 -2,10 29,93 50 -3,90 64,57 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
13,61 17,42 32,24 70,65
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
Figura E.3 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANU-50 com H = 19%
80,00
70,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
3,00
2,00
1,00
0,00
Expansão (mm)
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
-1,00
-2,00
-3,00
-4,00
-5,00
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,2 1,30 14,87 13,5 1,20 17,61 25 -7,50 26,83 50 -2,90 61,70 100
4,3 1,30 15,10 13,5 1,20 17,50 25 -7,60 27,26 50 -2,90 61,66 100
4,4 1,40 15,02 13,5 1,20 17,42 25 -7,70 27,73 50 -2,80 61,90 100
4,5 1,40 15,18 13,5 1,20 17,30 25 -7,70 27,81 50 -2,70 61,78 100
4,6 1,40 15,06 13,5 1,20 17,18 25 -7,80 27,97 50 -2,70 61,78 100
4,7 1,50 14,98 13,5 1,20 16,75 25 -7,90 27,89 50 -2,60 61,86 100
4,8 1,60 15,06 13,5 1,20 16,95 25 -7,90 28,28 50 -2,60 61,74 100
4,9 1,60 15,18 13,5 1,20 16,75 25 -8,00 28,56 50 -2,60 61,59 100
5,0 1,70 15,30 13,5 1,20 16,20 25 -8,00 28,67 50 -2,60 61,66 100
5,1 1,80 15,38 13,5 1,20 16,04 25 -8,10 28,71 50 -2,50 61,62 100
5,2 1,80 15,49 13,5 1,20 16,16 25 -8,10 28,95 50 -2,40 61,43 100
5,3 1,90 15,85 13,5 1,30 15,89 25 -8,20 29,15 50 -2,30 61,47 100
5,4 2,00 16,20 13,5 1,30 15,34 25 -8,30 29,18 50 -2,30 61,19 100
5,5 2,10 16,00 13,5 1,30 15,30 25 -8,30 29,34 50 -2,20 61,00 100
5,6 2,10 15,69 13,5 1,30 15,42 25 -8,30 29,42 50 -2,10 60,72 100
5,7 2,20 15,81 13,5 1,30 16,04 25 -8,30 29,54 50 -2,10 60,80 100
5,8 2,30 15,89 13,5 1,30 16,63 25 -8,30 29,50 50 -2,10 60,84 100
5,9 2,30 15,97 13,5 1,30 17,02 25 -8,20 29,58 50 -2,10 60,80 100
6,0 2,50 16,08 13,5 1,30 16,79 25 -8,20 29,66 50 -2,00 60,80 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
16,20 19,85 29,66 61,90
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
Figura E.4 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANU-100 com H = 19%
70,00
60,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,00
2,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Expansão (mm)
-2,00
-4,00
-6,00
-8,00
-10,00
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,2 -0,40 8,28 13,5 -0,80 14,75 25 -2,00 31,62 50 -4,40 63,15 100
4,3 -0,40 8,24 13,5 -0,70 14,71 25 -2,00 31,38 50 -4,30 63,00 100
4,4 -0,50 8,24 13,5 -0,70 15,22 25 -2,00 31,66 50 -4,30 62,88 100
4,5 -0,50 7,88 13,5 -0,70 15,97 25 -2,00 31,58 50 -4,30 62,29 100
4,6 -0,50 7,96 13,5 -0,70 16,16 25 -1,90 31,38 50 -4,30 62,96 100
4,7 -0,50 8,36 13,5 -0,70 17,53 25 -1,90 30,79 50 -4,30 62,84 100
4,8 -0,50 8,32 13,5 -0,70 15,93 25 -1,90 30,64 50 -4,30 62,64 100
4,9 -0,50 7,77 13,5 -0,70 15,06 25 -1,80 30,28 50 -4,30 61,47 100
5,0 -0,50 8,24 13,5 -0,70 15,57 25 -1,80 30,24 50 -4,30 60,41 100
5,1 -0,40 7,92 13,5 -0,70 15,73 25 -1,80 29,73 50 -4,20 60,49 100
5,2 -0,40 7,77 13,5 -0,70 15,65 25 -1,80 29,15 50 -4,10 62,45 100
5,3 -0,40 8,00 13,5 -0,70 14,28 25 -1,80 29,77 50 -4,00 59,78 100
5,4 -0,40 8,28 13,5 -0,70 14,47 25 -1,80 29,69 50 -4,00 60,33 100
5,5 -0,40 8,36 13,5 -0,70 14,59 25 -1,80 29,69 50 -4,00 59,86 100
5,6 -0,40 8,20 13,5 -0,60 14,44 25 -1,80 29,93 50 -3,90 59,19 100
5,7 -0,40 8,04 13,5 -0,60 13,89 25 -1,80 29,97 50 -3,90 59,82 100
5,8 -0,30 8,00 13,5 -0,60 13,06 25 -1,80 29,97 50 -3,80 59,43 100
5,9 -0,30 8,08 13,5 -0,60 13,61 25 -1,80 29,58 50 -3,80 59,51 100
6,0 -0,30 8,04 13,5 -0,60 12,87 25 -1,70 29,18 50 -3,80 60,02 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
8,35 17,53 31,66 63,39
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
Figura E.5 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANC-25 com H = 23%
80,00
70,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
-0,50
-1,00
-1,50
Expansão (mm)
-2,00
-2,50
-3,00
-3,50
-4,00
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,2 -2,40 11,45 13,5 -0,30 15,85 25 -1,20 36,17 50 -3,60 68,29 100
4,3 -2,40 11,41 13,5 -0,30 15,26 25 -1,20 36,05 50 -3,50 68,06 100
4,4 -2,30 11,49 13,5 -0,20 15,57 25 -1,10 36,01 50 -3,50 67,82 100
4,5 -2,30 11,45 13,5 -0,20 15,53 25 -1,10 35,93 50 -3,50 67,43 100
4,6 -2,20 11,41 13,5 -0,20 14,95 25 -1,00 35,70 50 -3,50 64,92 100
4,7 -2,20 11,38 13,5 -0,10 15,10 25 -1,00 35,42 50 -3,50 67,86 100
4,8 -2,10 11,34 13,5 -0,10 15,06 25 -1,00 35,26 50 -3,50 67,12 100
4,9 -2,10 11,41 13,5 0,00 15,34 25 -1,00 34,83 50 -3,50 66,57 100
5,0 -2,10 11,45 13,5 0,00 14,75 25 -1,00 34,60 50 -3,50 66,18 100
5,1 -2,00 11,45 13,5 0,10 14,55 25 -0,90 34,48 50 -3,40 65,31 100
5,2 -2,00 11,49 13,5 0,10 14,51 25 -0,90 34,17 50 -3,40 64,49 100
5,3 -2,00 11,53 13,5 0,20 14,55 25 -0,80 34,32 50 -3,40 63,74 100
5,4 -1,90 11,38 13,5 0,20 14,51 25 -0,80 34,24 50 -3,40 62,92 100
5,5 -1,90 11,53 13,5 0,20 14,75 25 -0,80 33,85 50 -3,40 62,49 100
5,6 -1,80 11,49 13,5 0,20 14,75 25 -0,80 33,70 50 -3,40 62,02 100
5,7 -1,80 11,49 13,5 0,20 14,75 25 -0,80 33,77 50 -3,40 60,76 100
5,8 -1,70 11,45 13,5 0,20 14,91 25 -0,80 33,58 50 -3,40 60,45 100
5,9 -1,70 11,53 13,5 0,30 14,87 25 -0,70 33,42 50 -3,40 60,25 100
6,0 -1,60 11,49 13,5 0,30 14,71 25 -0,70 33,42 50 -3,40 59,82 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
11,53 17,02 36,95 68,29
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
Figura E.6 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANC-33 com H = 23%
80,00
70,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
1,00
0,50
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
-0,50
Expansão (mm)
-1,00
-1,50
-2,00
-2,50
-3,00
-3,50
-4,00
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,2 0,60 9,85 13,5 -1,00 17,89 25 -2,40 31,89 50 -3,50 66,37 100
4,3 0,70 10,28 13,5 -0,90 18,01 25 -2,40 31,66 50 -3,50 66,61 100
4,4 0,80 10,20 13,5 -0,90 17,65 25 -2,40 31,50 50 -3,50 66,37 100
4,5 0,80 9,89 13,5 -0,90 17,57 25 -2,40 31,15 50 -3,20 66,14 100
4,6 0,90 9,65 13,5 -0,90 17,57 25 -2,40 31,03 50 -3,20 65,47 100
4,7 0,90 9,34 13,5 -0,90 18,08 25 -2,40 31,11 50 -3,10 65,04 100
4,8 1,10 9,53 13,5 -0,90 18,12 25 -2,30 31,15 50 -3,10 64,92 100
4,9 1,20 10,16 13,5 -0,90 17,93 25 -2,30 31,34 50 -3,00 64,61 100
5,0 1,30 10,16 13,5 -0,80 17,65 25 -2,30 31,42 50 -3,00 63,90 100
5,1 1,40 9,41 13,5 -0,80 17,89 25 -2,30 31,07 50 -3,00 63,82 100
5,2 1,50 9,30 13,5 -0,80 17,65 25 -2,30 30,13 50 -2,90 63,55 100
5,3 1,60 9,69 13,5 -0,80 17,22 25 -2,30 29,50 50 -2,90 63,55 100
5,4 1,70 9,41 13,5 -0,80 17,77 25 -2,30 29,58 50 -2,80 62,72 100
5,5 1,80 9,41 13,5 -0,80 17,81 25 -2,30 29,73 50 -2,80 62,84 100
5,6 1,90 9,65 13,5 -0,80 17,65 25 -2,30 29,73 50 -2,80 62,88 100
5,7 2,00 9,38 13,5 -0,80 17,73 25 -2,30 28,67 50 -2,70 63,08 100
5,8 2,10 9,45 13,5 -0,90 17,22 25 -2,30 28,40 50 -2,70 63,15 100
5,9 2,20 9,49 13,5 -0,90 17,34 25 -2,30 29,11 50 -2,60 63,12 100
6,0 2,30 9,65 13,5 -0,90 17,18 25 -2,30 29,30 50 -2,60 63,15 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
10,55 18,40 31,89 66,96
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
Figura E.7 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa AND-50 com H = 23%
80,00
70,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
3,00
2,00
1,00
0,00
Expansão (mm)
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
-1,00
-2,00
-3,00
-4,00
-5,00
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,2 -0,10 14,98 13,5 0,40 25,50 25 -7,70 30,17 50 -3,20 61,82 100
4,3 0,00 14,95 13,5 0,50 25,34 25 -7,80 29,97 50 -3,20 61,47 100
4,4 0,00 14,98 13,5 0,50 25,38 25 -7,80 29,66 50 -3,20 61,43 100
4,5 0,10 14,98 13,5 0,50 25,30 25 -7,90 29,97 50 -3,10 60,57 100
4,6 0,10 14,83 13,5 0,50 25,38 25 -7,90 30,05 50 -3,10 60,53 100
4,7 0,20 14,83 13,5 0,50 25,30 25 -8,00 30,20 50 -3,10 59,66 100
4,8 0,20 14,40 13,5 0,50 25,46 25 -8,00 29,85 50 -3,00 59,70 100
4,9 0,30 14,40 13,5 0,60 25,46 25 -8,10 29,69 50 -2,90 59,78 100
5,0 0,30 14,28 13,5 0,60 25,46 25 -8,10 29,46 50 -2,90 59,15 100
5,1 0,30 14,00 13,5 0,60 25,58 25 -8,10 29,22 50 -2,80 59,35 100
5,2 0,40 13,81 13,5 0,60 25,69 25 -8,20 29,22 50 -2,80 59,51 100
5,3 0,50 13,81 13,5 0,60 25,65 25 -8,20 29,34 50 -2,70 59,00 100
5,4 0,60 13,85 13,5 0,70 25,73 25 -8,20 29,50 50 -2,70 59,00 100
5,5 0,70 13,81 13,5 0,70 25,77 25 -8,20 29,34 50 -2,60 58,49 100
5,6 0,70 13,77 13,5 0,70 26,01 25 -8,20 29,18 50 -2,60 58,76 100
5,7 0,80 13,69 13,5 0,70 26,09 25 -8,20 28,28 50 -2,50 58,09 100
5,8 0,90 13,77 13,5 0,70 26,01 25 -8,20 28,16 50 -2,40 58,02 100
5,9 0,90 13,69 13,5 0,70 25,97 25 -8,30 29,11 50 -2,40 58,60 100
6,0 0,90 13,26 13,5 0,70 26,01 25 -8,40 29,11 50 -2,40 58,64 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
16,55 26,09 31,11 67,20
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
Figura E.8 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANU-100 com H = 23%
70,00
60,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,00
2,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Expansão (mm)
-2,00
-4,00
-6,00
-8,00
-10,00
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,2 -5,30 7,81 13,5 -5,20 13,77 25 -4,20 25,54 50 -5,90 58,29 100
4,3 -5,30 7,73 13,5 -5,20 13,61 25 -4,20 25,85 50 -5,90 59,04 100
4,4 -5,30 7,73 13,5 -5,20 13,22 25 -4,20 25,93 50 -6,00 59,62 100
4,5 -5,30 7,41 13,5 -5,20 14,28 25 -4,20 25,42 50 -6,00 59,31 100
4,6 -5,30 7,41 13,5 -5,30 14,40 25 -4,20 26,01 50 -6,00 58,88 100
4,7 -5,20 7,37 13,5 -5,30 14,67 25 -4,20 26,36 50 -6,00 58,84 100
4,8 -5,10 7,14 13,5 -5,30 14,40 25 -4,20 26,24 50 -6,00 59,43 100
4,9 -5,10 5,84 13,5 -5,30 14,71 25 -4,20 26,44 50 -6,00 59,86 100
5,0 -5,00 5,81 13,5 -5,30 14,91 25 -4,30 26,52 50 -6,00 59,59 100
5,1 -5,00 6,98 13,5 -5,30 15,34 25 -4,30 26,32 50 -6,00 59,74 100
5,2 -5,00 7,30 13,5 -5,30 15,65 25 -4,20 26,20 50 -6,00 59,98 100
5,3 -5,00 8,43 13,5 -5,30 15,46 25 -4,20 26,36 50 -6,00 60,33 100
5,4 -5,00 7,96 13,5 -5,30 15,89 25 -4,20 25,93 50 -6,00 59,66 100
5,5 -5,00 7,85 13,5 -5,00 15,97 25 -4,20 25,61 50 -6,00 60,02 100
5,6 -5,00 8,08 13,5 -5,00 15,85 25 -4,20 25,42 50 -6,10 60,17 100
5,7 -5,00 8,00 13,5 -4,90 15,65 25 -4,20 25,50 50 -6,10 60,41 100
5,8 -5,00 8,08 13,5 -4,80 15,53 25 -4,10 25,61 50 -6,10 60,13 100
5,9 -5,00 7,85 13,5 -4,80 15,97 25 -4,10 25,65 50 -6,10 60,02 100
6,0 -5,00 7,88 13,5 -4,70 16,48 25 -4,10 25,34 50 -6,10 60,37 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
8,47 16,48 26,52 60,41
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
Figura E.9 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANC-25 com H = 29%
80,00
70,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
80,00
70,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,2 -2,00 8,59 13,5 -1,90 18,79 25 -4,40 25,30 50 -4,70 61,43 100
4,3 -2,00 8,47 13,5 -1,90 18,08 25 -4,50 24,99 50 -4,70 61,04 100
4,4 -2,00 8,51 13,5 -1,90 17,77 25 -4,50 24,99 50 -4,70 61,78 100
4,5 -2,00 8,47 13,5 -1,90 18,01 25 -4,50 25,14 50 -4,70 61,94 100
4,6 -2,00 8,12 13,5 -1,90 18,01 25 -4,60 24,91 50 -4,70 61,66 100
4,7 -2,00 7,26 13,5 -1,90 18,48 25 -4,60 24,79 50 -4,70 61,47 100
4,8 -2,00 7,10 13,5 -1,90 18,67 25 -4,60 24,71 50 -4,70 60,76 100
4,9 -2,00 7,14 13,5 -1,90 18,51 25 -4,60 23,77 50 -4,70 60,88 100
5,0 -2,00 7,22 13,5 -1,90 18,32 25 -4,70 24,63 50 -4,70 60,41 100
5,1 -2,00 7,26 13,5 -1,90 18,44 25 -4,70 24,91 50 -4,70 60,80 100
5,2 -2,00 6,98 13,5 -1,90 18,48 25 -4,70 25,11 50 -4,70 60,61 100
5,3 -2,00 6,98 13,5 -1,80 18,44 25 -4,70 25,18 50 -4,70 60,53 100
5,4 -2,00 7,30 13,5 -1,80 18,24 25 -4,80 25,07 50 -4,70 60,41 100
5,5 -2,00 7,41 13,5 -1,80 18,40 25 -4,90 25,14 50 -4,70 60,64 100
5,6 -2,00 7,53 13,5 -1,80 18,32 25 -4,90 25,22 50 -4,70 60,64 100
5,7 -2,00 7,69 13,5 -1,80 18,20 25 -5,00 25,34 50 -4,70 61,04 100
5,8 -2,00 7,37 13,5 -1,80 18,55 25 -5,10 25,61 50 -4,70 60,84 100
5,9 -2,00 7,14 13,5 -1,80 18,40 25 -5,10 25,61 50 -4,70 60,06 100
6,0 -2,00 7,37 13,5 -1,80 18,32 25 -5,20 24,91 50 -4,70 59,98 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
9,06 18,99 25,62 62,06
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
Figura E.10 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANC-33 com H = 29%
80,00
70,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
80,00
70,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,2 0,50 7,61 13,5 -0,80 18,12 25 -3,50 30,56 50 -4,20 64,10 100
4,3 0,50 7,45 13,5 -0,80 18,01 25 -3,50 30,09 50 -4,10 64,21 100
4,4 0,50 7,41 13,5 -0,80 17,73 25 -3,50 29,85 50 -4,10 63,59 100
4,5 0,60 7,26 13,5 -0,80 17,97 25 -3,50 30,09 50 -4,10 63,63 100
4,6 0,60 7,30 13,5 -0,80 17,93 25 -3,50 30,60 50 -4,10 63,31 100
4,7 0,70 7,34 13,5 -0,80 17,69 25 -3,50 30,91 50 -4,10 63,19 100
4,8 0,80 7,26 13,5 -0,80 17,77 25 -3,50 30,87 50 -4,10 62,84 100
4,9 0,90 7,73 13,5 -0,80 17,61 25 -3,50 30,95 50 -4,10 61,55 100
5,0 1,00 7,73 13,5 -0,80 16,63 25 -3,50 30,99 50 -4,10 61,43 100
5,1 1,10 7,69 13,5 -0,80 17,85 25 -3,50 31,03 50 -4,00 60,96 100
5,2 1,30 7,65 13,5 -0,80 17,38 25 -3,50 31,30 50 -4,00 60,72 100
5,3 1,30 7,57 13,5 -0,80 17,14 25 -3,40 31,07 50 -4,00 60,61 100
5,4 1,40 7,57 13,5 -0,80 17,57 25 -3,40 30,56 50 -4,00 59,86 100
5,5 1,40 7,85 13,5 -0,80 17,61 25 -3,40 30,99 50 -4,00 59,74 100
5,6 1,50 7,77 13,5 -0,80 17,50 25 -3,40 30,91 50 -4,00 59,11 100
5,7 1,50 7,88 13,5 -0,80 17,57 25 -3,40 30,87 50 -3,90 58,92 100
5,8 1,60 8,04 13,5 -0,80 17,42 25 -3,30 30,87 50 -3,90 58,41 100
5,9 1,80 8,00 13,5 -0,70 17,18 25 -3,30 31,07 50 -3,90 58,29 100
6,0 1,80 8,24 13,5 -0,70 16,99 25 -3,30 30,60 50 -3,90 58,09 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
8,24 19,38 31,30 64,21
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
Figura E.11 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa AND-50 com H = 29%
80,00
70,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
3,00
2,00
1,00
0,00
Expansão (mm)
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
-1,00
-2,00
-3,00
-4,00
-5,00
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,2 1,50 15,10 13,5 1,50 13,06 25 1,70 30,83 50 0,40 33,46 100
4,3 1,60 15,10 13,5 1,50 12,98 25 1,70 30,48 50 0,40 33,26 100
4,4 1,70 15,02 13,5 1,60 12,98 25 1,75 30,60 50 0,50 33,38 100
4,5 1,80 14,87 13,5 1,70 12,94 25 1,80 30,48 50 0,50 33,46 100
4,6 1,80 14,79 13,5 1,70 12,75 25 1,80 30,40 50 0,50 33,30 100
4,7 1,80 14,75 13,5 1,80 12,71 25 1,80 30,24 50 0,60 33,30 100
4,8 1,80 14,67 13,5 1,90 12,59 25 1,85 30,28 50 0,60 33,07 100
4,9 1,90 14,63 13,5 2,00 12,55 25 1,85 30,28 50 0,60 32,83 100
5,0 1,90 14,51 13,5 2,00 12,51 25 1,80 30,13 50 0,60 32,79 100
5,1 1,90 14,28 13,5 2,10 12,36 25 1,80 30,05 50 0,70 32,75 100
5,2 1,90 13,96 13,5 2,20 12,36 25 1,80 29,89 50 0,80 32,48 100
5,3 1,90 13,53 13,5 2,30 12,36 25 1,85 30,20 50 0,80 32,21 100
5,4 2,00 13,26 13,5 2,40 12,24 25 1,85 29,97 50 0,90 31,85 100
5,5 2,00 12,83 13,5 2,50 12,00 25 1,80 29,77 50 0,90 31,73 100
5,6 2,00 12,59 13,5 2,50 12,00 25 1,70 29,66 50 1,00 31,66 100
5,7 2,00 12,79 13,5 2,60 11,85 25 1,70 29,93 50 1,20 31,50 100
5,8 2,00 13,26 13,5 2,60 11,69 25 1,70 30,13 50 1,30 31,66 100
5,9 2,10 13,45 13,5 2,60 11,53 25 1,65 29,81 50 1,40 31,66 100
6,0 2,20 13,45 13,5 2,70 11,49 25 1,70 29,58 50 1,60 31,54 100
Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis. Tensão cis.
15,69 13,89 34,21 61,90
Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa) Max (kPa)
Figura E.12 – Cisalhamento direto e variação de altura da argamassa ANU-100 com H = 29%
70,00
60,00
Tensão de Cisalhamento (kPa)
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Deslocamento Cisalhante (mm)
4,00
2,00
0,00
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0
Expansão (mm)
-2,00
-4,00
-6,00
-8,00
-10,00
Deslocamento Cisalhante (mm)