Limpeza de Pele

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E-BOOK

LIMPEZA
DE PELE
LIMPEZA
DE PELE
Dr. João Tassinary

Todos os direitos reservados. 2023


Índice

Capítulo 1 04

Capítulo 2 07

Capítulo 3 19

Capítulo 4 20

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1. Anatomia, fisiologia em
limpeza de pele
Durante a montagem dessas aulas, buscou-se por bases científicas
sólidas na tomada de decisões acerca dessa técnica tão importante para
a melhora da saúde e do aspecto cutâneo. Essa prática tem diversas
aplicações, seja para o bem-estar ou para tratamento de afecções,
podendo ser a metodologia principal ou secundária na eliminação de
diversas disfunções, como o melasma, acne, rosácea ou até estimular o
rejuvenescimento.

Para criar um protocolo para o paciente, é necessário entender o


sistema fisiológico que compreende o sistema tegumentar, assim como
da afecção em questão. Além disso, é de extrema importância levar em
consideração as características dos pacientes. A partir disso, é feita a
tomada de decisão da prática clínica.

1.2 Sistema Tegumentar

Tem diversas funções importantes para o corpo: Protege o organismo


contra atrito, perda de água, invasão de microrganismos e atua como
protetor de raios ultravioletas. Tem papel sensorial, é termorregulador,
realiza síntese de vitamina D, excreção de íons e secreção de lipídios.

Composto por: epiderme, derme, aparelho ungueal, folículo pilosebáceo


(que engloba: folículo piloso, glândula sebácea e músculo eretor do pêlo),
glândulas apócrina e écrina e, segundo alguns autores, tela subcutânea.

A epiderme é um tecido queratinizado, pavimentoso, estratificado,


dividido em 4 ou 5 camadas, dependendo da área corporal. A camada
mais superficial (estrato córneo) pode ser retirada, dependendo do caso.
Em seguida, há as camadas granulosa, espinhosa, e basal.

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Essa parte superficial da pele pode influenciar no plano de tratamento do
paciente, uma vez que ela pode ser mais espessa, criando uma pele mais
resistente, ou mais amena, criando a pele sensível. No primeiro caso, é
necessária uma abordagem mais intensa, podendo usar ácido glicólico ou
salicílico e microdermoabrasão em prol de afinar essa camada. Já no
segundo caso, o objetivo é reequilibrar a perspectiva epidermal,
incentivando a melhora do manto hidrolipídico, por isso, pode ser usado
como exemplo a fototerapia de baixa intensidade.

A derme é uma estrutura mais interna, que tem como função nutrir a
epiderme. É formada de tecido conjuntivo, onde há vascularização (o que
torna-a propícia à regeneração e inflamação), formação de
glicosaminoglicanos, colágeno e elastina. Divide-se em duas partes: derme
papilar (mais superficial, que encontra a epiderme) e derme reticular, que
encontra-se mais profundamente. Quando o objetivo é promover
rejuvenescimento, por exemplo, é possível melhorar a estruturação do
tecido por meio da derme. Nesse caso, podem ser usados fatores de
crescimento fibroblásticos, que atuarão no colágeno e elastina, e fatores de
crescimento epidermal, para aumentar a espessura da epiderme.

Embora alguns autores não considerem a tela subcutânea como estrutura da


pele, ela desempenha funções de defesa, isolamento térmico e dá formatos
diferenciados aos corpos. Essa camada é formada por adipócitos, que podem
ser brancos, beges ou marrons. O primeiro armazena energia, o segundo é
responsável pela produção de calor e o terceiro realiza fornecimento de
calor.

No folículo pilosebáceo encontra-se a glândula sebácea, que atua na


homeostasia do corpo e no caso de uma possível disfunção de
hiperatividade, pode gerar hiperqueratinização, pele oleosa e acne,
consequentemente. Na ocorrência de uma pele oleosa, um bom ativo seria a
niacinamida, inibidora da atividade dessa glândula. Porém, caso haja um
processo inflamatório, por conta da proliferação da bactéria causadora da
acne, recomenda-se abordagens bactericidas, como LED azul ou alta
frequência.

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O aparelho ungueal é formado por camada germinativa, que divide-se em
germinativa ventral e proximal, além disso, há a lâmina, leito ungueal e a
formação da unha em cima do leito ungueal.

Nesse caso, tratam-se de duas glândulas principais: As glândulas apócrinas e


as glândulas écrinas. As primeiras secretam um líquido mais leitoso, que nos
primórdios estava relacionado à perspectiva da atração sexual, enquanto a
segunda produz efetivamente o suor. Uma situação que pode ocorrer é um
paciente com hiperidrose facial, que exigirá higienização diariamente da
área, pois além do suor há a produção de oleosidade, sendo recomendado,
dessa forma, a gluconolactona, que limpará a região sem irritação..

FIGURA 1: Representação das camadas e anexos cutâneos da pele.

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2. Disfunções estéticas que
podem conter a limpeza de
pele no seu plano de
tratamento
2.1 Melasma

O melasma é caracterizado por conter manchas escurecidas, podendo


ser somente na face como também espalhadas pelo corpo, normalmente
associado a uma disfunção na melanogênese. A formação da melanina
se dá pela ativação do melanócito, que é uma célula de defesa do corpo.
Quando há estresse oxidativo no sistema tegumentar, ele reage com
uma hiperatividade, sendo os exemplos mais comuns exposição
excessiva à radiação ou alteração hormonal. Com o tempo, essa
melanina que encontrava-se na derme vai subindo à epiderme dentro
dos queratinócitos.

Para tratar essa disfunção, é necessário impedir a ativação do


melanócito, que consequentemente diminui a melanogênese. Quando o
paciente conta com uma pele muito resistente, é preciso remover boa
parte do estrato córneo (sem gerar inflamação), para facilitar a
permeação do ativo, podendo ser ele um ácido glicólico, alfa-arbutin ou
ácido kójico. Além disso, é importante finalizar o tratamento com
proteção solar, pois também estará protegendo a pele de possíveis
estresses oxidativos.

FIGURA 2: Paciente com melasma.

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2.2. Envelhecimento

Embora o envelhecimento compreenda alteração do tecido adiposo,


proeminência óssea e do sistema muscular, considera-se o foco na epiderme
e derme. A pele senil muitas vezes conta com hiperqueratoses, manto
hidrolipidico prejudicado e pouca retenção hidríca, o que gera um aspecto
de desidratação. Por isso, quando há limpeza de pele nesse tipo de paciente,
deve-se levar muito em consideração a questão do reequilíbrio do manto
hidrolipídico.

Nesse caso, é importante fornecer hidratação e ativos antioxidantes para


essa pele, além de estimular a proliferação de células, como a de colágeno.
Por isso, podem ser utilizados como ativos a vitamina C e fatores de
crescimento. Além disso, é encorajado a suplementação oral com verisol,
colágeno hidrolisado, vitamina C e E.

FIGURA 2: Paciente com rugas estáticas e prfundas.

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TABELA 1: Avaliações de tipo de rugas de acordo com Glogau.

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2.3. Rosácea

A rosácea é uma condição onde há uma resposta do sistema imunológico


exacerbada, geralmente, derivada de um desequilíbrio de manto
hidrolipídico, por isso acaba reagindo de forma excessiva a estímulos por
meio da vasodilatação. Por isso, é importante levar em consideração o
reequilíbrio desse manto no seu tratamento.

Divide-se em 4 graus, sendo o primeiro com eritemas e telangiectasias, o


segundo chamado de rosácea papulopustulosa (convencionalmente
confundido com a acne), o terceiro caracterizado como fimatosa e o quarto
como ocular.

Como tratamento, é recomendada a fototerapia e a modulação de KLK. Um


exemplo de cosmético em cabine pode ser o ácido azeláico ao fim da limpeza
de pele, com pH e concentração adequados. Para homecare, pode ser um
sabonete com alfa-bisabolol ou enxofre.

FIGURA 4: Paciente com rosácea eritomatotelangectática.

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FIGURA 5: Paciente com rosácea papulopustulosa.

FIGURA 6: Paciente com rosácea fimatosa.

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FIGURA 7: Paciente com rosácea ocular.

2.4. Cicatrizes de Acne

Nesse caso, o paciente pode apresentar cicatrizes, geralmente hipotróficas e


ainda ter, ou não, acne de graus 1 a 3 associada. No seu tratamento, deve
evitar processos inflamatórios quando há acne juntamente com as
cicatrizes, portanto, deve-se optar por recursos bactericidas, como o Led
azul, alta frequência e ativos tópicos que, além de cumprirem essa função,
estimulem proliferação e produção de células do tecido conjuntivo.

FIGURA 8: Paciente com diferentes tipos de cicatrizes hipotróficas de acne.

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2.5 Acne

A acne é uma afecção que acomete boa parte da população, podendo estar
presente em até 5% a 12% dos jovens e adolescentes, 90% dos meninos, 3 a
6% dos homens adultos e 12% nas mulheres adultas. Portanto, muitas
pessoas procuram a limpeza de pele para tratar essa disfunção. Além de ser
uma condição difícil de tratar, um artigo publicado na Lituânia descobriu
que existe uma associação dela com impacto psicológico e social, sendo que
mais de 90% dos pacientes tiveram uma redução na qualidade de vida e
aumento das chances de depressão, ansiedade e ideação suicida.

A origem da acne pode ser multifatorial, e envolve questões hormonais,


principalmente em mulheres adultas (onde pode estar associada à perda de
cabelo, aparecimento de pelos em áreas masculinas e dermatite seborreica, o
que são sinais associados a síndrome dos ovários policísticos), genéticas, uso
de determinados medicamentos, exposição a ambientes que propiciam
hiperqueratinização e hiperatividade das glândulas sebáceas, estresse, uso
de cosméticos inadequados (como exemplo: cosméticos de bases oleosas em
uma pele já oleosa), entre outros. Além disso, hábitos de vida, alimentação,
nutrição também influenciam, como carboidratos e gorduras. Hábitos de
higiene e outros fatores também são importantes.

Essa disfunção é constituída por hiperatividade das glândulas sebáceas e


hiperqueratinização, que obstrui a saída da gordura do folículo pilossebáceo
e gera acúmulo desse elemento, o que cria um ambiente propício à
proliferação bacteriana. Isso resulta em um desequilíbrio em relação às
outras bactérias comensais, gerando um processo inflamatório, que pode
levar à formação de lesões acneicas.

FIGURA 9: Lesões que podem estar presentes na acne.


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A limpeza de pele é um dos principais meios de tratamento para essa
disfunção, pois possui ação bactericida, queratolítica e anti-inflamatório,
independente do grau que essa lesão tenha, porém sempre avaliando as
características do paciente em primeiro lugar. O grau de evolução da acne
dá-se pela presença de áreas seborreicas, formação de comedões, pápulas,
nódulos e cistos. Portanto, há uma evolução no grau de severidade, o que
resulta em uma abordagem diferente.

Deve-se montar o tratamento da acne tendo em vista a inibição de sua


formação, ou seja, inibir a proliferação de queratinócitos e a proliferação
bacteriana, minimizar a atividade sebácea e reduzir o processo
inflamatório, principalmente nas acnes com processo inflamatório de grau
II, III e IV.

FIGURA 10: Paciente com acne vulgar.

Acne Grau I: Conhecida como acne comedogênica, ela não contém


inflamação, não havendo, consequentemente, chance de hiperpigmentação
pós-inflamatória nem cicatrizes. Inicialmente, há a presença de comedões
fechados, que têm como característica uma aparência esbranquiçada, e um
acúmulo de sebo dentro do folículo pilossebáceo que não foi exposto ao
oxigênio, ou seja, não sofreu oxidação. Quando esse comedão tem aspecto
mais escuro, significa que ele sofreu processo de oxidação, nesse caso,
ocorreu uma dilatação do orifício folicular.

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Acne Grau II: Nesse momento, a pele do paciente pode contar com comedões
e pápulas inflamatórias, que são caracterizadas por lesões densas,
arredondadas, de pequeno diâmetro, podendo conter aspecto avermelhado.

Acne Grau III: Além de qualquer lesão presente nos graus anteriores, esse
grau pode conter pústulas, que são como as pápulas, porém contém processo
inflamatório e pus em seu interior.

Acne Grau IV: Qualquer lesão dos graus anteriores, somada a nódulos e
cistos, que são lesões como as citadas anteriormente porém com aspecto
maior, atingindo camadas mais profundas do sistema tegumentar, podendo
ser dolorosas e causar cicatrizes. Além disso, podem ocorrer lesões
conglobatas ou úlceras.

Normalmente, pústulas e pápulas ocorrem juntas. O processo inflamatório é


intenso, a coleção bacteriana é grande e a hiperqueratinização é acentuada.

Quando trata-se de acne inflamatória, há consequências tardias complexas


se não for tratada devidamente. Portanto, ao lidar com acne inflamatória,
cistos, pústulas e pápulas, há um risco de hiperpigmentação e discromia,
podendo haver também cicatrizes de acne, que podem ser hipertróficas,
queloidianas ou hipotróficas.

FIGURA 11: Paciente com acne comedogênica, sem caráter inflamatório.

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FIGURA 12: Paciente com acne inflamatória.

2.6. Milium

O milium é uma lesão formada por queratina em uma cápsula composta por
epitélio igual ao da pele, embora muitos achem que haja gordura dentro
dessa cápsula, devido à aparência e à coloração amarelada. A causa,
basicamente, é a obstrução da saída do folículo, o que é bastante comum em
peles acneicas.

FIGURA 13: Paciente com presença de miliuns ao redor da região ocular.

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2.7. Xantelasma

O xantelasma é um “tumor” benigno de origem conjuntiva, uma lesão


reacional, localizada e composta por histiócitos espumosos, resultante da
inflamação da derme e do corpo papilar de células chalazion.

FIGURA 14: Paciente com presença de xantelasma ao redor da região ocular.

2.8. Siringoma

O siringoma é um tumor anexial benigno, que ocorre basicamente no ducto


sudoríparo ecrino intraepidérmico. Geralmente, é isolado e assintomático e
ocorre principalmente em mulheres adultas, predominantemente em
indivíduos brancos, mas também já foi descrito em fototipos mais altos.
Algumas pesquisas de histologia falam que o siringoma consiste na
proliferação de numerosos e pequenos dutos, cujas paredes são revestidas
por duas fileiras de células epiteliais achatadas, num estroma fibroso,
localizado na derme papilar e reticular superior.

A área mais afetada é o rosto, especialmente a região das pálpebras e


periorbitária. É importante mencionar que também podem ocorrer
apresentações atípicas na face, como lesões unilaterais, múltiplas e
confluentes formando placas. Além da região facial, também podem ocorrer
em tórax, pescoço, região glútea, peniana e vulvar.

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FIGURA 13: Paciente com presença de siringoma ao redor da região ocular.

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3. Introdução dos tipos de pele
3.1. Pele sensível.

Neste caso, a limpeza de pele não pode ser muito agressiva, sendo um
exemplo de ativo a evitar os ácidos muito queratolíticos ou irritativos.

3.2. Pele resistente

quando o paciente tiver esse tipo de pele, haverá uma abordagem mais
rigorosa, com o objetivo de tirar mais a fundo o estrato córneo.

3.3. Pele oleosa

Aqui, devem ser evitados cosméticos com base oleosa, sendo o gel um
exemplo de ativo recomendável.

3.4. Pele seca

Nesse caso, opta-se por cosméticos com maior nível de hidratação e


oleosidade, em relação à pele oleosa, como o creme ou gel creme.

3.5. Pele com tendência a pigmentação

Deve-se evitar recursos que possam estimular processo inflamatório,


que desencadeia a produção de melatonina, principalmente se o
paciente tiver fototipo mais alto.

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4. Avaliação facial em limpeza
de pele
Antes de realizar uma boa limpeza de pele, é preciso fazer uma boa
avaliação. É necessário avaliar e entender exatamente o que meu paciente
tem, qual é o grau da afecção e quais são seus hábitos de vida. Portanto, uma
avaliação bem estruturada é fundamental.

A avaliação é uma etapa relevante no planejamento das intervenções


clínicas de um profissional da área estética. É o momento de identificar,
qualificar e quantificar possíveis variáveis inerentes à afecção em questão.
Essas variáveis vão influenciar nas decisões relacionadas à limpeza de pele,
à montagem do home care, à estruturação da eletroterapia, dos cosméticos e
dos nutricosméticos.

Portanto, um bom processo avaliativo envolve protocolos validados,


confiáveis e minuciosos para obter um resultado positivo na inspeção,
palpação, mensuração e também no uso de novas tecnologias. A anamnese é
a primeira e mais importante etapa, seguida da avaliação clínica e, se
necessário, exames complementares.

4.1 Anamnese

Anamnese é uma palavra que vem do grego, significa trazer de volta a


memória. Em outras palavras, é uma entrevista que busca relacionar tudo o
que possa influenciar naquele tratamento, como nas indicações e contra
indicações. É uma entrevista que requer certa habilidade que pode ser
adquirida com a experiência.
Sessenta por cento dos diagnósticos são feitos por meio da anamnese em
algumas áreas da saúde, 30% pelo exame físico e 10% por exames
complementares. Ou seja, a anamnese é extremamente importante, mais
importante do que o exame físico e os exames complementares. Quando a
anamnese é bem feita, minimiza a chance de realizar uma conduta que
possa lesionar um paciente.

Um exemplo disso é um paciente com histórico de quelóide, que é um tumor


benigno.
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Se o paciente já tem tendência a quelóide, e é realizada uma extração, pode
ocorrer o desenvolvimento de quelóide após a extração.

Outro exemplo de identificação possível na anamnese é se o paciente tem


algum problema relacionado à coagulação. Às vezes, o paciente está
tomando um anticoagulante ou tem algum problema relacionado, então é
necessário ter cuidado com a conduta a ser seguida durante o processo de
desenvolvimento clínico.

Outro benefício que vem da conversa na anamnese é ajustar as expectativas


do paciente à realidade. Às vezes, o paciente espera resultados muito
extremos, em um período muito curto de tempo. É importante sempre
manter a honestidade com o ele e saber tanto os limites da pessoa que está
sendo atendida quanto do profissional na entrega de resultados.

Para realizar uma boa anamnese, o primeiro ponto é a observação, que é


parte valiosa de qualquer entrevista. Observar o paciente pode dizer muito
sobre ele, mas não esqueça que a observação é recíproca. Enquanto você
observa o paciente para entendê-lo, ele também está te observando.
Algumas pesquisas indicam que até 90% da comunicação é não verbal,
portanto, esteja atento à comunicação não verbal.

Sentimentos e propósitos são melhor transmitidos por expressão facial,


postura e fala. Portanto, observe e estude a perspectiva da expressão
corporal e facial, pois isso ajudará muito durante a entrevista.

Geralmente há 5 tipos de perguntas na entrevista. Três delas são


recomendadas, preferencialmente devem ser feitas em ordem. Outras duas
devem ser evitadas.

Perguntas abertas: Iniciam o processo e são básicas, como o motivo da


consulta e por que o paciente está buscando a limpeza de pele.

Perguntas focadas: Aqui, a pergunta é direcionada para obter uma resposta


específica, tendo em vista as respostas obtidas na etapa anterior.

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Perguntas fechadas: Geralmente buscam uma resposta sim ou não, por
exemplo, se o paciente já fez alguma limpeza de pele, se usa algum produto
home care à noite, se tem alguma alergia, se usa protetor solar e quantas
vezes ao dia, entre outras.

Perguntas dirigidas: São feitas com uma certa indução a uma resposta
específica. Devem ser evitadas, pois podem levar o paciente a relatar
informações erradas, de forma proporcional ou não.

Perguntas compostas: Devem ser evitadas, pois ao pedir muitas coisas


rapidamente, há pouco tempo para o paciente refletir e responder com
veracidade todas as perguntas feitas.

Normalmente, inicia-se com a identificação, depois a queixa principal do


paciente, o histórico atual e pregresso, o histórico familiar e, por fim, as
condições e hábitos de vida. Tudo isso está relacionado a uma boa
entrevista.

FIGURA 14: Tipos de perguntas que devem ser feitas ou não com base na
quantidade de informações obtidas.

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4.2 Avaliação clínica

Para montar uma estratégia de limpeza de pele que respeite a


individualidade de cada paciente, é necessário entender quem é esse
paciente em termos de avaliação clínica.

Não é possível montar um home care ou uma estratégia assertiva sem


avaliar o fototipo do paciente. O fototipo está relacionado à classificação de
Fitzpatrick, que propôs um dos sistemas mais utilizados atualmente para
definir o tipo de pele do paciente. A categorização varia de 1 a 6 e é baseada
no bronzeamento e na suscetibilidade à queimadura em relação à exposição
solar.

TABELA 2: Tipos de pele de acordo com a classificação de Fitzpatrick

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FIGURA 15: Representação das colorações de pele de acordo com fitzpatrick.

Por exemplo, se o paciente tem uma pele com o fototipo mais alto, deve ter
muito cuidado em relação a possíveis recursos que podem gerar um
processo inflamatório, pois esse paciente tem a tendência a uma discromia
mais assertiva.

Se ele tem o fototipo mais baixo, convencionalmente essa pele é mais


sensível, então provavelmente haverá a consequência de aparecimento de
mais vasos, por exemplo, a rosácea.

Depois do fototipo, deve definir-se qual é a característica da pele do


paciente. Se o paciente tem uma pele seca, oleosa, mista ou sensível. Essa
primeira classificação foi trazida pela famosa cosmetóloga Helena
Rubinstein, ainda no início do século XX. Ela trouxe à comunidade quatro
distintos tipos de pele na hora de montar a perspectiva de uma abordagem
cosmetológica estruturada.

Após Helena Rubinstein, Leslie Baumann trouxe 16 tipos de pele, em


função de, basicamente, quatro categorias horizontais e quatro categorias
verticais, sendo elas: hidratação, sensibilidade, pigmentação e tendência ao
envelhecimento. Essa avaliação do tipo de pele depois do fototipo é
fundamental.

TABELA 3: Classificação dos tipos de pele de Baumann.


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4.3. Exames complementares

Aqui, podem ser realizados exames de sangue, que são interessantes numa
conjuntura total, não diretamente relacionadas à limpeza de pele, mas
muito mais numa abordagem estruturada da saúde do paciente como um
todo. Dá-se foco à vitamina D, vitamina B e vitamina E.

Além disso, podem ser realizados exames em relação a metabolismo


glicídico, metabolismo lipídico, hormônios, oligoelementos, vitaminas,
marcadores inflamatórios, sorologia e proteínas.

Em relação a recursos relacionados diretamente com a limpeza de pele, há a


dermatoscopia e a lâmpada de Wood. Além disso, a avaliação fotográfica é
de extrema importância, sendo preferível realizá-la em um fundo preto,
onde o paciente esteja usando uma touca, em plano ântero-posterior e perfil
em diagonal, para depois comparar a evolução da qualidade da pele em
função do registro fotográfico.

FIGURA 16: Exemplo de dermatoscópio.

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FIGURA 17: Exemplo de Lâmpada de Wood.

Referências:

Tassinary, João. Bases e Métodos de avaliação aplicados à estética: facial,


corporal, tricologia / João Tassinary, Luana Rogéri ; Prefácio por Tiago de
Oliveira Mário. – Lajeado, RS : Editora Estética Experts, 2020.

Aulas 1 e 5 do curso de Limpeza de Pele, disponibilizadas a partir do dia 28


de setembro de 2023.

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