Apostila 09

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Apostila 09

Estudo sobre o Ecumenismo, com 23 paginas, dividida em 08 partes sobre a Teologia sobre o
Ecumenismo:
Parte I
Ecumenismo Religioso
É a tentativa de aproximar as grandes diferentes religiões do mundo. Essa aproximação
vai desde cooperação em missões e ação social e política, até união e fusão de credos. A
iniciativa tem sido principalmente de órgãos protestantes. maior deles é o Concílio
Mundial de Igrejas (CMI). A filosofia que permite o CMI fazer esta tentativa é o pluralismo.
Como o nome já indica, essa filosofia defende a pluralidade da verdade, ou seja, que não
existe uma verdade absoluta, mas sim verdades diferentes para cada pessoa. Esse
conceito é ambíguo, mas definitivamente já faz parte integrante da nossa cultura
presente. Ele acredita que seja possível o relacionamento de pessoas com crenças e
ideologias diferentes, sem que um tenha de sujeitar suas convicções ao domínio do outro.
A idéia de converter alguém às suas próprias convicções é politicamente incorreto. A
chave está na valorização da negociação e da cooperação em lugar de se tentar provar
que se está certo ou errado.

O pluralismo religioso, por sua vez, prega o abandono da "arrogância" teológica do


cristianismo, nega que exista verdade religiosa absoluta, e exalta a experiência religiosa
individual como critério último para cada um. A idéia de cristãos tentarem converter
pessoas de outra fé ao cristianismo é absurda. O tema da salvação em outras religiões foi
discutido recentemente na Assembléia Geral do Concílio Mundial de Igrejas. O relatório
apresentado trouxe debate considerável. As conversas se arrastam sem produzir
qualquer progresso claro.

Uma consulta teológica sobre a salvação na Suíça patrocinada pelo CMI, composta por

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25 teólogos, trouxe as seguintes conclusões:

1) Através da história, pessoas tem encontrado a Deus no contexto de várias religiões e


culturas diferentes.

2) Todas as tradições religiosas são ambíguas (inclusive o cristianismo), isto é, uma


combinação do que é bom e do que é ruim.

3) É necessário progredir além de uma teologia que confina a salvação a um


compromisso pessoal explícito com Jesus Cristo.

Em algumas denominações o pluralismo tem sido proposto como filosofia oficial, como na
Igreja Metodista Unida, dos Estados Unidos.

No momento, o ecumenismo religioso não vai indo bem. No último encontro do CMI, o
assunto progrediu quase nada. O que agora estão pensando é cooperação em áreas
sociais apenas, enquanto que cada religião mantém sua individualidade. Parece que o
sonho de uma religião mundial única está acabando.

Ecumenismo Cristão
Este tipo de ecumenismo tenta a aproximação entre os grandes ramos da cristandade, ou
seja, a Igreja Católica, a Igreja protestante, e a Ortodoxa, e entre os diversos ramos
protestantes entre si. Algum progresso existe. A liderança da Igreja Episcopal e da Igreja
luterana Evangélica na América concordou, depois de duas décadas de negociar, darem
comunhão entre si, reconhecer os cleros e ordenar bispos em conjunto. Cada grupo
retém sua autonomia. A liderança de oito denominações protestantes alcançaram acordo
preliminar sobre as suas igrejas, formando uma "comunhão de convenção" na qual cada
denominação iria, embora ainda autônoma, aceitar os ministros e sacramentos dos
outros.

Os católicos romanos continuam dialogando bilateralmente com luterano, líderes da igreja


Anglicana, e Ortodoxos em um esforço para achar solo teológico comum. Até mesmo
algumas igrejas Pentecostal que tendem a ser anti-ecumênico parecem propensas para
relações mais abertas. A Igreja Cristã (os Discípulos de Cristo, denominação americana
com mais de 1 milhão) entrou para a história ecumênica de protestantes e católicos em
sua Assembléia Geral em agosto elegendo Monsenhor Philip Morris, padre católico
romano, como membro votante da sua Comissão Executiva.

Ecumenismo Evangélico

É a tentativa de aproximação entre igrejas evangélicas, a nível de cooperação em


atividades evangelísticas e sócio-políticas, e mesmo de fusão organizacional. Por
exemplo, a cooperação interdenominacional de igrejas e ministros--muitos dos quais não
estariam interessados no ecumenismo cristão ou religioso - que se unem para patrocinar
uma cruzada de Billy Graham. Vale lembrar que o número de denominações diferentes
chegou a 22.000 em 1985 e continua crescendo a uma taxa de cinco novas todas as
semanas. Muitas igrejas conservadoras permanecem opostas a esforços ecumênicos por
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causa da teologia liberal e da agenda de trabalho políticos dos conselhos nacionais e
mundiais que geralmente estão por detrás destes esforços.

Parte II
O ECUMENISMO E O SANGUE DOS MÁRTIRES - VIII
Todos os não católicos do planeta foram representados pelos Sérvios Ortodoxos da
Croácia, cujos nomes estão escritos com letras maiúsculas na história da Iugoslávia.
Incluem-se também nessa avaliação os mártires do Tribunal do Santo Ofício (Inquisição).
Entre eles e os protestantes de hoje e de ontem há algo em comum: rejeitamos a Igreja
Católica como único caminho de salvação, como detentora do monopólio da salvação,
única e verdadeira Igreja de Cristo. Não se trata de algum tipo de agressão, mas de um
direito que temos de escolher. A ICAR exerce o mesmo direito quando rejeita as
comunidades protestantes, alegando que estas não são guardiãs da verdade cristã e que
estão alijadas do Corpo de Cristo. Esta formal e indisfarçável agressão aos “irmãos
separados” constitui um obstáculo insuperável à plena realização do ecumenismo cristão.
O esforço ecumênico poderá continuar por muitas décadas, apesar da Dominus Iesus,
apesar dos mártires. Porém, por unanimidade de opinião, os passos serão sempre lentos,
cautelosos e difíceis. (13.05.2003)

Parte III
O ECUMENISMO E O SANGUE DOS MÁRTIRES - VII
INQUISIÇÃO NA CROÁCIA
É muito comum referirmo-nos aos dez séculos de Inquisição – a Idade das Trevas - como
a única e mais cruel máquina de extermínio de não católicos e de conversão forçada, em
que acatólicos foram perseguidos, torturados e mortos. Recordemos que passados mais
de duzentos anos do famigerado Santo Ofício milhares de não católicos foram dizimados
na Croácia – os Sérvios Ortodoxos – sob a aquiescência e omissão da Hierarquia
Católica. Ali esteve em operação o espírito da Inquisição. “A magnitude da carnificina
pode ser melhor avaliada pelo fato de que dentro dos primeiros meses, de abril a junho
de 1941, 120.000 pessoas pereceram. Proporcionalmente, à sua duração e a pequenez
do território, foi este o maior massacre já acontecido em qualquer lugar no ocidente,
antes, durante e após o maior cataclisma do século – a II Guerra Mundial (The Vatican´s
Holocaust – Avro Manhattan (1914-1990), 1986.

A ferocidade foi de tal monta que os “nazistas ficaram horrorizados”. A bestialidade


suplantou “tudo que fora experimentado na Alemanha de Hitler”. Mônica Farrell, uma
ex-católica romana, relata em seu livro Ravening Wolves (Lobos Vorazes), citada por
Mary Schultze, em “Conspiração Mundial”:

“Este é um registro das torturas e assassinatos cometidos na Europa entre 1941/43, pelo
exército de ativistas católicos, conhecido como Ustashi [organização terrorista], liderado
por monges e padres e do qual até mesmo freiras participaram. As vítimas sofreram e
morreram por causa da liberdade de consciência. O mínimo que podemos fazer é ler os
registros de seus sofrimentos e guardar na lembrança o que aconteceu, não na Idade
Média, mas na nossa própria geração iluminada. Ustashi é outro nome da Ação Católica”.

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O novo Estado Independente da Croácia, agindo em conexão com o nazismo de Hitler,
da forma mais cruel e repugnante perseguiu, trucidou, torturou e matou mais de um
milhão de pessoas em pouco tempo.

A PARTICIPAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA


Tudo começou no dia 10 de abril de 1941, quando foi proclamado o Estado Independente
da Croácia, como resultado do triunfo do exército alemão que já havia entrado no país.
Na verdade estava nascendo o Novo Estado Católico, sob a liderança espiritual do
Arcebispo Stepinac. Diz Avro Manhattan:

“Naquele mesmo dia, os jornais de Zagreb [capital] veicularam anúncios com o objetivo
de que todos os residentes ortodoxos sérvios do novo Estado Católico deveriam evacuar
a cidade dentro de 12 horas; e qualquer que colaborasse com um Ortodoxo seria
imediatamente executado.
No dia 13 de abril, Ante Pavelic, governante do Novo Estado, chegou a Zagreb
procedente da Itália. No dia seguinte, o arcebispo Stepinac foi encontrá-lo pessoalmente
e o congratulou pelo cumprimento da obra de sua vida. Qual era a obra da vida de
Pavelic? A criação da tirania fascista mais impiedosa de todos os tempos para desonrar a
Europa”.

A História revela que a conexão Igreja-Estado sempre produziu uma máquina poderosa,
pronta para cercear a liberdade de consciência. Em 28.06.1941, o Arcebispo Stepinac
abençoou e aprovou o novo governo com as seguintes palavras: “Enquanto o saudamos
cordialmente como Chefe do Estado Independente da Croácia, imploramos ao Senhor
dos Astros que lhe dê as bênçãos divinas como líder do nosso povo”. Pavelic, o novo
líder, “era o mesmo homem sentenciado à morte por assassinatos políticos; uma vez
pelos tribunais iugoslavos, pela morte do Rei Alexandre I, e outra, pelos franceses, pela
morte do Ministro Francês do Exterior, Barthou”.

O Vaticano ficou mais vinculado ainda ao Novo Estado Fascista quando membros da
Hierarquia Católica foram eleitos para o SABOR (parlamento totalitarista), dentre eles o
Arcebispo Stepinac. Avro Manhattan revela que “todos os oponentes em potencial –
comunistas, socialistas, liberais - foram banidos ou aprisionados. Uniões comerciais
foram abolidas, a imprensa foi paralisada, a liberdade da fala, de expressão e
pensamento tornaram-se coisa do passado. Todo esforço foi feito no sentido de forçar a
juventude a se filiar às formações para-militares, enquanto as crianças eram moldadas
pelos padres e freiras. O ensino católico, os objetivos católicos, e os dogmas católicos
tornaram-se compulsórios em todas as escolas. O Catolicismo foi proclamado como
religião oficial do Estado”.

A participação da Igreja Católica no novo Estado torna-se ainda mais evidente quando
sabemos que “o primeiro Comandante Ustashi no Distrito de Udbina foi o frade
franciscano Mate Mogus. No comício de 13.06.41, em Udbina, ele fez esta homilia: `olhai,
povo, para estes dezesseis bravos Ustashis, que têm 16.000 balas e matarão 16.000
Sérvios...”; Em Dvor na Uni, o Pe. Anton Djuric, fez um diário de suas atividades, como
funcionário da Ustashi. O diário mostra que sob suas ordens a Ustashi derrubou e
incendiou a Vila de Segestin, onde 150 Sérvios foram assassinados...”.
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O plano diabólico aprovado por Pavelic, conforme declaração dos Ministros da Ustashi,
era o seguinte: “Todos os que entraram em nosso país há 300 anos atrás devem
desaparecer... a nova Croácia se livrará de todos os Sérvios em seu meio, a fim de se
tornar cem por cento católica, dentro de dez anos...mataremos uma parte dos sérvios,
levaremos outra para fora e o resto será forçado a abraçar a religião católica romana...o
Estado Independente da Croácia não pode nem deseja reconhecer a Igreja Ortodoxa
Sérvia”

Não é válido defender Stepinac com a alegação de que ele pretendia defender a
Iugoslávia do comunismo, a julgar que o nazismo seria algo um pouco melhor. Nada
justifica o apoio irrestrito ao sanguinário governo de Pavelic.

CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO
Leiam o que está escrito em “O Holocausto do Vaticano”:

“Os representantes da única `Igreja verdadeira´ não apenas conheciam tais horrores,
como alguns deles eram autoridades nesses mesmos campos e até haviam sido
condecorados por Ante Pavelic. Como exemplo, temos o Pe. Zvonko Brekalo, do campo
de concentração de Jasenovac, que foi condecorado pelo próprio líder com a “Ordem do
Rei Zvonimir”. O Pe. Grge Blazevitch, assistente do comandante do campo de
Bozanski-Novi; o irmão Tugomire Soldo, organizador do massacre dos Sérvios, em 1941.
E outros mais”. Nesse tempo, estava no comando da Igreja Católica o papa Pio XII
(1876-1958), pontífice de 1939 a 1958.

Tais campos de concentração estavam sob a supervisão direta de Pavelic. Aos ustashis
cumpria enviar para os campos as pessoas não confiáveis, que eram sumariamente
liquidadas. Vejamos apenas uma pequena descrição dos horrores:

“Em março de 1943 os internos do campo de Djakovo foram propositadamente infectados


com tifo, causando a morte de 567 pessoas; em 15.09.41, a mesma coisa aconteceu no
campo de Jasenovac, chegando a 600/700 o número de mortos; no campo de Stara
Gradiska, 1.000 mulheres foram mortas; dos 5.000 Sérvios Ortodoxos levados para o
campo de Jasenovic, no final de agosto de 1942, 2.000 foram mortos a caminho, os
restantes transferidos para Gradina, onde, em 28.08.41, foram mortos a marteladas; no
campo de Krapje, em outubro de 1941, 4.000 pessoas foram assassinadas, enquanto no
campo de Brocice,em novembro de 1941, 8.000 tiveram o mesmo destino; de dezembro
de 1941 a fevereiro de 1942, em Velika Kosutanica e Jasenovac, mais de 40.000 Sérvios
Ortodoxos trazidos dos vilarejos das fronteiras da Bósnia, foram exterminados, inclusive
2.000 crianças; em 1942, havia cerca de 24.000 crianças, somente no campo de
Jasenovac, das quais 12.000 foram assassinadas a sangue frio. Uma grande parte das
restantes, tendo sido mais tarde liberada diante da pressão da Cruz Vermelha
Internacional, pereceu aos montes, de intensa debilidade física. Em destas crianças,
acima de 12 meses, morreram após saírem do campo por causa de soda cáustica
adicionada à alimentação; o Dr. Katicic, Presidente da Cruz Vermelha, por haver
denunciado ao mundo o extermínio em massa das crianças, foi internado no campo de
concentração de Stara Gradiska, por ordem de Pavelic; na primavera de 1942, no desejo
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de imitar os campos nazistas da Alemanha e da Polônia, pessoas foram cremadas ainda
vivas, simplesmente empurrando-as para dentro dos fornos previamente aquecidos”.

BEATIFICAÇÃO
“Há dois anos [1998] João Paulo II beatificou o Arcebispo de Zagreb, Cardeal Alojzije
Stepinac, defensor da "limpeza étnica" implementada pelos católicos croatas nos anos
40, e prepara-se para fazer o mesmo em relação a Pio XII, o papa que pecou por
omissão. Com a palavra Settimia Spizzichino, a única judia romana que sobreviveu a
Auschwitz, depois de ser cobaia de Joseph Mengele:

"Voltei sozinha de Auschwitz [Cidade da Polônia, na província de Bielsko-Biala. Famosa


por abrigar o maior campo de concentração nazista durante a segunda guerra mundial].
Perdi minha mãe, duas irmãs, uma sobrinha e um irmão. Pio XII poderia ter nos alertado
para o que ia acontecer, poderíamos fugir de Roma e nos juntar aos guerrilheiros. Ele nos
jogou nas mãos dos alemães. Tudo aconteceu debaixo de seu nariz. Quando dizem que
o papa é como Jesus Cristo, sei que não é verdade. Ele não salvou uma única criança.
Não fez absolutamente nada." (O Estado de S.Paulo, 26.03.2000).

Sobre o assunto, li na Internet: “Decerto que o Papa pode beatificar e canonizar quem
quiser, mas a beatificação de alguém com um passado no mínimo nebuloso como o
Cardeal Stepinac [elevado a cardeal em 1953] é um insulto à memória de todos os que
foram assassinados pela Ustasha e pelo nazismo”.

Com a derrocada de Hitler, caiu por terra o sonhado Estado Católico da Croácia. Em 11
de outubro de 1946, a Suprema Corte em Zagreb condenou o Arcebispo Stepinac a 16
anos prisão em trabalhos forçados. As principais acusações, conforme consta do
processo, foram: 1) colaboração política com o inimigo e seus agentes; 2) convocação
dos sacerdotes católicos para colaborarem com os traidores, conforme circular distribuída
em 28.04.1941; 3) como presidente da Ação Católica e do congresso dos bispos
influenciou a imprensa católica, que fez propaganda do fascismo, elogiou Hitler e Pavelic,
e deu cobertura a todo o processo. Stepinac saiu da prisão antes do tempo previsto.

Não iremos descer aos detalhes das conversões forçadas de ortodoxos, que, diante do
poder da espada, temendo por sua vida e de seus familiares, submetiam-se aos
humilhantes ritos de iniciação ao catolicismo; também não faremos referência às crianças
órfãs, aos milhares, que foram expatriadas, raptadas e levadas para outros países;
colocadas em orfanatos dirigidos por padres e freiras, rebatizadas com nomes católicos,
crescendo sem o contato com seu grupo étnico e religioso original; não falaremos do
modo sanguinário, feroz e cruel como muitos Sérvios foram torturados e mortos,
enterrados vivos, sangrados, mutilados; das dezenas de templos ortodoxos que foram
destruídos ou transformados em salas destinadas às atividades ligadas ao catolicismo.
Avro Manhattan, em seu minucioso trabalho em The Vatican´s Holocaust, registra à guisa
de conclusão:

“Os massacres da Ustashi, todas as atrocidades cometidas por oficiais católicos, padres
ou monges, faziam parte de um esquema friamente calculado para a total eliminação das
massas ortodoxas, ativa e passivamente resistindo à sua absorção pela Igreja Católica no
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sentido de se tornarem ovelhas do seu rebanho. De fato, esta foi a política premeditada
pela hierarquia católica, agindo em favor do seu verdadeiro e único inspirador – o
Vaticano”.

Parte IV
O ECUMENISMO E O SANGUE DOS MÁRTIRES - VI
NOTA DA CNBB
“A Presidência e a Comissão Episcopal de Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil, em comunhão com o Papa João Paulo II que, no dia 18 de setembro de 2000,
reiterou "ser irrevogável o empenho da Igreja Católica para com o diálogo ecumênico",
por motivo da recente Declaração Dominus Iesus da Congregação para a Doutrina da Fé,
deseja reafirmar o seu compromisso ecumênico”.

“Manifesta a todos os cristãos a estima da Igreja Católica que os reconhece justificados


pela fé e incorporados a Cristo e os abraça com fraterna reverência e amor como "irmãos
no Senhor". Considera também que "suas igrejas de forma alguma são destituídas de
significação e importância no mistério da salvação" (Cf. UR). Acredita que o movimento
ecumênico, surgido entre os irmãos e irmãs de outras igrejas para restaurar a unidade de
todos os cristãos, é uma obra do Espírito Santo” (Dom Jayme Henrique Chemello,
Presidente; Dom Raymundo Damasceno Assis, Secretário-Geral).

A CNBB, que tem compromissos assumidos com a liderança das demais igrejas, com
vistas a um diálogo fraterno, manifestou-se favorável à continuidade desse entendimento.
Destoando das afirmações exclusivistas da Dominus Iesus, trata os fiéis das outras
igrejas como “irmãos no Senhor”. Trata-se de um paradoxo: a CNBB faz parte da
Hierarquia Católica; representa, por dever, o pensamento do Papa e segue as suas
diretrizes. Consideremos, porém, que a CNBB ficou numa situação desconfortável.

Mais uma nota fora do tom está na palavra ameaçadora do bispo Sinésio Bohn, conforme
notícia publicada no início dos anos 90:

“Espantado com o forte crescimento das “seitas” evangélicas no Brasil, os líderes da


Igreja Católica Romana têm ameaçado desencadear uma “guerra santa” contra os
protestantes, a não ser que eles parem de tirar o povo do domínio católico...Na 31a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil...o bispo Sinésio Bohn disse que os
evangélicos são uma séria ameaça à influência do Vaticano neste país. `Declaramos uma
guerra santa, não duvidem´, anunciou ele. `A Igreja Católica – disse o bispo – dispõe de
uma poderosa estrutura e quando nos mexermos esmagaremos qualquer um que se
colocar em nossa frente...´ Conforme Bohn – diz a nota – tal guerra santa pode ser
evitada, desde que 13 grandes denominações protestantes assinem um acordo...[o qual]
requereria que os protestantes cessassem com todos os esforços evangelísticos no
Brasil. Ele disse ainda que, em troca, os católicos concordariam em parar com todo tipo
de perseguição aos protestantes” (Revista Charisma, maio de 1994, citação de Dave
Hunt, A Mulher Montada na Besta (A Woman Rides the Beast) vol 1, 2001, p. 10,
tradução de Mary Schultze e Jarbas Aragão).

O mínimo que podemos dizer dessas palavras é que são arrogantes. Evangelizar, para os
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evangélicos, é o mesmo que respirar. São trinta milhões de pregadores da Palavra, noite
e dia, por todo esse Brasil. Convidamos as pessoas para aceitarem a Cristo Jesus como
Senhor e suficiente Salvador. “As armas da nossa milícia não são carnais, mas sim
poderosas em Deus, para destruição das fortalezas” (2 Co 10.4).

O romanismo precisa entender que o tempo das conversões forçadas ficou para trás.
Esse tipo de conversão à força da espada só funciona nos governos fascistas, quando
clero e Estado entram em acordo para oprimir, exterminar, coagir e impedir o livre
exercício da liberdade religiosa. Essa força-tarefa funcionou durante mais de mil anos
com a famigerada Inquisição; funcionou nos 500 anos de perseguição sistemática aos
judeus; obteve “êxito” na Iugoslávia (Croácia), durante a Segunda Guerra Mundial, para
deter o avanço da Igreja Ortodoxa; neste massacre colossal, 400 sacerdotes ortodoxos
foram enviados a campos de concentração e 700 foram mortos; vinte e cinco por cento
dos mosteiros e igrejas ortodoxas foram destruídos; em quatro anos (1941/1945) de
massacre, 850.000 membros da Igreja Ortodoxa pereceram, além de 30.000 judeus e
40.000 ciganos; a mesma força-tarefa funcionou no esforço de catolizar o Vietnã do Sul,
quando da perseguição de milhares de budistas, a partir de 1963; funcionou bem no
Equador, em razão da Concordata de 1862, pela qual o catolicismo romano se
estabeleceu como religião estatal, proibido qualquer outro tipo de crença; a força-tarefa
funcionou em 1948 na Colômbia, tempo em que muitos não católicos foram
assassinados, centenas de igrejas evangélicas queimadas e escolas protestantes
fechadas.

Embora o espírito inquisitorial continue em atividade, já não surtem efeito no Brasil as


ameaças de excomunhão; a espada não pode ser usada e as beatificações não
conseguem evitar que os brasileiros ouçam a Palavra e busquem ao Deus vivo.

O SANGUE DOS MÁRTIRES


Um dos obstáculos à concretização do sonho ecumênico, na amplitude desejada, não
reside apenas nas diferenças doutrinárias, nos descaminhos que se foram somando ao
longo dos séculos na Igreja Católica, na irreversibilidade das decisões pontifícias e
conciliares. Apesar dos tímidos pedidos de perdão, em face de alguns erros cometidos
por infalíveis papas, a Hierarquia Católica por muitos séculos ainda, e até o fim dos
tempos gastará muita tinta para minimizar os estragos que sofreu em razão de seus
erros.

Ocorre que o sangue os mártires produziu uma nódoa indelével na memória dos povos.
Embora haja perdão nos corações, a História não pode ser apagada. Centenas de livros
e artigos na internet e nas livrarias expõem a maldita chaga das Cruzadas, da Inquisição
na idade das trevas; da Inquisição na Croácia e no Vietnã do Sul; dos acordos com
governos fascistas. A Igreja Católica já foi julgada pela História. O derradeiro julgamento,
impossível de ser evitado, porque diante dele todo joelho se dobrará, será o do Tribunal
do Grande Trono Branco.

Parte V
O ECUMENISMO E O SANGUE DOS MÁRTIRES - V

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Há apenas nove anos, no dia 29 de março de 1994, após exaustivo planejamento e
cuidadoso exame, líderes católicos e evangélicos americanos assinaram uma declaração
conjunta intitulada “Evangélicos e Católicos Unidos - A Missão Cristã no Terceiro Milênio”.
Foi um evento significativo na história da cristandade. Dave Hunt, em “A Mulher Montada
na Besta” , ressalta com propriedade que, apesar de a declaração coletiva ter levado em
conta algumas diferenças básicas entre
católicos e evangélicos, a mais importante não mereceu qualquer atenção, ou seja, o que
significa ser cristão nas duas crenças.

Bastaria colocar em pauta o conceito de cristão para que não houvesse qualquer acordo.
Como vimos nos pronunciamentos oficiais do catolicismo, cristão é o que está filiado à
Igreja Católica. Basta preencher a ficha de inscrição, ser batizado e participar dos
sacramentos. Agora, depois de quase uma década, o Vaticano declara que esses irmãos
separados, signatários da Declaração, não são igreja no sentido próprio, e estão em
situação de penúria diante de Deus. Ou seja, estão desgraçados, sem a graça divina. Diz
Dave Hunt:

“O elemento-chave por trás dessa histórica declaração conjunta é a anteriormente


inimaginável admissão, por parte dos líderes evangélicos, de que a participação ativa da
Igreja católica faz de alguém um cristão. Se esse realmente é o caso, então a Reforma
não passou de um erro trágico. Os milhões que foram martirizados (durante dez séculos
antes da Reforma e até os dias de hoje) por rejeitar o catolicismo como um falso
evangelho, terão morrido em vão. Se, contudo, os reformadores tinham razão, então este
acordo entre católicos e evangélicos seria o golpe mais astuto e mortal contra o
Evangelho de Cristo em toda a história da Igreja”.

“As diferenças teológicas entre católicos e protestantes já foram consideradas tão


grandes, que milhões morreram como mártires para não comprometê-las, e seus
executores católicos estavam igualmente convencidos da importância de tais diferenças.
Como podem essas diferenças ter desaparecido? O que levou os líderes evangélicos a
declarar que o evangelho do catolicismo, que os reformadores denunciaram como
herético, agora tornou-se bíblico? Esse evangelho não mudou em nada. Será que a
convicção foi comprometida a fim de criar uma imensa coalizão entre os conservadores
por uma ação social e política”?

Alguns imaginaram que esse acordo marcaria um passo decisivo rumo a um


entendimento e aceitação mútua. Enfim, a Igreja Católica iria aceitar os “hereges” como
verdadeiros irmãos. Engano. Estavam longe de imaginar que anos mais tarde o Vaticano
mostraria mais uma vez a sua face real.

Detectamos uma tremenda inversão de valores no trato de tais questões. Nós, que
primamos pela verdade bíblica, e que vemos unicamente em Jesus a possibilidade de
salvação, nós é que devemos refletir se podemos considerar como cristã uma religião
que se desfigurou ao longo do tempo como cristianismo autêntico.

A Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal, em repúdio às declarações da Dominus


Iesus, inicia sua carta de 13.09.2000 à Igreja Católica, do seguinte modo:
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“Vimos manifestar-lhe a nossa desilusão e tristeza ao ver que, passados trinta e cinco
anos da realização do Concílio Vaticano II, as mais altas figuras da Igreja Católica
Romana (ICR) ainda são capazes de produzir um documento como a "Dominus Iesus"
que, no mínimo, se reveste de uma grande insensibilidade ecumênica. A Declaração
nada traz de novo. Tudo o que ela contem já foi dito há muitos anos e em muitos outros
documentos. Neste sentido somos tentados a dizer, como muitos, "Roma nunca muda"!
Mas será que a participação activa, e irreversível, da ICR no diálogo ecumênico durante
as últimas décadas é compatível com a inflexibilidade e o exclusivismo manifestados na
"Dominus Iesus"? Quando pensávamos que a "teoria do retorno" já havia desaparecido
do vocabulário ecumênico, constatamos que ela continua a orientar as relações da ICR
com as outras Igrejas Cristãs”.

Parte VI
ECUMENISMO E O SANGUE DOS MÁRTIRES - IV
"DOMINUS IESUS"
Vejamos fragmentos dessa Declaração assinada pelo Cardeal Joseph Ratzinger, e
referendada pelo Papa João Paulo II em 6.08.2000, que causou surpresa e consternação
a muitos. Abaixo dos tópicos fazemos alguns comentários. Os grifos são nossos:

“A Igreja Católica não rejeita absolutamente nada daquilo que há de verdadeiro e santo
nessas religiões. Considera com sincero respeito esses modos de agir e de viver, esses
preceitos e doutrinas que, embora em muitos pontos estejam em discordância com aquilo
que ela afirma e ensina, muitas vezes reflectem um raio daquela Verdade que ilumina
todos os homens».

Um modo elegante de introduzir o assunto, porém anunciando uma inverdade. Como


veremos a seguir, o Vaticano exclui a possibilidade de existir alguma coisa santa e
verdadeira nas outras religiões. Mais de uma vez o Documento fala desse raio de
Verdade, provinda da Igreja Católica, que alcança as demais religiões. Para melhor
compreensão, a Igreja de Roma se assemelha à Lua, que recebe luz (a Verdade)
diretamente do Sol (Jesus) e a repassa à Terra (demais religiões). Ora, a Verdade não
vem a nós via Igreja Católica. Recebemo-la diretamente do nosso Salvador, fonte de Luz
e de Vida Eterna.

“Este diálogo, que faz parte da missão evangelizadora da Igreja, comporta uma atitude de
compreensão e uma relação de recíproco conhecimento e de mútuo enriquecimento, na
obediência à verdade e no respeito da liberdade”.

São declarações que mais adiante ficam anuladas. Como a Igreja Católica poderia se
enriquecer num relacionamento com apóstatas, excomungados hereges, alijados do
Corpo de Cristo? “Respeito à liberdade” soa muito mal diante dos fatos.

“No exercício e aprofundamento teórico do diálogo entre a fé cristã e as demais tradições


religiosas surgem novos problemas, que se tenta solucionar, seguindo novas pistas... É
por isso que a Declaração retoma a doutrina contida nos anteriores documentos do
Magistério, para reafirmar as verdades que constituem o património de fé da Igreja”.
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Em suma, diz o Documento que na Igreja Católica nada mudou. Continua a mesma e
continuam valendo documentos anteriores, pois que fazem parte do seu patrimônio de fé.
Afirmação desnecessária, pois sabemos todos que são irrevogáveis as decisões dos
“infalíveis” papas. O Vaticano desconfia que a aproximação dos católicos com os
protestantes, via ecumenismo, é prejudicial aos seus objetivos, haja vista o real “perigo”
decorrente dessa contínua familiaridade.

“O perene anúncio missionário da Igreja é hoje posto em causa por teorias de índole
relativista, que pretendem justificar o pluralismo religioso, não apenas de facto, mas
também de iure (ou de principio). Daí que se considerem superadas, por exemplo,
verdades como... a mediação salvífica universal da Igreja, a não separação, embora com
distinção, do Reino de Deus, Reino de Cristo e Igreja, a subsistência na Igreja Católica da
única Igreja de Cristo”.

“Na raiz destas afirmações encontram-se certos pressupostos, de natureza tanto filosófica
como teológica, que dificultam a compreensão e a aceitação da verdade revelada... a
tendência, enfim, a ler e interpretar a Sagrada Escritura à margem da Tradição e do
Magistério da Igreja. E o mistério de Jesus Cristo e da Igreja perdem o seu carácter de
verdade absoluta e de universalidade salvífica”.

Em outras palavras, ninguém deve ler e interpretar a Bíblia sem a intermediação do


Magistério da ICAR. Revela-se aqui o cuidado para que os católicos, em atos
ecumênicos, não se disponham a examinar livremente as Escrituras sem levar em conta
a Tradição, colocada pela ICAR no mesmo nível de autoridade da Bíblia. É um alerta ao
perigo do contágio ecumênico, para evitar que o “vírus” da verdade protestante e bíblica
não se propague ainda mais.

“Nem sempre se tem presente essa distinção na reflexão hodierna, sendo frequente
identificar a fé teologal, que é aceitação da verdade revelada por Deus Uno e Trino, com
crença nas outras religiões, que é experiência religiosa ainda à procura da verdade
absoluta e ainda carecida do assentimento a Deus que Se revela.”

À medida que a Declaração avança para o final, as palavras vão se tornando mais duras,
diretas e específicas. Se no começo foram ambíguas, certamente para não causar
constrangimentos imediatos, agora elas se revelam sem nenhum receio de declarar o que
a Igreja Católica pensa dos não católicos.

“Os fiéis são obrigados a professar que existe uma continuidade histórica — radicada na
sucessão apostólica — entre a Igreja fundada por Cristo e a Igreja Católica: Esta é a
única Igreja de Cristo”.

Se os não católicos desejam participar da Igreja de Cristo, então que reconheçam e


professem e declarem que a Igreja Católica é a verdadeira, a única instituída por Cristo.

“Esta Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste [subsistit in]
na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com
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ele. Com a expressão « subsistit in », o Concílio Vaticano II quis harmonizar duas
afirmações doutrinais: por um lado, a de que a Igreja de Cristo, não obstante as divisões
dos cristãos, continua a existir plenamente só na Igreja Católica e, por outro, a de que
existem numerosos elementos de santificação e de verdade fora da sua composição, isto
é, nas Igrejas e Comunidades eclesiais que ainda não vivem em plena comunhão com a
Igreja Católica. Acerca destas, porém, deve afirmar-se que o seu valor deriva da mesma
plenitude da graça e da verdade que foi confiada à Igreja Católica”.

“Existe portanto uma única Igreja de Cristo, que subsiste na Igreja Católica,
governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele. As Igrejas
que, embora não estando em perfeita comunhão com a Igreja Católica, se mantêm
unidas a esta por vínculos estreitíssimos, como são a sucessão apostólica e uma válida
Eucaristia, são verdadeiras Igrejas particulares... Por isso, também nestas Igrejas está
presente e actua a Igreja de Cristo, embora lhes falte a plena comunhão com a Igreja
católica, enquanto não aceitam a doutrina católica do Primado que, por vontade de Deus,
o Bispo de Roma objectivamente tem e exerce sobre toda a Igreja”.

As demais igrejas possuem elementos de santificação, mas não plena, pois lhes falta o
vínculo à Igreja-Mãe, diz a Declaração. Dizer que existem elementos de santificação e de
verdade nas demais igrejas, deixa margem a dúvidas. É uma ambigüidade. O que
significa mesmo possuir elementos de santificação e verdade e não ser Igreja de Cristo,
não ser santa nem verdadeira? As igrejas que mantém estreitíssimos laços com a
“Depositária da Verdade” podem usufruir das benesses da graça divina, porém derivada
da graça revelada à Igreja de Roma. Os acatólicos, diz o Documento, não podem obter
graça sem a intermediação da Igreja tronco, única e verdadeira.

“As Comunidades eclesiais, invés, que não conservaram um válido episcopado e a


genuína e íntegra substância do mistério eucarístico, não são Igrejas em sentido
próprio. Os que, porém, foram baptizados nestas Comunidades estão pelo Baptismo
incorporados em Cristo e, portanto, vivem numa certa comunhão, se bem que imperfeita,
com a Igreja”.

“Os fiéis não podem, por conseguinte, imaginar a Igreja de Cristo como se fosse a soma
— diferenciada e, de certo modo, também unitária — das Igrejas e Comunidades
eclesiais; a Eucaristia e da plena comunhão na Igreja”. Daí a necessidade de manter
unidas estas duas verdades: a real possibilidade de salvação em Cristo para todos os
homens, e a necessidade da Igreja para essa salvação...”.

Não somos igreja, mas podemos batizar, e os batizados são incorporados a Cristo, porém
há necessidade de ingressarem na Igreja Católica para serem salvos. Mais
ambigüidades. Somos ou não somos Corpo de Cristo. Somos ou não somos cristãos.
Somos ou não somos filhos de Deus. A declaração mais estapafúrdia é a de que os
homens precisam da Igreja Católica para salvação.

“Para aqueles que não são formal e visivelmente membros da Igreja, a salvação de Cristo
torna-se acessível em virtude de uma graça que, embora dotada de uma misteriosa
relação com a Igreja, todavia não os introduz formalmente nela, mas ilumina
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convenientemente a sua situação interior...”

“Seria obviamente contrário à fé católica considerar a Igreja como um caminho de


salvação ao lado dos constituídos pelas outras religiões, como se estes fossem
complementares à Igreja, ou até substancialmente equivalentes à mesma, embora
convergindo com ela para o Reino escatológico de Deus”.

Ecumenismo, para o catolicismo, representa incorporação, adesão. O Vaticano não


entende que nenhuma igreja é caminho de salvação. O Caminho é Jesus. Aquele que
nele crê será salvo, e passa a fazer parte da verdadeira Igreja de Cristo. Em todo o
Documento está nítida a crença de que a Igreja Católica é o Caminho, e fora dela não há
salvação. Ser batizado, participar dos Sacramentos e pertencer à Igreja-Mãe são
condições que levariam à salvação. Nada mais contrário ao ensino das Sagradas
Escrituras. O Corpo de Cristo é o somatório de todos os salvos em Cristo, vivos ou
mortos, de todas as épocas.

"Com efeito, algumas orações e ritos das outras religiões podem assumir um papel de
preparação ao Evangelho... Não se lhes pode porém atribuir a origem divina nem a
eficácia salvífica ex opere operato, própria dos sacramentos cristãos. Se é verdade que
os adeptos das outras religiões podem receber a graça divina, também é verdade que
objectivamente se encontram numa situação gravemente deficitária, se comparada
com a daqueles que na Igreja têm a plenitude dos meios de salvação”.

As palavras do Vaticano se revelam aqui na plenitude de seu exclusivismo. Tudo agora


ficou bem claro. Não há salvação para os que estão fora do catolicismo. A situação
destes é grave e deficitária, pois só Roma tem a plenitude dos meios de salvação. Os
protestantes têm o único e verdadeiro caminho de salvação: JESUS CRISTO.

“A paridade, que é um pressuposto do diálogo, refere-se à igual dignidade pessoal das


partes, não aos conteúdos doutrinais e muito menos a Jesus Cristo — que é o próprio
Deus feito Homem — em relação com os fundadores das outras religiões”.

O Documento esclarece que não pode haver igualdade no diálogo ecumênico. Os


católicos poderão dele participar, mas cientes de que estão em nível mais elevado. Ora, a
Igreja de Cristo representa a soma dos que nEle confiam e a Ele consagram suas vidas.
Realmente não se pode falar em paridade em relação aos conteúdos doutrinais, pois a
maioria dos dogmas da ICAR está em desacordo com a Bíblia Sagrada.

“A Igreja, com efeito, movida pela caridade e pelo respeito da liberdade, deve
empenhar-se, antes de mais, em anunciar a todos os homens a verdade,
definitivamente revelada pelo Senhor, e em proclamar a necessidade da conversão
a Jesus Cristo e da adesão à Igreja através do Baptismo e dos outros sacramentos,
para participar de modo pleno na comunhão com Deus Pai, Filho e Espírito Santo”.

“Os Padres do Concílio Vaticano II, debruçando-se sobre o tema da verdadeira


religião, afirmaram: « Acreditamos que esta única verdadeira religião se verifica na
Igreja Católica e Apostólica...”.
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O Vaticano não pode falar em “respeito da liberdade”, nem do respeito às crenças dos
não católicos sem antes fazer mea-culpa. Que primeiramente admita seus erros e o fato
de que a Igreja Católica tem contribuído para cercear essa liberdade. O Documento deixa
para o fim a declaração mais importante: somente mediante adesão ao catolicismo,
mediante batismo e participação dos sacramentos o homem pode participar da plena
comunhão com Deus. O que não é verdade: “Pois é pela graça que sois salvos, por meio
da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”
(Ef 2.8-9). Para sermos recebidos como filhos de Deus, basta crer, confiar e obedecer:
"Mas a todos os que o receberam, àqueles que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus; filhos nascidos não do sangue, nem da vontade da carne,
nem da vontade do homem, mas de Deus" (João 1.12,13).

Parte VII
ECUMENISMO E O SANGUE DOS MÁRTIRES - III
PALAVRA DA DIOCESE
A Diocese de Pelotas (RS) divulgou em sua Home Page algumas considerações sobre o
Ecumenismo.

Destacamos:

“Ecumenismo é a aproximação, a cooperação, a busca fraterna da superação das


divisões entre as diferentes Igrejas Cristãs: os católicos, os ortodoxos, os protestantes, os
crentes, os evangélicos. É o caminho proposto por Jesus: "que todos sejam um como tu,
Pai, estás em mim e eu em ti, para que eles estejam em nós e o mundo creia que tu me
enviaste" (Jo 17,21). Unidade não é a mesma coisa que uniformidade; sermos diferentes
pode ser, dentro de certos limites, uma coisa muito enriquecedora”.

“O Ecumenismo significa: conversão de coração para reconhecer o que há de bom nas


outras Igrejas cristãs; procurar conhecer as outras Igrejas, sem preconceito e sem
ingenuidade; tratar as outras Igrejas como gostamos que a nossa seja tratada”.

Estas notas soam dissonantes na orquestra ecumênica sob a batuta do Vaticano. A


afirmação “outras Igrejas cristãs” sai do tom exigido na Dominus Iesus, mais adiante
examinada. Se existem outras igrejas cristãs, então a Igreja Católica e as demais formam
uma unidade. Mas uma encíclica de 1994 diz que “as opiniões diferentes são
irreconciliáveis com a unidade”. E a Dominus Iesus declara que “os fiéis não podem, por
conseguinte, imaginar a Igreja de Cristo como se fosse a soma das Igrejas e
Comunidades eclesiais”.

PALAVRAS DE D. ESTEVÃO BETTENCOURT

“O Ecumenismo é o movimento que visa a restabelecer a plena comunhão entre a


Igreja Católica e as demais denominações cristãs que no decorrer dos séculos se
foram separando do grande tronco católico: orientais (nestorianos, dissidentes em
431; monofisitas em 451; ortodoxos em 1054), protestantes separados em 1517,
Velhos Católicos em 1870. O Ecumenismo é algo inspirado pelo Espírito Santo em
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nosso século, quando se verifica que as separações não têm mais as razões de ser
que as suscitaram na época da respectiva cisão. Em nossos dias há quase total
identidade de Credo entre católicos e cristãos orientais. Com o protestantismo o
diálogo é mais difícil [grifo nosso], dado o esfacelamento do bloco protestante,
onde as denominações mais recentes já perderam muito ou quase tudo do
patrimônio doutrinário genuinamente cristão, reduzindo o Cristianismo a uma
escola de bons costumes inspirados pela Bíblia sem referência explícita aos
sacramentos. Além das diferenças doutrinárias (ora mais, ora menos apagadas),
nota-se que uma das dificuldades para o bom entendimento entre cristãos provém
de questões de ordem histórica (as Cruzadas, por exemplo, no Oriente...), cultural,
nacionalista.... Aqueles que se dizem protestantes, mas que não professam o
verdadeiro Cristianismo estão alijados do Corpo de Cristo, e, por conseguinte, não
podem ser considerados cristãos”.

É evidente que não pertencem ao Corpo de Cristo os que não professam o verdadeiro
Cristianismo. Uma declaração nada mais do que óbvia. Nesse rol estão católicos e
evangélicos que não vivem o Cristianismo. Semelhantemente à Dominus Iesus, como
veremos a seguir, as palavras de D. Estevão longe estão de admitir a paridade das
igrejas cristãs. Como se vê, ser cristão, no entendimento do Vaticano, não é pertencer a
Cristo; é pertencer à Igreja de Roma. Não se pode nivelar as igrejas evangélicas. Não
cabe uma generalização com base em grupos dissociados da verdade bíblica. Nas
“questões de ordem histórica”, como citado, poderiam ter sido mencionados a famigerada
Inquisição, as conversões forçadas e o extermínio recente de Sérvios ortodoxos, dentre
outras.

COMENTÁRIOS DE UM PASTOR
Do pastor Addson Araújo Costa:

“Ademais, esta onda de ecumenismo de uma "união" religiosa está cheia de hipocrisia,
enquanto nas capitais do Brasil artistas padres propõem o conchavo, no interior padres
organizam abaixo-assinados para impedir a entrada de novas igrejas naquelas cidades. A
sua proposta de "amor" está condicionada à adesão, caso esta não ocorra eis a rejeição,
o escrutínio pessoal dos líderes, depreciação daquelas igrejas, a exclusão mental dos
crentes e todo tipo de prejulgamentos”. “Cabe agora aos evangélicos se irão querer
uma nova inquisição travestida de comunhão, ou seja estar dentro da barriga do
leão. Ou se continuarão avante, lutando teológica e biblicamente, por um
evangelho autêntico que transforma vidas; se continuarão afirmando que o único
Cabeça da Igreja é Cristo, e não um Papa, sabendo portanto que as igrejas e
pastores são independentes e autônomos diante de Deus, de conselhos e
hierarquias inventadas e portanto contrárias à Bíblia... A Igreja do Senhor Jesus
não é uma instituição em que se nasce nela, mas que se entra nela por meio da fé
em Cristo Jesus; ademais a verdadeira Igreja Universal de Cristo não é uma
instituição visível e humana e sim composta por todos os salvos desde o
Pentecostes até a vinda do Senhor.

CONSELHO DE IGREJAS

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Vejamos alguns tópicos da declaração assinada pelo Pastor Walter Altmann, Presidente
do Conselho Latino-Americano de Igrejas - CLAI, entidade criada em 1978, e que
representa 155 igrejas e organismos ecumênicos em todo o continente latino-americano:

“Com grande surpresa e, mesmo, consternação, o CLAI (Conselho


Latino-Americano de Igrejas) tomou conhecimento da «Declaração “Dominus
Iesus” sobre a unicidade e a universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja»,
firmada pelo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, Cardeal
Joseph Ratzinger. O CLAI lamenta detectar nela um obstáculo a mais ao
ecumenismo, provindo do interior da Igreja Católica Romana, de alto nível e
referendada pelo Papa João Paulo II...

“Ao contrário, toma o ensejo para afirmar um exclusivismo católico-romano que em nada
pode contribuir para fazer avançar a causa ecumênica, abalando, ao invés, a
credibilidade do testemunho de Cristo que nos é comum”.

“Aliás, não é nem tanto na classificação das igrejas protestantes como “não-igrejas” em
sentido verdadeiro que reside a maior causa para o desapontamento suscitado pela
Declaração, mas sim em suas preocupantes omissões”.

A polêmica e surpreendente “Dominus Iesus” foi uma água fria na fervura do


ecumenismo cristão. Em poucas palavras colocou por terra anos de trabalho em
prol do diálogo. Essa declaração nasceu no seio da Sagrada Congregação para a
Doutrina da Fé, antes denominada Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) e
Congregação do Santo Ofício. O espírito conservador, exclusivista e totalitarista
continua encarnado na pessoa do cardeal Joseph Ratzinger, seu responsável.

PALAVRA DA MÍDIA
Notícia do Jornal da Tarde, em 6.9.2000, sob o título “O mais duro golpe no
ecumenismo”:
“A divulgação de trechos do documento Dominus Jesus (Senhor Jesus, em latim)
provocou reações negativas entre líderes de outras igrejas cristãs. Em Paris, o presidente
da Federação Protestante da França, pastor Jean Arnold de Clermont, disse que o
documento era uma "triste surpresa". Para o presidente do Conselho da Igreja Evangélica
Alemã, reverendo Manfred Kock, foi um "revés". Na Inglaterra, o chefe da Igreja
Anglicana, George Carey, disse que o texto parece ignorar 30 anos de diálogo
ecumênico”.

Artigo publicado em “O Estado de S.Paulo, 28.09.2000, com o título “Um retrocesso


no ecumenismo religioso”, assinado pelo embaixador Antonio Amaral De Sampaio,
diplomata aposentado. Alguns trechos:

“A declaração formulada recentemente pela Congregação da Doutrina da Fé,


denominada Dominus Iesus, consagra surpreendente retrocesso na política da Igreja
Católica com referência ao ecumenismo religioso, a qual havia registrado avanços

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durante o pontificado de João Paulo II.

Situação esta que agora incorre no risco de ser comprometida, caso seja mesmo alçado
a posição oficial do Vaticano o resultado das elucubrações orientadas e dirigidas pelo
cardeal Joseph Ratzinger, o principal guardião da doutrina católica. O referido prelado é o
tradicionalista prefeito da antiga Sagrada Congregação do Santo-Ofício, que, se hoje
ostenta outra denominação, mais consentânea com a atualidade, ainda não logrou
libertar-se do espírito do passado, que gerenciou a Inquisição, perseguiu heréticos e fez
perecer na fogueira milhares de inocentes [grifo nosso], vítimas de superstições, da
ignorância e maldade humanas, ou, mais simplesmente, apenas fiéis de outras
confissões, algumas tão respeitáveis quanto aquela que tem sua sede política,
administrativa e doutrinária em Roma. Significa ela um verdadeiro salto para trás,
ensaiado - o que para alguns se afigura inquietante - no mesmo contexto temporal que
trouxe a canonização de Pio IX (Giovanni Maria Mastai-Ferretti). Esse papa do século 19,
hoje mais conhecido como o autor intelectual do Syllabus, foi também o formulador do
dogma da infalibilidade pontifícia.

A essência do dictum do cardeal Ratzinger estabelece que os indivíduos apenas podem


alcançar a salvação dos pecados por meio das graças espirituais da Igreja Católica; que
as demais confissões religiosas - incluindo os diversos ramos do protestantismo -
padecem de equívocos que colocam seus fiéis em situação de deficiência na busca da
salvação.

Não se compreende que tal se aplique no caso de outras denominações cristãs de


consagrada respeitabilidade, assim como do judaísmo e do Islã.

O pontificado de João Paulo II aproxima-se de seu termo e o papa, avassalado pela


doença de Parkinson e outros achaques próprios de sua avançada idade, agravados pelo
atentado que sofreu, parece que deixou progressivamente de exercer, sobre a hierarquia
eclesiástica e o clero em geral, os poderes de comando e controle que constituem uma
de suas prerrogativas”. (No próximo bloco, a Declaração Dominus Iesus).

Parte VIII
ECUMENISMO E O SANGUE DOS MÁRTIRES - II
Em 1 de novembro de 1215 iniciou-se o IV Concílio de Latrão convocado pelo papa
Inocêncio III através da Bula Vineam Domini Sabaoth, de 10 de abril de 1213. Nele, os
hereges são apresentados como os que devem ser combatidos por suas “doutrinas
insensatas, fruto de uma cegueira provocada pelo pai da mentira. Suas heresias estão
dirigidas contra a fé santa, católica e ortodoxa, sendo um perigo para a unidade da fé
da cristandade” [grifo nosso]. Diz mais:

“Condenamos a todos os hereges sob qualquer denominação com que se apresentem;


embora seus rostos sejam diferentes, estes se encontram atados por uma cola, pois a
vaidade os une”.

“Assim como o diabo e os demônios, criados por Deus naturalmente bons, pela vaidade
foram expulsos do paraíso, também por causa da vaidade os hereges devem ser
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expulsos do convívio social [grifo nosso]. Os condenados por heresia devem ser
entregues às autoridades seculares para serem castigados. No caso de clérigos, deverão
ser desligados de suas Ordens. Quanto aos bens, serão confiscados [grifo nosso]”.

“Os que se armarem para dar caça aos hereges, gozarão da indulgência e do santo
privilégio concedidos aos que vão, em ajuda, à Terra Santa ".

ENCÍCLICAS SOBRE O ECUMENISMO


"Com o poder e autoridade sem os quais tal função seria ilusória, o Bispo de Roma deve
assegurar a comunhão de todas as Igrejas [grifo nosso]. Por este título, ele é o primeiro
entre os servidores da unidade. Tal primado é exercido a vários níveis, que concernem à
vigilância sobre a transmissão da Palavra, a celebração sacramental e litúrgica, a missão,
a disciplina, e a vida cristã. Compete ao Sucessor de Pedro recordar as exigências do
bem comum da Igreja, se alguém for tentado a esquecê-lo em função dos próprios
interesses [grifo nosso]. Tem o dever de advertir, premunir e, às vezes, declarar
inconciliável com a unidade da fé esta ou aquela opinião que se difunde. Quando as
circunstâncias o exigirem, fala em nome de todos os Pastores em comunhão com ele.
Pode ainda - em condições bem precisas, esclarecidas pelo Concílio Vaticano I - declarar
ex cathedra que uma doutrina pertence ao depósito da fé. Ao prestar este testemunho à
verdade, ele serve a unidade." (Encíclica Sobre o Empenho Ecumênico. 1994).

“A comunhão de todas as Igrejas particulares com a Igreja de Roma: condição necessária


para a unidade. A Igreja Católica, tanto na sua praxis como nos textos oficiais, sustenta
que a comunhão das Igrejas particulares com a Igreja de Roma, e dos seus Bispos com o
Bispo de Roma, é um requisito essencial - no desígnio de Deus - para a comunhão plena
e visível. De facto, é necessário que a plena comunhão, de que a Eucaristia é a suprema
manifestação sacramental, tenha a sua expressão visível num ministério em que todos os
Bispos se reconheçam unidos em Cristo, e todos os fiéis encontrem a confirmação da
própria fé. A primeira parte dos Actos dos Apóstolos apresenta Pedro como aquele que
fala em nome do grupo apostólico e serve a unidade da comunidade - e isto no respeito
da autoridade de Tiago, chefe da Igreja de Jerusalém. Esta função de Pedro deve
permanecer na Igreja [grifo nosso] para que, sob o seu único Chefe que é Cristo Jesus,
ela seja no mundo, visivelmente, a comunhão de todos os seus discípulos" (Encíclica
Sobre o Empenho Ecumênico. 1994).

Essas palavras são traduzidas da seguinte forma: É possível a aproximação ecumênica,


desde que reconhecida a supremacia da Igreja Católica, gerida pelo Vigário de Cristo, o
Papa, como sucessor de Pedro, a quem compete advertir e avaliar as opiniões contrárias.

Da Encíclica Moratlium Ânimos, de 10.01.1928, do papa Pio XI, vejamos algumas


diretrizes do tópico “a única maneira de unir todos os cristãos”;
“Assim, Veneráveis Irmãos, é clara a razão pela qual esta Sé Apostólica nunca permitiu
aos seus estarem presentes às reuniões de acatólicos por quanto não é lícito promover a
união dos cristãos de outro modo senão promovendo o retorno dos dissidentes à única
verdadeira Igreja de Cristo [grifo nosso], dado que outrora, infelizmente, eles se
apartaram dela”.

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“Portanto, dado que o Corpo Místico de Cristo, isto é, a Igreja, é um só (1 Cor. 12,12),
compacto e conexo (Ef. 4,15), à semelhança do seu corpo físico, seria inépcia e estultícia
afirmar alguém que ele pode constar de membros desunidos e separados: quem pois não
estiver unido com ele, não é membro seu, nem está unido à cabeça, Cristo (Cfr. Ef. 5,30;
1,22). A Obediência ao Romano Pontífice - Mas, ninguém está nesta única Igreja de
Cristo e ninguém nela permanece a não ser que, obedecendo, reconheça e acate o poder
de Pedro e de seus sucessores legítimos” [grifo nosso].

“Pois se, como repetem freqüentemente, desejam unir-se Conosco e com os nossos, por
que não se apressam em entrar na Igreja, "Mãe e Mestra de todos os fiéis de Cristo"
(Conc. Later 4, c.5)”?

“Aproximem-se, portanto, os filhos dissidentes da Sé Apostólica, estabelecida nesta


cidade que os Príncipes dos Apóstolos Pedro e Paulo consagraram com o seu sangue;
daquela Sede, dizemos, que é "raiz e matriz da Igreja Católica" (S. Cypr., ep. 48 ad
Cornelium, 3), não com o objetivo e a esperança de que "a Igreja do Deus vivo, coluna e
fundamento da verdade" (1 Tim 3,15) renuncie à integridade da fé e tolere os próprios
erros deles, mas, pelo contrário, para que se entreguem a seu magistério e regime” [grifo
nosso].

O “infalível” papa Pio XI não usou de meias palavras para expressar o pensamento do
Vaticano com relação aos não católicos. Em resumo, disse que só fazem do Corpo de
Cristo os que reconhecem e acatam o poder do Papa, como legítimo sucessor de Pedro.
Disse mais, de forma inequívoca, que a união dos cristãos só será possível com o retorno
dos irmãos separados ao catolicismo. alguns avanços localizados, não há muito para
comemorar em termos de progresso do diálogo sincero e fraterno, da aceitação mútua,
do entendimento consensual entre o catolicismo e demais igrejas, da participação
conjunta de católicos e acatólicos em movimentos evangelísticos e sociais.

Estamos convictos de que barreiras intransponíveis impedem a plena realização das


propostas do ecumenismo cristão, que tenta a aproximação entre os ramos da
cristandade: a Igreja Católica, a Igreja Protestante, a Ortodoxa, e outras. Com o objetivo
de identificar tais óbices, divulgaremos neste trabalho diversos pronunciamentos,
decisões conciliares, palavra ex cathedra de “infalíveis” papas, da hierarquia católica, de
órgãos ligados ao movimento ecumênico, de jornalistas e pesquisadores.

CONCÍLIO DE TRENTO
Convocado pelo papa Paulo III, o Concílio de Trento (1545-1563) condenou com
anátemas todas as teses reformistas dos protestantes acerca da Fé Católica e dos
Sacramentos. Vejamos alguns dos cânones.
“Cân. 13. Se alguém disser que para conseguir a remissão dos pecados é necessário a
todo homem crer certamente e sem hesitação alguma, mesmo em vista da fraqueza e
falta de preparação próprias, que os pecados lhe foram perdoados — seja
excomungado”.
Antes de prosseguirmos, convém esclarecer que tais decisões estão plenamente em
vigor. O Código de Direito Canônico, cânon 333, parágrafo 3, declara: “Não há apelação
ou recurso contra uma sentença ou decreto do pontífice romano”. A desobediência ao
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Papa, “Vigário de Cristo”, continua sendo a maior das heresias. O dogma da infalibilidade
papal também impede sejam revogadas quaisquer decisões anteriores.

“Cân. 1. Se alguém disser que os sacramentos da Nova Lei não foram todos instituídos
por Jesus Cristo Nosso Senhor, ou que são mais ou menos que sete, a saber: Batismo,
Confirmação, Eucaristia, Penitência, Extrema-Unção, Ordem e Matrimônio; ou que algum
destes sete não é verdadeira e propriamente sacramento — seja excomungado”.

“Cân. 4. Se alguém disser que os sacramentos da Nova Lei não são necessários para a
salvação, mas supérfluos; e que sem eles ou sem o desejo deles, só pela fé os homens
alcançam de Deus a graça de justificação — ainda que nem todos [os sacramentos], seja
excomungado”.

“Cân. 6. Se alguém disser que os sacramentos da Nova Lei não encerram a graça que
significam; ou que não conferem a graça aos que lhes não opõem óbice, como se fossem
apenas sinais externos da graça ou justiça recebida pela fé, e certos sinais da Religião
cristã, com que entre os homens se distinguem os fiéis dos infiéis — seja excomungado”.

“Cân. 8. Se alguém disser que pelos mesmos sacramentos da Nova Lei não se confere a
graça só pela sua recepção (ex opere operato), mas que para receber a graça basta só a
fé na promessa divina — seja excomungado”.
Cân. 10. Se alguém disser que todos os cristãos têm o poder de administrar a palavra de
Deus e todos os sacramentos — seja excomungado.

“Cân. 3. Se alguém disser que na Igreja Romana, Mãe e Mestra de todas as Igrejas, não reside a
verdadeira doutrina acerca do sacramento do Batismo — seja excomungado”.

“Cân. 12. Se alguém disser que ninguém deve ser batizado senão na idade em que Cristo se deixou
batizar, ou na hora da morte - seja excomungado”.
Como os “irmãos separados”, fiéis às doutrinas bíblicas, continuam pensando do mesmo modo, ou
seja, continuam desobedientes ao papa, estamos todos excomungados. Aqui começam os primeiros
óbices à pretensão ecumênica. Que conciliação pode haver entre excomungantes e excomungados?
Entre a “única Igreja verdadeira” e um bando de “hereges” que resolveu aceitar Jesus como Senhor
e Salvador pessoal?

No período das trevas, tempo em que as fogueiras da Inquisição queimavam continuamente, a


excomunhão – apartar o infiel da comunhão da Igreja - era uma arma poderosa nas mãos do
catolicismo. Diante dessa ameaça, até reis e príncipes tremiam e temiam.

DOCUMENTO EPISCOPAL
Extraímos algumas passagens das explicações do Revmo. Antonio, Bispo de Campos, de
19.03.1966, ao comentar as decisões do Concílio Ecumênico Vaticano II:
“Eis que, como a propósito da adaptação, também sobre a falsa aplicação do ecumenismo advertiu
Papa os fiéis. Segundo despachos das agências telegráficas, teria o Santo Padre observado, em uma
de suas Alocuções nas audiências gerais, que o apostolado junto aos irmãos separados não está
isento de ilusões e perigos [grifo nosso]. Ilusões, por uma esperança sem fundamento, perigo pela
possibilidade de, no desejo ardente de obter a conversão do herege ou apóstata, falsear o sentido da
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verdade revelada, ou não expô-la na sua integridade. O texto transmitido pelas agências telegráficas
é o seguinte: “Há uma tomada de posição, também por parte daqueles que demonstram demasiado
entusiasmo, como se os contactos com irmãos separados fossem fáceis e sem perigo....”[grifo
nosso].
Os milhões que tiveram um encontro com a verdade ficaram muito felizes por saberem que a
salvação não é conseguida por pertencer a esta ou àquela denominação, mas por consagrar suas
vidas a Cristo Jesus.
“A primeira condição para um apostolado frutuoso junto aos nossos irmãos separados é fugir a
todos e quaisquer irenismo doutrinário [atitude conciliadora], ainda que implícito”.
“Entre os preceitos divinos, está a obrigação de ingressar na Igreja Católica [grifo nosso], instituída
por Jesus Cristo como meio único de salvação para todos os homens. Como conseqüência, a
condição do católico é essencialmente diferente da condição do não católico. O católico, pelo fato
de pertencer à Igreja verdadeira, não tem motivo algum para duvidar de que esteja na posse da
verdade. O não católico está em condição perfeitamente inversa. Ele não está de posse da verdade
[grifo nosso], de maneira que tem todo motivo para duvidar de sua posição religiosa. E se estiver de
boa fé, mais facilmente será levado a perceber a falta de fundamento para suas convicções”.
“Estes pontos são pacíficos na teologia católica, e foram objeto de ensino autêntico do Magistério
Eclesiástico. A excelência da condição do católico com relação ao não católico, com a conseqüente
obrigação, foi definida pelo Concílio Vaticano I (cf. sess. III, cap. III e can. 6).
“Dentro desses princípios, devemos levar o mais longe possível a nossa caridade com os irmãos
separados. Sem esquecer a condição de “separados”, isto é afastados da verdadeira Igreja de Cristo
[grifo nosso], devemos ter presente a todo momento sua prerrogativa de “irmãos”, e esforçarmo-nos
por utilizar os pontos que justificam o apelativo de “irmãos”, para levá-los a uma reflexão mais
profunda sobre as realidades cristãs que ainda possuem, a fim de que as compreendam melhor, e
percebam que elas só adquirem sua verdadeira autenticidade na Igreja Católica”.
“Isso numa ação direta que a Providência poderá de nós exigir com nossos irmãos separados, onde
haja um desejo sincero de amar a verdade. Porquanto, com aqueles que se fixaram na heresia, e a
abraçam conscientemente, um diálogo frutuoso é praticamente impossível [grifo nosso]. Podemos
ainda e devemos nos compadecer deles, e com nossas orações, penitências e outras boas obras,
empenhar a misericórdia divina, que os ilumine e lhes conceda a retidão de vontade, de que hão
mister, para chegarem à unidade autêntica do Cristianismo na Igreja Romana” [grifo nosso].
“O que devemos evitar – salvas as necessidades de uma justa e nobre polêmica imposta pelo
interesse das almas – são as expressões que possam, de qualquer forma, magoar a nossos irmãos
separados; isso ainda quando devamos suportar com paciência as conseqüências de uma vontade
que a heresia ou o cisma tornaram mais especialmente ríspida conosco. Vale neste ponto o
conselho de São Paulo: procura vencer o mal com o bem (cf. Rom. 12, 21). Mesmo, porém, com os
que estão de boa fé, convém evitar a familiaridade [grifo nosso] consoante o prudente e hoje
sobremodo oportuno conselho de S. Tomás: “para que nossa familiaridade não dê aos outros
ocasião de errar” (Quodlibetum 10, q. 7, a. 1 c).
Essas regras estão totalmente em conformidade com a Dominus Iesus editada no ano 2000. Os
princípios são os mesmos. Como já dissemos, a Igreja de Roma não muda e não pode mudar. Os
pronunciamentos de hoje devem guardar coerência com as práxis anteriores, por força da
infalibilidade que os papas atribuíram a si mesmos. Se constituímos uma ameaça e perigo; se os
católicos são orientados a não ter conosco qualquer tipo de familiaridade; se o diálogo com os
protestantes não os removerá de suas “heresias”; se não aceitamos o reingresso na “Igreja
Verdadeira”, então não há porque falar em ecumenismo.
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Estude com fé depois de ter terminado os seus estudos, envie seu questionário com as
respostas devidas para o endereço de e-mail: [email protected], se assim quiser,
logo após respondido e corrigido o questionário, alcançando media acima de 7,5, solicite
o seu Lindo DIPLOMA de Formatura e a sua Credencial de Seminarista formado, também
poderá solicitar estagio missionário em uma de nossas igrejas no Brasil ou exterior traves
da Federação Internacional das Igrejas e Pastores no Brasil ou Fenipe, que depois do
Estagio se assim o achar apto para o Ministério poderá solicitar a sua ordenação por uma
de nossas organizações filiadas no Brasil ou no exterior, assim você poderá também
receber a sua Credencial de Ministro Aspirante ao Ministério de Nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo. Esta apostila tem 23 pagina boa sorte.
Sem nadas mais graça e Paz da Parte de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo bons estudos.

Reverendo Gilson de Oliveira

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