Evolução Biológica
Evolução Biológica
Evolução Biológica
A vida na Terra foi evoluindo, de forma lenta e gradual, sofrendo diversas modificações
que deram origem à grande diversidade de seres vivos que podemos observar hoje em
dia no nosso planeta. Mas, para compreendermos a evolução da vida temos de
compreender, em primeiro lugar, a história evolutiva da célula.
Nos oceanos primitivos, os primeiros seres vivos teriam uma estrutura comparável à dos
organismos atuais mais simples – seres unicelulares e de organização procariótica, uma 155
vez que:
Existem dois modelos para explicar a origem das células eucarióticas a partir de
procarióticas: modelo autogénico e modelo endossimbiótico.
Modelo autogénico
De acordo com o modelo autogenético, os organitos membranares resultam da
reorganização de um sistema de membranas existente num ancestral comum aos
eucariotas.
No entanto, neste modelo alguns factos são mal explicados, tendo sido essenciais para
a refutação desta teoria, nomeadamente, o facto de o DNA presente nas mitocôndrias
e cloroplastos, pretensamente migrado do núcleo, apresentar maior nível de
similaridade estrutural com o DNA das bactérias do que com o DNA do núcleo.
Modelo endossimbiótico
O modelo endossimbiótico admite que as células eucarióticas teriam resultado da
incorporação de organismos procariontes (por processos semelhantes à fagocitose),
por outros procariontes, ocorrendo endossimbiose.
Alguns procariontes fotossintéticos fagocitados não teriam sofrido digestão e teriam
começado a fornecer à célula matéria orgânica resultante da sua atividade fotossintética
e a receber em troca proteção, água e dióxido de carbono necessários à fotossíntese, o
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O modelo de Lynn Margulis é aquele que reúne, atualmente, maior aceitação pois
existem diversos argumentos favoráveis:
• o aumento do metabolismo.
À medida que as dimensões da célula aumentam, a razão entre a área da célula e o seu
volume diminui porque o crescimento celular não pode ser indefinido. Então, como o
metabolismo se torna mais ativo, mas a superfície membranar que contacta com o
exterior não tem um aumento proporcional, as trocas com o meio tornam-se menos
eficientes e não são capazes de dar resposta às necessidades das células.
Embora ainda não esteja bem esclarecida, pois o registo fóssil não é suficiente, pensa-
se que a multicelularidade tenha resultado de associações vantajosas entre eucariontes
unicelulares que foram evoluindo:
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Alga Volvox
Algumas células de maiores dimensões têm função reprodutiva, o que indicia uma
incipiente especialização celular. Ainda assim, os organismos coloniais não constituem
seres pluricelulares, uma vez que diferenciação celular praticamente não existe.
Pensa-se que:
Os seres coloniais possam ter estado na origem de algas verdes pluricelulares, algumas
das quais evoluíram mais tarde para plantas;
Fixismo
Apoiada pela observação de gerações sucessivas de seres vivos que eram sempre
semelhantes;
Criacionismo
Espontaneísmo
Catastrofismo
As novas espécies seriam o ato da criação divina ou então seriam espécies que viriam
de outros locais geográficos.
Evolucionismo
Admitia uma progressão constante e gradual dos organismos mais simples para os mais
complexos. Esta progressão ocorria segundo dois princípios:
Ex.: A toupeira, pelos seus hábitos subterrâneos, faz pouco uso da visão, o que tornou os seus
olhos pequenos e pouco funcionais – atrofia do órgão sob a influência do meio.
Situação-exemplo:
Em algumas ilhas do arquipélago das Galápagos são encontrados catos rasteiros, cujas flores
ficam próximas do chão, não tendo sido observada nestas ilhas a presença de iguanas
terrestres. Nas ilhas onde vivem iguanas terrestres os catos são arborescentes e as suas flores
localizam-se longe do chão.
Segundo Lamarck:
A população inicial de catos era constituída por catos rasteiros, com flores próximas do chão. O
meio ambiente, neste caso a presença de iguanas terrestres na ilha, levou à necessidade de
melhor adaptação dos catos, que começaram ao longo dos tempos a fazer um esforço para
ficarem arborescentes e com flores localizadas longe do chão – lei do uso e do desuso.
Esta característica adquirida foi transmitida à descendência que também passam a ser
arborescentes e com flores longe do chão – lei da herança dos caracteres adquiridos.
Assim, ao longo das gerações, a população de catos passa a ser arborescente e com flores longe
do chão.
Darwinismo
A teoria de Darwin, apresentada no seu livro A origem das Espécies, para além de ter
escandalizado a comunidade cientifica, não explicava a variabilidade natural observada
nas diferentes populações de uma espécie, assim como o modo como as características
eram transmitidas à descendência. Por outro lado, os registos fósseis existentes não
corroboravam a ideia de uma evolução lenta e gradual, já que existiam poucos fósseis
com formas de transição entre espécies diferentes em que uma por evolução tivesse
originado a outra.
Dados geológicos
De forma análoga à evolução da Terra, também as espécies sofreram evolução, tal como
comprovam os fósseis.
Malthusianismo
O número de indivíduos não aumenta muito de geração em geração devido à luta pela
sobrevivência.
Seleção artificial
Variabilidade intraespecífica
Situação-exemplo:
Em algumas ilhas do arquipélago das Galápagos são encontrados catos rasteiros, cujas flores
ficam próximas do chão, não tendo sido observada nestas ilhas a presença de iguanas
terrestres. Nas ilhas onde vivem iguanas terrestres os catos são arborescentes e as suas flores
localizam-se longe do chão.
Segundo Darwin:
Na população de catos existia variabilidade intraespecífica: catos rasteiros com flores próximas
do chão e catos arborescentes com flores longe do chão. A presença de iguanas na ilha vai
desencadear uma luta pela sobrevivência, em que os mais aptos, que são os arborescentes, vão
ser selecionados e os menos aptos rasteiros com flores próximas do chão vão sendo eliminados
– seleção natural.
Assim, ao longo das gerações, a população de catos passa a ser arborescente e com flores longe
do chão.
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Argumentos paleontológicos
A evolução verifica-se a partir de um órgão simples que se vai tornando gradualmente mais
complexo.
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Um órgão que era mais complexo vai evoluindo no sentido de se tornar mais simples,
regredindo.
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Estruturas vestigiais
Os estudos do desenvolvimento
embrionário de diferentes seres
permitem observar semelhanças
entre eles (que no estado adulto se
tornam muitas vezes
impercetíveis) e, assim, inferir do 171
grau de parentesco existente entre
os seres considerados. Os
vertebrados nos primeiros
estádios do desenvolvimento
embrionário apresentam-se na
forma de embriões muito semelhantes, que se vão tornando progressivamente
diferentes à medida que decorre o desenvolvimento, o que indicia que estes seres terão
evoluído a partir de um ancestral comum.
Argumentos Biogeográficos
Argumentos Citológicos
Todos os seres vivos são constituídos por células. O facto de existir uma certa
uniformidade nos processos e mecanismos celulares dos seres vivos dos vários reinos
(mitoses e meioses) constitui um forte argumento a favor de uma origem comum para
os seres vivos.
DNA;
Hibridação do DNA em que se misturam fragmentos de cadeias de DNA
de espécies diferentes e espera-se que ocorra o emparelhamento entre
as diferentes cadeias. Quanto mais rápida for a formação de moléculas
híbridas e quanto maior for a quantidade de bases complementares
emparelhadas, mais próximas serão as espécies do ponto de vista
filogenético.
Os dados moleculares são os mais fiáveis, uma vez que dizem respeito ao património
genético dos indivíduos, sendo possível comparar molecularmente os seres vivos.
Neodarwinismo
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Situação-exemplo:
Em algumas ilhas do arquipélago das Galápagos são encontrados catos rasteiros, cujas flores
ficam próximas do chão, não tendo sido observada nestas ilhas a presença de iguanas
terrestres. Nas ilhas onde vivem iguanas terrestres os catos são arborescentes e as suas flores
localizam-se longe do chão.
Segundo o Neodarwinismo:
A presença de iguanas na ilha vai desencadear uma luta pela sobrevivência, em que os mais
aptos, que são os catos com genes que determinam a característica arborescente, vão ser
selecionados e os menos aptos, cujos genes determinam a característica rasteiro com flores
próximas do chão, vão sendo eliminados – seleção natural.
Assim, ao longo das gerações, o fundo genético da população vai sendo alterado, passando a
aumentar a frequência de genes responsáveis pela arborescência dos catos no fundo genético
da população em detrimento dos genes que determinam a característica catos rasteiros que vão
diminuindo. 174
O fundo genético diz respeito ao conjunto de todos os genes presentes nos indivíduos
da população, num dado momento. Pode haver predominância de uns genes
relativamente a outros. Pode alterar-se num ambiente em mudança, o conjunto de
genes mais favorável pode deixar de o ser. Quanto maior for a diversidade genética de
uma população maior será o seu fundo genético, logo maiores possibilidades terá de se
manter mesmo quando surgirem alterações no meio que determinem diferentes 175
pressões da seleção natural, pois haverá um conjunto genético que seja por ela
favorecido.
Para além da seleção natural que mantém ou altera um determinado fundo genético
pela seleção dos seres com as características mais vantajosas, em determinado
momento e de acordo com as condições existentes, e das mutações que permitem a
inclusão de novos genes, existem diversos outros fatores que podem modificar o fundo
genético de uma dada população, como as migrações, a deriva genética e a seleção
artificial.
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Período pré-Lineano
Classificações racionais: baseiam-se nas estruturas observáveis nos seres vivos. Sistema
utilizados por Aristóteles que classificava os animais em:
Período pós-Darwiniano
Classificações verticais
Os seres vivos são classificados em sete grupos hierárquicos – categorias taxonómicas ou taxa.
O taxon mais abrangente é o Reino, seguindo-se por ordem decrescente de abrangência, o Filo,
a Classe, a Ordem, a Família, o Género e a Espécie. Cada espécie apresenta nomenclatura
binomial, em que o primeiro nome corresponde ao género e o segundo nome é um restritivo 179
específico.
Reinos
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Sistema de classificação em três reinos – Haeckel
O sistema de classificação de Whittaker divide os seres vivos em cinco reinos, com base
nos seguintes critérios:
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Este sistema tem sido muito criticado porque se baseia apenas em dados moleculares
como critério de classificação.