Contestação Monitória
Contestação Monitória
Contestação Monitória
I. DA TEMPESTIVIDADE
Saliente-se, desde já, a tempestividade da presente Contestação. Certificada a audiência de conciliação (id.
168489969), começou a fluir o prazo de 15 (quinze) dias para apresentação da Defesa/Contestação.
V. DO FUNDAMENTO E DO DIREITO
Subsidiariamente, a luz do art. 326 do CPC, não reconhecida a preliminar suscitada, vez que, in casu,
a Requerida não possui nenhum tipo de vínculo ao suposto título de crédito, não podendo assim a Requerente
exigi-lo; passa a demonstrar os fundamentos de direito em vista da plenitude de defesa.
O título apresentado pela Requerente é completamente inverídico, pois, além de não acompanhar o
pacto supostamente formalizado, não traz outros elementos que possam corroborar com a sua narrativa.
Nesse sentido, a nota promissória carece dos elementos extrínsecos essenciais a sua validade.
Frisa-se, a Requerida não possui nenhum tipo de vinculação ao título de crédito ora impugnado.
Para tanto, em virtude do princípio da adstrição e congruência (arts. 141 e 492 do CPC), o magistrado
deve decidir dentro dos limites objetivados pelas partes. Tal exposto é remansoso na atual jurisprudência:
“Ementa. Apelação Cível. Ação anulatória de título de crédito e cancelamento de protesto c/c indenização por
danos morais. Nota promissória. Assinatura falsa do emitente. Requisito essencial não preenchido. I.
Considera-se válida a nota promissória nos termos do artigo 75 da Lei Uniforme de Genébra, quando dela
constar a correta denominação; promessa de pagar valor determinado; nome do beneficiário; data de
emissão e assinatura do emitente. A ausência dos requisitos extrínsecos essenciais retira a validade da
nota promissória. II. Princípio da congruência. Observância. Consoante o princípio da adstrição e
congruência (artigos 141 e 492, do CPC), o magistrado deve decidir a lide dentro dos limites objetivados
pelas partes, não podendo proferir sentença de forma extra, ultra ou infra petita. No caso em apreço, o juízo
a quo julgou o pedido de declaração da nulidade da nota promissória em questão e cancelamento do protesto
junto ao Cartório de Protesto de Títulos, sendo-lhe defeso, sob pena de proferir sentença extra petita, analisar a
existência e validade do negócio jurídico subjacente fora da ação própria para esse fim. III. Protesto indevido.
Negativação indevida do nome do requerente. Ato ilícito. Configuração do dever de reparação dos danos
morais. In casu, restando comprovada a falsificação da assinatura do requerente/apelante na nota
promissória, indevido o protesto do título, trazendo consequências nocivas pelo lançamento de seus
dados pessoais junto aos órgãos de restrição creditícia. Restam colmatados, portanto, todos os aspectos
delimitadores do dever indenizatório do dano moral. Apelação cível conhecida e desprovida.”. Tribunal de Justiça
de Goiás TJ-GO - Apelação Cível: 0371539-55.2013.8.09.0103 MINAÇU.”. Grifou-se.
Destarte, requer a improcedência do pedido da Requerente, posto que careceu de provar o fato constitutivo
do direito, objeto desta Ação (art. 373, I do CPC).
DA PERÍCIA GRAFOTÉCNICA
Na mesma atoada da veracidade da assinatura constante no título executivo, em busca da verdade real,
a assinatura acostada no referido título destoa daquela que consta no documento de identificação da Requerida
(vide doc. anexo de identidade). Por conseguinte, ainda que os grifos elaborados possam ser distinguidos a olho
nu, requer ao D. Magistrado a realização de perícia grafotécnica na forma do art. 465 e ss. do CPC.
1
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/dano-moral-in-re-
ipsa201d
2
https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/dano-moral-no-tjdft/cadastro-de-
inadimplentes/manutencao-indevida-de-inscricao-em-cadastro-de-inadimplentes
Acórdão 1273186, 07329049620198070001, Relator: GISLENE PINHEIRO, 7ª Turma Cível, data de
julgamento: 12/8/2020, publicado no DJE: 24/8/2020.
Portanto Vossa Excelência, como medida de inteira justiça, requer provido pedido de condenação oriundo
do incontroverso dano suportado, condenando a Requerente ao valor de R$ 3.160,25 (três mil, cento e sessenta
reais e vinte e cinco centavos).
Por derradeiro, requer do mesmo modo que a Requerente cesse toda e qualquer cobrança abusiva em
nome da Requerida, com a retirada e/ou exclusão do nome da Requerida nos órgãos de proteção ao crédito, bem
como venha se abster de futuras cobranças sobre o mesmo fato, sob pena de multa pecuniária arbitrada pelo D.
Juízo.
DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
Constatada e julgada a vertente casuística pelo D. Magistrado, requer a condenação da Requerente pela
litigância de má-fé (art. 81 e ss. do CPC), tendo em vista a demanda despótica que altera a verdade dos fatos,
provocando incidente manifestadamente infundado.