8o Ano - Memórias Literarias

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COLÉGIO MÃE ADMIRÁVEL

Disciplina: Literatura e Redação


Data: _/__/2023 8º Ano Professor (a): Paulo Cezar
Nome:

➢ Referência a um tempo passado –


Gênero Textual - Memória Literária
predominância do pretérito perfeito e do
Memórias literárias são textos produzidos pretérito imperfeito (indicam ações e
para rememorar o passado, vivido ou localizam o fato no tempo, em relação ao
imaginado. Elas são textos narrativos momento em que se fala).
produzidos por escritores que dominam o ato ➢ Comparações entre o presente e o
de escrever como arte e revivem uma época passado.
por meio de suas lembranças. Para isso, eles ➢ Presença de palavras e expressões que
escolhem cuidadosamente as palavras, indicam uma época situada no passado:
orientados por critérios estéticos que atribuem “naquele tempo”; “naquela época”; etc.
ao texto ritmo e conduzem o leitor por cenários ➢ Referência a objetos, lugares e modos de
e situações reais ou imaginárias. vida que já não existem ou que se
Essas narrativas têm como ponto de partida transformaram.
experiências vividas ou testemunhadas pelo ➢ Evidenciam sentimentos, emoções e
autor no passado, contadas como são impressões pessoais sobre os fatos
lembradas no presente. narrados.
Há situações em que a memória se ➢ Uso de palavras utilizadas na época
apresenta por meio de perguntas que fazemos evocada, como “vitrola”, “flertar” etc.
ou quem fazem para nós. Em outras, a
ATIVIDADES
memória é despertada por uma imagem, um
cheiro, um som. Leia o texto “Parecida, mas diferente”, de Zélia
Esse tipo de narrativa aproxima pessoas que Gattai, e responda às questões 01 a 13.
nasceram em diferentes épocas, nos ajuda a Texto I - Adaptado
compreender o passado, a conhecer outros
modos de viver, outros jeitos de falar, outras “O pai de Zélia Gattai costumava contar a
formas de se comportar e representa história da vinda de sua família para o Brasil.
possibilidades de entrelaçar novas vidas com Uma vez, quando ele narrava a viagem dos
as heranças deixadas pelas gerações Gattai (nome da família do pai), Zélia, então
anteriores. menina, observou que Eugênio, seu avô
As histórias passadas podem unir moradores materno, escutava atentamente. Então, pediu
de um mesmo lugar e fazer que cada um sinta- que contasse a história da vinda dos Da Col.”
se parte de uma mesma comunidade. Isso Parecida, mas diferente (Texto adaptado)
porque a história de cada indivíduo traz em si a
memória do grupo social ao qual pertence. Vovô viera da Itália com toda a família,
contratado como colono para colher café numa
Características. fazenda em Cândido Mota, em São Paulo.
➢ Textos produzidos para rememorar A família fora contratada por intermédio de
experiências e fatos vividos no passado. compatriotas chegados antes ao Brasil. Diziam
➢ O narrador é um personagem da história – viver satisfeitos aqui e entusiasmavam os de lá
ele vivencia os fatos relatados como através de cartas tentadoras: “Venham! O Brasil
personagem principal ou testemunha os é a terra do futuro, pagam bom dinheiro aos
fatos no papel de uma personagem colonos, facilitam a viagem...”.
secundária. Ao chegar à fazenda, Eugênio Da Col deu-se
➢ Predominância da 1ª pessoa do discurso, conta, em seguida, de que não existia ali aquela
marcada por expressões como “eu me fartura tão propalada. Tudo que ele idealizara
lembro”, “vivi numa época em que”. não passava de fantasia; as informações
recebidas não correspondiam à realidade: o que
havia, isto sim, era trabalho árduo e estafante,
começando antes do nascer do sol; homens e Nessa mesma tarde, a família Da Col foi
crianças cumpriam o mesmo horário de posta na estrada, porteira trancada para “esses
serviço. Colhiam café debaixo de sol ardente, rebeldes imundos”. Estavam despedidos. Nem
sob a vigilância de um capataz odioso. Vivendo pagaram o que lhes deviam. “Precisavam
em condições precárias, ganhavam o suficiente ressarcir-se do custo do transporte do Porto de
para não morrer de fome. Santos até a fazenda...”.
Notificados, certa vez, de que deviam reunir- Zélia Gattai
se, à hora do almoço, para não perder tempo
de trabalho, junto a uma frondosa árvore, ao Vocabulário
chegar ao local marcado para o encontro os Colono: Indivíduo que cultiva uma porção de
colonos se depararam com algo deprimente: terra mediante pagamento de salário.
um trabalhador negro amarrado a uma árvore. Compatriota: aquele que possui a mesma
A princípio Eugênio Da Col não entendeu nada pátria ou nacionalidade que outra pessoa;
do que estava acontecendo, nem do que ia conterrâneo.
acontecer, até ver o capataz que vinha se Capataz: chefe de um grupo de trabalhadores,
chegando, chicote na mão. Seria possível, especialmente dos que realizam trabalhos
uma coisa daquelas? Tinham sido convocados, braçais.
então, para assistir ao espancamento do Carcamano: apelido pejorativo (ofensivo) dado
homem? Não houve explicações. Para quê? aos italianos.
Estava claro: os novatos deviam aprender
como se comportar, quem não andasse na 01. Sobre as características do gênero textual
linha, não obedecesse cegamente ao capataz, “memórias literárias”, análise as afirmativas.
receberia a mesma recompensa que o negro ia I. O objetivo desse gênero textual é resgatar o
receber. Um exemplo para não ser esquecido. passado, a partir das lembranças de pessoas
O negro amarrado, suando, esperava a que, de fato, viveram esse passado.
punição que não devia tardar; todos o fitavam, II. Nesse gênero textual há o resgate das
calados. lembranças de pessoas mais velhas que
De repente, o capataz levantou o braço, a transferem seus conhecimentos, experiências e
larga tira de couro no ar, pronta para o castigo. visão de mundo para as gerações seguintes.
Então era aquilo mesmo? Revoltado, cego de III. Normalmente, nesse gênero textual há
indignação, o jovem colono Eugênio Da Col referências a objetos, lugares e modos de vida
não resistiu; não seria ele quem presenciaria que já não existem mais ou que se
impassível ato tão covarde e selvagem. transformaram
Com um rápido salto, atirou-se sobre o
Está correto o que se afirma:
capataz, tomando-lhe o chicote das mãos.
Apanhado de surpresa, diante da ousadia do A) apenas em I.
italiano, perplexo, o capataz acovardou-se. O B) apenas em II.
chicote, sua arma, sua defesa a garantir-lhe a C) apenas em III.
valentia, estava em poder do “carcamano”; D) apenas em I e II.
valeria a pena reagir? E) em I, II e III.
Revoltado, fora de si, esbravejando contra o 02. Em textos de memórias literárias predomina
capataz (...) o rebelde pedia aos companheiros a tipologia textual:
que se unissem para defender o negro. Todos
o olhavam calados. Será que não A) narração. D) injunção.
compreendiam suas palavras, seus gestos? B) descrição. E) dissertação
Certamente sim, mas ninguém se atrevia a C) exposição.
tomar atitude frontal de revolta. 03. As memórias literárias são gêneros textuais
O capataz apavorou-se. O topetudo estava pertencentes ao domínio discursivo:
ali na sua frente, gesticulando, gritando frases
incompreensíveis, ameaçador, de chicote em A) jornalístico. D) literário.
punho. O melhor era desaparecer o quanto B) religioso. E) acadêmico.
antes: “esses brutos poderiam reagir contra C) científico.
ele”.
04. Todo texto é produzido com base em 08. Ao chegar ao país, Eugênio da Col
diversos elementos constitutivos, sendo um descobriu que as informações recebidas sobre
deles a intenção comunicativa do autor. As o país não eram verdadeiras. Qual foi a
memórias literárias são gêneros textuais que realidade que eles encontraram nas fazendas
possuem o objetivo de: de café?
______________________________________
A) rememorar o passado.
______________________________________
B) opinar sobre um fato.
______________________________________
C) instruir/ensinar o leitor.
______________________________________
D) informar sobre um fato.
______________________________________
E) provocar humor.
09. De acordo com o texto, o negro amarrado à
05. O título “Parecida mas diferente” faz
árvore seria castigado:
referência:
A) à natureza encontrada no Brasil pelos A) porque reclamou das condições de trabalho.
colonos vindos da Itália. B) porque era preguiçoso e seu trabalho não
B) à cultura dos imigrantes que vieram para o rendia.
Brasil. C) porque liderava um grupo trabalhadores
C) à história da vinda da família do pai e do avô revoltados.
de Zélia para o Brasil. D) para servir de exemplo aos trabalhadores
D) à miséria que a família de Zélia encontrou recém-chegados à fazenda.
quando Brasil. E) para que os trabalhadores observassem
E) à vontade da família de voltar para a Itália. como seriam recompensados pelo serviço
deles.
06. Releia o trecho.
“Diziam viver satisfeitos aqui e entusiasmavam 10. De acordo com o texto, o que sentiu
Eugênio Da Col ao perceber que o negro seria
os de lá ...”
açoitado?
I. Os termos em destaque no trecho acima são ______________________________________
advérbios e indicam circunstância de: ______________________________________
A) tempo. D) afirmação. 11. Qual foi a reação de Eugenio Da Col ao
B) modo. E) intensidade. perceber que o negro seria castigado?
C) lugar. ______________________________________
II. A que se referem os advérbios “aqui” e “lá” ______________________________________
no trecho lido? ______________________________________
______________________________________ 12. Que consequências a atitude de Eugenio da
______________________________________ Col teve para ele e sua família?
07. De acordo com o texto, os italianos que ______________________________________
viviam no Brasil passavam uma imagem ______________________________________
positiva do país para os seus compatriotas. ______________________________________

Que informações eles recebiam sobre o Brasil? 13. Releia o trecho.


Qual era o meio de comunicação utilizado para “O chicote, sua arma, sua defesa a garantir-lhe
transmitir essas informações? a valentia, estava em poder do “carcamano”; ”
______________________________________ O termo em destaque na frase refere-se:
______________________________________
A) a Eugênio Da Col.
______________________________________
B) ao capataz.
______________________________________
C) ao fazendeiro.
______________________________________
D) ao pai de Zélia.
______________________________________
E) ao negro amarrado à árvore.
______________________________________
______________________________________
Leia o texto a seguir e responda às questões 14 a galopar em busca de curandeiros ou
a 25. benzedeiras. Para ir mais rápido, ele e seu
tordilho iam pelos carreiros do meio da mata,
Texto II – Adaptado
percorriam longos caminhos até chegar ao
Como nos velhos tempos
destino.
Os momentos passam, as pessoas se vão, a Em meio a tantas dificuldades, até hoje moro
vida muda, o progresso aumenta, e de minha na cidade de Santa Maria do Oeste, as
tão amada época só ficaram lembranças. Minha barreiras aos poucos foram sendo enfrentadas
casa era pequena, um berço de humildade, e, com muita luta, vencidas.
construída com madeira lascada de pinheiro, De minha juventude, recordo-me bem;
não existia energia elétrica, tínhamos apenas jogava truco e pife nos torneios. Nos bailes,
um lampião de querosene. Éramos pobres, mas chimangos e quermesses podiam se ver todos
vivíamos num lar feliz, apesar das dificuldades os rapazes e as mocinhas embalados pelo
em até conseguir o que comer. vaneirão e fandango. Eu tocava gaita, sanfona,
No quintal havia um paiol onde guardávamos fazia chorar a viola, fazia gemer o fole da
o pilão, feito de um tronco de madeira maciça cordeona. Minha felicidade era ver a animação
escavada, onde socávamos amendoim para do povo, cantando, dançando, divertindo-se.
fazer paçoca. Tinha também o monjolo d’água e Hoje minha alegria é sentar no banco da
a jorna, que usávamos para fazer farinha e varanda e tomar meu chimarrão. O vento
quirera. assovia e traz a saudade que me faz lembrar de
Sempre após as chuvas minha mãe ia plantar minha querência, de minhas raízes, de minha
na horta. Eu a acompanhava, levando a religião.
enxada, para ajudar a capinar. O cheiro de terra Lembranças que estavam adormecidas aos
molhada e o azul do céu se misturavam com as poucos vão despertando e renascendo em mim
cores dos ipês, despertando magia, e formavam como em um filme. A magia se mistura com a
uma aquarela de fantasia, que tomava minha saudade e por um instante sinto como se ainda
mente e fazia de mim um pássaro, um menino fosse criança. Mas eis que um forte impulso me
livre, pronto para realizar meus sonhos. puxa. É a realidade que me avisa: “O passado
Mal via a hora de chegar o domingo, reunir não vai voltar”. Vejo então que toda essa
meus amigos, esquecer do mundo e brincar. fantasia é fruto da imensa saudade que teima
Nossas brincadeiras eram simples, porém muito em me perseguir.
divertidas. E, como dizia uma velha música, “meu
Brincávamos de trilha, búlica, esconde- chapéu é de palha, meu chicote é de couro.
esconde, pular corda, lenço atrás, peteca feita Sim, sou caipira filho de canarinho, neto de
com pena de galinha e palha de milho, bocha sabiá”. Guardo essas minhas histórias em
com bola feita de tronco de varaneira e minha memória dentro de meu coração, pois
carrinhos feitos de tabuinhas. espero que nossa cultura não morra e que se
Às vezes meu pai e minha mãe iam passear renove de geração para geração. Coisa rara em
à casa de meus avós. Eu e meus irmãos íamos meio a tantas evoluções. Só desejo que o
junto. A viagem durava o dia inteiro, o percurso progresso não mate nossos sentimentos, nem
era longo, a estrada, cercada por uma bela domine nossos corações.
mata ainda pura. Quando a escuridão já Aluna: Taynara Leszcgynski (Texto baseado em
tomava seu lugar, chegávamos. A lua clareava entrevista com o sr. José Leszcgynski, 66 anos.) –
o céu, meu pai fazia uma fogueira no meio do Colégio Estadual José de Anchieta • Cidade: Santa
terreiro, eu e meus irmãos puxávamos uns Maria do Oeste – PR.
bancos e sentávamos todos em volta da 14. Este texto pertence ao gênero:
fogueira, observando as estrelas e escutando
as piadas, prosas e causos contados por meu A) biografia.
avô. B) autobiografia.
Quando alguém adoecia, minha avó C) entrevista.
preparava seus chás; se não estivessem D) memórias.
fazendo efeito, meu pai calçava alpargatas e E) crônica.
esporas, colocava os arreios no cavalo, e saía
15. Explique por que o texto lido pertence ao ______________________________________
gênero apontado na questão anterior. ______________________________________
______________________________________ ______________________________________
______________________________________ ______________________________________
______________________________________ 23. Identifique no 1º parágrafo a expressão
______________________________________ utilizada pelo narrador para localizar o leitor na
16. Qual é a finalidade desse gênero textual? época em que se passa a história narrada.
______________________________________ ______________________________________
______________________________________ ______________________________________
______________________________________ 24. Releia esse trecho a seguir.
17. Quanto ao tipo de narrador e ao foco “Guardo essas minhas histórias em minha
narrativo do texto lido, responda. memória dentro de meu coração, pois espero
I. No texto lido temos um narrador? que nossa cultura não morra e que se renove
de geração para geração.” Cite alguns traços
A) observador.
culturais do local e época em que se passa a
B) personagem.
história.
C) onisciente.
______________________________________
II. O foco narrativo do texto é: ______________________________________
A) 1ª pessoa. ______________________________________
B) 2ª pessoa ______________________________________
C) 3ª pessoa 25. No texto o narrador fala de uma vida cheia
III. Retire do texto uma passagem que de lutas, mas também sobre suas alegrias. Cite
comprove o tipo de narrador e o foco narrativo um motivo de alegria para cada etapas a
presentes nele. seguir.
______________________________________
Infância
______________________________________
______________________________________
______________________________________
Juventude
18. Quem escreveu a história lida?
______________________________________
______________________________________ Velhice
19. Sobre quem é a história lida?
______________________________________
______________________________________ Leia o texto a seguir e responda às questões 26
20. Quem narrou os fatos relatados no texto? a 30.
______________________________________ Texto III - Da escuridão para o colorido
______________________________________
Tristeza! É o que sinto quando abro meus
21. Descreva o lugar onde o entrevistado olhos e vejo a mais terrível escuridão, que não
passou a infância. cessa. O único remédio é fechá-los e deixar-me
______________________________________ levar pelas lembranças.
______________________________________ Lembro-me como se fosse ontem: bem
______________________________________ cedinho, o sol não havia nem acordado ainda,
______________________________________ eu já estava na estrada da minha cidade, Santa
______________________________________ Branca, que nem asfaltada era, pura terra, com
22. No texto aparecem muitas palavras uma brochura e alguns lápis dentro de uma
desconhecidas, mas que faziam parte das sacolinha de arroz – pois nossa vida era difícil e
vivências e da cultura do narrador. Identifique papai só ganhava o suficiente para não
algumas. morrermos de fome e frio. Enquanto caminhava,
a poeira batia em meus olhos e os fazia ficar ______________________________________
cheios d’água. ______________________________________
Eu ia cantarolando que nem um sabiá até ______________________________________
chegar à escola Barão de Santa Branca, hoje ______________________________________
bem conhecida na cidade e antigamente a 27. O autor e o narrador do texto lido são a
única. Recordo-me de que lá havia um muro mesma pessoa? Justifique.
para meninos e meninas não ficarem ______________________________________
misturados. Bobagem! Ai de nós se ______________________________________
tentássemos olhar para elas... A régua cantava ______________________________________
na palma de nossas mãos, parecia que os ______________________________________
professores sentiam prazer em fazer isso, eram
rígidos demais.
Assim que saíamos da escola, eu e meus 28. O texto foi construído a partir de coleta de
amigos íamos nadar atrás da fábrica de trigo, dados. Qual foi, possivelmente, o recurso
que hoje não existe mais – nem a fábrica, nem utilizado pela autora para coletar tais dados?
as águas limpas. Depois, íamos jogar bola ______________________________________
atrás do mercado municipal, onde hoje é o 29. Quais sentimentos o narrador demonstra no
posto de saúde. Ficávamos parecendo tatus, a texto ao rememorar o passado?
terra grudava nas roupas e na pele molhada. ______________________________________
Depois disso, dávamos mais um pulo na ______________________________________
cachoeira, pois se chegássemos assim em ______________________________________
casa a vara de amora era o presente para
nossas pernas. 30. Identifique no texto lido e transcreva uma
O mais engraçado era ver Dona Dolores passagem que remete ao momento presente do
dirigindo. Se surgia uma nuvem de poeira, narrador.
podíamos ter a certeza de que era ela com seu ______________________________________
Chevrolet. Afinal, era a única mulher de Santa ______________________________________
Branca que dirigia. ______________________________________
Não posso me esquecer dos cortejos: a Entrevista
cidade inteira seguindo um caixão, sem saber
quem estava dentro. Havia uma banda que Para retomarmos nosso estudo sobre memórias
tocava para o defunto e ele tinha direito até à literárias vamos entrevistar um antigo
foto. Dá para acreditar nisso? Mamãe me dizia membro da comunidade, talvez seu avô ou a
para não dar risadas nem ir ver o rosto do sua avó. Você também pode escolher alguém
morto, principalmente se fosse gente ruim, que não seja parente, mas que more há muito
senão ele poderia voltar para assombrar. O tempo no bairro. Se quiser, entreviste mais de
sino da delegacia tocava pontualmente às 21 uma pessoa.
horas para todos se recolherem, era uma Roteiro para entrevista:
época bem perigosa. De noite a cidade era
Lembre-se de ANOTAR AS RESPOSTAS OU
iluminada por lampião de querosene – isso a
GRAVAR A ENTREVISTA.
deixava mais sombria.
01) Qual é o nome completo e a idade do
Foi minha melhor época, mas hoje sou
senhor(a)?
velho, e a cegueira tomou conta dos meus
02) Onde e quando ele (a) nasceu?
olhos. Tenho saudade do colorido que hoje só
03) Há quanto tempo o senhor (a) mora nessa
vejo em minha mente através das lembranças
cidade (região)?
do passado. Escuridão é o que eu vejo, mas
04) Como e por que o senhor (a) veio morar na
jamais sairá de mim a magia de recordar.
cidade / estado em que vive atualmente?
Aluna: Évelin Cristina Nascimento da Silva (Texto 05) Como era esse lugar antigamente? O que
baseado na entrevista feita com o sr. Sarkis Ramos mudou nele?
Alwan, 41 anos.)
06) Houve mudanças importantes nesse
26. O texto está escrito em 1ª ou 3ª pessoa? bairro/cidade com o passar do tempo? O que
Justifique com um fragmento do texto. mudou e o que continua igual?
07) O (a) senhor (a) se lembra de alguma ➢ Tente utilizar palavras e expressões que
passagem marcante da sua vida neste bairro? pertençam ao passado e estão em desuso.
(Qualquer fato interessante).
08) Que fato é esse? Por que ele foi marcante? Bons Estudos!!!
09) O (a) senhor (a) tem algum objeto antigo ou
foto que lembre essa passagem de sua vida?
10) O (a) senhor (a) pode falar um pouco sobre
momentos importantes de sua vida nessa
cidade? (nascimento, infância, brincadeiras
estudos, adolescência, juventude, trabalho,
casamento etc.)
Pesquisa:
Faça uma pesquisa e levante aspectos
históricos, características geográficas e
culturais (tradição, festas, culinária, hábitos,
costumes etc.) da cidade/região que será
retratada no seu texto. Esses aspectos podem
ser relevantes para o processo de produção do
texto.
Produção do texto de Memórias.
“Com base na entrevista e na pesquisa
realizadas por você, escreva um texto
de memórias literárias se colocando
no lugar do entrevistado.”
Para isso, siga as orientações abaixo:
➢ Você irá escrever o texto em primeira
pessoa, como se o personagem fosse você;
➢ Atente-se ao registro de alguma informação
essencial para que o(a) leitor(a) compreenda o
texto deverá ser acrescentado;
➢ Faça a seleção dos trechos mais
importantes da entrevista.
➢ Ainda podemos criar alguns fatos e
preencher os vazios que não sabemos na
história.
➢ O início do texto deve ser dedicado a situar
o leitor no tempo e no espaço a ser
rememorado.
➢ Relate fatos marcantes e os motivos que os
tornam significativos para o entrevistado.
➢ Lembre-se de usar marcadores de tempo ao
longo do seu texto.
➢ Caracterize os personagens, o tempo, os
hábitos e o espaço.
➢ Faça comparações entre o passado e
presente.

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