Medresumos 2016 - Omf
Medresumos 2016 - Omf
Medresumos 2016 - Omf
br Arlindo Ugulino Netto; Rayza Prado ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA LOCOMOTOR
As células musculares são especializadas por apresentar a capacidade de realizar a contração, tornando
possível a locomoção dos animais. São células alongadas e são denominadas estriadas ou lisas de acordo com a
presença ou ausência de proteínas contráteis miofibrilares, que se repetem regularmente formando miofilamentos.
A energia mecânica para a contração é retirada da hidrólise do ATP.
Alguns termos são utilizados para células musculares, como: a membrana da célula muscular é denominada
sarcolema, citoplasma é sarcoplasma, o R.E.L. é o retículo sacroplasmático e as mitocôndrias são sarcossomos.
Como as células musculares são alongadas, são comumente chamadas de fibras musculares.
Os três tipos musculares (estriado esquelético, liso e estriado cardíaco) tem origem no mesoderma.
Especialmente o músculo cardíaco, origina-se do mesoderma somático e do mesoderma esplancnopleural. Os músculos
esqueléticos são originados principalmente do mesoderma somático.
ENVOLTÓRIOS
Os envoltórios do músculo esquelético são:
Epimísio: envolvem o músculo e são formados por tecido conjuntivo denso não modelado
Perimisio: deriva do epimísio e envolve os feixes das fibras musculares.
Endomísio: Ele envolve as fibras musculares. É composto por fibras reticulares e por uma lâmina externa
(lamina basal).
OBS: Os tendões e aponeuroses, responsáveis por ligar músculos a ossos e outros tecidos, são contínuos com os
envoltórios do tecido conjuntivo do músculo, agindo utilizando forças contráteis para movimentos.
MICROSCOPIA OPTICA
As fibras musculares são células
multinucleadas em que o núcleo situa-se
perifericamente. Pequenas células satélites
localizam-se em depressões rasas das fibras
musculares atuando como células
regeneradoras. As miofibrilas nas fibras
musculares dispõem-se paralelamente
apresentando estrias causadas pelas bandas
claras (presença de miosina ou actina) e
bandas escuras (presença de miosina e actina).
As bandas escuras são denominadas
Banda A. Seu centro é ocupado por uma área
clara, a Banda H que está dividida ao meio
pela Linha M. As bandas claras são as Bandas
I e estão divididas por uma linha escura, a
Linha Z. A região da miofibrila delimitada entre
duas Linhas Z é denominada Sarcômero, que
é a unidade morfofuncional do músculo. A
contração muscular se dá a partir do momento
que este sarcomero diminui de tamanho
(aproximação das Linhas Z).
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OBS: Túbulos T, Retículo Sarcoplasmático e Tríades. São elementos essenciais para a contração do músculo
esquelético. Os túbulos T são longas invaginações tubulares que se colocam especificamente no plano da junção das
Bandas A e I. Logo, cada sarcômero possui 2 conjuntos de túbulos T. Associados a esses túbulos, está o retículo
sarcoplasmático localizado da mesma maneira desses túbulos. O retículo está envolvido no armazenamento de cálcio
intracelular, formando uma rede em torno de cada miofibrila e apresenta cisternas terminais em cada junção A – I.
Então, duas dessas cisternas sempre estão intimamente apostas a um túbulo T, formando a tríade.
Tríade = 2 Cisternas terminais (Retículo Sarcoplasmático) + Tubulos T
O retículo sarcoplasmatico regula a contração muscular através do sequestro (que leva ao relaxamento) e da liberação
(que leva a contração) de íons cálcio no sarcoplasma. O estímulo desencadeador para a liberação de cálcio é a onda de
despolarização transmitidas pelos túbulos T, que causa a abertura dos canais liberadores de Cálcio das cisternas
terminais, havendo a liberação desse íon na proximidade das miofibrilas.
1. Filamentos Grossos: são compostos por moléculas de miosina alinhadas extremidade por extremidade. Cada
molécula de miosina que a compõe é composta por duas cadeias pesadas idênticas e por dois pares de cadeias
leves.
Meromiosina Leve: semelhante a um bastão compostas por duas cadeias polipeptídicas em forma de
bastão enrolado.
Meromiosina Pesada: são as duas cabeças globulares com as duas porções proximais, formadas por
cadeias polipeptídicas enroladas uma em torno da outra.
2. Filamentos Finos: são compostos por duas cadeias de filamentos de actina F (formada por actinas G,
representadas pelas esferas beges no desenho acima) enrolados um em torno do outro, associados a
tropomiosina (em amarelo no desenho) e troponina (Tn, em azul no desenho). As troponinas são constituídas
por três polipeptídios globulares: o TnT (liga toda a molécula de Troponina a Tropomiosina), a TnC (grande
afinidade por Cálcio) e a TnI (liga-se a actina, impedindo a interação desta com a miosina enquanto a célula
estiver relaxada).
CONTRAÇÃO MUSCULAR
Essa contração obedece a “Lei do Tudo ou Nada” (necessita de um limiar mínimo de excitação para que haja a
contração) e é seguida pelo relaxamento do músculo. A contração do músculo esquelético obedece a seguinte
sequência:
1) Um impulso gerado ao longo do sarcolema é transmitido ao interior da fibra através dos túbulos T, de onde é
transmitido para as cisternas terminais do retículo sarcoplasmático.
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2) Os íons cálcio saem das cisternas, através de canais de liberação de cálcio, devido a despolarização dos túbulos
T. O cálcio cai no citosol e se ligam a subunidade TnC da troponina, alterando sua conformação.
3) A mudança da conformação desloca a tropomiosina para uma posição mais profunda, desmascarando o sítio
ativo (sitio de ligação da miosina) da molécula da actina.
4) O ATP presente na miosina (filamento grosso) é hidrolisado (ATP ADP + Pi), permanecendo ligado a cabeça
da miosina (meromiosina pesada), estabelecendo sua ligação com a actina F, a qual vai estar livre do TnI uma
vez que o cálcio desempenhou o papel de liberar o sitio de ligação da miosina na actina. Esta ligação causa o
encurtamento do sarcômero, caracterizando a contração muscular.
JUNÇÕES MIONEURAIS
É o local onde ocorre a transmissão do impulso do neurônio motor para a fibra muscular esquelética. A porção
terminal de cada ramo arborizado do neurônio dilata-se e cobre as placas motoras terminais de fibras musculares
individuais. As junções mioneurais são formadas pela terminação do axônio, fenda sinaptica e membrana da célula
muscular.
Botulismo: é causado pela ingestão de comida enlatada mal preservada. A toxina clostridiun butolinun
interfere na ligação do acetil colina, causando a paralisia muscular podendo levar a morte.
Miastenia Grave: é uma doença auto imune que o organismo produz anticorpos contra os receptores de
acetilcolina, bloqueando-os. Esse quadro pode levar a infecções pulmonares, comprometimento respiratório e
morte subsequente.
Neurotoxinas: algumas toxinas (bungarotoxina) expelidas por venenos de cobras podem se ligar a receptores
de acetilcolina causando a paralisia, levando a morte.
OBS: A rigidez cadavérica que ocorre após a morte é causada pela falta de ATP, impedindo a dissociação da actina com
a miosina.
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ORGANELAS
As estrias das fibras musculares são idênticas às do músculo esquelético. O mecanismo de
contração também é idêntico, entretanto, há algumas diferenças importantes relacionadas aos
túbulos T e retículo endoplasmático. Este não possui as cisternas terminais e sim pequenas
terminações que formam com os túbulos T as díades.
Com isso, o retículo sarcoplasmático perde grande parte da função de armazenar cálcio.
Desse modo, o cálcio flui para os túbulos T (que possui o dobro do tamanho em relação aos do músculo esquelético) e
penetram nas células musculares.
Diferentemente das fibras musculares esqueléticas, as cardíacas possuem potencial de ação prolongado,
causado pela abertura de canais lentos de cálcio e sódio, possibilitando a entrada lenta e contínua de muitos desses
íons, mantendo a ligação da actina e miosina (contração) por mais tempo.
A despolarização (retorno ao relaxamento) é feita por canais lentos de potássio que possibilitam também um
potencial de ação prolongado.
Hipertrofia cardíaca: não há aumento no numero de fibras miocárdicas, mas as células musculares
cardíacas tornam-se mais longas e com diâmetro maior. Isso causa uma disfunção em todo o processo
cardiovascular
MÚSCULO LISO
As células do músculo liso não possuem estrias e nem túbulos T. Estão presentes nas paredes
das vísceras ocas, vasos sanguíneos ductos das glândulas compostas, trato urinário e gastrointestinal. As
células desse músculo são involuntárias sendo controladas pelo sistema nervoso autônomo.
As fibras musculares lisas são células curtas e fusiformes com núcleo central. O citoplasma
dessas células possuem filamentos finos (compostos por actina, tropomiosina, mas não contém troponina)
e filamentos grossos (compostos por miosina). Na contração, a interação da actina com a miosina é de
longa duração e não obedece a “Lei do Tudo ou Nada”.
Há dois tipos de músculo liso: músculo liso multiunidades e unitário.
Músculo Liso Multiunidades: podem se contrair independentemente uma das outras, pois cada
célula possui suprimento nervoso próprio.
Músculo Liso Unitário: possui junções comunicantes e as fibras nervosas só estão presentes em
algumas células musculares.
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REVISÃO
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A cartilagem possui uma matriz firme flexível resistente as tensões mecânicas e secreta a matriz à qual se torna
presa. A cartilagem está envolvida na formação óssea endocondral (servindo de molde para os ossos) e formação óssea
intra-membranosa (formação de ossos chatos a partir de membranas pré-existentes).
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Tecido conjuntivo especializado, sendo um pouco mais rígido que o TCPD e mais flexível.
Consistência rígida.
Superfície ligeiramente elástica e muito lisa.
Não possui vasos sanguíneos, linfáticos e nervos.
Tem metabolismo baixo.
FUNÇÕES
Suporte de tecidos moles;
Reveste superfícies articulares;
É essencial para formação e crescimento dos ossos longos;
Facilita o deslizamento dos ossos nas articulações: reveste extremidades ósseas nas articulações protegendo-as
de maiores atritos;
Forma o molde inicial de muitos ossos durante o desenvolvimento embrionário.
CONDROBLASTOS
São células situadas no pericôndrio semelhantes a fibroblastos, e estão próximas à cartilagem, podendo
facilmente multiplicar-se por mitose. Originam os condrócitos: os condroblastos criam lacunas e formam os condrócitos.
CONDRÓCITOS
Os condrócitos, in vivo, ocupam toda a lacuna; nos preparados histológicos aparecem retraídos. Suas principais
características são:
Os periféricos são achatados e os centrais mais arredondados;
Têm núcleo grande, nucléolo proeminente, citoplasma pouco corado, muitas mitocôndrias, RER e Complexo de
Golgi desenvolvido;
Secretam colágeno, principalmente o tipo II, proteoglicanas e glicoproteínas;
Vivem sob baixas tensões de oxigênio, degradando a glicose por mecanismo anaeróbio;
Os nutrientes chegam do sangue por difusão, através da água de solvatação e pelo bombeamento promovido
pelas forças de compressão.
OBS: Os condrócitos são como condroblastos inativos. Porém, alguns raros, ainda têm capacidade de produzir
substâncias.
OBS: Na cartilagem, dentro de uma lacuna, pode haver vários (de 1 a 8) condrócitos (grupos isogênicos), que se
originam, por mitose, de um mesmo condroblasto.
COMPOSIÇÃO DA MATRIZ
É composta por proteoglicanas (condroitina 4 e 6
sulfatada e queratana sulfatada): até 200 moléculas de
proteoglicanas podem estabelecer ligações não covalentes com
01 molécula de ácido hialurônico.
Compostos de agrecana preenchem o interstício entre
os feixes de fibras colágenas.
As cadeias laterais de GAGs das PGs formam pontes
eletrostáticas com o colágeno. A glicoproteína de adesão
condronectina conecta os condrócitos à MEC.
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OBS: O ácido hialurônico liga-se as proteoglicanas, fixando as fibras colágenas, dando à cartilagem a sua resistência
característica. A condronectina vai fixar as fibras colágenas às células da cartilagem.
OBS: A consistência firme da cartilagem se deve às ligações eletrostáticas entre as GAGs sulfatadas e o colágeno, e à
grande quantidade de moléculas de água presas às GAGs (água de solvatação).
CARTILAGEM
A cartilagem não tem vasos sanguíneos, linfáticos ou nervos. Suas células recebem nutrientes do tecido
conjuntivo vascularizado que o envolve. A matriz extracelular é composta por glicosaminoglicanos, proteoglicanos, fibras
de colágeno e fibras elásticas, dando à cartilagem função amortecedora, além disso, cobre a superfície articular dos
ossos, possibilitando o deslizamento sem fricção.
PERICÔNDRIO
O pericôndrio é uma bainha de tecido conjuntivo que cobre a maior parte da cartilagem. É composta por uma
camada fibrosa externa e uma camada celular interna que secreta matriz extracelular. Ela é vascularizada,
fornecendo nutrientes para a cartilagem. Suas funções são de servir como fonte de novos condrócitos para o
crescimento, além da nutrição da cartilagem.
Externa: fibrosa (colágeno tipo I), com fibroblastos e vasos sanguíneos;
Interna: celular (células condrogênicas).
TIPOS DE CARTILAGEM
CARTILAGEM HIALINA
A cartilagem hialina é a mais abundante no corpo e é composta principalmente por fibras de colágeno tipo II.
Podem ser encontrados na superfície articular dos ossos, anéis dos brônquios e traqueia, nariz e laringe. Esta cartilagem
constitui o molde de muitos ossos durante o desenvolvimento embrionário (forma o primeiro esqueleto do embrião).
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OBS: A calcificação é um processo normal e integral da formação endocondral do osso. Ocorre com a degeneração da
cartilagem hialina quando os condrócitos se hipertrofiam e morrem. Assim, a matriz começa a calcificar-se. Esse
processo está envolvido também no envelhecimento causando uma menor mobilidade e dor nas articulações. A
regeneração da cartilagem é pobre, exceto em crianças. Nelas, as células condrogenicas penetram na lesão e forma a
nova cartilagem. Quando a lesão é grande, as células formam um tecido conjuntivo denso, afim de reparar a lesão.
SUPERFÍCIE ARTICULAR
Membrana Sinovial:
Macrófagos (Células A)
Fibroblastos (Células B)
Líquido Sinovial:
Ácido hialurônico
Glicoproteínas (lubricina)
Exsudato plasmático
CARTILAGEM ELÁSTICA
A cartilagem elástica assemelha-se a cartilagem hialina exceto por possuir fibras elásticas na matriz e no
pericôndrio. Está presente no pavilhão da orelha, tuba auditiva interna e externa, epiglote e laringe.
A camada fibrosa externa do pericôndrio é formada por fibras elásticas. As fibras elásticas estão interpostas por
fibras de colágeno tipo II, o que lhe dá uma maior flexibilidade.
FIBROCARTILAGEM
Ao contrário da cartilagem hialina e elástica, ela não possui pericôndrio e sua matriz possui fibras de colágeno tipo
I. Ela está presente nos discos intervertebrais, na sínfise púbica, nos discos articulares e ligadas ao osso.
A fibrocartilagem está associada à cartilagem hialina e ao tecido conjuntivo denso que se assemelha. Ela não
possui grandes quantidades de matriz, mas poucas fibras de colágeno tipo I.
Um exemplo clássico da incidência de fibrocartilagem são discos intervertebrais. Neles, a fibrocartilagem está
interposta entre as coberturas da cartilagem hialina, da superfície articular das vértebras sucessivas. Cada disco contém
um centro gelatinoso chamado núcleo pulposo (composto por células da notocorda emersas em uma matriz rica em
acido hialurônico). Grande parte do núcleo pulposo está envolvida pelo anel fibroso, o qual dá resistência contra forças
de tração enquanto o núcleo resiste a forças de compressão.
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OBS: O disco intervertebral rompido significa o rompimento do anel fibroso através do qual o núcleo pulposo faz
extrusão. Esta condição ocorre principalmente na região lombar das costas, quadro conhecido como hérnia de disco,
causando dor grave e intensa na região dorsal e inferior devido ao deslocamento do núcleo, o qual passa a comprimir os
nervos espinhais inferiores.
MECANISMOS DE REGULAÇÃO
OBS:
Mulher: na puberdade, a mulher produz muito estradiol, inibindo praticamente a produção de matriz
extracelular.
Homem: produz testosterona, que estimula mais a síntese de matriz.
Bebês e Infantes: diz-se que é saudável tomar banhos de Sol para que haja uma maior absorção de
vitamina D no tecido cartilaginoso e ósseo.
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Os ossos formam o esqueleto, estrutura essencial de sustentação do corpo humano. Ele também protege órgãos
vitais como o encéfalo, medula espinhal, coração e pulmão além de servir de local para inserção de músculos,
participando do sistema locomotor e participar do armazenamento de minerais, principalmente o cálcio. Os ossos contêm
uma cavidade interna que abriga a medula óssea, órgão hematopoiético responsável pela produção das células do
sangue.
Todos os ossos são recobertos, tanto na superfície interna como na externa, por camadas de tecido contendo
células osteogênicas. Internamente, tem-se o endósteo (tecido conjuntivo frouxo), que contém uma camada de células
osteogênicas e osteoblastos. Externamente, o osso é revestido pelo periósteo (tecido conjuntivo denso), que nele é
composto por fibras externas de colágeno tipo I e substância fundamental rica em proteoglicanos e glicoproteínas.
MATRIZ ÓSSEA
A matriz óssea, considerada como material extracelular calcificado, é constituída por componentes orgânicos e
inorgânicos. Como não existe a difusão de substancias através da matriz calcificada do osso, a nutrição dos osteócitos
depende de canalículos que perfuram esta matriz. Esses canalículos possibilitam as trocas de moléculas e íons entre os
capilares sanguíneos e os osteócitos.
COMPONENTE INORGÂNICO
A parte inorgânica dos ossos constitui cerca de 65% de seu peso seco. Os principais constituintes são: cálcio,
fósforo, magnésio, citratos e bicarbonato. O cálcio e fósforo estão presentes na forma de cristais de hidroxiapatita que
esta ordenada entre as fibras de colágeno tipo I dando ao osso força e dureza. Os cristais atraem água formando a capa
de hidratação, permitindo trocas de íons com o fluido extracelular.
COMPONENTE ORGÂNICO
O componente orgânico do osso é composto principalmente por fibras de colágeno tipo I, mas também é
possível identificar outras estruturas como glicosaminoglicanos sulfatados (condroitino-sulfato e queratan-sulfato). Estes
glicosaminoglicanos se ligam covalentemente formando os proteoglicanos curtos. Estes por sua vez se ligam ao ácido
hialurônico formando os compostos de agrecanos. É possível também identificar a presença de glicoproteínas
(osteocalcina, osteopontina e sealoproteína).
CÉLULAS OSTEOPROGENITORAS
As células osteoprogenitoras são originárias das mesenquimatosas embrionárias, elas têm a capacidade de
realizar mitose e se diferenciar em osteoblastos. Em condições de baixa de oxigênio, essas células podem diferenciar-se
em células condroblásticas. As células osteoprogenitoras são mais abundantes no período de crescimento ósseo
intenso.
OSTEOBLASTOS
Os osteoblastos são produzidos a partir da
diferenciação das células osteoprogenitoras, sua principal
função é a secreção de matriz óssea orgânica (fibras
colágeno tipo I, proteoglicanos, glicosaminoglicanos).
Estão localizados na superfície dos ossos como células
colunares ou cuboides (semelhante a um arranjo de
epitélio simples). Além disso, os osteoblastos lançam
prolongamentos curtos que entram em contato para
formar as junções comunicantes.
Ao fazer a exocitose da matriz óssea, os
osteoblastos vão se envolvendo por essa matriz, ficando
situados em regiões denominadas lacunas, para formar os
osteócitos.
A maior parte da medula óssea vai ser calcificada
entre a matriz e os osteoblastos formando-se uma
camada delgada que os separam: o osteoide.
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Essas células possuem receptores ainda para hormônios paratireoidianos. Quando esse hormônio se liga aos
receptores, as células secretam ligante osteoprotegerina (OPGL), um fator indutor da diferenciação dos
préosteoclastos em osteoclastos, como o fator osteoclastoestimulante, que ativa os osteoclastos a reabsorverem ossos.
OSTEÓCITOS
Os osteócitos são células ósseas maduras derivadas dos osteoblastos que ficaram aprisionados dentro das
lacunas (um osteócito apenas por lacuna) da matriz extracelular calcificada. Das lacunas, irradiam canalículos que
abrigam os prolongamentos citoplasmáticos dos osteócitos. Esses prolongamentos entram em contato entre si,
formando junções comunicantes, permitindo a comunicação de íons e pequenas moléculas.
Os osteócitos são essenciais para a produção da matriz óssea, e sua morte é seguida por reabsorção da matriz.
OSTEOCLASTOS
São células gigantes e multinucleadas derivadas de um precursor na
medula óssea comum com os monócitos: a célula progenitora granulócita
macrófago. Os osteoclastos desempenham papel na reabsorção óssea
(participam dos processos de remodelação dos ossos) e estão localizadas
nas lacunas de Howship. Um osteoclasto está dividido em 4 regiões:
Zona Basal: maior concentração de organelas. Está mais distante
das lacunas de Howship.
Borda Ondulada: é a parte da célula responsável pela reabsorção
óssea. Ela possui projeções digitiformes, fazendo-a mudar
continuamente de forma ao se projetarem, formando o
compartimento subosteoclástico.
Zona Clara: está localizada na periferia da borda ondulada. Possui
muitos filamentos de actina que formam o anel de actina,
contribuindo para as integrinas da plasmalema da zona clara manter
contato com a periferia óssea da lacuna de Howship.
Zona Vesicular: está localizada entre a zona basal e a borda ondulada. É rica em vesículas endocíticas e
exocíticas que transportam enzimas lisossômicas para o compartimento subosteoclástico.
ESTRUTURA DO OSSO
Os ossos são classificados de acordo com sua forma anatômica
Ossos Longos: Corpo situado entre duas cabeças. Ex: Tíbia
Ossos Curtos: Possuem aproximadamente mesma largura e comprimento. Ex: Ossos do Carpo
Ossos Chatos: São achatados delgados semelhantes a placas. Ex: Ossos da caixa Craniana
Ossos Irregulares: Tem forma irregular. Ex: Esfenoide e Etmoide
Ossos Sesamoides: Formam-se dentro de tendões. Ex: Patela
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A superfície articular dos ossos é revestida por cartilagem hialina, altamente polida, que reduz a fricção dos
ossos que se articulam. A placa epifisária e a metáfise são responsáveis pelo crescimento do osso em comprimento.
A diáfise é coberta pelo periósteo exceto nos tendões e onde os músculos se inserem no osso e na superfície
articular dos ossos. O periósteo é formado por tecido conjuntivo denso não-modelado, rico em fibras colágenas e são
fixas nos ossos pelas fibras de Sharpey. A camada externa ajuda a distribuir o suprimento sanguíneo enquanto a
camada celular interna possui células osteoprogenitoras e osteoblastos.
OBSERVAÇÕES MICROSCÓPICAS
Na observação microscópica é possível identificar dois tipos de ossos: Primário e secundário.
Primário (Imaturo / não lamelar): é o primeiro osso a se formar durante o desenvolvimento fetal e durante a
reparação óssea. Ele é rico em osteócitos e em feixes de colágeno não modelado, que, mais tarde serão
substituídos por osso secundário.
Secundário (maduro / lamelar): é osso maduro composto por lamelas paralelas ou concêntricas. Nesses ossos
apresentam trabéculas que se ligam com lacunas vizinhas formando uma rede de canais intercomunicantes, que
facilitam o fluxo de nutrientes hormônios, íons e produtos do catabolismo dos e para os osteócitos.
HISTOGÊNESE DO OSSO
Durante o desenvolvimento embrionário, a formação do osso pode ocorrer de duas maneiras: intramembranosa
ou endocondral.
O primeiro osso a se formar é o osso primário, que mais tarde será reabsorvido e substituído pelo secundário,
que permanece por toda vida e é reabsorvido lentamente.
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5) Os osteoblastos escavam furos no colar ósseo, permitindo que um botão periósteo, composto por células
osteoprogenitoras, células hematopoiéticas e vasos sanguíneos penetrem nas cavidades dentro do molde da
cartilagem.
6) As células osteoprogenitoras diferenciam-se em osteoblastos, que passam a secretar matriz óssea formando
um complexo cartilagem calcificada/osso calcificado.
7) Os osteoclastos começam a reabsorver o complexo dilatando a cavidade da medula. Com a continuação
desse processo, a diáfise da cartilagem é substituída por osso, exceto nas placas epifisárias.
CALCIFICAÇÃO ÓSSEA
A calcificação começa quando há deposição de fosfato de cálcio sobre a fibrila de colágeno. Esta calcificação é
estimulada por alguns proteoglicanos e pela osteonectina.
2+ 3-
Os osteoblastos liberam vesículas contendo íons Ca e PO 4, cAMP, ATP, pirofosfatase, proteínas ligantes de
2+
cálcio e fosfosserina. A membrana da vesícula da matriz possui numerosas bombas de cálcio, que transportam íons Ca
para dentro da vesícula. Com o aumento da concentração desse íon, ocorre cristalização e o cristal de hidroxiapatita em
crescimento rompe a membrana estourando a vesícula da matriz, liberando seu conteúdo.
A alta concentração de hidroxiapatita de cálcio, liberada pelas vesículas, agem como ninhos de calcificação, e
juntamente com a presença de fatores de calcificação e proteínas ligantes de cálcio, promove a calcificação da matriz.
REMODELAÇÃO ÓSSEA
No adulto, a formação e a reabsorção de osso permanecem em equilíbrio, enquanto o osso é remodelado para
atender às forças aplicadas sobre ele. Entretanto, o osso cortical e o osso esponjoso não são remodelados da mesma
maneira, pois os osteoblastos e as células osteoprogenitoras do osso esponjoso estão contidos dentro dos limites da
medula óssea, e por isso, estão sob influencia direta das células da medula.
A estrutura interna do osso adulto é remodelada continuamente com novo osso sendo formado e o osso morto
ou o que está morrendo, sendo absorvidos. Este processo está relacionado aos seguintes fatos:
Os sistemas de Havers são substituídos continuamente.
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O osso precisa ser reabsorvido em uma área e ser adicionado em outra para adequar-se às mudanças das
tensões exercidas sobre ele (peso, postura, fraturas, etc.).
OBS: as lamelas intersticiais observadas no osso adulto são restos de sistemas de Havers remodelados.
FRATURAS
Após uma lesão, osso sofre uma séria de processos de reparo (formação óssea intramembranosa e endocondral)
responsável pela volta de sua integridade.
A) Vasos sanguíneos são rompidos perto da fratura e a hemorragia causada é a responsável pela formação de
um coágulo de fibrina, interrompendo o suprimento vascular.
B) O coágulo sanguíneo que preenche o local da fratura é invadido por pequenos capilares e por fibroblastos
provenientes do tecido conjuntivo circundante, havendo a formação de tecido de granulação e a migração de
células inflamatórias é intensa. Além disso, há a liberação de mediadores químicos e fatores de crescimento.
C) O coágulo é invadido por células osteoprogenitoras provenientes do endosteo, formando um calo de osso
trabecular. A camada mais profunda das células osteoprogenitoras em proliferação se diferenciam em
osteoblastos e começam a produzir um colar ósseo, aderindo-se ao osso morto. Outras células
osteoprogenitoras (com pouca oxigenação) se diferenciam em condroblastos, gerando uma camada
intermediária de cartilagem.
D) Toda a cartilagem recém-formada passa a ser substituída por osso primário formado por ossificação
endocondral, unindo os fragmentos de ossos por pontes de osso esponjoso, sendo necessário remodelar o local
da lesão. Com isso, há substituição do osso primário por secundário e o desaparecimento do calo. Todo o osso
morto acaba sendo reabsorvido por osteoclastos e substituído por osteoblastos que invadiram a região.
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www.medresumos.com.br Arlindo Ugulino Netto; Rayza Prado ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA LOCOMOTOR
Nanismo: retardo do crescimento em crianças com deficiência de vitamina D, sem a qual, a mucosa intestinal não
absorve cálcio.
Gigantismo: crescimento exagerado dos ossos em crianças.
Acromegalia: ocorre nos adultos com excesso de secreção de somatotrofina, causando um espessamento
anormal dos ossos.
Osteoporose: diminuição da massa óssea devido à queda dos níveis de estrógeno, diminuindo a atividade de
osteoblastos. Com isso, a reabsorção óssea por meio dos osteoclastos passa a ser maior.
Raquitismo: ocorre em crianças com deficiência em vitamina D. Distúrbios na calcificação das cartilagens, ossos
deformados.
Osteomalácia: deficiência de vitamina D em adultos.
Tumores ósseos:
Condromas (benigno)
Condrossarcomas (maligno)
Osteomas (benigno)
Osteossarcomas (maligno)
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