Curso 223696 Aula 07 f633 Simplificado
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Autor:
Equipe Direito Administrativo,
Herbert Almeida
25 de Janeiro de 2023
Índice
1) Licitações Públicas - Lei 14.133/2021 - Parte 2 - Contratação Direta
..............................................................................................................................................................................................3
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Neste momento, você já deve saber que a regra é realizar a licitação antes de contratar. Nesse caso, a
licitação é a ponte que liga a necessidade da administração ao terceiro que será contratado, com a sua
respectiva proposta. Porém, nem sempre precisamos de uma ponte para fazer uma travessia, concorda?
Então, nem sempre precisamos de uma licitação para fazer essa ligação.
Dessa forma, os casos excepcionais em que a licitação não é realizada são chamados de contratação direta,
ou seja, de contratação sem licitação.
A primeira espécie consta no art. 75, que dispõe sobre hipóteses conhecidas como licitação dispensável.
Nesses casos, há uma autorização do legislador para que a administração faça a dispensa. Logo, a decisão
da autoridade é discricionária, podendo escolher entre licitar ou não licitar. Ademais, a licitação
dispensável trata de casos variados, que envolvem desde o valor, o objeto, uma situação excepcional ou
as pessoas que prestarão o objeto.
Por outro lado, a segunda espécie, que consta no art. 76, I, trata de hipóteses de licitação dispensada, que
significa que a administração não poderá licitar. Nesse caso, trata-se de decisão vinculada. Ademais, todos
os casos de licitação dispensada versam sobre alienação de bens móveis ou imóveis.
1
Por exemplo, na Lei 8.666/1993, o credenciamento não constava como hipótese expressa de inexigibilidade. Porém, a doutrina
e a jurisprudência já consideravam essa situação como caso de inexigibilidade, em virtude da inviabilidade de competição.
Portanto, o credenciamento era exemplo clássico de hipótese que não estava prevista expressamente em lei, mas era
inexigibilidade. Na nova Lei de Licitações, todavia, esse exemplo se perde, pois o caso passou a constar expressamente como
inexigibilidade. Vamos estudar isso adiante.
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O rol dos casos de dispensa de licitação, qualquer que seja a espécie, é taxativo, ou seja, o administrador
não pode “inventar”. Assim, para dispensar a licitação, o caso deverá constar expressamente na Lei de
Licitações.
Inviabilidade de competição
Inexigibilidade
Rol exemplificativo
Alienação de bens
Rol taxativo
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Inviabilidade de Legislador autoriza que não seja Legislador determina que não
Conceito
competição realizada a licitação seja realizada a licitação
Rol Exemplificativo Taxativo Taxativo
Natureza - Discricionária Vinculada
Objeto Diversos Diversos Alienação de bens
(MPC PA/2019) As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões
e locações da administração pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente
precedidas de licitação, todavia a lei de licitações estabelece situações de contratação direta. Para estas
situações, as possibilidades são:
a) licitação dispensada, licitação dispensável e inexigibilidade de licitação.
b) convite e concurso.
c) licitação direta, licitação dispensável e autorização de fornecimento.
d) contratação direta e concurso.
e) concurso e doação.
Comentário:
Em alguns casos, a própria lei autoriza ou determina a não realização do procedimento licitatório. São eles:
os casos de licitação dispensada (art. 76 – rol taxativo); de licitação dispensável (art. 75 - rol taxativo) e de
inexigibilidade (art. 74 - rol exemplificativo).
Gabarito: alternativa A.
Quando se fala em contratação direta, significa que não será realizado um processo de licitação. Porém,
isso não significa que é só atravessar a rua e comprar no primeiro fornecedor que você quiser. Na verdade,
como a regra é a realização da licitação, o processo de contratação direta depende de uma série de
formalidades para justificar a não realização da licitação. No mesmo contexto, a administração terá que
demonstrar o motivo de ter escolhido o fornecedor “X” e porque pagou determinado preço.
Portanto, tenha em mente que na contratação direta não tem licitação, mas existem algumas formalidades.
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Dessa forma, o processo de contratação direta, que compreende os casos de inexigibilidade e de dispensa
de licitação, deverá ser instruído com diversos documentos (art. 72), como o documento de formalização
de demanda; a estimativa de despesa; o parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso; a previsão
de recursos orçamentários; a comprovação dos requisitos de habilitação e qualificação necessários; a
razão de escolha do contratado; a justificativa de preço; e a autorização da autoridade competente.
Erro grosseiro
Responsabilidade
por dano Contratado
decorrente de
contratação direta Responsabilidade solidária
Agente público
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A inexigibilidade trata das hipóteses em que é inviável a competição. Pense comigo: a licitação, em si, é
um procedimento competitivo. Logo, se não há como promover uma competição, então não há licitação.
A Lei de Licitações apresenta uma lista (um rol) de situações em que ocorre a inexigibilidade. É importante
você saber que essa lista é meramente exemplificativa. A prova disso é o trecho do art. 74 que dispõe que
a licitação será inexigível “em especial” em determinados casos. Bom, o termo “em especial” significa que
serão apresentados os exemplos mais relevantes. Assim, a administração poderá contratar diretamente,
por inexigibilidade, em outras situações, desde que demonstre que se trata de competição inviável.
Bom, apesar de o rol ser exemplificativo, é certo que as questões de prova irão focar nas situações
mencionadas na Lei de Licitações.
a) fornecedor exclusivo;
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b) artista consagrado;
c) serviço técnico profissional, com prestador de notória especialização;
d) contratação por credenciamento;
e) imóvel em virtude das características e da localização.
Aqui o entendimento é muito simples. Se há apenas um fornecedor para o produto, não há como promover
uma competição. Diga-se: não existe competição com uma pessoa só.
Calma aí que tem mais uma coisinha! Nesse caso de inexigibilidade, é vedada a preferência por marca
específica. Logo, não pode a administração “gerar” uma inexigibilidade quando existe um único fornecedor
para a “marca X”, mas existem fornecedores para outras marcas que, igualmente, atendem às necessidades
da administração. Imagine, por exemplo, que a Apple fecha um contrato de exclusividade de seus celulares.
Ainda assim, não será caso de inexigibilidade, pois outras marcas fornecem celulares, sendo, assim, viável
o processo de competição.
Produtor, empresa ou
Aquisições / representante comercial
Serviços
Fornecedor Exclusivos
exclusivo
Vedação Preferência de marca
(EMAP/2018) A lei veda a preferência por marca na hipótese de contratação direta por inexigibilidade
em razão de fornecedor exclusivo.
Comentário:
É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial para aquisição de
materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviços que só possam ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivos (art. 74, I). A administração deverá demonstrar
a inviabilidade de competição mediante atestado de exclusividade, contrato de exclusividade, declaração
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do fabricante ou outro documento idôneo capaz de comprovar que o objeto é fornecido ou prestado por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivos, vedada a preferência por marca específica (art.
74, § 1º).
Gabarito: correto.
A contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário exclusivo, desde
que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública é hipótese de inexigibilidade de licitação.
Essa é a forma de contratação de “artistas famosos”. Por exemplo, se uma prefeitura municipal desejar
contratar a Ivete Sangalo para fazer um show, teremos grandes chances de se tratar de caso de
inexigibilidade. Primeiro, é só você pensar: só existe uma Ivete (a original), logo não há como realizar
competição. Além disso, a Ivete é consagrada pela crítica especializada e pela opinião pública, pois o
sucesso dela é inegável. Por isso que eu sempre falo para você se lembrar da Ivete, porque o nome dela
começa com “I”, de inexigibilidade.
Então, vamos resumir o que vimos até aqui. É inexigível a licitação para a contratação: de profissional de
qualquer setor artístico, consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública, diretamente ou
pelo empresário exclusivo.
Consagrado
Profissional de qualquer setor
artístico
Diretamente ou por empresário exclusivo
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Por exemplo: a preparação de uma campanha publicitária de vacinação não pode ser contratada por
inexigibilidade nos termos que estamos vendo agora.
Mas você já deve estar se perguntando o significado desses termos. Então, vamos lá! Consideram-se
serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual os seguintes (art. 74, III):
Esses serviços são caracterizados pela relevância do profissional ou empresa na sua prestação. Eu diria que
o “componente” humano é muito importante. Por exemplo: você busca realizar treinamentos com os
melhores cursos, os melhores professores, etc. Da mesma forma, quando procura um advogado, para fazer
a sua defesa em um processo judicial, você vai analisar a qualidade do serviço antes de fechar o contrato.
Então, esses serviços sofrem uma diferença na qualidade, conforme o profissional encarregado.
Não se preocupe em entender exatamente no que consiste cada um desses serviços. Porém, pegue os
principais termos e conceitos.
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Em termos bem simples, a notória especialização é a demonstração de que aquele profissional é “o cara”,
ou seja, é a empresa ou o profissional que é reconhecido pela capacidade do serviço a ser prestado, de tal
forma que é o único capaz de atender ao que a administração precisa, na forma como a administração
precisa.
Vamos pensar em alguns exemplos! Primeiro, imagine que a administração precisa contratar um artista
para fazer pequenos reparos em algumas esculturas alojadas em um museu público. Trata-se de serviço
técnico especializado! Porém, se forem reparos simples, talvez qualquer profissional com uma qualificação
mínima seja capaz de prestar o serviço. Nesse caso, atendemos ao primeiro requisito, mas não atendemos
ao segundo, já que não precisamos de um profissional de notória especialização.
A mesma comparação nós podemos fazer com os demais serviços. É importante que você anote: a notória
especialização e o serviço se enquadrar como serviço técnico especializado de natureza
predominantemente intelectual são requisitos cumulativos. Os dois devem estar presentes!
Por fim, a Lei de Licitações veda a subcontratação de empresas ou a atuação de profissionais distintos
daqueles que tenham justificado a inexigibilidade. Por exemplo: a administração contratou o advogado “X”,
pela sua capacidade técnica, mas ele subcontrata outro advogado para executar o serviço.
Serviço
técnico
especializado Notória
Inexigibilidade
de natureza especialização
pred.
intelectual
(STJ/2018 - adaptada) O poder público poderá promover treinamento de seus servidores mediante
contratação direta, por dispensa de licitação, de profissional de notória especialização.
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Comentário:
A contratação de serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual com
profissionais ou empresas de notória especialização para treinamento e aperfeiçoamento de pessoal é
hipótese de licitação será inexigível (art. 74, III, 'f') e não dispensável.
Gabarito: errado.
É inexigível a licitação para a contratação de objetos que devam ou possam ser contratados por meio de
credenciamento.
Esse procedimento já era visto, pela doutrina, jurisprudência e na prática, na época da legislação anterior,
como hipótese de inexigibilidade de licitação. Portanto, a nova legislação apenas incorpora o que já estava
acontecendo.
Um exemplo vai nos ajudar! Imagine que um órgão público disponha do seu próprio plano de saúde para
os seus agentes públicos (isso é comum nos órgãos militares). Nesse caso, se você fosse usuário desse
plano, você iria querer a maior cobertura possível. Assim, você poderia escolher o seu médico, o seu
nutricionista, o seu dentista e o seu hospital de preferência. Por outro lado, se a cobertura fosse ruim, você
basicamente ficaria restrito aos profissionais disponíveis no plano.
Bom, para resolver essa questão, a administração poderá lançar um edital de credenciamento. Nesse
procedimento, a administração definirá os requisitos necessários – como valores e padrões mínimos de
qualidade – e todos os profissionais que desejarem, e atenderem aos critérios, poderão ser credenciados
pela administração. Note: se dois hospitais quiserem se credenciar, os dois serão credenciados! Não haverá
disputa entre eles. E, no dia a dia, cada usuário do plano utilizará um ou outro hospital, conforme a
conveniência e ocasião.
Por fim, anota-se que o credenciamento é um procedimento auxiliar de contratação. Por isso, voltaremos
a falar desse assunto, com os seus detalhes, em outra oportunidade. Por enquanto, apenas saiba que o
credenciamento é uma hipótese de inexigibilidade.
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Por exemplo: uma secretaria municipal de saúde deseja locar ou adquirir um imóvel para inaugurar uma
unidade de pronto-atendimento. Determinado imóvel atende às necessidades da administração, em
virtude de suas características (exemplo: o tamanho é adequado; as adaptações para fins de acessibilidade
são de fácil implementação; comporta a instalação de equipamentos médico-hospitalares, etc.) e em
virtude de sua localização (exemplo: o local é de fácil acesso para ambulância, transporte público e outros
meios). Nessa situação, teremos uma hipótese de inexigibilidade.
(Prof. Herbert Almeida - Inédita) Determinado órgão público deseja locar um imóvel para realizar
prestação mais eficiente de seus serviços a determinada parcela da população. Esse imóvel deve atender
a características previamente estabelecidas, como em relação a requisitos de acessibilidade e localização.
Nessa situação, a licitação será dispensável, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado,
segundo avaliação prévia.
Comentário:
Essa questão trouxe mais uma mudança prevista na nova LLC. Na legislação anterior, a “compra ou locação
de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de
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instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de
mercado, segundo avaliação prévia” era hipótese de licitação dispensável.
Agora, na Lei 14.133/2021, a aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de
localização tornem necessária sua escolha é hipótese de inexigibilidade (art. 74, V).
Gabarito: errado.
Inviabilidade de competição
Características
Rol exemplificativo (art. 74)
Somente um fornecedor
Publicidade e divulgação
Vedada
Subcontratação
Aquisição ou locação
Quando as características do imóvel tornam necessária sua escolha.
de imóvel
Singularidade do imóvel
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INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
A licitação dispensável ocorre quando é possível realizar a licitação, mas o legislador retira essa
obrigatoriedade. Assim, a autoridade pública terá discricionariedade para escolher entre licitar ou não
licitar. Caso opte por não licitar, teremos uma contratação direta (sem licitação).
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Dessa forma, enquanto a inexigibilidade ocorre quando é materialmente impossível licitar, a licitação
dispensável surge quando é possível fazer a licitação, mas por uma escolha do legislador a autoridade
pública não será obrigada a fazê-lo. Nesse contexto, como, em linhas gerais, a regra é promover a licitação,
os casos de licitação dispensável não podem ser “inventados” pelo administrador. Logo, o rol de situações
de dispensa é taxativo, expresso, literal.
Licitar
Discricionário
Dispensar
Rol taxativo
O art. 75 apresenta a lista (taxativa) de licitação dispensável. Para fins didáticos, vamos classificá-la em
quatro grupos: em função do valor; em função da situação; em função do objeto; e em função da pessoa.
Entretanto, não se preocupe em decorar a “classificação”, por alguns motivos: (i) a classificação ajuda no
entendimento do tema, mas não tem qualquer fim prático, pois as características de uma dispensa não
mudam por ela estar em um ou outro grupo; (ii) eu não seguirei completamente a classificação adotada
por alguns autores, seja por não concordar integralmente, com o devido respeito às opiniões divergentes,
ou em virtude das mudanças da Nova Lei de Licitações;2 (iii) há casos em que podemos inserir a dispensa
em mais de um critério, mas optei por não criar outras subcategorias e apenas explicar, ao longo do
comentário, que seria possível analisar a dispensa por mais de uma perspectiva.
Volto a dizer, a classificação é apenas para fins didáticos. O que você precisa, mesmo, é entender cada um
dos casos que vamos trabalhar. Por fim, algumas situações mais simples ou menos relevantes serão citadas
2
Como o tema é muito novo, vamos ter que esperar alguns anos para ver o “comportamento” da doutrina sobre o assunto.
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de forma breve, sem tanto aprofundamento. As mais relevantes, contudo, serão explicadas com maiores
detalhes.
Há casos em que o valor do objeto é tão baixo que não se justifica promover todo um processo de licitação.
Nesse caso, você tem que entender que realizar a licitação, em si, tem seus custos, como o tempo dos
agentes envolvidos, as publicações, o trabalho de elaboração do edital, etc. Dessa forma, há casos em que
contratar diretamente, sem licitação, é mais eficiente do que promover o processo licitatório.
Logo, a licitação é dispensável para objetos de baixo valor. Mas o que seria “baixo valor”? A resposta está
na própria Lei de Licitações (art. 75, I):
a) valores inferiores a R$ 108.040,82 (cento e oito mil quarenta reais e oitenta e dois centavos),3 no
caso de:
(i) obras;
(ii) serviços de engenharia; ou
(iii) serviços de manutenção de veículos automotores.
b) inferiores a R$ 54.020,41 (cinquenta e quatro mil vinte reais e quarenta e um centavos), no caso de:
Obras
Logo, temos dois grupos: as obras, serviços de engenharia e serviços de manutenção de veículos
automotores, quando os valores devem ser inferiores a R$ 108.040,82; e as compras e demais serviços,
quando os valores devem ser inferiores a R$ 54.020,41. Ademais, entenda por “compra” a aquisição
3
Valores atualizados conforme o Decreto 10.922, de 30 de dezembro de 2021.
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remunerada de bens, como a compra de material de expediente (caneta, folhas de papel, cartucho de
tinta), de aparelhos (ar-condicionado, televisão), automóveis4 (carros, caminhões), etc.
Entre a nova e a antiga Lei de Licitações não tivemos apenas as mudanças de valores. Há outras
duas mudanças importantes:
1) no grupo dos valores mais elevados (108.040,82), além das obras e serviços de engenharia,
foram inseridos os serviços de manutenção de veículos automotores;
2) na antiga Lei, o valor era de “até tanto”. Agora, o valor é “inferior a tanto”. Por exemplo: na Lei
8.666/1993, a dispensa de baixo valor para obras era de até R$ 33 mil. Assim, uma obra de
exatos R$ 33 mil poderia ter a licitação dispensada. Por outro lado, na nova Lei, se o valor for
de exatos R$ 108.040,82, não será possível dispensar, pois a Lei usa a expressão “valores
inferiores”.
Esses valores serão duplicados para compras, obras e serviços contratados por consórcio público5 ou por
autarquia ou fundação qualificadas como agências executivas6 na forma da lei (art. 75, § 2º). Portanto, um
consórcio público ou uma agência executiva tem como limite os valores inferiores a R$ 216.081,64 e R$
108.040,82, conforme o caso. Bom, é difícil de isso aparecer em prova. Se a questão te perguntar
genericamente quais são os valores para dispensa de licitação, marque os valores gerais. Por outro lado,
somente considere o dobro do valor se expressamente a questão tratar de consórcios públicos ou agências
executivas.
4
Cuidado para não confundir o serviço de manutenção de veículo, que segue o limite inferior a R$ R$ 108.040,82, com a aquisição
de veículo, que é uma compra e, por isso, segue o limite inferior a R$ 54.020,41.
5
Consórcio público é uma pessoa jurídica criada por entes da Federação para a realização de um objetivo de interesse comum.
Por exemplo: três municípios se unem e criam uma associação pública que se encarregará de gerir um hospital. Essa associação
será um consórcio público.
6
Agências executivas são autarquias ou fundações públicas que receberam essa qualificação do ente instituidor. Normalmente,
para se qualificar, a entidade deverá firmar um contrato de gestão e possuir um plano estratégico de reestruturação e de
desenvolvimento institucional. Assim, a agência executiva se compromete a alcançar as metas pactuadas no contrato de gestão,
mas em troca recebem maior autonomia. O melhor exemplo de aumento de autonomia trata justamente dos limites
diferenciados para dispensa de licitação. Assim, a autarquia ou fundação pública qualificada como agência executiva tem mais
liberdade dos que as demais entidades de mesma natureza, pois possui limites maiores para dispensar a licitação. Em troca disso,
terá que se comprometer a alcançar resultados e metas mais exigentes.
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108.040,82 216.081,64
(obras, sv. eng, mnt veículos) (obras, sv. eng, mnt veículos)
54.020,41 108.040,82
(compras de demais serv.) (compras de demais serv.)
Dispensa por - R$
Valores Outros serviços, compras
baixo valor 54.020,41
Consórcios
Limite em dobro
Ag. executivas
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O item está errado! A licitação é dispensável no caso de baixo valor, conforme prevê o art. 75 da Lei de
Licitações:
Art. 75. É dispensável a licitação: [...] II – para contratação que envolva valores inferiores a R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais), no caso de outros serviços e compras;
O erro está na justificativa dada para a dispensa de licitação, que não diz respeito ao fato de o valor do
conserto ser inferior a 10% do valor de aquisição de um equipamento novo, mas sim ao fato de se tratar
de contratação com valor inferior a R$ 54.020,41 (valor atualizado conforme o Decreto 10.922/2021).
Gabarito: errado.
Vamos começar conceituando. A licitação deserta, também conhecida como licitação frustrada, é aquela
em que não compareceram interessados. Assim, na data marcada para iniciar a sessão pública, não
comparece qualquer interessado em participar do certame.
Por outro lado, a licitação fracassada é aquela em que comparecem interessados, mas todos são
desclassificados ou desabilitados ao longo da licitação.
Fazendo uma analogia, seria como uma corrida de maratona. Imagine que foi marcado o evento e ninguém
compareceu para dar a largada. Então, a maratona foi deserta. Por outro lado, imagine que 100
concorrentes compareceram na largada, mas nenhum deles conseguiu completar o percurso. Nesse caso,
a maratona foi fracassada.
Na Nova Lei de Licitações, tanto a licitação deserta como a fracassada representam hipóteses de dispensa
de licitação.
III – para contratação que mantenha todas as condições definidas em edital de licitação
realizada há menos de 1 (um) ano, quando se verificar que naquela licitação:
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Perceba ainda que, nesses casos, a administração realizou uma licitação anterior, mas esta não deu certo.
Então, o prazo de referência é de até um ano desde a licitação fracassada ou deserta. Por exemplo: a
administração fez uma licitação há três anos, sem interessados: isso não é motivo para dispensar a licitação,
pois já faz muito tempo.
Além disso, as condições definidas no edital da licitação que foi deserta ou fracassada deverão ser mantidas.
Por exemplo: a administração faz uma licitação para contratação de plano de internet móvel para 30
aparelhos, com franquia de 30 gigabytes. Não pode um “espertinho” aproveitar que a contratação será por
dispensa para aumentar para 100 gigabytes a franquia, pois, nesse caso, as condições não seriam mantidas.
Logo, a licitação será dispensável se, no prazo inferior a um ano, foi realizada licitação e esta foi deserta ou
fracassada, mantendo-se todas as condições definidas no edital dessa licitação.
O conceito de licitação fracassada também envolve a situação em que todos os licitantes são
inabilitados. Entretanto, essa situação não é mencionada de forma expressa na Nova Lei de
Licitações como hipótese de dispensa de licitação. Assim, pelo menos de forma literal, a hipótese
em que a licitação é fracassada em virtude da inabilitação dos licitantes não consta como
hipótese de licitação dispensável.
Porém, não há como saber o resultado prático dessa situação. No futuro, a doutrina e a
jurisprudência talvez esclareçam melhor. É possível, por exemplo, que o conceito de “proposta
válida” também alcance a inabilitação de todos os licitantes. Como não há uma resposta expressa
na Nova Lei de Licitações, esse tema somente será esclarecido no futuro.
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Dispensa de
licitação Licitação
==1aab94==
deserta
OU
Ausência de proposta válida
Licitação
fracassada Preços superiores aos de mercado ou
incompatíveis com órgãos oficiais
(Prof. Herbert Almeida – Inédita) A legislação permite a contratação direta na hipótese de licitação
deserta, desde que a licitação tenha sido realizada há menos de um ano e sejam mantidas todas as
condições da licitação anterior.
Comentário:
Isso mesmo. A licitação será dispensável quando deserta, ou seja, quando não acudirem interessados à
licitação anterior, para contratação que mantenha todas as condições definidas em edital de licitação
realizada há menos de 1 (um) ano (art. 75, III, 'a').
Gabarito: correto.
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Bom, é fácil identificar a situação que gera a dispensa de licitação: uma calamidade ou emergência. Por
exemplo: uma enchente pode justificar a contratação direta por dispensa de licitação.
Mas o simples fato de ocorrer a situação emergencial ou calamitosa, por si só, não gera a dispensa. É
necessário que a situação gere uma urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou
comprometer a continuidade dos serviços públicos ou a segurança de pessoas, obras, serviços,
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares.
Por exemplo: ocorreu uma enchente na cidade, mas sem gerar prejuízos ou comprometer os serviços ou
segurança. Então, não há motivo para dispensar a licitação. Por outro lado, aconteceu uma enchente e uma
ponte foi comprometida, exigindo a rápida intervenção estatal antes que a ponte caia (risco de prejuízo ou
de comprometer a segurança). No mesmo evento, uma escola sofreu danos na sua estrutura. Há
necessidade de atuar logo, antes que o ano letivo fique comprometido (continuidade dos serviços públicos).
Esse segundo caso tem a seguinte lógica: se a obra ou serviço demorar mais de um ano, significa que ela
não é tão urgente assim, concorda? Por isso que a dispensa vale para aquilo que poderá ser concluído no
prazo de um ano, a contar da data de ocorrência da emergência ou da calamidade.
A Lei de Licitações ainda veda a prorrogação dos respectivos contratos e a recontratação de empresa já
contratada com base nesse dispositivo.
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Pessoas
Urgência de atendimento
Obras
Dispensa por Serviços
emergência
ou calamidade Equipamentos
pública
Bens públicos ou particulares
Prorrogação do contrato
Vedação
Recontratação de empresa já contratada por esse motivo
(Prof. Herbert Almeida – Inédita) Após uma enchente ter causado diversos danos em determinado
Município, se tornou essencial e urgente a contratação de serviços para retirada dos entulhos e detritos
acumulados nos bueiros e ruas da cidade. Nesse caso, a licitação será dispensável, desde que os serviços
contratados possam ser concluídos no prazo máximo de um ano, prorrogáveis por igual período.
Comentário:
Os casos de emergência ou calamidade pública, de fato, autorizam a contratação por dispensa de licitação
(art. 75, VIII).
Contudo, nesses casos, a contratação deve se referir a parcelas de obras e serviços que possam ser
concluídas no prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocorrência da emergência ou da
calamidade, vedadas a prorrogação dos respectivos contratos e a recontratação de empresa já contratada.
Então, o prazo de um ano não pode ser prorrogado, sendo esse o erro da assertiva.
Gabarito: errado.
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Nesse caso, a Lei de Licitações não detalhou muito. Apenas mencionou que a licitação será dispensável nas
seguintes condições:
a) a contratação possa comprometer a segurança nacional;
b) os casos devem ser estabelecidos pelo Ministro de Estado de Defesa;
c) a demanda (o pedido) deve partir dos comandos das Forças Armadas (comandantes do Exército, da
Marinha e da Aeronáutica) ou dos demais ministérios (por exemplo: um pedido do Ministro das
Relações Exteriores).
VII – nos casos de guerra, estado de defesa, estado de sítio, intervenção federal ou de
grave perturbação da ordem;
Aqui é importante ficar atento, pois houve significativa ampliação dos casos que justificam a dispensa. Na
antiga norma, somente guerra e grave perturbação da ordem justificavam a dispensa de licitação. Agora,
além desses dois casos, temos também o estado de defesa, o estado de sítio e a intervenção federal.7
Vale adicionar que a declaração de guerra ou decretação de estado de defesa, de estado de sítio e de
intervenção federal são medidas gravíssimas, motivo pelo qual competem ao Presidente da República (CF,
art. 84, IX, X e XIX) e dependem de aprovação ou de autorização do Congresso Nacional (CF, art. 49, II e IV).
A grave perturbação da ordem, por sua vez, não é uma medida “declarada”, já que decorre de algum fato,
como conflitos civis internos, sendo que os estados de defesa ou de sítio podem ser medidas para evitar
ou restabelecer a ordem.
Ademais, não faça confusão com os casos de emergência (inciso VIII), pois lá existem vários requisitos e
limitações. Neste, entretanto, o legislador não condicionou os contratos, em virtude da gravidade das
situações. Por exemplo: durante a guerra, os contratos poderiam durar enquanto fosse necessário, não
importa qual a empresa contratada. Pense comigo: já pensou um soldado na linha de combate tendo que
esperar a compra de munição que está parada por causa da licitação? Não tem como.
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Guerra
Estado de defesa
Dispensa por
Estado de sítio
situações graves
Intervenção federal
X – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou
normalizar o abastecimento;
Anote aí:
▪ quem: a União;
▪ para: intervir no domínio econômico;
▪ com o objetivo de:
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Por exemplo: o preço de um medicamento essencial disparou. A União poderá realizar a aquisição desse
medicamento para disponibilizá-lo gratuitamente e, com isso, forçar os fabricantes a vender o produto por
valor mais baixo. Outra situação: um produto muito importante está em falta no mercado, pois há
expectativa de que, em breve, ele será fornecido por valor muito mais alto e os produtores querem
aproveitar essa oportunidade para maximizar seus ganhos. Então, a União faz a aquisição do produto no
exterior e disponibiliza o produto à população, forçando os fornecedores a voltar a vender o bem, sob pena
de perderem os seus consumidores.
Note que essa medida é bastante excepcional, pois a União somente deverá intervir na economia quando
houver interesse público relevante que justifique a medida.
Agora, vamos falar das situações em que a licitação é dispensável em virtude do objeto. Na verdade, vamos
verificar adiante que, em alguns casos, não será somente o objeto que definirá a contratação, mas a
combinação de fatores, como o objeto e a pessoa ou o objeto e a situação.
Nesse contexto, a licitação será dispensável para contratação que tenha por objeto (art. 75, IV):
Nesse caso, a dispensa de licitação ocorre para a aquisição de peças ou componentes de equipamentos,
com o fornecedor original, quando isso for condição para a vigência da garantia. Isso ocorre, inclusive, na
nossa vida, no dia a dia. Por exemplo: se comprar um carro, durante a vigência da garantia, você terá que
adquirir as peças “genuínas” com a concessionária, para não “perder a garantia”.
Imagine o seguinte contexto: um batalhão do Exército iniciou o processo de licitação para a compra de
frutas, ovos, pães e outros alimentos perecíveis, mas o processo de licitação acabou atrasando por razão
que estava fora de controle do batalhão. Porém, o ano começou e os recrutas foram incorporados,
precisando desses gêneros para as alimentações diárias. Nesse caso, enquanto o processo de licitação está
em andamento, será possível adquirir os gêneros diretamente, com base no preço do dia (pois o preço
desses produtos varia bastante).
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São dois temas relevantes para o desenvolvimento e soberania nacional. Por exemplo: o desenvolvimento
de um submarino nuclear é um tema que envolve a defesa nacional. Nessa situação, seria interessante
dispor de meios para contratar diretamente os serviços e bens ligados ao desenvolvimento desse
submarino, para diminuir a dependência de tecnologia estrangeira.
g) materiais de uso das Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e
administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante autorização
por ato do comandante da força militar;
Nesse caso, precisamos guardar algumas informações. Primeiro, anote o que é dispensável:
Por exemplo: uma unidade militar é dotada de determinado armamento pesado. Além da arma em si, há
todo um sistema de transporte da munição, pois somente caminhões, aeronaves e embarcações específicas
são capazes de transportar tal insumo. Nessa situação, temos: (i) material de uso das Forças Armadas; (ii)
que requer padronização, pois a munição é específica para um modelo de armamento; (iii) a padronização
depende também de todo um apoio logístico, pois há um sistema especial para transporte de munição.
A aquisição requer autorização por ato do comandante da força militar, ou seja, por ato do comandante
do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica.
Porém, não se enquadram na dispensa de licitação os materiais de uso pessoal e administrativo. Por
exemplo: uniformes (uso pessoal) e cartuchos de impressora (uso administrativo).
O que é
Com o objetivo de atender à padronização
dispensável
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h) bens e serviços para atendimento dos contingentes militares das forças singulares
brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, hipótese em que a contratação
deverá ser justificada quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e
ratificada pelo comandante da força militar;
Esse caso trata das operações de paz, como as missões de paz da Organização das Nações Unidas – ONU.
Nesse tipo de situação, a contratação de bens e serviços é dispensável. Aqui, além do objeto (bens e
serviços) temos uma situação: operação de paz no exterior.
Imagine a seguinte situação: em uma grande operação de adestramento (treinamento), uma embarcação
da Marinha saiu do Rio de Janeiro e teve que passar dois dias no Porto de Rio Grande – RS. Durante esse
período, o navio precisou reabastecer, pois houve um vazamento durante a operação. Logo, trata-se de
hipótese de dispensa de licitação. Nesse caso, temos uma combinação do objeto (abastecimento e
suprimento) com a situação (estada eventual de curta duração).
Essas pessoas devem ser reconhecidas como catadores de materiais recicláveis e a legislação obriga a
utilização de equipamentos mínimos de segurança.
Este subtópico da aula está um pouco mais longo do que o normal. Então, pare uns segundos,
dê uma respirada e... vamos mais um pouco!
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Fique muito atento agora! Esse caso pode causar confusão com uma hipótese de inexigibilidade que vimos
acima. Bom, primeiro vamos conversar sobre a dispensa, depois vamos dar dicas para você não confundir
os dois casos.
Ademais, o objeto deve gozar de autenticidade certificada, pois não adianta comprar uma “obra de arte”
de um “pintor renomado”, mas depois descobrir que era uma “cópia barata”.
Além disso, a contratação deve ter correlação ou compatibilidade com as finalidades do órgão. Por
exemplo: faz sentido um museu público realizar esse tipo de contratação. Por outro lado, não haveria tanto
sentido que a mesma contratação fosse realizada por uma secretaria municipal de saúde.
Os órgãos de saúde já realizam várias licitações para a compra de medicamentos. Contudo, nem sempre é
possível realizar a previsão adequada para a compra de medicamentos para tratamento de doenças raras.
Além disso, é muito comum que esse tipo de aquisição acabe sendo judicializado. Então, essa forma de
dispensa tem o propósito de atender a esta demanda.
Fique atento no seguinte: o Ministério da Saúde é responsável por definir as doenças raras, mas a aquisição
dos medicamentos pode ser realizada por diversos órgãos e entidades da administração que tenham esse
tipo de responsabilidade.
Esse é um caso bem específico. O que importa nessa contratação é a transferência de tecnologia de
produtos estratégicos para o SUS. Por exemplo: uma nova tecnologia para o desenvolvimento e fabricação
de vacinas. Contudo, como esse caso depende de uma regulamentação por ato da direção nacional do SUS,
acaba sendo uma situação um pouco mais abstrata.
XVI – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de insumos
estratégicos para a saúde produzidos por fundação que, regimental ou
estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da Administração Pública direta,
sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento
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Esse dispositivo trata, na verdade, de dois casos de dispensa, ambos envolvendo o objeto e a pessoa. Em
ambos, quem pode contratar é uma pessoa jurídica de direito público interno (ex.: pessoas políticas e
autarquias).
a) de: fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da
administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão,
desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e de estímulo à inovação;
b) para: fornecimento de insumos estratégicos para a saúde (produzidos pela fundação).
O segundo caso de dispensa trata das parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos
estratégicos para o SUS. O caso é muito semelhante com a situação do inciso XII, que já estudamos acima.
Na verdade, a redação é bastante truncada e fica difícil de identificar o propósito dessa previsão, que é
mais restrita, se existe uma previsão mais abrangente no inciso XII. Porém, o que eu recomendo é apenas
se atentar ao texto literal dos dois incisos.
Além disso, a fundação a ser contratada deverá ter sido criada para esse fim específico em data anterior à
entrada em vigor desta Lei de Licitações. O objetivo é evitar a criação de novas entidades com o propósito
único de serem contratada por dispensa de licitação.
Em qualquer caso, ademais, a contratação deverá ocorrer por valor compatível com o praticado no
mercado.
(Prof. Herbert Almeida – Inédita) É inexigível a realização de licitação para aquisição de obras de arte e
objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que inerente às finalidades do órgão ou com elas
compatível.
Comentário:
Na verdade, a aquisição de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, quando inerente
às finalidades do órgão ou com elas compatível, é hipótese de licitação dispensável, na forma do art. 75,
IV, “k”, da Lei de Licitações.
Existe uma “proximidade” quando se trata de serviço de restauração de obras de arte, pois aqui temos
uma hipótese de inexigibilidade (art. 74, III, “g”), quando o serviço for de natureza predominantemente
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intelectual e o profissional possuir notória especialização; ao mesmo tempo que se trata de hipótese de
dispensa, nos termos do art. 75, IV, “k”, quando houver autenticidade certificada, e a necessidade for
inerente às finalidades do órgão ou com elas compatível.
Porém, no caso de aquisição, há somente a hipótese de dispensa, pois aqui não temos um “serviço
técnico”.
Gabarito: errado.
Agora, vamos enumerar as hipóteses em que a licitação é dispensável conforme a pessoa que será
contratada. Vejamos:
IX – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos
ou serviços prestados por órgão ou entidade que integrem a Administração Pública e
que tenham sido criados para esse fim específico, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado;
Perceba o seguinte:
a) quem contrata: pessoa jurídica de direito público interno, como as pessoas políticas (União, estados,
DF e municípios), as autarquias e as fundações públicas de direito público;
b) o que pode ser contratado: bens ou serviços (obras e outros objetos estão fora);
c) quem pode ser contratado: órgão ou entidade que integrem a administração pública e que tenham
sido criados para esse fim específico. Nesse caso, a entidade contratada não precisa ser de direito
público interno. Logo, pode ser uma empresa estatal, por exemplo;
d) requisito: preço compatível com o praticado no mercado.
Imagine, por exemplo, que um ente da Federação criou uma empresa pública para a prestação de serviços
de manutenção e desenvolvimento de softwares (programas de computadores) para a própria
administração. Assim, a licitação será dispensável, desde que atendidos os demais requisitos legais.
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Há muitos detalhes desse dispositivo que exigem conhecimentos de outros assuntos. Teríamos que dar
“uma grande volta” para explicar tudo, mas vamos focar no que é essencial para você acertar a questão.
Essa situação trata dos consórcios públicos e dos convênios de cooperação, que são instrumentos de
parceria entre entes da Federação (por exemplo: três municípios se juntam para criar uma entidade para
prestar o transporte público municipal para cada um deles). Quando um consórcio público ou convênio de
cooperação é criado ou firmado, é possível firmar um contrato de programa, para definir os termos da
prestação de serviços públicos. No nosso exemplo anterior, cada um dos municípios poderá firmar um
contrato de programa com o consórcio público, para disciplinar a prestação do transporte público municipal
em cada um dos municípios. A celebração desse contrato de programa ocorre por dispensa de licitação.
Observação: não confunda o contrato de programa, que é firmado por dispensa de licitação, com as
contratações de bens, serviços e obras realizadas pelo próprio consórcio. Essas contratações são regidas
pela Lei de Licitações e, em regra, dependem da realização de processo licitatório.
Muita hora nessa calma, meu jovem concurseiro(a)! Este caso tem uma cara de pegadinha e você já deve
ter percebido o motivo.
O conceito ao final ficou um pouco estranho (guarde ele apenas para questões mais literais). Porém, esse
dispositivo está tratando da contratação de profissionais que possam auxiliar a administração na avaliação
de propostas técnicas. Cito, como exemplo, o art. 37, § 2º, II, que permite a contratação de profissionais
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de conhecimento técnico para compor a banca de avaliação das propostas técnicas em licitações julgadas
por melhor técnica ou por técnica e preço.
Com efeito, trata-se de profissional técnico de notória especialização, mas esse caso não se confunde com
as hipóteses de inexigibilidade de licitação. Na verdade, a diferença é bem sutil. Em provas, se a questão
versar sobre: “serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual”, prestados por
profissionais ou empresas de notória especialização, estaremos diante de hipótese de inexigibilidade. Por
outro lado, se a questão versar especificamente sobre profissional técnico de notória especialização para
compor comissão de avaliação de critérios técnicos da proposta, estamos diante de hipótese de licitação
dispensável.
XIV – para contratação de associação de pessoas com deficiência, sem fins lucrativos e
de comprovada idoneidade, por órgão ou entidade da Administração Pública, para a
prestação de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado e os serviços contratados sejam prestados exclusivamente por pessoas com
deficiência;
Nesse caso, a administração estará contratando uma associação de pessoas com deficiência. Além disso,
a entidade deverá atender a dois requisitos: (i) ser sem fins lucrativos; (ii) ter comprovada idoneidade.
Ademais, a contratação também terá outras duas exigências: (i) o preço deverá ser compatível com o
praticado no mercado; (ii) os serviços contratados deverão ser prestados exclusivamente por pessoas com
deficiência.
Com efeito, a dispensa trata somente de prestação de serviços (não pode ser, por exemplo, aquisição de
bens ou obras).
a) instituição brasileira que tenha por finalidade estatutária apoiar, captar e executar atividades de
ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à
inovação;
b) instituição dedicada à recuperação social da pessoa presa.
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Agora, fica faltando falar da licitação dispensada. Contudo, esse tema envolve a alienação de bens e, por
isso, vamos abrir um tópico para estudar a alienação e a licitação dispensada em conjunto.
LICITAÇÃO DISPENSÁVEL
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Situações graves ▪ Guerra, estado de defesa, estado de sítio, intervenção federal ou de grave
perturbação da ordem.
• autenticidade certificada; e
• inerente às finalidades do órgão ou com elas compatível.
Em função da ▪ Aquisição por PJ de direito público interno de bens ou serviços prestados por
pessoa órgão ou entidade da APU criada para este fim, conforme preço de mercado;
▪ Celebração de contrato de programa, conforme contrato de consórcio público
ou convênio de cooperação;
▪ Contratação de profissionais para compor comissão de avaliação de critérios de
técnica, quando se tratar de profissional técnico de notória especialização;
▪ Contratação de associação de pessoas com deficiência, sem fins lucrativos e de
comprovada idoneidade, desde que os serviços sejam prestados pelas pessoas
com deficiência.
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(Prof. Herbert Almeida – Inédita) É dispensável a licitação para contratação de associação de pessoas
com deficiência, com ou sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgão ou entidade da
administração pública, para a prestação de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com
o praticado no mercado e os serviços contratados sejam prestados exclusivamente por pessoas com
deficiência.
Comentário:
Fique ligado na pegadinha. A associação deverá ser sem fins lucrativos (art. 75, XIV). O restante do quesito
está correto.
Gabarito: errado.
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Alienar é transferir a propriedade de um bem a terceiro. Por exemplo: quando você vende o seu carro
para um amigo, estará ocorrendo uma alienação. Nesse contexto, são diversas as formas de alienação,
como a venda, a permuta (troca), a doação e outros meios.
Mas como a administração poderá realizar a alienação de um bem? Bom, as regras para isso constam no
art. 76 da Lei de Licitações. É importante anotar que, aqui, vamos falar apenas da alienação de bens da
administração direta, autárquica e fundacional, que são as entidades sujeitas ao alcance da Lei de
Licitações. No caso das empresas estatais, por outro lado, as regras sobre alienação constam na Lei
13.303/2016 e, portanto, não serão abordadas nesta aula.
A alienação de bens da administração pública, em linhas gerais, deverá atender aos seguintes requisitos
(art. 76):
Na verdade, existe uma diferença relevante: no caso de bens imóveis, exige-se a autorização legislativa,
enquanto no caso de bens móveis não existe tal requisito.
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Vejamos alguns exemplos: a administração pretende vender um terreno ou um prédio. Nesses dois casos,
a autorização legislativa será exigida. Por outro lado, se a administração desejar vender mobiliário, veículo,
impressora, ou computadores inservíveis para o seu uso, não haverá necessidade de autorização legislativa.
Perceba, ademais, que, nos dois casos, exige-se a realização de processo licitatório, como regra geral. Com
efeito, a modalidade de licitação será o leilão, independentemente da natureza do bem (móvel ou imóvel)
ou do valor do bem. Ademais, não importa a forma como a administração fez a aquisição do bem. Em
qualquer caso, quando necessária a realização de licitação, a modalidade será o leilão.1
Outra regra que podemos deduzir sobre a alienação de bens é que o critério de julgamento sempre será o
de maior lance. Isso decorre da seguinte lógica: somente o leilão serve para alienar bens; o leilão somente
admite o maior lance como critério de julgamento; logo, sempre que necessária a realização de licitação, a
modalidade será o leilão e o critério de julgamento será o maior lance.
Assim, quanto à modalidade e ao critério de julgamento, não há exceção. Entretanto, quanto ao dever de
licitar temos exceções, ou seja, há casos em que não será necessária a realização de licitação pública. Esses
casos são denominados licitação dispensada.
Portanto, a alienação de bens sempre dependerá de: (i) interesse público justificado; (ii) avaliação; e, no
caso de imóvel, (iii) de autorização legislativa. Entretanto, nem sempre dependerá de licitação.
1
Deixamos com bastante ênfase esta parte, pois na antiga Lei de Licitações a modalidade de licitação variava conforme a
natureza, valor ou método de aquisição do bem. Em vários casos, a modalidade concorrência era aplicável, sendo esta a regra
quando se tratava de bem imóvel. Contudo, na nova Lei de Licitações, somente o leilão é modalidade de licitação para a alienação
de bens.
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Licitação leilão
Móveis
• Critério maior lance
O termo “licitação dispensada” significa uma vedação à realização de licitação, ou seja, nos casos assim
denominados o administrador não poderá licitar, por expressa determinação legal. Trata-se, portanto, de
decisão vinculada.
Todos os casos de licitação dispensada tratam de alienação de bens. Porém, isso não quer dizer que a
alienação de bens sempre será por licitação dispensada. Na verdade, a regra é a realização de licitação,
sendo a modalidade o leilão. Porém, há casos na Lei de Licitações em que o dever de licitar para a alienação
de bens fica afastado.
Portanto, anote aí: todos os casos de licitação dispensada (casos do art. 76) são de alienação de bens;
mas nem toda a alienação de bens ocorre por licitação dispensada, pois a regra é licitar (isso não é uma
aula de raciocínio lógico, eu juro, ).
A licitação é dispensada para alienação de bens imóveis nos seguintes casos (art. 76, I):
a) dação em pagamento;
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A dação em pagamento é um método alternativo para quitar dívidas. Nesse caso, ao invés de pagar em
dinheiro, o devedor para com um bem. Logo, se o Estado estiver em dívida com terceiro, será possível
quitar essa dívida mediante dação em pagamento. Por exemplo: o município X devia um montante de R$ 1
milhão para Maria. Após um acordo entre o município X (devedor) e Maria (credora), ficou acordado que o
pagamento seria realizado por meio da transferência de um bem imóvel que o município não estava
utilizando. Nesse caso, temos uma dação em pagamento.
Não confunda o caso de dação em pagamento que estamos analisando aqui com aquele previsto
no art. 76, § 1º. O caso que estamos analisando agora ocorre quando a administração faz a dação
em pagamento, ou seja, a administração deve a alguém e pretende pagar dando um bem. Assim,
para a administração realizar a dação em pagamento, admite-se a dispensa de licitação.
O caso do art. 76, § 1º, ocorre quando alguém deve um valor para a administração, paga por dação
em pagamento (é o particular que faz a dação em pagamento) e, na sequência, a administração
pretende alienar o bem imóvel, por meio de licitação, caso em que a autorização legislativa será
dispensada. Nesse caso, o particular faz a dação em pagamento e, depois, a administração aliena
este bem por licitação, dispensando-se a necessidade de autorização legislativa.
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c) permuta por outros imóveis que atenda aos requisitos relacionados às finalidades
precípuas da Administração, desde que a diferença apurada não ultrapasse a metade do
valor do imóvel que será ofertado pela União, segundo avaliação prévia, e ocorra a torna
de valores, sempre que for o caso;
d) investidura;
Esse bloco trata de conceitos muito complexos. Não será o nosso objetivo explicá-los, pois esse assunto
não costuma aparecer em questões, salvo quando literais. Porém, de forma simples, essas hipóteses estão
relacionadas aos programas de habitação e de regularização fundiária.2 Por exemplo: quando a União faz
a construção de moradias para população de baixa renda, tais bens não serão vendidos por licitação, já que
se trata de programa de habitação.
2
A regularização fundiária trata das medidas adotadas para regularizar as ocupações clandestinas.
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Dação em pagamento
A licitação será dispensada para a alienação de bens móveis nos seguintes casos (art. 76, II):
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de
oportunidade e conveniência socioeconômica em relação à escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da administração pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;
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Perceba que os casos das letras “b” e “f” somente podem ser realizados para órgãos e entidades da própria
administração pública.
No caso da letra “c”, poderíamos citar como exemplo a venda de ações de uma sociedade de economia
mista pela União, ou seja, a União poderia vender parcela de suas ações, situação em que a licitação seria
dispensada. Essas ações costumam ser comercializadas na bolsa de valores, por isso tal método pode ser
utilizado.
==1aab94==
A letra “d” trata da venda de “títulos”. Esses títulos funcionam como “cheques” e tratam de meios de a
administração obter recursos para financiar determinados investimentos ou outras ações estatais. Por
exemplo, a União pode lançar títulos da dívida pública para obter recursos para realizar uma obra.
Por fim, o caso da letra “e” trata dos bens produzidos ou comercializados por entidades da administração,
criadas para este fim específico. Esse caso acaba tendo um alcance reduzido, tendo em vista que a Lei
14.133/2021 não se aplica às empresas estatais, que costumam comercializar produtos com mais
frequência. Mas imagine que foi criada uma autarquia para a produção de computadores para órgãos
públicos (ressalto que essa medida não é comum, mas só estamos criando essa situação para exemplificar).
Nesse caso, a comercialização desses computadores terá a licitação dispensada, já que esta é justamente a
finalidade da entidade.
Venda de ações
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ALIENAÇÃO DE BENS
Licitação ▪ Características:
dispensada
• lei determina: não pode licitar (vinculada);
• rol taxativo;
• todos os casos versam sobre alienação de bens.
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(Prof. Herbert Almeida - Inédita) A Secretaria de Educação de determinado estado da federação pretende
alienar cadeiras e mesas escolares inutilizadas, para posterior reposição e consequente modernização do
ambiente escolar. Nessa situação, exceto quando se tratar de licitação dispensada, a alienação ficará
condicionada à existência de autorização legislativa, interesse público devidamente justificado e
licitação, na modalidade leilão.
Comentário:
Na situação apresentada, a administração pretende alienar bens móveis. Para esse tipo de venda, a lei não
exige autorização legislativa. Então, os bens móveis podem ser alienados desde que atendidos os seguintes
requisitos: interesse público devidamente justificado; avaliação do bem; licitação, na modalidade leilão,
exceto nos casos em que a licitação é dispensada.
Gabarito: errado.
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a) preparatória;
b) de divulgação do edital de licitação;
c) de apresentação de propostas e lances, quando for o caso;
d) de julgamento;
e) de habilitação;
f) recursal;
g) de homologação.
Este procedimento segue uma linha diferente do que constava na antiga Lei de Licitações. A partir de agora,
a fase de julgamento é realizada, em regra, antes da habilitação (na antiga norma ocorria de forma inversa).
Não se trata de uma “novidade”, já que a Lei do Pregão, o Regime Diferenciado de Contratações e a Lei das
Estatais já seguiam este “novo” rito.
A fase de habilitação, entretanto, poderá ocorrer antes das fases de apresentação das propostas e lances
e de julgamento. Nesse caso, o ato que decidir pela inversão das fases terá que ser motivado com
explicitação dos benefícios decorrentes. Ademais, essa inversão deverá constar expressamente no edital
de licitação.
Outro ponto interessante é que a Nova Lei de Licitações passa a exigir que as licitações sejam realizadas
preferencialmente na forma eletrônica. Nesse tipo de procedimento (eletrônico), a administração poderá
determinar, como condição de validade e eficácia, que os licitantes pratiquem seus atos em formato
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eletrônico. Por exemplo: o licitante vai apresentar as suas propostas, os seus recursos, os seus lances,
impugnações e outros atos em formato eletrônico.
Porém, será admitida a realização presencial, mediante decisão motivada, caso em que a sessão pública
deverá ser registrada em ata e gravada mediante utilização de recursos tecnológicos de áudio e vídeo.
Essa gravação será juntada aos autos do processo licitatório depois do encerramento da licitação.
Registro em ata
a) obrigatória:
i) divulgação e manutenção do inteiro teor do ato convocatório e de seus anexos no Portal Nacional
de Contratações Públicas (PNCP);
ii) publicação de extrato do edital:
a. no Diário Oficial da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, ou, no caso de
consórcio público, do ente de maior nível entre eles;
b. em jornal diário de grande circulação.
b) facultativa:
i) divulgação e manutenção do inteiro teor do edital e de seus anexos: em sítio eletrônico oficial do
ente federativo do órgão ou entidade responsável pela licitação ou, no caso de consórcio público,
do ente de maior nível entre eles;
ii) divulgação direta a interessados devidamente cadastrados para esse fim.
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Portanto, todo edital é divulgado no Portal Nacional de Contratações Públicas, de forma integral, sendo
que o seu extrato será divulgado em diário oficial e em jornal de grande circulação. Adicionalmente, faculta-
se a divulgação do inteiro teor em sítio eletrônico do ente promotor da licitação e a divulgação a
interessados cadastrados. Por exemplo: a administração poderá enviar para a lista de e-mails dos
fornecedores cadastrados de cada setor.
Após a homologação do processo licitatório, também serão divulgados no Portal Nacional de Contratações
Públicas (PNCP) os documentos elaborados na fase preparatória que porventura não tenham integrado o
edital e seus anexos. Faculta-se a divulgação desses documentos, se o órgão ou entidade responsável pela
licitação entender cabível, também no sítio eletrônico do respectivo ente.
Obrigatória
Diário oficial
Extrato:
Jornal de grande circulação
PNCP (obrigatória)
Outros documentos da Após a
fase preparatória homologação Sítio do ente
(facultativa)
Os prazos mínimos para apresentação de propostas e lances, contados a partir da data de divulgação do
edital de licitação, são de (art. 55):
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iii) 60 (sessenta) dias úteis, quando o regime de execução for de contratação integrada;
iv) 35 (trinta e cinco) dias úteis, quando o regime de execução for o de contratação semi-integrada
ou nas hipóteses não abrangidas nos três itens anteriores.
c) 15 (quinze) dias úteis: para licitação em que se adote o critério de julgamento de maior lance;
d) 35 (trinta e cinco) dias úteis: para licitação em que se adote o critério de julgamento de técnica e
preço ou de melhor técnica ou conteúdo artístico.
Os prazos são bastante confusos, mas vamos tentar fazer algumas considerações. Os prazos são mínimos.1
Logo, nada impede a utilização de prazos maiores.
O prazo mais curto é de no mínimo oito dias úteis. É o prazo adotado, por exemplo, no pregão, para
aquisição de bens, já que nesta modalidade os critérios de julgamento são de menor preço ou maior
desconto. Por outro lado, se for pregão para serviços, o prazo será de dez dias úteis.
Se a licitação for de obra ou serviço de engenharia, considere o seguinte: se o objeto for comum, o prazo é
==1aab94==
de 10 dias úteis. Se for especial, será é de 25 dias úteis. Some estes prazos e você terá o prazo da
contratação semi-integrada, que é de 35 dias úteis. Por fim, o prazo maior é para a contratação integrada,
que será de 60 dias úteis. Coincidentemente, é a soma dos prazos dos “objetos especiais” com o prazo da
contratação semi-integrada (25 + 35).
Se a licitação for na modalidade leilão, o prazo de divulgação será de no mínimo 15 dias úteis, pois esta
modalidade somente admite o julgamento por maior lance. No mesmo contexto, se a licitação for na
modalidade concurso, o prazo será de no mínimo 35 dias úteis, pois esta modalidade somente admite o
critério de melhor técnica ou conteúdo artístico.
Além disso, esses prazos não se aplicam ao diálogo competitivo, pois já há prazos especiais para a licitação
nesta modalidade (25 dias úteis para o edital de manifestação de interesse de participar e 60 dias úteis para
o edital para apresentação das propostas) (art. 32, § 1º, I e VIII).
Logo, organizando por modalidade, podemos pensar da seguinte forma:
▪ Prazos especiais:
Diálogo competitivo • 25 dias úteis para manifestação de interesse;
• 60 dias úteis para propostas.
1
Eu vou evitar mencionar “no mínimo” nas próximas vezes por questões didáticas. Mas você deve se lembrar que esses prazos
são mínimos, não havendo impedimento de se fixar prazo maior.
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Eventuais modificações no edital implicarão nova divulgação na mesma forma de sua divulgação inicial,
além do cumprimento dos mesmos prazos dos atos e procedimentos originais, exceto quando a alteração
não comprometer a formulação das propostas.
Além disso, os prazos poderão, mediante decisão fundamentada, ser reduzidos até a metade nas licitações
realizadas pelo Ministério da Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa redução,
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teoricamente, não se aplica ao diálogo competitivo, já que os prazos dessa modalidade constam em artigo
específico da Lei de Licitações.
a) aberto, hipótese em que os licitantes apresentarão suas propostas por meio de lances públicos e
sucessivos, crescentes ou decrescentes;
b) fechado, hipótese em que as propostas permanecerão em sigilo até a data e hora designadas para
sua divulgação.
No modo de disputa aberto, os licitantes apresentam uma proposta inicial, que depois poderá ser
melhorada por intermédio de lances. Este é o procedimento clássico do pregão e do leilão, mas também
poderá ser utilizado nas demais modalidades.
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Por exemplo, a empresa A apresentou uma proposta inicial de R$ 100,00 para vender um objeto em
licitação pelo menor preço. Depois, à medida que a disputa continuar, ela poderá melhorar esta proposta,
apresentando lances, como: R$ 97, R$ 95, R$ 90 e assim sucessivamente. Nesse caso, o procedimento é
“aberto”, pois os licitantes saberão qual é a proposta que, naquele momento, estará vencendo a licitação.
No modo de disputa fechado, as propostas de todos os licitantes são abertas ao mesmo tempo e não
poderão ser alteradas. Assim, os licitantes não conhecem as propostas dos seus concorrentes e, por isso,
ficam compelidos a apresentar, de uma vez só, a sua melhor proposta.
De forma resumida, o modo aberto admite a apresentação de lances sucessivos, ao passo que o modo
fechado não admite.
Os modos de disputa poderão ser adotados de forma isolada ou conjunta. Assim, é possível que uma
licitação tenha exclusivamente o modo aberto ou o modo fechado, mas ela também poderá ter os dois
modos combinados. Por exemplo: a licitação poderia ter uma fase inicial fechada, eliminando os candidatos
que ficassem fora de determinada condição. Após isso, a licitação poderia seguir para um modo aberto com
os remanescentes.
Porém, a utilização isolada do modo de disputa fechado será vedada quando adotados os critérios de
julgamento de menor preço ou de maior desconto (art. 55, § 1º). Nesse caso, não se veda a utilização, em
si, do modo fechado. O que é vedada é a utilização isolada, exclusiva, desse modo, quando o julgamento
ocorrer por menor preço ou maior desconto.
Já a utilização do modo de disputa aberto será vedada quando adotado o critério de julgamento de
técnica e preço. Aqui sim temos uma vedação absoluta. Não se pode utilizar o modo aberto no julgamento
de técnica e preço, seja isolada ou conjuntamente.
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MODOS DE DISPUTA
(Prof. Herbert Almeida – Inédita) Na licitação que adotar o modo de disputa aberto, os licitantes
apresentarão suas propostas por meio de lances públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes,
vedada a utilização desse modo quando adotado o critério de técnica e preço.
Comentário:
Nos termos do art. 56, I, o modo de disputa poderá ser, isolada ou conjuntamente, aberto ou fechado.
Quando for aberto, os licitantes apresentarão suas propostas por meio de lances públicos e sucessivos,
crescentes ou decrescentes.
Ademais, na forma do § 2º, a utilização do modo de disputa aberto será vedada quando adotado o critério
de julgamento de técnica e preço.
Gabarito: correto.
DIVULGAÇÃO DO EDITAL
▪ Obrigatória:
Publicidade do
edital • inteiro teor do ato convocatório e de seus anexos no Portal Nacional de
Contratações Públicas (PNCP);
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Vícios insanáveis
Preços inexequíveis
Desclassificadas
Permanecerem acima do orçamento estimado
As letras “a”, “b” e “e” indicam propostas com vícios insanáveis, falhas técnicas ou que estiverem em
desconformidade com as condições do edital. A letra “d” versa sobre as condições para executar a
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proposta. A Lei de Licitações não define quais seriam essas condições, mas poderíamos imaginar, por
exemplo, um prazo de execução inviável. Nessas situações, a administração exigirá a demonstração da
capacidade de execução da proposta e, se esta não for demonstrada, haverá a desclassificação.
Por fim, a letra “c” versa estritamente sobre o preço. Nesse caso, a proposta será desclassificada se o preço:
(i) for inexequível, ou seja, muito baixo para as características da proposta; (ii) permanecer acima do
orçamento estimado para a contratação.
Note que o preço deve “permanecer” acima do orçamento estimado. Isso porque, antes da
desclassificação, a administração poderá promover a negociação de preços, conforme vamos estudar
adiante. Assim, a proposta será desclassificada se, após a negociação, permanecer acima do orçamento
estimado.
Com efeito, a verificação da conformidade das propostas poderá ser feita exclusivamente em relação à
proposta mais bem classificada. Ademais, a administração poderá realizar diligências para aferir a
exequibilidade das propostas ou exigir dos licitantes que ela seja demonstrada (art. 59, §§ 1º e 2º).
Especificamente para as obras e serviços de engenharia, a Norma de Licitações prevê que serão
consideradas inexequíveis as propostas cujos valores forem inferiores a 75% (setenta e cinco por cento)
do valor orçado pela administração.
Nesse mesmo tipo de objeto, se a proposta for inferior a 85% (oitenta e cinco por cento) do valor orçado
pela administração, será exigida garantia adicional do licitante vencedor, equivalente à diferença entre o
valor orçado e o valor da proposta, sem prejuízo das demais garantias exigíveis com base na Lei de
Licitações.
Para outros tipos de objeto, como aquisição de bens, por exemplo, a Lei de Licitações não define o que
seria um preço manifestamente inexequível. Assim, a análise deverá ocorrer caso a caso, conforme critérios
previstos no edital.
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Sabe aquela “choradinha” que a gente sempre faz quando vai comprar alguma coisa? Então, a
administração também pode adotar esse procedimento nas contratações públicas.
Nessa linha, definido o resultado do julgamento, a administração poderá negociar condições mais
vantajosas com o primeiro colocado (art. 61, caput).
Porém, é possível negociar com os demais licitantes, segundo a ordem de classificação inicialmente
estabelecida, quando o primeiro colocado, mesmo após a negociação, for desclassificado em razão de sua
proposta permanecer acima do preço máximo definido pela administração (art. 61, § 1º).
Tome cuidado com uma pegadinha. O primeiro colocado pode não aceitar negociar, já que ele venceu a
licitação com base na sua proposta. Assim, se não houver sucesso na negociação, não significa que o
primeiro colocado será desclassificado. Porém, se a proposta dele ficar acima do preço máximo admitido,
mesmo após a negociação, ele será desclassificado, admitindo-se a negociação com os demais licitantes,
na ordem de classificação.
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JULGAMENTO
▪ Vícios insanáveis;
▪ Não obedecerem às especificações técnicas;
Desclassificação
▪ Preços inexequíveis;
▪ Preços permanecerem acima do orçamento estimado – após a negociação;
▪ Não tiverem a exequibilidade demonstrada, quando exigido;
▪ Desconformidade com outras exigências do edital, desde que insanável.
Preços ▪ Obras e serviços de engenharia:
manifestamente
• valores inferiores a 75% do valor orçado – inexequível.
inexequíveis
▪ Demais casos:
• a Lei de Licitações não define um critério.
▪ após o resultado do julgamento;
▪ administração negocia condições mais vantajosas com o primeiro colocado;
▪ demais licitantes:
• segundo a ordem de classificação inicialmente estabelecida;
Negociação
• quando a proposta do primeiro colocado permanecer acima do preço
máximo após a negociação;
▪ conduzida por agente de contratação ou comissão de contratação;
▪ resultado divulgado a todos os licitantes e anexado aos autos do processo.
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a) jurídica;
b) técnica;
c) fiscal, social e trabalhista;
d) econômico-financeira.
A habilitação jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante exercer direitos e assumir obrigações,
e a documentação a ser apresentada por ele limita-se à comprovação de existência jurídica da pessoa e,
quando cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser contratada (art. 66). De forma simples,
esta habilitação diz quem é a empresa e quem pode responder por ela.
A habilitação técnica, por sua vez, trata da qualificação técnico-profissional e técnico-operacional (art.
67). Os documentos de habilitação técnica buscam avaliar se o licitante tem a capacidade técnica para
realizar o objeto do contrato, envolvendo a apresentação de profissional habilitado, instalações, aparelhos
e atendimento aos requisitos legais para desempenhar a atividade.
Além disso, as habilitações fiscal, social e trabalhista comprovam se a empresa está em dia com as
obrigações fiscais (CPF, CNPJ, inscrição no cadastro de contribuintes, etc.); se atende aos requisitos junto à
seguridade social e com o FGTS e se está em dia com as obrigações trabalhistas (regularidade perante a
Justiça do Trabalho) (art. 68). Engloba-se na habilitação trabalhista o cumprimento da vedação
constitucional de exploração de trabalho de menor, nos termos do art. 7º, XXXIII, da Constituição Federal.2
Por fim, a habilitação econômico-financeira visa a demonstrar a aptidão econômica do licitante para
cumprir as obrigações decorrentes do futuro contrato. Por exemplo, para realizar uma grande duplicação
de uma rodovia, a empresa terá que gozar de condições econômicas para arcar com os investimentos
necessários. Nesse caso, a documentação pode envolver os balanços e demonstrativos dos últimos dois
exercícios e certidão negativa de feitos sobre falência expedida pelo distribuidor da sede do licitante, além
de outras exigências pontuais previstas na Lei de Licitações.
2
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...] XXXIII
- proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
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HABILITAÇÃO
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(EBSERH/2018) Para a habilitação nas licitações, serão exigidas dos licitantes, além de habilitação
jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e trabalhista.
Comentário:
A habilitação é a fase da licitação em que se verifica o conjunto de informações e documentos necessários
e suficientes para demonstrar a capacidade (I) jurídica; (II) técnica; (III) fiscal, social e trabalhista; e (IV)
econômico-financeira do licitante (art. 62).
Gabarito: correto.
Esses atos não são de competência do pregoeiro ou da comissão de licitação. São atos de responsabilidade
da autoridade superior. Nesse momento, a autoridade fará um juízo sobre a legalidade e o mérito do
procedimento.
Se houver alguma irregularidade, a autoridade determinará o retorno dos autos para a correção
(saneamento). Imagine, por exemplo, que a comissão não analisou um dos recursos apresentados. A
autoridade determinará o retorno para que a comissão faça a avaliação do recurso.
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Além da análise sobre a legalidade do procedimento licitatório, a autoridade superior também poderá fazer
um juízo quanto ao mérito da manutenção da licitação. Assim, será possível revogar a licitação por motivo
de conveniência e oportunidade. Entretanto, o motivo determinante para a revogação do processo
licitatório deverá ser resultante de fato superveniente devidamente comprovado. Na revogação, não há
vício na realização da licitação. Porém, por uma questão nova (superveniente), a contratação deixa de ser
interessante para a administração. Por exemplo: uma queda abrupta da arrecadação de recursos poderá
comprometer o planejamento e, por isso, ensejar a revogação do processo licitatório, tendo em vista que
a contratação não será mais prioridade para aquele momento.
A anulação, por sua vez, ocorrerá quando houver um vício insanável. Entenda por vício insanável como
aquele que não é passível de correção. Se houver a possibilidade de corrigir o vício, a autoridade
determinará o retorno dos autos para a correção. Por outro lado, se isso não for possível, será realizada a
anulação do ato inválido, tornando sem efeito todos os subsequentes que deles dependam. No caso de
anulação, será realizada a apuração de responsabilidade de quem lhe tenha dado causa.
A revogação é total, pois envolve o processo licitatório como um todo. Por outro lado, a anulação poderá
ser total ou parcial, uma vez que a autoridade pública anulará apenas os atos com vícios insanáveis.
Além disso, não se pode revogar a licitação após a assinatura do contrato, pois a assinatura faz consumar a
realização do procedimento licitatório. Porém, no caso da anulação, isso não acontece. A anulação poderá
ser declarada mesmo após a assinatura do contrato. Por sinal, o art. 147 da Lei de Licitações e Contratos
prevê que, constatada irregularidade no procedimento licitatório será possível declarar a nulidade do
contrato, quando isso atender ao interesse público.3
Ademais, nos casos de anulação e revogação, deverá ser assegurada a prévia manifestação dos
interessados. A nova Lei de Licitações não define se a concessão do direito de manifestação ocorrerá
somente a partir de um momento específico da licitação. Logo, vamos considerar apenas genericamente
que a revogação e a anulação exigem prévia manifestação dos interessados.
3
A anulação, nesse caso, não é obrigatória. O art. 147 prevê situações que deverão ser analisadas antes da declaração de
nulidade. O objetivo é que a anulação não gere prejuízos maiores do que a sua manutenção.
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Revogação Anulação
Não pode ser feita depois de assinado o contrato. Pode ser feita após a assinatura do contrato.
Com efeito, no caso de nulidade, deverá ser promovida a responsabilização de quem lhe tenha dado causa.
a) adjudicação do objeto; e
b) homologação da licitação.
A adjudicação é o ato pelo qual a autoridade competente atribui o objeto da licitação ao vencedor. Nesse
caso, a administração não poderá adjudicar o objeto ao segundo colocado, devendo fazê-lo ao vencedor.
A homologação, por sua vez, é o ato pelo qual a autoridade atesta a legalidade, a lisura do procedimento
de licitação. Ademais, a homologação é o ato final da licitação pública.
Adjudicação Homologação
Essas regras se aplicam, no que couber, às hipóteses de contratação direta e aos procedimentos auxiliares
da licitação (art. 71, § 4º).
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Conveniência e oportunidade
Revogar
Atos da Fato superveniente
autoridade
superior
De ofício ou por provocação
Anular
Ilegalidade insanável
Adjudicar e homologar
ENCERRAMENTO DA LICITAÇÃO
▪ Autoridade superior;
Competência
▪ Não é competência da comissão ou do agente de contratação.
▪ Determinar o saneamento de irregularidades;
Exauridos os ▪ Revogar a licitação;
recursos ▪ Anular, de ofício ou por provocação, se o vício for insanável;
▪ Adjudicar e homologar.
▪ Juízo de mérito (conveniência e oportunidade);
Revogação ▪ Depende da demonstração de fato superveniente devidamente comprovado;
▪ Não pode após assinar o contrato.
▪ Vício insanável;
▪ Torna sem efeito todos os subsequentes que dependam do ato anulado;
Anulação
▪ Deverá ocorrer a apuração das responsabilidades;
▪ Pode até mesmo depois da assinatura do contrato.
▪ A anulação e a revogação devem ser precedidas de manifestação dos
Contraditório
interessados.
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(Prof. Herbert Almeida - Inédita) No procedimento licitatório, em regra, após o julgamento, deve-se
realizar a habilitação dos licitantes, seguindo-se da apresentação e apreciação de eventuais recursos, se
for o caso, para posterior homologação final.
Comentário:
Nos termos do art. 17, o processo de licitação observará as seguintes fases, em sequência: preparatória; de
divulgação do edital de licitação; de apresentação de propostas e lances, quando for o caso; de julgamento;
de habilitação; recursal; de homologação.
Lembrando apenas que essa é a regra, já que, de forma motivada, a fase de habilitação poderá ocorrer
antes das fases de apresentação das propostas e lances e de julgamento (art. 17, §1°).
Gabarito: correto.
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A Lei 14.133/2021 prevê um conjunto de procedimentos que não são modalidades, critérios de julgamento
ou mesmo licitação. Na verdade, eles são os instrumentos auxiliares também denominados de
procedimentos auxiliares das licitações e das contratações.
1) credenciamento;
2) pré-qualificação;
3) procedimento de manifestação de interesse;
4) sistema de registro de preços;
5) registro cadastral.
O credenciamento não era previsto de forma expressa na antiga Lei de Licitações, mas era reconhecido pela
doutrina e pela jurisprudência. Assim, ele já era utilizado na prática pela administração pública.
No credenciamento, basta que o interessado atenda aos requisitos necessários para que seja credenciado.
Por isso, não ocorre competição entre os envolvidos (tanto que se trata de hipótese de inexigibilidade de
licitação).
Por exemplo: um município deseja contratar laboratórios para a realização de exames clínicos. Entretanto,
ao invés de contratar uma única rede, o município resolve contratar todas aquelas que tiverem interesse e
que atenderem aos requisitos previamente definidos. Nesse caso, a administração lança um edital,
definindo os valores que serão pagos pelos serviços e convoca os interessados para o credenciamento.
Perceba que, nesse caso, o município poderia credenciar todas as redes existentes naquele município, de
tal forma que qualquer uma delas poderia prestar os serviços aos usuários.
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Segundo a Lei 14.133/2021, o credenciamento poderá ser usado nas seguintes hipóteses de contratação
(art. 79):
a) paralela e não excludente: caso em que é viável e vantajosa para a administração a realização de
contratações simultâneas em condições padronizadas;
b) com seleção a critério de terceiros: caso em que a seleção do contratado está a cargo do beneficiário
direto da prestação;
c) em mercados fluidos: caso em que a flutuação constante do valor da prestação e das condições de
contratação inviabiliza a seleção de agentes por meio de processo de licitação.
Um exemplo para a letra “a” seria o credenciamento de produtores da agricultura familiar rural para o
fornecimento de gêneros alimentícios para a preparação de merenda escolar. Imagine que um município
de uma região do interior do país deseja promover esse tipo de contratação, com a intenção de contratar
todos os produtores da agricultura familiar da região que tiverem interesse. Nesse caso, teríamos
contratações paralelas (simultâneas) e não excludentes, pois vários contratos seriam firmados, sem que
um excluísse a contratação de outro.
A situação da letra “b” é justamente aquela que exemplificamos acima. A administração faz o
credenciamento de diversas redes de laboratórios, mas é o usuário do serviço, ou seja, a pessoa que vai se
submeter ao exame que vai escolher em qual laboratório o serviço será realizado. A Maria pode escolher o
laboratório X, porque é perto da sua casa; o João escolhe o laboratório Y, porque fica no caminho do seu
trabalho; a Júlia prefere o laboratório W, porque é de sua confiança. Portanto, a administração faz o
credenciamento, mas é o usuário (o “terceiro” ou “beneficiário direto da prestação”) que define quem será
o prestador do serviço.1
Por fim, a terceira hipótese permite que a contratação ocorra sem a prévia definição de preços,
constituindo a aceitação de “preços dinâmicos” pela administração.2 Um exemplo seria a compra de
passagens aéreas. Esse tipo de serviço sofre variações significativas de preços, em virtude de diversos
fatores, como a época do ano, feriados, variação do preço do combustível dos aviões, realização de grandes
eventos em determinados locais, etc. Por isso, o sistema “tradicional” de contratação, às vezes, não se
adequa ao padrão de mercado para a comercialização de passagens aéreas. Outro exemplo seria a compra
de commodities, cujos preços são negociados em bolsas de valores, sofrendo variações em tempo real. Nos
dois casos, o credenciamento poderia suprir essa lacuna, permitindo a realização da aquisição sem preço
1
Perceba ainda que esse caso da letra “b” também pode ser enquadrado na letra “a”, pois também teríamos contratos paralelos
e não excludentes.
2
Nóbrega e Torres, 2020.
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definido. A Lei de Licitações, contudo, não explica os detalhes desse procedimento, situação que deverá
ser disciplinada em regulamento.
Contratos simultâneos em
Paralela e não excludente
condições padronizadas
Flutuação de valor
Mercados fluidos
"preços dinâmicos"
(Prof. Herbert Almeida - Inédita) O credenciamento é um procedimento auxiliar da licitação, que consiste
em um processo administrativo de chamamento público em que a administração pública convoca
interessados em prestar serviços ou fornecer bens para que, preenchidos os requisitos necessários,
credenciem-se no órgão ou na entidade para executar o objeto quando convocados.
Comentário:
A nova LLC trouxe como novidade uma série de procedimentos auxiliares das licitações e contratações.
Entre eles, está o credenciamento, que é assim conceituado no art. 6°, XLIII:
XLIII – credenciamento: processo administrativo de chamamento público em que a Administração
Pública convoca interessados em prestar serviços ou fornecer bens para que, preenchidos os
requisitos necessários, credenciem-se no órgão ou na entidade para executar o objeto quando
convocados;
Portanto, está correta a assertiva.
Gabarito: correto.
Em geral, as licitações públicas possuem uma fase de habilitação, na qual os licitantes apresentam a sua
documentação para demonstrar a sua qualificação técnica e demais condições para atender às
necessidades da administração. Contudo, alguns casos podem exigir uma análise mais específica dessa
qualificação. Para isso, existe o procedimento auxiliar de pré-qualificação.
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[...] procedimento seletivo prévio à licitação, convocado por meio de edital, destinado à
análise das condições de habilitação, total ou parcial, dos interessados ou do objeto;
a) licitantes que reúnam condições de habilitação para participar de futura licitação ou de licitação
vinculada a programas de obras ou de serviços objetivamente definidos;
b) bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade estabelecidas pela administração.
A pré-qualificação não se confunde com a fase de habilitação da licitação. Primeiro porque a pré-
qualificação é um procedimento auxiliar, enquanto a habilitação é uma fase da licitação. Segundo porque
a pré-qualificação ficará permanentemente aberta para a inscrição de interessados, ao passo que a
habilitação tem um momento específico para ser realizada, dentro do procedimento de licitação. Outra
diferença é que a pré-qualificação pode ter efeitos a um número indeterminado de casos concretos, pois
==1aab94==
não é vinculada a uma licitação específica; por outro lado, a habilitação destina-se apenas à licitação de
que faz parte. Além disso, a pré-qualificação pode ter o objetivo de analisar licitantes ou bens, enquanto a
habilitação destina-se a analisar apenas os licitantes.
Pré-qualificação Habilitação
Procedimento auxiliar Fase da licitação
Aberta permanentemente Ocorre em momento específico, durante a licitação
Número indeterminado de casos concretos Somente a licitação da qual faz parte
Licitantes e bens (e serviços) Licitantes
Bom, funciona assim: o prazo máximo da pré-qualificação é de um ano. Porém, se algum licitante
apresentar um documento cuja validade vai expirar antes de um ano, a sua pré-qualificação ficará limitada
ao prazo desse documento. Imagine, por exemplo, que o edital de pré-qualificação exigiu um certificado
de qualidade e que uma empresa dispõe deste certificado, mas ele vai expirar em cinco meses. Nesse caso,
a validade da pré-qualificação dessa empresa (ou do bem dela) ficará limitado ao prazo do certificado.
É possível, por fim, que a administração realize licitação restrita a licitantes ou bens pré-qualificados.
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Diferente da
Aberto permanentemente
Pré-qualificação habilitação, porque:
No máximo um ano
Validade
Limitado à validade dos documentos
(Prof. Herbert Almeida – Inédita) Nas licitações e contratações públicas, admite-se a realização de pré-
qualificação, que é um procedimento seletivo prévio à licitação, convocado por meio de edital, destinado
à análise das condições de habilitação, total ou parcial, dos interessados ou do objeto.
Comentário:
A pré-qualificação é o: “procedimento seletivo prévio à licitação, convocado por meio de edital, destinado
à análise das condições de habilitação, total ou parcial, dos interessados ou do objeto” (art. 6º, XLIV). Com
efeito, a pré-qualificação é procedimento auxiliar de contratação, nos termos do art. 78, II, da Lei
14.133/2021.
Gabarito: correto.
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que contribuam com questões de relevância pública (art. 81, caput). O procedimento será iniciado com a
publicação de edital de chamamento público.
As regras sobre o PMI constarão em regulamento. Logo, ainda não sabemos como ele poderá ser adotado
na prática. Mas vamos pensar em um exemplo! Imagine que uma prefeitura está enfrentando diversos
problemas com o escoamento de água durante o período de chuvas. Ainda não se sabe qual solução seria
adequada para resolver este problema. Logo, seria difícil lançar uma licitação, já que não se sabe o que
poderia ser licitado. Então, a administração poderia lançar um procedimento de manifestação de interesse,
publicando um edital de chamamento público para, junto à iniciativa privada, encontrar soluções
inovadoras para o problema.
Podemos notar, portanto, que a administração não se encarrega do pagamento dos estudos realizados no
PMI.
Nessa linha, a realização pela iniciativa privada de estudos, investigações, levantamentos e projetos em
decorrência do procedimento de manifestação de interesse (art. 81, § 2º):
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Este é um dos assuntos mais interessantes da Lei de Licitações. Trata-se do sistema de registro de preços
– SRP, que é definido como (art. 6º, XLV):
Imagine a seguinte situação: a administração precisa comprar queijo para preparar merenda escolar.
Existem duas possibilidades: (i) fazer uma licitação única e comprar todo o queijo para o ano inteiro; (ii)
fazer várias licitações, uma por semana, para comprar o queijo fresco para o respectivo período.
Consegue perceber como as duas soluções são ruins? Na primeira, a administração teria que estocar muito
queijo e, provavelmente, no final do ano, o alimento estaria ruim para consumo. Na segunda, haveria uma
dificuldade enorme para realizar dezenas de processos de licitação, correndo o risco de falhar em diversas
contratações.
Para resolver esse caso, a administração poderia adotar uma terceira solução, muito mais adequada. É o
sistema de registro de preços. Nesse caso, a administração faz uma única licitação e firma uma ata de
registro de preços. Neste documento, ficarão registrados os preços e os respectivos fornecedores. Assim,
a administração poderá firmar diversas contratações, conforme a sua necessidade. Logo, realiza-se uma
única licitação, que vai permitir a realização de contratações fracionadas, conforme a necessidade. É para
isso que serve o sistema de registro de preços.
Ao final da licitação para registro de preços, a administração não firma diretamente um contrato. Na
verdade, é elaborado um documento denominado ata de registro de preços. Por sinal, o prazo de vigência
da ata de registro de preços será de um ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que
comprovado o preço vantajoso (art. 84). Assim, a ata poderá ter uma vigência total de até dois anos (um
ano, prorrogável por mais um).
Não confunda, entretanto, o prazo de vigência da ata de registro de preços com o prazo de vigência dos
respectivos contratos. Isso porque o contrato decorrente da ata de registro de preços terá sua vigência
estabelecida em conformidade com as disposições contidas na própria ata. Assim, reforçando mais uma
vez, a vigência da ata é de um ano, prorrogável por igual período; ao passo que a vigência do contrato
seguirá as disposições constantes na ata de registro de preços.
A licitação para registro de preços adotará as modalidades pregão ou concorrência. Além disso, os critérios
de julgamento admitidos são o menor preço ou o maior desconto sobre tabela de preços praticada no
mercado.
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Ademais, o sistema de registro de preços poderá ser usado para a contratação de bens e serviços, inclusive
de obras e serviços de engenharia, observadas as seguintes condições: (i) realização prévia de ampla
pesquisa de mercado; (ii) seleção de acordo com os procedimentos previstos em regulamento; (iii)
desenvolvimento obrigatório de rotina de controle; (iv) atualização periódica dos preços registrados; (v)
definição do período de validade do registro de preços; (vi) inclusão, em ata de registro de preços, do
licitante que aceitar cotar os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante vencedor na sequência de
classificação da licitação e inclusão do licitante que mantiver sua proposta original.
a) bens;
b) serviços;
c) obras e serviços de engenharia.
Porém, a utilização do SRP para obras e serviços de engenharia somente será admitida se atendidos os
seguintes requisitos (art. 85): (i) existência de projeto padronizado, sem complexidade técnica e
operacional; (ii) necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço a ser contratado. Por exemplo:
uma prefeitura precisa frequentemente realizar serviços de engenharia para recapeamento de rodovias.
Como se trata de um serviço frequente, permanente e padronizado, admite-se a contratação por meio do
SRP.
Além disso, o sistema de registro de preços poderá, na forma de regulamento, ser utilizado nas hipóteses
de inexigibilidade e de dispensa de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação de serviços
por mais de um órgão ou entidade. Assim, existe “inexigibilidade” e “dispensa” para registro de preços. Por
exemplo: três órgãos públicos poderiam contratar um serviço de treinamento de pessoal, com
profissionais ou empresas de notória especialização. Nesse caso, a contratação poderia ser realizada por
registro de preços, mediante inexigibilidade de licitação.
Assim, a administração poderá realizar licitação específica para a aquisição pretendida, desde que
devidamente motivada (art. 83). Portanto, quando a administração realiza uma licitação para registro de
preços, o licitante fica obrigado a fornecer nas condições estabelecidas, mas a administração, por outro
lado, não é obrigada a proceder a contratação.
Inicialmente, precisamos entender que existem três espécies de órgãos ou entidades no âmbito do registro
de preços:
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Bom, pela natureza do registro de preços, ele poderá ser utilizado por diversos órgãos ou entidades. Por
exemplo: o INSS (autarquia federal) poderia promover uma licitação para registro de preços, que também
seria utilizada pelo IBGE (fundação pública federal), por exemplo. Imagine que esta licitação se destinava à
aquisição de computadores.
Assim, no SRP, haverá o órgão ou entidade gerenciador, que é aquele que conduz todo o procedimento
para registro de preços (elabora o edital, faz a licitação, etc.), e se encarrega de gerenciar a ata de registro
de preços (por exemplo: controla os quantitativos, o cumprimento das obrigações, aplica sanções, etc.).
Além deste, teremos os órgãos ou entidades participantes, que são aqueles que participam dos
procedimentos iniciais para o registro de preços e integram a ata. Por exemplo, o IBGE (no exemplo acima)
apresentaria as suas sugestões ao INSS, indicaria as suas necessidades (quantitativos) e condições para fins
de fornecimento. Logo, ele teria participado dos “procedimentos iniciais”. Após a licitação, haveria, na ata
de registro de preços, um quantitativo direcionado ao IBGE, ou seja, esta função “integraria” a ata.
Mas agora imagine o seguinte: a Anatel (autarquia federal sob regime especial) precisava dos mesmos
modelos de computadores que o INSS e o IBGE. Porém, na época da licitação, ainda não existia essa
necessidade e, por isso, a Anatel não integrou a ata como entidade participante. Portanto, podemos dizer
que a Anatel é uma entidade não participante.
Ainda assim, nesse caso, é possível que a Anatel faça a adesão à ata de registro de preços. Tal procedimento
é popularmente denominado carona. Portanto, a adesão à ata de registro de preços (carona) ocorre
quando um órgão ou entidade não participante utiliza a ata de registro de preços para realizar as suas
contratações.
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Conduz o procedimento
Gerenciador(a)
Gerencia a ata
Inicialmente, o órgão ou entidade gerenciadora deverá, na fase preparatória do processo licitatório, para
fins de registro de preços, realizar procedimento público de intenção de registro de preços para
possibilitar a participação de outros órgãos ou entidades na respectiva ata e determinar a estimativa total
de quantidades da contratação.
O prazo mínimo de divulgação do procedimento público de intenção de registro de preços é de 8 (oito) dias
úteis. Esse procedimento, todavia, será dispensável quando o órgão ou entidade gerenciadora for o único
contratante.
Bom, e o que acontece com aqueles que não participarem do procedimento de intenção de registro de
preços? Esses serão justamente os órgãos e entidades não participantes.
Nesse caso, os órgãos e entidades poderão aderir à ata de registro de preços na condição de não
participantes, observados os seguintes requisitos (art. 86, § 2º):
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Mas existem algumas limitações sobre a adesão à ata de registro de preços. Primeiro que não é possível a
adesão de ata gerida por órgão ou entidade municipal. A Lei de Licitações dispõe que a utilização da ata
por órgãos ou entidades não participantes, da administração federal, estadual, distrital e municipal,
somente será possível quanto às atas de registro de preços de órgão ou entidade gerenciadora federal,
estadual ou distrital (art. 86, § 3º).
Além disso, será vedada aos órgãos e entidades da administração pública federal a adesão à ata de registro
de preços gerenciada por órgão ou entidade estadual, distrital ou municipal (art. 86, § 8º).
i) em qualquer caso, não se admite a adesão de ata gerida por órgão ou entidade municipal;
ii) a administração federal não pode aderir às atas dos órgãos e entidades dos estados, DF e municípios.
Não podem aderir ata gerida por Não pode aderir ata de estado,
órgão ou entidade municipal DF e município
Outra limitação é quanto aos quantitativos. São dois limites: (i) para cada órgão ou entidade que realizar a
adesão; (ii) total, somando os quantitativos de todos os órgãos ou entidades que realizarem a adesão.
Por órgão ou entidade, as aquisições ou as contratações adicionais por meio de “carona” não poderão
exceder a 50% (cinquenta por cento) dos quantitativos dos itens do instrumento convocatório registrados
na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes (art. 86, § 4º).
No total, as adesões à ata de registro de preços não poderão exceder ao dobro do quantitativo de cada
item registrado na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes,
independentemente do número de órgãos não participantes que aderirem.
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Lembra do exemplo do INSS (gerenciador), do IBGE (participante) e da Anatel (não participante)? Vamos
supor que houve o registro de 1000 computadores para o órgão gerenciador e para o órgão participante.
Nesse caso, a Anatel poderá fazer a adesão de até 500 computadores, pois este é o limite individual. Vamos
imaginar ainda que outros órgãos ou entidades também desejassem aderir à ata de registro de preços. O
limite total, independentemente de quantos órgãos ou entidades fizerem a adesão, será de 2000 unidades,
já que este é o dobro dos quantitativos registrados.
Todavia, existem dois casos em que não haverá a aplicação do limite total. O primeiro é a aquisição
emergencial de medicamentos e material de consumo médico-hospitalar por órgãos e entidades da
administração pública federal, estadual, distrital e municipal, quando a adesão à ata de registro de preços
gerenciada pelo Ministério da Saúde não estará sujeita ao limite total.
Além disso, a adesão à ata de registro de preços de órgão ou entidade gerenciadora do Poder Executivo
federal por órgãos e entidades da administração pública estadual, distrital e municipal poderá ser exigida
para fins de transferências voluntárias. Por exemplo: a União firma um convênio (o convênio é uma forma
de transferência voluntária de recursos) com um município para a execução de um programa de inclusão
digital nas escolas. No programa, fica combinada a aquisição de computadores e tablets, sendo que o
convênio tem uma cláusula de que essa aquisição deverá decorrer de uma ata gerenciada por um órgão
federal. Nessa situação, não haverá o limite total, tendo em vista se tratar de transferência voluntária e a
aquisição destinar-se à execução descentralizada de programa ou projeto federal.
Por órgão ou
50%
entidade
Na totalidade Dobro
Limites Aquisição
emergencial Gerenciada pelo MS
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(Prof. Herbert Almeida – Inédita) Pelo sistema de registro de preços – SRP, a administração realiza o
registro formal de preços relativos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e locação de bens para
contratações futuras, mediante contratação direta ou licitação, que deve ser realizada exclusivamente
na modalidade pregão.
Comentário:
O sistema de registro de preços – SRP é definido como (art. 6º, XLV):
XLV – sistema de registro de preços: conjunto de procedimentos para realização, mediante contratação
direta ou licitação nas modalidades pregão ou concorrência, de registro formal de preços relativos a
prestação de serviços, a obras e a aquisição e locação de bens para contratações futuras;
Como se nota, a licitação para registro de preços adotará as modalidades pregão ou concorrência, estando
errada a assertiva.
Gabarito: errado.
Sabe quando você vai em uma farmácia e o pessoal pergunta se você “tem cadastro”? Então, a
administração pública também possui um cadastro, denominado registro cadastral. Ele serve para
cadastrar os possíveis fornecedores da administração.
Assim, os órgãos e entidades da administração pública deverão utilizar o sistema de registro cadastral
unificado disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), para efeito de cadastro unificado
de licitantes (art. 87).
Além disso, a administração poderá realizar licitação restrita a fornecedores cadastrados, atendidos os
critérios, as condições e os limites estabelecidos em regulamento, bem como a ampla publicidade dos
procedimentos para o cadastramento. Nesse caso, será admitido fornecedor que realize seu cadastro
dentro do prazo previsto no edital para apresentação de propostas (art. 87 §§ 3º e 4º). Portanto, mesmo
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que a licitação seja restrita aos cadastrados, o registro não precisa ser prévio, já que será possível definir
um prazo, no edital, para que o fornecedor se cadastre e, com isso, possa participar do certame.
Os elementos necessários para o registro são justamente aqueles exigidos para fins de habilitação,
conforme previstos na Lei de Licitações. Assim, o interessado que requerer a inscrição ou atualização no
registro cadastral deverá fornecer esses elementos (art. 88, caput).
Nesse caso, o interessado que requerer o cadastro poderá participar de processo licitatório até a decisão
da administração, mas a celebração do contrato ficará condicionada à emissão do certificado de registro
cadastral.
Um ponto bastante interessante é que o registro cadastral, na nova Lei de Licitações, não serve apenas para
participar de licitação. Ele também serve para manter o registro do cumprimento de obrigações assumidas.
Nesse caso, o contratante deverá promover avaliação das obrigações do contratado, emitindo documento
comprobatório da avaliação realizada. Essa avaliação mencionará o desempenho na execução contratual,
baseado em indicadores objetivamente definidos e aferidos, e a eventuais penalidades aplicadas, o que
constará do registro cadastral em que a inscrição for realizada. Vale lembrar que o desempenho em
contratações anteriores poderá ser utilizado como critério de desempate em licitações (art. 60, II).
REGISTRO CADASTRAL
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(Prof. Herbert Almeida – Inédita) A administração poderá realizar licitação restrita a fornecedores
cadastrados, atendidos os critérios, as condições e os limites estabelecidos em regulamento, bem como
a ampla publicidade dos procedimentos para o cadastramento.
Comentário:
Nos termos do art. 87, os órgãos e entidades da administração pública deverão utilizar o sistema de registro
cadastral unificado disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), para efeito de cadastro
unificado de licitantes, na forma disposta em regulamento.
Nessa linha, prevê o § 3° que a administração poderá realizar licitação restrita a fornecedores cadastrados,
atendidos os critérios, as condições e os limites estabelecidos em regulamento, bem como a ampla
publicidade dos procedimentos para o cadastramento.
Gabarito: correto.
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Por outro lado, quando se trata de dispensa de licitação, as hipóteses são enumeradas de forma taxativa.
Diante do exposto, o quesito está realmente correto.
Gabarito: correto.
2. (Cebraspe – PGE RO/2022) Determinado gestor público se defrontou com uma emergência no
órgão que ele gere, a qual ocasionará o comprometimento da continuidade dos serviços prestados à
população. A emergência foi ocasionada pela má gestão de sua equipe, segundo apurou. A situação
poderá ser contornada com a rápida aquisição dos bens necessários ao atendimento da emergência. A
contratação, segundo o setor responsável, custará R$ 110.000,00.
À luz da Lei n.º 14.133/2021, nessa situação hipotética, o gestor deverá, além de determinar a apuração
da responsabilidade pela ocorrência da situação emergencial,
a) instaurar imediatamente processo licitatório para atender a situação emergencial, já que o valor da
contratação excede as possibilidades de contratação direta.
b) instaurar imediatamente o processo licitatório, já que não houve reconhecimento de calamidade pública
pelo poder público.
c) promover a contratação direta, por dispensa de licitação, de empresa fornecedora dos bens necessários
ao atendimento da emergência, pelo período máximo de 1 ano, observados os valores praticados pelo
mercado e adotadas as providências necessárias para a conclusão do processo licitatório.
d) promover a contratação direta, por dispensa de licitação, de empresa fornecedora dos bens necessários
ao atendimento da emergência, por, no máximo, 180 dias, ainda que em valores acima dos praticados pelo
mercado.
e) promover a contratação direta, por dispensa de licitação, de empresa fornecedora dos bens necessários
ao atendimento da emergência em valor limitado a R$ 54.020,41, enquanto durarem as providências
necessárias para a conclusão do processo licitatório.
Comentário:
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a) se há uma situação de emergência, o procedimento licitatório em seu curso normal pode não ser a
medida mais desejada, em razão da urgência. Por isso, a lei autoriza a dispensa, que, nesse caso, independe
do valor da contratação. Nesse caso, a Lei de Licitações dispõe que:
Art. 75. É dispensável a licitação: [...] VIII - nos casos de emergência ou de calamidade
pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar
prejuízo ou comprometer a continuidade dos serviços públicos ou a segurança de
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
somente para aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação emergencial
ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo
máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocorrência da emergência ou da calamidade,
vedadas a prorrogação dos respectivos contratos e a recontratação de empresa já
contratada com base no disposto neste inciso;
Portanto, para atender à situação emergencial, em virtude da urgência, a administração poderá dispensar
a licitação – ERRADA;
b) o reconhecimento de calamidade pública não é requisito obrigatório para que se autorize a contratação
por dispensa, pois a “emergência” também pode justificar essa medida. Como exemplo, podemos citar uma
chuva forte que faça o prédio de uma escola desabar, sem que o fato coloque a cidade em calamidade
pública. Há uma urgência de atendimento, pois a escola precisa voltar a funcionar, mas isso não é
calamidade – ERRADA;
c) já vimos que a o caso trata de licitação dispensável e que o prazo do contrato poderá ser de até um ano
(art. 75, VIII). Adicionalmente, a Lei de Licitações dispõe que se considera emergencial a contratação por
dispensa com objetivo de manter a continuidade do serviço público e que deverão ser observados os
valores praticados pelo mercado e adotadas as providências necessárias para a conclusão do processo
licitatório, sem prejuízo de apuração de responsabilidade dos agentes públicos que deram causa à
situação emergencial (art. 75, § 6º) – CORRETA;
d) o prazo máximo previsto no art. 75, VIII, é de um ano para a conclusão de parcelas de obras e serviços.
Ademais, as contratações devem observar os valores praticados pelo mercado (§ 6°) – ERRADA;
e) não há previsão de valor para a dispensa em casos emergenciais. A questão citou os valores previstos no
art. 75, II (com atualizações posteriores), mas são hipóteses distintas de dispensa – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
3. (Cebraspe – PC PB/2022) Suponha que determinado órgão público pretenda realizar a contratação
de serviço de manutenção de veículos automotores, no valor de R$ 90.000, e a aquisição de
medicamentos destinados exclusivamente ao tratamento de doenças raras definidas pelo Ministério da
Saúde. Nessa situação, de acordo com a Lei n.º 14.133/2021,
a) são dispensáveis as licitações em ambos os casos.
b) são inexigíveis as licitações em ambos os casos.
c) é inexigível a licitação, no primeiro caso, e dispensável, no segundo.
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Comentário: o art. 75, I, diz que é dispensável a licitação para contratação que envolva valores inferiores a
R$ 100.000,00 (cem mil reais) (valor atualizado para R$ 114.416,65, pelo Decreto 10.922/2021), no caso de
serviços de manutenção de veículos automotores.
Além disso, o inciso IV, ‘m’, do mesmo artigo, dispensa a licitação para contratação que tenha por objeto a
aquisição de medicamentos destinados exclusivamente ao tratamento de doenças raras definidas pelo
Ministério da Saúde.
Gabarito: alternativa A.
==1aab94==
Comentário: o art. 75, XI da Lei n° 14.133/2021 diz que é dispensável a licitação para celebração de
contrato de programa com ente federativo ou com entidade de sua Administração Pública indireta que
envolva prestação de serviços públicos de forma associada nos termos autorizados em contrato de
consórcio público ou em convênio de cooperação.
Então, a celebração pode sim prescindir de licitação, pois é uma hipótese de dispensa legalmente prevista.
Gabarito: errado.
Determinada fundação pública estadual celebrou contrato administrativo, por dispensa de licitação, com
pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos cujo objetivo social é a promoção da assistência social,
para prestação de serviço no valor de R$ 45 mil.
Considerando a situação hipotética apresentada e aspectos a ela relacionados, julgue os itens a seguir, com
base nas normas de regência.
5. (Cebraspe – TCE RJ/2022 – adaptada) A contratação sem licitação foi correta, porquanto a Lei n.°
14.133/2021 prevê expressamente que é dispensável a licitação quando o serviço contratado envolver
valores inferiores a R$ 57.208,33.
Comentário: para contratação que envolva valores inferiores a R$ 57.208,33 (valores atualizados conforme
Decreto 10.922/2021), no caso de compras e outros serviços (que não sejam de engenharia ou de
manutenção de veículos automotores), o art. 73, II, da Lei n° 14.133/21 admite a dispensa de licitação.
Trata-se da denominada dispensa em razão do valor. Daí a correção da questão.
Gabarito: correto.
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Comentário:
a) esse era um caso de licitação dispensável na Lei 8.666/93, e deixou de ser na Lei n° 14.133/21. Não é
também hipótese de inexigibilidade. Porém, lembramos que, conforme a jurisprudência do STF, não existe
necessidade de promover licitação nesse caso, uma vez que não há um contrato em sentido estrito firmado
com as organizações sociais. Portanto, a falta de previsão na L14133 não muda muita coisa – ERRADA;
b) essa é hipótese de licitação dispensável, nos termos do art. 75, XIV – ERRADA;
d) esse caso era hipótese de dispensa (e não inexigibilidade) de licitação na Lei 8.666/1993 (art. 24, XI). Na
nova Lei de Licitações, continua existindo essa possibilidade de contratação (art. 90, § 7º), mas não se trata
mais de hipótese de dispensa. Também não será realizada licitação, pois simplesmente a administração
aproveitará a lista da licitação já realizada (fazendo um paralelo com um concurso público, é como se os
demais classificados fossem o “cadastro de reserva”) – ERRADA;
e) essa é hipótese de licitação dispensável, nos termos do art. 75, IV, “k”. Para tanto, a obra deve ser de
“autenticidade certificada”; a contratação deve ser para aquisição e restauração, e compatível com as
finalidades do órgão ou entidade. Para ser inexigível (art. 74, III), devem estar presentes as características
de envolver profissional de “notória especialização”, e ainda se tratar de “natureza predominantemente
intelectual”. Ademais, nesses casos, a inexigibilidade serve apenas para a restauração, já que se trata de
hipótese de contratação de “serviço técnico” – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
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Gabarito: errado.
Comentário: exatamente isso. A inexigibilidade ocorre quando há inviabilidade de competição, ou seja, não
é possível realizar um procedimento competitivo em virtude das condições da situação, constando em rol
exemplificativo no art. 74.
Já a licitação dispensável ocorre quando é possível realizar a licitação, mas o legislador retira essa
obrigatoriedade (ou determina que não se faça a licitação), sendo que essas regras constam expressamente
nos arts. 75 (licitação dispensável) e 76 (licitação dispensada).
Gabarito: correto.
A contratação pretendida deverá ser precedida de divulgação de aviso em sítio eletrônico oficial, com a
especificação do objeto pretendido e com a manifestação de interesse da administração em obter
possíveis propostas adicionais de eventuais interessados.
Comentário: nos termos do art. 75, § 3° da Lei n° 14.133/2021, as contratações que têm por base o valor
do objeto serão preferencialmente precedidas de divulgação de aviso em sítio eletrônico oficial pelo prazo
mínimo de 3 (três) dias úteis, com a especificação do objeto pretendido e com a manifestação de interesse
da Administração em obter propostas adicionais de eventuais interessados, devendo ser selecionada a
proposta mais vantajosa.
Como a assertiva fala que a contratação “deverá ser precedida” e a lei fala em “preferencialmente
precedida”, pode ser considerada errada. Além disso, a lei prevê que a administração deve se manifestar
quanto ao interesse em obter propostas adicionais de eventuais interessados, não em obter “possíveis
propostas adicionais”.
Gabarito: errado.
10. (Cebraspe – Telebras/2022) Ao contrário da Lei nº 8.666/1993, a nova lei estabelece que, de regra,
a fase de habilitação é posterior à fase de julgamento das propostas.
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Comentário: em regra, a habilitação será realizada após o julgamento, envolvendo apenas o licitante
vencedor. Assim, o rito do procedimento comum (pregão e concorrência), da Nova Lei de Licitações, é o
seguinte:
I - preparatória;
IV - de julgamento;
V - de habilitação;
VI - recursal;
VII - de homologação.
Porém, mediante ato motivado, a administração poderá realizar a inversão de fases, hipótese em que a
habilitação será realizada antes do julgamento (art. 17, § 1º) – na verdade, a habilitação será antes da
apresentação das propostas e lances (inciso III). Assim, de fato, na Nova Lei de Licitações, a regra passa a
ser o julgamento antes da habilitação, enquanto a “inversão” passa a ser o contrário (julgamento após a
habilitação).
Na antiga legislação (L8666), por outro lado, a habilitação era realizada antes do julgamento.
Gabarito: correto.
11. (Cebraspe – MJ SP/2022) A Lei n.º 14.133/2021 veda a possibilidade de uso, por meio de ata, do
sistema de registro de preços.
Comentário: pelo contrário, a lei de licitações trouxe uma seção dedicada ao Sistema de Registro de
Preços, que é um conjunto de procedimentos para realização, mediante contratação direta ou licitação
nas modalidades pregão ou concorrência, de registro formal de preços relativos a prestação de serviços,
a obras e a aquisição e locação de bens para contratações futuras (art. 6°, XLV).
Gabarito: errado.
12. (Cebraspe – MPC PA/2019) O setor de engenharia civil de determinado órgão público solicitou a
aquisição de software de cálculo estrutural, desenvolvido por empresa que é também fornecedora e
distribuidora exclusiva do produto. Na documentação apresentada por aquele setor, ficaram
evidenciadas a singularidade da aquisição e a comprovação do fornecimento exclusivo do produto.
Nesse caso, conforme a legislação vigente de licitação pública, a forma adequada de adquirir o software é
por meio da adoção de
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a) inexigibilidade de licitação.
b) dispensa de licitação.
c) licitação pelo critério técnica e preço.
d) licitação pelo critério menor preço.
e) licitação pela modalidade pregão.
Comentário: vejam que, no caso, temos uma empresa que é fornecedora e distribuidora exclusiva do
produto. Sabemos que, nesses casos, a Lei nº 14.133/2021 considera a licitação inexigível, na forma do art.
74, I:
Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial nos casos de:
Gabarito: alternativa A.
Comentário:
a) nesses casos, temos a homologação, que é o momento em que a administração aprova o certame,
atestando a inexistência de vícios de legalidade – ERRADA;
c) a adjudicação é o ato pelo qual a administração, pela mesma autoridade competente para homologar,
atribui ao vencedor o objeto da licitação para subsequente celebração do contrato. O termo “entrega”,
nesse caso, significa que a administração atribui o “item” da licitação ao seu vencedor – CORRETA;
d) esses são requisitos previstos na Lei de Licitações para a habilitação dos licitantes – ERRADA;
e) essa etapa ocorre na fase interna da licitação, antes mesmo da publicação do edital, quando o setor
jurídico “aprova” a minuta do edital. Trata-se, então, da emissão do parecer jurídico – ERRADA.
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Gabarito: alternativa C.
Comentário:
a) a revogação pode ocorrer por razões de interesse público decorrente de fato superveniente
devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta (art. 71, § 2º) – CORRETA;
d) se houver um prejuízo regularmente comprovado, então a administração terá que indenizá-lo. Mas que
fique claro: terá que existir a comprovação do prejuízo. Todavia, não é tão comum de isso ocorrer, uma vez
que a revogação ocorre ainda na licitação, enquanto não houver contrato. Dessa forma, não há que se falar
em indenizar o que “houver executado”, pois nada terá sido executado se for o caso de revogação (já que
ainda não há contrato) – ERRADA;
e) mais uma vez, quando acontecer alguma ilegalidade, teremos a anulação do procedimento, e não a
revogação – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
15. (Cebraspe – CGE CE/2019) Um dos pilares de um viaduto foi danificado por explosivos utilizados
em ação criminosa. Em razão do risco iminente de queda dessa edificação, a administração pública
atestou a necessidade de escorar a estrutura. Porém, por não haver equipamentos e pessoal disponível
para executar o serviço diretamente, o gestor público responsável pretende contratar uma empresa
privada para realizar o serviço.
Nessa situação hipotética, a administração pública deverá
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a) isolar a área do viaduto e instaurar processo licitatório para realizar a contratação do serviço de
escoramento.
b) contratar o serviço de escoramento de maneira direta, por ser hipótese de inexigibilidade de licitação.
c) comprar equipamentos para realizar o serviço de escoramento de maneira direta, por ser hipótese de
dispensa de licitação, e contratar mão de obra temporária para a execução do serviço.
d) contratar o serviço de escoramento de maneira direta, por ser hipótese de dispensa de licitação.
e) contratar de maneira direta o serviço de escoramento conjuntamente com o de restauração do pilar, por
ser hipótese de inexigibilidade de licitação.
Comentário:
No caso do enunciado, vemos que a administração não tem como esperar muito tempo para tomar uma
providência. Trata-se de uma situação urgente, de risco iminente, e por isso a alternativa A está errada.
Art. 75. É dispensável a licitação: [...] VIII – nos casos de emergência ou de calamidade
pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar
prejuízo ou comprometer a continuidade dos serviços públicos ou a segurança de
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
somente para aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação emergencial
ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo
máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocorrência da emergência ou da calamidade,
vedadas a prorrogação dos respectivos contratos e a recontratação de empresa já
contratada com base no disposto neste inciso;
Dessa forma, podemos marcar a letra D como gabarito. Porém, a questão só peca em um fato! O “deverá”
dá uma ideia incorreta de que seria obrigatória a dispensa de licitação, mas conceitualmente isso não é
verdade, pois a dispensa é uma decisão discricionária. Ainda assim, a letra D seria a única opção viável, até
porque, na prática, a administração não deixaria o viaduto naquelas condições, até realizar uma licitação.
Ainda assim, não podemos esquecer que a licitação dispensável, conceitualmente, é uma decisão
discricionária.
Vamos analisar as outras opções. Não faz muito sentido comprar os equipamentos e contratar temporários
para a realização do serviço. Não existe previsão expressa nesse sentido na Lei de Licitações. Assim, a letra
C está incorreta. Vale destacar que, por não se tratar de uma situação de inviabilidade de competição, não
se fala em inexigibilidade nesse caso (alternativas B e E).
Gabarito: alternativa D.
16. (Cebraspe – PGE PE/2019) Um órgão público pretende realizar processo licitatório para a
construção de um posto de saúde comunitário, orçado em R$ 350.000. O prazo de execução da obra será
de 13 meses.
Tendo como referência esse caso hipotético, julgue o item a seguir, considerando a legislação aplicável à
contratação de obras e serviços de engenharia.
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A legislação lista hipóteses de execução de obras e serviços para os quais é dispensada a realização de
licitação em razão da natureza da obra que se pretende executar, como é o caso dos postos de saúde.
Comentário:
Na Nova Lei de Licitações, todos os casos de licitação dispensada tratam de alienação de bens. Logo não
há que se falar em licitação dispensada para realização de obra, tampouco para construção de posto de
saúde. Além disso, mesmo que a questão mencionasse “licitação dispensável”, o item também estaria
errado, pois o caso mencionado na questão não é hipótese em que o legislador autoriza a dispensa do
procedimento licitatório.
Gabarito: errado.
17. (Cebraspe – SEFAZ RS/2019 - adaptada) Um estado da Federação criou uma premiação como
forma de reconhecimento pelos serviços prestados por agentes públicos de diversos órgãos. Assim, o
estado contratou um artista plástico amplamente consagrado pela crítica especializada para elaborar os
troféus e as medalhas, hipótese que configura
a) inexigibilidade de licitação.
b) dispensa de licitação.
c) leilão.
d) concorrência.
e) diálogo competitivo.
Comentário:
No caso da questão, não caberia dispensa porque o enunciado não trouxe condições para esse tipo de
contratação direta. Ademais, como não estamos tratando de uma alienação, também não caberia o leilão.
Por fim, também não é o caso de concorrência ou diálogo competitivo, pois a questão indicou a necessidade
de contratar “um artista” específico, motivo pelo qual a competição seria inviável.
Gabarito: alternativa A.
18. (Inédita – Prof. Herbert Almeida) A alienação de bens imóveis da administração pública cuja
aquisição tenha sido derivada de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento exigirá avaliação
prévia e licitação na modalidade leilão, dispensando a autorização legislativa.
Comentário:
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A alienação de bens imóveis da administração pública cuja aquisição tenha sido derivada de procedimentos
judiciais ou de dação em pagamento dispensará autorização legislativa e exigirá apenas avaliação prévia e
licitação na modalidade leilão (art. 76, § 1º).
Gabarito: correto.
Comentário:
A Lei 14.133/2021 estabelece que será inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição,
em especial nos casos de contratação de serviços técnicos de natureza predominantemente intelectual
com empresa de notória especialização, sendo que os serviços de treinamento e aperfeiçoamento de
pessoal (art. 74, III, “f”) seriam um exemplo desses serviços.
Gabarito: correto.
Comentário:
Quando não acudirem interessados à licitação realizada há menos de um ano, poderá ser dispensada a
licitação, desde que sejam mantidas todas as condições preestabelecidas (art. 75, III, 'a'). Trata-se da
chamada licitação deserta, isto é, a licitação na qual nenhum interesse apareceu para apresentar
propostas. No entanto, não é correto afirmar que as situações que tiverem impedido o certame serão
suprimidas (todas as condições devem ser mantidas).
Gabarito: errado.
Comentário:
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Gabarito: errado.
Comentário:
A dispensa de licitação ocorre quando, apesar de existir a possibilidade de competição, o legislador tenha
autorizado ou determinado que a administração não realize a licitação. Já a inexigibilidade de licitação
ocorre quando há inviabilidade jurídica de competição entre contratantes, quer pela natureza específica
do negócio, quer pelos objetivos sociais visados pela administração. Nem podemos dizer que houve
“inversão dos conceitos”, pois não é correto afirmar que a dispensa permite a “escolha” dos potenciais
fornecedores. Por exemplo, na dispensa de baixo valor, se for o caso, a administração realizará uma cotação
eletrônica de preços. Assim, não será a administração que fará a escolha do fornecedor. Assim, o quesito
está incorreto.
Gabarito: errado.
Comentário:
Esse é o conceito de adjudicação. A homologação, por sua vez, equivale à aprovação do procedimento; ela
é precedida do exame dos atos que o integram pela autoridade competente, a qual, se verificar algum vício
de ilegalidade, anulará o procedimento ou determinará o seu saneamento (correção), quando possível. Se
tudo estiver correto, ocorrerá a homologação. Por fim, vale lembrar que a adjudicação não gera direito à
assinatura do contrato, mas uma mera expectativa.
Gabarito: errado.
24. (Cebraspe – EMAP/2018) Não se admite qualquer tipo de alteração no edital de licitação após sua
divulgação.
Comentário:
As alterações são permitidas, desde que divulgadas pela mesma forma que se deu o texto original,
reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando a alteração não comprometer a formulação
das propostas (art. 55, § 1º).
Gabarito: errado.
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Comentário:
Segundo a Nova Lei de Licitações e Contratos, na hipótese de contratação direta indevida ocorrida com
dolo, fraude ou erro grosseiro, o contratado e o agente público responsável responderão solidariamente
pelo dano causado ao erário, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis (art. 73). Isso significa que
tanto o fornecedor como o agente público podem ser responsabilizados (isolada ou conjuntamente) pelo
dano integral que eles causaram ao Estado.
Gabarito: correto.
Comentário:
Sabemos que o leilão é a modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis
inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance (art. 6º, XL). No entanto, a assertiva
está errada porque a Lei exige que a alienação de bens da administração pública seja subordinada à
existência de interesse público devidamente justificado, precedida de avaliação e, em regra, também
dependerá de licitação (ressalvados os casos em que será dispensada) (art. 76, II).
Gabarito: errado.
Comentário:
Nesse caso, a administração estará vinculada às condicionantes do edital de licitação. Como já vimos, a
administração não pode descumprir as normas e condições do edital, em virtude do princípio da
vinculação ao edital, devendo o julgamento e a classificação das propostas da licitação estar de acordo
com os critérios de avaliação constantes do edital.
Dessa forma, a adjudicação - ato de atribuir ao vencedor do processo licitatório o objeto licitado,
garantindo-lhe preferência na contratação – deverá ser feita ao vencedor da licitação, segundo os critérios
do edital, sob pena de ferir o princípio da isonomia. Ademais, a administração tem que adjudicar para o
vencedor, não podendo adjudicar para outro licitante. Ou seja, não caberá a discricionariedade.
Gabarito: errado.
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28. (Cebraspe – IFF/2018 - adaptada) De acordo com a Lei n.º 14.133/2021 — Lei de Licitações e
Contratos —, é dispensável a licitação
a) nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem.
b) para aquisição, por empresas públicas e autarquias, de bens produzidos por órgãos públicos.
c) para contratação de profissional de qualquer setor artístico, desde que consagrado pela crítica
especializada.
d) para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor
exclusivo.
e) no caso de objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento.
Comentário:
a) corretíssimo! A assertiva é reprodução do art. 75, VII, da Lei 14.133/2021. O dispositivo ainda contempla
o estado de defesa, o estado de sítio e a intervenção federal – CORRETA;
b) a licitação será dispensada para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integrem a administração pública e que
tenham sido criados para esse fim específico, desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado. Logo, a situação não se aplica às empresas públicas (art. 75, IX) – ERRADA;
c) essa é uma hipótese na qual caberá a inexigibilidade de licitação e não a dispensa (art. 74, II) – ERRADA;
d) da mesma forma, essa é uma das hipóteses em que a licitação será inexigível (art. 74, I) – ERRADA;
Gabarito: alternativa A.
29. (Cebraspe – EBSERH/2018) É inexigível a licitação para a aquisição de bens e insumos destinados
exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, pela FINEP, pelo
CNPq ou por outras instituições de fomento à pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico.
Comentário:
Tal situação não se enquadra nos casos em que a licitação será inexigível (art. 74). O caso da questão era
uma hipótese de dispensa que constava na Lei 8.666/1993 e depois foi alterada. O caso que mais se
aproxima dessa situação consta no art. 75, IV, “c”, da NLLC:
Art. 75. É dispensável a licitação: [...] IV – para contratação que tenha por objeto:
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Gabarito: errado.
Comentário:
Corretíssimo! A Lei assegura que é inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em
especial para contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou através de empresário
exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública (art. 74, II).
Gabarito: correto.
31. (Cebraspe – EBSERH/2018 - adaptada) Em regra, a concorrência pública pressupõe uma fase
preliminar denominada habilitação, que habilita os que poderão participar da fase seguinte, a de
classificação.
Comentário:
Essa era a previsão da Lei 8.666/93, havia a fase de habilitação (preliminar) em que os licitantes
comprovavam atender aos requisitos exigidos pela administração e, após a fase de habilitação, os licitantes
poderiam participar da fase de julgamento e classificação das propostas.
Na Nova Lei de Licitações, este procedimento segue uma linha diferente. A partir de agora, a fase de
julgamento é realizada, em regra, antes da habilitação (art. 17):
I – preparatória;
IV – de julgamento;
V – de habilitação;
VI – recursal;
VII – de homologação.
Não se trata de uma “novidade”, já que a Lei do Pregão, o Regime Diferenciado de Contratações e a Lei das
Estatais já seguiam este “novo” rito. Ressalta-se, porém, que é possível inverter as fases (realizar a
habilitação antes da apresentação das propostas e julgamento), desde que haja justificativa.
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Gabarito: errado.
32. (Cebraspe – EBSERH/2018 - adaptada) Ao assumir a direção de um hospital público, o novo diretor
questionou o motivo de um equipamento de diagnóstico por imagem, importado, utilizado para
tratamento de doenças graves, estar parado, visto que havia uma fila de pacientes aguardando para
realizar exames nesse aparelho. O responsável pelo setor informou que o aparelho se encontrava parado
havia oito meses devido a um defeito causado por sobrecarga na rede elétrica. O diretor, que era o
ordenador de despesas, determinou o conserto imediato do equipamento, por dispensa de licitação, cujo
valor do serviço fora orçado em vinte mil reais. Na ocasião, um equipamento novo, idêntico ao
defeituoso, custava quinhentos mil reais.
Devido ao fato de o equipamento defeituoso estar parado há oito meses, a situação não pode ser
caracterizada como emergencial para justificar a contratação por dispensa de licitação.
Comentário:
A licitação será dispensável nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a continuidade dos
serviços públicos ou a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou
particulares, e somente para aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou
calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de um ano,
contado da data de ocorrência da emergência ou da calamidade (art. 75, VIII). Logo, situação pode sim ser
considerada emergencial, pois está dentro do prazo de 1 (um) ano.
Só uma observação: o simples fato de estar dentro do prazo de um ano não é suficiente para dizer que é
caso de dispensa de licitação. Há ainda a demonstração da urgência de atendimento. Não obstante, o
decurso do prazo de oito meses não elimina a possibilidade de se tratar de dispensa de licitação, motivo
pelo qual a questão está incorreta.
Gabarito: errado.
33. (Cebraspe – EBSERH/2018) O conserto de equipamento importado poderia ter sido contratado
por inexigibilidade.
Comentário:
Não poderia ser contratado por inexigibilidade, pois não há inviabilidade de competição. Teoricamente,
outros fornecedores poderiam atender a esta demanda.
Gabarito: errado.
34. (Cebraspe – EBSERH/2018) Durante a fase de julgamento das propostas no processo licitatório,
fere o princípio do julgamento objetivo a adoção de critérios de análise não previstos no edital, mesmo
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que embasados na experiência da comissão de licitações e com objetivos claros de garantir a proposta
mais vantajosa para a administração.
Comentário:
Assim, o julgamento será realizado conforme os critérios definidos em lei e disciplinados no edital da
licitação, não podendo a comissão simplesmente adotar critérios próprios, ainda que embasados em sua
experiência.
Gabarito: correto.
Comentário:
I – jurídica;
II – técnica;
IV – econômico-financeira.
Em regra, será exigida a apresentação dos documentos de habilitação apenas pelo licitante vencedor,
exceto quando a fase de habilitação anteceder a de julgamento (art. 63, II).
Gabarito: correto.
36. (Cebraspe – STJ/2018 - adaptada) Desde que o serviço seja de natureza predominantemente
intelectual, a contratação de empresa de notória especialização para realizar a capacitação de servidores
públicos poderá ser feita por meio de dispensa de licitação.
Comentário:
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É o caso clássico de inexigibilidade. Será inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição,
em especial para a contratação de serviços técnicos de natureza predominantemente intelectual, com
profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade
e divulgação (art. 74, III, 'f').
Gabarito: errado.
37. (Cebraspe – TCM BA/2018 - adaptada) De acordo com a Lei n.º 14.133/2021 (Lei de Licitações), é
inexigível a licitação na hipótese de
a) contratação de serviços de publicidade, de natureza predominantemente intelectual, com profissionais
de notória especialização.
b) guerra ou grave perturbação da ordem.
c) não acudirem interessados à licitação anterior e esta não puder ser repetida sem prejuízo para a
administração.
d) compras de gêneros perecíveis no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios
correspondentes.
e) aquisição de materiais e equipamentos que só possam ser fornecidos por produtor ou empresa comercial
exclusivos.
Comentário:
A licitação é inexigível nas hipóteses de inviabilidade de competição. Nessa linha, vamos analisar as
alternativas:
b) guerra ou grave perturbação da ordem é caso de dispensa de licitação (art. 75, VII) – ERRADA;
c) isso é licitação deserta, que justifica a dispensa de licitação (art. 75, III, 'a'). Porém, a NLLC não exige mais
o risco de prejuízo, mas exige que a licitação tenha sido realizada há no máximo um ano – ERRADA;
d) essa também é uma situação de dispensa de licitação, consoante (art. 75, IV, 'e'): "é dispensável a
licitação: [...] IV – para contratação que tenha por objeto: [...] e) hortifrutigranjeiros, pães e outros gêneros
perecíveis, no período necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, hipótese
em que a contratação será realizada diretamente com base no preço do dia;" – ERRADA;
e) a exclusividade de fornecedor é um caso que justifica a inexigibilidade de licitação (art. 74, I) – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.
38. (Cebraspe – STM/2018) Será inexigível a licitação, caso os agentes administrativos com
competência técnica para tanto concluam que a característica de determinado objeto atende melhor ao
interesse público.
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Comentário:
A inexigibilidade ocorre nos casos de inviabilidade de competição, ou seja, seja porque há um único
fornecedor, ou porque somente uma pessoa atende às necessidades da administração, ou por qualquer
outro motivo que demonstre que não há como realizar um procedimento competitivo.
Só pelas informações da questão não há como concluir que haverá a inexigibilidade. Precisamos de mais
fatores. Por exemplo: se os agentes administrativos com competência técnica concluírem que um
computador é melhor que outro, basta que essas características desse “computador melhor” sejam
consideradas na descrição do objeto da licitação. Nesse caso, ainda será possível fazer um procedimento
competitivo, mas para a aquisição do computador com as características sugeridas pelo setor técnico.
Gabarito: errado.
39. (Cebraspe – CGM de João Pessoa PB/2018) É permitida a contratação direta pela administração
pública, em razão da inexigibilidade de licitação, de profissional de qualquer setor artístico, diretamente
ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião
pública.
Comentário:
De fato, a contratação de artista é uma das hipóteses de inexigibilidade de licitação, quando realizada nos
seguintes termos:
Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial nos casos de: II –
contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário exclusivo,
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública;
Gabarito: correto.
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Comentário:
b) é essa! Será dispensável a licitação para contratação que mantenha todas as condições definidas em
edital de licitação realizada há menos de 1 (um) ano, quando se verificar que naquela licitação não surgiram
licitantes interessados ou não foram apresentadas propostas válidas (art. 75, III, 'a') – CORRETA;
c) e e) as expressões mais adotadas são licitação deserta (quando não comparece ninguém) e fracassada
(quando comparecem licitantes, mas todos são inabilitados ou desclassificados). A expressão “frustração”
não é adotada com tanta frequência como as outras duas, sendo que alguns autores a utilização como
sinônimo de deserta e outros como sinônimo de fracassada. Logo, não é um termo tão preciso para fins de
prova. De qualquer forma, mesmo considerando a frustração é a licitação deserta, a opção “c” está errada,
pois as condições da licitação não devem ser alteradas; e a letra “e” está errada, pois não existe a
obrigatoriedade de dispensar, nesse caso – ERRADAS;
Gabarito: alternativa B.
41. (Cebraspe – TCE PB/2018 - adaptada) Se a administração pública de um estado da Federação tiver
de contratar um grupo de dança consagrado pela mídia local para festividades do aniversário da capital
desse estado, a contratação, nesse caso, deverá ocorrer mediante
a) dispensa de licitação em razão da escolha do executante.
b) inexigibilidade de licitação por previsão legal.
c) concurso.
d) licitação na modalidade concorrência.
e) licitação na modalidade diálogo competitivo.
Comentário:
Até poderíamos pensar no concurso, pois se trata de trabalho artístico. Porém, o enunciado informou que
a administração pretendia contratar um grupo específico, devidamente consagrado. Se fosse “qualquer
grupo”, aí sim caberia o concurso.
Gabarito: alternativa B.
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42. (Cebraspe – EBSERH/2018 - adaptada) Conforme a Lei n.º 14.133/2021, considera-se compra toda
operação de transferência de domínio de bens a terceiros.
Comentário:
Esse conceito é, na verdade, de alienação. Por outro lado, a compra é toda aquisição remunerada de bens
para fornecimento de uma só vez ou parceladamente, considerada imediata aquela com prazo de entrega
de até trinta dias da ordem de fornecimento (art. 6º, X).
Gabarito: errado.
Comentário:
Esse caso era hipótese de dispensa de licitação na Lei 8.666/1993 (art. 24, XI). Na nova Lei de Licitações,
continua existindo essa possibilidade de contratação, porém não se trata mais de hipótese de dispensa de
licitação. De acordo com a nova Lei será facultado à Administração convocar dos demais licitantes
classificados para a contratação de remanescente de obra, de serviço ou de fornecimento em consequência
de rescisão contratual (art. 90, §7º). Logo, de fato, não se trata de dispensa de licitação, mas de
aproveitamento da licitação já realizada.
Gabarito: errado.
Bons estudos.
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1. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Em relação à responsabilidade por contratação direta indevida,
é correto afirmar que:
a) pode decorrer de dolo, fraude ou erro grosseiro, não havendo responsabilização do agente público, mas
somente do contratado;
b) o contratado responderá integralmente pelos danos causados ao erário, em qualquer caso;
c) o agente público responderá individualmente pelos danos causados ao erário;
d) o agente público responde pelos danos causados, com base na responsabilidade subsidiária;
e) o contratado e o agente público respondem solidariamente na hipótese de contratação direta indevida
ocorrida com dolo, fraude ou erro grosseiro.
Comentário: quando a contratação direta for indevida, realizada com dolo, fraude ou erro grosseiro, o
contratado e o agente público responsável responderão solidariamente pelo dano causado ao erário, sem
prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
Gabarito: alternativa E.
a) para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 33 mil, desde que não se refiram a parcelas de uma
mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam
ser realizadas conjunta e concomitantemente;
b) para contratação que envolva valores superiores a R$ 57.208,33 reais, no caso de outros serviços e
compras;
Comentário:
a) essa era a previsão da legislação anterior. Atualmente, a lei estabeleceu que o valor deve ser inferior a
R$ 114.416,65, no caso de obras e serviços de engenharia ou de serviços de manutenção de veículos
automotores (art. 75, I) – ERRADA;
b) a licitação é dispensável para contratação que envolva valores inferiores a R$ 57.208,33, no caso de
outros serviços e compras (art. 75, II) – ERRADA;
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c) essa é uma nova hipótese trazida pelo art. 75, I, da Lei n° 14.133/2021, instituindo a dispensa para
serviços de manutenção de veículos automotores, em valores inferiores a R$ 114.416,65– CORRETA;
e) essa era hipótese de dispensa, mas agora, na nova LLC, passou a ser de inexigibilidade (art. 74, V) –
ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
Comentário: o art. 74, III, da Lei 14.133/2021 diz que é inexigível a licitação quando inviável a competição,
em especial nos casos de contratação de serviços técnicos especializados de natureza predominantemente
intelectual com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços
de publicidade e divulgação. Assim, encontramos nosso gabarito na alternativa B.
Todas as demais alternativas são enquadradas no rol do inciso III como sendo serviços técnicos
especializados.
Gabarito: alternativa B.
Comentário: lembrem-se que estamos buscando a alternativa incorreta, a que não está de acordo com a
Lei n° 14.133/2021. Vamos explicar cada uma:
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b) é dispensada a realização de licitação nos casos de dação em pagamento, nos termos do art. 76, I, ‘a’ –
CORRETA;
d) certinho. A lei prevê apenas o leilão como modalidade para alienação de bens da administração, e essa
modalidade somente se realiza pelo critério de maior lance – CORRETA;
e) para a venda de bens imóveis, será concedido direito de preferência ao licitante que, submetendo-se a
todas as regras do edital, comprove a ocupação do imóvel objeto da licitação (art. 77) – CORRETA.
Gabarito: alternativa A.
5. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) São instrumentos auxiliares à licitação, previstos na Lei n°
14.133/2021:
a) credenciamento, mantendo-se à disposição do público, em sítio eletrônico oficial, edital de chamamento
de interessados, de modo a permitir o cadastramento permanente de novos interessados;
b) pré-qualificação, vedada a exigência de comprovação de qualidade quando se tratar de bens;
c) procedimento de manifestação de interesse, que outorga direito de preferência ao realizador de estudos
e projetos prévios;
d) sistema de registro de preços, que vincula a administração à contratação dos bens registrados;
e) registro cadastral, com chamamento mensal obrigatório dos interessados para atualização dos seus
cadastros.
Comentário:
a) a administração deverá divulgar e manter à disposição do público, em sítio eletrônico oficial, edital de
chamamento de interessados, de modo a permitir o cadastramento permanente de novos interessados
(art. 79, parágrafo único, I) – CORRETA;
b) na pré-qualificação, quando aberta a bens, poderá ser exigida a comprovação de qualidade (art. 80, §1°,
II) – ERRADA;
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d) não vincula. Na forma do art. 83, a existência de preços registrados implicará compromisso de
fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obrigará a Administração a contratar, facultada a
realização de licitação específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente motivada – ERRADA;
e) o sistema de registro cadastral unificado será público e deverá ser amplamente divulgado e estar
permanentemente aberto aos interessados, e será obrigatória a realização de chamamento público pela
internet, no mínimo anualmente, para atualização dos registros existentes e para ingresso de novos
interessados (art. 87, §1°) – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
6. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Em uma licitação para alienação de um imóvel pertencente à
administração, não se tratando de caso de dispensa, deverá ser adotada a modalidade leilão e o critério
de maior lance, necessariamente. ==1aab94==
Comentário: exatamente. Não se esqueçam: para alienação de bens no regime da nova Lei de Licitações, a
modalidade será sempre o leilão, exceto naqueles casos em que a licitação seja dispensada. Ademais, para
o leilão, o único critério de julgamento cabível é o maior lance. Então, está correta a afirmativa.
Gabarito: correto.
7. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A aquisição de computadores poderá ocorrer mediante dispensa
de licitação, para a parcela dos bens dessa natureza adquiridos, no exercício financeiro, pela respectiva
unidade gestora, em valor inferior a R$ 57.208,33.
Comentário: para contratação que envolva valores inferiores a R$ 57.208,33, no caso de outros serviços e
compras, a licitação também será dispensável (art. 75, II). Esse valor será definido pelo somatório das
aquisições de bens de mesma natureza, durante o exercício financeiro.
§ 1º Para fins de aferição dos valores que atendam aos limites referidos nos incisos I e II
do caput deste artigo, deverão ser observados:
Gabarito: correto.
Bons estudos.
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2. (Cebraspe – PGE RO/2022) Determinado gestor público se defrontou com uma emergência no
órgão que ele gere, a qual ocasionará o comprometimento da continuidade dos serviços prestados à
população. A emergência foi ocasionada pela má gestão de sua equipe, segundo apurou. A situação
poderá ser contornada com a rápida aquisição dos bens necessários ao atendimento da emergência. A
contratação, segundo o setor responsável, custará R$ 110.000,00.
À luz da Lei n.º 14.133/2021, nessa situação hipotética, o gestor deverá, além de determinar a apuração
da responsabilidade pela ocorrência da situação emergencial,
a) instaurar imediatamente processo licitatório para atender a situação emergencial, já que o valor da
contratação excede as possibilidades de contratação direta.
b) instaurar imediatamente o processo licitatório, já que não houve reconhecimento de calamidade pública
pelo poder público.
c) promover a contratação direta, por dispensa de licitação, de empresa fornecedora dos bens necessários
ao atendimento da emergência, pelo período máximo de 1 ano, observados os valores praticados pelo
mercado e adotadas as providências necessárias para a conclusão do processo licitatório.
d) promover a contratação direta, por dispensa de licitação, de empresa fornecedora dos bens necessários
ao atendimento da emergência, por, no máximo, 180 dias, ainda que em valores acima dos praticados pelo
mercado.
e) promover a contratação direta, por dispensa de licitação, de empresa fornecedora dos bens necessários
ao atendimento da emergência em valor limitado a R$ 54.020,41, enquanto durarem as providências
necessárias para a conclusão do processo licitatório.
3. (Cebraspe – PC PB/2022) Suponha que determinado órgão público pretenda realizar a contratação
de serviço de manutenção de veículos automotores, no valor de R$ 90.000, e a aquisição de
medicamentos destinados exclusivamente ao tratamento de doenças raras definidas pelo Ministério da
Saúde. Nessa situação, de acordo com a Lei n.º 14.133/2021,
a) são dispensáveis as licitações em ambos os casos.
b) são inexigíveis as licitações em ambos os casos.
c) é inexigível a licitação, no primeiro caso, e dispensável, no segundo.
d) são obrigatórias as licitações em ambos os casos.
e) é dispensável a licitação, no primeiro caso, e obrigatória, no segundo.
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Determinada fundação pública estadual celebrou contrato administrativo, por dispensa de licitação, com
pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos cujo objetivo social é a promoção da assistência social,
para prestação de serviço no valor de R$ 45 mil.
Considerando a situação hipotética apresentada e aspectos a ela relacionados, julgue os itens a seguir, com
base nas normas de regência.
5. (Cebraspe – TCE RJ/2022 – adaptada) A contratação sem licitação foi correta, porquanto a Lei n.°
14.133/2021 prevê expressamente que é dispensável a licitação quando o serviço contratado envolver
valores inferiores a R$ 57.208,33.
A contratação pretendida deverá ser precedida de divulgação de aviso em sítio eletrônico oficial, com a
especificação do objeto pretendido e com a manifestação de interesse da administração em obter
possíveis propostas adicionais de eventuais interessados.
10. (Cebraspe – Telebras/2022) Ao contrário da Lei nº 8.666/1993, a nova lei estabelece que, de regra,
a fase de habilitação é posterior à fase de julgamento das propostas.
11. (Cebraspe – MJ SP/2022) A Lei n.º 14.133/2021 veda a possibilidade de uso, por meio de ata, do
sistema de registro de preços.
12. (Cebraspe – MPC PA/2019) O setor de engenharia civil de determinado órgão público solicitou a
aquisição de software de cálculo estrutural, desenvolvido por empresa que é também fornecedora e
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15. (Cebraspe – CGE CE/2019) Um dos pilares de um viaduto foi danificado por explosivos utilizados
em ação criminosa. Em razão do risco iminente de queda dessa edificação, a administração pública
atestou a necessidade de escorar a estrutura. Porém, por não haver equipamentos e pessoal disponível
para executar o serviço diretamente, o gestor público responsável pretende contratar uma empresa
privada para realizar o serviço.
Nessa situação hipotética, a administração pública deverá
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a) isolar a área do viaduto e instaurar processo licitatório para realizar a contratação do serviço de
escoramento.
b) contratar o serviço de escoramento de maneira direta, por ser hipótese de inexigibilidade de licitação.
c) comprar equipamentos para realizar o serviço de escoramento de maneira direta, por ser hipótese de
dispensa de licitação, e contratar mão de obra temporária para a execução do serviço.
d) contratar o serviço de escoramento de maneira direta, por ser hipótese de dispensa de licitação.
e) contratar de maneira direta o serviço de escoramento conjuntamente com o de restauração do pilar, por
ser hipótese de inexigibilidade de licitação.
16. (Cebraspe – PGE PE/2019) Um órgão público pretende realizar processo licitatório para a
construção de um posto de saúde comunitário, orçado em R$ 350.000. O prazo de execução da obra será
de 13 meses.
Tendo como referência esse caso hipotético, julgue o item a seguir, considerando a legislação aplicável à
contratação de obras e serviços de engenharia.
A legislação lista hipóteses de execução de obras e serviços para os quais é dispensada a realização de
licitação em razão da natureza da obra que se pretende executar, como é o caso dos postos de saúde.
17. (Cebraspe – SEFAZ RS/2019 - adaptada) Um estado da Federação criou uma premiação como
forma de reconhecimento pelos serviços prestados por agentes públicos de diversos órgãos. Assim, o
estado contratou um artista plástico amplamente consagrado pela crítica especializada para elaborar os
troféus e as medalhas, hipótese que configura
a) inexigibilidade de licitação.
b) dispensa de licitação.
c) leilão.
d) concorrência.
e) diálogo competitivo.
18. (Inédita – Prof. Herbert Almeida) A alienação de bens imóveis da administração pública cuja
aquisição tenha sido derivada de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento exigirá avaliação
prévia e licitação na modalidade leilão, dispensando a autorização legislativa.
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da ordem de classificação da licitação anterior, mantidas as mesmas condições oferecidas pelo licitante
vencedor.
24. (Cebraspe – EMAP/2018) Não se admite qualquer tipo de alteração no edital de licitação após sua
divulgação.
28. (Cebraspe – IFF/2018 - adaptada) De acordo com a Lei n.º 14.133/2021 — Lei de Licitações e
Contratos —, é dispensável a licitação
a) nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem.
b) para aquisição, por empresas públicas e autarquias, de bens produzidos por órgãos públicos.
c) para contratação de profissional de qualquer setor artístico, desde que consagrado pela crítica
especializada.
d) para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor
exclusivo.
e) no caso de objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento.
29. (Cebraspe – EBSERH/2018) É inexigível a licitação para a aquisição de bens e insumos destinados
exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, pela FINEP, pelo
CNPq ou por outras instituições de fomento à pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico.
31. (Cebraspe – EBSERH/2018 - adaptada) Em regra, a concorrência pública pressupõe uma fase
preliminar denominada habilitação, que habilita os que poderão participar da fase seguinte, a de
classificação.
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32. (Cebraspe – EBSERH/2018 - adaptada) Ao assumir a direção de um hospital público, o novo diretor
questionou o motivo de um equipamento de diagnóstico por imagem, importado, utilizado para
tratamento de doenças graves, estar parado, visto que havia uma fila de pacientes aguardando para
realizar exames nesse aparelho. O responsável pelo setor informou que o aparelho se encontrava parado
havia oito meses devido a um defeito causado por sobrecarga na rede elétrica. O diretor, que era o
ordenador de despesas, determinou o conserto imediato do equipamento, por dispensa de licitação, cujo
valor do serviço fora orçado em vinte mil reais. Na ocasião, um equipamento novo, idêntico ao
defeituoso, custava quinhentos mil reais.
Devido ao fato de o equipamento defeituoso estar parado há oito meses, a situação não pode ser
caracterizada como emergencial para justificar a contratação por dispensa de licitação.
33. (Cebraspe – EBSERH/2018) O conserto de equipamento importado poderia ter sido contratado
por inexigibilidade.
34. (Cebraspe – EBSERH/2018) Durante a fase de julgamento das propostas no processo licitatório,
fere o princípio do julgamento objetivo a adoção de critérios de análise não previstos no edital, mesmo
que embasados na experiência da comissão de licitações e com objetivos claros de garantir a proposta
mais vantajosa para a administração.
36. (Cebraspe – STJ/2018 - adaptada) Desde que o serviço seja de natureza predominantemente
intelectual, a contratação de empresa de notória especialização para realizar a capacitação de servidores
públicos poderá ser feita por meio de dispensa de licitação.
37. (Cebraspe – TCM BA/2018 - adaptada) De acordo com a Lei n.º 14.133/2021 (Lei de Licitações), é
inexigível a licitação na hipótese de
a) contratação de serviços de publicidade, de natureza predominantemente intelectual, com profissionais
de notória especialização.
b) guerra ou grave perturbação da ordem.
c) não acudirem interessados à licitação anterior e esta não puder ser repetida sem prejuízo para a
administração.
d) compras de gêneros perecíveis no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios
correspondentes.
e) aquisição de materiais e equipamentos que só possam ser fornecidos por produtor ou empresa comercial
exclusivos.
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38. (Cebraspe – STM/2018) Será inexigível a licitação, caso os agentes administrativos com
competência técnica para tanto concluam que a característica de determinado objeto atende melhor ao
interesse público.
39. (Cebraspe – CGM de João Pessoa PB/2018) É permitida a contratação direta pela administração
pública, em razão da inexigibilidade de licitação, de profissional de qualquer setor artístico, diretamente
ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião
pública.
41. (Cebraspe – TCE PB/2018 - adaptada) Se a administração pública de um estado da Federação tiver
de contratar um grupo de dança consagrado pela mídia local para festividades do aniversário da capital
desse estado, a contratação, nesse caso, deverá ocorrer mediante
a) dispensa de licitação em razão da escolha do executante.
b) inexigibilidade de licitação por previsão legal.
c) concurso.
d) licitação na modalidade concorrência.
e) licitação na modalidade diálogo competitivo.
42. (Cebraspe – EBSERH/2018 - adaptada) Conforme a Lei n.º 14.133/2021, considera-se compra toda
operação de transferência de domínio de bens a terceiros.
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NOBREGA, Marcos. TORRES, Ronny Charles L. de. A nova lei de licitações, credenciamento e e-marketplace
o turning point da inovação nas compras públicas. 2020. Disponível em <https://www.olicitante.com.br/e-
marketplace-turning-point-inovacao-compras-publicas>, acesso em 27/1/2021.
JUSTEN FILHO, Marçal. A pré-qualificação como procedimento auxiliar das licitações no RDC (Lei
12.462/2011). Informativo Justen, Pereira, Oliveira e Talamini, Curitiba, nº 56, outubro de 2011. Disponível
em: https://www.justen.com.br/pdfs/IE56/IE56-marcal_rdc.pdf, acesso em 27/1/2021.
SILVA, Magno Antônio. O princípio da segregação de funções e sua aplicação no controle processual das
despesas: uma abordagem analítica pela ótica das licitações públicas e das contratações administrativas.
Revista do TCU (n. 128; Setembro a Dezembro de 2013). Disponível em
<https://revista.tcu.gov.br/ojs/index.php/RTCU/article/view/68/71>, acesso em 13/3/2021.
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1. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Em relação à responsabilidade por contratação direta indevida,
é correto afirmar que:
a) pode decorrer de dolo, fraude ou erro grosseiro, não havendo responsabilização do agente público, mas
somente do contratado;
b) o contratado responderá integralmente pelos danos causados ao erário, em qualquer caso;
c) o agente público responderá individualmente pelos danos causados ao erário;
d) o agente público responde pelos danos causados, com base na responsabilidade subsidiária;
e) o contratado e o agente público respondem solidariamente na hipótese de contratação direta indevida
ocorrida com dolo, fraude ou erro grosseiro.
a) para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 33 mil, desde que não se refiram a parcelas de uma
mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam
ser realizadas conjunta e concomitantemente;
b) para contratação que envolva valores superiores a R$ 57.208,33 reais, no caso de outros serviços e
compras;
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foram prestadas algumas informações sobre o procedimento para a alienação, previstos na Lei n°
14.133/2021. Assinale a única informação repassada que não condiz com o atual ordenamento jurídico:
a) a licitação para alienação do imóvel poderá ser feita tanto por concorrência quanto por leilão;
b) a licitação será dispensada para a realização de dação em pagamento;
c) a alienação do bem dependerá de autorização legislativa, em regra;
d) a licitação deverá ser feita por leilão, adotando-se o critério de julgamento de maior lance;
e) caso o imóvel esteja ocupado, o licitante que se submeta a todas as regras do edital terá direito de
preferência em sua aquisição.
5. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) São instrumentos auxiliares à licitação, previstos na Lei n°
14.133/2021:
a) credenciamento, mantendo-se à disposição do público, em sítio eletrônico oficial, edital de chamamento
==1aab94==
6. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Em uma licitação para alienação de um imóvel pertencente à
administração, não se tratando de caso de dispensa, deverá ser adotada a modalidade leilão e o critério
de maior lance, necessariamente.
7. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A aquisição de computadores poderá ocorrer mediante dispensa
de licitação, para a parcela dos bens dessa natureza adquiridos, no exercício financeiro, pela respectiva
unidade gestora, em valor inferior a R$ 57.208,33.
1. E
2. C
3. B
4. A
5. A
6. C
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7. C
NOBREGA, Marcos. TORRES, Ronny Charles L. de. A nova lei de licitações, credenciamento e e-marketplace
o turning point da inovação nas compras públicas. 2020. Disponível em <https://www.olicitante.com.br/e-
marketplace-turning-point-inovacao-compras-publicas>, acesso em 27/1/2021.
JUSTEN FILHO, Marçal. A pré-qualificação como procedimento auxiliar das licitações no RDC (Lei
12.462/2011). Informativo Justen, Pereira, Oliveira e Talamini, Curitiba, nº 56, outubro de 2011. Disponível
em: https://www.justen.com.br/pdfs/IE56/IE56-marcal_rdc.pdf, acesso em 27/1/2021.
SILVA, Magno Antônio. O princípio da segregação de funções e sua aplicação no controle processual das
despesas: uma abordagem analítica pela ótica das licitações públicas e das contratações administrativas.
Revista do TCU (n. 128; Setembro a Dezembro de 2013). Disponível em
<https://revista.tcu.gov.br/ojs/index.php/RTCU/article/view/68/71>, acesso em 13/3/2021.
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