Final Ebook Praticas-Pedagogicas
Final Ebook Praticas-Pedagogicas
Final Ebook Praticas-Pedagogicas
e inclusão de
estudantes com
deficiência intelectual
nos anos finais do
ensino fundamental
Copyright © 2023 Encontrografia Editora. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem a expressa autorização dos
autores e/ou organizadores.
Editor científico
Décio Nascimento Guimarães
Editora adjunta
Tassiane Ribeiro
Coordenadoria técnica
Gisele Pessin
Design
Nadini Mádhava
Foto de capa: Nadini Mádhava
Revisão
Leticia Barreto
Bibliografia.
ISBN 978-65-5456-037-5
23-166831 CDD-371.9
Índices para catálogo sistemático:
10.52695/978-65-5456-037-5
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www.encontrografia.com
[email protected]
Comitê científico/editorial
Este livro passou por avaliação e aprovação às cegas de dois ou mais pareceristas ad hoc.
6
Sumário
Prefácio ............................................................................................. 9
Considerações iniciais.................................................................... 12
A observação participante....................................................................... 35
A entrevista semiestruturada................................................................... 35
Os participantes da pesquisa............................................................. 38
7
3. Questões que atravessam as práticas pedagógicas no
tocante à inclusão de estudantes com deficiência intelectual.... 48
Os espaços-tempos de planejamento............................................... 59
A formação continuada........................................................................ 81
Referências..................................................................................... 94
8
Prefácio
9
Práticas pedagógicas e inclusão de estudantes com deficiência
intelectual nos anos finais do ensino fundamental
10
Prefácio
3 Doutora e Mestra em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Gradua-
da em Educação Especial pela Universidade Federal de Santa Maria. Professora Associa-
da do Departamento de Educação Especial, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em
Educação e ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Gestão Educacional
da Universidade Federal de Santa Maria.
11
Considerações iniciais
Abrimos este livro em diálogo com Meirieu (2002), que chama a atenção
para a importância de os professores se debruçarem sobre alternativas para
mediar o trabalho pedagógico, considerando a função social da escola que con-
verge na mediação do conhecimento com qualidade socialmente referenciada,
de modo que todos os estudantes se apropriem dos processos da aprendizagem,
principalmente aqueles que trazem trajetórias diferenciadas de escolarização.
12
Entende-se por práticas pedagógicas o trabalho que envolve planejamen-
to, mediação, acompanhamento e avaliação dos processos de ensino e apren-
dizagem, perpassando as relações interpessoais entre os professores e os alu-
nos, partindo do pressuposto de que elas se configuram na mediação com o
outro ou com os outros (FRANCO, 2015).
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Práticas pedagógicas e inclusão de estudantes com deficiência
intelectual nos anos finais do ensino fundamental
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Considerações iniciais
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Considerações iniciais
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Considerações iniciais
mediadora entre alguém que tem o direito de aprender e tudo que foi histo-
ricamente produzido como cultura.
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Considerações iniciais
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1. Reflexões teóricas sobre as práticas
pedagógicas em uma perspectiva inclusiva
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Diante da compreensão explicitada, trazemos, nesta parte do livro, refle-
xões sobre as práticas pedagógicas em uma perspectiva inclusiva, apoiadas
nos estudos de Vigotski (1991, 2019) e de Meirieu (2002, 2005) por nos im-
pulsionarem relacioná-las à inclusão de estudantes com deficiência intelec-
tual, o que requer pensar a escola como espaço-tempo de aprendizagem e
a apropriação do conhecimento como elemento que propicia o desenvolvi-
mento do sujeito como constituído na cultura e na história, proporcionando o
vínculo dessa pessoa com a sociedade.
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Práticas pedagógicas e inclusão de estudantes com deficiência
intelectual nos anos finais do ensino fundamental
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1. Reflexões teóricas sobre as práticas
pedagógicas em uma perspectiva inclusiva
Nesse sentido, o professor ocupa uma função privilegiada, pois pode pro-
mover (em sala de aula) a mediação pedagógica que traz intencionalidade
e sistematicidade, objetivando a criação dos caminhos alternativos para o
estudante se apropriar do conhecimento historicamente acumulado. A escola
é apontada, dentro da teoria histórico-cultural, como uma instituição que
tem por função e objetivo possibilitar que seus discentes se desenvolvam de
forma qualitativamente diferente (RIGON; ASBAR; MORETTI, 2010).
25
Práticas pedagógicas e inclusão de estudantes com deficiência
intelectual nos anos finais do ensino fundamental
Nessa linha de raciocínio, Vigotski (2019) diz que escolas que se preocu-
pam com os processos de desenvolvimento e de aprendizagem de estudantes
com deficiência intelectual nutrem a seguinte compreensão:
Não é o estudo pelo estudo, mas o estudo com o objeti-
vo de encontrar as melhores formas de ações práticas,
com o fim de solucionar a tarefa histórica de superar
realmente o atraso intelectual, esse infortúnio social
enorme, que é uma herança da estrutura de classes da
sociedade. Essa tarefa subordina o estudo às necessi-
dades práticas que se apresentam atualmente e reque-
rem um enfoque positivo e diferenciado do estudo das
crianças com atrasos mentais, isto é, um estudo do pon-
to de vista do que caracteriza essa criança no aspecto
positivo e ajuda a diferenciar a massa geral de crianças
com atrasos mentais (VIGOTSKI, 2019, p. 181).
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1. Reflexões teóricas sobre as práticas
pedagógicas em uma perspectiva inclusiva
escola, tendo em vista tal instituição ter como fundamento o direito de apren-
der dos estudantes, cada um trazendo as suas diferenças para a sala de aula.
Meirieu (2002, 2005) argumenta que tal defesa é alimentada pela perspec-
tiva da educabilidade humana, motor do funcionamento da escola. Com isso,
entende que o processo de humanização se efetiva mediante a condição de
o humano aprender, portanto não existe sujeito que não apresente condições
de aprendizagem, necessitando, muitos estudantes, de caminhos alternativos
para a apropriação do conhecimento.
Educabilidade: a palavra é lançada [...]. A aposta fun-
damental: ‘Toda criança, todo homem é educável’ [...]
e a história da pedagogia, assim como das institui-
ções escolares, nada mais é do que a implementação
cada vez mais audaciosa dessa aposta: a escolha da
educação contra a da exclusão [...]. Nada jamais está
perdido, [...] ao contrário, tudo pode ser ganho se nos
dedicarmos, obstinadamente, a inventar métodos que
permitam integrar as crianças no círculo do humano
[...] (MEIRIEU, 2005, p. 43).
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1. Reflexões teóricas sobre as práticas
pedagógicas em uma perspectiva inclusiva
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1. Reflexões teóricas sobre as práticas
pedagógicas em uma perspectiva inclusiva
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2. A pesquisa de campo: as práticas
pedagógicas e a inclusão de estudantes
com deficiência intelectual
32
assim, “[...] o ponto de partida da pesquisa reside no problema que deverá se
definir, avaliar, analisar uma solução” (LAKATOS; MARCONI, 1990, p.15).
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Práticas pedagógicas e inclusão de estudantes com deficiência
intelectual nos anos finais do ensino fundamental
Ludke e André (2020) apontam que o estudo de caso busca retratar uma
realidade por meio da utilização de recursos diversos de pesquisas para a
constituição de informações, dados e experiências, representando as diferen-
tes nuanças que permeiam a situação local, social, coletiva e individual do
campo investigado.
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2. A pesquisa de campo: as práticas pedagógicas e a
inclusão de estudantes com deficiência intelectual
A observação participante
A entrevista semiestruturada
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Práticas pedagógicas e inclusão de estudantes com deficiência
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Essa ferramenta não deve ser engessada, pois o entrevistado discorre so-
bre o tema com base em sua vivência, sua prática docente, dentre outros
fatores, tornando a pesquisa mais genuína. Por conseguinte, a despeito de
algumas perguntas serem preparadas previamente, a maioria das indagações
pode ser gerada à medida que a entrevista ocorre, concedendo ao entrevis-
tador e também ao entrevistado possibilidades de confirmar ou aprofundar
certas questões, caso haja necessidade.
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2. A pesquisa de campo: as práticas pedagógicas e a
inclusão de estudantes com deficiência intelectual
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Práticas pedagógicas e inclusão de estudantes com deficiência
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Os participantes da pesquisa
Tempo de experiên-
atuação
Área de
Licenciatura em
Portuguesa
Letras Português e
Língua
Literatura – Está-
30 anos 20 anos
cio/ES e Especia-
lização em Séries
Iniciais - Cesap/ES
Licenciatura em
Pedagogia e Mate-
Matemática
mática - Uniube
e Especialização 9 anos 9 anos
em Gestão Escolar,
Matemática/ Uniu-
be - MG
Licenciatura em
Ciências Biológicas
- Ufes e Especiali-
Ciências
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2. A pesquisa de campo: as práticas pedagógicas e a
inclusão de estudantes com deficiência intelectual
Licenciatura em
Geografia – Facul-
Geografia
Licenciatura em
Especializado
Atendimento
Educacional
Pedagogia – Ufes e
Especialização em 2 anos 2 anos
Educação Especial
- Cesap
Licenciatura em
Pedagogia
Pedagogo
Matemática – Ufes
26 anos 18 anos
e Especialização em
Matemática - UFRJ
Licenciatura em
Coordenação de
História – Ufes e
Especialização em
turnos
Licenciatura em
Pedagogia-Funcab
Diretora
escolar
e Especialização
22 anos 15 anos
Psicopedagogia
Cândido Mendes/
RJ
39
Práticas pedagógicas e inclusão de estudantes com deficiência
intelectual nos anos finais do ensino fundamental
Coordenadores 02 02 01
Pedagogos 02 02 01
Bibliotecária6 01 - -
Assistente administrativo 02 02 01
Cozinheiras 04 04 01
Cuidadores 02 02
Vigilantes/porteiro 01 01 01
6 Essa profissional atende aos três turnos, organizando e perfazendo uma carga horária de
30 horas semanais.
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2. A pesquisa de campo: as práticas pedagógicas e a
inclusão de estudantes com deficiência intelectual
Espaços Quantidade
Secretaria escolar 01
Salas de aula 11
01 - Contendo 25 computadores e 1
Sala de laboratório de informática
data show.
Biblioteca 01
Almoxarifado/arquivo morto 01
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intelectual nos anos finais do ensino fundamental
Cozinha 01
Quadra esportiva 01
Deficiência
21 7 12 2
Intelectual
Deficiência Visual - - - -
Deficiência Auditiva 2 1 1 -
Autismo 14 9 5 -
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2. A pesquisa de campo: as práticas pedagógicas e a
inclusão de estudantes com deficiência intelectual
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Práticas pedagógicas e inclusão de estudantes com deficiência
intelectual nos anos finais do ensino fundamental
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2. A pesquisa de campo: as práticas pedagógicas e a
inclusão de estudantes com deficiência intelectual
grupos bem delineados entre eles. As meninas são mais introvertidas, porém
se destacam na participação e na realização das atividades.
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2. A pesquisa de campo: as práticas pedagógicas e a
inclusão de estudantes com deficiência intelectual
o material produzido e outras leituras mais apuradas para seleção dos dados
que dialogam com a problemática de pesquisa deste estudo de mestrado.
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3. Questões que atravessam as práticas
pedagógicas no tocante à inclusão de
estudantes com deficiência intelectual
Para a continuidade deste livro, trazemos análises sobre questões que im-
plicam as práticas pedagógicas mediadas por professores do ensino comum e
os de educação especial, visando à escolarização de estudantes com deficiên-
cia intelectual nos anos finais do ensino fundamental.
48
professores, ao serem questionados, no momento de entrevista, sobre como
definem o estudante com deficiência intelectual e tal condição, trouxeram re-
flexões plurais. Podemos dizer que as principais compreensões dos docentes
perpassam pela: a) deficiência como desvio produzido por questões biológi-
cas; b) mescla entre o desvio e a possibilidade de aprender; c) um sujeito que
aprende dadas as mediações necessárias.
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3. Questões que atravessam as práticas pedagógicas no tocante
à inclusão de estudantes com deficiência intelectual
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3. Questões que atravessam as práticas pedagógicas no tocante
à inclusão de estudantes com deficiência intelectual
Esse modo dúbio de a escola tratar a deficiência intelectual nos leva a re-
correr aos estudos da matriz histórico-cultural que compreendem as funções
psicológicas superiores constituídas no processo do desenvolvimento histó-
rico da humanidade. Ao analisar a pessoa com “atraso mental”, ou seja, com
deficiência intelectual, Vigotski (2019) sinaliza que essas funções, quando
atreladas ao defeito, tornam-se um ponto fraco nas características desse su-
jeito. Por isso, o autor aponta que “[...] devem ser dirigidos todos os esforços
da educação, com o fim de romper a corrente no ponto mais fraco” (VIGOT-
SKI, 2019, p. 296) para potencializar caminhos alternativos que levem esse
sujeito a criar suas relações com os aportes culturais socialmente constituí-
dos. Nessa linha de pensamento, o autor afirma:
Por que as funções superiores apresentam um desen-
volvimento insuficiente na criança com atraso mental?
Não é porque o defeito impeça diretamente isso ou tor-
ne impossível seu surgimento. Pelo contrário, a pesqui-
sa experimental demonstrou agora, de forma acertada,
que, em princípio, é possível desenvolver, inclusive na
criança com atraso mental, os tipos de atividade que
constituem a base das funções superiores (VIGOTS-
KI, 2019, p. 296).
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3. Questões que atravessam as práticas pedagógicas no tocante
à inclusão de estudantes com deficiência intelectual
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intelectual nos anos finais do ensino fundamental
Com isso, há de se ter o cuidado para não significar os estudantes que de-
mandam apoios pedagógicos como tendo deficiência intelectual, bem como
aqueles que apresentam diagnóstico com essa condição como os únicos que
encontram desafios nos processos de escolarização. Vigotski (1991) afirma que a
apropriação do conhecimento não é linear, mas constituída de evoluções e invo-
luções, cabendo à escola possibilitar mediações qualitativamente capazes de le-
var os estudantes a superar obstáculos nos processos de ensino e aprendizagem.
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3. Questões que atravessam as práticas pedagógicas no tocante
à inclusão de estudantes com deficiência intelectual
Os espaços-tempos de planejamento
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Padilha (2022) diz que incluir é criar condições para que o sujeito esta-
beleça suas relações com o conhecimento, ação que envolve planejar e (re)
planejar aulas para recorrer a recursos metodológicos para que a aprendiza-
gem se efetive. Para tanto, é preciso romper com preconceitos e estigmas que
projetam uma mesma escola com duas facetas: como espaço de aprendiza-
gem para o dito normal e como ambiente de socialização para os discentes
com deficiências.
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3. Questões que atravessam as práticas pedagógicas no tocante
à inclusão de estudantes com deficiência intelectual
Assim disse: “[...] busco na internet ajuda em atividades para alunos com
deficiência intelectual, além de como trabalhar com esses estudantes” (PRO-
FESSORA DE PORTUGUÊS). A narrativa oportuniza pensar como a internet
se tornou uma ferramenta de comunicação, pesquisa e informação. Utilizada
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de modo crítico, ela pode ajudar o professor a enriquecer suas aulas, adotando-
-a como um recurso intermediário que promove a interlocução entre o sujeito
e o conhecimento mediado, como provoca os ensinamentos de Vigotski (2019).
Sendo assim, a internet pode ser um espaço virtual com possibilidades, mas
também um meio fácil que leva o professor a fragilizar o trabalho pedagógico.
Muitas vezes, os professores buscam atividades pautadas nas deficiências dos
alunos, fazem cópias de exercícios desconexos e submetem os estudantes a
situações que não favorecem os processos de apropriação do conhecimento.
Como recurso tecnológico, a internet precisa ser utilizada de maneira a ampliar
os conhecimentos dos professores e dos estudantes de modo crítico.
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3. Questões que atravessam as práticas pedagógicas no tocante
à inclusão de estudantes com deficiência intelectual
O excerto trazido no recorte do diário de campo nos faz pensar que a sala
de recurso multifuncional é um ambiente pedagógico que pode disparar um
conjunto de práticas pedagógicas capazes de promover melhores condições
de aprendizagem para todos os alunos. Portanto, não pode ser significada
como espaço que segrega e que impossibilita a articulação de ações entre o
ensino comum e o especial. Os recursos pedagógicos nela existentes devem
estar disponíveis para a escola, enriquecendo as práticas pedagógicas e a
acessibilidade curricular.
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Esse debate também nos lembra dos estudantes que trazem questões com-
portamentais significadas pela escola como complexas para as relações entre
pares. Muitos professores questionam a matrícula desses sujeitos, sinalizando
que eles deveriam frequentar espaços/instituições segregadas. Diante disso,
Vigotski (2019, p. 208) pontua que o professor pode se deparar com um es-
tudante difícil de ensinar “[...] em consequência de uma diminuição de suas
capacidades, ou uma criança difícil de educar como resultado de alguma
orientação em sua conduta e traços de caráter que trazem a ela dificuldades
ao convívio social”, contexto que reforça ações coletivas na escola para apoio
ao professor e reorganização do trabalho pedagógico para suprir as demandas
desse discente em sala de aula e nos demais espaços escolares.
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pela escolarização desse sujeito. Além disso, é preciso refletir sobre narrati-
vas de profissionais dos anos finais que questionam o que as disciplinas que
ministram têm a ver com os estudantes com deficiência intelectual.
A formação continuada
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Para Meirieu (2005), abrir a escola para todos não é uma escolha entre
outras, mas a própria vocação dessa instituição coerente com seu princípio
fundamental. Vigotski (1993) ajuda a refletir que, para o alcance dessa defesa
de escola, é relevante investir no professor para que ele compreenda que “[...]
o aprendizado escolar induz o tipo de percepção generalizante, desempenha-
do assim um papel decisivo na conscientização da criança dos seus próprios
processos mentais” (VIGOTSKI, 1993, p. 79).
Além dessas alternativas, autores como Jesus (2009) e Nóvoa (2019) de-
fendem a escola como espaço de formação em contexto. Para tanto, é neces-
sário criar condições de trabalho docente para que essa ação se realize. Os
espaços de planejamento e movimentos colaborativos entre o professor do
ensino comum, o de educação especial e os pedagogos podem se configurar
em espaços de formação continuada.
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formação continuada, por isso é importante que elas se mostrem próximas das
realidades das escolas e façam sentido para esses profissionais, inclusive para o
adensamento de conhecimentos necessários às práticas pedagógicas inclusivas.
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Podemos ainda dizer das contribuições dos recursos didáticos e das me-
todologias diversas no planejamento e na mediação das práticas pedagógi-
cas inclusivas. O ser humano apresenta modos singulares e subjetivos para
apropriação dos conhecimentos, assim requer que instrumentos pedagógi-
cos sejam inseridos às mediações porque facilitam a relação entre sujeito e
objeto. Desse modo, verificamos que a feira de Matemática e a de Ciências,
o uso da internet, os jogos, dentre outros, possibilitaram o intermédio de
práticas pedagógicas, visando à acessibilidade curricular e ao atendimento
às especificidades dos discentes.
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Considerações finais
Pensar a inclusão dos discentes com deficiência intelectual nos anos finais
do ensino fundamental requer colocar em análise as práticas pedagógicas
para que elas possibilitem que os conhecimentos tenham sentidos para os
alunos, contexto que é atravessado pela formação dos professores, as compo-
sições curriculares, os modos como se medeiam os conhecimentos, as manei-
ras como os processos avaliativos são realizados e o trabalho docente é vivi-
do na escola. Especificamente, torna-se importante refletir como as práticas
90
pedagógicas são significadas pelos professores e que elementos atravessam
os processos de aprendizagem e desenvolvimento na escola comum.
Essa linha de pensamento defendida por Vigotski (1991, 2019) dialoga com
as teorizações de Meirieu (2002, 2005) por defender a escola como espaço-
-tempo de todos e o humano como sujeito educável que promove vínculos
sociais por meio do conhecimento. Para esse pensador, é preciso lutar contra
formas de fatalidade que dificultam a apropriação dos conhecimentos e criam
barreiras para que a escola cumpra sua função social. Segundo Meirieu (2005,
p. 143), é necessário “[...] restaurar um pouco de confiança na mobilidade so-
cial, de promover um pouco mais de humanidade, de reunir os homens para
além de suas diferenças e de libertá-los de todas as formas de domínio”.
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Considerações finais
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Referências
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