O Mundo em Conflito
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1º GUERRA MUNDIAL
E REVOLUÇÃO RUSSA
CURITIBA 2023
Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito armado que ocorreu entre 1914 e 1918,
envolvendo várias nações ao redor do mundo. Foi um dos conflitos mais devastadores
da história, com um grande número de mortes e um impacto profundo na política,
sociedade e economia global.
A guerra teve início quando o arquiduque Franz Ferdinand, herdeiro do trono do
Império Austro-Húngaro, foi assassinado em Sarajevo, em 28 de junho de 1914. Esse
evento desencadeou uma série de alianças e tensões exacerbadas entre as potências
europeias, levando ao conflito generalizado.
As forças dos Aliados, lideradas pelo Reino Unido, França e Rússia, enfrentaram as
Potências Centrais, formadas pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e o
Império Otomano. O conflito foi caracterizado por trincheiras, batalhas de desgaste e
o uso de novas tecnologias, como tanques, aviões e armas químicas.
A guerra teve consequências devastadoras, resultando em milhões de mortes, lesões e
deslocamentos em massa de pessoas. Além disso, teve um impacto duradouro na
geopolítica mundial, levando a transformações políticas, incluindo o colapso de
impérios e a criação de novos países.
A Primeira Guerra Mundial foi um divisor de águas na história, marcando o fim de uma
era e o início de uma nova ordem mundial. Suas consequências reverberam até hoje,
influenciando os eventos e as relações internacionais.
Com a entrada da Rússia na Primeira Guerra (1914-1917), a situação só piorou. Vários soldados
desertaram, oficiais passaram a conspirar contra o czar e este foi deposto através da Revolução de
Fevereiro de 1917.
Embora tenham abolido a monarquia, muitos revolucionários achavam que não era suficiente.
Assim, um novo golpe é dado, desta vez pelos bolcheviques e camponeses, que instituem um
regime mais próximo ao socialismo através da Revolução de Outubro.
Antecedentes
A Rússia vivia sob o modelo Czarista, uma monarquia absolutista associada
à autocracia. Este modelo era sustentado pela nobreza rural (aristocracia) e tinha
apoio do clero ortodoxo. O “Czar” era o rei e este título veio de uma adaptação da
palavra “César”, usada no Antigo Império Romano.
O sistema russo era baseado na produção agrícola feudal e estava iniciando
a primeira fase de industrialização. Além disso, abrigava a maior população da Europa,
que vivia em pobreza porque os senhores das terras cobravam altos impostos em
troca de proteção militar.
O sucessor de Alexandre III, Nicolau II, facilitou a entrada de capitais estrangeiros para
promover a industrialização e mudanças na infra-estrutura, mas somente nos centros
urbanos populosos. Com as más condições de trabalho, o socialismo ganhou
força e surgiram os Sovietes, uma organização trabalhista marxista.
Haviam inúmeras revoltas violentas nas ruas e o Czar mandou reprimi-las também
com violência. O estopim foi quando uma marcha coletiva e pacífica se dirigiu ao
palácio e foi baleada pela guarda imperial. Este episódio ficou conhecido
como Domingo Sangrento.
Nicolau já estava muito impopular pois a Rússia estava perdendo a Primeira Guerra
Mundial. As medidas repressivas de movimentos sociais só o tornaram ainda mais
rejeitado pelo povo.
No campo, reinava uma forte tensão social devido à grande concentração de terras na
mão da nobreza. A Rússia foi o último país a abolir a servidão, em 1861, e em muitos
lugares continuava-se com o sistema de produção feudal.
A reforma agrária promovida pelo czar Alexandre II (1855-1881) pouco adiantou para
aliviar as tensões no campo. O regime czarista reprimia a oposição e a Ochrana, polícia
política, controlava o ensino, a imprensa e os tribunais.
O Partido Operário Social-Democrata Russo era crítico com a política do país. Porém,
havia divergências em como solucionar os problemas da Rússia. Isto acabou por dividi-
lo em duas correntes:
A maior parte dos militares aderiu aos revolucionários e força a abdicação do czar
Nicolau II, em fevereiro de 1917.
Revolução de Fevereiro (Revolução Branca)
Em fevereiro de 1917, o czar abdicou de todo o seu poder, após tantos problemas,
como crise econômica, derrotas em batalhas importantes e reiteradas manifestações
da população durante anos. Assumiu, então, o Governo Provisório, que funcionou
como um Parlamento liberal europeu.
À frente desse governo estava Alexander Kerenski, que era socialista, porém,
reformista (menchevique, como vimos). Esse período é chamado de República da
Duma, Revolução de Fevereiro, Revolução Branca ou ainda Revolução Menchevique.
Entretanto, a Rússia não tinha saído da guerra, e as pessoas ainda passavam fome,
logo, seriam necessárias outras mudanças. Com isso, a oposição bolchevique se
fortaleceu nos sovietes. Liderada por Lenin e Trotsky, sob o lema “pão, paz e terra”,
indicava, além da saída da guerra, a redistribuição (expropriação e divisão) das
grandes propriedades de terra, a fim de ajustar o fornecimento interno de comida
para a população.
O primeiro ato importante do novo governo foi retirar a Rússia da guerra. Para isso,
em fevereiro de 1918, foi assinado o Tratado de Brest-Litovsk com as Potências
Centrais.
Este determinava a entrega da Finlândia, Países Bálticos, Polônia, Ucrânia e
Bielorrússia, além de distritos no Império Otomano e na região da Geórgia.
Os quatro primeiros anos de governo bolchevique foram marcados por uma guerra
civil que abalou profundamente o país.
O Exército Vermelho, criado por Leon Trotsky, derrotou o Exército Branco, formado
por nobres e burgueses, garantindo a permanência dos bolcheviques no poder. A
revolução estava salva, mas a paralisação econômica era quase total.
Para restaurar a confiança no governo, foi criada a NEP (Nova Política Econômica), que
permitia a entrada de capital estrangeiro e o funcionamento de empresas particulares.
A aplicação da NEP resultou no crescimento industrial e agrícola da Rússia.
Derrotado, Trotsky foi expulso do país e, em 1940, foi morto na cidade do México, por
um assassino a serviço de Stalin. Sob seu governo, a URSS conheceu uma das mais
violentas ditaduras da história, ao mesmo tempo que passava por um crescimento
econômico vertiginoso.
Durante a II Guerra Mundial, o país seria um dos principais inimigos do nazismo, aliado
dos Estados Unidos e do Reino Unido.
A Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial em 1914, com o objetivo de proteger seus
interesses na Europa Oriental e ganhar prestígio internacional. No entanto, a
participação russa na guerra exacerbou os problemas já existentes no país.
Em primeiro lugar, a Rússia enfrentava uma grave crise econômica antes mesmo do
conflito. O país era predominantemente agrário, com uma economia atrasada em
relação às potências industriais ocidentais. A guerra agravou essa situação, pois houve
uma demanda crescente por alimentos e recursos, levando à escassez e ao aumento
dos preços. Além disso, muitos trabalhadores e camponeses foram convocados para o
serviço militar, o que levou à escassez de mão de obra e à queda na produção.
Em segundo lugar, a guerra expôs a fraqueza do governo czarista, liderado pelo czar
Nicolau II. A administração czarista era autoritária, ineficiente e corrupta, com
instituições políticas e sociais antiquadas. A participação na guerra exacerbou a
insatisfação popular com o governo, uma vez que os russos enfrentaram grandes
perdas humanas e econômicas no conflito.
GLOSSÁRIO
Pangermanismo: Movimento que defendia a união de povos germânicos da Europa.
Pan-eslavismo: Movimento de defendia a união de povos eslavos da Europa.
Tríplice Aliança: Aliança militar formada entre Alemanha, Itália e Austria-Hungria, com
o objetivo de combater a Tríplice Entente.
Tríplice Entente: Aliança militar formada por Inglaterra, França e Rússia, com o objetivo
de derrotar a Tríplice Aliança.
Duma: Parlamento russo da época.
Soviete: Assembleia de operários, camponeses e soldados.
Domingo Sangrento: Episódio onde operários fizeram uma manifestação em frente ao
Palácio de Inverno e soldados mataram mais de mil pessoas.
Revolução de Fevereiro de 1917: Com a ajuda de militares, conseguiram a abdicação
do czar Nicolau II e formaram o Governo Provisório.
Revolução de Outubro de 1917: Os bolcheviques conseguiram implantar o socialismo
na Rússia.