FÍSICA

2015 - ANO
INTERNACIONAL

N
DA LUZ
Tente imaginar nosso cotidiano sem o laser? Tarefa quase impossível. Luiz Davidovich
o alvorecer do século passado, em 1900, uma fórmula
matemática apresentada pelo físico alemão Max Planck
Leitores de códigos de barras, cirurgias para catarata, produção de microprocessadores, Instituto de Física,
Universidade Federal (1858-1947), com o propósito de descrever a radiação
jogos eletrônicos, DVDs, medição de grandes distâncias, análise da atmosfera, emitida por corpos aquecidos, iria mudar os rumos da
do Rio de Janeiro
corte e solda de metais na indústria... A lista é bem longa. ciência nas décadas seguintes.
Merecidamente o laser ganhou o título de ‘a luz do século 20’. A fórmula de Planck traduz a observação de que a luz emitida
O caminho que leva da análise do fenômeno de emissão de radiação por átomos, por um objeto aquecido – como um forno de uma siderúrgica ou uma
estrela – muda de cor (frequência) à medida que a temperatura au-
feita por Einstein, há cerca de 100 anos, até sua aplicação no primeiro laser, meio século menta, indo do infravermelho (menor frequência) para uma cor
atrás, é pavimentado por avanços cruciais da física teórica e experimental. mais azulada, de frequência maior. Mais precisamente, experimen-
E esse percurso se prolonga até os dias de hoje e nos traz às áreas tos realizados no final do século 19 mostravam que a intensidade da
da óptica quântica – e sua incrível capacidade de aprisionar e manipular uma única radiação emitida por corpos aquecidos tinha um máximo para certa
frequência (cor), indo, por exemplo, do vermelho para o violeta à
partícula de luz – e da informação quântica, que desenvolve códigos invioláveis e
medida que crescia a temperatura.
computadores inimaginavelmente velozes.

ÓPTICA QUÂNTICA E A LUZ DO SÉCULO 20

A física clássica previa, no entanto, que a intensidade luminosa
emitida por um corpo aquecido aumentaria com a frequência, ou
seja, seria maior para o violeta que para o vermelho, independen-
temente da temperatura (figura 1). Assim, a cor violeta predomina-
ria nos corpos aquecidos, contrariamente à evidência experimental.
Planck mostrou que sua fórmula implicava uma descontinuidade
na troca de energia entre um sistema elementar (átomo ou molécu-
la) e a radiação. Essa descoberta contrariava, assim, uma linha de
pensamento perseguida desde a Antiguidade e resumida na frase
“Natura non facit saltus” (A natureza não dá saltos). Cinco anos de-
pois de Planck, ao analisar o efeito fotoelétrico – fenômeno em que
elétrons são ejetados quando a luz incide sobre uma superfície me-
tálica –, o físico de origem alemã Albert Einstein (1879-1955) con-
clui que a explicação desse efeito requer conceber a luz como se
fosse constituída de corpúsculos, os ‘quanta’ de luz – posteriormen-
te, denominados fótons.
No caso do efeito fotoelétrico, a física clássica previa que a ener-

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gia dos elétrons deveria aumentar somente com o aumento da in-
tensidade da luz. Mas os experimentos mostravam que uma maior
intensidade da luz apenas fazia saltar maior quantidade de elétrons,
mas todos com a mesma energia.
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Einstein, com base nos quanta de luz, mostrou que introduzir ideias realmente novas, mesmo nas ciências
A Ao atravessar um anteparo com duas fendas, um feixe B
cada elétron emitido corresponde à absorção de um fóton mais exatas, sem algumas vezes assumir um risco”. de luz produz, em um segundo anteparo, franjas claras Luz
cuja energia é proporcional à frequência. Por isso, a ener- Em carta de 1908 a seu colaborador austro-húngaro e escuras, típicas de um comportamento ondulatório
gia dos elétrons aumenta com a frequência da luz, en- Jakob Laub (1884-1962), Einstein revela estar “ocupado
quanto a quantidade ejetada dessas partículas é propor- incessantemente com a questão da radiação […]. Essa
cional à intensidade (número de fótons) da luz incidente questão quântica é tão descomunalmente importante e
(figura 2). difícil que ela deveria preocupar todo mundo”. No ano
Com essa conclusão, começa uma aventura do co- seguinte, publica dois trabalhos importantes, sugerindo
nhecimento que iria revolucionar nossa compreensão do uma natureza dual para a luz e opinando que a próxima
universo e também nosso cotidiano: daí surgiriam o laser, fase no desenvolvimento da física teórica deveria trazer
os aparelhos de ressonância magnética usados em hos- uma teoria da luz que poderia ser interpretada como uma No efeito fotoelétrico, um metal emite elétrons
pitais, os relógios atômicos, o transistor e os computa- fusão entre a teoria ondulatória e a teoria corpuscular. quando luz incide sobre ele, demonstrando
dores modernos. Esse desenvolvimento, profetizado por Einstein, foi a natureza corpuscular da luz
de fato realizado pelo físico britânico Paul Dirac (1902-
Fusão de teorias A hipótese dos quanta de luz foi 1984), em 1927, em um artigo que coloca em bases ma-
Figura 2. Experimentos mostram a natureza dual do fóton, que ora se comporta como onda, ora como corpúsculo
recebida com relutância pela comunidade científica da temáticas precisas a teoria do fóton.
época, pois parecia contradizer experimentos que de-
monstravam o fenômeno de interferência da luz, típico Emissão estimulada Em carta de novembro de gunda, publicada em 1958 por Townes e o norte-ameri- tida por uma lâmpada incandescente (chamada ‘luz tér-
de um comportamento ondulatório. No primeiro Con- 1916, Einstein revela a seu amigo ítalo-suíço Michele cano Arthur Schawlow (1921-1999), então pesquisadores mica’): tem direção de propagação e frequência muito
gresso de Solvay (Bélgica), em 1911, que reuniu físicos Besso (1873-1955): “Uma luz esplêndida baixou sobre nos Laboratórios Bell. bem definidas, já que os fótons são em sua maioria pro-
notáveis, o próprio Einstein manifesta sua dificuldade em mim acerca da absorção e emissão de radiação”. Em três Em um laser, um conjunto de átomos é colocado em duzidos pelo processo de emissão estimulada.
aceitar essa conjectura: “Insisto no caráter provisório trabalhos, publicados naquele ano e no seguinte, demons- um tubo cilíndrico, com paredes laterais transparentes, A energia fornecida pelo flash ou pela corrente elétri-
desse conceito, que não parece ser reconciliável com as tra que, quando um átomo interage com a radiação, três entre dois espelhos, sendo um deles semitransparente, ca é assim concentrada em torno de uma direção e uma
consequências experimentalmente verificadas da teoria processos podem ocorrer, como mostra a figura 3. isto é, não apenas reflete luz, mas também pode trans- frequência, podendo ter alta intensidade. Para obter um
ondulatória”. Esses trabalhos podem ser considerados como os pre- miti-la – sendo, no entanto, a intensidade da luz trans- feixe com essas características a partir de uma lâmpada
Eis a questão profunda que atormentava os cientistas: cursores da óptica quântica, que, no entanto, foi aprofun- mitida muito menor que a da refletida. incandescente – que emite luz em diversas direções, com
como conciliar a ideia de que a luz é constituída de cor- dada e desenvolvida como disciplina muito mais tarde. Os átomos são excitados, por exemplo, por uma cor- uma distribuição ampla de frequências –, é necessário
púsculos com a noção – comprovada experimentalmente Um grande intervalo de tempo separa essa descoberta rente elétrica ou por um pulso de luz emitido por um colimar (ou seja, direcionar) uma parte da luz emitida
pelo cientista inglês Thomas Young (1773-1829) em de Einstein de suas notáveis aplicações práticas: somente flash (figura 4). Os átomos excitados começam, então, a através de orifícios e lentes, e, além disso, usar filtros de
1800 – de que a luz se comporta como uma onda, apre- na década de 1950, nota-se que a emissão estimulada per- emitir fótons espontaneamente. Se emitidos ao longo do cor para selecionar a frequência, o que implica desper-
sentando a propriedade de interferência? (figura 2). mitiria construir dispositivos como o maser e o laser. eixo do cilindro, os fótons espontâneos iniciais estimulam diçar a maior parte da energia fornecida pela lâmpada,
A proposta indicando Einstein para a Academia de O primeiro maser (acrônimo, em inglês, para amplifi- a emissão de outros fótons idênticos na mesma direção, produzindo-se um feixe de baixa intensidade.
Ciências Prussiana, em 1913 – assinada, entre outros físi- cação de micro-ondas por emissão estimulada de radia- a maior parte dos quais é refletida pelos espelhos, refor- No laser construído por Maiman, átomos de cromo,
cos ilustres, por Planck –, considera a hipótese dos quan- ção) é construído em 1953, na Universidade de Colúm- çando, assim, o processo de emissão estimulada e produ- em um cristal de rubi, são excitados por um flash e pro-
ta de luz como um deslize do candidato: “Que ele tenha, bia (EUA), pelos norte-americanos Charles Townes, zindo, então, uma avalanche de fótons praticamente duzem um pulso de laser. Em fevereiro de 1961, é de-
algumas vezes, errado o alvo em suas especulações, como, James Gordon (1928-2013) e Herbert Zeiger (1925- idênticos. monstrado, por uma equipe do Instituto de Tecnologia
por exemplo, em sua hipótese dos quanta de luz, não po- 2011), segundo os princípios estabelecidos em 1952 pelos Os fótons que não são emitidos ao longo do eixo saem de Massachusetts (EUA) liderada por Ali Javan, o pri-
de realmente ser usado contra ele, pois não é possível soviéticos Nikolay Basov (1922-2001) e Alexander pelas paredes laterais do cilindro e não são refletidos. O meiro laser que emite um feixe de luz continuamente.
Prokhorov (1916-2002). feixe de luz que atravessa o espelho semitransparente Nesse caso, átomos de hélio, misturados com átomos de
Figura 1. Diferença de previsão entre a teoria clássica e os experimentos
Como indica o nome, o maser era uma fonte de micro- tem assim propriedades bastante diferentes da luz emi- neônio, são excitados por uma corrente elétrica. >>>
sobre a intensidade de radiação emitida por um corpo aquecido -ondas baseada no processo de emissão estimulada. Res-
tava descobrir como aplicar o mesmo princípio à realiza-
ção de uma nova fonte de luz. Figura 3. Os três processos básicos de interação de fótons com átomos

O laser O primeiro laser (acrônimo, em inglês, para

amplificação de luz por emissão estimulada de radiação) A B C
é demonstrado em dezembro de 1960 pelo físico norte-
CRÉDITO: CEDIDO PELO AUTOR/WIKIMEDIA COMMONS (FOTO)

-americano Theodore Maiman (1927-2007), pesquisador

do Laboratório Hughes, em Malibu, na Califórnia.
O trabalho de Maiman é precedido por duas propos-
tas teóricas, demonstrando as condições de funciona-
mento e a viabilidade do laser. A primeira, feita pelo fí- EXCITAÇÃO EMISSÃO ESPONTÂNEA EMISSÃO ESTIMULADA
sico norte-americano Gordon Gould (1920-2005) – então o átomo absorve um fóton e passa o átomo emite espontaneamente O átomo em um nível energético mais alto (E2),
de um nível menos energético (E1) um fóton, voltando a um nível quando na presença de um fóton, emite outro
estudante de doutorado na Universidade de Colúmbia e fóton igual ao primeiro (mesma direção de
para um mais energético (E2) energético mais baixo (E1)
que registraria a ideia em 1957, ganhando a patente 20 propagação e mesma frequência)
anos mais tarde, depois de longa batalha judicial. A se-

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Diferenças profundas A demonstração do primei- pelo norte-americano Roy Glauber e pelo indiano George
Figura 5. Representação
esquemática das contagens
ro laser motiva uma pergunta interessante: se produ- Sudarshan, em 1963; os trabalhos pioneiros sobre a teoria A de fótons, em função do tempo,
zirmos, a partir de uma lâmpada incandescente, usan- quântica do laser, do alemão Hermann Haken, no ano para feixes de luz que são (A)
do filtros, orifícios e lentes, um feixe de luz com direção seguinte; bem como os dos norte-americanos Melvin Lax antiagrupados, (B) aleatórios
B
e frequência bem definidos, é possível diferenciar esse (1922-2002) e William Louisell; e também de Marlan (como no laser) e (C)
agrupados (como na luz
feixe daquele emitido por um laser contínuo (ainda que Scully e William Lamb Jr. (1913-2008), a partir de 1965.
C incandescente)
de baixa intensidade)? As flutuações de intensidade da luz emitida por um
A resposta a essa pergunta envolve considerações laser são bem menores que as da luz térmica, e isso tem
sobre a distribuição estatística dos fótons no feixe de uma consequência importante para a distribuição esta-
luz e tem um papel fundamental para a óptica quântica tística dos fótons. Para um feixe de luz térmica que se
moderna. propaga no espaço, as regiões que apresentam flutuações Os trabalhos de Glauber e Sudarshan mostram não só presentada em física quântica como uma superposição
Na década de 1960, vários trabalhos levaram a uma de intensidade positiva correspondem a um acúmulo de que um feixe de luz térmica e mesmo um de luz laser dos dois ‘estados de polarização’ (horizontal e vertical).
visão bem mais sofisticada dessas novas fontes de luz e fótons, enquanto as flutuações negativas correspondem podem ser descritos como se fossem campos eletromag- Além disso, a computação quântica faz uso de um
revelam diferenças profundas entre a luz proveniente de a um número menor de fótons. Isso significa que, quan- néticos clássicos (com flutuações estatísticas), mas tam- conceito extremamente sutil da física quântica: o ema-
uma lâmpada incandescente e a emitida por um laser. do detectamos fótons de uma luz térmica – por meio de bém que outros tipos de luz poderiam existir e que não ranhamento, que chamou a atenção do físico austríaco
Entre eles, o desenvolvimento da teoria quântica da luz um dispositivo chamado de fotodetector –, as contagens admitiriam uma descrição clássica. Erwin Schrödinger (1887-1961) e motivou, em 1935, um
tendem a se agrupar (figura 5). Entre esses possíveis novos tipos de luz, estaria aque- artigo polêmico de Einstein e dois colaboradores, o russo
Figura 4. Funcionamento de um laser Por outro lado, a luz laser, com intensidade le no qual os fótons estão antiagrupados, isto é, com es- Boris Podolski (1896-1966) e o norte-americano Nathan
praticamente constante, não apresenta esse paçamento entre eles maior que em um feixe de luz laser, Rosen (1909-1995).
efeito de agrupamento. É possível, assim, dife- com possíveis aplicações em criptografia (envio de men- Estados emaranhados da luz têm sido produzidos em
A Tubo de flash renciar luz emitida por essas fontes distintas, sagens codificadas). Isto significa que a flutuação do nú- vários laboratórios – inclusive no Brasil. Além do interes-
examinando a distribuição de fótons, ainda que mero de fótons detectados em certo intervalo de tempo é se fundamental, têm aplicações na transmissão segura de
a luz térmica tenha cor e direção bem definidas. inferior à da luz de um laser. Um caso extremo desse tipo informação e, como já mencionado, na computação
de luz é o da radiação que consiste de um único fóton. quântica.
Espelho A luz do século A partir de 1960, a área Um estado emaranhado de dois fótons tem proprie-
Átomos
de óptica quântica avança em ritmo acelerado, Informação quântica A produção de luz eminen- dades curiosas. Podemos ter conhecimento completo so-
e o laser se torna verdadeiramente ‘a luz do sé- temente quântica torna-se uma atividade importante em bre o conjunto de dois fótons – por exemplo, saber que
Espelho culo 20’. Novos tipos de laser são inventados, muitos laboratórios, seja pelas possíveis aplicações, seja os planos de oscilação (polarizações) de cada um deles
semitransparente
com um grande número de aplicações, nas áreas pelo interesse fundamental. A nova tecnologia quântica são ortogonais entre si –, mas, ao mesmo tempo, nada
A energia da luz emitida pelo flash excita os átomos de saúde e comunicações; na medida precisa de – reconhecida pelo prêmio Nobel de 2012 para o físico saber sobre as propriedades de cada um deles – isto é,
distâncias; em fotolitografia para a confecção de norte-americano David Wineland e o físico francês Ser- desconhecemos a polarização de cada fóton. Nesse sen-
circuitos integrados; em leitores de códigos de ge Haroche – permite controlar a interação de um único tido, Schrödinger comentou, em 1935, sobre o emara-
B
barra; na análise da atmosfera; em projetos átomo com um único fóton. nhamento: “O melhor conhecimento possível do todo não
militares; em processos industriais envolvendo Essa tecnologia deu um grande impulso ao desenvol- inclui o melhor conhecimento possível de suas partes – e
corte e solda de metais. vimento de uma nova disciplina, a informação quântica é esse fato que continuamente vem nos assombrar”.
Em 1969, um laser pulsado de rubi, refletido – estreitamente ligada à óptica quântica – e que estuda As novas tecnologias quânticas e a interação estreita
Átomos por um espelho colocado na Lua, foi usado para métodos para caracterizar, transmitir, armazenar, com- entre a óptica quântica e a informação quântica prova-
excitados
medir a distância de um ponto na Terra àquele pactar e usar computacionalmente a informação contida velmente continuarão a produzir resultados assombrosos
espelho com uma precisão de 5 cm. Agora, o pro- em estados quânticos. Além de trazer uma nova visão nos próximos anos, desvendando comportamentos sutis
jeto Apollo, no Novo México (EUA), pretende da física quântica, associada ao conceito de informação, da natureza e gerando aplicações que, como o laser, po-
Átomos excitados (mais energéticos)
aumentar a precisão para 1 mm, o que permitirá essa área de pesquisa tem a perspectiva de aplicações derão ter considerável impacto em nosso cotidiano.
começam a emitir fótons espontaneamente
testar desvios da lei de gravitação do físico britâ- de grande impacto na criptografia e na computação
nico Isaac Newton (1642-1727). Lasers de alta quântica.
potência usados em fusão nuclear têm intensida- A computação quântica lida com bits quânticos (qbits),
C des equivalentes a ter toda a luz solar incidente que generalizam o conceito de bit, unidade fundamental
Feixe de sobre a Terra focalizada na extremidade de um de informação em computação clássica e que pode ter os
luz laser fio de cabelo. valores 0 ou 1. O qbit, por sua vez, pode ser expresso por Sugestões para leitura
Lasers que emitem pulsos ultracurtos, na re- uma superposição de 0 e 1. Um exemplo físico de qbit é DAVIDOVICH, L. ‘Informação quântica: do teletransporte ao computador
gião de raios X, da ordem de 67 bilionésimos de a polarização de um fóton – essa propriedade está ligada quântico’. Ciência Hoje, n. 206 (2004).
um bilionésimo de segundo (ou 67 attossegun- ao fato de que uma onda de luz pode oscilar em um pla-
DAVIDOVICH, L. ‘O gato de Schrödinger: do mundo quântico ao mundo clássico’.
dos), demonstrados em 2012 pelo físico chinês no bem determinado, como uma corda que vibra em um
BASEADO EM HOWSTUFFWORKS (2003)

Ciência Hoje, n. 143 (1998).

Zenghu Chang e colegas, na Universidade da plano horizontal ou vertical.
Os fótons emitidos ao longo do eixo do cilindro são reforçados por reflexões BAGNATO, V. S. ‘Laser: aplicações modernas de uma solução magnífica
Flórida Central (EUA), funcionam como flashes O fóton pode ter polarização ao longo de um plano
nos espelhos e estimulam a emissão de mais fótons por outros em busca de problemas’. In: Física Hoje – uma aventura pela natureza:
átomos excitados. Isso gera uma avalanche de fótons praticamente idênticos, fotográficos ultrarrápidos, permitindo seguir horizontal – o que corresponderia, por exemplo, ao valor dos átomos ao universo. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje/
que atravessam o espelho semitransparente, dando origem ao feixe de luz laser processos dinâmicos de curta duração, como 0 do bit – ou vertical (valor 1), mas pode também ter po- Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, 2007.
aqueles que envolvem elétrons em átomos. larização ao longo de um plano inclinado, que seria re-

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