Tema 1
Tema 1
Descrição
Propósito
Entender a dinâmica das relações que envolvem as pessoas e as organizações tornará o gestor capaz de
intervir positivamente no contexto em que elas ocorrem, permitindo-o acompanhar as mudanças do
ambiente organizacional.
Objetivos
Módulo 1
O papel das pessoas nas organizações
Apontar o papel central das pessoas no alcance dos resultados organizacionais.
Módulo 2
Competências comportamentais
Identificar a importância das competências comportamentais nos locais de trabalho.
Módulo 3
Embora já existam lojas sem atendentes, por trás de toda a operação estão as pessoas. Alguém decidiu
qual local adequado para instalar aquele ponto de venda, quais produtos comercializar ou como
disponibilizá-los nas gôndolas.
Em São Paulo, há lojas totalmente autônomas. Nelas, é possível realizar compras de mercadorias sem
interação humana. Mesmo chamadas de autônomas, suas operações dependem das ações de pessoas em
diversos dos seus processos.
A tecnologia, as máquinas, os equipamentos e os recursos financeiros são itens que compõem uma
organização e que precisam ser impulsionados pela atividade humana. Mas o contrário também é
verdadeiro: nós, humanos, precisamos das organizações para atender às nossas mais variadas
necessidades.
1 - O papel das pessoas nas organizações
Ao final deste módulo, você será capaz de apontar o papel central das pessoas no alcance dos
resultados organizacionais.
Pessoas precisam suprir as suas mais variadas necessidades e as organizações precisam cumprir sua
missão e alcançar seus objetivos reconhecidamente pluralistas.
Esta visão de interdependência foi discutida nos anos 1970, por Argyris (1975). De acordo com o autor, já
naquela época, fazia-se necessária a efetiva integração entre as pessoas e as organizações.
Argyris
Argyris
Chris Argyris (1923-2013) foi professor de Comportamento Educacional e Organizacional na Harvard University
a partir de 1971 e uma renomada autoridade no campo de Comportamento Organizacional. Foi o precursor da
aprendizagem dupla (double-loop learning).
Pessoas
Os indivíduos buscam suas satisfações pessoais por meio da remuneração, dos relacionamentos,
oportunidades de carreira, segurança no cargo, entre outros.
Organizações
As organizações, do mesmo modo, têm necessidade de capital, lucratividade, espaço físico para
operar, tecnologia, capital humano, ampliar nichos de mercado etc.
As organizações precisam, definitivamente, de pessoas para alcançar seus objetivos.
Mas, de quais pessoas estamos falando? Onde as encontramos? Como podemos convencê-las a contribuir
para a causa de uma instituição que não foi idealizada por elas?
Primeiro, não é de qualquer pessoa que estamos falando. Se fosse, não precisaria nem existir processo
seletivo para ocupar determinada vaga, concorda?
Estamos falando de pessoas talentosas, qualificadas e comprometidas, que sejam capazes de fazer além
do esperado para o sucesso de um projeto ou para alcançar uma meta.
Essas pessoas têm um brilho especial no olhar, atitude positiva, são inteligentes, abertas ao diálogo, com
sede de aprender e, acima de tudo, com sentimento de dono do negócio, ou seja, atitude de ownership.
Aqui entra o trabalho de quem atua na gestão de pessoas, que buscará no mercado de recursos humanos
alguém com os conhecimentos, habilidades e atitudes adequadas para atuar na organização. Cabe a esta
área:
Selecionar talentos: escolhendo adequadamente as pessoas que farão parte das equipes;
Reter os talentos: criando ambientes acolhedores e desafiadores, para que os integrantes possam
alcançar seus objetivos individuais e contribuir para a realização da missão organizacional.
Transformações nas relações de trabalho
Assista ao vídeo para entender como ocorreram as mudanças nas relações de trabalho ao longo do tempo.
Assista ao vídeo para entender como ocorreram as mudanças nas relações de trabalho ao longo do tempo.
Passamos a nos organizar em torno da gestão e da aplicação do conhecimento humano, ou seja, o que as
pessoas sabem e o que são capazes de fazer com o que aprenderam ao longo da vida.
Essa nova forma de encarar a contribuição humana fez surgir novos modelos de gestão voltados para a
excelência, baseados no conhecimento, na inovação e na flexibilidade, que possibilitam às empresas atuar e
competir globalmente.
A identificação e a manutenção dos talentos são cada vez mais importantes para o
crescimento e a sustentabilidade das corporações.
Fazer isso localmente e agir de modo global pode ser uma chance para conquistar os melhores
profissionais. Afinal, o que diferencia as empresas, na atualidade, é a qualidade das pessoas que as
compõem e a forma como seus talentos individuais são combinados, tornando cada organização única em
sua essência.
As pessoas como vantagem competitiva
Em um cenário de mudanças em velocidade crescente e de competição em nível global, diferenciar uma
empresa da concorrência tornou-se extremamente importante. Essa diferença pode ocorrer a partir:
Da localização da empresa.
Do preço.
Da confiabilidade do produto.
Da embalagem.
Da rapidez na entrega.
Da reputação da marca.
Talvez você pague mais caro em um produto porque confia naquela marca ou opte por comprar em uma
determinada farmácia de manipulação, pela crença de que ali a matéria-prima utilizada é de qualidade.
A isso, damos o nome de vantagem competitiva, que é a maneira pela qual uma empresa:
Diferencia-se de seus concorrentes.
Veja o exemplo da Google, que tem sua marca associada à inovação, confiabilidade e resolução de
problemas. Parte disto é resultado da filosofia da empresa, que se traduz como:
Se você pode fazer algo que melhore a experiência do cliente, faça.
(Google)
Para manter-se na liderança por tantos anos, a organização investiu na atração, retenção e no engajamento
das pessoas que lá trabalham.
Para a empresa estar à frente de seus concorrentes, é essencial que seus colaboradores adotem
comportamentos estratégicos como:
Capacidade de inovação;
Comunicação eficaz;
Resolução de problemas;
Quando se discute o engajamento, Renata Costa defende a ideia de que vivemos a era do funcionário-
cliente, em uma matéria para a revista Você RH em 2017, onde afirma-se que:
Mas, ao se analisar o mercado de trabalho no Brasil, qual é o cenário na maioria das empresas?
O número é altíssimo!
O número é altíssimo!
Muitos desses profissionais buscam novas ocupações e desligam-se da empresa. E os que ficam?
Esses contaminam o ambiente de trabalho e comprometem os resultados de toda a equipe com alguns
comportamentos, tais como:
Distração;
Ausência de comprometimento;
Essas são algumas das consequências de ambientes contaminados com pessoas insatisfeitas.
Pior ainda, essas pessoas podem estar vivendo o que Eduardo Shinyashiki (apud RUBIN, 2016) denomina de
aposentadoria mental. Veja:
Quando a pessoa trabalha, cumpre sua jornada, mas está com a mente desligada, só no piloto automático.
Faz o que é pedido, mas nada além disso. Não questiona, não propõe melhorias, conhece a finalidade do
trabalho que executa e vive como um zumbi corporativo.
Agora, imagine uma empresa onde 7 em cada 10 empregados vivem dessa forma.
Os pedidos chegam a todo momento. Sua equipe confere os itens, separa os produtos,
embala, encaminha-os para a auditoria de qualidade e os libera para os entregadores. Tudo
certo, não é? Talvez, se não fosse a falta de cuidado dos entregadores com as sacolas.
Várias reclamações começam a chegar: ovos quebrados, frutas amassadas, legumes batidos.
As justificativas dos entregadores? São muitas entregas, o trânsito é complicado, os clientes
demoram a atendê-los e a chuva atrapalha a coisa toda.
Tudo saiu devidamente correto antes do transporte, mas até que o produto chegue ao cliente,
todos precisariam ter atitude de ownership, aquela da qual já falamos, o sentimento de dono
do negócio.
Pare e reflita:
Pare e reflita:
Para sua empresa continuar existindo, será preciso ou não rever as estratégias na área de gestão de
pessoas? É óbvio que sim!
Nessa mesma linha do compromisso e do sentimento de dono, existe a questão que discute o impacto da
atuação de pessoas felizes e as características que lhes são peculiares em seus ambientes de trabalho.
Conheça as características dessas pessoas, de acordo com o resultado da pesquisa realizada pela ISMA-
BR:
Autoestima;
Autoconfiança;
Otimismo;
Flexibilidade.
Otimismo
Flexibilidade e foco
Tendências
Uma pesquisa feita pela McKinsey & Company aponta que 14% da força atual de trabalho no Brasil terá que
migrar de atividade até 2030.
Por que?
De acordo com Morgado e Pliopas (2018), o avanço tecnológico, a automação e a adoção de IA nos
processos organizacionais criarão novas formas de trabalho, exigindo um novo perfil dos profissionais do
futuro.
O profissional do futuro deverá ser capaz de utilizar a tecnologia para estabelecer novas redes de
relacionamento capazes de potencializar a criatividade e a inovação.
Os chamados brain workers ou profissionais do conhecimento promoverão a renovação dos conceitos mais
elementares dos processos nas organizações (ARAGÃO, 2015).
O desempenho e a entrega de cada empregado serão potencializados pelas experiências positivas que ele
tem no seu ambiente de trabalho.
De acordo com Costa (2017), as palavras que compõem o vocabulário do público voltado para o
funcionário-consumidor são: personalização, transparência, simplificação, autenticidade e capacidade de
resposta organizacional.
Criar experiências incríveis para inspirar e engajar colaboradores é o desafio do momento. Estratégias são
criadas para atrair, reter e otimizar o potencial individual dos talentos em organizações que consideram as
pessoas como essenciais para o sucesso no longo prazo.
O que são trabalhadores do conhecimento?
Questão 1
A relação entre as pessoas e as organizações alterou-se de forma significativa nas últimas décadas,
sobretudo por causa do avanço tecnológico, da automação e da adoção de inteligência artificial nos
processos organizacionais. Sabendo disso, assinale a alternativa que apresenta uma característica do
profissional do futuro:
C Sentimento de ownership.
Antônio Pedro foi contratado como gestor na organização Métodos S/A. Seu principal desafio é
transformar o modelo de trabalho mecânico e tradicional existente na empresa, cujas características
são:
I- Divisão do trabalho ‒ Cada indivíduo desempenha a tarefa precisa que lhe é atribuída.
III- Valorização da comunicação e interação para discussão de ideias entre superiores e subordinados.
Está(ão) correto(s):
A Os itens I, II e III.
C Apenas o item I.
A divisão do trabalho foi um dos fundamentos da Administração Científica. De acordo com este
conceito, cada empregado deveria realizar apenas a parte do trabalho que era de sua responsabilidade,
sem questionamento, o que exigia ampla supervisão da chefia, que coordenava as atividades
executadas por todos.
2 - Competências comportamentais
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar a importância das competências
comportamentais nos locais de trabalho.
O atual mundo do trabalho gira em torno das competências comportamentais. Você sabe o que é isso? Ao
longo deste módulo, vamos responder esta pergunta.
Embora pareça simples, não é tão fácil de ser colocada em prática, porque, para inovar, precisamos dos
conhecimentos, das habilidades e das atitudes dos talentos que fazem parte de uma organização. Essa é,
inclusive, uma opinião compartilhada por vários autores.
Veja, a seguir, as competências comportamentais que geram bons resultados e tornam as empresas
Veja, a seguir, as competências comportamentais que geram bons resultados e tornam as empresas
competitivas.
Entregar valor: são os talentos que poderão participar de maneira ativa dos processos de inovação para
garantir maior valor para os clientes pelo menor custo para as empresas. Isso representa maiores
resultados e, consequentemente, a organização cresce e se desenvolve em uma relação constante de
causa e efeito;
Inovar e renovar: é a complexidade do mundo contemporâneo que sugere novas relações de trabalho
enre indivíduos e a empresa. É o conservadorismo dando lugar à inovação, os números às ideias, o linear
ao sistêmico e o isolamento à criação de uma rede de interatividade entre pessoas, empresa e sociedade;
Conectar e compartilhar: O mundo está mudando e a nova ordem de desempenho e excelência exige que
a organização contemporânea repense sua maneira de gerenciar pessoas dentro de seus espaços de
trabalho. Investindo cada vez mais na construção de novas relações de trabalho que privilegiam o
desenvolvimento de competências, o ganho de autonomia por parte do trabalhador, para que ele possa
inovar.
Todos ganham com essas mudanças, principalmente as pessoas, já que lhes é devolvido o que têm de mais
importante: A capacidade de pensar e de inovar.
Diferente do conceito usado por muitos de nós quando estamos em uma reunião de amigos (quem nunca
ouviu a expressão: “João é incompetente! Não sabe fazer seu trabalho.”), a palavra competência tem um
significado específico no contexto acadêmico e nas organizações, além de continuar evoluindo ao longo do
tempo. Quer ver?
Tradicionalmente, o conceito de competência era assim definido por McClelland (apud FLEURY, 2002):
CHA = O conjunto dos conhecimentos, habilidades e atitudes que resultam na alta performance de um
empregado.
De acordo com Scott Parry (apud EBOLI, 2004, p. 52), a competência, numa definição simplificada, é
resultante de três fatores básicos:
Conhecimentos
Relacionam-se à compreensão dos conceitos e das técnicas. É o saber fazer.
Habilidades
Representam aptidão e capacidade de realizar e estão associadas à experiência e ao aprimoramento
progressivo. É o poder fazer.
Atitudes
Referem-se à postura e ao modo como as pessoas agem e procedem em relação a fato, objetos e outras
pessoas de seu ambiente. É o querer fazer.
Outros autores possuem visões distintas sobre o que a definição de competência. Veja:
Outros autores possuem visões distintas sobre o que a definição de competência. Veja:
Zarifian (2001, p. 68), por sua vez, defende a ideia de que a competência do indivíduo é o tomar a iniciativa e
o assumir a responsabilidade diante de situações profissionais com as quais ele se depara. Percebe-se aqui
um sentido de competência ligada à ação como inteligência prática, na medida em que existe a real
aplicação de conhecimentos conceituais e filosóficos dentro das atividades realizadas diariamente pelas
pessoas em seu trabalho, o que garante melhoria de processos e maiores resultados em um sentido
dinâmico de aprendizagem e transformação.
Fleury (2002, p. 53) segue nessa mesma linha, apresenta o conceito de competência e indica que o tema
entrou na pauta das discussões acadêmicas e empresariais associado a diferentes instâncias de
compreensão: No nível das pessoas (a competência do indivíduo) e das organizações (core competencies).
Na ideia da autora, a competência do indivíduo não se limita ao seu estoque de conhecimentos teóricos,
nem se encontra restrita a uma tarefa. Ela é a inteligência prática que se apoia nos conhecimentos
adquiridos e os transforma a partir da complexidade das situações com as quais o empregado convive
diariamente.
Dutra (2004) defende que o conceito de competência precisa estar vinculado à entrega, ou seja, à
capacidade de o empregado entregar valor por meio dos conhecimentos, habilidades e atitudes que possui.
É a sua contribuição e a maneira como mobiliza suas capacidades para gerar resultados.
O que é competência?
Assista ao vídeo para entender o conceito de competências.
Logo, para que se possa afirmar que alguém apresenta competências em seu trabalho, não basta que ela
tenha conhecimentos: As habilidades e atitudes são fundamentais.
O que você acha mais difícil desenvolver em uma pessoa: os seus conhecimentos, as
O que você acha mais difícil desenvolver em uma pessoa: os seus conhecimentos, as
suas habilidades ou as suas atitudes?
Se você disse atitudes, acertou! É isso mesmo. Desenvolver novas atitudes nas pessoas, sem dúvida, é o
processo mais demorado em um programa de educação.
Conhecimentos e habilidades são facilmente ensináveis, mas atitudes não. Para mudarmos a atitude de
alguém, precisamos alterar seu padrão de pensamento e isso leva tempo, sabia? Não é da noite para o dia,
mas, ainda que demande tempo e investimento, é extremamente necessário. Afinal, o desempenho
profissional de alguém está vinculado à sua atitude no trabalho.
Percebeu que não estamos mais falando em treinar para executar apenas uma tarefa?
O foco agora é fortalecer as competências para ampliar a visão do colaborador, tornando-o qualificado para:
Mobilizar-se;
Saber agir;
Engajar-se;
Você concorda, então, que a inteligência das pessoas é a base para o aumento do capital intelectual de uma
empresa, tornando-a capaz de inovar sempre?
Você consegue listar quais são as competências indispensáveis para o futuro do trabalho? Que tal nos
acompanhar até o fim desta discussão e descobrir se sua resposta coincide com a nossa?
Agora que você já sabe o significado dessa palavra, o convite é para que conheça qual é o pensamento
contemporâneo sobre o futuro do trabalho.
Vamos começar?
Você sabia que mais de 1/3 das competências requeridas para a maioria das profissões que
serão relevantes até 2025 não são consideradas fundamentais atualmente?
80% das tarefas executadas por seres humanos serão automatizadas até 2050 e 85% das
profissões que existirão até 2030 ainda nem foram inventadas.
As previsões indicam que 50% dos empregos que conhecemos deixarão de existir até 2030.
A flexibilidade é uma das macrotendências registradas no relatório do Fórum Econômico Mundial 2018.
Comentário
As empresas serão apenas mais uma possibilidade de trabalho e a ideia é termos uma nova profissão,
chamada de Freelancer S/A: Pessoas que entregarão serviços a qualquer hora e em qualquer lugar, por meio
das plataformas digitais. A ideia é criar, conectar, compartilhar informação e multiplicar as formas de
aprendizagem por meio de redes colaborativas de trabalho.
Envelhecimento da população;
Eficiência energética;
Investimentos;
Tecnologia e infraestrutura.
Os empregos menos suscetíveis de serem extintos pela tecnologia são os que envolvem:
Gestão de pessoas;
Experiência aplicada;
Interação social;
Nem você imaginava que viveria tudo isso em um futuro tão próximo, não é? Que mundo imprevisível!
Tudo que é sólido desmancha no ar é o título do livro de Marshall Berman, que mais do que nunca reflete as
características do mundo atual.
E é neste mundo, volátil, incerto, complexo e ambíguo – conhecido como VUCA ‒, que você vai gerenciar
uma empresa, uma área ou um projeto.
Mundo VUCA
Assista ao vídeo para entender do que se trata o Mundo VUCA.
Logo, para ser um bom gestor, é importante que você desenvolva um conjunto de competências
comportamentais capaz de gerar os resultados desejáveis e a entrega de valor para todos os grupos de
interesse de uma organização.
Infelizmente, muitas escolas de gestão não priorizam o desenvolvimento deste tipo de competências,
fortalecendo apenas as técnicas que, embora sejam essenciais para o desenvolvimento do trabalho, não
são as únicas. Como consequência, as pessoas chegam às organizações e não são capazes de ter
comportamentos assertivos que garantam sua empregabilidade ao longo do tempo. Não há dúvidas de que
a nova educação do século XXI passa pelo aprendizado das soft skills em qualquer área.
Na tradução livre, soft skills são as habilidades socioemocionais que precisamos desenvolver para garantir
Na tradução livre, soft skills são as habilidades socioemocionais que precisamos desenvolver para garantir
presença no mercado de trabalho. Diferentes das competências técnicas, elas remetem à personalidade e
ao comportamento, tendo como base:
Experiências;
Cultura;
Relacionamento interpessoal.
Ética;
Trabalho em equipe;
Comunicação;
Criatividade;
Resiliência;
Inteligência emocional;
Empatia;
Liderança;
Autoconhecimento;
Negociação;
Gestão de conflitos;
Resolução de problemas;
Adaptabilidade a mudanças.
De acordo com a Consultoria McKinsey, pesquisadores descobriram que, entre 2016 e 2030, a demanda por
habilidades sociais e cognitivas, como criatividade, pensamento crítico, tomada de decisão e
processamento de informações complexas, deve crescer até 26% em todas as indústrias.
O que você está esperando para ler mais sobre o assunto e fortalecer suas competências
comportamentais?
Lembre-se sempre de que as organizações contratam as pessoas por suas competências técnicas, mas
Lembre-se sempre de que as organizações contratam as pessoas por suas competências técnicas, mas
você mantém sua empregabilidade e aumenta consideravelmente suas oportunidades de crescimento
quando desenvolve as competências comportamentais.
Atenção!
As competências técnicas, ao longo do tempo, são substituídas pelas máquinas, mas sempre vamos
precisar de alguém para liderar e conduzir times de sucesso.
A maioria das pessoas não imagina, mas ela teve início nos anos 1970. Entretanto, foi a partir da década de
1990, com a difusão do conceito de organizações de aprendizagem, popularizado por Peter Senge (2013),
que a discussão passou a efetivamente fazer parte do cotidiano dos gestores e das empresas.
Na opinião de Senge (2013), para que uma organização possa ser considerada de aprendizagem, é
imprescindível que invista na prática ativa das cinco disciplinas, entre elas, a revisão do modelo mental, que
significa:
Reconhecer que os indivíduos possuem diferentes visões de mundo e consolidar, nas pessoas, uma postura
que possibilite discutir determinadas situações sob perspectivas divergentes, ao levar em consideração
opiniões totalmente contrárias, construindo, assim, novas visões sobre uma determinada situação ou
problema.
O conceito de organizações que aprendem e sua prática ativa tem como pressuposto o alinhamento do
perfil gerencial e a socialização do conhecimento e da informação.
cinco disciplinas
cinco disciplinas
Domínio pessoal;
Modelos mentais;
Visão compartilhada;
Aprendizagem em equipe;
Pensamento sistêmico.
Será que estamos prontos para implantar esse modelo no dia a dia e nas empresas em
que trabalhamos ou gerenciamos? O que seria essencial?
Criar esse ambiente exige a construção de uma cultura dentro da organização, que tenha como
características:
Enfoque analítico
Para que as pessoas possam desafiar constantemente suas premissas.
Abordagem participativa
Por meio da reunião de empregados com diferentes perspectivas, experiências e competências.
Conflito construtivo
Afinal, a diversidade de ideias nos ajuda a olhar o mundo pelos olhos das outras pessoas.
Ambientes de trabalho dessa natureza são um conceito histórico real ou apenas um modismo?
A intensidade de como isto ocorre depende da organização, do segmento em que ela atua, do local em que
estabelece sua base de operação e, sem dúvida, da concorrência que existe em seu setor de atuação. Você
sabe por quê?
Quanto mais concorrência existe no setor onde a organização desenvolve suas atividades, maior é a
necessidade de a empresa inovar para atender aos seus clientes.
E, para que você entenda o que significa essa expressão, deve comparar os conceitos de aprendizagem em
circuito simples e aprendizagem em circuito duplo.
Vamos a eles?
Para Argyris (2000), a aprendizagem refere-se ao indivíduo que incorpora novas práticas sem, no entanto,
refletir sobre o que reproduz.
À medida que as organizações são construídas sobre princípios mecanicistas (aquilo que é feito de forma
mecânica), as pessoas são valorizadas pela sua habilidade de se encaixar e contribuir para a operação
eficiente de uma estrutura predeterminada, realizando atividades fixas em circunstâncias estáveis.
Nesse modelo, privilegia-se o treinamento, que tem como objetivo tornar o empregado apto ou destro para
realizar uma atividade, estabelecendo uma rigorosa disciplina, além de não permitir que as pessoas
analisem as causas das dificuldades e exerçam influência sobre padrões predefinidos. É o que Morgan
(1996) chama de aprendizagem em circuito simples ou único, que consiste nos seguintes passos:
Passo 1
O indivíduo é treinado.
Passo 2
O indivíduo aprende.
Passo 3
Essa estratégia limita as pessoas a identificar e corrigir erros a partir de padrões e normas vigentes, logo,
modelos mentais, normas e padrões não são questionados.
A lógica de treinar as pessoas durante anos apenas visando ao aprimoramento técnico, garantindo-lhes
know how, foi atribuída pelas condições de um ambiente externo que tinha como característica a
estabilidade.
Quando essas condições do ambiente se alteram, é importante que as pessoas tenham autonomia e
possam questionar a propriedade daquilo que fazem, desafiando os processos.
Segundo Fleury (2002), isso envolve desenvolver outra competência: a capacidade para identificar
problemas e solucioná-los por meio da revisão de pressupostos ou valores fundamentais, a fim de se
apreender um novo conceito.
Know how
Modelo de aprendizagem operacional que privilegia aquisição de habilidades físicas para produzir ações
específicas: Como fazer a atividade?
Para que alguém desenvolva a competência pensamento crítico e analítico, que permite a revisão de
modelos mentais anteriormente consagrados, é importante que ele tenha a capacidade de olhar duplamente
a situação, questionando a relevância das normas de funcionamento, entendendo o porquê (know why)
daquilo que faz.
É um novo caminho de aprendizagem em circuito duplo, no qual você aprende, desaprende e reaprende de
outra maneira, a partir do conflito entre visões, abordagens divergentes, modelos diferentes a que está
acostumado e por meio da construção de ideias e soluções criadas de forma compartilhada para
transformar uma realidade.
Observe que esse movimento não está presente, por exemplo, nas organizações tradicionais.
São princípios diferentes daqueles praticados no modelo mecanicista que invadiu as empresas durante
anos.
Isso exige uma nova postura no comportamento dos indivíduos, que precisam ter disposição para
permanecerem abertos às mudanças, desafiar hipóteses anteriormente consagradas e encarar situações de
conflito como oportunidades de crescimento e inovação.
É preciso rever modelos ultrapassados, abrindo espaço para que cada vez mais as pessoas, em todos os
níveis hierárquicos, adotem uma postura voltada ao autodesenvolvimento e à aprendizagem contínua:
aprendendo a aprender.
Zarifian reafirma a importância das organizações qualificantes, que estão sempre investindo em
aprendizado:
(...) Uma atenção muito maior deve ser dispensada ao caráter ‘qualificante’, ‘que
ensina’, da organização.
Para o autor, além de ser necessária a aquisição de rotinas e hábitos de trabalho em circuito simples, que
seria o aprendizado técnico (know how), as organizações devem estimular o saber individual, desenvolvendo
o aprendizado em circuito duplo, para as condições de instabilidade, que passam a ser percebidas como
fonte e oportunidade de aprendizagem, utilizando a plena potencialidade das pessoas.
O foco do processo de aprendizado passa a se deslocar dos conceitos de know how para os conceitos de
O foco do processo de aprendizado passa a se deslocar dos conceitos de know how para os conceitos de
know why, tornando o processo de compreensão e de consciência do ser humano pressupostos para o seu
sucesso como agente transformador.
É esse caminho que nos leva a alavancar a inteligência da organização, com todos participando ativamente
da análise e melhoria dos processos e empreendendo coletivamente ao trazer novas ideias para soluções
de problemas complexos na comunidade em que vivemos.
Tendências
Para ser um bom gestor, é importante que se desenvolva um conjunto de competências capazes de gerar os
resultados desejáveis e a entrega de valor para todos os grupos de interesse de uma organização.
Diversos relatórios sobre o futuro do trabalho, baseados nas discussões realizadas nas últimas edições do
Fórum Econômico Mundial, analisaram o mercado de trabalho e registraram as principais competências que
todo profissional deve ter. São elas:
Inteligência emocional;
Pensamento crítico;
E você, como vai mudar sua realidade, construir um novo futuro, usando essas competências?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
A ideia das organizações de aprendizagem foi inicialmente defendida por Chris Argyris e, anos depois,
popularizada por Peter Senge, na década de 1990. De acordo com esse modelo:
II- Os objetivos são alcançados pela obediência estrita dos empregados às regras impostas.
Está(ão) correto(s):
A Os itens I, II e III.
C Apenas o item I.
A tensão criativa necessária aos membros de organizações que aprendem serve como fonte propulsora
de novas ideias. É ela que possibilita a análise das situações vigentes sob novas perspectivas.
Questão 2
Nos últimos anos, as organizações vêm passando por crescentes mudanças em razão das
transformações ocorridas no ambiente externo- cenário político, econômico e social- e no ambiente
interno, o que representa forte impacto sobre o perfil dos gestores no novo milênio. As competências
atuais requeridas para um gestor são, portanto:
I- Criatividade e inovação.
Está(ão) correto(s):
A Os itens I, II e III.
C Apenas o item I.
Definição
Provavelmente, você já ouviu alguma definição do que seria a inteligência emocional.
Ninguém consegue controlar uma emoção, o que podemos gerenciar são os comportamentos gerados por
ela.
Se você sentir raiva porque levou uma fechada no trânsito, pode conseguir conter o comportamento
inadequado de descer do carro e bater no outro motorista, mas não conseguirá deixar de sentir raiva, se
essa for uma situação que desencadeia tal emoção em você.
Resposta
Para nos ajudar a refletir um pouco mais sobre o quanto nos conhecemos e até que ponto somos
compreensivos ao reconhecer nossas falhas e vulnerabilidades, sugerimos que assista ao TEDxHouston
com Brené Brown: O poder da vulnerabilidade (2010), um dos vídeos sobre autoconhecimento mais vistos no
mundo.
Brené Brown explica, no vídeo, o que acontece com algumas pessoas. Culpam umas às outras pelas falhas,
jogam nos ombros dos outros suas próprias imperfeições, e isso causa sérias complicações nos
relacionamentos interpessoais. Identificar as emoções básicas e como se manifestam no dia a dia ajuda
em nosso autoconhecimento.
Para entender um pouco mais sobre o que seriam as emoções básicas, recomendamos a leitura do texto
Que é emoção? (GOLEMAN, 2012, p. 340) que aponta existirem, pelo menos, oito famílias de emoções:
Ira
Tristeza
Tristeza
Medo
Prazer
Amor
Surpresa
Nojo
Vergonha
De que forma essas emoções interferem nas suas atitudes e comportamentos e como influenciam seus
De que forma essas emoções interferem nas suas atitudes e comportamentos e como influenciam seus
relacionamentos, tanto na vida pessoal como na profissional, são conhecimentos básicos sobre quem você
é.
Agora que você já iniciou o caminho com a autorreflexão, vamos fazer outro exercício: olhe seu reflexo no
espelho e responda o que te vem à mente. Você está feliz com a pessoa que se tornou? Conhece suas
potencialidades e suas fragilidades? O que você está fazendo para se transformar numa pessoa melhor?
Diante de tantos compromissos, prazos e cobranças externas, podemos não parar para
refletir sobre nós mesmos.
O mais comum é que façamos as coisas no modo automático, tendo como foco somente o checklist de
obrigações a cumprir, muitas vezes, determinadas por outras pessoas.
Como mais uma etapa da nossa viagem interior, sugerimos assistir ao vídeo de Daniel Goldstein, Uma luta
entre o seu ser presente e futuro, que nos leva a refletir sobre nossas escolhas e suas implicações
posteriores.
Geralmente, quando atribuímos a característica inteligência a alguém, estamos nos referindo à inteligência
Geralmente, quando atribuímos a característica inteligência a alguém, estamos nos referindo à inteligência
racional, relacionada aos pensamentos lógicos, matemáticos e analíticos.
Não há coisa mais fácil que vencer os outros homens, nem mais difícil que vencer a
nós mesmos.
(MARQUÊS DE MARICÁ)
O quociente de inteligência (QI), termo utilizado a partir de 1912 por William Stern, está relacionado à
inteligência racional e mede o desempenho cognitivo de um indivíduo, comparando a pessoas da mesma
faixa etária, avaliando a capacidade de resolver questões lógicas. Veja, a seguir, o mudança do conceito de
inteligência ao longo do tempo.
Até o início dos anos 1990
Em 1995
Daniel Goleman, psicólogo, escritor e PhD da Universidade de Harvard, publicou seu primeiro
livro sobre o assunto, intitulado Inteligência Emocional, no qual descrevia de que modo essa
inteligência contribuía para o desenvolvimento dos indivíduos e revelava como a
incapacidade de lidar com as próprias emoções poderia dificultar a vida nos âmbitos pessoal
e profissional.
A inteligência emocional (QE) ganhou espaço nas prateleiras das livrarias, em programas de
televisão, nos estudos científicos de mestrado e doutorado, na prática da educação infantil,
nas áreas de recursos humanos das organizações e nas rodas de conversa pelo mundo todo.
Goleman (2001, p. 337) definiu a inteligência emocional como a capacidade de identificar os nossos
próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos
nossos relacionamentos.
O autor afirma, ainda, que a inteligência emocional pode ser dividida em cinco competências, desenvolvidas
por meio da prática:
Autoconhecimento
Autoconhecimento
Controle
Ter controle emocional. Lidar com sentimentos e adequá-los a situações específicas, o que está mais para
gestão do sentimento.
Motivação
Reconhecimento
Reconhecer as emoções na outra pessoa. Por meio da empatia, avaliar os sentimentos no outro.
Habilidades
Ter habilidades em relacionamentos interpessoais. Ou seja, utilizar as competências sociais para interagir
com outros indivíduos.
Atualmente, um novo conceito está ganhando espaço no debate sobre as inteligências que compõem as
Atualmente, um novo conceito está ganhando espaço no debate sobre as inteligências que compõem as
capacidades humanas: A inteligência relacional (IR). E o que significa esse tipo de inteligência?
Que estamos em constante relacionamento com outras pessoas e, de alguma forma, somos fruto das
relações estabelecidas com todas elas;
Que o desenvolvimento das inteligências emocional e relacional nos fará aprender sobre nossas relações
e, assim, poderemos escolher como queremos vivê-las, tornando nossos relacionamentos mais
autênticos, saudáveis e reais.
Podemos identificar uma emoção ao observarmos, por exemplo, as expressões faciais e as vozes de quem
nos cerca. Pessoas tristes, no geral, choram e mostram-se melancólicas, diferentemente de pessoas
alegres, que sorriem e possuem um brilho distinto no olhar.
Como é possível treinar esse olhar mais apurado para identificar as emoções?
Como é possível treinar esse olhar mais apurado para identificar as emoções?
O filme Divertida Mente (2015), uma animação da Disney, aborda como as emoções se manifestam numa
garota pré-adolescente e como influenciam seus comportamentos.
A animação mostra de que forma as memórias são afetadas pelas emoções experimentadas ao longo da
vida e como ajudam a moldar a personalidade da personagem.
A verdade é que, ao longo dos anos, fomos confrontados por diversas situações e, de alguma forma,
precisamos lidar com as mais variadas emoções.
Presenciamos ocorrências nas quais pessoas com inteligência emocional pouco desenvolvida agiram de
forma involuntária e tiveram comportamentos inadequados. Em alguns casos, estamos incluídos nessa
categoria de pessoas com pouca inteligência emocional, não é mesmo? Sim, todos nós já cometemos
deslizes.
O segredo de quem tem elevada inteligência emocional está no reconhecimento das emoções e na tomada
de decisão sobre o comportamento que virá em seguida.
Parecem a mesma coisa, mas não são. A principal diferença reside no tempo de sua manifestação. Veja, a
seguir, detalhes sobre cada um deles.
Emoções
A alegria ao receber a notícia da aprovação de um trabalho ou a tristeza pela sua reprovação são
alguns exemplos. As sensações são breves e seus efeitos passam rapidamente.
Humor
A sensação é menos intensa e não há um estímulo contextual, não é dirigida a algo específico;
A pessoa simplesmente está de alguma forma. Sabe quando você acorda bem, animado, vendo o
lado positivo de tudo, com vontade de realizar grandes feitos? Pois é, você está bem-humorado,
feliz e esse estado vai permanecer assim por um tempo maior que alguns minutos.
Sentimento
Representa uma grande variedade de sensações e é mais duradouro que o estado de humor;
É constante, consistente e direcionado a algo ou alguém, especificamente. Você pode sentir amor
por alguém por muitos anos consecutivos, assim como pode cultivar raiva por tempo prolongado.
De que forma o reconhecimento das emoções e sentimentos pode transformar nossas vidas?
À medida que conseguimos reconhecer as emoções – os limites da nossa capacidade de lidar com elas e
em quais situações somos mais ou menos competentes para agir –, podemos usar estratégias mais
adequadas para resolver conflitos e promover relações mais saudáveis.
Empatia e sociabilidade
Atire a primeira pedra quem jamais se arrependeu de ter agido de uma forma e não de outra.
Quem nunca sonhou poder voltar no tempo e reagir de forma diferente a uma situação na qual teve um
descontrole emocional?
O que acabamos de relembrar foram situações em que vivemos um sequestro neural, no qual nosso cérebro
entrou em estado de alerta e acionou seu plano de emergência.
O que isso significa? Você não pensou antes de agir e não compreende por que reagiu daquela forma.
Agora, pense nas consequências desses momentos na sua vida. Como influenciaram nas relações que você
estabeleceu com outras pessoas?
É preciso nos colocarmos no lugar das outras pessoas de forma verdadeira e sem julgamentos. Afinal,
nossas formas de enxergar o mundo são diferentes. Algo que você considera um completo absurdo pode
ser normal para o outro. Quer um exemplo? Veja a seguir.
Exemplo
Quando precisamos contratar pessoas para trabalharem numa fábrica, em regime de turnos, nos quais elas
não terão dias e horários fixos de trabalho e poderão atuar aos finais de semana e feriados, devemos
colocar essa informação no anúncio de emprego.
Você consegue imaginar o motivo? Mesmo em momentos de alta taxa de desemprego, algumas pessoas
Você consegue imaginar o motivo? Mesmo em momentos de alta taxa de desemprego, algumas pessoas
podem não aceitar propostas de trabalho que exijam o trabalho em regime de turnos.
Antes de concluir que estas pessoas não precisam do trabalho, vamos nos colocar no lugar delas e tentar
olhar o mundo sob sua perspectiva. Alguns motivos pelos quais alguém não aceitaria trabalhar sob esse
regime:
Estudos noturnos;
Enfim, viu como são inúmeros os motivos antes de apenas não querer trabalhar à noite ou aos finais de
semana?
O que é automático? Pensar pelo outro com o nosso filtro da realidade, não é?
Algumas pessoas, além de não se colocarem no lugar do outro, ainda o julgam: Não quer trabalhar, Tem
preguiça, Se precisasse do dinheiro, aceitaria.
Não fique envergonhado se por acaso pensou algo parecido, em algum momento da vida. Levante a mão
quem nunca julgou ou condenou alguém sem conhecer seus motivos.
Não é à toa que a empatia é citada por todos os autores que desenvolvem estudos relacionados à
inteligência emocional e relacional como o caminho para estabelecer relacionamentos mais saudáveis e
duradouros, tanto na vida pessoal como profissional.
Dica
Um belíssimo exemplo de como tais habilidades podem influenciar nossas vidas é retratado no filme Um
senhor estagiário (2015), cujo personagem central é vivido por Robert de Niro, que encanta e envolve a todos
na startup onde atua.
Reaprendizado emocional
Já ouviu falar de uma frase que diz:
(ABRAHAM LINCOLN)
Iniciaremos nossa conversa sobre o reaprendizado emocional com essa frase de Abraham Lincoln,
presidente dos Estados Unidos da América (EUA) à época da Guerra Civil norte-americana, o principal e
mais violento conflito interno no país.
De origem humilde, ele entendeu desde muito cedo que precisaria da ajuda de todos à sua volta para
alcançar seus objetivos e elevar seu país à categoria de potência mundial, não permitindo sua separação.
Se Lincoln tivesse tentado acabar com a guerra usando a força, não teria conseguido unir os dois lados,
abolir a escravidão e ser reconhecido pela sua flexibilidade, generosidade e liderança como um dos mais
importantes presidentes da história dos EUA.
Precisamos compreender que somos seres mutáveis, capazes de realizar transformações em nós mesmos
Precisamos compreender que somos seres mutáveis, capazes de realizar transformações em nós mesmos
e no ambiente que nos cerca.
Aceitar que a forma como agíamos no passado pode não ser a mais adequada para o momento atual é um
ato de humildade e revela autoconhecimento e consciência coletiva.
Os maiores desafios para desenvolver sua inteligência emocional e reaprender a utilizar as emoções a seu
favor envolvem:
A auto-observação para reconhecer as emoções no momento em que ocorrem e saber lidar com reações
impulsivas.
Os pensamentos sabotadores são aqueles que podem minar nossa capacidade de autocontrole.
Imaginar que você tem total controle sobre seus pensamentos não é verdade. O que precisamos
aprender é como ressignificá-los.
Quando pensar: “Sempre sobra pra mim nesta empresa, sempre tenho que fazer tudo sozinho!”,
repare se não é sua postura o que leva seus colegas de trabalho a te sobrecarregarem.
Você sabe dizer não? Impõe limites ao que os outros podem fazer a você?
Em caso negativo, as situações vão continuar acontecendo e você sempre estará sobrecarregado.
Auto-observação
Antes de nos preocuparmos com os sentimentos dos outros, precisamos nos perguntar:
O que sinto?
O que penso?
O que quero?
Viver a vida tentando agradar outras pessoas nos faz esquecer de nós mesmos.
Essa auto-observação nos faz reconhecer quais emoções estamos sentindo no momento e como
podemos lidar com elas.
Alguém impaciente no trabalho, que demonstra irritação com todos da equipe, pode estar apenas
triste.
Identificar a emoção e como ela nos afeta, influenciando nossos comportamentos, é a chave para o
Identificar a emoção e como ela nos afeta, influenciando nossos comportamentos, é a chave para o
reaprendizado emocional.
Goleman (2012) afirma que ressignificar uma experiência traumática e lidar de forma diferente com seus
impactos nos faz sair do automático emocional. Olhar a situação sob uma nova perspectiva ajuda no
processo. Imagine a seguinte situação descrita a seguir:
Exemplo
A última reunião da qual você participou não ocorreu da forma como gostaria? Você não obteve resultados
positivos?
Pare, analise as atitudes de todos e aprenda com isso para não repetir os mesmos erros na sua próxima
tentativa.
O que você não pode deixar acontecer novamente? O que você aprendeu com isso?
Descobrir formas de acalmar os circuitos emocionais que nos fazem entrar no automático, reconquistar a
sensação de controle sobre o que nos acontece e reconstruir a história vivida, compreendendo-a de forma
mais realista, são caminhos a serem percorridos.
Tendências
De acordo com o Mental Health Atlas 2017, publicação da Organização Mundial da Saúde, o mundo perde
um trilhão de dólares por deixar de tratar a ansiedade e a depressão. Em um ambiente no qual cada vez
mais pessoas não conseguem lidar com suas emoções de forma saudável, esse dado é relevante.
Acompanhe, a seguir, algumas informações sobre o assunto.
Nas organizações, esses efeitos são sentidos diariamente em seus ambientes. A falta de
motivação, os conflitos internos e a depressão influenciam negativamente a produtividade e
impactam os resultados.
No século XX, tornou-se cada vez mais comum o afastamento do trabalhador em razão de
quadros depressivos e síndromes provocados por estresse e exaustão. Em 2020, essas serão
as principais causas de afastamento laboral no mundo.
Dados como esses nos trazem um alerta quanto à qualidade das relações estabelecidas
entre as pessoas e as organizações. O sentimento de impotência e a exaustão emocional
fazem as pessoas se interessarem menos pelo que acontece ao seu redor, deixam o
raciocínio reduzido e as tornam menos capazes de alcançar objetivos.
Um olhar mais atento às necessidades individuais e novas formas de organização do trabalho podem
melhorar essa situação.
Os ganhos serão coletivos: Pessoas, organizações e a sociedade, como um todo, sairão beneficiados pelas
práticas mais ativas voltadas ao amadurecimento emocional.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
“(...) Todo ser humano, até sua morte, pode ser considerado como um reservatório, um estoque, um
capital de conhecimento que nunca para de crescer.” (AUTHIER; LÉVY, 1995, p. 43)
A disponibilidade que o ser humano tem para aprender deve ser estimulada pelas organizações. No
entanto, essa motivação deve estar vinculada à decisão individual de:
I- Identificação das emoções que lhe afetam para melhorar a qualidade dos relacionamentos que tem.
Está(ão) correto(s):
A Os itens I, II e III.
C Apenas o item I.
Questão 2
Em recente conversa com seu superior, Ana Paula soube que lhe falta a competência Relacionamento
Interpessoal. Logo, ela deverá desenvolver habilidade para:
A Interagir com as pessoas de forma empática.
Entender a dinâmica das relações que envolvem as pessoas e as organizações tornará qualquer gestor
capaz de intervir positivamente no contexto em que elas ocorrem, permitindo-o acompanhar as mudanças
já iniciadas em todo ambiente organizacional.
Podcast
Ouça agora um bate-papo sobre as principais competências e o mindset no futuro do trabalho.
Referências
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ARGYRIS, C. Ensinando pessoas inteligentes a aprender. In: Gestão do Conhecimento. Rio de Janeiro: HBR,
Campus, 2000.
BIONDO, G. G. De cada um, o melhor. In: HSM Management, 68. ed., mai-jun 2008.
COSTA, R. Saiba como a era do funcionário-cliente está mudando o RH. In: Revista Você RH, ed. 51, ago-set
2017.
DUTRA, J. S. Competências: Conceitos e instrumentos para a gestão de pessoas na empresa moderna. São
Paulo: Atlas, 2004.
EBOLI, M. Educação corporativa no Brasil: Mitos e verdades. São Paulo: Gente, 2004.
FORD. Relatório de tendências Ford para 2020. In: Media Ford, 2019.
GOLEMAN, D. Inteligência emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. 2. ed. Rio
de Janeiro: Objetiva, 2012.
MCKINSEY GLOBAL INSTITUTE. Jobs lost, jobs gained: Workforce transitions in a time of automation
MORGADO, A. P.; PLIOPAS, A. L. Desenvolvendo profissionais para o futuro. In: FGV-executivo, v. 17, n. 4,
julho-agosto, 2018.
RUBIN, D. Os segredos de quem é feliz no trabalho. In: Isto é. São Paulo: Três, 2016.
SENGE, P. A quinta disciplina. 30. ed. São Paulo: Best Seller, 2013.
WORDL ECONOMIC FORUM. The future of jobs report 2018. WeForum, 2018.
ZARIFIAN, P. Objetivo competência: Por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001.
Explore +
Assista:
Brené Brown: The Call to Courage (2019). Nesse documentário, a pesquisadora desvenda os medos e
receios que nos impedem de assumir nossa própria vulnerabilidade e lidar com nossas fraquezas num
mundo cheio de incertezas.
Leia:
Relatórios de Tendências Ford para 2020. O estudo apresenta as tendências globais que mais
influenciarão o comportamento do consumidor nos próximos anos e aponta que as pessoas estão cada
vez mais sozinhas e sobrecarregadas.
Desenvolvendo profissionais para o futuro. Material da FGV Executivo no qual as professoras Ana Paula
Morgado e Ana Luiza Pliopas apresentam a nova dinâmica do desenvolvimento de pessoas e discutem o
futuro do trabalho.